Hipertensão arterial
Hipertensão,
usualmente chamada de pressão alta, é ter a pressão arterial, sistematicamente,
igual ou maior que 14 por 9 mmHg. A pressão se eleva por vários motivos, mas
principalmente porque os vasos nos quais o sangue circula se contraem. O
coração e os vasos podem ser comparados a uma torneira aberta ligada a vários
esguichos. Se fecharmos a ponta dos esguichos a pressão lá dentro aumenta. O
mesmo ocorre quando o coração bombeia o sangue. Se os vasos são estreitados a
pressão sobe.
Na física, pressão é
igual à uma força dividida pela área (p=F/A), o coração faz uma força para o
sangue circular pelo corpo humano e os vasos sanguíneos ou artérias têm uma
determinada área (A=πd2/4). Se a área das artérias diminuir, por
acúmulo de gorduras nas suas paredes ou contração, por exemplo, a pressão arterial
aumenta, devido à necessidade do coração fazer um esforço maior para bombear o
sangue pelas veias do corpo.
A hipertensão arterial sistêmica (HAS) conhecida popularmente como
pressão alta, é uma das doenças com maior prevalência no mundo moderno e é
caracterizada pelo aumento da pressão arterial, aferida com esfigmomanômetro
(aparelho de pressão), tendo como causas a hereditariedade, a obesidade, o
sedentarismo, o alcoolismo, o estresse, o fumo e outras causas. Pessoas
negras possuem mais risco de serem hipertensas. A sua incidência aumenta com
a idade, mas também pode ocorrer na juventude.
Existe um problema para diferenciar a pressão alta da pressão considerável normal. Ocorre variabilidade entre a pressão diastólica e a pressão sistólica e é difícil determinar o que seria considerado normal e anormal neste caso. Alguns estudos farmacológicos antigos criaram um mito de que a pressão diastólica elevada seria mais comprometedora da saúde que a sistólica. Na realidade, um aumento nas duas é fator de risco. Considera-se hipertenso o indivíduo que mantém uma pressão arterial acima de 140 por 90 mmHg ou 14x9, |
durante
seguidos exames, de acordo com o protocolo médico. Ou seja, uma única medida
de pressão não é suficiente para determinar a doença. A situação 14x9 inspira
cuidados e atenção médica pelo risco cardiovascular.
Pressões arteriais elevadas provocam alterações nos vasos sanguíneos e na musculatura do coração. Pode ocorrer hipertrofia do ventrículo esquerdo, acidente vascular cerebral (AVC), infarto do miocárdio, morte súbita, insuficiências renal e cardíacas, entre outras O tratamento pode ser medicamentoso e/ou associado com um estilo de vida mais saudável. De forma estratégica, pacientes com índices na faixa 85-94 mmHg (pressão diastólica) inicialmente não recebem tratamento farmacológico. |
Quais são as
conseqüências da pressão alta?
A pressão alta ataca
os vasos, coração, rins e cérebro. Os vasos são recobertos internamente por uma
camada muito fina e delicada, que é machucada quando o sangue está circulando
com pressão elevada. Com isso, os vasos se tornam endurecidos e estreitados
podendo, com o passar dos anos, entupir ou romper. Quando o entupimento de um
vaso acontece no coração, causa a angina que pode ocasionar um infarto. No
cérebro, o entupimento ou rompimento de um vaso, leva ao "derrame cerebral"
ou AVC. Nos rins podem ocorrer alterações na filtração até a paralisação dos
órgãos. Todas essas situações são muito graves e podem ser evitadas com o
tratamento adequado, bem conduzido por médicos.
Quem tem pressão
alta?
Pressão alta é uma
doença "democrática". Ataca homens e mulheres, brancos e negros,
ricos e pobres, idosos e crianças, gordos e magros, pessoas calmas e nervosas.
A Hipertensão é muito comum, acomete uma em cada quatro pessoas adultas. Assim, estima-se que atinga em torno de, no mínimo, 25 % da população brasileira adulta, chegando a mais de 50% após os 60 anos e está presente em 5% das crianças e adolescentes no Brasil. É responsável por 40% dos infartos, 80% dos derrames e 25% dos casos de insuficiência renal terminal. As graves conseqüências da pressão alta podem ser evitadas, desde que os hipertensos conheçam sua condição e mantenham-se em tratamento com adequado controle da pressão.
A Hipertensão é muito comum, acomete uma em cada quatro pessoas adultas. Assim, estima-se que atinga em torno de, no mínimo, 25 % da população brasileira adulta, chegando a mais de 50% após os 60 anos e está presente em 5% das crianças e adolescentes no Brasil. É responsável por 40% dos infartos, 80% dos derrames e 25% dos casos de insuficiência renal terminal. As graves conseqüências da pressão alta podem ser evitadas, desde que os hipertensos conheçam sua condição e mantenham-se em tratamento com adequado controle da pressão.
10 Mandamentos contra a pressão alta
- Meça a pressão pelo menos uma vez por ano.
- Pratique atividades físicas todos os dias.
- Mantenha o peso ideal, evite a obesidade.
- Adote alimentação saudável: pouco sal, sem frituras e mais frutas, verduras e legumes.
- Reduza o consumo de álcool. Se possível, não beba.
- Abandone o cigarro.
- Nunca pare o tratamento, é para a vida toda.
- Siga as orientações do seu médico ou profissional da saúde.
- Evite o estresse. Tenha tempo para a família, os amigos e o lazer.
- Ame e seja amado.
A hipertensão arterial é um reconhecido fator de risco das doenças cardiovasculares.
Em Portugal,
existem cerca de dois milhões de hipertensos. Destes, apenas metade tem
conhecimento de que tem pressão arterial elevada, apenas um quarto está
medicado e apenas 16 por cento estão controlados.
Hoje sabe-se que a adoção de um estilo de vida saudável
pode prevenir o aparecimento da doença e que a sua detecção e acompanhamento
precoces podem reduzir o risco de incidência de doença cardiovascular.
Como se define a hipertensão arterial?
Designam-se de hipertensão arterial todas as situações em
que se verificam valores de tensão arterial aumentados. Para esta
caraterização, consideram-se valores de tensão arterial sistólica superiores ou
iguais a 140 mm Hg (milímetros de mercúrio) e/ou valores de tensão arterial
diastólica superiores a 90 mm Hg.
Com frequência, apenas um dos valores surge alterado.
Quando os valores da “máxima” estão alterados, diz-se que o doente sofre de
hipertensão arterial sistólica; quando apenas os valores da “mínima” se
encontram elevados, o doente sofre de hipertensão arterial diastólica. A
primeira é mais frequente em idades avançadas.
Quais as causas da hipertensão arterial?
Na maior parte dos casos (90 por cento), não há uma causa
conhecida para a hipertensão arterial, embora em algumas situações seja
possível encontrar uma doença associada que é a verdadeira causa da hipertensão
arterial. Por exemplo: a apneia do sono, a doença renal crónica, o
hiperaldosteronismo primário, a hipertensão renovascular, a síndroma de Cushing
ou terapêutica esteroide, a feocromocitoma, a coartação da aorta ou a doença
tiroideia e paratiroideia.
A hereditariedade e a idade são dois fatores a ter também
em atenção. Em geral, quanto mais idosa for a pessoa, maior a probabilidade de
desenvolver hipertensão arterial. Cerca de dois terços das pessoas com idade
superior a 65 anos são hipertensas, sendo este o grupo em que a hipertensão
sistólica isolada é mais frequente.
Quais são os fatores de risco?
- Obesidade;
- Consumo exagerado de sal e de álcool;
- Sedentarismo;
- Má alimentação;
- Tabagismo;
- Stress.
Como prevenir a hipertensão arterial?
A adoção de um estilo de vida saudável constitui a melhor
forma de prevenir a ocorrência de hipertensão arterial.
Entre os hábitos de vida saudável sublinha-se a
importância de:
- Redução da ingestão de sal na alimentação;
- Preferência por uma dieta rica em frutos, vegetais e com baixo teor de gorduras saturadas;
- Prática regular de exercício físico;
- Consumo moderado do álcool (um máximo de 30 ml etanol/dia nos homens e 15 ml/dia para as mulheres);
- Cessação do hábito de fumar;
- No caso dos indivíduos obesos é aconselhável uma redução de peso.
A ausência de quaisquer sintomas durante a fase inicial da
doença faz da medição regular da tensão arterial um hábito a seguir. Todos os
adultos, em particular os obesos, os diabéticos e os fumadores ou com história
de doença cardiovascular na família, devem medir a sua pressão arterial pelo
menos uma vez por ano.
Quais os sintomas que estão associados à doença?
Regra geral, nos primeiros anos, a hipertensão arterial
não provoca quaisquer sintomas, à exceção de valores tensionais elevados, os
quais se detectam através da medição da pressão arterial.
Em alguns casos, a hipertensão arterial pode, contudo,
manifestar-se através de sinais como a ocorrência de cefaleias, tonturas ou um
mal-estar vago e difuso, que são comuns a muitas outras doenças.
Com o decorrer dos anos, a pressão arterial acaba por
lesar os vasos sanguíneos e os órgãos vitais (o cérebro, o coração e os rins),
provocando sintomas e sinais de alerta vários.
Como se faz o diagnóstico da doença?
O diagnóstico é feito através da medição da pressão
arterial e pela verificação de que os seus níveis estão acima do limite normal.
Contudo, um valor elevado isolado não é sinónimo de doença. Só é considerado
hipertenso um indivíduo que tenha valores elevados em, pelo menos, três
avaliações seriadas.
Compete ao médico fazer o diagnóstico da doença, uma vez
que a pressão arterial num adulto pode variar devido a fatores como o esforço
físico ou o stress, sem que tal signifique que o indivíduo sofre de
hipertensão arterial.
Quais as formas de tratamento?
Não há uma cura para a hipertensão arterial. Contudo,
apesar de ser uma doença crónica, na maioria dos casos é controlável.
A adoção de um estilo de vida saudável proporciona
geralmente uma descida significativa da pressão arterial.
A diminuição do consumo do sal reduz a pressão arterial em
grande número de hipertensos.
A prática regular de exercício físico pode reduzir
significativamente a pressão arterial. O exercício escolhido deve compreender
movimentos cíclicos (marcha, corrida, natação ou dança são boas escolhas). Mas
os hipertensos devem evitar atividades que aumentem a pressão arterial durante
o esforço, como levantar pesos, por exemplo.
Se algum tempo depois de ter posto em prática estas
medidas não tiver registado uma descida adequada da pressão arterial, torna-se
necessário recorrer ao tratamento farmacológico. Convém sublinhar que os
medicamentos não curam a hipertensão arterial, apenas ajudam a controlar a
doença. Por isso, uma vez iniciado o tratamento, ele deverá ser, em princípio,
mantido ao longo de toda a vida.
Felizmente, já existem muitos medicamentos eficazes na
redução da pressão arterial. Compete ao médico decidir qual o fármaco mais
apropriado para iniciar o tratamento. Em alguns casos, não basta apenas um
fármaco, sendo necessária uma medicação combinada. Noutros casos, os doentes
não toleram a medicação indicada, pelo que devem contatar novamente o médico
para que ele a substitua por outra.
Vacina em desenvolvimento
pode controlar pressão por seis meses
Estratégia pode livrar hipertensos da necessidade
de tomar remédio diário.
Mariana Lenharo
Quem sofre de
hipertensão pode, no futuro, livrar-se da obrigação de tomar comprimidos
diários. Cientistas estão desenvolvendo uma vacina capaz de controlar a pressão
arterial por até seis meses, o que diminuiria os riscos relacionado à falta de
aderência ao tratamento.
Trata-se de uma
vacina de DNA que tem como alvo um hormônio, a angiotensina II, que provoca um
aumento da pressão ao contrair os vasos sanguíneos.
A estratégia foi
testada em ratos, que receberam três doses da imunização, com intervalo de duas
semanas. Segundo os pesquisadores, a vacina não apenas diminuiu a pressão
sanguínea por até seis meses, mas também reduziu os danos ao tecido do coração
e dos vasos sanguíneos associados à hipertensão.
"Pesquisas
adicionais sobre essa vacina de DNA, incluindo o aumento do período de redução
da pressão sanguínea, pode levar a uma nova opção terapêutica para pacientes
hipertensos", diz o médico Hironori Nakagami, um dos autores da pesquisa e
professor da Universidade Osaka, no Japão. Um artigo descrevendo o experimento
foi publicado nesta semana na revista "Hypertension".
Vacina é alternativa
aguardada
O cardiologista
Marcus Vinícius Bolívar Malachias, membro da Sociedade Brasileira de
Cardiologia e professor da Faculdade de Ciências Médicas de Minas Gerais,
observa que o desenvolvimento de uma vacina como essa é uma alternativa muito
aguardada pela comunidade médica justamente por causa da dificuldade dos
pacientes em aderir ao comprimido diário.
Malachias cita que
90% dos pacientes hipertensos precisam usar medicamentos diários para controle
da pressão. Dados do Brasil mostram que cerca de 80% dos hipertensos estão fora
da meta do controle de pressão. “Ou não tomam o medicamento regulamente ou não
tomam na dosagem correta.”
Entre os fatores que
contribuem para a falta de adesão às drogas está o fato de que a hipertensão é
geralmente assintomática. “O paciente não sente nada e por isso não vê a
importância de tomar remédio”, diz o cardiologista. Pesa também o fato de o
tratamento ser crônico e poder continuar ao longo de toda a vida.
“Existem também
crendices acerca dos medicamentos. O homem teme que o remédio interfira no
desempenho sexual. A mulher tem maior aderência ao tratamento, mas teme ganhar
peso ou alterações de pele.”
"As pessoas têm
que se conscientizar que hipertensão é uma doença silenciosa que mata ou traz
consequências muito ruins para coração, cérebro e rins", diz o
cardiologista Roberto Kalil.
"Se um dia,
daqui algumas décadas, depois de estudos experimentais, tiver uma vacina que
controle a pressão, você reduziria em grande parte a mortalidade da população
por derrame cerebral e infarto", completa Kalil.
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