Sun Tzu
A arte da guerra
“A Arte da Guerra” é um
dos clássicos mais influentes do pensamento oriental sobre estratégia, que a
cerca de 2500 anos influencia o mundo dos negócios.
Capítulo V
Estratégia do Confronto Direto e Indireto
Estratégia do Confronto Direto e Indireto
"Comandar muitos é o mesmo que
comandar poucos. Tudo é uma questão de organização."
Sun Tzu disse:
"Comandar muitos é o mesmo que comandar poucos. Tudo é uma questão de organização. Controlar muitos ou poucos é uma mesma e única coisa. É apenas uma questão de formação e sinalizações".
Lembre-se dos nomes
de todos os oficiais e subalternos. Inscreva-os num catálogo, anotando-lhes o
talento e suas capacidades individuais, a fim de aproveitar o potencial de cada
um. Quando surgir oportunidade aja de tal forma que todos os que deves comandar
estejam persuadidos que seu principal cuidado é preservá-los de toda desgraça.
As tropas que farás
avançar contra o inimigo devem ser como pedras atiradas em ovos. De ti até o
inimigo, não deve haver outra diferença senão a do forte ao fraco, do cheio ao
vazio. São as operações chamadas "diretas" e "indiretas"
que tornam um exército capaz de deter o ataque das forças inimigas e não ser
derrotado.
Em batalha, use
geralmente operações "diretas" para fazer o inimigo engajar-se na
luta e as operações "indiretas" para conquistar a vitória.
Em poucas palavras,
o que consiste a habilidade e a perfeição do comando das tropas é o
conhecimento das luzes e das trevas, do aparente e o secreto. É nesse
conhecimento hábil que habita toda a arte. Assim, o perito ao
executar o ataque "indireto" assemelha-se ao céu e as
terras, cujos movimentos nunca são aleatórios, são como os rios
e mares inexauríveis. Assemelham-se ao sol e à lua, eles
tem tempo para aparecer e tempo para desaparecer. Como as quatro estações,
ele passa, mas apenas para voltar outra vez.
Não há mais que
cinco notas fundamentais, mas, combinadas, produzem mais sons do que é possível
ouvir; não há mais que cinco cores primárias, mas, combinadas, produzem mais
sombras e matizes do que é possível ver; não há mais que cinco sabores, mas, combinados,
produzem mais gostos do que é possível saborear.
Da mesma forma, para
ganhar vantagem estratégica na batalha, não há mais que as operações
"diretas" e "indiretas", mas suas combinações são
ilimitadas dando origem a uma infindável série de manobras. Essas forças
interagem, um método sempre conduz ao outro. Assemelham-se, na prática, a uma
cadeia de operações interligadas, como anéis múltiplos, ou como a roda em
movimento, que não se sabe onde começa e onde termina.
Na arte militar,
cada operação tem partes que exigem a luz do dia, e outras que pedem as trevas
do segredo. Não posso determiná-las de antemão. Só as circunstâncias podem
ditá-las. Opomos grandes blocos de pedra às corredeiras que queremos represar,
empregamos redes frágeis e miúdas para capturar pequenos pássaros, entretanto,
o caudal rompe algumas vezes seus diques após tê-los minado aos poucos.
Quando uma ave de
rapina se abate sobre sua vítima, partindo-a em pedaços, isso se deve à escolha
do momento preciso. A qualidade da decisão é como a calculada arremetida de um
falcão, que lhe possibilita atacar e destruir sua vítima. Portanto, o bom
combatente deve ser brutal no ataque e rápido na decisão.
Embaralhada e
turbulenta, a luta parece caótica. No tumulto de um combate pode parecer haver
confusão, mas não é bem assim, entre a confusão e o caos uma formação de tropas
pode parecer perdida e mesmo assim impenetrável, sua disposição é na verdade
circular e não podem ser derrotadas. A confusão simulada requer uma disciplina
perfeita, afinal, o caos estimulado se origina do controle, o medo fingido
exige coragem, a fraqueza aparente se origina da força. Ordem e desordem é uma
questão de número, de logística; coragem e medo é uma questão de configuração
estratégica do poder, vantagem estratégica; força e fraqueza é uma questão de
disposição das forças, posição estratégica.
O sábio comandante
possui verdadeiramente a arte de liderar aqueles que souberam e sabem
potencializar sua força, que adquiriram uma autoridade ilimitada, que não se
deixam abater por nenhum acontecimento, por mais desagradável que seja. Aqueles
que nunca agem com precipitação, que se conduzem, mesmo quando surpreendidos
com o sangue-frio, que tem habitualmente nas ações meditadas e nos casos
previstos antecipadamente. Aqueles que agem sempre com rapidez, fruto da
habilidade, aliada a uma longa experiência. Assim, o ímpeto de quem é hábil na
arte da guerra é irrefreável e seu ataque é regulado com precisão.
O primeiro imperador
Han (256-195 a.C.), desejando esmagar seu oponente Hsiung-nu, enviou espiões
para conhecer sua condição. Mas este, sabedor do fato, ocultou com cuidado
todos os soldados fortes e todos os cavalos bem alimentados, deixando apenas
homens doentes e gado magro à vista. O resultado foi que os espiões, por unanimidade,
recomendaram ao imperador que atacasse.
COMENTÁRIO:
Os técnicos de futebol,
principalmente eles, deveriam seguir os conselhos desse mestre para ganhar suas
batalhas contra os outros times, principalmente no mata-mata. O técnico do
Cruzeiro de Belo Horizonte precisa ler este livro para aprender a ganhar dos
times adversários fora de casa.
“Em batalha, use geralmente operações
"diretas" para fazer o inimigo engajar-se na luta e as operações
"indiretas" para conquistar a vitória”.
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