sábado, 27 de dezembro de 2014

CENÁRIOS PARA A PETROBRAS



Três cenários para a Petrobras em 2015
O que se afigura para a maior empresa do País e quais cuidados os investidores devem tomar

Cláudio Gradilone 

Quando se pensava que as más notícias dariam uma trégua no fim do ano, em plena véspera de Natal, a Petrobras está sendo processada por uma cidade inteira. O município de Providence, capital do estado americano de Rhode Island, o menor dos Estados Unidos, entrou com um processo conta a presidente da Petrobras, Graça Foster, o diretor financiero Almir Barbassa e 15 bancos de investimento que participaram da distribuição das ações da empresa em 2010, entre eles Itaú BBA, Bradesco, Morgan Stanley, Citigroup, Santander e JP Morgan.
Se a História ensina algumas lições, o precedente não é bom. Embora pequeno, Rhode Island é um celeiro de encrencas. Foi a primeira das 13 colônias americanas a declarar sua independência da Inglaterra, em 4 de maio de 1776, dois meses antes do restante do país e, paradoxalmente, a última a assinar a Constituição dos Estados Unidos. Em sua petição inicial, o município acusa a empresa de inflar seus ativos para sobrevalorizar os preços das ações. Como conseqüência disso, os papéis da estatal amargam quedas de 3,5% em um pregão fraco, imprensado entre o Natal e o fim de semana.
Apenas mais uma notícia ruim ou algo mais sério? Para os analistas, é difícil responder essa questão com segurança. No entanto, é possível traçar três cenários básicos, em ordem crescente de probabilidade:
1) cenário pessimista. A estatal permanece com a atual diretoria e com Graça Foster no cargo, e não consegue publicar suas demonstrações financeiras auditadas até o dia 31 de janeiro de 2015. Isso pode levar alguns dos credores a executar as covenants que antecipam o vencimento das dívidas. A Petrobras terá seu caixa drenado, e poderá até ter problemas para honrar alguns de seus compromissos financeiros, embora não seja provável uma perda do grau de investimento, devido a um eventual socorro do Tesouro. A probabilidade é baixa e as ações assumirão um perfil ainda mais especulativo.
2) cenário otimista. A presidência da empresa é assumida por algum executivo que reconquista a confiança do mercado. A Petrobras consegue publicar um balanço auditado, normalizando a rolagem de suas dívidas. As ações devem iniciar um lento, mas irregular, período de recuperação. A probabilidade é baixa, mas um pouco maior do que a pessimista.
3) cenário intermediário. A estatal permanece com a atual diretoria, mas consegue publicar um balanço auditado, normalizando sua situação financeira e a rolagem das dívidas. Haverá uma postergação ou redução dos investimentos em prospecção, tornando mais lenta e mais volátil a recuperação das ações.
Nesses três casos, o que fazer? As ações da Petrobras estão baratas, mas não quer dizer que elas não possam vir a ficar ainda mais baratas. Ou seja, só são recomendadas para investidores com gosto pela especulação, que acompanham o mercado em tempo real e são capazes de comprar e vender rapidamente, ou então para investidores com disposição para comprar as ações e esperar até três ou quatro anos para embolsar algum lucro. A recomendação para quem não se enquadra em nenhum desses perfis é ficar fora do mercado. 

COMENTÁRIO:

Sempre o PT falava que a Petrobras é nossa e eu não sabia mais era mesmo (deles)  e nós o povo  só ficamos com as dividas.

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