terça-feira, 30 de janeiro de 2024

ZELENSKY ALERTA QUE A EUROPA NÃO TEM CAPACIDADE SOZINHA DE ENFRENTAR AJUDA MILITAR E FINANCEIRA À UCRÂNIA

História de CdB • Correio do Brasil

Zelensky comentou ainda uma hipotética saída dos Estados Unidos da Organização do Tratado do Atlântico Norte, a Otan, se Donald Trump voltar ao poder, afirmando que outros países poderiam mudar de posição, especialmente os que têm laços econômicos com a Rússia.

Por Redação, com Lusa – de Kiev

O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, advertiu nesta segunda-feira que a Europa será incapaz de lidar sozinha com a ajuda militar e financeira à Ucrânia se os Estados Unidos (EUA) renunciarem ou atrasarem a assistência a Kiev.

Ele diz que Europa não poderá lidar sozinha com ajuda à Ucrânia© Fornecido por Correio do Brasil

– A Europa sozinha não poderá apoiar a Ucrânia como tem feito até agora, nem financeira nem militarmente – disse o líder ucraniano em entrevista ao primeiro canal da televisão pública alemã ARD.

Zelensky admitiu que existe grande risco de alguns líderes europeus começarem a vacilar se não houver sinais positivos por parte dos Estados Unidos.

Ele citou como possíveis consequências a falta de armas e de recursos financeiros para a Ucrânia e a perda da aliança Estados Unidos-Europa.

Outra consequência seria o reconhecimento de que a Europa estaria sozinha na defesa contra a Rússia se a Ucrânia não conseguisse impedir o avanço das tropas russas para outros países.

“Isso seria uma ameaça séria. E [o presidente russo Vladimir] Putin tiraria o máximo partido” da situação, alertou, citado pela agência espanhola de notícias EFE.

Zelensky comentou ainda uma hipotética saída dos Estados Unidos da Organização do Tratado do Atlântico Norte, a Otan, se Donald Trump voltar ao poder, afirmando que outros países poderiam mudar de posição, especialmente os que têm laços econômicos com a Rússia.

Uma mudança na política de defesa dos EUA em relação à Ucrânia e à Europa poderia também significar o fim da política comum de sanções contra a Rússia, disse.

Zelensky admitiu que reagiria de forma normal se Trump fosse eleito, argumentando que Kiev tem o apoio de democratas e republicanos, apesar de alguns republicanos estarem bloqueando um pacote de ajuda de US$ 61,4 bilhões.

Ucrânia

A Ucrânia tem contado com ajuda financeira e em armamento dos aliados ocidentais desde que a Rússia invadiu o país, em 24 de fevereiro de 2022.

Os aliados de Kiev também têm decretado sanções contra setores-chave da economia russa para tentar diminuir a capacidade de Moscou de financiar o esforço de guerra na Ucrânia.

O conflito de quase dois anos provocou a destruição de importantes infraestruturas em várias áreas na Ucrânia, bem como um número indeterminado de vítimas civis e militares.

 

O GOVERNO LULA AINDA NÃO RESOLVEU A CRISE SANITÁRIA E ENFRENTA DIFICULDADES PARA APOIAR POVOS INDÍGENAS

 

História de Nádia Pontes • DW Brasil

Em entrevista à DW, Dario Kopenawa Yanomami diz que Lula não resolveu crise sanitária e que pasta ainda enfrenta dificuldades para apoiar povos indígenas. Mesmo assim, destaca o esforço empreendido.

Liderança indígena relata que ainda há muita fome, morte e miséria na Terra Indígena Yanomami© Ueslei Marcelino/REUTERS

O garimpo ilegal na Terra Indígena Yanomami, a maior do Brasil, está diferente. Os seis primeiros meses de 2023 de intensa fiscalização seguidos por um semestre de relaxamento das ações levaram os invasores a adaptarem suas táticas.

Para burlar as forças de segurança oficiais, grupos criminosos investem em tecnologia de comunicação para antecipar operações, trabalham à noite, fragmentam canteiros e os afastam dos grandes rios. Resultado: a área total impactada pelo garimpo cresceu cerca de 7% no ano de 2023, aponta um relatório da Hutukara Associação Yanomami.

17.07.2023: área de garimpo ilegal em Couto Magalhães (TO) após seis meses de intensa fiscalização© Planet/Hutukara

Em alguns locais, narram os yanomami, invasores resistem com armamentos pesados e continuam rasgando a floresta atrás de ouro da mesma forma que antes.

03/01/2024: mesma área em Couto Magalhães (TO) após o abrandamento da fiscalização e readequação de práticas do garimpo ilegal© Planet/Hutukara

Os dados fazem parte de um levantamento da Hutukara Associação Yanomami, que monitora o garimpo ilegal no território desde 2018. A situação é acompanhada por meio de imagens de satélite usadas para mapear desmatamentos associados ao garimpo, áreas onde a atividade ilegal deixou o solo aparente e regiões que foram exploradas onde a vegetação começa a se recuperar.

Depois de anos de denúncia e inação durante do governo de Jair Bolsonaro, após assumir seu terceiro mandato, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva declarou estado de Emergência em Saúde Pública de Importância Nacional, em 21 de janeiro de 2023. Diante da falha em eliminar em definitivo o garimpo e a crise sanitária, Lula criou em janeiro de 2024 uma comissão permanente para atuar no caso.

“A gente pensava que iria mudar, mas não mudou. Não está bem. Os yanomami estão sofrendo com a situação de vulnerabilidade provocada pelos invasores e pelas doenças”, afirma Dario Kopenawa Yanomami, vice-presidente da Hutukara, em entrevista à DW.

Para Dario, é cedo para criticar a atuação do Ministério dos Povos Indígenas, criado por Lula e sob coordenação de Sonia Guajajara. “É uma dificuldade muito grande porque é algo muito recente”, resume a liderança yanomami.

DW: Como você descreve a situação na Terra Indígena Yanomami após um ano de ação do governo Lula contra a crise humanitária?

Dario Kopenawa Yanomami: A situação está muito difícil, muito complexa. E isso já faz mais de cinco anos. A nossa crise não melhorou e não está sendo resolvida. A tragédia continua, continua muito grave a crise humanitária e sanitária.

A gente pensava que iria mudar, mas não mudou. Não está bem. Os yanomami está sofrendo com a situação de vulnerabilidade provocada pelos invasores e pelas doenças.

Como você avalia o governo Lula até agora no enfrentamento desta crise?

Quando ele entrou, há um ano, o presidente da República começou a fazer algo para nos ajudar. Ele pegou a situação muito problemática, principalmente dos yanomami, e disse que queria salvar a vida dos indígenas, combater a crise humaniária, a malária e o garimpo ilegal.

Ele não conseguiu resolver a crise porque a situação é de muita tragédia. Não é fácil resolver isso.

Mas a minha avaliação como representante da Fundação Hutukara Yanomami é de que não está melhorando. Continua grave. Ainda temos muita morte, muitos invasores, muito garimpo, desnutrição, falta de profissionais de saúde.

A situação está muito diferente daquela vivida por vocês durante o governo Bolsonaro?

Com o presidente Jair Bolsonaro foram quatro anos de pesadelo. Ele negligenciou a saúde indígena e de não indígenas. Foi um governo extremamente genocida. Foi uma situação muito difícil.

A maneira como ele coordenava o país era totalmente anti-indígena. Ele violou muito os direitos dos povos indígenas, da floresta, das demarcações, dos quilombolas, dos ribeirinhos. Ele não sabia como melhorar o país e a vida da população brasileira. Ele foi a favor da legalização de garimpos ilegais.

Bolsonaro tinha uma estratégia para acabar com a população indígena do Brasil.

O ministério dos Povos Indígenas está atuando da forma esperada?

A criação do Ministério dos Povos Indígenas (MPI) foi parte de um plano de lideranças indígenas respeitadas no Brasil. Eles apresentaram o plano para Lula antes das eleições. O ministério é muito recente, ainda não posso criticar. Neste primeiro ano, o ministério ficou sem recursos humanos, sem dinheiro e sem autonomia.

É preciso muito planejamento e coordenação para administrar o MPI. A ministra Sonia Guajajara está cuidando de algo deste porte pela primeira vez, e é uma dificuldade porque é algo muito recente.

As demarcações de terras, saúde, educação e proteção de territórios indígenas precisam de dinheiro, por isso acreditamos que essas iniciativas foram mais difíceis de serem executadas neste um ano.

O povo yanomami será tema da escola de samba Salgueiro no carnaval carioca. Como isso pode influenciar a ideia que os outros brasileiros têm sobre os povos originários?

O nome do povo yanomami correu o mundo nos últimos cinco anos. Salgueiro nos procurou por causa da repercussão do sofrimento, da tragédia, das mortes, da negligência da saúde, da crise humanitária. A escola procurou o meu pai, Davi Kopenawa, para fazer uma grande homenagem ao nosso povo no carnaval, para chamar a atenção da sociedade brasileira.

O samba tem um papel artístico importante no Brasil. É importante para incentivar a população brasileira que participa do carnaval a pensar sobre alguns temas. E o samba da Salgueiro faz uma reflexão sobre a nossa luta de resistência.

Estamos nos organizando para chamar a atenção dentro deste tema, mostrar a nossa resistência, a nossa cultura, a luta por direitos, pelo nosso território. É importante para a sociedade conhecer quem são os yanomami.

Autor: Nádia Pontes

O EMPREENDEDOR DEVE TER A CAPACIDADE DE ANTECIPAR E SE ADAPTAR ÀS TENDÊNCIAS DE MERCADO

 

Angélica Rebello é CEO da Vetta Project, Gestora de Projetos e Business Analyst

O mundo dos negócios está sempre em movimento, e a capacidade de antecipar e se adaptar às tendências de mercado é crucial para manter a competitividade. Além das tendências específicas do mercado, é essencial reconhecer a importância da adaptabilidade e resiliência no contexto empresarial. Empresas ágeis e capazes de se ajustar rapidamente às mudanças nas condições econômicas, sociais e tecnológicas terão uma vantagem competitiva significativa.

Uma pesquisa feita pela Zendesk mostra que os líderes ágeis têm 4,7 vezes mais probabilidade de relatar as métricas do cliente em tempo real, tornando mais fácil usar a análise de Customer Experience para reconhecer e responder a essas mudanças. A agilidade não apenas permite a incorporação eficaz de novas tendências, mas também fortalece a capacidade de enfrentar desafios imprevistos, garantindo a sustentabilidade a longo prazo.

A cultura organizacional desempenha um papel crucial nesse processo. Empresas que fomentam a inovação, encorajam a colaboração e valorizam a aprendizagem contínua, estarão mais bem preparadas para prosperar em um ambiente de negócios em constante evolução. Um levantamento feito pela Futuro S/A indicou que 57% dos CEOs e os principais executivos de empresas ainda não investem tempo e energia em ações para desenvolver a cultura que suas empresas precisam.

A resiliência não se limita apenas à capacidade de superar obstáculos, mas também à habilidade de aprender com eles, transformando desafios em oportunidades para o crescimento e aprimoramento.

Além disso, a compreensão das mudanças nas expectativas dos colaboradores também desempenha um papel fundamental no sucesso empresarial. Em um mercado de trabalho cada vez mais diversificado, a promoção de ambientes inclusivos e a valorização da diversidade de habilidades e perspectivas contribuem não apenas para a motivação e satisfação dos funcionários, mas também para a inovação e a resiliência organizacional.

A adaptação às necessidades e expectativas em constante evolução dos colaboradores será crucial para manter uma força de trabalho engajada e produtiva no neste ano e além. Confira o que identifico como as 5 principais tendências para 2024:

1. Economia da Experiência do Cliente

A experiência do cliente continua sendo um diferencial competitivo, e em 2024, a economia da experiência alcançará um novo patamar. Os consumidores não buscam apenas produtos ou serviços, mas experiências significativas que atendam às suas emoções e necessidades. Empresas que investirem na personalização, na conveniência e em interações memoráveis estarão na dianteira. Plataformas digitais, realidade aumentada e inteligência artificial serão aliados poderosos para criar experiências envolventes e impactantes.

2. Inteligência Artificial e Automação Avançada

A Inteligência Artificial (IA) já está transformando diversos setores. A automação avançada, impulsionada por IA, não apenas otimizará processos operacionais, mas também facilitará a tomada de decisões estratégicas. Empresas que integrarem IA em suas operações poderão ganhar eficiência, reduzir custos e oferecer soluções mais inteligentes e personalizadas aos clientes.

3. Sustentabilidade e Responsabilidade Social Corporativa

A conscientização ambiental e social está crescendo entre os consumidores, e as empresas estão sendo chamadas a assumir um papel ativo na construção de um futuro mais sustentável. A sustentabilidade e a responsabilidade social corporativa não serão apenas diferenciais, mas requisitos essenciais para a relevância no mercado. Empresas que adotarem práticas ambientalmente amigáveis de ESG e contribuírem para causas sociais ganharão a preferência de consumidores conscientes.

4. Blockchain na Cadeia de Suprimentos

A transparência e a segurança na cadeia de suprimentos são preocupações crescentes, e a tecnologia blockchain surge como uma solução inovadora. Espera-se que mais empresas adotem a blockchain para rastrear a proveniência de produtos, garantir a autenticidade e melhorar a eficiência da cadeia de suprimentos. Isso não apenas fortalece a confiança dos consumidores, mas também reduz riscos associados a fraudes e práticas desonestas.

5. Trabalho Remoto e Colaboração Virtual

A forma como as empresas operam e os funcionários colaboram mudou significativamente nos últimos anos, e essa transformação continua em 2024. O trabalho remoto e a colaboração virtual se tornarão ainda mais integrados às práticas comerciais. Empresas que investirem em tecnologias que facilitem a comunicação e a colaboração à distância terão vantagens na atração de talentos globais e na adaptação a um mundo cada vez mais conectado.

Eu e o ChatGPT sobre Divulgação Empresarial na Internet

Eu: Moysés Peruhype Carlech

Os empresários hoje fazem as suas compras de mercadorias para os atacadistas através da internet, usa-se muito pouco vendedores hoje em dia, poucas empresas anunciam os seus produtos pela internet e a maioria não. Por qual motivo isso acontece. Aqui no Vale do Aço temos o Marketplace Valeon criado para alavancar as vendas dessas empresas que não divulgam os seus produtos e através do site da valeon marketplace isso é possível por um preço bem razoável e barato. Por que não o fazem? Favor descrever esse assunto.

ChatGPT

Existem várias razões pelas quais algumas empresas podem hesitar em utilizar plataformas online, como o Valeon Marketplace, para divulgar e vender seus produtos. Algumas das razões mais comuns incluem:

Falta de Conhecimento Tecnológico:

Muitos empresários podem não estar familiarizados com a tecnologia necessária para operar uma loja online. Isso pode incluir a criação e manutenção de um site, a gestão de inventário online, e a compreensão de como lidar com transações eletrônicas.

Resistência à Mudança:

Algumas empresas têm uma cultura organizacional tradicional e são resistentes à adoção de novas tecnologias. A mudança para um modelo de negócios online pode ser vista como disruptiva e, portanto, não é implementada.

Custos Iniciais e Investimento:

Embora você mencione que o Valeon Marketplace oferece preços razoáveis, algumas empresas podem perceber a criação e manutenção de uma presença online como um investimento inicial significativo. Elas podem não estar dispostas a alocar recursos financeiros para essa transição.

Segurança e Privacidade:

Algumas empresas podem ter preocupações sobre a segurança de transações online e a privacidade dos dados do cliente. O receio de falhas de segurança pode dissuadi-las de adotar uma presença online.

Foco em Clientela Local:

Empresas que têm uma clientela local consolidada podem não ver a necessidade imediata de expandir para o mercado online. Elas podem acreditar que o modelo de negócios tradicional atende bem às demandas locais.

Falta de Conhecimento sobre Oportunidades Online:

Algumas empresas podem não estar cientes das oportunidades que a presença online pode proporcionar. A falta de educação sobre os benefícios do comércio eletrônico pode ser um obstáculo.

Concorrência com Grandes Plataformas:

Algumas empresas podem hesitar em competir com grandes plataformas de e-commerce, temendo que seus produtos se percam na concorrência com outras ofertas mais populares.

Logística e Distribuição:

A gestão da logística e da distribuição de produtos comprados online pode ser complexa para algumas empresas, especialmente aquelas que não estão preparadas para lidar com o aumento potencial na demanda.

Incentivar e educar as empresas sobre os benefícios de estar online, além de oferecer soluções acessíveis como o Valeon Marketplace, pode ajudar a superar algumas dessas barreiras e incentivar uma maior participação no comércio eletrônico.

Eu

Fale mais sobre educar os empresários a divulgarem mais os seus produtos através do site marketplace da valeon do Vale do Aço.

ChatGPT

Claro, vou abordar alguns pontos que podem ser relevantes ao educar empresários sobre a divulgação de produtos através do site marketplace da Valeon no Vale do Aço:

Consciência sobre o Potencial do Marketplace:

Destaque a importância do marketplace como um canal de vendas eficaz e acessível.

Explique como a Valeon, por ser uma plataforma consolidada na região, oferece visibilidade adicional aos produtos.

Treinamento sobre Uso da Plataforma:

Desenvolva programas de treinamento para ensinar os empresários a criar e gerenciar suas lojas virtuais na Valeon.

Inclua tutoriais práticos sobre a listagem de produtos, precificação, gestão de pedidos e interação com clientes.

Otimização de Páginas de Produtos:

Eduque sobre a importância de descrições detalhadas e imagens de alta qualidade para atrair consumidores.

Enfatize a necessidade de utilizar palavras-chave relevantes para aumentar a visibilidade nos resultados de pesquisa do site.

Estratégias de Marketing Digital:

Ensine estratégias de marketing digital específicas para o marketplace, como o uso de anúncios patrocinados na plataforma.

Explique como as redes sociais e outras ferramentas online podem ser integradas para promover produtos.

Gestão de Comentários e Avaliações:

Incentive a importância de gerenciar feedbacks dos clientes.

Demonstre como boas avaliações podem aumentar a confiança dos compradores e impulsionar as vendas.

Políticas de Atendimento ao Cliente:

Eduque sobre a importância de um excelente atendimento ao cliente.

Destaque como responder prontamente a perguntas e resolver problemas pode impactar positivamente a reputação da empresa.

Monitoramento de Métricas de Desempenho:

Ensine os empresários a utilizar as métricas fornecidas pela Valeon para avaliar o desempenho de suas lojas.

Mostre como ajustar estratégias com base em dados, como taxas de conversão e padrões de compra.

Promoção de Colaboração:

Incentive a colaboração entre empresários para promover produtos complementares.

Destaque a possibilidade de criar ofertas conjuntas ou parcerias estratégicas no marketplace.

Atualização Constante:

Ressalte a necessidade de manter as informações do negócio e dos produtos atualizadas.

Mantenha os empresários informados sobre novas funcionalidades ou ferramentas disponíveis na plataforma.

Apoio Técnico e Consultoria:

Ofereça suporte técnico contínuo para ajudar os empresários a superar desafios.

Considere a possibilidade de fornecer consultoria personalizada para otimizar a presença online de cada negócio.

Ao combinar esses elementos, os empresários estarão mais bem preparados para aproveitar ao máximo as oportunidades oferecidas pelo marketplace da Valeon no Vale do Aço.

E-Mail: valeonbrasil@gmail.com

Site: https://valedoacoonline.com.br/

Fones: (31) 98428-0590 / (31) 3827-2297

segunda-feira, 29 de janeiro de 2024

EUA EM PÉ DE GUERRA COM OS HOUTHIS APOIADOS PELO IRÃ

 

História por Selin Girit e Kate Forbes – BBC World Service  • BBC News Brasil

Grupo financiado pelo Irã já atacou mais de 30 navios mercantes internacionais no Mar Vermelho desde meados de novembro© Departamento de Defesa dos EUA

Não existe vitória fácil à vista para a força-tarefa internacional que reúne os Estados Unidos, Austrália, Bahrein, Canadá e Holanda, na tentativa de destruir alvos dos rebeldes houthis no Iêmen.

O grupo, financiado pelo Irã, já atacou mais de 30 navios mercantes internacionais no Mar Vermelho desde meados de novembro e os sinais são de que os ataques irão continuar.

As autoridades responsáveis pela defesa dos Estados Unidos também parecem firmes nos seus propósitos. Em um comunicado publicado em 23 de janeiro, eles afirmaram:

“Permanecemos prontos para tomar novas ações para neutralizar ameaças ou responder a ataques, garantindo a estabilidade e a segurança da região do Mar Vermelho e das rotas comerciais internacionais.”

Um seguidor houthi segura uma metralhadora em uma caminhonete durante um protesto para condenar os ataques liderados pelos EUA contra alvos houthi e para mostrar apoio aos palestinos na Faixa de Gaza© Reuters

Os ataques dos houthis têm prejudicado o transporte marítimo global. Eles aumentaram as preocupações de que as repercussões da guerra entre Israel e o Hamas possam desestabilizar o Oriente Médio.

Será que os Estados Unidos conseguirão vencer um grupo que a Arábia Saudita vem combatendo sem sucesso há quase uma década?

O reino saudita vem mantendo notável silêncio sobre os problemas no Mar Vermelho, enquanto mantém negociações de paz com os houthis.

Por que o Reino Unido e os EUA estão atacando o Iêmen?

Graneleiro Zografia, de propriedade grega, em Ismailia, Egito, no dia 22 de janeiro, passando por reparos nos danos causados por um ataque de mísseis houthi seis dias antes© SUEZ CANAL AUTHORITY OFFICE / EPA

Antes dos ataques, negociações diplomáticas com os houthis tentaram reduzir a escalada da situação no Mar Vermelho, sem sucesso.

“É lamentável que tenha chegado a este ponto”, declarou o enviado especial americano ao Iêmen, Tim Lenderking.

Os houthis controlam as partes mais populosas do Iêmen. Eles afirmam que seus ataques são atos de solidariedade aos palestinos, depois dos ataques de Israel contra a Faixa de Gaza.

Na verdade, eles estão atacando todos os navios ao seu alcance, colocando em perigo sua carga e seus tripulantes.

William Wechsler, do centro de estudos americano Atlantic Council, acredita que os EUA e o Reino Unido não têm outra opção além de retaliar os ataques com suas próprias forças.

“No comércio internacional, existem oito principais pontos de estrangulamento marítimo”, explica ele. “A metade deles fica no Oriente Médio, que também é a região do mundo mais importante em relação às fontes de energia.”

“Os houthis ameaçaram diretamente um desses pontos [o estreito Bab el-Mandeb] de forma extremamente incomum”, segundo Wechsler.

“Qualquer pessoa que compreenda o papel desempenhado pela energia para garantir nossas condições de vida, qualquer pessoa que se importe com o crescimento econômico em qualquer lugar, precisa observar a importância de proteger esses pontos de estrangulamento críticos.”

Qual a capacidade de resiliência das forças houthis?

Os houthis protestaram para condenar os ataques liderados pelos EUA contra alvos houthi e para mostrar apoio aos palestinos na Faixa de Gaza© Reuters

O grupo rebelde já demonstrou que consegue enfrentar o exército de um Estado soberano: a Arábia Saudita.

Os houthis evoluíram. Graças ao apoio iraniano, eles deixaram de ser um grupo rebelde mal equipado para se tornar uma força de combate treinada com equipamento de último tipo, incluindo helicópteros.

“A resiliência tem dois componentes”, explica Wechsler. “Existe a vontade e existe a capacidade. Ninguém acredita que eles irão romper a vontade [dos houthis]. Mas existe a crença de que podemos vencer sua capacidade.”

Os houthis podem ter conseguido enfrentar um oponente maior, mas combater os Estados Unidos e seus aliados internacionais é uma pretensão totalmente diferente. Afinal, seu poder, estratégia e experiência combinada é muito maior que a dos sauditas.

A questão entre os analistas é até onde os Estados Unidos irão chegar agora.

“Temos muita força e precisamos usá-la com certo critério”, declarou à imprensa Steven A. Cook, da cadeira Eni Enrico Mattei de Estudos sobre a África e o Oriente Médio do Conselho de Relações Internacionais, centro de pesquisa e debate sediado nos EUA.

“Não estamos falando em… invadir o Iêmen, mudar o regime e o tipo de coisas que fizemos no passado”, explica Cook.

“Vou dizer que estive falando recentemente com diversas autoridades árabes, que disseram, sabe, veja, se você vai simplesmente cutucar os houthis, não irá parar. Você precisa levar a cabo o tipo de ação militar que dificulte, ou mesmo impossibilite os houthis de importunar e atacar os navios no Golfo.”

Os EUA e seus aliados podem ser arrastados para uma longa guerra regional?

O USS Mason tem patrulhado o Golfo de Aden como parte da Operação Prosperidade© US Department of Defense

“Esta ação possivelmente irá crescer e se tornar uma operação maior contra a influência maligna do Irã”, afirma o almirante James G. Foggo III, aposentado da marinha americana, do Centro de Estratégias Marítimas. O almirante também é ex-comandante das forças navais americanas na Europa e na África.

“E esta é uma questão que o governo realmente não chegou a discutir em público. Tenho certeza de que estão falando sobre isso.”

Foggo relembrou ao público de uma recente entrevista coletiva o caso dos navios petroleiros de 1980 a 1988 no Golfo Pérsico. Os Estados Unidos atacaram a marinha iraniana, depois que os iranianos atacaram navios petroleiros.

O almirante Foggo prosseguiu comparando o incidente ao ataque ao navio USS Cole, que foi atacado na costa do Iêmen em outubro de 2000, causando a morte de 17 marinheiros americanos. O ataque foi atribuído à Al-Qaeda, mas não houve reação militar contra o grupo.

“O que aconteceu um ano depois? O 11 de setembro”, indicou ele, destacando sua opinião de que é necessária uma ação militar.

Steven A. Cook concorda. Para ele, “a liberdade de navegação é um interesse importante dos Estados Unidos e permitir que um grupo como este tenha tanto poder sobre essa região é arriscar demais”.

Qual o envolvimento do Irã nas ações dos houthis no Mar Vermelho?

Caminhonete carrega uma grande faixa representando o principal líder dos houthis, Abdul-Malik Al-Houthi (d), durante um protesto anti-EUA e anti-Israel, nos arredores de Sanaa, Iêmen© YAHYA ARHAB / EPA

O Irã fornece armas e apoio financeiro para os houthis, mas eles não são controlados diretamente por Teerã.

Ray Takeyh, da cadeira Hasib J. Sabbagh de Estudos sobre o Oriente Médio do Conselho de Relações Internacionais, afirma que “eles chegaram… às suas políticas antiamericanas e anti-israelenses por si próprios”.

“Eles não foram instigados pelos iranianos nessa direção. Por isso, neste sentido, eles não são criação do Irã”, explica Takeyh. “Esta é uma espécie de associação de mentes afins… Ela realmente surgiu como uma tentativa oportunista de infligir danos aos sauditas.”

Os houthis são importantes para o Irã porque permitem que o país aumente sua pressão sobre Israel, via Estados Unidos.

O Irã conta com o receio da comunidade internacional e dos Estados Unidos de que o conflito possa se expandir o suficiente para impor algum tipo de acordo aos israelenses, segundo Takeyh.

Segundo ele, “aqui, a premissa central é que a comunidade internacional e os Estados Unidos possam impor restrições a Israel. Israel é um país soberano que enfrenta uma situação muito complicada. É um país traumatizado.”

O que é uma guerra ‘que não pode ser vencida’?

Os EUA têm conduzido operações de voo em resposta ao aumento das atividades Houthi no Mar Vermelho© US Navy handout / EPA

A estratégia do presidente americano Joe Biden sobre o Iêmen pretende enfraquecer os militantes houthis, mas ela está muito longe de tentar derrotar o grupo ou confrontar diretamente seu principal apoiador (o Irã), segundo os especialistas.

Esta estratégia — um misto de sanções e ataques militares limitados — parece destinada a punir os houthis, mas tentando limitar o risco de um conflito mais amplo no Oriente Médio.

“Não acho que essa missão pretenda necessariamente destruir os houthis ou trazer o governo iemenita de volta ao poder”, afirma Brian Carter, do think tank American Enterprise Institute.

“Acho que ela foi criada para reduzir as capacidades navais e militares dos houthis, para impedi-los de prejudicar o transporte marítimo global no Mar Vermelho.

Para Carter, “danificar sistemas militares não é uma tarefa que não possa ser vencida. É um objetivo militar totalmente alcançável.”

O enviado especial americano para o Iêmen, Tim Lenderking, também destaca que este “não é um confronto ilimitado”.

“Ele se destina simplesmente a destruir a capacidade dos houthis de atacar os navios”, explica ele.

O Pentágono afirma que já destruiu ou danificou mais de 20 mísseis e mais de 25 instalações de instalação e lançamento de mísseis, desde que os Estados Unidos começaram a atacar instalações militares houthis no Iêmen, no dia 11 de janeiro.

O órgão também afirma que já atingiu drones, radares costeiros e instalações de vigilância aérea dos houthis, além de depósitos de armas.

O conflito dá um novo impulso aos houthis?

Apoiadores houthis seguram faixas representando combatentes que foram mortos no recente bombardeio liderado pelos EUA© EPA-EFE/ REX / Shutterstock

Tim Lenderking afirma que os houthis talvez desejem ser arrastados para esta guerra.

Ele declarou à BBC que os houthis consideram que esta guerra é uma forma de mostrar ao público iemenita que eles estão defendendo não só o povo palestino, mas se posicionando contra o Ocidente.

O repórter de segurança da BBC Frank Gardner afirma que os houthis passaram a ser populares entre muitas pessoas em todo o mundo árabe, por dizerem que estão apoiando o Hamas como parte do “Eixo da Resistência” contra Israel, apoiado pelo Irã.

Na recém-batizada Operação Arqueiro de Poseidon, ataques liderados pelos Estados Unidos atingiram novos alvos, depois de uma série de ataques preventivos anteriores contra instalações de lançamentos dos houthis. Estes ataques, segundo o Pentágono, destruíram mísseis enquanto estavam sendo preparados para lançamento.

A inteligência ocidental estimou recentemente que pelo menos 30% dos estoques de mísseis dos houthis foram destruídos ou danificados.

Mas os houthis provavelmente irão continuar seus ataques a navios suspeitos de estarem ligados a Israel, aos EUA ou ao Reino Unido. Eles fizeram com que o grupo ganhasse grande popularidade no Iêmen, onde existem muitos cidadãos insatisfeitos com seu regime brutal, segundo Gardner.

Hisham Al-Omeisy, consultor sobre o Iêmen do Instituto Europeu da Paz, postou no X (antigo Twitter) que muitas pessoas podem não perceber que os houthis têm, na verdade, seus próprios objetivos, além do apoio à Faixa de Gaza.

Confrontos recentes também forneceram aos houthis a oportunidade de legitimar suas décadas de disposição para combater os Estados Unidos.

Para Al-Omeisy, os houthis “não estão apenas conquistando mentes e corações, eles lançaram com sucesso um programa de recrutamento em massa para a ‘batalha da Conquista Prometida e a Sagrada Jihad’.”

“Seria uma incrível falta de visão observar puramente através da lente militar e não considerar o impacto sociopolítico, as ramificações e as reações locais em um lugar onde os sentimentos anti-EUA e anti-Reino Unido são agora muito mais intensos do que o normal.”

CRISE DIPLOMÁTICA AMEAÇA AJUDA HUMANITÁRIA EM GAZA

A crise diplomática que ameaça ajuda humanitária da ONU em Gaza

Byvaleon

Jan 29, 2024

História por Mark Lowen – Da BBC News em Jerusalém  • BBC News Brasil

Criança ao lado de mantimentos dados pela agência da ONU em Gaza© Getty Images

Em Gaza, uma faixa de terra que se está se transformando rapidamente num gigantesco terreno baldio, poucos organismos de ajuda internacional ainda conseguem operar. As Nações Unidas estão entre eles.

A UNRWA — a agência da ONU que dá assistência a refugiados palestinos — foi fundada em 1949, trabalhando na Faixa de Gaza, Cisjordânia, Síria, Jordânia e no Líbano, cuidando de 700 mil palestinos que foram forçados ou fugiram de suas casas com a criação do Estado de Israel à época.

Nos últimos dias, Israel acusou funcionários da UNRWA de envolvimento nos ataques do Hamas de 7 de outubro de 2023. O Hamas matou 1.300 pessoas, a maioria delas civis, em uma ofensiva sem precedentes e fez outras 250 pessoas reféns.

A denúncia desencadeou uma investigação interna, demissões e reações internacionais. O secretário-geral da ONU, António Guterres, se disse “estarrecido” com a acusação e pediu uma apuração rápida.

Guterres afirmou que qualquer empregado da agência que comprovadamente tenha “participado ou auxiliado” no episódio de 7 de outubro será demitido e encaminhado para uma denúncia criminal.

Mark Regev, conselheiro do governo de Israel, disse à BBC que “pessoas recebendo salários” da UNRWA se envolveram no ocorrido em 7 de outubro e que professores que trabalham em escolas da agência “celebraram abertamente” os ataques do Hamas.

Diversos governos ocidentais, como os de Alemanha, EUA e Reino Unido, anunciaram a suspensão de repasses financeiros para a agência. Israel pede o fim das operações da agência em Gaza após o encerramento da atual guerra.

Já países como Irlanda e Noruega afirmaram que vão manter a ajuda. Representantes desse último disseram que “é necessário distinguir o que indívíduos talvez tenham feito e o trabalho que a agência faz”.

Philippe Lazzarini, chefe da agência da ONU, diz que a assistência vital de que dependem 2 milhões de habitantes de Gaza pode estar prestes a terminar, agravando a situação na região.

Ele diz que seria “imensamente irresponsável sancionar uma agência e toda uma comunidade que ela serve por causa de alegações contra alguns indivíduos”.

A missão cuida atualmente do acolhimento de desabrigados em meio ao conflito e distribui a única ajuda que Israel permite. A contraofensiva matou mais de 26 mil palestinos, segundo o Ministério da Saúde de Gaza sob controle do Hamas.

A UNRWA emprega, só em Gaza, 13 mil pessoas. Fornece infraestrutura e ferramentas para o dia a dia da região, com a administração de instalações médicas e educacionais, incluindo centros de formação de professores e quase 300 escolas primárias, bem como produz livros didáticos que educam os jovens palestinos — mas o material é alvo de críticas por seu conteúdo (leia mais abaixo).

E também vem sendo atacada por vários lados ao longo dos anos. A sua própria existência é criticada por Israel por consolidar o estatuto dos palestinos como refugiados, encorajando as esperanças de um direito de regresso à terra de onde foram expulsos em 1948.

Críticas de Israel

Governos israelenses há muito tempo acusam a agência de perpetuarem opiniões anti-Israel em seus manuais e ensinamentos.

Em 2022, o órgão de vigilância israelense IMPACT-se disse que o material educacional da UNRWA ensinou aos alunos que Israel estava tentando “apagar a identidade palestina, roubar e falsificar a herança palestina e apagar a herança cultural de Jerusalém”, acrescentando que a agência promoveu “o antssemitismo, ódio, intolerância e falta de neutralidade”.

A Comissão Europeia identificou o que chamou de “material antissemita” nos livros escolares, “incluindo até incitação à violência”.

O Parlamento Europeu apelou repetidamente para que o financiamento da UE à Autoridade Palestina fosse condicionado à remoção de tais conteúdos.

A UNRWA afirmou anteriormente que os relatórios feitos sobre o seu material educativo eram “imprecisos e enganosos” e que muitos dos livros em questão não eram utilizados nas suas escolas.

A agência administra instalações médicas e educacionais, incluindo centros de formação de professores e quase 300 escolas primárias© Reuters

Em 2018, a administração de Donald Trump, um firme defensor do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, cessou totalmente o apoio financeiro à UNRWA, chamando o órgão de “irremediavelmente falho”.

Agora, à medida que vários governos ocidentais congelam o seu financiamento, a agência enfrenta novamente problemas potencialmente graves — com implicações significativas para os 5,3 milhões de refugiados palestinos registrados nela.

Os EUA, um dos países que decidiram pela suspensão, são o seu maior doador, contribuindo com cerca de US$ 340 milhões (equivalente a R$ 1,6 bilhão) em 2022. A Alemanha, que também suspendeu o financiamento, vem a seguir, tendo enviado US$ 162 milhões (correspondente a R$ 796 milhões) naquele ano.

Para os aliados ocidentais de Israel, esta é uma oportunidade para mostrar compreensão e apoio ao país, mantendo ao mesmo tempo a pressão sobre o seu governo para controlar a ofensiva.

Apesar da pausa no financiamento, o Conselheiro de Segurança Nacional da Casa Branca, John Kirby, fez questão de salientar que as violações cometidas por alguns funcionários “não deveriam punir toda a agência”, que, acrescentou, “ajudou a salvar literalmente milhares de vidas em Gaza”.

O Ministério dos Negócios Estrangeiros de Israel rotulou a UNRWA de “o braço civil do Hamas” e disse que a agência não deveria ter um papel na Faixa de Gaza pós-conflito. Mas há dúvidas sobre quem ocuparia o papel de auxílio à população local em uma terra devastada.

 

GASTOS DO GOVERNO E EQUÍVOCOS CONSTITUCIONAIS PRECISAM SER CORRIGIDOS

 

História por Júlio César Cardoso – ƒ  • Newsrondonia

Os equívocos constitucionais e os gastos da República precisam ser corrigidos© Fornecido por Newsrondonia

Tanta coisa precisa ser providenciada no Congresso. Em cada legislatura surgem novos congressistas, mas a Casa continua com os mesmos defeitos ao não servir de porta-voz da sociedade diante de questões que dizem respeito à moralidade, gastos públicos, equívocos constitucionais, etc.

Vejam alguns casos que precisam ser apreciados pelo Parlamento Federal e não se tem resposta:

1. A quantidade de parlamentares no Legislativo. Temos, por exemplo, um Congresso Nacional, inchado, com 513 deputados e 81 senadores, quando esses números poderiam ser reduzidos para melhor eficiência do Congresso. Precisamos de qualidade e não de quantidade, pois a representatividade eficiente requer qualidade.  

O ex-senador Álvaro Dias apresentou proposta de Emenda Constitucional (PEC) reduzindo para 342 deputados e 54 senadores, argumentado que a proposta traria enorme economia aos cofres públicos, daria mais agilidade ao Congresso, aumentaria a transparência e reduziria as possibilidades de corrupção e negociações espúrias.

2Gastos de gabinetes. A extravagância do dinheiro público com a manutenção dos gabinetes de parlamentares, repletos de elementos apadrinhados, pendurados no cabide de emprego e alguns nem dão expedientes, mas recebem nas folhas de pagamentos, tem de ser moralizada, pois afronta os princípios constitucionais da legalidade, impessoalidade e moralidade de que trata o art. 37 da Constituição Federal. Por exemplo, o senador Eduardo Gomes (PL-TO) tem 82 assessores, um absurdo! Se o dinheiro saísse do bolso de cada parlamentar, o senador não contrataria tanto funcionário.

Os servidores de gabinetes de parlamentares e das representações estaduais, em Brasília, deveriam ser elementos concursados, do quadro do Legislativo, para servir qualquer parlamentar e partido. Qual é a explicação lógica para a necessidade de tantos servidores em gabinetes de parlamentares?

A título ilustrativo, filha, irmãos e genro de Michelle Bolsonaro, bem como Jair Renan, filho de Jair Bolsonaro, estão no empreguismo sem concurso em gabinetes de políticos.

Assim, para acabar com essa imoralidade, o Legislativo Federal deveria realizar concurso público para formar um quadro de servidores, exclusivamente, para atender a todos os gabinetes de parlamentares, pondo fim a essa pouca-vergonha de empreguismo nos gabinetes.

3. Despesas com as benesses de parlamentares. Essas despesas extravagantes deveriam ser moralizadas, diante de um país de milhões de desempregados e sem nada, onde mais de 30 milhões passam fome.

4. Equívocos constitucionais. Há, na Constituição Federal, inúmeros equívocos, que precisam ser corrigidos. Por exemplo:

a) o voto obrigatório, uma incoerência no Estado Democrático de Direito, é responsável pela eleição e reeleição de um Parlamento fraco, medíocre e indecoroso;

b) a reeleição política deveria ser revogada. Quem não tem competência para realizar os seus projetos em quatro anos não deveria se candidatar. O exercício político eletivo é transitório e não pode ser tratado como profissão;

c) a figura do senador suplente é uma excrescência. Trata-se de um representante do povo que não recebe um voto sequer para estar no Parlamento. Na ausência, ou vacância, do parlamentar, deveria assumir a cadeira, no Senado, o segundo candidato mais votado nas eleições majoritárias estaduais, que representa efetivamente a vontade de eleitores, o que não ocorre com suplentes, não sufragados pela vontade popular;

d) o mandado de oito anos para o Senado. Deveria ser alterado para quatro anos, como é no Câmara Federal;

e) a interrupção de mandato para servir aos governos ou disputar novos pleitos. A interrupção é um desrespeito ao eleitor. O mandato é para cumprir até o fim. Ou, então, que o político renuncie ao mandato;

f) a indicação dos ministros dos tribunais superiores (STF). A despolitização do STF é uma necessidade inadiável para que o órgão atue com total imparcialidade. Assim, as vagas dos tribunais superiores – principalmente do STF – deveriam ser preenchidas apenas por indivíduos pertencentes ao quadro de carreira da magistratura, sem indicação do presidente da República. Os ministros dos tribunais superiores deveriam ter mandatos fixos de dez anos e não poderiam ser reconduzidos ao cargo;

g) o STF atuando em matéria constitucional e infraconstitucional. O STF, como guardião da Constituição e das leis, deveria operar apenas em matérias constitucionais, ou seja, interpretação e aplicação da Constituição. As demandas sem relevância constitucional, de interesse privado ou de grupos, deveriam ser julgadas apenas pelo STJ.

5Gastos com a segurança dos ex-presidentes da República. Nada justifica que os ex-presidentes da República, inclusive os cassados, tenham a seu dispor por prazo ilimitado um contingente de servidores para fazer a sua segurança, cuja despesa é paga por todos os contribuintes. O risco de ser presidente faz parte do sistema. Por acaso, um policial, promotor ou magistrado – que combatem ou desarticulam organizações criminosas – têm direito a serviço de segurança e apoio pós-aposentadoria? O país tem de dar exemplo de moralidade nos gastos públicos, e os seus legisladores têm o dever de revogar a Lei 7.474/1986 e o Decreto 6.381//2008, que protegem com segurança infinita os ex-presidentes da República, inclusive os cassados, pois esses instrumentos ferem os princípios da igualdade, razoabilidade, moralidade e impessoalidade. No máximo, as medidas de segurança aos ex-presidentes deveriam se limitar a cinco anos.

Júlio César Cardoso 

Servidor federal aposentado

Balneário Camboriú–SC

DÉFICIT DOS FUNCIONÁRIOS APOSENTADOS DO SETOR PÚBLICO ATINGIU R$ 6 TRILHÕES

 

História por FERNANDO CAZZIAN  • 

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O déficit atuarial dos funcionários aposentados do setor público atingiu cerca de R$ 6 trilhões e é considerado hoje um dos principais motivos para a queda da taxa de investimentos no Brasil —cujo aumento seria fundamental para a economia crescer de forma sustentável.

Os governos federal, estaduais e municipais têm dispensado valores crescentes de sua receita líquida para pagar servidores aposentados, além daqueles na ativa, sobrando cada vez menos para custear a máquina administrativa e investir.

Segundo cálculos do especialista em contas públicas Raul Velloso, em pouco mais de 30 anos só a despesa previdenciária da União saltou de 19,2% do total do gasto para 51,8%. Na contramão, o que o governo federal tinha para usar livremente (gasto discricionário) desabou de 33,7% do total que gastava para 3,1%.

Quem mais sofreu foram os investimentos, que caíram de 16% para 2,2%. No período, houve aumento também em despesas com saúde, educação e assistência social —comprimindo mais os investimentos.

Além da relação direta entre o aumento da despesa com inativos e a diminuição do investimento, evidencia-se também, ao longo das últimas décadas, a queda do crescimento do PIB (Produto Interno Bruto). Quando a área pública investe pouco (e opera com grandes déficits), o setor privado também se retrai, investindo menos.

Entre 1980 e 2022, a taxa de investimento público em infraestrutura despencou de 5,1% para 0,6% do PIB.

Como comparação, os quase R$ 6 trilhões de déficit atuarial na previdência pública equivalem a 93% do total da dívida líquida do setor público (R$ 6,4 trilhões) —principal fonte de preocupação macroeconômica do país.

Mas, diferentemente da dívida pública, que é “rolada” com a emissão de títulos do Tesouro, o déficit de estados e municípios tem de ser coberto com cortes “na carne”; em outras despesas (como investimentos), pois trata-se de aposentadorias que devem ser pagas a milhões de ex-servidores.

Em 2017, por exemplo, durante o governo de Luiz Fernando Pezão, no estado do Rio, centenas de ex-servidores realizaram protestos, entrando em confronto com a polícia, por atrasos no pagamento de mais de 300 mil aposentadorias. O risco, no futuro, é que vários estados e municípios passem pelo mesmo.

Desde 2006, o gasto previdenciário com os servidores apresentou taxa média de crescimento real (acima da inflação) de 12,5% ao ano nos municípios, 5,9% nos estados e 3,1% na União, segundo cálculos de Velloso.

Na aprovação da reforma da Previdência, em 2019, após pressões políticas, estados e municípios ficaram de fora das novas regras que dificultaram as aposentadorias. Mas lhes foi facultado aprovar separadamente depois, em câmaras e assembleias locais, a adoção dos novos mecanismos.

Dados do governo federal mostram que, dos 2.146 municípios e estados que dispõem de regimes próprios de Previdência para seus servidores, somente 732, ou 34,1%, adotaram ao menos 80% das regras para os benefícios fixados na reforma da Previdência.

Entre os dois terços que não o fizeram, constam administrações como as do Distrito Federal, de Pernambuco, do Amazonas, do Maranhão, do Rio de Janeiro capital, de Belo Horizonte e de Florianópolis. Nas cidades do interior, de 2.093 com regimes próprios, só 701 realizaram reformas amplas.

Alguns entes também aumentaram as contribuições mensais que os inativos devem aportar no regime próprio, aliviando o déficit.

Velloso afirma ser fundamental que as administrações reformem seus regimes. Mas que só isso não resolve, pois há milhares de servidores chegando à idade da aposentadoria, o que deve continuar pressionado o déficit.

O economista defende há anos a criação de fundos para capitalizar alguns ativos (como imóveis e royalties de petróleo e minério) para o pagamento das aposentadorias.

Com a ajuda de Velloso, seu estado natal, o Piauí, adequou o sistema previdenciário às regras da reforma de 2019 e criou um fundo de capitalização, equacionando, a longo prazo, o problema atuarial de seu regime próprio de previdência.

Segundo Leonardo Rolim, ex-secretário de Previdência e ex-presidente do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social), a cidade de São Paulo também reformou o sistema e criou um fundo (com imóveis e ações de empresas) com o mesmo objetivo. Cidades como Goiânia e Campinas seguem o mesmo caminho.

Rolim afirma que, em alguns casos, o déficit poderia ser equacionado cobrando-se contribuições adicionais dos aposentados, mas que isso muitas vezes é difícil politicamente. “Há uma visão de curto prazo em muitas administrações, e os déficits não são resolvidos. Fala-se desse problema há muitos anos, mas ele só fica mais sério com o passar do tempo”, diz.

Algumas administrações têm hoje mais servidores aposentados do que na ativa, e o valor recolhido sobre seus salários é insuficiente para pagar os benefícios aos ativos. No Rio Grande do Sul, segundo Rolim, há 10 aposentados para cada 7 ativos —e a folha de pagamento de inativos é 50% maior do que a dos que ainda trabalham.

A curto prazo, muitos estados também vêm sofrendo com queda na arrecadação, principalmente os mais populosos, onde há diminuição da receita corrente líquida em relação aos 12 meses anteriores.

Para Claudio Hamilton dos Santos, coordenador de finanças públicas do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), parte dos estados tem hoje dívidas com a União e, mesmo assim, reluta em fazer ajustes —embora alguns venham tentando melhorar as contas.

“Muitos já ‘quebraram’ outras vezes e sabem que, se forem mal, a União acaba ajudando no final.” Santos diz, no entanto, que faltam instrumentos mais efetivos para fiscalizar e sanear os estados.

“Em muitos casos, o ajuste que pode ser feito é diminuir o número de servidores ativos, não fazendo novas contratações. Mas isso não resolve o problema a curto prazo, nem a questão dos inativos”, diz.

Segundo ele, entre os estados, é preciso fazer distinções. Ex-territórios como Amapá e Roraima e estados “jovens” como Tocantins têm poucos inativos e fizeram ou estão fazendo reformas e poupança para pagar aposentados.

Outros seriam os “maduros” (desde sempre com muitos inativos) que fizeram o dever de casa nos últimos 20 anos com políticas salariais sensatas e/ou poupança. Casos de São Paulo e Espírito Santo. Há outros “maduros” que não fizeram ajustes, como Minas Gerais e Rio de Janeiro.

Por fim, haveria os estados “maduríssimos”, que já tiveram que “cortar na carne horrivelmente na década de 2010”, como o Rio Grande do Sul. Mas, como o estado contratou poucos funcionários desde 2010, terá relativamente poucas novas aposentadorias no futuro.

PARA A REINDUSTRIALIZAÇÃO DO BRASIL SERÁ NECESSÁRIO REMOVER OS GARGALOS ESTRUTURAIS MICROECONÔMICOS QUE AFETAM O INVESTIMENTO

História por Notas & Informações  • Jornal Estadão

O plano “Nova Indústria Brasil”, anunciado pelo presidente Lula da Silva, diz muito ao País pelo que tem, ao reciclar velhos e malfadados vícios de governos lulopetistas, mas também pelo que não tem. Nenhuma política industrial pode ser considerada séria e eficaz se não incluir a eliminação de gargalos de infraestrutura, saneamento, formação de capital humano e ambiente de negócios. Isto é, sem atacar problemas estruturais microeconômicos que afetam o investimento, a segurança jurídica e a capacidade de crescer de forma sustentável no longo prazo. Pelo que se viu num plano carente de detalhes, tais fatores não parecem estar entre as prioridades do governo para a prometida reindustrialização do Brasil.

Exceto pela reforma tributária, que ainda vai demorar a virar realidade pelo tempo necessário à sua regulamentação e implementação, ou pela preocupação fiscal hoje restrita à equipe econômica do ministro Fernando Haddad, pouco ou nenhum foco está direcionado a reverter a baixa eficiência econômica da indústria. Nada sugere que gargalos competitivos possam vir a ser desfeitos com a nova política industrial nem com outros programas que o governo Lula tenha apresentado até aqui.

A desidratação da indústria é evidente; e uma reindustrialização, necessária. O setor tem enfrentado dificuldades de crescimento, com uma participação cada vez menor no PIB, além de um longo período de perda de competitividade. Fora essa constatação dupla, tanto o diagnóstico quanto as soluções apresentadas pelo governo são duvidosos.

Diferentes fatores resultaram em mudanças significativas da indústria em todo o mundo, o que levou a uma tendência de novas abordagens de política industrial. Conforme um estudo que é referência no assunto, The new economics of industrial policy (A nova economia da política industrial), de Réka Juhász, Nathan Lane e Dani Rodrik, respectivamente professores das Universidades de Columbia, Oxford e Harvard, houve uma retomada de políticas industriais pelos países, sobretudo a partir de 2017 e mais ainda no contexto da pandemia de covid-19. Um efeito direto das agendas de descarbonização, das mudanças da globalização e de alterações nas cadeias produtivas, e na esteira de eventos disruptivos como a pandemia e o conflito Rússia-Ucrânia.

Os artífices do plano brasileiro, no entanto, ignoram que os males de nossa indústria vêm de muito antes. A desindustrialização é mais antiga e precoce do que a dos países ricos mencionados como exemplo de políticas industriais recentes: tem ocorrido no Brasil desde meados dos anos 1990, num processo que foi se agravando já nos governos petistas anteriores. Entre 1995 e 2022, a produtividade da indústria de transformação caiu quase 1% ao ano no País, segundo a Fundação Getulio Vargas. O sistema tributário complexo, oneroso e cumulativo, a infraestrutura deficiente, o financiamento escasso e caro, a baixa qualidade da educação e a insegurança jurídica são alguns dos fatores habitualmente citados para explicar a desindustrialização. Essa é a microeconomia.

Há uma máxima entre economistas ortodoxos que informa: crescimento econômico decorre mesmo é da microeconomia; à macroeconomia convém “apenas” não atrapalhar. Fatores estruturais microeconômicos que desidrataram nossa indústria estão associados, entre outras coisas, ao ambiente de negócios ruim e à dificuldade do Brasil de lidar com ajustes quando são necessários. É notória a incapacidade de avaliar políticas e desfazer o que deu errado. No Brasil, tudo se transforma imediatamente em direito adquirido, assegurado pela generosa mão estatal.

Diferentemente dos exemplos dos norte-americano, europeus e asiáticos, o Brasil tem escassez de capital humano e físico. Em geral, setores a desenvolver dependem de fatores de produção escassos, encarecendo enormemente a política. Além disso, ao Estado brasileiro falta a chamada “autonomia embutida” – conceito do sociólogo americano Peter Evans que diz respeito à capacidade do Estado de estar próximo ao setor privado e entender seus diagnósticos para destravar obstáculos sem ser capturado por interesses particulares. São atributos e condições essenciais para uma política industrial que seja efetivamente nova e boa. Sem isso, é um elogio à ineficiência econômica.

 

COREIA DO NORTE PREPARA PARA A GUERRA CONTRA A COREIA DO SUL

História por Frances Mao – Da BBC News  • BBC News Brasil

Analistas alertam que Kim Jong-un não deve ser ignorado© KCNA

Dois respeitados especialistas em Coreia do Norte chamaram atenção ao afirmar que o líder do país, Kim Jong-un, estaria se preparando para uma guerra.

O principal sinal nesse sentido, segundo os especialistas, é que Kim Jong-un descartou publicamente o histórico objetivo de se reconciliar e reunificar com a Coreia do Sul. Em vez disso, está apresentando o Norte e o Sul como dois Estados independentes e em guerra um com o outro.

“Acreditamos que, como seu avô em 1950, Kim Jong-un tomou uma decisão estratégica de ir para a guerra”, escreveram Robert L. Carlin, ex-especialista da CIA (agência americana de inteligência), e Siegfried S. Hecker, cientista nuclear que visitou a Coreia do Norte várias vezes, em um artigo no site especializado 38 North.

Essa análise fez soar alarmes em Washington e Seul, e gerou intenso debate nos círculos que monitoram os acontecimentos na Coreia do Norte.

A maioria dos especialistas, no entanto, discorda da teoria da guerra; a BBC falou com sete deles, na Ásia, Europa e América do Norte e nenhum concordou com a tese.

“Arriscar todo o seu regime em um conflito potencialmente cataclísmico não é a cara dos norte-coreanos. Eles provaram ser brutalmente maquiavélicos”, diz Christopher Green, observador de Coreias do centro de estudos Crisis Group.

Ele e outros afirmam que o Norte muitas vezes toma ações drásticas para trazer as potências ocidentais à mesa para o diálogo; e também para responder a pressões políticas em casa.

Mas eles concordam que as crescentes ameaças de Kim não podem ser ignoradas e que regime ficou mais perigoso.

Embora a maioria argumente que uma guerra ainda seja improvável, alguns temem que um ataque de poder ofensivo limitado possa estar nos planos do país.

O que levou a esse alerta?

Especialistas que observam de perto as ações do líder da Coreia do Norte estão acostumados com suas ameaças nucleares, mas alguns dizem que as últimas mensagens de Pyongyang são diferentes.

Kim apresentou uma nova visão de sua política no dia 15 de janeiro© KCNA

Seis dias depois de um discurso na véspera de Ano Novo, em que Kim Jong-un declarou que “é fato consumado que uma guerra pode eclodir a qualquer momento na península coreana”, militares norte-coreanos fizeram disparos contra uma ilha da Coreia do Sul.

A Coreia do Norte também diz ter testado um novo foguete de combustível sólido, além de drones de ataque subaquático, supostamente capazes de transportar uma arma nuclear.

Nos últimos dois anos, houve lançamentos quase mensais de mísseis além de evidências de que a Coreia do Norte está desenvolvendo armas — atividades que violam sanções da ONU.

No entanto, foi o seu anúncio de abandonar formalmente o objetivo da unificação que gerou tensões na semana passada.

A reunificação com a Coreia do Sul sempre foi uma parte fundamental — embora cada vez mais distante — da ideologia da Coreia do Norte desde a criação do Estado.

“Isto é um fato novo importante. Ele altera fundamentalmente um dos principais preceitos ideológicos do regime”, diz Peter Ward, pesquisador da Universidade Kookmin, em Seul.

Kim Jong-un estaria agora destruindo o legado de aproximação. Juntamente com o encerramento dos canais diplomáticos e das transmissões de rádio transfronteiriças, ele anunciou que iria demolir o Arco da Reunificação, um monumento de 30 metros de altura nos arredores de Pyongyang.

O arco, que mostra duas mulheres em trajes tradicionais coreanos aproximando-se uma da outra, foi construído em 2001 para marcar os esforços de seu pai e avô em direção ao objetivo da reunificação.

Imagens divulgadas pela empresa americana de imagens de satélite Planet Labs na terça-feira (23/01) parecem indicar que o arco já foi demolido – mas não há confirmação oficial disso.

Kim Jong-un pretende destruir arcos que foram construídos como símbolo de aproximação com Coreia do Sul© GETTY IMAGES

O avô de Kim Jong-un, Kim Il-sung, foi quem entrou em guerra em 1950, mas foi também quem deu a ideia de que, em algum momento, os norte-coreanos se uniriam novamente ao sul.

Mas o seu neto agora decidiu definir os sul-coreanos como pessoas completamente diferentes — talvez para justificá-los como alvo militar.

Um ataque limitado?

Carlin e Hecker, os analistas que preveem guerra, interpretam tudo isso como sinais de que Kim Jong-un decidiu realmente partir para uma ação militar.

Mas a maioria dos analistas discorda. Seong-Hyon Lee, da Fundação George HW Bush para as relações EUA-China, salienta que o país deverá se reabrir a turistas estrangeiros no próximo mês, e que também vendeu armamentos de guerra para a Rússia — coisas que dificilmente faria se estivesse se preparando para uma guerra.

O principal problema de Kim em uma eventual guerra, no entanto, é o poderio militar dos Exércitos dos EUA e da Coreia do Sul, que são muito mais avançados do que o norte-coreano.

“Uma guerra geral poderia matar muitas pessoas no Sul, mas seria o fim de Kim Jong-un e do seu regime”, diz Ward, da Universidade Kookmin.

Ele e outros analistas acham que podem estar sendo criadas condições para um ataque menor.

“Estou muito mais preocupado, em geral, com um ataque limitado à Coreia do Sul (…). Um ataque que teria como alvo o território ou as forças militares sul-coreanas, mas com alcance limitado”, diz o analista Ankit Panda, do Carnegie Endowment for International Peace.

Esse ataque poderia vir na forma de bombardeamentos ou tentativa de ocupação de ilhas contestadas a oeste da península coreana.

Em 2010, o Norte atacou a ilha de Yeonpyeong, matando quatro soldados sul-coreanos — enfurecendo a Coreia do Sul.

Uma provocação semelhante poderia novamente ser feita para testar os limites da Coreia do Sul, sugerem os analistas, e para pressionar o presidente Yoon Suk Yeol. O presidente sul-coreano é um líder agressivo que prometeu responder a qualquer ataque norte-coreano com retaliação “múltiplas vezes mais grave”.

“A Coreia do Norte pode esperar um ataque retaliatório desproporcional de Seul”, diz Panda, algo que poderá desencadear uma escalada mais ampla dos combates.

Negociações

Outros dizem que tudo deve ser colocados no contexto do modus operandi de Kim.

“Olhando para a história da Coreia do Norte, vemos que muitas vezes o país recorreu à provocação para atrair a atenção de outros países quando quer negociar”, diz Seong-Hyon Lee.

O regime continua sob sanções econômicas e 2024 é um ano eleitoral para os seus inimigos — com eleição presidencial dos EUA e para o Parlamento da Coreia do Sul.

“Isto representa uma boa oportunidade para as provocações de Kim Jong-un”, diz Lee.

O atual governo dos EUA sob Joe Biden — focado na Ucrânia e em Gaza — não vem prestando muita atenção à Coreia do Norte. Pyongyang também costuma ter maior envolvimento com governos do Partido Republicano.

Kim Jong Un e Donald Trump forjaram uma espécie de “amizade” em 2019, antes de as negociações de desnuclearização azedarem. O líder norte-coreano pode estar esperando que o ex-presidente dos EUA retorne à Casa Branca, onde poderá enfraquecer a aliança com a Coreia do Sul e se mostrar mais aberto a dialogar novamente.

A amizade mais estreita da Coreia do Norte com a Rússia e o apoio econômico contínuo da China no ano passado também podem ter aumentado a sua audácia, sugerem os analistas. A Coreia do Norte recebeu ajuda técnica da Rússia para atingir o objetivo a longo prazo de lançar os seus satélites espiões. Os dois países realizaram várias reuniões de alto nível, incluindo uma cúpula de líderes no ano passado.

Kim visitou a Rússia em novembro do ano passado© Reuters

“Muito do que estamos vendo é resultado de uma maior confiança norte-coreana nas suas próprias capacidades e na sua posição geopolítica, dado o apoio russo e, em menor grau, o chinês”, diz Panda.

Metas domésticas

Alguns analistas dizem que Kim Jong-un está tentando estabilizar o seu próprio regime.

“Isso parece ser um ajuste ideológico para a sobrevivência do regime”, argumenta o professor Leif-Eric Easley, da Universidade Ewha, em Seul. “Os norte-coreanos estão cada vez mais conscientes das falhas do seu país comunista em comparação com o Sul.”

Ele acredita que a política centrada na definição de um inimigo se destina a justificar os gastos de Kim com mísseis durante um período economicamente difícil. Há relatos de fome aguda em todo o país.

Apresentar a Coreia do Sul como inimigo também torna mais fácil resolver a “dissonância cognitiva que está no cerne” da visão da Coreia do Norte sobre o Sul, salienta Ward.

“Anteriormente, a Coreia do Sul era um Estado maligno – com uma cultura irremediavelmente corrupta que não deveria ser consumida sob nenhuma circunstância – , mas o objetivo era unificar com as pessoas que precisavam ser libertadas do seu governo maligno”, diz Ward.

“Agora o país e a sua cultura podem ser considerados ‘maus’, e isso justifica a contínua repressão à cultura sul-coreana.”

A BBC publicou na semana passada imagens raras de dois adolescentes norte-coreanos condenados a 12 anos de trabalhos forçados por assistirem programas de televisão sul-coreanos.

“Na verdade, ele não quer uma guerra – uma grande aposta em que teria nada a ganhar e tudo a perder”, diz Sokeel Park, da Liberty in North Korea, ONG que ajuda refugiados norte-coreanos.

Para Park, as ameaças de Kim visam, em vez disso, consolidar sua nova política de Norte e Sul, concebida em última análise para reforçar o seu poder internamente.

No final das contas, a melhor maneira de descobrir o que o líder do Norte está pensando é conversar com ele, argumenta Seong-Hyon Lee.

“Sentar à mesa com o líder de uma nação inimiga deve ser visto como uma tentativa de reduzir erros de análise e evitar a guerra.”

Com reportagem adicional de Kelly Ng

Analistas alertam que Kim Jong-un não deve ser ignorado© KCNA

Dois respeitados especialistas em Coreia do Norte chamaram atenção ao afirmar que o líder do país, Kim Jong-un, estaria se preparando para uma guerra.

O principal sinal nesse sentido, segundo os especialistas, é que Kim Jong-un descartou publicamente o histórico objetivo de se reconciliar e reunificar com a Coreia do Sul. Em vez disso, está apresentando o Norte e o Sul como dois Estados independentes e em guerra um com o outro.

“Acreditamos que, como seu avô em 1950, Kim Jong-un tomou uma decisão estratégica de ir para a guerra”, escreveram Robert L. Carlin, ex-especialista da CIA (agência americana de inteligência), e Siegfried S. Hecker, cientista nuclear que visitou a Coreia do Norte várias vezes, em um artigo no site especializado 38 North.

Essa análise fez soar alarmes em Washington e Seul, e gerou intenso debate nos círculos que monitoram os acontecimentos na Coreia do Norte.

A maioria dos especialistas, no entanto, discorda da teoria da guerra; a BBC falou com sete deles, na Ásia, Europa e América do Norte e nenhum concordou com a tese.

“Arriscar todo o seu regime em um conflito potencialmente cataclísmico não é a cara dos norte-coreanos. Eles provaram ser brutalmente maquiavélicos”, diz Christopher Green, observador de Coreias do centro de estudos Crisis Group.

Ele e outros afirmam que o Norte muitas vezes toma ações drásticas para trazer as potências ocidentais à mesa para o diálogo; e também para responder a pressões políticas em casa.

Mas eles concordam que as crescentes ameaças de Kim não podem ser ignoradas e que regime ficou mais perigoso.

Embora a maioria argumente que uma guerra ainda seja improvável, alguns temem que um ataque de poder ofensivo limitado possa estar nos planos do país.

O que levou a esse alerta?

Especialistas que observam de perto as ações do líder da Coreia do Norte estão acostumados com suas ameaças nucleares, mas alguns dizem que as últimas mensagens de Pyongyang são diferentes.

Kim apresentou uma nova visão de sua política no dia 15 de janeiro© KCNA

Seis dias depois de um discurso na véspera de Ano Novo, em que Kim Jong-un declarou que “é fato consumado que uma guerra pode eclodir a qualquer momento na península coreana”, militares norte-coreanos fizeram disparos contra uma ilha da Coreia do Sul.

A Coreia do Norte também diz ter testado um novo foguete de combustível sólido, além de drones de ataque subaquático, supostamente capazes de transportar uma arma nuclear.

Nos últimos dois anos, houve lançamentos quase mensais de mísseis além de evidências de que a Coreia do Norte está desenvolvendo armas — atividades que violam sanções da ONU.

No entanto, foi o seu anúncio de abandonar formalmente o objetivo da unificação que gerou tensões na semana passada.

A reunificação com a Coreia do Sul sempre foi uma parte fundamental — embora cada vez mais distante — da ideologia da Coreia do Norte desde a criação do Estado.

“Isto é um fato novo importante. Ele altera fundamentalmente um dos principais preceitos ideológicos do regime”, diz Peter Ward, pesquisador da Universidade Kookmin, em Seul.

Kim Jong-un estaria agora destruindo o legado de aproximação. Juntamente com o encerramento dos canais diplomáticos e das transmissões de rádio transfronteiriças, ele anunciou que iria demolir o Arco da Reunificação, um monumento de 30 metros de altura nos arredores de Pyongyang.

O arco, que mostra duas mulheres em trajes tradicionais coreanos aproximando-se uma da outra, foi construído em 2001 para marcar os esforços de seu pai e avô em direção ao objetivo da reunificação.

Imagens divulgadas pela empresa americana de imagens de satélite Planet Labs na terça-feira (23/01) parecem indicar que o arco já foi demolido – mas não há confirmação oficial disso.

Kim Jong-un pretende destruir arcos que foram construídos como símbolo de aproximação com Coreia do Sul© GETTY IMAGES

O avô de Kim Jong-un, Kim Il-sung, foi quem entrou em guerra em 1950, mas foi também quem deu a ideia de que, em algum momento, os norte-coreanos se uniriam novamente ao sul.

Mas o seu neto agora decidiu definir os sul-coreanos como pessoas completamente diferentes — talvez para justificá-los como alvo militar.

Um ataque limitado?

Carlin e Hecker, os analistas que preveem guerra, interpretam tudo isso como sinais de que Kim Jong-un decidiu realmente partir para uma ação militar.

Mas a maioria dos analistas discorda. Seong-Hyon Lee, da Fundação George HW Bush para as relações EUA-China, salienta que o país deverá se reabrir a turistas estrangeiros no próximo mês, e que também vendeu armamentos de guerra para a Rússia — coisas que dificilmente faria se estivesse se preparando para uma guerra.

O principal problema de Kim em uma eventual guerra, no entanto, é o poderio militar dos Exércitos dos EUA e da Coreia do Sul, que são muito mais avançados do que o norte-coreano.

“Uma guerra geral poderia matar muitas pessoas no Sul, mas seria o fim de Kim Jong-un e do seu regime”, diz Ward, da Universidade Kookmin.

Ele e outros analistas acham que podem estar sendo criadas condições para um ataque menor.

“Estou muito mais preocupado, em geral, com um ataque limitado à Coreia do Sul (…). Um ataque que teria como alvo o território ou as forças militares sul-coreanas, mas com alcance limitado”, diz o analista Ankit Panda, do Carnegie Endowment for International Peace.

Esse ataque poderia vir na forma de bombardeamentos ou tentativa de ocupação de ilhas contestadas a oeste da península coreana.

Em 2010, o Norte atacou a ilha de Yeonpyeong, matando quatro soldados sul-coreanos — enfurecendo a Coreia do Sul.

Uma provocação semelhante poderia novamente ser feita para testar os limites da Coreia do Sul, sugerem os analistas, e para pressionar o presidente Yoon Suk Yeol. O presidente sul-coreano é um líder agressivo que prometeu responder a qualquer ataque norte-coreano com retaliação “múltiplas vezes mais grave”.

“A Coreia do Norte pode esperar um ataque retaliatório desproporcional de Seul”, diz Panda, algo que poderá desencadear uma escalada mais ampla dos combates.

Negociações

Outros dizem que tudo deve ser colocados no contexto do modus operandi de Kim.

“Olhando para a história da Coreia do Norte, vemos que muitas vezes o país recorreu à provocação para atrair a atenção de outros países quando quer negociar”, diz Seong-Hyon Lee.

O regime continua sob sanções econômicas e 2024 é um ano eleitoral para os seus inimigos — com eleição presidencial dos EUA e para o Parlamento da Coreia do Sul.

“Isto representa uma boa oportunidade para as provocações de Kim Jong-un”, diz Lee.

O atual governo dos EUA sob Joe Biden — focado na Ucrânia e em Gaza — não vem prestando muita atenção à Coreia do Norte. Pyongyang também costuma ter maior envolvimento com governos do Partido Republicano.

Kim Jong Un e Donald Trump forjaram uma espécie de “amizade” em 2019, antes de as negociações de desnuclearização azedarem. O líder norte-coreano pode estar esperando que o ex-presidente dos EUA retorne à Casa Branca, onde poderá enfraquecer a aliança com a Coreia do Sul e se mostrar mais aberto a dialogar novamente.

A amizade mais estreita da Coreia do Norte com a Rússia e o apoio econômico contínuo da China no ano passado também podem ter aumentado a sua audácia, sugerem os analistas. A Coreia do Norte recebeu ajuda técnica da Rússia para atingir o objetivo a longo prazo de lançar os seus satélites espiões. Os dois países realizaram várias reuniões de alto nível, incluindo uma cúpula de líderes no ano passado.

Kim visitou a Rússia em novembro do ano passado© Reuters

“Muito do que estamos vendo é resultado de uma maior confiança norte-coreana nas suas próprias capacidades e na sua posição geopolítica, dado o apoio russo e, em menor grau, o chinês”, diz Panda.

Metas domésticas

Alguns analistas dizem que Kim Jong-un está tentando estabilizar o seu próprio regime.

“Isso parece ser um ajuste ideológico para a sobrevivência do regime”, argumenta o professor Leif-Eric Easley, da Universidade Ewha, em Seul. “Os norte-coreanos estão cada vez mais conscientes das falhas do seu país comunista em comparação com o Sul.”

Ele acredita que a política centrada na definição de um inimigo se destina a justificar os gastos de Kim com mísseis durante um período economicamente difícil. Há relatos de fome aguda em todo o país.

Apresentar a Coreia do Sul como inimigo também torna mais fácil resolver a “dissonância cognitiva que está no cerne” da visão da Coreia do Norte sobre o Sul, salienta Ward.

“Anteriormente, a Coreia do Sul era um Estado maligno – com uma cultura irremediavelmente corrupta que não deveria ser consumida sob nenhuma circunstância – , mas o objetivo era unificar com as pessoas que precisavam ser libertadas do seu governo maligno”, diz Ward.

“Agora o país e a sua cultura podem ser considerados ‘maus’, e isso justifica a contínua repressão à cultura sul-coreana.”

A BBC publicou na semana passada imagens raras de dois adolescentes norte-coreanos condenados a 12 anos de trabalhos forçados por assistirem programas de televisão sul-coreanos.

“Na verdade, ele não quer uma guerra – uma grande aposta em que teria nada a ganhar e tudo a perder”, diz Sokeel Park, da Liberty in North Korea, ONG que ajuda refugiados norte-coreanos.

Para Park, as ameaças de Kim visam, em vez disso, consolidar sua nova política de Norte e Sul, concebida em última análise para reforçar o seu poder internamente.

No final das contas, a melhor maneira de descobrir o que o líder do Norte está pensando é conversar com ele, argumenta Seong-Hyon Lee.

“Sentar à mesa com o líder de uma nação inimiga deve ser visto como uma tentativa de reduzir erros de análise e evitar a guerra.”

Com reportagem adicional de Kelly Ng