domingo, 29 de outubro de 2023

ISRAEL AINDA NÃO SABE O QUE FAZER APÓS A INVASÃO DE GAZA

 

História por Paul Adams – Correspondente diplomático da BBC  

Palestinos estão sem comunicação© EPA-EFE/REX/SHUTTERSTOCK

O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, prometeu “mudar o Médio Oriente”. O presidente americano Joe Biden disse que “não há como voltar atrás”. Mas a medida que as forças israelenses intensificam os seus ataques à Faixa de Gaza e emitem novos e urgentes avisos aos palestinianos irem para o sul, para onde vai a guerra e o que vem a seguir?

Israel continua dizendo que pretende destruir o Hamas “militar e politicamente”.

Mas, para além da aplicação de um poderio militar implacável e esmagador, não está claro como esta ambição sem precedentes será alcançada.

“Você não pode tomar uma atitude tão drástica sem um plano para o dia seguinte”, afirma Michael Milshtein, chefe do grupo de estudos palestinos do Centro Moshe Dayan, da Universidade de Tel Aviv.

Ex-membro da inteligência militar de Israel, Milshtein, teme que não tenha existido esse planejamento.

Diplomatas europeus dizem que estão conduzindo discussões intensas com Israel sobre o futuro, mas que até agora nada está claro.

“Você pode esboçar algumas ideias no papel, mas torná-las reais exige semanas, meses de diplomacia”, disse um deles, que pediu anonimato.

Planos militares existem – desde a destruição da capacidade militar do Hamas até a tomada de boa parte da Faixa de Gaza. Mas fontes ouvidas pela BBC com longa experiência em crises do tipo dizem que o planejamento não vai além disso.

“Não creio que exista uma solução viável e funcional para Gaza para o momento seguinte ao da evacuação das nossas forças”, afirma Haim Tomer, ex-membro do Mossad, o serviço secreto de Israel.

Os israelenses são praticamente unânimes sobre o desejo de derrotar o Hamas e não permitir mais que eles governem Gaza.

Mas o Hamas, diz Milshtein, é uma ideia – não algo que Israel possa simplesmente apagar.

Ele faz um paralelo com o Iraque em 2003, quando as forças lideradas pelos EUA tentaram remover todos os vestígios do regime de Saddam Hussein. O plano foi um desastre, diz.

Deixou centenas de milhares de funcionários públicos iraquianos e membros das forças armadas sem trabalho, lançando as sementes para uma insurreição devastadora.

Veteranos americanos desse conflito estão em Israel, conversando com os militares israelenses sobre as suas experiências em lugares como Falluja e Mosul.

“Espero que expliquem que cometeram alguns erros enormes no Iraque”, diz Milshtein.

“Israel não pode ter a ilusão de erradicar o partido no poder ou mudar a opinião das pessoas. Isso não vai acontecer.”

Os palestinos concordam.

“O Hamas é uma organização popular de base”, diz Mustafa Barghouti, presidente da Iniciativa Nacional Palestina. “Se quiserem remover o Hamas, terão de fazer uma limpeza étnica em toda Gaza.”

Essa ideia – de que Israel pretende forçar centenas de milhares de palestinianos a sair da Faixa de Gaza e a entrar no Egito – está despertando os medos palestinianos mais profundos.

Para uma população já constituída em grande parte por refugiados – que fugiram ou foram expulsos das suas casas quando Israel foi fundado – a ideia de outro êxodo em massa evoca memórias dos acontecimentos traumáticos de 1948.

“Fugir significa uma passagem só de ida”, diz Diana Buttu, ex-porta-voz da Organização para a Libertação da Palestina (OLP).

Giora Eiland, ex-chefe do Conselho de Segurança Nacional de Israel, diz que a única forma do país concretizar as suas ambições militares em Gaza sem matar muitos palestinianos inocentes é a evacuação dos civis.

O pedido de Joe Biden de financiamento ao Congresso para apoiar Israel e Ucrânia é outro fator que gera temor entre os palestinos.

Até agora, Israel não disse oficialmente que quer que os palestinianos atravessem a fronteira. As Forças de Defesa de Israel (IDF) disseram repetidamente aos civis que se deslocassem para “áreas seguras” mal definidas no sul.

Mas o presidente do Egito, Abdel Fattah el-Sissi, alertou que a guerra de Israel em Gaza pode ser “uma tentativa de forçar os habitantes civis a migrar para o Egipto”.

Supondo que ainda existam palestinos em Gaza quando a guerra acabar, quem irá governá-los?

“Essa é a pergunta de um milhão de dólares”, diz Milshtein.

Israel, diz ele, deveria apoiar a criação de uma nova administração, dirigida pelos habitantes de Gaza, com a adesão dos líderes locais e o apoio dos EUA, do Egito e talvez da Arábia Saudita. A nova administração deveria também incluir líderes do Fatah, o grupo palestino que hoje controla Autoridade Palestina (ANP) na Cisjordân ia e que o Hamas expulsou de Gaza.

Hoje, no entanto, a ANP e seu presidente Mahmud Abbas são impopulares entre os palestinianos na Faixa de Gaza.

Diana Buttu diz que a ANP pode até querer regressar a Gaza, mas não “nas costas de um tanque israelense”.

A veterana palestina Hanan Ashrawi, que foi membro da ANP na década de 1990, irrita-se com a ideia de que estrangeiros, incluindo Israel, tentarão mais uma vez determinar como os palestinianos conduzem suas vidas.

“As pessoas pensam que é um tabuleiro de xadrez e que podem mover alguns peões aqui e ali e dar um xeque-mate no final. Isso não vai acontecer”, diz ela.

Entre aqueles que já lidaram com guerras em Gaza antes, há uma profunda apreensão e uma sensação de que quase tudo já foi tentado antes.

O ex-oficial do Mossad Haim Tomer diz que suspenderia as operações militares por um mês, num esforço para retirar os reféns primeiro.

Em 2012, após uma ronda anterior de combates em Gaza, ele acompanhou o diretor da Mossad ao Cairo para conversas que resultaram num cessar-fogo. Os representantes do Hamas, diz ele, estavam presentes, com as autoridades egípcias fazendo o meio campo. Um mecanismo semelhante deveria ser utilizado novamente, diz ele, mesmo que Israel tivesse que libertar prisioneiros.

“Não me importo se libertarmos alguns milhares de prisioneiros do Hamas. Quero ver os reféns voltando para casa.”

Israel, diz ele, poderia então decidir se retoma as operações militares em grande escala ou optaria por um cessar-fogo de longo prazo.

LULA DIZ QUE VAI QUEBRAR A META DE DÉFICIT ZERO

 

História por admin3  • IstoÉ Dinheiro

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva admitiu nesta sexta-feira, 27, que o governo “dificilmente” cumprirá a meta fiscal de déficit zero em 2024. A meta foi estabelecida pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, como necessária para que o arcabouço fiscal fique de pé, e enviada no projeto da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO). Para Lula, porém, muitas vezes o mercado é “ganancioso” e cobra algo irreal do governo.

Em café da manhã com jornalistas, no Palácio do Planalto, Lula disse que, para ter um déficit zero nas contas públicas, o País precisará fazer corte de investimentos. “Dificilmente chegaremos à meta zero até porque não queremos fazer corte de investimentos e de obras”, afirmou. Embora o presidente não tenha dito, 2024 é ano eleitoral e petistas já afirmavam, nos bastidores, que será preciso contrariar Haddad porque, se a arrecadação for insuficiente, haverá tesourada em programas sociais.

“Eu não vou começar o ano fazendo um corte de bilhões nas obras que são prioritárias neste país. Eu acho que, muitas vezes, o mercado é ganancioso demais e fica cobrando a meta que eles acreditam que vai ser cumprida”, destacou Lula.

Para ele, a meta pode ficar com rombo nas contas públicas entre 0,25% e 0,5% do Produto Interno Bruto (PIB), sem nenhum problema. “Tudo o que a gente puder fazer para cumprir a meta fiscal a gente vai fazer. O que posso dizer é que ela não precisa ser zero. A gente não precisa disso”, argumentou. “Se o Brasil tiver o déficit de 0,5%, o que é? 0,25% o que é? Nada. Absolutamente nada. Então, vamos tomar a decisão correta e nós vamos fazer aquilo que vai ser melhor para o Brasil.”

Cabo de guerra

O presidente disse que vai conversar com Haddad sobre o assunto. Como mostrou o Estadão, a mudança da meta fiscal virou um cabo de guerra dentro do governo. Os ministros Rui Costa (Casa Civil), Simone Tebet (Planejamento) e Esther Dweck (Gestão) chegaram a defender internamente uma meta menor, mas Haddad não concordou, sob a justificativa de que esse recuo seria visto como fragilidade. Pior: um indicativo de que o governo não conseguirá receitas extras (R$ 168,5 bilhões) para superar o déficit no orçamento.

O evento de ontem revelou quem se deu melhor nessa disputa. “Eu sei da disposição do Haddad, sei das vontades do Haddad, sei da minha disposição e quero dizer para vocês que nós dificilmente chegaremos à meta zero”, insistiu.

Cenário

Na sua avaliação, 2024 será um ano difícil para a economia por causa do cenário internacional, que inclui menor crescimento da China e aumento da taxa de juros nos Estados Unidos. Mesmo assim, o presidente se mostrou otimista e disse ter pedido um “check-up” à equipe econômica para verificar o que pode ser corrigido.

“É para a gente evitar que a doença se prolifere”, afirmou Lula, que se reuniu com o ministro da Fazenda antes do café com os jornalistas. “Temos consciência do que está acontecendo na economia mundial e temos de atuar agora.”

‘Jogo político’

O café da manhã foi realizado no dia em que Lula completou 78 anos e durou quase uma hora e meia. Ao lado da primeira-dama Rosângela da Silva, a Janja, e dos ministros Paulo Pimenta (Secretaria de Comunicação Social) e Márcio Macêdo (Secretaria-Geral da Presidência), Lula tocou em assuntos de segurança (“Eu não quero as Forças Armadas nas favelas brigando com bandido. Não é esse o papel das Forças Armadas e, enquanto eu for presidente, não tem GLO”, disse, em referência a operações de Garantia da Lei e da Ordem), mas também falou sobre o “jogo político”. Disse que não está negociando cargos com o Centrão e procurou minimizar o troco dado pelo Congresso em votações de interesse do Planalto.

“Eu não fiz negociação com o Centrão. Eu não converso com o Centrão. Vocês nunca me viram fazendo reunião com o Centrão. Eu faço conversas com partidos políticos, que estão ali legalizados, que elegeram bancadas. Portanto, é com eles que eu tenho que conversar para estabelecer um acordo”, declarou o presidente.

Mulheres

Questionado sobre a diminuição do número de mulheres no primeiro escalão, Lula disse ter sofrido quando demitiu Ana Moser do Ministério do Esporte e Rita Serrano da presidência da Caixa e ficado “chateado” ao substituir Daniela Carneiro nas pasta do Turismo. De acordo com ele, no entanto, Daniela só foi trocada porque mudou de partido: migrou do União Brasil para o Republicanos.

“Fiz um acordo com o PP, com o Republicanos. Acho que é direito deles dirigir o governo, ter um espaço no governo. Eles, juntos, têm mais de cem votos, e eu precisava desses votos para continuar governando”, observou o presidente.

Ana Moser saiu para André Fufuca (PP) entrar, Daniela foi trocada por Celso Sabino (União Brasil) e Rita Serrano perdeu o cargo para Carlos Antonio Vieira Fernandes. Todos os substitutos das mulheres que deixaram o governo foram indicados por Lira.

“Lamento profundamente não poder indicar mais mulheres do que homens. (Mas) Muitas vezes esses partidos não têm mulheres para indicar. Quando um partido político tem que indicar uma pessoa e não tem mulher, eu não posso fazer nada”, declarou Lula.

Em julho, o presidente da Câmara chegou a indicar a ex-deputada Margarete Coelho, hoje diretora de Administração e Finanças do Sebrae, para comandar a Caixa. As negociações não foram adiante sob a alegação de que não havia consenso em torno do nome dela.

Apesar dessa redução no número de cadeiras femininas, o presidente disse ter esperança de aumentar essa representação na equipe até 2026. “Muita gente sai para ser candidato”, lembrou. “Quero fortalecer (essa participação) no governo e passar a ideia de que a mulher veio para a política para ficar.”

Oriente Médio

Ao tratar da guerra no Oriente Médio, Lula disse que entraria em contato com qualquer país que se declarasse aliado do Hamas para intervir pela libertação dos reféns sequestrados pelo grupo terrorista desde o ataque do último dia 7 a Israel. O petista afirmou, porém, que seria necessário fazer demandas semelhantes ao governo de Binyamin Netanyahu para que abrisse as fronteira e libertasse presos palestinos.

“Se eu tiver informação: ‘Ó, Lula, tem um presidente de tal país que é amigo do Hamas’. É para ele que eu vou ligar. ‘Ô, cara, fala para o Hamas libertar os reféns’. E também falar para o governo de Israel liberar os presos, os sequestrados, (que) abra a fronteira para sair os estrangeiros”, disse.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O post Lula admite quebrar meta de déficit zero e enfraquece discurso de Haddad apareceu primeiro em ISTOÉ DINHEIRO.

PRINCIPAIS MUDANÇAS NO TEXTO DA REFORMA TRIBUTÁRIA

História por admin3  • IstoÉ Dinheiro

A reforma tributária no Senado entrou em uma fase decisiva com a apresentação, na quarta-feira (25), do parecer a ser votado na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). Entregue pelo senador Eduardo Braga (MDB-AM), relator da proposta, o texto deve ser votado até 7 de novembro na comissão, segundo as estimativas iniciais.

O parecer manteve a maior parte da proposta para simplificar e reformular os tributos sobre o consumo, aprovada no início de julho pela Câmara dos Deputados, como a unificação de tributos federais na Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS) e dos tributos estaduais e municipais no Imposto sobre Bens e Serviços (IBS), e a cobrança no destino (local do consumo), com uma regra de transição longa para os tributos regionais e rápida para os tributos federais.

Notícias relacionadas:

O texto, no entanto, trouxe alterações. De 663 emendas apresentadas no Senado, Braga acolheu, parcialmente ou totalmente, 183. As principais foram a criação de uma trava para a carga tributária (peso dos tributos sobre a economia), a revisão periódica dos setores incluídos em regimes específicos de tributação, a ampliação do Fundo de Desenvolvimento Regional (FDR) e a inclusão de serviços de profissionais liberais na alíquota reduzida de CBS e de IBS.

Confira as principais mudanças:

Trava

• Teto para manter constante a carga tributária sobre o consumo;

• Atualmente, esse teto corresponderia a 12,5% do PIB;

• A cada 5 anos, seria aplicada uma fórmula que considera a média da receita dos tributos sobre consumo e serviços entre 2012 e 2021;

• Fórmula será calculada com base na relação entre a receita média e o Produto Interno Bruto (PIB, bens e serviços produzidos no país);

• Caso o limite seja superado, a alíquota de referência terá de cair;

• Redução seria calculada pelo Tribunal de Contas da União, baseado em dados dos entes federativos e do futuro Comitê Gestor do IBS.

Regimes diferenciados

• Inclusão dos seguintes setores em regimes diferenciados de tributação:

– operações relativas a tratados internacionais;

– saneamento e concessão de rodovias;

– compartilhamento de serviços de telecomunicações;

– agências de viagem e turismo;

– transporte coletivo rodoviário (intermunicipal e interestadual), ferroviário, hidroviário e aéreo.

• Retomada dos benefícios fiscais ao setor automotivo até 2025:

– em julho, a Câmara havia rejeitado prorrogação de incentivos;

– benefícios seriam convertidos em crédito presumido da CBS, crédito que dá direito a desconto no pagamento de impostos futuros.

• Revisão a cada 5 anos dos regimes especiais:

– setores beneficiados deverão seguir metas de desempenho econômicas, sociais e ambientais;

– dependendo da revisão, lei determinará regime de transição para a alíquota padrão.

• Manutenção dos produtos e insumos agropecuários entre itens com alíquota reduzida.

Profissionais liberais

• Serviços prestados por profissionais liberais – como advogados, médicos, dentistas, arquitetos e demais profissionais do tipo – terão desconto de 30% na alíquota;

• Na prática, a mudança beneficia apenas empresas, escritórios e clínicas que faturem mais de R$ 4,8 milhões por ano. Isso porque a maior parte dos profissionais autônomos, que ganham abaixo desse valor, está incluída no Simples Nacional.

Cesta básica

• Restrição do número de produtos com alíquota zero, com desmembramento em duas listas:

– cesta básica nacional, com alíquota zero, e caráter de enfrentamento à fome;

– cesta básica estendida, com alíquota reduzida para 40% da alíquota padrão e mecanismo de cashback (devolução parcial de dinheiro);

– cesta nacional poderá ser regionalizada, com itens definidos por lei complementar.

Cashback na conta de luz

• Devolução obrigatória de parte dos tributos na conta de luz para família de baixa renda;

• Ressarcimento ocorreria no momento da cobrança, entrando como desconto na conta de luz;

• Detalhes a serem regulamentados por lei complementar.

Imposto seletivo

• Cobrança sobre produtos que gerem danos à saúde ou ao meio ambiente;

• Alíquotas definidas por lei;

• 60% da receita vai para estados e municípios;

• Princípio da anualidade: cobrança só poderá começar no ano seguinte à sanção da lei;

• Imposto regulatório: não tem objetivo de arrecadar, mas regular mercado e punir condutas prejudiciais;

• Produtos:

– possibilidade de cobrança sobre combustíveis;

– alíquota de 1% sobre extração de recursos naturais não renováveis, como minério e petróleo;

– cobrança armas e munições, exceto as usadas pela administração pública;

• Exclusão da incidência sobre:

– telecomunicações;

– energia;

– produtos concorrentes com os produzidos na Zona Franca de Manaus.

Zona Franca de Manaus

• A Câmara tinha incluído o imposto seletivo sobre produtos concorrentes de fora da região para manter competitividade da Zona Franca;

• Relator trocou o imposto seletivo por Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide).

Fundo Nacional de Desenvolvimento Regional

• Fundo que ajudará o desenvolvimento de regiões de menor renda;

• Aumento da verba de R$ 40 bilhões para R$ 60 bilhões anuais;

• Transição para o aumento:

– Fundo começaria com aportes de R$ 8 bilhões em 2029 até chegar a R$ 40 bilhões no início de 2034;

– Em 2034, aportes subiriam R$ 2 bilhões por ano até atingir R$ 60 bilhões em 2043.

• Divisão dos recursos:

– 70% pelos critérios do Fundo de Participação dos Estados (FPE);

– 30% para estados mais populosos.

Limites a unidades da Federação

• Mantido artigo incluído de última hora na Câmara que autoriza estados e Distrito Federal a criar contribuição sobre produtos primários e semielaborados para financiar infraestruturas locais;

• Restrições:

– Permissão apenas a fundos estaduais em funcionamento em 30 de abril de 2023

– Com a regra, apenas Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Pará poderão manter contribuição;

– Contribuição só poderá ser cobrada até 2032, para evitar nova guerra fiscal.

Fundo de Compensação de Benefícios Fiscais

• Seguro-receita para compensação da perda de arrecadação dos entes federativos com o fim de incentivos fiscais sobe de 3% para 5% do IBS;

• Mudança atende a pedido dos estados;

• Critérios de repartição:

– estados e municípios com maior perda relativa (em termos percentuais) de arrecadação;

– receita per capita (por habitante) do fundo não pode exceder três vezes a média nacional, no caso dos estados, e três vezes a média dos municípios de todo o país, no caso das prefeituras.

Comitê Gestor

• Encarregado de gerir a cobrança e a arrecadação do IBS, Conselho Federativo foi rebatizado de Comitê Gestor;

• Órgão passará a ter caráter exclusivamente técnico, assegurando divisão correta dos recursos, sem capacidade de propor regulações ao Legislativo;

• Presidente do Comitê Gestor terá de ser sabatinado pelo Senado.

O post Confira as principais mudanças na reforma tributária no Senado apareceu primeiro em ISTOÉ DINHEIRO.

 

FUNDOS DOS SUPER-RICOS SERÃO TAXADOS ALGUNS SEMESTRALMENTE E OUTROS ANUALMENTE

 

História por admin3  • IstoÉ

A Câmara aprovou na quarta-feira, 25, o projeto de lei que prevê a taxação dos fundos de alta renda: os fundos exclusivos, com ativos no Brasil, e os fundos offshore, com bens e aplicações no exterior. Foram 323 votos a favor, 119 contra e uma abstenção. Todas as tentativas de mudança no texto-base foram rejeitadas. O texto vai agora para o Senado.

Pela legislação atual, os fundos de alta renda, tanto no exterior quanto no Brasil, só são tributados quando os detentores retiram seus lucros, o chamado “resgate”, o que pode levar anos ou nunca acontecer. Com o projeto de lei, esses fundos exclusivos passarão a ser taxados semestralmente, no sistema chamado de “come-cotas”, e os offshore, uma vez por ano, o que levará a um aumento da arrecadação federal.

A previsão inicial de arrecadação em 2024 com a taxação das offshores era de R$ 7 bilhões e com a tributação dos fundos exclusivos era de R$ 13 bilhões. Após as alterações feitas pelo relator, a equipe econômica ainda não divulgou novas estimativas.

O que diz o texto aprovado?

Pedro Paulo, relator do projeto de lei, aumentou de 6% para 8% a alíquota a ser paga pelos detentores dos fundos, tanto no Brasil quanto no exterior, na atualização dos ganhos acumulados até agora.

A pedido da Fazenda, a possibilidade de início dessa atualização do estoque dos fundos foi antecipada pelo relator, de maio de 2024 para dezembro de 2023, o que permitirá ao governo aliviar as contas públicas também neste ano.

Os ganhos futuros dos fundos exclusivos serão tributados com alíquota de 15% sobre os ganhos de longo prazo e 20% sobre os de curto prazo.

No caso dos fundos no exterior, o novo parecer prevê cobrança de 15%. Na versão anterior do projeto, as offshores teriam tributação de acordo com o valor dos rendimentos: para ganhos acima de R$ 50 mil seria de 22,5%. Integrantes do mercado disseram, contudo, que essa alíquota maior, agora retirada do texto, poderia gerar fuga de capitais.

O que são fundos exclusivos?

Os fundos exclusivos, também chamados de fundos dos “super-ricos”, recebem esse nome por serem fechados e terem apenas um cotista, diferentemente dos fundos tradicionais do mercado, abertos a diversos cotistas. Essa modalidade, que prevê um portfólio muito mais personalizado, é direcionada a investidores com patrimônio elevado.

Segundo estimativas do governo federal, há cerca de 2,5 mil brasileiros com recursos aplicados nos fundos exclusivos, que acumulam R$ 756,8 bilhões e respondem por 12,3% dos fundos no País.

Estima-se que os investidores desse tipo de fundo devam ter patrimônio mínimo de R$ 10 milhões, já que os custos de manutenção podem somar R$ 150 mil por ano. Por isso, esses investimentos são conhecidos como fundos dos super-ricos.

O que são fundos offshore?

Os rendimentos de capital aplicado no exterior são chamados fundos offshore. Boa parte desses investimentos está aplicada em países considerados paraísos fiscais, que praticam baixa ou nenhuma tributação para facilitar a aplicação do capital estrangeiro.

O que mudou para os Fundos de Investimento em Cadeias Agroindustriais?

A pedido da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), o relator reduziu de 300 para 100 o número mínimo de cotistas para que possa ser formado um Fundo de Investimento em Cadeias Agroindustriais (Fiagro). O mesmo se aplica aos Fundos de Investimento Imobiliário (FII). Hoje, o piso é de 50 cotistas.

A Fazenda argumentava que um número baixo de cotistas permite que famílias formem um fundo apenas para escapar do pagamento de impostos. Para evitar essa brecha, o relator incluiu no texto uma trava para que pessoas da mesma família, com parentesco de até segundo grau, não detenham juntos mais de 30% das cotas do fundo.(Contribuíram Iander Porcella e Giordanna Neves)

AS PRINCIPAIS PLATAFORMAS ONLINE ESTÃO CORTANDO SUAS RELAÇÕES COM AS NOTÍCIAS

História por Mike Isaac, Katie Robertson e Nico Grant  • 12h

THE NEW YORK TIMES – Campbell Brown, principal executiva de notícias do Facebook, disse neste mês que está deixando a empresa. O Twitter, agora conhecido como X, removeu as manchetes da plataforma dias depois. O chefe do aplicativo Threads, do Instagram, concorrente do X, reiterou que sua rede social não amplificaria notícias

Até mesmo o Google – o parceiro mais forte das organizações de notícias nos últimos 10 anos – se tornou menos confiável, deixando os jornais mais cautelosos quanto à sua dependência do gigante das buscas. A empresa demitiu funcionários de notícias em duas recentes reestruturações de time, e alguns editores dizem que o tráfego do Google diminuiu gradualmente.

Se antes não estava claro, agora está: as principais plataformas online estão cortando suas relações com as notícias.

Alguns executivos das maiores empresas de tecnologia, como Adam Mosseri, do Instagram, afirmaram de forma enfática que hospedar notícias em seus sites pode, muitas vezes, ser mais problemático do que valer a pena, uma vez que gera debates polarizados. Outros, como Elon Musk, proprietário da X, expressaram desdém pela grande imprensa. Os jornais parecem conformados com a ideia de que o tráfego das grandes empresas de tecnologia não voltará a ser o que era antes.

  • Gigantes da tecnologia cortam progressivamente relações com empresas de notícias© Fornecido por Estadão
  • Meta e TikTok precisam aumentar esforços para frear desinformação sobre conflito em Israel, diz UE
  • Gigantes da tecnologia cortam progressivamente relações com empresas de notícias© Fornecido por EstadãoJornais dos EUA querem remuneração por notícias usadas para alimentar o ChatGPT
  • Europa exige que TikTok proteja crianças de propaganda terrorista relacionada ao conflito em Gaza© Fornecido por EstadãoO que mudou no Twitter, além do nome, um ano após compra de Elon Musk?

Mesmo no relacionamento historicamente conturbado entre editores e plataformas tecnológicas, a última ruptura se destaca – e as consequências para a indústria de notícias são graves.

Muitas empresas jornalísticas têm lutado para sobreviver depois que as empresas de tecnologia provocaram uma reviravolta no modelo de negócios do setor, há mais de uma década. Um colete salva-vidas foi o tráfego – e, por extensão, a publicidade – que veio de sites como Facebook e Twitter.

Agora, porém, esse tráfego está sumindo. Os principais sites de notícias obtiveram cerca de 11,5% de seu tráfego da web nos Estados Unidos proveniente de redes sociais em setembro de 2020, de acordo com a empresa de análise Similarweb. Em setembro deste ano, caiu para 6,5%.

“A ruptura num modelo de negócios que já está difícil é real”, diz Adrienne LaFrance, editora executiva do The Atlantic, numa entrevista. LaFrance observou que, embora o tráfego social sempre tenha passado por períodos de aumento e queda, o declínio nos últimos 12 a 18 meses foi mais severa do que a maioria dos editores esperava. “Esta é uma web pós-social”, acrescentou ela.

Uma porta-voz da Meta, proprietária do Facebook, Instagram e Threads, não quis comentar. Elon Musk e um porta-voz de Linda Yaccarino, presidente-executiva da X, não responderam a um pedido de comentário.

Jaffer Zaidi, vice-presidente de parcerias globais de notícias do Google, disse em comunicado que a empresa continua priorizando “o envio de tráfego valioso aos editores e o apoio a uma web aberta e saudável”.

Não começou deste jeito. Durante a ascensão da internet, há cerca de 20 anos, empresas como o Google, o Facebook e o Twitter abraçaram o jornalismo e artigos de empresas de comunicação social tradicionais apareceram nas suas plataformas.

“Toda plataforma de internet tem a responsabilidade de tentar ajudar a financiar e formar parcerias para apoiar notícias”, disse Mark Zuckerberg, fundador do Facebook, em entrevista ao presidente-executivo da News Corp anos atrás.

Tanto o Facebook quanto o Twitter experimentaram iniciativas para apoiar notícias em suas plataformas. Em 2019, por exemplo, o Facebook introduziu o Facebook News, uma aba para os leitores encontrarem cobertura noticiosa de publicações parceiras pagas. O Twitter também experimentou parcerias, unindo-se à Associated Press e à Reuters em 2021 para combater a desinformação.

Foto:© Fornecido por Estadão

Mas esses esforços duraram pouco. O Facebook News não existe mais, e a Campbell Brown, a executiva que liderou os esforços de notícias, anunciou sua saída. Desde que Musk comprou o Twitter, há um ano, ele fez mudanças que tiraram a ênfase da mídia tradicional no site, incluindo a não exibição de manchetes em artigos em postagens e a remoção da marca de seleção azul “verificado” de jornalistas e figuras públicas que não pagaram por isso. Plataformas como TikTok, Snapchat e Instagram geram números de tráfego insignificantes para os meios de comunicação.

O declínio acentuado no tráfego de referência das plataformas de redes sociais nos últimos dois anos atingiu todos os portais de notícias, incluindo o The New York Times.

Wall Street Journal notou um declínio há 18 meses, de acordo com uma gravação de uma reunião de equipe em setembro obtida pelo The Times. “Estamos à mercê de algoritmos das redes sociais e de gigantes da tecnologia durante grande parte de nossa distribuição”, disse Emma Tucker, editora-chefe do Journal, à redação na reunião.

Ben Smith, editor-chefe da Semafor e ex-colunista de mídia do The Times, disse que o tráfego da web não era mais “a métrica divina na mídia digital”. Ele disse que plataformas intermediárias como SmartNews, Apple News e Flipboard estão se tornando mais importantes para os editores, à medida que os leitores procuram uma combinação de jornalismo confiável e a opção de fontes múltiplas.

“As pessoas gostam de ter muitas fontes de informação, mas não querem ficar bisbilhotando um deserto pós-apocalíptico para encontrá-las”, disse Smith.

Como a Meta e o X não são mais confiáveis, os editores se tornaram mais dependentes do Google. Por mais de duas décadas, grandes e pequenos editores empacotaram seu conteúdo para obter uma classificação elevada nos resultados de pesquisa do Google, uma prática chamada SEO, que significa otimização de mecanismos de pesquisa. Esses esforços profundamente integrados incluem a criação de títulos secundários destinados a imitar prováveis consultas de usuários do Google, o preenchimento de artigos com links para outros conteúdos e a manutenção de equipes para direcionar o tráfego e ficar a par das mudanças nos mecanismos de pesquisa.

O Google diz que envia 24 bilhões de cliques por mês, ou 9 mil por segundo, para websites de notícias por meio do seu motor de busca e da página de notícias associada.

Embora o Los Angeles Times esteja obtendo uma fatia um pouco maior do tráfego proveniente de pesquisas online (50% a 60%, acima dos 30% 40%), não está compensando as perdas das mídias sociais, disse Samantha Melbourneweaver, editora-chefe assistente de audiência.

Mas até o Google está instável. Alguns jornais viram quedas no tráfego de referência do Google nas últimas semanas, disseram duas pessoas de diferentes empresas de mídia. Embora o Google continue sendo, de longe, a fonte de tráfego de referência mais importante para os editores, essas pessoas estão preocupadas que o declínio seja um sinal do que está por vir. “É volátil”, disse Melbourneweaver. “O Google existe para as necessidades do Google, e não para as nossas.”

O Google demitiu alguns membros de sua equipe de parceria de notícias em setembro e, recentemente, demitiu até 45 funcionários de sua equipe do Google News, afirma o Sindicato dos Trabalhadores da Alphabet. “Fizemos algumas mudanças internas para simplificar nossa organização”, disse Jenn Crider, porta-voz do Google, em comunicado.

A equipa de parceria de notícias foi criada para estabelecer acordos e parcerias com jornais e, ao longo do tempo, introduziu programas para formar redações, apoiar o desenvolvimento de produtos noticiosos e responder aos governos de todo o mundo que pressionaram a Google para partilhar mais receitas com organizações de notícias.

Zaidi, a vice-presidente de parcerias globais de notícias do Google, escreveu em um memorando interno o qual o The New York Times teve acesso, que a equipe adotaria responsabilidades variadas. “Tivemos que tomar algumas decisões difíceis para posicionar melhor nossa equipe para o que está por vir”, escreveu.

O Google tem investido em inteligência artificial durante todo o ano, lançando um chatbot de IA chamado Bard em março e oferecendo a alguns usuários em maio uma versão de seu mecanismo de busca que pode gerar explicações, poesia e prosa acima dos resultados tradicionais da web. As organizações noticiosas expressaram preocupação de que estes sistemas de IA, que podem responder às perguntas dos utilizadores sem que estes cliquem num link, possam em algum momento corroer o tráfego nos seus sites.

Foto:© Fornecido por Estadão

Privadamente, vários jornais discutiram como será o futuro do tráfego pós-Google e como se preparar melhor caso os produtos de IA do Google se tornem mais populares e enterrem ainda mais links para publicações de notícias.

LaFrance disse que a The Atlantic estava divulgando newsletters de marca, sua página inicial e sua revista impressa. No final de junho, a The Atlantic tinha mais de 925 mil assinantes pagos em seus produtos impressos e digitais, um aumento de 10% em relação ao ano anterior, disse a empresa.

“Conexões diretas com seus leitores são obviamente importantes”, disse LaFrance. “Nós, como humanos e leitores, não deveríamos ir apenas a três megaplataformas todo-poderosas e que consomem atenção para nos tornar curiosos e informados.” Ela acrescentou: “De certa forma, este declínio da rede social é extraordinariamente libertador”.

 

USINA HIDRELÉTRICA DE ITAIPU ESTÁ TOTALMENTE PAGA PELOS BRASILEIROS

História por ALEXA SALOMÃO  • Folha de S. Paulo

Photo taken in Foz Do Iguaçu, Brazil

BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – Análises dos fluxos financeiros e da repartição de energia da hidrelétrica de Itaipu mostram que os brasileiros pagaram integralmente a dívida da construção da usina binacional no rio Paraná, entre o Brasil e o Paraguai.

O pagamento da tarifa dessa energia no lado brasileiro está obrigatoriamente embutido em conta de luz, justamente para garantir que a dívida seria paga, e Itaipu, mantida.

A última parcela foi quitada em fevereiro deste ano. Foram pagos US$ 63,3 bilhões (R$ 313 bilhões) no total, US$ 35,4 bilhões (R$ 175 bilhões) a título de amortização de dívida e US$ 27,9 (R$ 138 bilhões) de juros. Os consumidores seguem mantendo a operação da hidrelétrica.

Um grupo de 31 distribuidoras que atendem dez estados e o Distrito Federal nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste repassa os custos para os brasileiros.

Cada país tem um tratamento para energia no seu mercado interno, mas as regras de funcionamento da usina estão definidas no Tratado de Itaipu, que completou 50 anos em 2023.

Os itens financeiros ficam detalhados no chamado Anexo C desse documento, que começa a ser renegociado pelos dois país neste fim de ano.

Trata-se de um momento histórico, em que será possível redefinir o futuro da energia da usina.

Os cálculos sobre o fluxo financeiro de Itaipu foram realizados pelo Instituto Acende Brasil, um think tank da área de energia, espécie de centro de estudos dedicado ao desenvolvimento de ações e projetos que buscam reforçar a transparência e sustentabilidade do setor elétrico do país. O estudo já foi entregue ao Itamaraty, como contribuição para a revisão do Anexo C.

A base de dados foram os balanços financeiros divulgados pela própria empresa.

O acompanhamento dos pagamentos e recebimentos líquidos de cada país mostram que o Brasil pagou para a hidrelétrica US$ 85,7 bilhões (R$ 428,9 bilhões) no período de 1985 a 2022. O Paraguai, por sua vez, recebeu US$ 5,9 bilhões (R$ 29,5 bilhões).

Segundo o estudo, o Paraguai não só garantiu seu suprimento de energia com a binacional como teve na usina uma importante fonte de receita.

“O Brasil pagou tudo, basta ver o fluxo do dinheiro. Pagou a dívida, a operação, o custeio. Tudo foi bancado pelos consumidores de energia do lado brasileiro”, afirma Claudio Sales, presidente do Acende Brasil.

É preciso conhecer a dinâmica do consumo de energia e da contabilização dos diferentes custos da hidrelétrica para entender como algo assim é possível.

Pelo tratado, ficou acordado que Itaipu não teria lucro. Sua tarifa de energia deve ser o valor necessário para cobrir o Cuse (Custo Unitário dos Serviços de Eletricidade), ou seja, o valor exato para custear a hidrelétrica. O setor chama esse modelo de tarifa pelo custo.

Entre os grandes itens estão royalties pelo uso da água dos dois lados da fronteira (que é repassado a municípios), o custo de exploração, que na prática agrupa as despesas para operação e manutenção da usina, e os custos financeiros, cujo maior valor sempre foi a dívida contraída para construção da hidrelétrica. Historicamente, representou 60% das despesas.

O tratado também fixou que tudo em Itaipu é dividido meio a meio entre Brasil e Paraguai, despesas e benefícios.

O país vizinho, no entanto, até hoje não conseguiu consumir os 50% de produção de energia elétrica a que tem direito. No ano passado, o Paraguai ficou com 24% do total, por exemplo. A regra diz que a parcela não consumida por um parceiro é cedida para o outro mediante um pagamento.

O Brasil pagou no ano passado US$ 218,5 milhões (R$ 1,1 bilhão) por essa cessão, um valor considerado generoso.

O cálculo para definição do valor da cessão foi reajustado em 2009, após uma negociação bilateral que gerou muitos questionamentos no Brasil. A mudança elevou o fator de reajuste em favor do país vizinho, beneficiando o governo do então presidente Fernando Lugo, o único que conseguiu quebrar a hegemonia do Partido Colorado em 70 anos.

A título de explicação, o levantamento do instituto detalha o fluxo de receitas e despesas de Itaipu no ano passado. O Brasil foi responsável pela receita de US$ 2,8 bilhões (R$ 14 bilhões) enquanto o Paraguai, por US$ 495 milhões (R$ 2,4 bilhões).

A análise da contabilidade mostra que, considerando saldos financeiros de 2021, US$ 2,5 bilhões (R$ 12,5 bilhões) foram destinados a cobrir custos de manutenção da usina, como despesas com exploração e a dívida da obra.

Galeria Veja fotos da construção de usina hidrelétrica de Itaipu, em Foz do Iguaçu Ela está localizada no rio Paraná, na fronteira entre Brasil e Paraguai https://fotografia.folha.uol.com.br/galerias/1740782256250701-construcao-de-itaipu *** Outros US$ 801 milhões (R$ 4 bilhões) foram para pagamentos fora da usina, por assim dizer, como royalties a municípios dos dois lados da fronteira e repasses a título de remuneração das empresas estatais que respondem pela usina, no Brasil, ENBPar (Empresa Brasileira de Participações em Energia Nuclear e Binacional), e, no Paraguai, Ande (Administração Nacional de Eletricidade).

Somando todos os repasses para o Paraguai, incluindo o valor da cessão, e fazendo um paralelo com a receita que ele destinou, o parceiro do Brasil ficou, no ano passado, com um saldo positivo de quase US 15 milhões (R$ 75 milhões), mostra o levantamento da entidade.

Arte HTML5/Folhagráfico/AFP https://arte.folha.uol.com.br/mercado/2023/10/28/custos-itaipu/infografico1.html *** No balanço geral do ano, o Brasil foi responsável por 85% das receitas de Itaipu, adquirindo 76% da energia gerada. No total, 64% dos repasses da hidrelétrica destinam-se ao Paraguai.

“Quando olhamos o fluxo total líquido, o Paraguai recebeu não apenas energia, mas também pagamentos. Desde que a Itaipu começou a operar apenas em um ano, 2021, o Paraguai não teve receita”, diz Richard Hochstetler, diretor de assuntos econômicos e regulatórios do instituto, que coordenou o trabalho.

Procurada pela reportagem, a assessoria de imprensa de Itaipu disse que a empresa não conhecia o estudo e, por isso, não comentaria.

Brasil e Paraguai dariam início às discussões sobre o Anexo C na quinta-feira (26), em uma reunião no Ministério de Minas e Energia, em Brasília, que contaria com a presença dos presidentes da binacional de cada lado da fronteira.

Em paralelo, o presidente Lula (PT) e o presidente paraguaio, Santiago Peña, também fariam um encontro para tratar do tema. O governo brasileiro, no entanto, pediu o adiamento.

QUEM PAGA PELA ENERGIA DE ITAIPU NO BRASIL

Consumidores de 31 distribuidoras em dez estado e no DF são obrigados por lei a incluir na conta de luz a tarifa da usina binacional

São Paulo

– Enel SP (Eletropaulo Metropolitana Eletricidade de São Paulo)

– EDP SP (São Paulo Distribuição de Energia)

– Elektro (Neoenergia Elektro)

– CPFL Paulista (Companhia Paulista de Força e Luz)

– CPFL Santa Cruz (Companhia Jaguari de Energia)

– CPFL Piratininga (Companhia Piratininga de Força e Luz)

– ESS (Energisa Sul-Sudeste)*

Rio de Janeiro

– Light Enel RJ (Ampla Energia e Serviços)

– EMR (Energisa Minas Rio, antiga EMG)*

Minas Gerais

– Cemig (Companhia Energética Minas Gerais)

– CPFL Santa Cruz (Companhia Jaguari de Energia)

– DMED EMR (Energisa Minas Rio, antiga EMG)*

– MESS (Energisa Sul-Sudeste)*

Espírito Santo

– EDP ES (Espírito Santo Distribuição de Energia)

Mato Grosso

– EMT (Energisa Mato Grosso)

Mato Grosso do Sul

– EMS (Energisa Mato Grosso do Sul)

Goiás

– Celg (Equatorial Goiás)

Chesp (Companhia Hidroelétrica São Patrício)

Distrito Federal

– NDB (Neonergia, antiga CEB)

Paraná

– Copel Cocel (Companhia Campolarguense de Energia)

– CPFL Santa Cruz (Companhia Jaguari de Energia)

– Forcel (Força e Luz Coronel Vivida)

– ESS (Energisa Sul-Sudeste)*

Santa Catarina

– Celesc (Centrais Elétricas de Santa Catarina)

– DCELT (Distribuidora Catarinense de Energia Elétrica, antiga Ienergia)

– Cooperaliança (Cooperativa Aliança)

Rio Grande do Sul

– CEEE distribuição (Equatorial Energia)

– DEMEI (Departamento Municipal de Energia de Ijuí)

– Eletrocar (Centrais Elétricas de Carazinho)

– ELFSM (Empresa Luz e Força Santa Maria)

– RGE Sul Nova Palma Energia Muxenergia (Muxfeldt Marin & Cia)

*A distribuidora aparece em mais de um estado porque tem área de abrangência regional

Fonte: Aneel

 

ESCUTA ATIVA É UMA HABILIDADE ESSENCIAL PARA OS PROFISSIONAIS QUE BUSCAM CRESCIMENTO E DIFERENCIAÇÃO

 

Virgilio Marques do Santos, sócio-fundador da FM2S Educação e Consultoria

Em uma era de rápidas transformações, informação incessante e avanços tecnológicos, uma habilidade muitas vezes negligenciada está emergindo como essencial para os profissionais que buscam crescimento e diferenciação: a escuta ativa.

Ao longo de minha carreira e experiência no cenário empresarial e acadêmico brasileiro, percebi que as decisões mais acertadas eram frequentemente o resultado de um esforço coletivo de compreensão e entendimento mútuo. No cerne desse esforço estava a escuta ativa.

Antes de abordar sua relevância, é fundamental entender o que constitui a escuta ativa. Trata-se de um processo em que o ouvinte faz um esforço consciente para compreender, interpretar e avaliar o que está sendo dito. Isso implica não apenas ouvir, mas absorver, refletir e responder de maneira adequada à mensagem.

A relevância no contexto empresarial

No ambiente corporativo, especificamente para analistas em grandes empresas, a capacidade de assimilar informações, decifrar nuances e responder adequadamente é crucial. Em empresas de grande porte, a quantidade de informações e o ritmo de decisões são acelerados. Erros de comunicação ou mal-entendidos podem resultar em decisões equivocadas, perda de recursos ou mesmo de oportunidades.

Para o analista, estar sintonizado com as necessidades da empresa, compreender as tendências de mercado, antecipar riscos e identificar oportunidades são imperativos. E a escuta ativa é a ferramenta que potencializa essas capacidades.

Crescimento na carreira

Uma carreira bem-sucedida em grandes corporações não se constrói apenas com expertise técnica ou competências analíticas afiadas. A habilidade de se comunicar efetivamente, de construir relacionamentos sólidos e de influenciar decisões é igualmente vital. E é aqui que a escuta ativa se torna um diferencial. Por isso, listo aqui quatro benefícios principais ao ser um ouvinte ativo:

Construção de relacionamentos: o simples ato de escutar genuinamente pode construir pontes, resolver conflitos e fortalecer relacionamentos. Isso facilita a colaboração e amplia a influência do analista;

● Tomada de decisão informada: ao escutar atentamente, o analista tem acesso a informações precisas, o que resulta em análises mais robustas e decisões mais bem fundamentadas;

● Desenvolvimento de empatia: escutar ativamente permite ao analista colocar-se no lugar do interlocutor, cultivando a empatia. Isso é especialmente importante ao lidar com equipes multidisciplinares ou stakeholders com diferentes perspectivas;

● Antecipação de tendências: a escuta ativa habilita o profissional a captar sinais sutis, nuances que podem indicar mudanças de direção ou novas tendências emergentes, um ativo inestimável no mundo corporativo.

Para os leitores e leitoras que buscam excelência em gestão, qualidade e produtividade, ressalto que, além das técnicas e ferramentas de gestão, habilidades interpessoais como a escuta ativa são cruciais. Em um mundo onde todos parecem estar sempre falando, onde as informações são muitas e o tempo é escasso, parar para escutar ativamente é não apenas um ato de respeito, mas uma estratégia inteligente para quem busca crescimento profissional.

Desenvolver e cultivar a escuta ativa é investir em uma carreira sólida, em decisões acertadas e em relações de confiança. E, para um analista em uma grande empresa, essa pode ser a chave que diferencia o comum do excepcional.

Virgilio Marques dos Santos é um dos fundadores da FM2S, doutor, mestre e graduado em Engenharia Mecânica pela Unicamp e Master Black Belt pela mesma Universidade. Foi professor dos cursos de Black Belt, Green Belt e especialização em Gestão e Estratégia de Empresas da Unicamp, assim como de outras universidades e cursos de pós-graduação. Atuou como gerente de processos e melhoria em empresa de bebidas e foi um dos idealizadores do Desafio Unicamp de Inovação Tecnológica.

CARACTERÍSTICAS DA VALEON

Perseverança

Ser perseverante envolve não desistir dos objetivos estipulados em razão das atividades, e assim manter consistência em suas ações. Requer determinação e coerência com valores pessoais, e está relacionado com a resiliência, pois em cada momento de dificuldade ao longo da vida é necessário conseguir retornar a estados emocionais saudáveis que permitem seguir perseverante.

Comunicação

Comunicação é a transferência de informação e significado de uma pessoa para outra pessoa. É o processo de passar informação e compreensão entre as pessoas. É a maneira de se relacionar com os outros por meio de ideias, fatos, pensamentos e valores. A comunicação é o ponto que liga os seres humanos para que eles possam compartilhar conhecimentos e sentimentos. Ela envolve transação entre pessoas. Aquela através da qual uma instituição comunica suas práticas, objetivos e políticas gerenciais, visando à formação ou manutenção de imagem positiva junto a seus públicos.

Autocuidado

Como o próprio nome diz, o autocuidado se refere ao conjunto de ações que cada indivíduo exerce para cuidar de si e promover melhor qualidade de vida para si mesmo. A forma de fazer isso deve estar em consonância com os objetivos, desejos, prazeres e interesses de cada um e cada pessoa deve buscar maneiras próprias de se cuidar.

Autonomia

Autonomia é um conceito que determina a liberdade de indivíduo em gerir livremente a sua vida, efetuando racionalmente as suas próprias escolhas. Neste caso, a autonomia indica uma realidade que é dirigida por uma lei própria, que apesar de ser diferente das outras, não é incompatível com elas.

A autonomia no trabalho é um dos fatores que impulsionam resultados dentro das empresas. Segundo uma pesquisa da Page Talent, divulgada em um portal especializado, 58% dos profissionais no Brasil têm mais facilidade para desenvolver suas tarefas quando agem de maneira independente. Contudo, nem todas as empresas oferecem esse atributo aos colaboradores, o que acaba afastando profissionais de gerações mais jovens e impede a inovação dentro da companhia.

Inovação

Inovar profissionalmente envolve explorar novas oportunidades, exercer a criatividade, buscar novas soluções. É importante que a inovação ocorra dentro da área de atuação de um profissional, evitando que soluções se tornem defasadas. Mas também é saudável conectar a curiosidade com outras áreas, pois mesmo que não represente uma nova competência usada no dia a dia, descobrir novos assuntos é uma forma importante de ter um repertório de soluções diversificadas e atuais.

Busca por Conhecimento Tecnológico

A tecnologia tornou-se um conhecimento transversal. Compreender aspectos tecnológicos é uma necessidade crescente para profissionais de todas as áreas. Ressaltamos repetidamente a importância da tecnologia, uma ideia apoiada por diversos especialistas em carreira.

Capacidade de Análise

Analisar significa observar, investigar, discernir. É uma competência que diferencia pessoas e profissionais, muito importante para contextos de liderança, mas também em contextos gerais. Na atualidade, em um mundo com abundância de informações no qual o discernimento, seletividade e foco também se tornam grandes diferenciais, a capacidade de analisar ganha importância ainda maior.

Resiliência

É lidar com adversidades, críticas, situações de crise, pressões (inclusive de si mesmo), e ter capacidade de retornar ao estado emocional saudável, ou seja, retornar às condições naturais após momentos de dificuldade. Essa é uma das qualidades mais visíveis em líderes. O líder, mesmo colocando a sua vida em perigo, deve ter a capacidade de manter-se fiel e com serenidade em seus objetivos.

Nossos contatos: Fones: (31) 3827-2297 e (31) 98428-0590 (Wpp)

E-MAIL: valeonbrasil@gmail.com

WEBsite: https://valedoacoonline.com.br/

WEBApp: valeon

sábado, 28 de outubro de 2023

O PRESIDENTE DA CÂMARA CONSEGUE O QUE QUIZER NO GOVERNO

 

História por Notas & Informações  • Jornal Estadão

O presidente Lula da Silva, mais uma vez, não conseguiu ou não quis se esquivar da cobiça do Centrão, em particular do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), por recursos e cargos federais. Ao que parece, cedo ou tarde, o que Lira quer, Lira consegue, o que revela uma relação totalmente desequilibrada entre o Legislativo e o Executivo. Até quando? A pergunta, claro, é retórica. Enquanto Lira estiver aboletado na cadeira de presidente da Câmara e, portanto, detiver o poder de definir o rumo da agenda legislativa, é assim que a banda tocará em Brasília.

O alvo da vez foi a presidente da Caixa, Rita Serrano, tida como uma profissional da cota pessoal de Lula. Se esse foi o destino de alguém tão ligado ao presidente da República, outros sem essa proximidade, por mais competentes que sejam, devem se preparar para o pior. Ademais, a demissão da sra. Serrano, a terceira mulher sacrificada por Lula no altar de suas conveniências políticas, revela de uma vez por todas que a paridade de gênero tão vocalizada pelo petista durante a campanha não tinha nada de política pública séria; era só oportunismo eleitoral.

O Centrão não parará por aí. A demanda da hora é toda a direção da Caixa, não só a presidência do banco. Mas amanhã será outra. Eis a dimensão do problema que Lula tem de resolver, pressupondo-se, é claro, que o presidente esteja disposto a isso. Não há no horizonte próximo, isto é, até o fim do mandato de Lira à frente da Câmara, uma linha de corte que se possa vislumbrar como um ponto de equilíbrio nessa relação entre o Legislativo e o Executivo, que não raro chega às raias da chantagem. Não haverá um momento em que o Centrão dar-se-á por satisfeito e, enfim, passará a entregar os votos de que o governo precisa para aprovar projetos de seu interesse sem mais nada em troca.

É verdade que, tão logo foi anunciado o nome do preposto de Lira no comando da Caixa, Carlos Antônio Vieira Fernandes, a Câmara aprovou por folgado placar (323 a 119) o projeto de tributação dos fundos offshore, uma das medidas que o governo considera essenciais para a condução de sua política econômica. Outras matérias importantes, para o governo e para o País, como o arcabouço fiscal e a reforma tributária, também foram aprovadas pelos deputados. Porém, cada aprovação exigiu esforços pontuais do governo. Novas votações, portanto, implicarão novas barganhas, só não se sabem quais.

A razão para esse estado lamentável do que um dia já foi classificado como “presidencialismo de coalizão”, por pior que seja para o País, é relativamente simples de ser entendida: não há um projeto estratégico para o País que una o governo e o Congresso em pontos de consenso sobre os quais dar-se-iam as trocas republicanas entre o Executivo e os parlamentares. Assim são formadas coalizões de governo democráticas, republicanas.

Nada há de imoral na troca de cargos e na abertura de acesso a recursos do Orçamento, em particular por meio de emendas parlamentares, em troca da chamada governabilidade se essa relação não se desvia do interesse público. No entanto, há pouca gente ingênua o bastante no País para achar que todo esse interesse de Lira e seu grupo político em abarrotar de aliados a Caixa, alguns Ministérios, agências reguladoras e a Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf), entre outros órgãos federais, tem alguma coisa remotamente associada ao melhor interesse público. Ora, tudo faz parte de um sistema muito bem montado e gerido para usar essas posições na administração pública como meio de obtenção de poder e recursos financeiros, e não necessariamente para corrupção.

A manipulação eleitoral desses ativos, valiosíssimos, tende a favorecer os que já detêm mandato eletivo, perpetuando os membros do grupo no poder, o que retroalimenta uma engrenagem que se revela como um fim em si mesma. Quando o interesse nacional se coaduna com o interesse desses cupins da República, muito bem; quando não, o País que se dane.

NEGOCIAÇÕES ENTRE O PLANALTO E O CENTRÃO CHEGARAM A UM LIMITE

 

História por CdB  • Correio do Brasil

Lula disse ainda, durante um café da manhã com jornalistas, que para alcançar o déficit zero nas contas públicas, o país precisaria fazer corte de investimentos.

Por Redação – de Brasília

As negociações entre o Palácio do Planalto e o ‘Centrão’ chegaram a um limite. Nesta sexta-feira, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva admitiu que o governo “dificilmente” cumprirá a meta fiscal de déficit zero em 2024, em função das negociações que seriam necessárias para desbloquear as pautas econômicas, no Congresso dominado pelas forças de direita e ultradireita. A meta era uma expectativa do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, necessária para que o arcabouço fiscal se sustente, mas para Lula, o mercado financeiro tem sido “ganancioso”.

Lula conversou com jornalistas, nesta sexta-feira, e comentou o relacionamento com o Centrão© Fornecido por Correio do Brasil

Lula disse ainda, durante um café da manhã com jornalistas, que para alcançar o déficit zero nas contas públicas, o país precisaria fazer corte de investimentos.

— Dificilmente chegaremos à meta zero até porque não queremos fazer corte de investimentos e de obras. Eu não vou começar o ano fazendo um corte de bilhões nas obras que são prioritárias nesse país. Eu acho que, muitas vezes, o mercado é ganancioso demais e fica cobrando a meta que eles acreditam que vai ser cumprida — afirmou.

O presidente calcula que a meta pode ficar com rombo nas contas públicas entre 0,25% a 0,5% do Produto Interno Bruto (PIB).

— Tudo o que a gente puder fazer para cumprir a meta fiscal, a gente vai fazer. O que posso dizer é que ela não precisa ser zero. A gente não precisa disso. Se o Brasil tiver o déficit de 0,5% o que é? 0,25% o que é? Nada. Então, vamos tomar a decisão correta e nós vamos fazer aquilo que vai ser melhor para o Brasil — acrescentou.

Hamas

O assunto, segundo o presidente, será tema ainda de muita conversa com Haddad.

— Eu sei da disposição do Haddad, sei das vontades do Haddad, sei da minha disposição, e quero dizer para vocês que nós dificilmente chegaremos à meta zero — definiu.

A guerra entre Israel e Palestina também foi alvo de comentários do presidente, junto aos repórteres. Pragmático, Lula adianta que entrará em contato com qualquer país que se autodeclare aliado do Hamas para intervir pela libertação dos reféns sequestrados pelo grupo extremista no ataque do dia 7 de outubro a Israel. Lula, porém, disse que seria necessário fazer demandas semelhantes ao governo de Benjamin Netanyahu para que abra as fronteira e liberte presos palestinos.

— Se eu tiver informação: ‘Oh Lula tem um presidente de tal país que é amigo do Hamas. É para ele que eu vou ligar. ‘O cara fala para o Hamas libertar os reféns’. E também falar par ao governo de Israel libera os presos, os sequestrados, abra a fronteira para sair os estrangeiros — disse Lula.

Insanidade

O governo classifica o ato do Hamas no dia 7 de outubro como terrorista, mas Lula preferiu não usar o mesmo termo para se referir ao grupo em si. O presidente também repetiu o uso do termo “insanidade” ao falar sobre Israel, mas dessa vez disse que o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu age dessa forma ao querer “acabar com a Faixa de Gaza”.

Em meio às críticas sobre os rumos do conflito, Lula disse que o governo brasileiro manterá a missão de repatriação para retirar todos os brasileiros da zona de guerra.

— Nós não deixaremos um único brasileiro ficar em Israel ou na Faixa de Gaza — concluiu.

BOLSONARO CHAMA ELIZIANE GAMA DE DESQUALIFICADA E PAU MANDADO DO DINO

 

História por Gabriel de Sousa  • Jornal Estadão

BRASÍLIA – O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) chamou a senadora Eliziane Gama (PSD-MA) de “desqualificada” ao falar sobre o relatório final da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito dos Atos de 8 de Janeiro nesta sexta-feira, 27, em um evento realizado em Goiânia. A senadora, que foi relatora do colegiado, respondeu que o ex-presidente “está com medo de ser preso e por isso fala tanta bobagem”.

Presidente Jair Bolsonaro. FOTO: ADRIANO MACHADO/REUTERS Foto: ADRIANO MACHADO/REUTERS© Fornecido por Estadão

Com agendas em Goiânia neste final de semana, Bolsonaro participou de uma palestra para apoiadores em um hotel da cidade. Ao falar o texto final da CPMI, o ex-presidente afirmou que tanto o relatório quanto Eliziane seriam “desqualificados”. O ex-chefe do Executivo também acusou a senadora de supostamente atuar à mando do ministro da Justiça, Flávio Dino.

“Golpe? Desde quando assumi me acusavam de querer dar um golpe. Uma CPMI cujo relatório é tão desqualificado quanto a senadora relatora daquela CPMI, a serviço do Ministro da Justiça”, afirmou Bolsonaro.

Eliziane diz que palavras de Bolsonaro ‘não valem nada’

Por meio de uma nota, Eliziane respondeu que as palavras de Bolsonaro “não valem nada” e que o ex-presidente estaria “com medo de ser preso”. A senadora também ressaltou as conclusões do seu relatório final, que aponta a participação do ex-chefe do Executivo em uma tentativa de golpe de Estado após a vitória do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas eleições do ano passado.

“Bolsonaro foi o pior presidente da história do Brasil. Suas palavras ditas em ato hoje em Goiânia não valem nada, não me atingem. Mulher e nordestina sempre foram um alvo preferido pra ele, já agredira antes a imprensa livre, os negros e os pobres, e tentou liderar um golpe no Brasil. Bolsonaro está inelegível por 8 anos. O relatório da CPMI foi incorporado em sua totalidade às investigações do STF. Está com medo de ser preso e por isso fala tanta bobagem”, afirmou a senadora.

Senadora apontou Bolsonaro como autor intelectual dos ataques em Brasília

No relatório final da CPMI, que foi aprovado no último dia 18 por 20 votos a 11, Eliziane sugeriu o indiciamento de Bolsonaro nos crimes de associação criminosa, violência política, abolição violenta do Estado Democrático de Direito e golpe de Estado. Juntas, as penas máximas somam 29 anos de prisão.

A relatora também propôs o indiciamento da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP), de militares como o almirante Almir Garnier Santos, ex-comandante da Marinha, e agentes da segurança pública do Distrito Federal e da Polícia Rodoviária Federal (PRF). Também estão na lista o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, e o ex-ministro da Justiça Anderson Torres.

Nesta quarta-feira, 25, Gama e parlamentares governistas entregaram o relatório final para os órgãos competentes por dar encaminhamento às denúncias. A última parada foi no Tribunal de Contas da União (TCU), onde o presidente Bruno Dantas garantiu que as informações do documento serão esmiuçadas para eventualmente instaurar novos processos de investigação.

ESCOLHA DE PIMENTA CRIA CONFLITO COM GESTÃO DE LEITE

Brasil e Mundo ...