Amália Goulart
Executivos do grupo Odebrecht
começaram a procurar os clientes para garantir que os diretores presos na
“Lava-Jato”, incluindo o presidente Marcelo Odebrecht, permanecerão calados.
Fontes ligadas ao meio empresarial dizem que os executivos prometem silêncio para não perder negócios em andamento e que estão por vir.
A lógica é simples: se Odebrecht ou qualquer um dos detidos abre a boca, o que pensarão aqueles que mantém contratos com a empresa e não foram citados, ainda, em operações federais?
Hoje, o escândalo de corrupção é na Petrobras, amanhã, pode ser em outro órgão. E é exatamente para resguardar os negócios que a empresa se movimenta.
Engana-se quem pensa que a corrupção morreu no Petrolão. As grandes empreiteiras do país têm contratos vultosos com diversos órgãos públicos. Ainda mantém obras em outros países.
Depois das delações premiadas de alguns empreiteiros, a palavra de ordem no mercado é ‘confiança’. Passar confiança, no caso, ficando de bico fechado, é o mesmo que encontrar uma fórmula para manter-se de pé.
A Odebrecht e a Andrade Gutierrez são das poucas empresas, arroladas na “Lava Jato”, que não entraram em bancarrota ou em queda livre.
Já atentos à não colaboração dos executivos das duas empreiteiras, os investigadores pediram a transferência deles da carceragem confortável da sede da Polícia Federal para uma unidade penitenciária comum de Curitiba (PR). É aguardar para conferir se a ‘confiança’ que querem passar será abalada.
Embriagados
Se por um lado o governo federal anuncia corte no orçamento, redução da meta fiscal e outras medidas de contenção de despesas e investimentos, por outro...o próprio governo proporciona algum luxo aos seus.
O Ministério das Relações Exteriores empenhou R$ 5,4 mil para comprar 54 garrafas de vinhos - custo unitário de R$ 100.
A bebida é destinada a eventos com autoridades. O vinho adquirido é o “Valduga”, tinto e seco, conforme levantamento do Contas Abertas.
O recurso empenhado pode parecer pequeno, mas soma-se a outros tantos de igual proporção que não proporcionam ganho algum a quem de fato deveria ser beneficiado: os cidadãos de direito que pagam imposto.
Outro exemplo: o Senado gastou R$ 91 mil na compra de 65 máquinas de café e outros R$ 140 mil para trocar os microondas. E nem o Supremo Tribunal Federal ficou de fora. Tirou do bolso R$ 51,2 mil para comprar cortinas.
Agora que a presidente está mais magra, a Presidência da República decidiu investir R$ 21,3 mil na compra de aparelhos para atividades físicas, incluindo bicicleta.
Enquanto isso...
O Programa de Aceleração do Crescimento está com 70% das ações previstas para 2015 paradas.

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