quarta-feira, 3 de janeiro de 2024

BRANDING ENVOLVE PROPÓSITO, VALORES, IDENTIDADE E POSICIONAMENTO

 

Paulino Sulz – rockcontent  – Marketing de Defensores

Branding é a gestão das estratégias de marca de uma empresa, com o objetivo de torná-la mais desejada e positiva na mente de seus clientes e do público geral. O Branding, ou brand management, envolve ações relacionadas ao propósito, valores, identidade e posicionamento.

Estamos inseridos em um movimento mundial de consumo que força empresas a pensarem meticulosamente em cada passo. Cada estratégia e ação de marketing elaboradas podem ecoar por todos os cantos da cidade, do estado, do país ou até do mundo.

Não só isso, o mercado e muitos dos seus concorrentes já estão nesse movimento de entender que resultados não são criados da noite para o dia, mas são conquistados com uma estratégia coerente e relevante de ponta a ponta. Em suma, esse é um trabalho de gestão de uma marca, o chamado Branding.

Essa estratégia vem sendo trabalhada pelas maiores empresas do mundo há algum tempo. Quem nunca associou felicidade à Coca-Cola, ou quando leu a frase “Just do it” já sabia qual empresa assinava aquela propaganda? Ou até mesmo quando viu uma postagem roxa no feed, já se preparou para um conteúdo do Nubank?

Engana-se quem acredita que essa estratégia é só para grandes empresas, ou que elas construíram isso de repente. Tudo é parte de um processo complexo de gestão que não traz resultados imediatos, mas produz frutos duradouros.

Quer saber mais sobre o Branding e como trabalhá-lo para que sua empresa não seja só mais uma no mercado? Continue com a gente!

O que é Branding?

O que é uma marca?

Como fazer uma gestão de marca?

Tenha uma identidade forte e coerente

Faça uma gestão de sua marca e stakeholders

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O que é Branding?

O Branding é uma forma de gerir as estratégias de marca de uma determinada empresa. Essa gestão de marca inclui um planejamento a longo prazo e criação e gerenciamento dos elementos de sua identidade visual para, assim, conseguir potencializar a percepção da sua empresa na mente dos consumidores.

Em suma, o Branding trabalha com o conceito de que uma marca precisa ser planejada, estruturada, gerida e promovida. Todos esses processos que englobam fazer uma gestão de marca fazem parte desse trabalho.

O objetivo é assegurar que todos seus stakeholders entendam seu posicionamento, aumentar sua relevância no mercado, potencializar sua visibilidade e fazer com que sua empresa tenha uma boa reputação com seu público. São estratégias que garantem que sua empresa cresça de maneira sustentável.

Branding é garantir que seu negócio vai crescer de forma inteligente e duradoura, sempre voltado para o que sua marca é e como quer ser percebida. Vamos entender um pouco mais sobre isso.

O que é uma marca?

Uma marca não é só um logotipo, um nome ou uma identidade visual. Ela é um conjunto de sentimentos e experiências que o seu público teve e criou do produto ou serviço que você oferece.

Muitas vezes esse processo é individual, no qual cada pessoa entende sua marca de uma maneira distinta. Essa perspectiva será sempre baseada nos contextos sociais, culturais, econômicos de cada indivíduo e, principalmente, nas experiências que tiveram com sua empresa.

É justamente por isso que uma estratégia de Branding se faz essencial. Você nunca terá controle total sobre como sua empresa será percebida, o que faz com que você tenha que se diferenciar da concorrência, criando uma marca única e que entregue experiências incríveis do início ao fim.

Uma marca é o que diferencia empresas de sucesso de muitas outras que ficam pelo caminho.

Por que o Itaú conseguiu ser uma das maiores instituições financeiras do mundo? Tenho certeza que você lembra do “Feito para você”, que é muito mais do que uma tagline, um slogan, mas uma representação de uma gestão focada no cliente e em suas necessidades.

Marcas precisam de valores, de um propósito que vai guiar todas suas ações, desde a concepção de um produto até como ele será promovido em qualquer canal de comunicação.

Quando isso é bem feito, o consumidor sente e sua empresa vira líder de mercado, assim como o Itaú é hoje. Então, como fazer esse tipo de gestão de marca que vai te deixar à frente dos concorrentes?

Como fazer uma gestão de marca?

Você já deve ter percebido toda a complexidade que envolve uma marca. Fazer a gestão dela, portanto, não poderia ser diferente.

Toda empresa deve possuir muitos canais de comunicação e muitos profissionais envolvidos, desde colaboradores a fornecedores. Além disso, precisa conseguir, no meio de tudo isso, atrair clientes. Para garantir que você atinja esse objetivo final, você precisa entender, desde o início, quem é sua empresa e quais são os valores dela.

Sua marca precisa ter uma identidade forte e coerente que vai ajudar a comunicar isso, auxiliando a potencializar e gerenciar como seu público enxerga o que você está construindo.

Por fim, sua estratégia de Branding deve assegurar que você vai conseguir promover a sua marca para garantir mais destaque para a sua empresa e torná-la líder de mercado.

São essas estratégias que vamos ajudar você a criar. Vamos ver alguns passos essenciais para esse processo?

Crie uma plataforma de marca

A primeira etapa para se gerir uma marca é, sem dúvidas, dar um passo para trás e entender do que ela é feita. Em que bases ela foi fundada? O que ela promete entregar para o mundo? O que faz ela ser única?

Uma plataforma de marca é um conjunto de componentes únicos de sua marca que vão ajudar seus consumidores a se conectarem com ela. Como consequência, isso vai ajudar a comunicar melhor sua essência.

Alguns dos principais pontos que qualquer plataforma de marca precisa englobar são o propósito de sua marca, sua promessa, seus atributos e seu posicionamento.

Propósito

Um propósito nada mais é do que sua razão de existir. Por que sua marca precisa existir? Por que ela foi criada?

Nessa etapa, é extremamente valioso voltar o olhar para o momento de criação da sua empresa. O que estava na cabeça de seus fundadores? O que eles queriam transformar no mercado quando criaram sua empresa?

Muitas vezes, esse propósito vai vir como uma frase que acompanha o logo, e acaba se tornando um tagline ou um slogan da marca. O propósito da Airbnb, marketplace de acomodações e hospedagem, é acreditar que é possível existir um mundo onde as pessoas podem pertencer a qualquer lugar.

propósito da airbnb

Criando a Airbnb, seus fundadores acreditavam que isso era possível e que o Airbnb seria um dos precursores em fazer isso acontecer.

Muitas vezes um propósito vem muito forte desde o princípio da empresa, nos colaboradores iniciais. No caso do Airbnb, por outro lado, essa finalidade do jeito que vemos hoje só veio a existir quatro anos depois. Esse processo é explicado neste texto de Douglas John Atkin, um dos responsáveis por criar esse universo da marca da Airbnb.

Se você não entende hoje qual é o propósito da sua marca, uma boa ideia pode ser conversar com seus colabores e consumidores e entender o porquê deles se conectarem e acreditarem em sua empresa. Depois disso, fica mais fácil chegar em um ponto que vai parecer perfeito para sua marca e sua história.

Lembre-se de escutar antes de criar. O resultado sempre será mais autêntico, assim como foi para o Airbnb, o que eles comunicam incrivelmente neste vídeo:

Promessa de Marca

A promessa de marca funciona como um manifesto. É o resumo do que você se compromete a fazer na prática para que o seu propósito se torne uma realidade.

Muitas vezes, a promessa de marca é o que vemos sendo comunicado pelas marcas. Enquanto o propósito é um processo interno de descobrir e entender como você pode impactar o mundo. Uma promessa torna isso palpável.

Citando a Nike novamente, eles acreditam que qualquer pessoa é um atleta. Eles estão comprometidos a transformar e criar um mundo melhor e mais sustentável para as pessoas, o planeta e as comunidades por meio do poder esporte. No último trecho da frase está a parte mais importante: como eles vão fazer isso? — por meio do esporte. Essa é a promessa.

Se pegarmos uma página do Golden Circle, de Simon Sinek, entendemos claramente que o propósito é o porquê, e a promessa é o como.

Atributos de Marca

Uma vez entendidos o propósito e a plataforma, hora de falarmos sobre os atributos de marca. Estas características fazem parte da jornada, mostram o jeito único de sua marca caminhar para atingir seu objetivo final.

Marcas extraordinárias têm propósitos e promessas únicas. Apesar disso, o que muitas vezes diferencia os grandes e os medíocres é como eles fazem para chegar aonde querem. Aqui, os meios são tão importantes quanto os resultados.

De forma clara, os atributos são características da sua marca. São valores que para ela são inegociáveis e que ditam desde a forma como você se comunica até a forma como seus colaboradores trabalham.

Há alguns anos, o Asana, plataforma de gestão de processos empresariais, passou por um processo de entender novamente e recriar sua marca, um rebranding.

Neste processo, explicado detalhadamente aqui, a empresa criou seus atributos de marca, que funcionam como aspectos de personalidade, como se ela fosse uma pessoa.

Após muita pesquisa com funcionários para entender o que tornava o Asana único em sua forma de atuar, eles chegarem a este resultado:

asana

Claros e orientados à ação, esses atributos ajudaram toda a empresa a entender o que era esperado de sua comunicação e comportamento. Foi um grande sucesso para eles, e pode ser para sua empresa também.

Posicionamento

Já sabemos que precisamos de um propósito para entender porque existimos, e que uma promessa de marca torna tudo mais palpável. Sabemos também que atributos de marca ajudam a humanizar uma marca e a alinhar expectativas. Falta falarmos sobre o posicionamento de marca.

De acordo com Kotler, um dos pais do Marketing, um posicionamento é o ato de criar um entendimento de oferta e imagem que define o espaço do mercado que sua marca vai ocupar e como ela vai ser percebida pelos consumidores.

Para entender o seu posicionamento, você precisa primeiro pensar em seus objetivos de negócio e qual o real valor que sua empresa e seu produto entregam. É a partir daí que você começa a pensar no seu posicionamento.

Um posicionamento pode ser focado em inovação, por exemplo. Esse tipo é muitas vezes ligado a uma ideia de disrupção.

Vejamos, como exemplo, a Uber. Quando chegou ao mercado, seu posicionamento era claramente focado em inovação, em mudar o jeito como nos relacionamos com o transporte.

Todas suas movimentações de mercado eram focadas em mostrá-lo como a nova opção para transporte, sempre se associando a modernidade, enquanto as outras modalidades de deslocamento eram obsoletas.

Com o avanço de outros concorrentes com modelos de negócios parecidos, a Uber teve que se adaptar a um posicionamento de diferenciação. Seja focado em segurança, preço, ou melhor experiência para o usuário, o que acreditarem que é um valor único do seu serviço.

Um posicionamento é, então, entender o seu mercado, o que seus consumidores precisam e querem. A partir daí, olhar para dentro da sua empresa e entender como seu produto consegue se fazer presente e relevante nesse cenário.

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Tenha uma identidade forte e coerente

Ter uma identidade de marca é o que faz com que grandes empresas sejam reconhecidas com apenas uma cor ou um ícone. Mais do que criar um nome forte e um logotipo criativo, é criar um universo para sua marca, que seja relacionável e único. 

O primeiro passo é, indiscutivelmente, criar um nome e um logotipo para sua empresa, o que você provavelmente já tem. Se não, pode usar esses dois guias que já produzimos para te guiar ao desenvolver um nome para sua empresa ou criar um logotipo. 

Vamos focar nosso olhar em alguns outros pontos que você talvez não tenha dado atenção e que também são muito relevantes no seu processo de Branding.

Identidade Visual

Sim, o logotipo faz parte de uma identidade visual. Ele, no entanto, é só uma ponta de um ecossistema de elementos que ajudam a dar consistência para toda sua comunicação visual. Os elementos que geralmente compõem uma identidade visual são três.

Vejamos a seguir!

Cores

As cores ajudam deixar sua identidade mais do que só atrativa. São elas que conseguem se aliar a qualquer comunicação da sua empresa e auxiliá-la a atingir seus objetivos

Você já deve ter ouvido falar de psicologia das cores, então, sabe que cada cor passa uma determinada ideia e desperta determinados sentimentos. Por isso, ao escolher quais serão suas cores institucionais, é importante voltar nos atributos da sua marca. Quais cores vão ajudar a comunicar aqueles atributos?

É importante lembrar que esse não é um processo somente de escolha mas, também, de manutenção. A cor roxa não ficou associada ao Nubank e o laranja ao Itaú da noite para o dia. Esse é um trabalho de repetição e atenção aos detalhes.

Eis um bom exemplo: em qualquer momento que você entrar no Instagram do Nubank ele estará exatamente assim, todo roxo. Essa é uma forma de fortalecer a identidade da fintech, trabalhando na manutenção desse universo de cores na mente do seu público.

Ícones, símbolos e ilustrações

O logotipo é certamente o símbolo mais reconhecido em uma marca, mas existem outros itens que dão suporte a uma identidade. Aqui falamos mais sobre a maneira como eles são feitos do que necessariamente símbolos ou ícones específicos.

Aqui na Rock, por exemplo, trabalhamos muito com ilustrações. Elas são uma forma de nos ajudar a construir uma identidade de apoio à nossa identidade institucional.

Nossas ilustrações, principalmente as do nosso blog, são focadas em mostrar pessoas reais. Uma técnica que utilizamos para isso é a aplicação de granulação nas imagens para adicionar textura e deixá-las mais humanas. É isso que guia essa parte da nossa identidade.

Para sua empresa, podem ser figuras geométricas, mais arredondadas ou mais quadradas, símbolos reconhecidos pelo seu público ou algum outro elemento. O importante é criar esses elementos que vão te ajudar a ter uma identidade visual ainda mais coesa, que em todos os pontos de contato vão comunicar estrategicamente sua marca.

Tipografia

Com ou sem serifa? Em caixa alta ou baixa? Se você já teve contato com Design sabe que essas são dúvidas normais de se ter ao definir diretrizes para tipografias de marca. Assim como as cores, esses detalhes são fundamentais ao passar uma mensagem.

Geralmente, marcas possuem fontes primárias e secundárias. As primárias são, em regra, as tipografias escolhidas para os logotipos, e ficam mais conhecidas. Quem não reconhece as letras da Coca-Cola instantaneamente? 

Mas essas não são as únicas tipografias. Aquelas que chamamos de secundárias, ou de apoio, são as usadas em outras comunicações como para as postagens em redes sociais e campanhas de marketing.

Você conseguiria imaginar uma postagem no Instagram da Coca-Cola escrita toda com a tipografia principal? Difícil, não é mesmo? Por isso eles usam algumas tipografias de apoio, como esta:

Propaganda Coca-Cola

Não só de processos visuais vive uma marca e nós sabemos muito bem o poder das palavras. Várias marcas são lembradas imediatamente ao serem associadas aos seus slogans. “Amo muito tudo isso”, “Think different”, “Todo mundo usa”, “Just do it” são apenas alguns desses exemplos.

Slogans geralmente são escolhidos para apoiarem a comunicação das marcas em momentos que apenas o seu logotipo não é suficiente. Em muitos momentos, também são utilizados como assinaturas de campanhas.

Existem slogans que ficam associados a empresas por muito tempo. Outros, mudam durante o tempo para se adequar ao posicionamento de marca estratégico para o momento pelo qual a empresa passa.

Tom e Voz

Tudo isso que trabalhamos até agora ajuda na construção de uma identidade forte para sua marca. No entanto, ainda falta um ponto essencial de como as marcas se comunicam: uma voz.

Olhe novamente para os seus atributos de marca e observe sua persona. Como você pode passar esses aspectos da sua empresa de uma forma que sua persona, com os desafios e gostos que você já conhece, vai escutar? 

Se um atributo de sua marca é ser educadora, sua voz precisa ser didática e acessível. Agora, se sua marca é objetiva, sua linguagem não pode ser robusta e prolixa. Este quadro criado pela Coschedule, ajuda a entender como organizar sua voz:

brand voice

É importante olhar também para as diferenças entre tom e voz. Sua voz não muda, pois é intrinsecamente ligada a seus atributos de marca e a base da sua empresa.

Já o seu tom vai mudar sempre, visto que é a maneira que você adapta sua voz a diferente públicos e canais.

Esse processo de fortalecimento de identidade precisa ecoar em todos os pontos da sua marca.

Seu feed no Instagram precisa gritar essa identidade, seu site precisa comunicar de forma efetiva e coerente, sua loja física tem que ter toques de decoração que são muito claramente perfeitos para sua marca.

Consistência é uma das partes mais difíceis de se gerir uma marca, mas traz resultados inigualáveis.

Faça uma gestão de sua marca e stakeholders

Para uma marca como a sua, que agora já tem alguns elementos essenciais planejados e estruturados, o próximo passo é garantir que eles funcionem e sejam mantidos.

Esse é, no entanto, um dos principais desafios da maioria das marcas, sejam elas grandes ou não. Dando uma olhada nesse mapa de stakeholders temos uma ideia macro de tudo a que uma marca precisa estar atenta.

gestão de marca e branding

São muitas variáveis, pessoas e instituições envolvidas, mas todas de suma importância. Perder a atenção para qualquer uma delas pode ser fatal, principalmente no cenário competitivo que estamos vivendo. Como, então, ter o cuidado com cada um deles?

O primeiro passo é mapeá-los. Não estamos falando só de ter esse mapa colado na parede, mas por na ponta do papel, ou do excel, cada um dos públicos no qual sua marca tenha contato, seja esse contato grande ou pequeno.

Quais são seus tipos de clientes? Como são seus seguidores nas redes sociais? Quem são seus colaboradores? Mapear e entendê-los vai te ajudar a criar estratégias para que você atinja seus objetivos com cada um deles.

É importante lembrar que cada um interage com sua marca de maneiras muito distintas e, por isso, têm percepções distintas também.

Imagine que você tem um produto incrível, todos seus clientes amam sua marca e têm somente experiências incríveis com ela.

Por outro lado, sua empresa pode ter pisado na bola algumas vezes em alguns processos seletivos e sua reputação como lugar para se trabalhar pode não ser das melhores.

Você não pode ir para esse último público acreditando que as mesmas estratégias que você usa com clientes vai funcionar. É exatamente por isso que você precisa trabalhar todos os dias na manutenção da percepção dos stakeholders que envolvem o universo da sua marca.

Eles controlam sua reputação e o futuro da sua empresa. Gestão de marca também é a gestão da saúde econômica do seu negócio.

Como você deve ter percebido, criar e manter uma boa estratégia de Branding é um passo extremamente importante para empresas que querem se tornar líderes de mercado. Por isso msmo, não é um processo nada simples.

Ao pensarmos nas maiores empresas no cenário atual sabemos que cada uma delas chegou lá pois tinha uma proposta única, entregava experiências espetaculares e sabia comunicar isso.

Essa é a grande diferença entre qualquer loja de calçados e a Nike, entre uma marca de bebidas e a Coca-Cola, entre plataformas de streaming e o Netflix.

Todos eles entregam produtos incríveis, mas é poder de suas marcas que as tornam imbatíveis e levam seus consumidores a comprarem cada vez mais delas e não de seus concorrentes.

Certamente, a partir de agora, você tem as ferramentas para realizar um bom trabalho de Branding, transformar sua marca e conquistar ainda mais o mercado e seus clientes.

Que tal começar agora a aplicar os conceitos de gestão de Branding em sua marca e fazer, dos seus simples consumidores, clientes apaixonados pelos seus produtos? Veja aqui como transformar clientes em fãs promotores da sua marca!

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terça-feira, 2 de janeiro de 2024

DÍVIDA GLOBAL IMPEDE O BRASIL DE BAIXAR JUROS E CRESCER MAIS

 

História por FERNANDO CANZIAN  • Folha de S. Paulo

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Com níveis alarmantes no endividamento público nas principais economias do mundo, a dívida global fechará 2023 no maior patamar da história, em quase US$ 310 trilhões.

O recorde foi puxado por governos que gastam mais do que arrecadam em impostos, como Estados Unidos, China, Japão, França e Brasil. Juntos, os governos em todo o mundo devem atualmente US$ 88,1 trilhões.

Em economias muito endividadas como a brasileira, isso significará custo crescente para os governos se financiarem e dificuldades adicionais para os bancos centrais baixarem juros –podendo levar a um ciclo de juros altos, baixo crescimento e mais endividamento.

Nas dez maiores economias do mundo, a maioria viu saltar nas últimas duas décadas a dívida pública como proporção do PIB, principal medida de solvência dos países. Olhando adiante, não há perspectiva de interrupção dessa trajetória.

Ao contrário. Países como Estados Unidos, China e Japão devem continuar gastando mais do que arrecadam, persistindo no caminho de déficits primários elevados, sem arrecadação extra para conter a alta do endividamento ou baixá-lo.

Esses déficits, mais a necessidade crescente de os países se endividarem, sobretudo os EUA, obrigarão governos a pagar juros mais altos para atrair compradores de seus títulos. Quanto mais os juros de referência nos EUA subirem, maior será a taxa de outros países para seduzir investidores a financiar suas próprias dívidas, o que eleva o endividamento.

No Brasil, a dívida pública federal somava R$ 6,2 trilhões em outubro. O custo médio (juros) nos últimos 12 meses para financiá-la aumentou de 10,6% ao ano, em setembro, para 10,9% em outubro, segundo o Tesouro Nacional.

Em um ano, o Brasil adicionou cerca de R$ 660 bilhões à dívida pública. O valor equivale a quase quatro vezes o Bolsa Família, que atende 21 milhões de famílias, com benefícios médios de R$ 690 ao mês.

Segundo o IIF (International Institute of Finance, que reúne 400 instituições financeiras em 60 países), os déficits orçamentários dos países ricos fecharão 2023 acima dos níveis pré-pandemia, quando houve gastos emergenciais. A médio prazo, a tendência é que haja crescimento de US$ 5,3 trilhões todos os anos, de 2024 a 2027, no estoque da dívida pública global.

Outros dados, do FMI (Fundo Monetário Internacional), projetam que a maioria das economias não fará superávits primários (para pagar juros da dívida) entre 2024 e 2028. Nos EUA, considerado piso para o cálculo das taxas de juro da maioria dos países (que pagam um “prêmio” a investidores acima da taxa americana para atraí-los), o déficit primário seguirá maior que 3% do PIB no período.

“Embora seja provável que os juros caíam dos níveis atuais a partir de 2024, num contexto de queda da inflação, não esperamos o retorno ao ambiente de taxas zero. Há fatores estruturais que mantêm os juros elevados, como os gastos gerados pelo envelhecimento da população e os custos com segurança social”, afirma Emre Tiftik, diretor de Sustentabilidade do IIF.

Nesse cenário de juros mais altos, sobretudo nos EUA, o financiamento da dívida global recorde ficaria mais caro, alimentando o endividamento. Questionado se investidores podem ficar mais condescendentes com dívidas elevadas e exigir menos juros em um contexto de dívida global alta para todos, Tiftik afirma: “No geral, não”.

Na prática, países têm duas saídas para diminuir o endividamento e, assim, pagar juros menores a investidores: crescer mais (pois a dívida é calculada como proporção do PIB); e fazer superávits primários para abater a dívida.

Do lado dos superávits, não deve haver aumento a médio prazo. Ao contrário. Embora haja expectativa de diminuição gradual dos déficits, eles continuarão elevados na maioria dos países.

Já o crescimento deve manter-se relativamente baixo pelos próximos anos, segundo previsões do FMI para o período 2024-2028: 1,9% em média nos EUA, 1,8% no Canadá, 1,6% no Reino Unido e na França, 1,4% na Alemanha, 0,9% na Itália e 0,6% no Japão –taxas módicas em relação aos juros pagos hoje nestes países.

Segundo José Júlio Senna, ex-diretor da Dívida Pública e Mercado Aberto do Banco Central, além do envelhecimento populacional, EUA, países europeus e até Japão estão ampliando gastos militares, o que demandará mais endividamento. Pelo lado da receita nesses países, que poderia ajudar a financiar os gastos, Senna não enxerga muito espaço para aumento.

Um ponto crucial é a combinação de mais gastos (sobretudo nos EUA), déficits, dívida e juros altos pagos a investidores para que os governos se financiem deve aumentar o chamado juro de equilíbrio (que não acelera nem desacelera a inflação).

“Para um país como o Brasil, com muita dívida e fatores de risco elevados, na medida em que o juro de equilíbrio sobe lá fora, o Banco Central terá que trabalhar também com juros mais elevados aqui, com impactos na dívida, que aumenta, e no crescimento econômico, que fica mais difícil”, afirma Senna.

Pelo conceito do Banco Central, a dívida bruta brasileira equivalia a 74,4% do PIB em agosto. Pelos critérios do FMI (que inclui títulos públicos na carteira do BC), ela chegará a 88,1% ao fim de 2023 (acima dos 66,3% da média dos emergentes). Com tendência de alta, podendo atingir 96% do PIB em 2028.

Armando Castelar, pesquisador do Instituto Brasileiro de Economia da FGV e professor da UFRJ, estima que cerca de 60% das finanças mundiais envolvam de alguma forma os EUA. “O que acontece lá tem repercussão global, e a questão do alto endividamento americano é muito relevante para a estabilidade financeira internacional”, diz.

Em pouco mais de uma década, a dívida pública dos EUA saltou quase 30 pontos, para 123,3% como proporção do PIB. A taxa básica de juros no país varia hoje de 5,25% a 5,50% ao ano e subiu a esse patamar, alto para os padrões do país, em um esforço do Fed (o banco central americano) para controlar a inflação.

Embora haja perspectiva de recuo para a taxa básica a médio prazo, juros pagos em títulos de dez anos do Tesouro americano estão hoje próximos a 4% –patamar acima da média dos últimos anos.

Entre as causas para o aumento dos juros de longo prazo no país está o fato de o déficit primário americano ter saltado de -1,3% do PIB em 2022 para -5,5% em 2023, uma enormidade considerando o tamanho e a influência dos EUA no mundo.

“Não é trivial. Os democratas não querem cortar gastos, e os republicanos querem cortar impostos. Nenhum dos dois partidos nos Estados Unidos está indo na direção de um ajuste”, afirma Castelar.

Nesse cenário, a China, grande compradora de títulos da dívida americana, vem diminuindo sua exposição nos EUA. Os japoneses, que também financiam gastos americanos comprando seus títulos, estão subindo internamente seus juros; e muito do dinheiro que financiava os EUA está voltando para o Japão.

Segundo o FMI, bancos, fundos de pensão e seguradoras japonesas reduziriam a posse de títulos americanos de US$ 840 bilhões para US$ 550 bilhões nos últimos dois anos. “Quem vai comprar toda essa dívida americana?”, diz Castelar.

Nesse contexto, os EUA endividados, sem perspectiva de superávits fiscais, devem manter juros mais altos para atrair investidores. Isso deve forçar o resto do mundo a fazer o mesmo, com impactos negativos na dívida pública, que crescerá mais, e no crescimento, que tende a ser menor.

“A única forma de quebrar essa tendência é através do crescimento. São necessárias reformas estruturais para isso, o que aumentaria as receitas do governo e reduziria a parcela das despesas com juros”, recomenda Tiftik, diretor do IIF, a países como o Brasil.

EXÉRCITO VOLTA A EMITIR NOVOS CACS PARA CAÇADORES, ATIRADORES ESPORTIVOS E COLECIONADORES DE ARMAS

 

História por admin3  • IstoÉ Dinheiro

O Exército vai voltar a emitir, a partir deste mês de janeiro, autorizações para novos CACs (Caçadores, Atiradores esportivos e Colecionadores de armas). Os novos registros estavam suspensos desde o início do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) por decreto que reverteu a política armamentista da gestão de Jair Bolsonaro (PL).

Graças a medidas baixadas pelo ex-presidente em favor do armamento de civis, os CACs se tornaram o maior segmento armado do País, superior inclusive que o efetivo das polícias.

A retomada da emissão dos chamados Certificados de Registro (CR) foi expressa em um comunicado e em uma portaria do Exército, publicados no fim de dezembro.

A nova regulamentação era aguardada pelo mercado de armas desde julho, quando um novo decreto de Lula sinalizou que a emissão de novos registros seria retomada a partir de uma deliberação do Exército.

A portaria dos militares traz uma série de especificações sobre o acesso de civis aos chamados produtos controlados. Uma das principais mudanças é referente ao prazo de validade dos CRs. Com Bolsonaro, ele era de dez anos. Agora, os documentos precisarão ser renovados a cada três.

Além disso, todos os CRs emitidos antes das novas regras perderão a validade em julho de 2026 e precisarão ser renovados para que permaneçam regulares.

O Departamento de Fiscalização de Produtos Controlados (DFPC) do Exército publicou uma nota, em 22 de dezembro, destacando que as solicitações de interessados que já haviam sido enviadas ao Sistema de Gestão Corporativo do Exército (SisGCorp) serão devolvidas para que a nova documentação exigida seja anexada.

Em 2019, o Brasil tinha 197 mil pessoas registradas como CACs. Em julho de 2023 já eram 803 mil. Para efeito comparativo, estima-se em cerca de 406 mil o número de policiais militares ativos de todos os Estados e em 365 mil o total de homens das Forças Armadas.

O post Exército volta a autorizar novos CACs, suspensos por Lula desde janeiro de 2023 apareceu primeiro em ISTOÉ DINHEIRO.

MUDANÇAS NO CÁLCULO DA APOSENTADORIA EM 2024

 

História por admin3  • IstoÉ Dinheiro

Quem está prestes a se aposentar precisa estar atento. A reforma da Previdência estabeleceu regras automáticas de transição, que mudam a concessão de benefícios a cada ano.

A pontuação para a aposentadoria por tempo de contribuição e por idade sofreu alterações. Confira abaixo as mudanças que começam a vigorar neste ano.

Aposentadoria por tempo de contribuição

A reforma da Previdência estabeleceu quatro regras de transição, das quais duas previram modificações na virada de 2023 para 2024. Na primeira regra, que estabelece um cronograma de transição para a regra 86/96, a pontuação composta pela soma da idade e dos anos de contribuição subiu em janeiro: para 91 pontos (mulheres) e 101 pontos (homens).

Os servidores públicos estão submetidos à mesma regra de pontuação, com a diferença de que é necessário ter 62 anos de idade e 35 anos de contribuição (homens), 57 anos de idade e 30 anos (mulheres). Para ambos os sexos, é necessário ter 20 anos no serviço público e cinco anos no cargo.

Na segunda regra, que prevê idade mínima mais baixa para quem tem longo tempo de contribuição, a idade mínima para requerer o benefício passou para 58 anos e meio (mulheres) e 63 anos e meio (homens). A reforma da Previdência acrescenta seis meses às idades mínimas a cada ano até atingirem 62 anos (mulheres) e 65 anos (homens) em 2031. Nos dois casos, o tempo mínimo de contribuição exigido é de 30 anos para as mulheres e 35 anos para homens.

Aposentadoria por idade

Desde 2023, está plenamente em vigor a regra para a aposentadoria por idade, destinada a trabalhadores de baixa renda que contribuíram pouco para a Previdência Social e se aposentariam por idade na regra antiga.

Para homens, a idade mínima está fixada em 65 anos desde 2019. Para as mulheres, a idade de transição está em 62 anos desde 2023. Para ambos os sexos, o tempo mínimo de contribuição exigido para se aposentar por idade está em 15 anos.

Na promulgação da reforma da Previdência, em novembro de 2019, a idade mínima para as mulheres estava em 60 anos, passando a aumentar seis meses por ano nos quatro anos seguintes. Subiu para 60 anos e meio em janeiro de 2020, para 61 anos em janeiro de 2021, 61 anos e meio em 2022 e 62 anos no ano passado.

Pedágio

No caso dos servidores públicos, há ainda a regra do pedágio de 100% sobre o tempo de contribuição. Quem tem mais de 60 anos de idade e 35 anos de contribuição (homens) ou 57 anos de idade e 30 anos de contribuição (mulheres) tem que cumprir o dobro do período que faltava para se aposentar em 2019. Nos dois casos, é necessário ter 20 anos de serviço público e cinco anos no cargo.

Em tese, quem começou a contribuir para a Previdência muito jovem e entrou no serviço público há pelo menos 20 anos ainda tem possibilidade de ser beneficiado pela regra em 2024.

A reforma tinha outra regra de pedágio, desta vez para o setor privado. Quem estava a até dois anos da aposentadoria em 2019 tinha de cumprir 50% a mais em relação ao tempo que faltava para se aposentar. No entanto, essa regra de transição foi integralmente cumprida e não beneficiará mais ninguém em 2024.

No cenário mais abrangente, quem trabalharia por mais dois anos em 2019 teve de trabalhar um ano extra, totalizando três anos. No fim de 2022, todos os que estavam enquadrados na regra do pedágio de 50% já se aposentaram.

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O BRASIL É UM DOS PAÍSES COM A MAIOR CONCENTRAÇÃO DE RENDA DO MUNDO

 

História por admin3  • IstoÉ Dinheiro

Um relatório publicado pelo Ministério da Fazenda, no último dia 29 de dezembro, detalha a desigualdade na distribuição da renda e da riqueza da população brasileira. O estudo analisou dados do Imposto de Renda da Pessoa Física (IRPF) de 2021 e 2022.

Pelo levantamento, 10% dos declarantes de Imposto de Renda concentram 51% da renda total do país em 2022. Pouco mais da metade das pessoas que declararam o imposto têm menor renda e concentram 14% do total de ganhos. Em 2022, cerca de 38,4 milhões de contribuintes apresentaram declaração do Imposto de Renda, o que corresponde a 35,6% da População Economicamente Ativa (PEA) do Brasil.

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A declaração de IRPF é obrigatória para todas as pessoas residentes no Brasil que tenham recebido ao menos R$ 28.559,70 de rendimentos tributáveis, R$142.798,50 em receita bruta da atividade rural ou R$ 40 mil em rendimentos, inclusive não tributados ou tributado na fonte. Também devem declarar aqueles que têm mais de R$ 300 mil em bens e direitos, quem obteve ganhos de capital na alienação de bens ou direitos ou optou pela isenção sobre a venda de imóveis seguido da aquisição de outro em até 180 dias, além de pessoas que realizaram operações em bolsa de valores.

Riqueza

Em relação à riqueza, que soma bens e direitos declarados no IR, a concentração é ainda maior. Os 10% mais ricos concentram 58% da riqueza nacional.

A pesquisa mostra que a maior isenção de Imposto de Renda é sobre lucros e dividendos, que é a remuneração dos acionistas de empresas, que chega a 35% do total. Essa questão inclusive está em debate no Congresso Nacional. A segunda maior isenção é de pequenas e microempresas optantes do Simples.

Outro dado mostrado no estudo é que quanto maior a renda, maiores são as despesas dedutíveis apresentadas, como médicas, de dependentes e previdência. As deduções se concentram em despesas médicas, 38% do total, e da Previdência Social, 32%. Os 10% mais ricos concentram 41% do valor de todas as despesas dedutíveis no IR.

O Distrito Federal é a unidade federativa com a maior renda média do país, equivalendo a mais de R$ 14 mil por mês, seguido por São Paulo e o Rio de Janeiro. Já o Maranhão tem a menor renda média, com metade do valor, pouco mais de R$ 7 mil por mês.

O estudo sobre o IR mostra também a desigualdade de gênero na concentração da renda. Sendo as mulheres 51% da população em idade ativa no país, 43% delas declararam o imposto. Do total das pessoas que declararam renda, apenas 37% são mulheres e quase 63% são homens.

*Colaborou Pedro Rafael Vilela

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RETORNO INTEGRAL DE COBRANÇA DO PIS/COFINS SOBRE O DIESEL

 

História por admin3  • IstoÉ Dinheiro

Esta segunda-feira (1º) marca o retorno da cobrança integral do PIS/Cofins sobre o diesel. O imposto estava zerado desde 2021, mas o governo federal antecipou parte do recolhimento já em setembro deste ano. A partir de hoje, a arrecadação volta a ser integral: R$ 0,35 por litro de diesel. 

No último dia 26, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que a reoneração não deve encarecer o preço que os consumidores pagam pelo litro nos postos de abastecimento. Segundo ele, o aumento da carga tributária que incide sobre o diesel será amenizado pelas reduções de preço já anunciadas pela Petrobras.  

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“Esta reoneração do diesel vai ser feita, mas o impacto [esperado] é de pouco mais de R$ 0,30”, disse. Poucas horas antes, a Petrobras já havia anunciado um corte de R$ 0,30 no preço do litro do diesel que vende às distribuidoras de combustível. Segundo a empresa, no ano a redução do preço de venda de diesel A para as distribuidoras chega 22,5%. 

“[Essa redução] mais que compensa a reoneração [que entrará em vigor] em 1º de janeiro”, assegurou o ministro, garantindo não haver razões para alta do preço com a volta da cobrança dos impostos federais. “Pelo contrário: deveria haver uma pequena redução [do preço final].” 

“É para todo mundo ficar atento: quando vier um argumento de aumento de preço, não tem nada a ver. Estamos em um país de livre-mercado; os preços não são tabelados. Mas, no que diz respeito aos preços da Petrobras, neste mês de dezembro o preço [do diesel] caiu mais que a reoneração de 1º de janeiro.” 

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FRASES CONTROVERSAS DE LULA NO ANO DE 2023

 

História por Mateus Maia  • Poder360

Sharm El Sheikh (Egypt), 17/11/2022.- Brazilian president-elect Luiz Inacio Lula da Silva speaks at a meeting with young activists at the 2022 United Nations Climate Change Conference (COP27), in Sharm El-Sheikh, Egypt, 17 November 2022. The 2022 United Nations Climate Change Conference (COP27), runs from 06-18 November, and is expected to host one of the largest number of participants in the annual global climate conference as over 40,000 estimated attendees, including heads of states and governments, civil society, media and other relevant stakeholders will attend. The events will include a Climate Implementation Summit, thematic days, flagship initiatives, and Green Zone activities engaging with climate and other global challenges. (Brasil, Egipto) EFE/EPA/SEDAT SUNA

Desde que assumiu o Planalto, em 1º de janeiro de 2023, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) acumula declarações controversas. De acordo com levantamento do Poder360, o petista falou ao menos 53 destas desde o início de seu 3º mandato. 

Das 53 falas controversas levantadas pelo jornal digital, 37,7% podem ser consideradas ofensas a pessoas, minorias sociais ou outros grupos. Já 32,1% são relacionadas à política internacional, como comentários sobre a atuação de outros países e guerras.

Lula disse ao menos 53 frases controversas em 2023© Fornecido por Poder360

Leia algumas das frases controversas de Lula:

Gafes e frases controversas de Lula© Fornecido por Poder360

Ucrânia é tão culpada pela guerra quanto a Rússia© Fornecido por Poder360

Autoritarismo na Venezuela é uma narrativa© Fornecido por Poder360

O conceito de democracia é relativo© Fornecido por Poder360

Putin não seria preso se viesse ao Brasil© Fornecido por Poder360

Transtorno mental é desequilíbrio de parafuso© Fornecido por Poder360

É um absurdo Brasil ser signatário do Tribunal Penal Internacional© Fornecido por Poder360

Agradeceu à África pelo que foi produzido na escravidão© Fornecido por Poder360

Só vou ficar bem quando eu foder com o Sérgio Moro© Fornecido por Poder360

Lula disse ao menos 53 frases controversas em 2023© Fornecido por Poder360

Lula disse ao menos 53 frases controversas em 2023© Fornecido por Poder360

Lula disse ao menos 53 frases controversas em 2023© Fornecido por Poder360

Lula disse ao menos 53 frases controversas em 2023© Fornecido por Poder360

Lula disse ao menos 53 frases controversas em 2023© Fornecido por Poder360

Lula disse ao menos 53 frases controversas em 2023© Fornecido por Poder360

Lula disse ao menos 53 frases controversas em 2023© Fornecido por Poder360

Na reta final de 2023, duas falas controversas ganharam destaque.

ISRAEL E HAMAS “TERRORISTAS”

Em novembro, Lula foi ao aeroporto de Brasília receber brasileiros repatriados da Faixa de Gaza. Declarou que Israel também estava cometendo atos de “terrorismo” ao falar sobre a morte de crianças palestinas. Disse que a ação dos israelenses era tão grave quanto o “terrorismo” do grupo extremista Hamas.

Houve reação. A Federação Israelita do Estado de São Paulo se manifestou nas redes sociais. Publicou um post com as fotos de Bruna ValeanuRanani Glazer e Karla Stelzer, mortos durante uma festa rave próxima à Faixa de Gaza atacada pelo Hamas. Afirmou que os 3 brasileiros foram deixados para trás.

Lula disse ao menos 53 frases controversas em 2023© Fornecido por Poder360

COMUNISTA NO SUPREMO

Outra boutade do petista foi quando comemorou o fato de ter conseguido colocar um “comunista” no STF, em referência à indicação (e posterior aprovação pelo Senado) de Flávio Dino para a Corte. Antes de sua ida ao PSB, Dino havia deixado o PC do B (Partido Comunista do Brasil) depois de 15 anos.

“Vocês não sabem como eu estou feliz hoje. Pela 1ª vez na história desse país, conseguimos colocar na Suprema Corte um ministro comunista, um companheiro da qualidade de Dino”, disse em cerimônia de abertura da 4ª Conferência Nacional de Juventude, realizado no Centro de Convenções Ulysses Guimarães, em Brasília.

Assista ao momento em que Lula fala do “comunista” Dino (1min2s):

https://youtube.com/watch?v=eJ8fA4uM32k%3Fautoplay%3D0%26mute%3D1%26enablejsapi%3D1

Após a fala de Lula, a expressão “o que é comunismo” virou uma das principais tendências de busca do Google. Mais de 20.000 pesquisas foram feitas sobre o assunto, segundo o Google Trends. O crescimento foi de mais de 3.400% em 24 horas. Tornou-se o principal assunto buscado em política, atrás só de procuras sobre futebol.

Lula voltou a citar o tema em reunião ministerial alguns dias depois. Disse esperar que o atual ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, seja um “comunista do bem” quando integrar o STF.

Segundo a extrema-direita, [Dino] foi o 1º comunista a assumir a Suprema Corte e eu espero que seja um comunista do bem, que tenha amor, carinho e, sobretudo, que seja justo, porque ali não pode prevalecer apenas a visão ideológica ali. Meu caro Flávio Dino, com a sua competência só tem uma coisa que você não pode trair: é o teu compromisso com o povo brasileiro e com a verdade”, disse Lula.

ERROS FACTUAIS DE LULA

Além de declarações consideradas controversas, Lula também foi impreciso em algumas falas. Em junho, ele declarou durante participação na Farm Show, evento do setor agropecuário na Bahia, que era possível comprar maquinários de grande porte com juros de 2% ao ano nas administrações passadas do PT. A imprecisão se revelou um erro factual.

Na realidade, a taxa de juros mínima do petista esteve acima de 5% ao ano em 7 dos seus 8 anos nos 2 primeiros mandatos. Apenas em 2009 chegou a ser 3%. Sob Jair Bolsonaro (PL), com quem o atual presidente sempre compara sua gestão, houve taxa mínima de 2,8% (em 2020-21) e o percentual cobrado ficou sempre em, no máximo, 3%.

Lula repetiu a declaração errada em outras duas oportunidades: em live presidencial de 13 de junho de 2023 e durante uma entrevista para rádios de Goiás em 15 de junho de 2023.

HISTÓRICO

Dentre as frases do petista que pegaram mal internacionalmente, a declaração de Lula que mais repercutiu foi feita em entrevista a jornalistas em Cabo Verde. Depois de se reunir com o presidente do país africano, José Maria Neves, o petista agradeceu a África pelo o que foi produzido durante a escravidão no Brasil.

Em 14 de março, Lula disse algo semelhante. Em discurso na 52ª Assembleia Geral dos Povos Indígenas, o presidente disse que, apesar de toda “desgraça” da escravidão, a vinda forçada de africanos para Brasil “causou uma coisa boa: que foi a mistura, a miscigenação”

Lula também já foi criticado por comentários considerados capacitistas (ofensivo a pessoas com deficiência) e gordofóbicos. Além disso, usou mais de uma vez termos considerados pejorativos ou ultrapassados. 

Em março, 1 dia depois de a Polícia Federal deflagrar uma operação contra um plano do PCC para matar o senador Sergio Moro, Lula disse que o episódio era uma “visível armação” do ex-juiz. O petista levantou a suspeita logo depois de dizer que só ficaria bem depois de “foder” o ex-juiz.

Mais tarde, o relatório que reunia provas e evidências do plano foi tornado público pela juíza responsável pelo caso, desbancando a “suspeita” do presidente.

Na 2ª categoria mais recorrente de frases controversas do presidente está o comentário feito em abril de que a Ucrânia é tão culpada pela guerra quanto a Rússia. No mesmo dia, o petista disse que os Estados Unidos e a União Europeia contribuem para a continuidade da guerra. Foi duramente criticado no Brasil e internacionalmente.

As outras declarações que mais repercutiram nesse tema dizem respeito à Venezuela. Em maio, Lula disse que o autoritarismo na Venezuela é uma narrativa. Um mês depois, voltou a falar do país vizinho e afirmou que o conceito de democracia é relativo

Em 3º lugar estão os erros de informação cometidos por Lula, representando 17,5% das declarações. O presidente errou dados sobre a covid-19 duas vezes: disse que o Brasil era o 1º em mortes proporcionais por covid (era o 7º) e que morreram 700 milhões de brasileiros por causa da doença (o dado mais atualizado é de 706 mil mortos).

Lula também errou sucessivamente o valor do juros para que empresários do agronegócio pudessem comprar maquinário em seu 1º mandato. O petista disse 3 vezes que a taxa era de 2%, quando, na verdade, a mínima esteve acima de 5% ao ano em quase toda sua gestão. Apenas em 2009 chegou a ser 3%.

Em junho, Lula fez outra declaração controversa. Se referiu ao golpe militar de 1964 como “revolução de 1964” em entrevista à Rádio Gaúcha. Seu antecessor, Jair Bolsonaro (PL), criticado diversas vezes durante seu mandato por fazer declarações favoráveis ao golpe militar, também já se referiu ao fato como “revolução”.

Onde o petista mais derrapa nas falas é quando faz um discurso oficial, 43% das frases controversas foram ditas nesses casos. Em julho, a assessora de imprensa da primeira-dama Janja da Silva, Cristina Charão, deixou o posto para reforçar a equipe que escreve os discursos de Lula. No entanto, o efeito prático dessa medida foi limitado, já que recorrentemente Lula solta suas controvérsias em momentos de improviso.

O TRANSPORTE ÓTIMO VISA DESLOCAR OBJETOS DE UM LUGAR PARA OUTRO DA MANEIRA MAIS EFICIÊNTE E ECONÔMICA

História por Margarita Rodríguez – BBC News Mundo  • BBC News Brasil

Napoleão em 1810 (parte de um quadro de Joseph Chabord).© DeAgostini/Getty Images

maior general da história, como reconhecido por muitos especialistas, foi um homem de paixões intensas. O que talvez não seja tão conhecido é que uma delas era a ciência.

“Se eu não tivesse me tornado comandante-chefe e instrumento do destino de um grande povo, (…) teria me lançado no estudo das ciências exatas. Eu teria caminhado ao lado dos Galileus e dos Newtons.

E como tive êxito constante em meus grandes empreendimentos, também teria me destacado muito no trabalho científico. Teria deixado a memória de belas descobertas. Nenhuma outra glória teria tentado a minha ambição”, disse Napoleão Bonaparte, segundo o físico francês François Arago.

Ele não apenas amava a ciência, mas percebeu que os cientistas poderiam ajudá-lo em seu ambicioso projeto político.

É o que afirma no artigo Napoléon Bonaparte and Science o destacado matemático francês Étienne Ghys, pesquisador emérito do Centro Nacional Francês de Pesquisa Científica. O imperador conquistou o apoio de grandes cientistas, como o matemático Gaspard Monge, considerado o inventor da geometria descritiva e pai da geometria diferencial.

Monge acompanhou Napoleão na campanha no Egito, que “terminou com uma derrota militar, mas com notável êxito científico”, escreveu Ghys.

“Já se tinha visto alguma vez na história um exército de invasores acompanhado por matemáticos, naturalistas, arqueólogos e filólogos?”

De volta a Paris, em 1799, Napoleão deu o golpe de estado que o levaria ao poder absoluto na França.

Sob a sua proteção, que incluía incentivos financeiros, prêmios e cargos de alta hierarquia para cientistas, a ciência francesa viveu um período verdadeiramente glorioso.

A questão matemática do “transporte ótimo”

O transporte ótimo visa deslocar objetos de um lugar para outro da maneira mais eficiente e econômica possível.

Sua origem remonta ao final do século XVIII, à época da Revolução Francesa.

Gaspard Monge, grande matemático e também amigo de Napoleão.© Sepia Times/Universal Images Group via Getty Images

Foi formulado em 1781 pelo matemático Gaspard Monge, que percebeu a aplicação no campo militar para saber qual a melhor maneira de construir fortificações.

Ele viveu num período em que a Europa estava abalada por conflitos bélicos.

Foi com a ascensão de Napoleão ao poder que Monge conseguiu se dedicar totalmente à questão que o intrigava.

Como grande estrategista, o general foi também um divulgador da ciência aplicada à guerra.

Ele precisava urgentemente de uma resposta sobre as fortificações; não queria perder tempo, recursos ou mão de obra em suas campanhas.

Então Monge, que já era um conhecido matemático e amigo de Napoleão, viu-se no momento e no lugar perfeitos para continuar a se aprofundar no problema.

Complexidade

Em termos práticos, Monge, tal como Napoleão, queria saber onde construir fortificações para minimizar custos. Mas havia mais.

“Como cientista, Monge também estava interessado na questão teórica que estava por trás: como funciona o transporte ótimo em teoria?”, diz Alessio Figalli, professor da prestigiada Escola Politécnica Federal de Zurique.

Figalli, que conquistou reconhecimentos por suas contribuições no campo da matemática, ganhou a Medalha Fields em 2018, aos 34 anos, considerado o Prêmio Nobel de matemática.

O transporte ótimo é justamente um dos conceitos em que Figalli concentrou seu trabalho.

Alessio Figalli, o especialista em equações diferenciais parciais, também lecionou na França e nos EUA e recebeu inúmeras distinções. E teve até um asteroide nomeado em sua homenagem: 438523 Figalli.© Laura Lezza/Getty Images

“Monge começou a entender o problema a partir de uma perspectiva geométrica e, para isso, fez muitos desenhos”, explica.

Imaginemos que temos duas cidades, A e B, e queremos construir uma fortificação em cada.

Se o objetivo é minimizar o transporte de materiais, é lógico que retiremos o que vamos precisar para a construção em A de um local próximo a A, e de um local próximo de B para o que vamos construir em B.

Não faria muito sentido extraí-los e enviá-los de outras partes mais distantes do país sem ser necessário.

“Se você só tem duas cidades e dois locais de extração, é muito fácil ver a solução: basta enviar o material do local mais próximo que houver”, diz Figalli, mas alerta:

“Se você começar a ter mais cidades e mais locais de extração, o problema se torna muito maior e entender o que enviar e para onde pode não ser tão óbvio.”

“Talvez a quantidade de material que extraio de um local não seja suficiente para todas as fortificações que tenho que construir naquela área e terei de trazer material de um local mais distante.”

“E se você começar a pensar em números maiores, por exemplo, 10 mil cidades e 200 pontos de extração, o problema fica mais complexo. Procure saber se existe uma teoria matemática geral que você possa usar.”

Um olhar econômico

Monge realizou análises muito interessantes e avançou no problema.

Mas Figalli pede que lembremos que no século XIX não existiam matemáticos profissionais no sentido moderno: os cientistas faziam matemática e muitas outras coisas.

Além disso, foi um período em que se deu prioridade a outras teorias matemáticas.

O problema ganhou uma nova dimensão no século XX e serviu de base para uma teoria econômica.© Getty Images

Foi assim que o problema do transporte ótimo caiu um pouco no esquecimento: “depois de Monge, por mais de cem anos não aconteceu muita coisa”.

Foi na década de 40 do século XX que um matemático e economista soviético resgatou a questão.

“Leonid Kantorovich realmente entendeu como atacar o problema”, diz o professor.

“Ele desenvolveu uma teoria matemática robusta para estudá-lo e, a partir disso, desenvolveu uma teoria econômica muito sólida que se poderia usar para resolver problemas muito concretos. Por exemplo, como as padarias poderiam planejar a melhor forma de enviar seus pães para os diferentes estabelecimentos da cidade.”

Em 1975, Kantorovich recebeu o Prêmio Nobel de Economia, juntamente com o holandês Tjalling C. Koopmans, pelo trabalho no campo da teoria econômica normativa, que é a teoria da alocação ótima de recursos.

Existem muitos problemas que podem ser resolvidos com o conceito de transporte ótimo.

“Pense no trajeto para o trabalho, que as pessoas fazem todos os dias. Qual a maneira mais eficiente de ser feito?”, pergunta o especialista.

O problema matemático que intrigava Napoleão e que se aplica em IA e no carreto da sua mudança© Getty Images

“Um dos motivos que torna esse problema difícil é que não se trata de um ganho pessoal, mas coletivo: não é que se queira minimizar o tempo que você gasta no deslocamento para o trabalho, o que se busca é minimizar o tempo total de deslocamento para o trabalho em todas as cidades.”

“Isso pode significar que será preciso viajar um pouco mais, mas se pensarmos no bem-estar geral da população, a solução será a melhor possível.”

Nos fluidos

Na década de 1980, o problema tomou um rumo inesperado.

O matemático francês Yann Brenier percebeu que o conceito de transporte ótimo poderia ser usado no estudo de fluidos.

“Foi mágico”, diz Figalli. “Ninguém esperava.”

Como a água se comporta? A teoria do transporte ótimo pode esclarecer.© Getty Images

“Brenier estava estudando o movimento da água, problemas relacionados à dinâmica dos fluidos, que é um campo da matemática e também da engenharia em que você tenta entender como a água é transportada, como ela se comporta em uma tubulação, em um recipiente, mas também em situações de fenômenos físicos complexos, como um furacão.”

“Não é que Brenier tenha repentinamente feito uma nova descoberta em dinâmica de fluidos, o que foi surpreendente foi que ele fez a ligação com o conceito de transporte ótimo. As pessoas perceberam que esse problema era mais rico do que parecia.”

“E os matemáticos adoram isso, fazer conexões entre problemas.”

Surgiu uma espécie de renascimento do problema e na década de 90 houve um boom. “Foi como se tivesse virado moda, ficou super cool.”

“Os matemáticos são animais sociais. Embora exista a lenda de que ficamos em nossas cavernas trabalhando sozinhos, na realidade a matemática é uma atividade muito social em que a troca de ideias é constante.”

Na moda

O início dos anos 2000 foi a época de ouro do problema, diz o professor.

Ele era um estudante muito jovem na Scuola Normale di Pisa e também se interessou por transporte ótimo. Ele finalmente foi conquistado quando estava no último ano do mestrado. No ano seguinte (em apenas um ano) obteria o doutorado.

Figalli, em 2006, na Scuola Normale di Pisa. Ele conquistou diversos reconhecimentos por suas contribuições no campo da matemática e ganhou a Medalha Fields em 2018, aos 34 anos.© Scuola Normale di Pisa via Getty Images

“Esse problema é muito complexo. São tantas variáveis, possibilidades, que é preciso construir uma nova teoria. O que foi feito até agora não é suficiente para resolvê-lo e essa é a beleza: esse problema obriga a desenvolver novas matemáticas.”

Você tem uma resposta final?, pergunto.

“Na matemática nunca há uma resposta final”, responde ele. “Num problema como este há sempre coisas novas; não é que esteja sozinho, isolado, este é um problema macro.”

E me convida a pensar no sangue que circula pelo meu corpo como um fenômeno de transporte.

“Você está interessado em fortificações? Você está interessado em sangue? Dependendo do problema, existem respostas diferentes.”

É assim que entendo o que ele quer dizer quando afirma que “nunca há uma resposta final”: embora possa haver soluções para contextos específicos e necessidades concretas, não será a resposta definitiva para tudo o que o conceito de transporte ótimo pode implicar.

E suas aplicações parecem tão vastas quanto o próprio céu.

Entre nuvens

E assim, sem ir muito longe, Figalli me conta sobre as aplicações na meteorologia.

“Do ponto de vista teórico, o movimento das nuvens pode ser entendido como um problema de transporte ótimo: as nuvens são feitas de partículas de água que se movem à medida que elas o fazem.”

“A natureza quer ser eficiente”, diz Figalli. “Por esse motivo, o transporte ótimo e a natureza andam bem juntos.”© Getty Images

As técnicas que foram desenvolvidas no estudo do transporte ótimo podem ajudar a analisar a evolução das nuvens.

“Como fazer a ligação entre essas pequenas partículas de água que se movem com essas grandes nuvens? Como deduzir a pressão, a velocidade com que viajam? Como você conecta esta descrição microscópica com esta descrição macroscópica? Como você pode traçar a rota? Essa é uma questão matemática.”

E há um princípio básico: “A natureza quer ser eficiente: gastar o mínimo de energia para fazer o que tem de fazer e, por essa razão, o transporte ótimo e a natureza funcionam bem juntos”.

Mas também funciona bem em outros contextos. Pensemos em tecnologia: em vez de partículas de água, imagine pixels, e, em vez de nuvens, pense em fotos.

Nos computadores

No aprendizado de máquina, ramo da inteligência artificial, o objetivo é treinar programas de computador para executar tarefas específicas. Uma delas é o reconhecimento de imagens.

Imagine que no seu computador você tem uma coleção de fotos de animais – há cachorros, gatos, elefantes, vacas – e recebe uma nova imagem de um animal que você não sabe o que é.

O reconhecimento de imagens e objetos é uma das funções desenvolvidas pelo ramo da IA ​​conhecido como aprendizado de máquina.© Getty Images

“Preciso comparar imagens, como posso fazer isso? O transporte ótimo pode fazer isso por você”, diz Figalli.

“Quero transportar os pixels, ou o que compõe aquela nova foto, para outra imagem e ver quanto custa esse processo. Se for muito pouco é porque a imagem em questão é semelhante à de referência. É muito provável que a minha foto seja de um cachorro, porque é muito parecida com a que já existe de um cachorro.”

“Mas se o transporte custa muito, significa que a imagem era muito diferente da imagem de um cachorro. Portanto, deve representar algo diferente.”

“O metaprincípio é que o transporte ótimo é uma maneira muito boa de comparar imagens, objetos e, uma vez feito isso, pode ser usado para treinar uma rede de inteligência artificial.”

E voltamos ao ponto da beleza.

“Você vê?”, o professor me diz com um sorriso.

“A matemática não se importa se o que você transporta é um objeto concreto ou abstrato. Pode ser material de construção, pão, pessoas indo trabalhar, uma imagem, um pixel. É sempre um objeto a partir do qual tiramos modelos, fazemos fórmulas, vira abstrato e você faz o que quiser. Você sempre tem novas aplicações.”

Na sua vida

É assim que o problema cuja formulação remonta ao século XVIII está presente em nossas vidas.

Pense por um momento em quando você se muda, diz Matteo Bonforte, professor da Universidade Autônoma de Madrid e membro do Instituto de Ciências Matemáticas da Espanha.

Da próxima vez que você fizer uma mudança, lembre de Monge e Figalli.© Getty Images

“Você tem que mudar as coisas de uma casa para outra e tem uma van ou um caminhão. Como colocar os seus pertences no caminhão da melhor forma, para que custe o mínimo possível: menos viagens, menos esforço para os encarregados?”

Para Bonforte, é fundamental continuar investigando problemas como o transporte ótimo.

“Alessio Figalli é uma dessas mentes maravilhosas das quais existe uma por geração.”

“É muito importante que matemáticos da primeira fila como ele, os top-top-top, dediquem-se a esses problemas, porque eles conseguem ver coisas que ‘os mortais comuns não vêem’, criam conexões entre coisas que parecem muito diferentes, mas que, com as lentes apropriadas, no fim, observa-se que o mecanismo subjacente, o princípio básico, é o mesmo e os une.”

Ele destaca que Figalli tem conseguido resolver problemas que estavam em aberto há muitos anos, o que faz com que a teoria desenvolvida seja aplicável a “problemas da vida real”.

“É fundamental que essas grandes figuras da matemática lidem com esses problemas porque eles também dão um impulso a toda a comunidade: muitos pesquisadores ‘entram na onda’, o problema vira ‘moda’ e isso gera um avanço no conhecimento espetacular, sempre pelo motivo de sermos animais sociais.”

 

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