quarta-feira, 13 de maio de 2015

ACREDITO OU NÃO!



Eu acredito!

Eduardo Costa 

Cada minuto que vivo mais gosto da frase do mestre Ariano Suassuna: “Todo pessimista é um chato, todo otimista é um bobo; eu sou é um realista esperançoso”. Se tivesse de me definir em uma sentença, com certeza seria esta. Todo dia, toda hora, lembro-me da sabedoria do irmão nordestino. Agora mesmo, diante da repercussão da tal solenidade que marcou a devolução de 157 milhões de reais aos cofres da Petrobras, ouvi todo tipo de comentário e fiquei com a sensação de que escolher um dos extremos é incorrer em erro. Grave.
Se ficar muito festivo, soltando foguetes, estarei no cordão dos que ignoram a mais sofrida das verdades: não recuperamos sequer um por cento do que foi roubado – melhor, do que dizem ter sido levado pelos ladrões engravatados porque, no duro, no duro, quanto foi tirado da empresa ilegalmente nas últimas décadas só Jesus na causa. 
Se, de outro lado, me colocar entre os que dizem que é um absurdo, que esse dinheiro é nada perto do que foi levado, que festejar é corroborar a safadeza, etc., estarei aderindo ao bloco do quanto pior melhor, dos que nunca vêm luz no fim do túnel e não acreditam que haja futuro para o nosso país.
Sou é brasileiro, não desisto nunca! Costumo dizer que o tempo da história é diferente do nosso, daí nossa ansiedade, o sentimento de que a melhor saída é o aeroporto. Não é assim! O fato de termos recuperado 157 milhões de reais é motivo de animação sim! Festa não, mas, esperança de que estamos no caminho... Temos uma banqueira presa na Estevão Pinto há tanto tempo que poucos se lembram... Os mais poderosos da indústria mais poderosa do Brasil – a da construção – foram presos e agora estão em casa, com tornozeleira... Marcados feito boi no pasto e sem poder ir à rua... Zé Dirceu, que poderia ser hoje nosso presidente, teve de pedir licença à Justiça para visitar a mãe domingo passado... A delação premiada levou os políticos safados ao estresse total. Os corruptores (essa raça que finge de elite, mas não consegue esconder o próprio fedor) estão com as barbas de molho. Enfim, posso não ver, minhas filhas podem não desfrutar, mas, um neto, um dia viverá num lugar em que roubar é crime. Independentemente da vestimenta e do “modos operandi” do ladrão. Eu acredito!

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