CORRUPÇÃO BRASILEIRA –
É MUITO FÁCIL ROUBAR DINHEIRO PÚBLICO AQUI NO BRASIL, SE QUAL QUER PESSOA, COMO
PAULO ROBERTO COSTA, CONSEGUIU ROUBAR A QUANTIA MENCIONADA, PODEMOS DEDUZIR QUE QUEM O COLOCOU NA
DIRETORIA DA PETROBRAS ROUBOU MUITO
MAIS.
Paulo
Roberto Costa diz que recebeu US$ 23 milhões de empreiteira no exterior
Ex-diretor de Abastecimento da Petrobras confessou
também propina em Pasadena
por Jailton
de Carvalho
BRASÍLIA
— Paulo Roberto Costa, ex-diretor de Abastecimento da Petrobras, disse ter
recebido US$ 23 milhões (R$ 55,2 milhões) de uma empreiteira para facilitar
contratos dessa empresa com a estatal. O ex-diretor deu a informação num dos
cem depoimentos que já prestou depois de assinar o acordo de delação premiada,
revelou ao GLOBO um dos investigadores da Operação Lava-Jato. O ex-diretor
também confessou ter recebido US$ 1,5 milhão (R$ 3,6 milhões) para “não
atrapalhar” a compra da refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos, transação
que resultou em prejuízos para a Petrobras.
Os US$ 23
milhões estão bloqueados em 12 contas bancárias na Suíça e deverão ser
repatriados ao Brasil ao longo dos processos abertos a partir de descobertas da
Lava-Jato, investigação sobre supostas fraudes dos grupos de Costa e do doleiro
Alberto Youssef, entre outros acusados. Costa contou ainda que a comissão de
US$ 1,5 milhão que recebeu por conta da refinaria Pasadena foi paga por um
intermediário de um dos grupos envolvidos no negócio. O nome de quem pagou a
propina está sendo mantido em sigilo.
STF PODE
ABRIR INQUÉRITOS
A série
de depoimentos de Costa começou em 29 de agosto e terminou semana passada. Ao
todo, o ex-diretor prestou cem depoimentos a procuradores da força-tarefa que
estão à frente das investigações. Depois de fazer um amplo painel sobre a
corrupção na Petrobras, Costa foi chamado para explicar detalhes de cada uma
das delações que fez em troca de redução de pena. Os depoimentos foram
criptografados e enviados ao ministro Teori Zavascki, relator da Operação
Lava-Jato no Supremo Tribunal Federal. Na próxima semana, o ministro deverá
decidir se abre ou não inquérito contra os parlamentares acusados pelo
ex-diretor.
Costa
denunciou a empreiteira ao explicar o papel que teve na intermediação de
contratos dela com a Petrobras. Ele apontou os contratos onde teriam ocorrido
as irregularidades e indicou como recebeu os US$ 23 milhões.
Costa
revelou um detalhe que deixou os procuradores surpresos. Ele disse que recebeu
os US$ 23 milhões sem a habitual ajuda do doleiro Alberto Youssef. Teria sido
uma “comissão por fora”, sem que o doleiro soubesse. Ele e Youssef operavam
juntos. Costa fazia a intermediação de contratos e Youssef se encarregava da
movimentação do dinheiro. Mas alguns negócios de Costa eram tocados por duas
filhas e dois genros.
Antes
mesmo da prisão de Costa, os investigadores já tinham recebido informações
sobre pagamentos da empreiteira ao ex-diretor na estatal.
Costa
decidiu fazer acordo de delação premiada no final de agosto, depois que PF e
Ministério Público fecharam o cerco sobre os negócios das filhas e dos genros.
Ele teve receio de ver as filhas presas e resolveu abrir o jogo. A confirmação
das denúncias poderá livrar Costa de futuras penas de prisão.
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