segunda-feira, 29 de junho de 2015

COM A CORDA NO PESCOÇO




Ewerson Moraes




A maior parte da população brasileira está endividada, conforme levantamento do Ipea (Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas), cujo cálculo do Índice de Expectativas das Famílias revelou que 54,15% das famílias entrevistadas têm alguma dívida. Quase 20% delas estão com alguma conta atrasada e cerca de 60% acreditam que conseguirão quitá-las, total ou parcialmente, em 30 dias. A solução para essa situação ou para evitá-la é organização com um planejamento para colocar as contas “no papel”.

Primeiramente, é preciso entender qual é o tamanho e o perfil das dívidas, assim como conversar com as pessoas que fazem parte dela. No caso da família, por exemplo, deve-se chamar filhos, esposa ou marido, pois todos devem compreender que, no momento, estão atravessando uma dificuldade financeira.

O segundo ponto é priorizar o pagamento das dívidas, renegociando prazos melhores e parcelas. Muitas vezes, busca-se pagar tudo de uma vez. Deve-se procurar parceiros e credores para essas dívidas e resolvê-las.

O Brasil atravessa um momento turbulento economicamente. Os credores devem ter paciência e flexibilidade nessa conjuntura e com muitas pessoas apertadas. Se o credor pressiona muito o endividado, pode não receber. O devedor deve procurar negociar. O credor também pode tomar a iniciativa para uma renegociação que o devedor consiga pagar e não fique com o prejuízo da dívida.

Nesse momento de crise, quando se avalia a situação financeira familiar, até o lazer fica comprometido. Entretanto, é possível fazer algumas opções, como trocar a ida ao restaurante por comer em casa para sobrar dinheiro e garantir um cinema. Troca-se o modo de lazer, mas não o perde e, o melhor, com opções que cabem no orçamento.

É interessante a participação familiar, pois juntos podem identificar como está sendo feito o gasto atual e mudar as opções de lazer por alternativas viáveis com a concordância de todos. Muitas vezes, não é deixar de fazer, mas substituir um programa por outro. Existem alternativas para manter o lazer sem perder a qualidade.

Já para quem pretende se endividar, é fundamental ter cautela e, principalmente, estudar a questão. Aqueles que querem comprar um carro ou um apartamento, por exemplo, devem avaliar se as parcelas se ajustam às suas condições, se conseguirão pagá-las e se isso não acarretará maiores dificuldades financeiras. Caso positivo, a compra pode ser feita. Porém, caso essa dívida não esteja dentro do orçamento familiar e comprometa a renda, é hora de moderação e esperar um pouco, até mesmo para saber as definições da política econômica.

O planejamento é crucial, principalmente em relação a uma dívida. Quanto menor o tempo de endividamento, melhor. Tudo que se puder evitar pagar a prazo, pague à vista e negocie com o dinheiro na mão, será melhor. Quando não puder, deve-se tentar fazer dívidas menores e em um tempo mais curto. Porém, a regra é assumir dívidas que caibam no orçamento e que não comprometam a renda.
 
Consultor financeiro

Nenhum comentário:

Postar um comentário

ESCOLHA DE PIMENTA CRIA CONFLITO COM GESTÃO DE LEITE

Brasil e Mundo ...