O ENSINO DE
FÍSICA NAS ESCOLAS E OS SEUS PROBLEMAS
INTRODUÇÃO:
A mídia aborda em linhas gerais os fundamentos da física e
como ela pode ajudar na compreensão da vida e da sociedade. Mostra que o
conhecimento sobre a física não está restrito ao conhecimento da natureza, mas
ao conhecimento da tecnologia desenvolvida na sociedade, a natureza da própria dinâmica
social que também está impregnada de situações que resgatam e reforçam
conceitos desenvolvidos pela física. A mídia mostra como é importante e
necessário compreender a física como parte da vida. Ao fazer analogias com o
cotidiano, as personagens trazem os aspectos principais estudados na física
moderna, que faz mais de cem anos da sua descoberta, abordando também os
principais pensadores da Física e estabelecendo articulações com outras áreas
do conhecimento.
Observa-se, nos últimos anos, um sensível decréscimo no
número de Licenciados em Física (Professores de Física) formados por
Universidades. Face ao grande aumento da população estudantil universitária
ocorrido nos últimos anos seria de se esperar um aumento no número de
Professores Licenciados e não uma diminuição. Em algumas Universidades não está
mais sendo oferecida Habilitação em Física por falta de alunos. É preocupante
esta situação e várias são as causas da diminuição no número de licenciados em
Física que serão analisadas mais adiante.
PARA QUE SERVE A
FÍSICA?
O dicionário define Física como a ciência que estuda as
propriedades gerais da matéria e da energia e suas leis fundamentais.
Muitos físicos trabalham na pesquisa pura, tentando encontrar
respostas, por exemplo, a este tipo de perguntas:
·
Como
o universo iniciou?
·
O
que vai acontecer com ele no futuro?
·
Porque
o Sol continua brilhando?
·
Quais
são as peças fundamentais que compõem a matéria?
·
O
que é luz, carga elétrica, gravitação universal, etc?
Os físicos não lidam apenas com os
aspectos teóricos. A Física se encontra em todas as esferas da atividade humana
o que inclui:
·
Desenvolvimento
de tecnologias de produção de energia sustentável (solar, eólica, nuclear,
geotermal, etc...)
·
Na
medicina: tratamento de câncer pela radioterapia, diagnóstico de doenças por
técnicas de imagens como ultrassom, ressonância magnética nuclear, tomografia
computadorizada, etc...
·
Desenvolvimento
de jogos de computador e videogames etc...
·
Desenvolvimento
de equipamentos que utilizamos e achamos comuns como videogames, celulares,
tablets, computadores, GPS, são todos eles baseados no conhecimento teórico de
elétrons que foi desenvolvido na virada do século XX.
·
Desenvolvimento
e produção de equipamentos esportivos.
·
Entendimento
e prevenção de terremotos, maremotos, tufões, etc...
·
Classificar
coisas (formas, números, objetos, etc...)
·
Correlacionar,
por exemplo, a altura da planta com a quantidade de luz ou fertilizante ou água
que recebeu, gerando gráficos e tabelas e gerar uma teoria que pode explicar
porque o aumento de luz solar até certo ponto acelera o crescimento de uma
planta, etc...
Ou seja, a Física acaba servindo
para:
·
Projetar
aviões, navios, trens, automóveis e até um brinquedo de criança.
·
Projetar
uma casa, edifício, ponte, túnel, reator nuclear, acelerador de partículas,
bateria, sensor de pragas, detector de metais, etc...
·
Dimensionar
as tubulações de água, fios elétricos, cabos telefônicos, cabos de fibras
óticas, etc...
·
Construção
de motores elétricos e o respectivo ventilador que está resfriando o seu
computador agora.
·
Fabricação
de monitores de computador, controle do consumo de eletricidade e melhoramento
dos materiais semicondutores e cristais líquidos que nele se encontram.
·
Desenvolvimento
e fabricação de forno de micro-ondas e todos os equipamentos do lar.
·
Desenvolvimento
e fabricação de lâmpadas elétricas mais eficientes.
A Física se encontra em qualquer
setor que você possa imaginar, ela permeia toda a nossa sociedade, muitas vezes
de forma discreta, mas em sua vida, você já foi mais influenciado pela Física
do que você é capaz de imaginar.
POSSÍVEIS MOTIVOS DO
FRACASSO DO ENSINO DE FÍSICA:
·
Pouco reconhecimento do professor – O magistério de uma forma geral, e os
professores de Física em particular, já não contam com o prestígio de que
dispunham na época do “ginásio e do científico”. Este é um motivo de frustação
para a classe, cujo esforço só é lembrado quando se decide exaltar seu
idealismo. Sem dúvida, idealismo é uma característica forte do magistério, mas
não deveria ser mencionado sem que houvesse, em contrapartida, o reconhecimento
do seu direito de afirmação dentro da sociedade, através de uma justa
compensação do penoso trabalho que realiza. Nas sociedades do primeiro mundo o
trabalho dos professores é um dos mais valorizados em todos os aspectos.
Toda profissão merece um bom professor!
·
Baixos Salários – A principal causa da perda de “status” reside na baixa remuneração. Não deve
causar estranheza as frequentes desistências dos estudantes dos cursos de
Física e o abandono da profissão logo após a formatura. A insatisfação dos
professores é muito grande, principalmente para os professores efetivos, pois,
um contratado está ganhando o mesmo que ele que tem 10 ou mais anos de serviço.
Um professor com título de mestre e um recém-graduado recebem praticamente a
mesma remuneração. Nos países desenvolvidos, principalmente na Coreia do Sul, a
profissão mais valorizada salarialmente é a do professor. Até quando esta
situação irá perdurar?
·
Condições de Trabalho – São de difícil especificação. No que
concerne aos professores de Física, são prejudicados pela reduzida carga
semanal nas escolas de segundo grau para uma ou duas aulas semanais e no máximo
três em algumas escolas. Isto significa que, para alcançar um salário melhor, o professor
de Física deve atender cerca de muitas turmas com 40 alunos por sala por
semana. Diante de uma situação dessas, como falar em ensino individualizado,
com aulas de laboratório e em outras tantas coisas que poderiam contribuir para
a melhoria do ensino, quando se sabe, que os laboratórios, se existem, são
precários e insuficientes. Não são poucos os professores de Física que optam
pelo ensino de Matemática, onde recebem um número maior de horas/aula por
turma.
·
Dificuldade do Curso – O nível exigido do aluno de
licenciatura de Física ainda é relativamente alto, contribuindo desse modo,
para manter afastado o risco de uma formação prejudicada. Em confronto com
outras áreas que também formam professores, a dificuldade do curso de Física é
um obstáculo que, uma vez transposto, não oferece nenhuma vantagem adicional de
salário.
·
Desestímulo na escola – Na maioria das escolas,
principalmente as escolas públicas, a Física passou a figurar como disciplina
de segundo plano, tanto é que, por falta
de professores especializados, qualquer outra profissão pode dar as aulas, principalmente
os professores com formação em Matemática. O resultado é um ensino extremamente
deficiente, com reflexos negativos tanto na formação do aluno como em suas
atitudes frente à Física. Não é de se estranhar, pois, que tão poucos
secundaristas se decidam pelo ensino da Física como profissão.
·
Conclusão Final – A Física e algumas outras disciplinas
diferenciam-se das demais pelo fato de serem experimentais, isto é, exigem a
presença de laboratório. Deveria existir um mecanismo de compensação para cada aula
de laboratório ministrada, pois é sabido que a preparação de aulas
experimentais exigem tempo, do qual um professor com uma elevada taxa semanal
de aulas não dispõe. Uma solução para estimular os professores de Ciências a
ministrarem um maior número de aulas de laboratório poderia ser a redução de
carga horária em aula, medida esta que deveria ser adotada pela necessidade
urgente de um ensino cujo procedimento adote o método de trabalho específico
das disciplinas científicas.
Fontes:
UFRGS
– Rolando Axt; Fernando L da Silveira; Marco A. Moreira – Instituto de Física
http://fisica.lucem.org/curiosidades/para-que-serve-a-fisica
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