Prisão de Vaccari pode estender investigação para
sindicatos ligados à CUT
Gráfica envolvida na prisão do tesoureiro do PT é
administrada pelos sindicatos dos Metalúrgicos do ABC e dos Bancários de São
Paulo, bases históricas do partido
Cláudio Dantas
Sequeira
Com a prisão de João
Vaccari Neto, a investigação da força-tarefa da Lava Jato chega ao coração do
PT. Não só pela prisão do tesoureiro na manhã desta sexta-feira 15, mas pela
descoberta de que Vaccari usava a Editora Gráfica Atitude para receber propinas
desviadas de contratos da Petrobras. A citada gráfica funciona como órgão de
comunicação da CUT, assim como o site “Rede Brasil Atual”; e, segundo registro
na Junta Comercial de São Paulo, tem como sócios o Sindicato dos Bancários de
São Paulo e o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, duas entidades que estão na
base de sustentação do próprio PT.
CUT tem ligação direta com a Editora Gráfica Atitude
De acordo com as
investigações, a Editora Gráfica Atitude recebeu ao menos R$ 1,5 milhão do
esquema. O valor, porém, pode ser maior. Em novo depoimento à PF, o executivo
Augusto Mendonça, da Setal Óleo e Gás (SOG), também envolvida no petrolão,
disse que Vaccari lhe pediu R$ 2,5 milhões para cobrir propagandas na Revista
do Brasil. A PF identificou até agora 14 depósitos feitos na conta da Gráfica
Atitude pelas empresas Tipuana e Projetec, usadas como fachada pela quadrilha
do petrolão.
ISTOÉ identificou
também que a Editora Gráfica Atitude obteve recursos de contratos de agências
de publicidade com a própria Petrobras, além de Banco do Brasil e Correios. Não
foi possível obter os valores, o que deve acontecer em breve com a decisão de
Moro de autorizar a quebra dos sigilos bancário, fiscal e telefônico da
gráfica. A medida também poderá ser estendida aos sindicatos dos Bancários de
São Paulo e dos Metalúrgicos do ABC.
Comandada por
dirigentes das duas entidades sindicais, a Editora Gráfica Atitude tinha como
objeto social em sua origem a "fabricação de produtos de papel, cartolina,
papel-cartão e papelão ondulado para uso comercial e de escritório, exceto
formulário contínuo". A partir de 2008, passou a editar "livros,
jornais e revistas". Em 2010, o TSE puniu a gráfica por propaganda ilegal
de apoio à então candidata Dilma Rousseff. A Revista do Brasil tem linha pró-PT
e defende regularmente o controle da mídia e o fim do monopólio, conhecidas
bandeiras petistas.
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