segunda-feira, 29 de maio de 2023

LIVROS PARA O EMPREENDEDOR CONHECER PERSPECTIVAS INOVADORAS PARA ALCANÇAR O SUCESSO

 

Ana Julia Guimarães – StartSe

Aprenda a lidar com situações adversas no empreendedorismo com esses livros valiosos.

Algo nós já sabemos: empreender não é fácil. É uma tarefa contínua que depende unicamente de você! É necessário estudar, analisar o mercado, fazer benchmark e… ler muito!

Para que uma ideia se transforme em um projeto ou negócio de sucesso, a inspiração é um fator indispensável. E nada melhor do que buscar insights nos relatos de pessoas que passaram por situações parecidas com a sua na literatura.

Se você quer conhecer perspectivas inovadoras e alcançar novos patamares de desenvolvimento empreendedor, veja 5 livros essenciais abaixo.

O PODER DO HÁBITO, DE CHARLES DUHIGG 

Um livro para ajudar a ter mais produtividade, concentração e começar hábitos para mudar sua carreira e a sua vida!

Sabe por quê? Charles Duhigg, repórter investigativo do New York Times, mostra com exemplos e ciência que a chave para o sucesso é entender como os hábitos funcionam.

Durante a narrativa, ele cita vários exemplos. Entre eles, uma jovem transformou quase todos os aspectos de sua vida. Parou de fumar, correu uma maratona e foi promovida. Além disso, neurologistas descobriram que os padrões dentro do cérebro dela mudaram de maneira fundamental.

Basicamente, o autor explora a ciência por trás da criação e transformação de rotina.

MINDSET: A NOVA PSICOLOGIA DO SUCESSO, DE CAROL S. DWEK

Carol S. Dweck, professora de psicologia na Universidade Stanford e especialista internacional em sucesso e motivação, desenvolveu um conceito fundamental: a atitude mental com que encaramos a vida, que ela chama de “mindset”, é crucial para o sucesso.

No livro, ela explica o sucesso pode ser alcançado pela maneira como lidamos com nossos objetivos. “O mindset não é um mero traço de personalidade, é a explicação de por que somos otimistas ou pessimistas, bem-sucedidos ou não, ele define nossa relação com o trabalho e com as pessoas e a maneira como educamos nossos filhos. É um fator decisivo para que todo o nosso potencial seja explorado.”

DE ZERO A UM, DE PETER THIEL

Peter Thiel, cofundador do PayPal e investidor em diversas startups –  apresenta, através do seu livro, uma visão otimista do futuro do progresso e uma maneira original de pensar sobre inovação, ensinando você a fazer perguntas que o levem a encontrar valor em lugares inesperados e citando exemplos do Vale do Silício.

O PONTO DE VIRADA, DE MALCOM GLADWELL  

Você já ficou intrigado pensando no que faz com que um produto, um serviço ou mesmo atitudes virem moda da noite para o dia? Já imaginou que tipo de mudança faz, por exemplo, com que livros desconhecidos se transformem em best-sellers? Ou o que explica o aumento do consumo de cigarros entre os adolescentes, apesar da campanha antitabagista?

Se a sua resposta for sim para alguma destas perguntas, esse livro é para você! Malcolm Gladwell apresenta uma maneira instigante e original de entender esses fenômenos sociais.

STARTUP ENXUTA, DE ERIC RIES  

A startup enxuta é um modelo de negócio que vem sendo amplamente adotado ao redor do mundo, mudando a maneira como as companhias idealizam seus produtos e serviços.

Pioneiro na implementação dessa abordagem, Eric Ries define startup como uma organização dedicada a criar algo novo sob condições incertas – e isso inclui tanto o jovem empreendedor que trabalha na garagem de casa quanto o profissional experiente em uma multinacional.

STARTUP VALEON UMA HOMENAGEM AO VALE DO AÇO

Moysés Peruhype Carlech

Por que as grandes empresas querem se aproximar de startups? Se pensarmos bem, é muito estranho pensar que um conglomerado multibilionário poderia ganhar algo ao se associar de alguma forma a pequenos empresários que ganham basicamente nada e tem um produto recém lançado no mercado. Existe algo a ser aprendido ali? Algum valor a ser capturado? Os executivos destas empresas definitivamente acreditam que sim.

Os ciclos de desenvolvimento de produto são longos, com taxas de sucesso bastante questionáveis e ações de marketing que geram cada vez menos retorno. Ao mesmo tempo vemos diariamente na mídia casos de jovens empresas inovando, quebrando paradigmas e criando novos mercados. Empresas que há poucos anos não existiam e hoje criam verdadeiras revoluções nos mercados onde entram. Casos como o Uber, Facebook, AirBnb e tantos outros não param de surgir.

E as grandes empresas começam a questionar.

O que estamos fazendo de errado?

Por que não conseguimos inovar no mesmo ritmo que uma startup?

Qual a solução para resolver este problema?

A partir deste terceiro questionamento, surgem as primeiras ideias de aproximação com o mundo empreendedor. “Precisamos entender melhor como funciona este mundo e como nos inserimos!” E daí surgem os onipresentes e envio de funcionários para fazer tour no Vale e a rodada de reuniões com os agentes do ecossistema. Durante esta fase, geralmente é feito um relatório para os executivos, ou pelas equipes de inovação ou por uma empresa (cara) de consultoria, que entrega as seguintes conclusões:

* O mundo está mudando. O ritmo da inovação é acelerado.

* Estes caras (startups) trabalham de um jeito diferente, portanto colhem resultados diferentes.

* Precisamos entender estas novas metodologias, para aplicar dentro de casa;

* É fundamental nos aproximarmos das startups, ou vamos morrer na praia.

* Somos lentos e burocráticos, e isso impede que a inovação aconteça da forma que queremos.

O plano de ação desenhado geralmente passa por alguma ação conduzida pela área de marketing ou de inovação, envolvendo projetos de aproximação com o mundo das startups.

Olhando sob a ótica da startup, uma grande empresa pode ser aquela bala de prata que estávamos esperando para conseguir ganhar tração. Com milhares de clientes e uma máquina de distribuição, se atingirmos apenas um percentual pequeno já conseguimos chegar a outro patamar. Mas o projeto não acontece desta forma. Ele demora. São milhares de reuniões, sem conseguirmos fechar contrato ou sequer começar um piloto.

Embora as grandes empresas tenham a ilusão que serão mais inovadoras se conviverem mais com startups, o que acaba acontecendo é o oposto. Existe uma expectativa de que o pozinho “pirlimpimpim” da startup vá respingar na empresa e ela se tornará mais ágil, enxuta, tomará mais riscos.

Muitas vezes não se sabe o que fazer com as startups, uma vez se aproximando delas. Devemos colocar dinheiro? Assinar um contrato de exclusividade? Contratar a empresa? A maioria dos acordos acaba virando uma “parceria”, que demora para sair e tem resultados frustrantes. Esta falta de uma “estratégia de casamento” é uma coisa muito comum.

As empresas querem controle. Não estão acostumadas a deixar a startup ter liberdade para determinar o seu próprio rumo. E é um paradoxo, pois se as empresas soubessem o que deveria ser feito elas estariam fazendo e não gastando tempo tentando encontrar startups.

As empresas acham que sabem o que precisam. Para mim, o maior teste é quando uma empresa olha para uma startup e pensa: “nossa, é exatamente o que precisamos para o projeto X ou Y”.

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domingo, 28 de maio de 2023

PETROBRAS ESTÁ HÁ 30 ANOS NA AMAZÔNIA EXTRAINDO PETRÓLEO E NUNCA PREJUDICOU O MEIO AMBIENTE

 

Crise no governo
Exploração de petróleo na Amazônia não é novidade

Por
Tatiana Azevedo – Gazeta do Povo


Petrobras explora petróleo no meio da Amazônia há cerca de 30 anos, mas polêmica ambiental persiste| Foto: Agência Petrobras

A polêmica sobre explorar ou não petróleo na foz do Rio Amazonas é a causa da mais nova crise no governo de Luiz Inácio Lula da Silva. Mas a produção de hidrocarbonetos na Amazônia não é nenhuma novidade: a Petrobras opera poços de de petróleo e gás na selva desde 1986, sem nunca ter registrado um acidente de vazamento de óleo ou contaminação do meio ambiente. Mas a insegurança jurídica anda afasta investimentos na região.

O Polo Urucu está localizado na Bacia de Solimões, em Coari, no coração do Amazonas. Ele tem uma área de aproximadamente 350 quilômetros quadrados, e está situado a 650 quilômetros de distância da capital, Manaus.

Urucu é a maior reserva provada terrestre de petróleo e gás natural no Brasil, com produção média mensal, no primeiro trimestre de 2020, de 106.353 barris de óleo equivalente por dia, sendo mais de 16 mil de óleo e 14 mil de gás.

A descoberta de Urucu, há quase 40 anos, também foi marcada pela discussão sobre a melhor forma de conciliar as atividades de exploração de petróleo na região. A Petrobras diz que ela é feita com alta tecnologia, cuidado com a preservação do meio ambiente e respeito a comunidades tradicionais que vivem na área.

“De forma cuidadosa, fazemos a recomposição da cobertura vegetal retirada no processo de perfuração dos poços. Após a instalação de cada poço, resta apenas uma pequena clareira aberta na floresta para abrigar os equipamentos”, diz a empresa em seu site.

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“Acho difícil oferecer problema para a Amazônia”, diz Lula sobre projeto de exploração de petróleo
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Governo vai tentar reverter derrotas de Marina Silva e Sônia Guajajara no Congresso


Petróleo tinha que ir de balsa até refinaria em Manaus, mas hoje é transportado em dutos
No início das operações em Urucu era preciso mais de uma semana para escoar a produção, em balsas de pequeno porte que iam pelo rio até chegar em Coari. De lá a produção seguia, em balsas maiores, para a Refinaria Isaac Sabbá, em Manaus.

Desde 2009, Urucu conta com um conjunto de dutos que possibilitam o escoamento da produção. O gasoduto Urucu-Coari-Manaus tem 663 quilômetros de extensão e capacidade de transportar até 5,5 milhões de metros cúbicos por dia de gás natural, desde Coari até a capital do Amazonas.

O Pólo de Urucu foi colocado à venda pela Petrobras em junho de 2020, como parte da política de desinvestimentos da empresa, que decidiu concentrar esforços e investimentos na produção no mar, especialmente na camada mais profunda do pré-sal.

Regras ambientais dificultam exploração de minerais na Amazônia
Além da grande biodiversidade, a Amazônia tem enorme quantidade de jazidas de minérios. Alguns exemplos são: ferro, manganês, alumínio, cobre, zinco, níquel, cromo, titânio, fosfato, ouro, prata, platina, paládio, ródio, estanho, tungstênio, nióbio, tântalo, zircônio, terras-raras, urânio e diamantes.

Muitos desses minérios são essenciais para o mercado que explora tecnologias avançadas, como lasers, baterias, celulares e microchips. Mas a exploração de minerais na região sempre foi vista com desconfiança, que tenta prevenir a devastação ambiental. Limites e critérios para a prática da mineração, além de limites aceitáveis de desmatamento da mata não são totalmente claros. Sua implementação varia de acordo com a interpretação de cada órgão de fiscalização e da Justiça.

Ou seja, em teoria com equipamentos modernos, tecnologia avançada e amparo legal a exploração de minérios pode ser feita de forma sustentável, gerando benefícios sociais e econômicos às regiões onde acontecem. Mas, na prática, a insegurança jurídica e a burocracia envolvida no licenciamento ambiental impedem o desenvolvimento de operações de exploração.

Insegurança jurídica afasta investimentos na produção de potássio para fertilizantes
Um dos exemplos de como a burocracia e a legislação impedem o desenvolvimento da região é a exploração do potássio, que é usado como fertilizante. Atualmente o Brasil sofre uma dependência estratégica da Rússia para comprar esse tipo de insumo, que é necessário para o agronegócio.

Em 23 de fevereiro, a assessoria da secretaria-executiva do Ministério da Agricultura afirmou em documento que a exploração de potássio na Amazônia pode suprir o mercado nacional em até 50% de sua necessidade de consumo a longo prazo. Mas a produção local não se desenvolve por causa da insegurança jurídica.

Ao menos uma empresa tentou obter licença para operar na região. A Potássio do Brasil iniciou licenciamento junto ao Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (Ipaam). Mas o processo ainda tramita na Justiça e envolve indígenas na região. O Ministério Público Federal considera que uma licença prévia emitida em 2015 é ilegal e todo o licenciamento deve ser refeito pelo Ibama.

Ibama impediu exploração de petróleo no “novo pré-sal” próximo da Amazônia
A crise da vez é a queda de braço entre o Ministério do Meio Ambiente, comandando por Marina Silva, e o Ministério de Minas e Energia, liderado por Alexandre Silveira, sobre a exploração de petróleo na chamada Margem Equatorial – região entre o Amapá e o Rio Grande do Norte que tem grande potencial petrolífero.

O Plano Estratégico da Petrobras para o período de 2023 a 2027 prevê investimentos de US$ 2,9 bilhões (R$ 15 bilhões) na região, com a perfuração de 16 poços já a partir deste ano. Mas a companhia foi surpreendida pela negativa de licenciamento ambiental pelo Ibama, que considerou as operações arriscadas.

O processo de licenciamento para a área vem se arrastando desde abril de 2014, tendo sido aberto inicialmente pela empresa BP Energy do Brasil Ltda, que tentava explorar o bloco.

Um estudo de impacto ambiental foi protocolado em março de 2015 e três audiências públicas foram realizadas em novembro de 2017 nos municípios de Belém (PA), Oiapoque (AP) e Macapá (AP). Em julho de 2020, a petroleira britânica BP desistiu do projeto e informou ao Ibama que transferiria os direitos exploratórios e a titularidade do processo de licenciamento ambiental da perfuração marítima no bloco para a Petrobras.

A partir daí o problema do licenciamento passou para a empresa brasileira. O instituto ambiental afirmou que o plano da companhia petrolífera apresentava inconsistências preocupantes para a operação segura em nova fronteira exploratória de alta vulnerabilidade socioambiental.

Posicionamento do Ibama sobre petróleo na Amazônia gerou crise no governo Lula
A negativa do Ibama tem dividido o governo. Enquanto os ministérios do Meio Ambiente e de Minas e Energia discordam sobre a negativa de licenciamento, o próprio presidente Lula declarou que acha difícil que a exploração ofereça problema para o Amazonas. “Se extrair petróleo da Foz do Amazonas, que é a 530 quilômetros do Amazonas, é em alto mar, se oferece problema para o Amazonas, certamente não será explorado. Mas eu acho difícil, porque é a 530 quilômetros da Amazônia”, disse.

A perfuração, como destacou Lula, fica a 540 quilômetros da foz do Rio Amazonas, o equivalente à distância entre Rio de Janeiro e São Paulo. E a 175 quilômetros da costa do Amapá.

A crise provocou ainda a saída do líder do governo no Congresso, senador Randolfe Rodrigues, da Rede Sustentabilidade, por divergências com Marina Silva. Ele está sem partido mas pode se vincular ao PT.

Durante audiência na Câmara esta semana, a ministra do Meio Ambiente voltou a afirmar que a legislação ambiental precisa ser cumprida no Brasil.

“Poder-se-ia muito bem ter feito o estudo da área de abrangência, mas não foi isso que foi feito. E a lei é para ser cumprida. Infelizmente os combustíveis fósseis ainda continuarão fazendo parte da matriz energética do mundo por algum tempo, porque muitas regiões não têm como fazer a transição da noite para o dia”.

Mas vitória de Marina foi breve. Ao analisar uma medida provisória que trata da estruturação dos ministérios no governo Lula, o Congresso Nacional esvaziou as atribuições do Ministério do Meio Ambiente de Marina, com o aval do presidente. Lula não queria perder apoio dos parlamentares do Centrão. O Planalto ainda tenta contornar a crise.

Petrobras recorre de decisão do Ibama e diz que vai ter cuidados com o meio ambiente

Enquanto isso, a Petrobras anunciou, em nota, que pediu ao Ibama a reconsideração da decisão que negou a licença para perfuração do poço exploratório na costa do Amapá.

A companhia garante que atendeu além dos requisitos previstos na legislação, e que cumpriu todas as exigências técnicas para o projeto. A Petrobras disse ainda que “a estrutura de resposta a emergência proposta pela companhia é a maior do país”.

A nota da Petrobras diz ainda que “ a companhia se comprometerá a ampliar a base de estabilização de fauna no município de Oiapoque, no Amapá. A unidade atuará em conjunto com o Centro de Reabilitação e Despetrolização de Fauna (CRD), já construído pela Petrobras em Belém (PA). “Desse modo, na remota possibilidade de ocorrência de um acidente com vazamento, o atendimento à fauna poderá ser realizado nas duas localidades”, afirmou a companhia.


Leia mais em: https://www.gazetadopovo.com.br/republica/exploracao-de-petroleo-na-amazonia-nao-e-novidade-petrobras-esta-na-selva-ha-30-anos/
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CPI DO 8 DE JANEIRO DOMINADA PELO GOVERNO NÃO VAI APURAR NADA

 

Editorial
Por
Gazeta do Povo


Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de janeiro| Foto: Vinicius Loures / Câmara dos Deputados

Depois meses de idas e vindas, tentativas de esvaziamento e reformulações, os trabalhos da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) para investigar os acontecimentos do 8 de janeiro, quando as sedes dos Três Poderes em Brasília foram invadidas e depredadas, finalmente, começaram. Na quinta-feira (25), foram escolhidos os nomes do presidente da comissão, o deputado Arthur Maia (União Brasil-BA), aliado do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL); da relatora, senadora Eliziane Gama (PSD-MA); e de dois vice-presidentes, os senadores Cid Gomes (PDT-CE) e Magno Malta (PL-ES). A previsão é de que os trabalhos da comissão durem seis meses. Com base nas investigações realizadas, o relatório final será entregue às autoridades judiciais.

Por mais importante que seja esclarecer os acontecimentos do 8 de janeiro, é difícil acreditar que a CPMI recém-instalada possa trazer avanços reais nesse sentido. Além de ter a concorrência de outras comissões de inquérito, como a CPI sobre o MST e da CPI das apostas esportivas, e de acontecer longe do período eleitoral que poderia atrair mais atenção e interesse, a composição da CPMI do 8 de janeiro é um balde de água fria em quem via nela uma chance de uma investigação séria sobre a invasão aos prédios dos Três Poderes.

A relatora, senadora Eliziane Gama, não consegue nem disfarçar sua disposição em agradar à base governista e seu aliado direto e amigo, o ministro da Justiça Flávio Dino.

Dos 32 integrantes da comissão, 16 de cada Casa Parlamentar, 20 pertencem à base governista, mau sinal quando se considera que um dos objetivos da comissão seria também apurar eventuais omissões das autoridades governistas durante o ocorrido. Outro mau sinal – pior ainda, na verdade – é o fato de a relatora, senadora Eliziane Gama, não consiga nem disfarçar sua disposição em agradar à base governista e seu aliado direto e amigo, o ministro da Justiça Flávio Dino.

Logo após ser declarada relatora, a senadora deixou claro seu posicionamento – que deverá conduzir todo o seu trabalho na comissão. “Houve uma tentativa de golpe, mas não conseguiram o golpe. E um fato é claro, todos nós aqui somos contra o que aconteceu. Queremos garantir ao Brasil a democracia cada vez mais forte, cada vez mais firme”, discursou. Ou seja, antes mesmo de qualquer trabalho, levantamento de dados ou de ouvir possíveis envolvidos, a senadora, responsável por elaborar o relatório final com os resultados dos trabalhos da comissão, já tem definido seu veredicto: foi tudo obras de “golpistas” – e o governo federal não tem qualquer responsabilidade sobre o que ocorreu.

A possível leniência do governo e os abusos cometidos em nome da repressão aos atos de 8 de janeiro, certamente mereceriam uma investigação apurada do Congresso.

É importante lembrar que o próprio governo de Lula relutou bastante em apoiar a abertura da investigação, oferecendo até cargos e liberação de emendas a parlamentares que retirassem o apoio à comissão proposta pela oposição. Oficialmente, o governo de Lula alegou que a instalação da CPMI poderia “atrapalhar” a atuação do Congresso, atrasando ou paralisando a votação de temas importantes. A disposição do governo mudou repentinamente após 19 de abril, quando foram divulgadas as imagens das câmeras de segurança do Planalto em que o ex-ministro do GSI, general Gonçalves Dias, aparece supostamente facilitando a entrada de manifestantes no prédio. Como era inevitável que a comissão fosse instalada, o governo passou a buscar apoio para ser maioria e controlar os trabalhos, e foi bem-sucedido, o deve mudar significativamente os rumos da comissão.

O propósito original da oposição ao pedir a instalação da CPMI era tentar promover uma investigação “alternativa” àquela sob tutela do Supremo Tribunal Federal – em mais de uma ocasião já mostramos as arbitrariedades contra a Constituição e ao Direito Penal cometidas em relação ao caso. Assim, esperava a oposição, seria possível esclarecer se houve ou não leniência por parte do governo Lula, que pode ter tomado ações no sentido de facilitar o acesso dos invasores às sedes dos Três Poderes, como o esvaziamento proposital das forças de segurança locais.

VEJA TAMBÉM:
Macarthismo à brasileira
Supremo endossa o abuso das “denúncias genéricas”
O fim dos acampamentos e a “criminalização no atacado”


Outro ponto seria identificar os abusos cometidos na prisão dos manifestantes – por ordem de Alexandre de Moraes, aproximadamente 1,5 mil brasileiros, entre eles muitas mulheres e idosos, foram detidos e levados para um ginásio da Polícia Federal, sem a mínima condição para comportá-los. Desse total, 1,3 mil foram denunciados em massa pela Procuradoria-Geral da República (PGR). Como mostrou a Gazeta do Povo, as denúncias são todas igual, genéricas, em um enorme “copia e cola” jurídico que altera apenas nomes e dados pessoais dos denunciados, o que contraria diretamente os princípios básicos do direito penal.

Esses dois pontos, a possível leniência do governo e os abusos cometidos em nome da repressão aos atos de 8 de janeiro, certamente mereceriam uma investigação apurada do Congresso Nacional, mas agora, com maioria governista e uma relatora amiga de um possível investigado – a atuação de Flávio Dino no 8 de janeiro era uma das que certamente entraria no rol de investigados da CMPI – o risco é que se tenha um mero embate de narrativas prontas e tentativas de blindagem ao governo federal e à atuação escandalosa do STF. Uma pena que um instrumento que poderia ser tão valioso para a democracia corra o risco de ser apenas uma perda de tempo, um jogo de cartas marcadas, com final já sabido.


Leia mais em: https://www.gazetadopovo.com.br/opiniao/editoriais/cartas-marcadas-na-cpmi-do-8-de-janeiro/
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ATAQUES DA OPOSIÇÃO AO AGRONEGÓCIO

Desinformação

Por
Bruna Komarchesqui – Gazeta do Povo


Durante a CPI do MST, o deputado federal Padre João (PT-MG) disse que “o agro não produz arroz”| Foto: Pablo Valadares/Câmara dos Deputados

O agronegócio brasileiro voltou a ser atacado pela esquerda nesta semana, durante a CPI do Movimento dos Sem Terra (MST). No momento da votação dos requerimentos, na quarta-feira (24), o deputado federal Padre João (PT-MG) propagou desinformação sobre a safra brasileira, ao dizer que “o agro não produz arroz”. “No almoço de hoje, meu cardápio foi arroz, e o agro não produz arroz. O MST que produz. No meu prato tinha alface, o agro não produz alface, nem feijão, nem mandioca. Mais de 70%, tem itens que chegam a 80%, é a agricultura familiar, são os assentamentos de reforma agrária que produzem”, afirmou.

O argumento, evocado exaustivamente pela esquerda nos últimos anos, é falso. Segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), na safra 2022/2023, o Brasil vai colher quase 10 milhões de toneladas de arroz, praticamente o volume consumido anualmente no país. Embora a produção seja menor que a de anos anteriores, em decorrência de problemas climáticos (como a estiagem no Rio Grande do Sul, que corresponde a dois terços da produção nacional do grão) e da redução da área plantada nas últimas décadas, o risco de desabastecimento foi afastado pelo Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga), no mês passado.

Em 2018, o pré-candidato à presidência pelo PSOL, Guilherme Boulos, usou argumento semelhante ao do deputado petista, em entrevista ao Roda Viva, da TV Cultura, dizendo que “a maioria do alimento que chega na mesa do povo brasileiro não vem do agronegócio, vem da agricultura familiar”. Um ensaio escrito por Rodolfo Hoffmann, professor da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (ESALQ), da Universidade de São Paulo (USP), na ocasião, desmentiu a informação: “A afirmativa é falsa. O valor monetário de toda a produção da agricultura familiar corresponde a menos de 25% do total das despesas das famílias brasileiras com alimentos”.

Confira outros ataques da esquerda ao agro:

“O agronegócio, sabe? Que é fascista e direitista…”
Lula, durante a campanha presidencial, em sabatina no Jornal Nacional, da TV Globo, em agosto, optando por defender a pauta ambientalista do PT atacando o agronegócio.

“Aquele agronegócio que quer utilizar agrotóxico sem nenhum respeito à saúde humana, possivelmente também estava lá.” 
Lula, em janeiro, durante declaração ao decretar a intervenção federal no Distrito Federal, citando um possível envolvimento de representantes do agronegócio nos atos de 8/1.

“Tem a famosa feira da agricultura em Ribeirão Preto, que alguns fascistas, alguns negacionistas, não quiseram que ele fosse na feira: desconvidaram meu ministro.” 
Lula, novamente, desta vez chamando os organizadores da Agrishow de “mau-caráteres”, neste mês, após suposto “desconvite” feito pelo evento ao ministro da Agricultura, Carlos Fávaro.

“Voto útil de verdade é contra o agronegócio e a motosserra que desmata o nosso país! Vote em quem te representa!” 
PSOL, em 2018, durante a campanha presidencial. A propaganda nas redes sociais trazia o “Prêmio Motosserra de Ouro”, contrapondo Katia Abreu e Sonia Guajajara: “Meu lado: desmatamento zero + agricultura familiar + sem transgênico + sem agrotóxico”.

Tenho muito orgulho de ter como vice a Sonia Guajajara. E ao contrário do que se diz aqui na Globo, o agro não é pop, o agro é tóxico, O AGRO MATA!” 
Guilherme Boulos (PSOL), em debate na Globo, em 2018.

“‘O Agro não é pop’: estudo aponta que a fome é resultado do agronegócio – Para pesquisadores, o setor não só não mata a fome, como fomenta a desigualdade que a cria”. 
Manchete do jornal Brasil de Fato, em outubro de 2021, sobre o estudo O Agro não é tech, o Agro não é pop e muito menos tudo, publicado na época pela Associação Brasileira de Reforma Agrária (Abra).

“Reforma agrária é combater o mal pela raiz. Hoje, 47% da terra no país pertencem a 1% da população fundiária. É um absurdo. Por isso a importância de distribuir e democratizar a terra. O MST produz 100% de comida saudável. A comida é uma ferramenta poderosa de transformação. Comer é um ato político. A gente faz política com a comida, para o bem e para o mal. O agronegócio detém 70% das terras do país, mas produz somente 30% daquilo que a gente come; 70% daquilo que a gente come vêm da agricultura familiar e a gente sabe que essa comida é saudável. O agro produz commodities, que são base dos produtos ultraprocessados. Que adoecem a população”. 
Bela Gil, culinarista e apresentadora de TV, que fez parte da equipe de transição de Lula no grupo técnico de Desenvolvimento Social e Combate à Fome.

“Nós, brasileiros, deveríamos parar de dizer fora do Brasil que o país não tem problema ambiental. Nós temos. Faz muito tempo. Quero dar números bem objetivos. Falei que 84 milhões de hectares foram desmatados. Para que essas áreas estão sendo usadas? 67 milhões de hectares para a pecuária; 6 milhões para agricultura de grãos. E 15 milhões (são) de floresta secundária.” 
Jorge Viana, presidente da  Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex), criticando o agronegócio brasileiro diante de uma centena de empresários e autoridades em Pequim, reunidos no fórum Brazil-China Business, em março deste ano.

“O Estado investe muito no agro, o crédito é altamente subsidiado, mas, quando você vai fazer esse debate para um conjunto de outros setores que nos interessam estrategicamente, esse debate vira pecado.” 
Tereza Campello, diretora do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), em março deste ano. A ex-ministra do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome de Dilma Rousseff já havia dito, em dezembro, durante o Festival da Reforma Agrária do MST, que é preciso reduzir a dependência do agronegócio. “Nós queremos plantar sementes estratégicas para transformar o Brasil e a agenda da alimentação talvez seja a mais estratégica nesse sentido. Temos que pensar no sistema alimentar como organizador do campo progressista dentro desse novo governo, articulando a pauta do meio ambiente com o MDA [Ministério do Desenvolvimento Agrário], MDS [Ministério do Desenvolvimento Social], com as agendas estratégicas para formar um campo e dar uma cara progressista para esse governo, para que seja um governo de fato transformador.”

“Das 289 empresas lista suja do trabalho escravo, 172 são de atividades rurais. Parte do agro brasileiro vive no século passado lucrando em cima de trabalhadores, com desmatamento e agrotóxico. Não tem nada de pop nisso.”  
Gleisi Hoffmann, presidente do PT, em tweet no mês passado.

“Se vier algum matador de aluguel tentar me matar porque eu estou me metendo e e falando para não sei quantas milhões de pessoas que essa agropecuária precisa mudar e que é um câncer para a nossa natureza, pode vir. Eu não tô nem aí. E eu ainda venho depois como alma penada puxar o pé de vocês. Estou super preparada para isso. Pode mandar ameaça e xingar, não estou me preocupando no momento”. 
Anitta, em uma sequência de stories no Instagram, em 2019.

“O governo vai apostar nessa transição [para o incentivo de baixo carbono]. Para que a gente tire o agronegócio brasileiro da condição de ‘ogronegócio’.”  
Marina Silva, ministra do Meio Ambiente, que também já havia criticado a “insegurança alimentar brasileira”, supostamente responsável por “120 milhões de pessoas que estão passando fome” no Brasil. O dado é equivocado, como já mostrou reportagem da Gazeta do Povo.

“Agro é morte” e “soja não enche o prato”. 
Pichações de supostos trabalhadores sem terra vandalizando a sede da Aprosoja (Associação dos Produtores de Soja) em Brasília, em 2019.

“A crise capitalista e os crimes que o agronegócio estão [sic] cometendo contra a natureza, com o uso intensivo de agrotóxicos que envenenam a terra, os alimentos, contaminam as águas, infelizmente, tem sido a prova que nos ajuda a conscientizar a sociedade de que esse modelo de produção agrícola baseado na grande propriedade e na produção das commodities é o responsável pela volta da fome, da falta de emprego e pela desigualdade social do nosso país. Porque ainda que eles produzam riqueza, ela é concentrada na mão de poucos.”
João Pedro Stedile, coordenador nacional MST, em entrevista ao Brasil de Fato, em junho do ano passado.

“O agro não tem nada de pop e de legítimo. O agro é golpista.”
Alexandre Conceição, integrante da coordenação nacional do MST, em entrevista ao Jornal Brasil Atual, em janeiro, em referência à suposta participação de integrantes do setor na articulação e financiamento dos atos de 8 de janeiro. O militante disse à publicação que o agro é “um dos principais inimigos do povo brasileiro”, “predador” e “não produz alimentos, mas muitos venenos que causam inclusive câncer”.

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PROGRAMA VOA BRASIL VAI OFERECER PASSAGENS A R$200

 


Governo quer voo de R$ 200, mas pode encarecer outras passagens e desestimular concorrência

Por
Vandré Kramer – Gazeta do Povo


Governo desenha programa com passagem aérea de R$ 200 para grupos específicos. Medida pode encarecer outras passagens e desestimular a concorrência, dizem especialistas.| Foto: Marcelo Chello/EFE

O governo pretende pôr em funcionamento até agosto o programa “Voa, Brasil”, que alegadamente busca “democratizar” o transporte aéreo e dar mais dinamismo ao setor. A principal medida foi revelada em março pelo ministro de Portos e Aeroportos, Márcio França: a venda de passagens aéreas por R$ 200 para grupos específicos de consumidores.

O programa foi bem recebido pelas principais empresas do setor, que formaram um grupo de trabalho para debater a proposta. Apesar disso, ou por isso mesmo, a iniciativa embute riscos. Os principais, segundo especialistas, são o aumento de preços para os demais passageiros, para bancar o barateamento de parte das passagens; o desestímulo à concorrência e à eficiência; e a criação de uma relação vista como “perigosamente próxima” entre o governo e as grandes companhias.

Conforme declarações públicas do ministro, as passagens de R$ 200 serão direcionadas a servidores públicos federais, estaduais e municipais que ganham até R$ 6,8 mil mensais; aposentados e pensionistas da Previdência Social; e estudantes atendidos pelo Fundo de Financiamento Estudantil (Fies).

Além da escolha do público-alvo, bastante específico, chama atenção a renda máxima dos servidores públicos que podem ser beneficiados pelo programa. Uma renda mensal de R$ 6,8 mil está muito distante das camadas mais pobres da população. Esse teto equivale a 2,4 vezes a renda média dos trabalhadores ocupados (R$ 2.880 no primeiro trimestre do ano, segundo o IBGE), e mais de cinco vezes o salário mínimo (R$ 1.320).

A prioridade será dada a quem não viajou nos últimos 12 meses, com permissão para compra de até quatro passagens, e o financiamento ficará a cargo de bancos públicos como Caixa e Banco do Brasil, com pagamento em até 12 vezes – mas sem subsídios, segundo França.

De acordo com o ministro, programa vai envolver assentos vagos das companhias aéreas na baixa temporada, que vai do fim do carnaval até junho e de agosto até novembro. No primeiro trimestre, segundo a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), a taxa média de ocupação dos voos domésticos foi de 78,9%.

Em audiência no Senado em abril, França disse que a ideia partiu das próprias empresas, que o teriam procurado no início do ano pedindo apoio do governo para a redução de custos. Uma das principais queixas é o preço do combustível.

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Segundo o ministro, as aéreas teriam sugerido que o governo indicasse os CPFs das pessoas que não costumam voar – os “90% que não voam”, nas palavras dele. Essas pessoas teriam acesso ao programa de passagens mais baratas.

“O que eles [empresas aéreas] nos pedem? Que nos aplicativo deles mesmos, sem nenhum subsídio, eles implantem os voos que vão ser a R$ 200 e nós vamos dizer que tal pessoa não voou há um ano, então pode comprar”, afirmou.

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Não está claro como as companhias vão baixar preços de parte das passagens a R$ 200, num momento em que o movimento do setor é exatamente o oposto. Com empresas buscando resgatar a rentabilidade perdida nos últimos anos e pagar dívidas, deixando para trás o “legado” da pandemia de Covid-19, as tarifas bateram recordes no ano passado – e as perspectivas são de novos aumentos.

“Não existe nem almoço grátis nem preço de passagem mais baixo sem custos. Os empresários não vão querer diminuir suas margens de lucros. O efeito [do programa do governo], ao final, será uma combinação de demissões, às vezes invisíveis, envolvendo pessoal de baixa qualificação, com aumento de preços para todos os outros passageiros”, diz Cláudio Shikida, professor do Ibmec-MG e especialista do Instituto Millenium.

A tarifa média de 2022 para voos domésticos foi de R$ 645, bem acima dos valores de 2020 (R$ 444) e 2021 (R$ 531) e também a maior da série histórica da Agência Nacional da Aviação Civil (Anac), iniciada em 2011. A tarifa média de janeiro de 2023 (R$ 592) foi a maior para o mês desde 2012. E a de fevereiro (R$ 572) ficou abaixo apenas das registradas em 2012 e 2014. Todos os valores foram atualizados pela inflação.

Especialista critica aceno a empresas que lideram setor concentrado
Para Shikida, o programa preparado pelo governo não visa ao aumento da concorrência nem à redução dos custos de entrada de novas empresas no mercado. Latam, Gol e Azul, as três maiores, dominam 99,6% do mercado, segundo a Anac.

“O governo prefere apostar na criação de uma relação perigosamente próxima com as poucas empresas que atuam no setor. Não é só uma casta artificial de consumidores que é criada. É pior: sinaliza-se para os poucos competidores que eles não terão que se esforçar em um ambiente mais competitivo. Basta que aceitem a proposta do governo”, diz Shikida.

As líderes do setor, por sinal, parecem ter aprovado a ideia. A Latam Airlines disse que a proposta vai na direção de aumentar de forma sustentável as viagens de avião no país.

Procurada, a Gol não respondeu às questões da Gazeta do Povo. Em abril, porém, o presidente da empresa, Celso Ferrer, sinalizou otimismo. “O importante é que a gente use esse programa em momentos de baixa sazonalidade para dar acesso a clientes que não estão voando”, afirmou ao jornal “Valor”.

A Azul, por sua vez, disse à Gazeta ver como positiva a iniciativa apresentada para estimular o acesso de mais brasileiros ao transporte aéreo. No fim de março, no entanto, o presidente executivo da companhia, John Rodgerson, fez uma ressalva: disse que a ideia faz sentido desde que os demais passageiros não paguem a conta – justamente o risco apontado por especialistas.

“A questão é como fazer isso de maneira que não seja como a meia-entrada no cinema, com as outras pessoas pagando mais caro por isso”, afirmou à “Folha de S.Paulo”.

O diretor da FGV Transportes, Marcus Quintella, vê com reservas a ideia do governo de ocupar a fatia de assentos “ociosos” das empresas. Buscar uma ocupação próxima de 100%, avalia, é inviável. “As empresas, normalmente, trabalham com uma reserva técnica, para atender, por exemplo, a passageiros que perderam conexões ou enfrentaram overbooking em outros voos, transporte de tripulantes”, afirma.

Parte dessa reserva é destinada às compras de última hora, mais próximas dos horários de embarque, que costumam custar várias vezes a tarifa média.

Aviação se recupera aos poucos da pandemia
Em termos de movimento, a aviação comercial brasileira está se recuperando aos poucos dos efeitos da pandemia. Embora as empresas tenham procurado o governo em busca de ajuda, Quintella diz que o setor tende a retomar até o fim do ano os mesmos níveis de 2019, nos voos domésticos.

Em março, a demanda foi 5,1% inferior à do período do pré-pandemia e a oferta de assentos, 1,7% menor, segundo a Anac. “Há rotas entre capitais cujo movimento já corresponde a 95% do pré-pandemia”, diz Quintella.

O cenário é outro para os voos internacionais, cuja oferta de assentos ainda é 21,9% inferior ao do período anterior à pandemia. “Dólar e juros elevados impedem que o brasileiro viaje para o exterior e a atratividade brasileira para negócios e turismo não é das melhores”, afirma o especialista.

Uma expansão mais consistente do mercado, avalia Quintella, não virá de medidas como o “Voa, Brasil”: “É, basicamente, uma questão de economia: se esta vai bem, o segmento também vai”.


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PAPAGAIOS DE PUTIN NO BRASIL

 l e Mundo Papagaios de Putin

Chinaglia, Lula e Dilma são papagaios de Putin no discurso sobre Rússia, Ucrânia e OTAN

Byvaleon

Mai 28, 2023

Leste europeu

Por
Leonardo Coutinho – Gazeta do Povo


O então presidente americano George H.W. Bush (à esquerda) em encontro no retiro rural de Camp David com o líder soviético Mikhail Gorbachev (à direita), em 2 de junho de 1990| Foto: Biblioteca Presidencial George H.W. Bush

“Nem uma polegada em direção ao leste da Europa.” Os defensores do presidente Vladimir Putin sempre tiram da cartola essa frase de 1990 para dizer que a invasão russa à Ucrânia em 2014 e a que está em curso desde fevereiro do ano passado são uma reação de Moscou à fome da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), que jamais teria cumprido o acordo firmado entre os líderes ocidentais à época e o então líder da União Soviética, Mikhail Gorbachev.

Mas, de fato, os senhores que aparecem reunidos na imagem acima acordaram isso? Em 2014, quando Putin usou esse argumento estapafúrdio para invadir a Ucrânia pela primeira vez e tomar a região da Crimeia, Gorbachev entrou em cena para dizer que a queixa de Putin se baseava em um mito.

Gorbachev, que não anistia o que ele definiu como falhas dos Ocidente e principalmente dos Estados Unidos no pós-Guerra Fria, desmontou a farsa. Mas de que vale o testemunho de quem realizou as negociações se há uma história tão bem montada para validar sentimentos antiamericanos?

Nesta semana, o deputado petista Arlindo Chinaglia fez um discurso na Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional da Câmara dos Deputados que parece ter sido redigido em Moscou. Chinaglia começou com uma piada que diz que, ao ser interrogado por um juiz, um assaltante de bancos reconheceu o crime, mas justificou: “Eles me roubaram primeiro”, referindo-se ao banco como sendo o ladrão original.

O chiste serviu para Chinaglia ressuscitar a frase “nem uma polegada em direção ao leste da Europa” para abertamente dizer que Putin é a vítima da história. Que a quebra de um suposto pacto firmado quando da reunificação da Alemanha está na origem do mal; apesar dos recorrentes avisos de Putin de que reagiria, a OTAN e os Estados Unidos resolveram “pagar para ver”.

Chinaglia falava pela liderança de um bloco de partidos de esquerda que orbitam o PT. Chinaglia repetia o que a ex-presidente Dilma Rousseff já havia expressado em vários momentos desde o início da invasão. Chinaglia repetiu o que o presidente Lula, que se postula como o pacificador, também já verbalizou. Chinaglia papagaiava a propaganda de Putin, que, por sinal, não conquista apenas petistas e assemelhados. Ela também faz muito sucesso no polo oposto do espectro político brasileiro, que, por suposto, tem o formato de uma ferradura.

Putin não construiu sua propaganda do nada. Ele tem como suporte documentos desclassificados que tratam das negociações da época, que, sim, passaram pelo tema da não expansão da OTAN, mas que nunca chegou a ser um tema central. O próprio Gorbachev faz menção à despreocupação da URSS sobre o papel da OTAN, pois o mundo que estava se desenhando naquele momento apontava para uma integração de interesses em que a sua URSS estava se aproximando do Ocidente e não partindo para uma confrontação.

Este, por sinal, é um ponto central para entender o contexto em que as negociações e promessas se deram.

Era o crepúsculo da Guerra Fria e as negociações se davam com um parceiro que viria a deixar de existir no ano seguinte, em um ritmo que talvez nenhum dos atores envolvidos esperasse que fosse tão acelerado.

Nos seus últimos suspiros, a URSS de Gorbachev não buscava expansão. Na mesma linha do líder soviético, os americanos que testemunharam aqueles dias contam que a expectativa era a de que cada país tomasse o seu caminho. E com a vitória do Ocidente na Guerra Fria, era mais que natural a reorientação dos países que se desmembraram da URSS na busca de recursos para seu desenvolvimento e reintegração ao mundo livre.

Putin nunca aceitou isso. De uma maneira ou de outra, trabalhou para alimentar ressentimentos internos, passou a estender seus braços e exercer sua influência no máximo de antigas repúblicas soviéticas possível.

Chinaglia e os demais papagaios de Putin não falam de quando a Ucrânia teve o seu acesso barrado pela OTAN, em 2008. Eles também não fazem questão de entender que a invasão russa de 2014 foi uma reação extrema de Putin para punir uma Ucrânia que não aceitava estar sob o comando de um boneco de ventríloquo comandado por Moscou. Em 2014, Putin disse não e o então presidente ucraniano seguiu as ordens de não seguir em frente com o processo de ingresso na União Europeia, contrariando o desejo de um país inteiro.

O boneco de Putin caiu e ele então resolveu invadir a Crimeia para “salvar” uma parcela do país vizinho dos malvados fascistas de Kiev que queriam fazer parte da União Europeia.

A Ucrânia aprendeu, então, na prática, as lições do expansionismo de Putin. A sua reação à invasão atual é um ato de resistência que, se não tivesse ocorrido, o país já teria sido anexado. Dizer que os ucranianos são tão responsáveis pela guerra quanto os russos – ou, até mesmo, os únicos responsáveis – fala muito do caráter, dos valores morais ou, pelo menos, da sanidade de quem abraça esse tipo de argumento.


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VOCÊ LEITOR É A NOSSA PERSONAGEM MAIS IMPORTANTE

 

Precisava falar…

Por
Paulo Polzonoff Jr. – Gazeta do Povo


Nem Lula, nem Bolsonaro, nem Deltan, nem Alexandre de Moraes. Nem uma subcelebridade qualquer. O personagem mais importante da crônica é você, leitor.| Foto: Pixabay

Não é Lula nem Bolsonaro. Não é Deltan Dallagnol nem Alexandre de Moraes. Os outros ministros do STF? Faz-me rir. Esse outro aí em que você está pensando? Que nada! O personagem mais importante da crônica jornalística, na verdade o único que me interessa de verdade, é o leitor. É você. Afinal, nada do que eles fazem ou decidem ou roubam ou corrompem faz sentido se não for pela sua reação. Pela forma como tudo isso afeta a sua vida e a vida daqueles que você ama.

É em você (sim, você!) que penso todos os dias, antes de publicar o texto que o imagino lendo no café da amanhã. Ou no meio do trabalho. Ou na hora do almoço. Diante do celular ou do computador. Sozinho ou cercado por pessoas que, com alguma sorte, em dado momento perguntarão: “Do que é que você tá rindo?”. Eu o imagino chegando ao final do texto alguns miligramas mais leve. Eu o imagino.

Para mim, o leitor (isto é, você) não é um público-alvo abstratíssimo, desses criados pelo departamento de marketing. Para mim, você é um amigo. Saiba disso. Saiba também que, num tempo onde abundam (ui!) relações utilitaristas e cínicas, eu quero seu bem. Não me interessa, pois, ofendê-lo nem reduzi-lo a um ilustre desconhecido que neste exato momento decifra a minha escrita. Não o tenho por instrumento de autoglorificação. Não. Para mim, você é um ser humano de carne e osso e alma. Sobretudo alma.

Você

Você que às vezes me salva – e nem sabe. Você que confere um  sentido maior a este espaço que, de outra forma, seria apenas um trabalho burocrático e robótico. Ou então apenas mais um panfleto gritando “absurdo!”, “inadmissível”, “precisamos fazer alguma coisa sobre isso!” e outras platitudes tão histéricas quanto inócuas. Você que se sabe falho, mas se esforça. Você que precisa que a vida o acaricie de vez em quando. Você que se pergunta, que não entende, que continua se perguntando. Você que busca desesperadamente a redenção. Você que está correndo para medir a glicose depois de ler este texto piegas. Você que está dando de ombros. Você que está se perguntando “por que é que esse cara tá escrevendo isso?”.

Escrevo isso sem qualquer motivação oculta. Sei que parece inacreditável, mas estou sendo absolutamente franco com você, leitor. Meu coração está aqui, ó. Faça o que quiser com ele. Escrevo isso para que você entenda que não sou seu adversário ou inimigo. Que me sinto irmanado nesse nosso cotidiano de indignação e dúvidas. Que me preocupo também com os rumos do país, embora tenha a tendência a menosprezar minha importância num debate público no qual minha palavra é só um sussurro. Bem escrito, vá lá, mas ainda assim um sussurro.

Também escrevo para pedir desculpas por, aqui e ali, não corresponder às suas expectativas. Sei que você, leitor, muitas vezes só quer ver espelhadas nessas linhas uma opinião já formada. Só quer um argumento que confirme: você tem razão. Só quer ouvir ecos da sua voz. Só quer rir aquela risada distante de quem contempla a mentira se esforçando para passar por verdade. E às vezes isso realmente acontece. De uma forma que só posso considerar divina. Mas às vezes eu fracasso em minha tentativa de alimentar uma pulguinha virtuosa aí atrás da sua orelha. Daí o pedido de desculpas.

Por fim, escrevo isso para agradecer a oportunidade de fazer uma diferençazinha bem inhazinha mesmo na sua vida. Da mesma forma que você faz na minha. Escrever pode ser um ato mesquinho, egoísta e autocongratulatório, mas ler não. Ler é sempre um ato de generosidade. Ainda mais nesse nosso tempo de ensimesmamento, né? E, num mundo onde todos têm a oportunidade de dar sua opinião, sem que para isso precisem se preocupar com argumentos, com a forma ou com as consequências de suas palavras, saiba que ter sua companhia aqui neste espaço é um privilégio que não me escapa. Obrigado.

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CIDADANIA INCOMPLETA FAZ O POVO FICAR NA INANIÇÃO E IGNORÂNCIA

 

Enquanto a sociedade não abandonar as esperanças no Estado paternalista e não desprivatizar o Estado patrimonialista, a Nação continuará a agonizar na inanição e na ignorância

Por Notas & Informações – Jornal Estadão

“O homem é o problema da sociedade brasileira: sem salário, analfabeto, sem saúde, sem casa, portanto, sem cidadania. A Constituição luta contra os bolsões de miséria que envergonham o País”, disse o presidente da Assembleia Constituinte, Ulysses Guimarães, ao promulgar a nova “Constituição Cidadã”.

Mais de três décadas depois, que vergonha! O Brasil é uma das nações mais desiguais do mundo. Uma das mais violentas também. O País voltou ao mapa da fome. Os jovens que chegam a completar o ensino médio mal sabem escrever ou realizar operações aritméticas elementares. Metade da população não tem esgoto.

A vergonha cala tanto mais fundo ante as potencialidades congênitas de um País preservado de catástrofes naturais, farto em recursos alimentares e energéticos, sem histórico de guerras ou conflitos civis, povoado por imigrantes de todo o mundo que compartilham de uma cultura plural e tolerante. Somem-se a isso as oportunidades da economia verde e as necessidades geopolíticas da Europa e EUA de realocarem negócios em países geográfica e culturalmente próximos.

O abismo entre a utopia inclusivista da Constituição e uma realidade socioeconômica brutalmente desigual e estagnada espelha o abismo entre as elites políticas e econômicas extrativistas e uma massa de excluídos desnutridos e iletrados. A Carta confere um vasto catálogo de direitos. Mas como reivindicá-los quando mal se consegue vencer a luta cotidiana pela sobrevivência?

O abismo social é causa e consequência de uma cidadania totalmente incompleta. Antes, da renitente perversão da cidadania por uma cultura classificada pelo historiador José Murilo de Carvalho como “estadania”. A cidadania, escreve Carvalho no artigo Cidadania, estadania e apatia, publicado em junho de 2001 no Jornal do Brasil, é “a integração das pessoas no governo via participação política, na sociedade, via garantia de direitos individuais, e no patrimônio coletivo, via justiça social”. Nosso Estado, porém, “não é um poder público garantidor dos direitos de todos, mas uma presa de grupos econômicos e cidadãos que com ele tecem uma complexa rede clientelista de distribuição particularista de bens públicos”.

Uma das consequências é a excessiva valorização do Poder Executivo, o encanto do líder messiânico, sebastianista, o grande dispensador de empregos e favores. Outra é a visão privatista dos interesses coletivos. “Não há uma construção social do político”, escreve Carvalho. “Quando a virtude privada estabelece contato com o Estado, gera o aborto do fisiologismo e do clientelismo, quando a virtude do Estado se comunica com a sociedade, gera o aborto do paternalismo e do corporativismo.”

No mercado prevalecem os oligopólios e a falta de competição. As grandes corporações exigem do Estado subsídios e barreiras protecionistas. Os sindicatos exigem a calcificação de leis trabalhistas que tornam as contratações proibitivas. O resultado é um déficit geral de produtividade e inovação.

A contraface do Estado paternalista, o Estado patrimonialista, é o grande promotor de privilégios e impunidade. “Sobre a sociedade, acima das classes, o aparelhamento político – uma camada social comunitária embora nem sempre articulada, amorfa muitas vezes – impera, rege e governa, em nome próprio, num círculo impermeável de comando”, resumiu Raymundo Faoro no livro Os Donos do Poder (1958).

A espiral viciosa se perpetua. A estagnação econômica acentua a frustração. A ira popular se volta não só contra os incumbentes políticos, mas contra a própria política. Inflama-se a esperança em salvacionistas autoritários. E assim os donos do poder concentram mais poder.

Um círculo virtuoso depende de educação para garantir igualdade de oportunidades; segurança jurídica para garantir isonomia; meritocracia e produtividade para garantir competitividade, prosperidade e mobilidade social. Mas a ativação desse ciclo depende da capacidade de romper o vício de origem da cultura política brasileira. Enquanto a sociedade civil não encontrar modos de desprivatizar o Estado e democratizar o poder, a “Constituição Cidadã” seguirá brilhando no céu das ideias utópicas, enquanto na terra agreste da realidade a Nação agoniza na inanição e na ignorância.

LIVROS RECOMENDADOS PELO BILL GATES

 

Bill Gates, cofundador da Microsoft e um dos homens mais filantropos do mundo, revelou os cinco livros que ele adorou ler

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“Minha lista está bem eclética”, afirma Gates, hoje eleito o quarto homem mais ricos do mundo, segundo a Forbes. “Se você está procurando por um presente infalível para seus amigos e familiares, não há como errar em um desses”, aconselha.

O primeiro livro indicado por Gates é “Menina da Montanha”, de Tara Westover. A obra fala sobre uma experiência real da autora, que passou a frequentar a escola ou ir ao médico depois que ela saiu de casa aos 17 anos.

“Ela é uma escritora tão boa que me fez refletir sobre minha própria vida enquanto lia sobre sua infância difícil. Melinda (esposa de Gates) e eu amamos este livro de memórias de uma jovem cuja sede de aprendizado era tão forte que ela acabou virando doutora pela Universidade de Cambridge”, afirma o cofundador da Microsoft.

O segundo da lista é “Army of None” (Exército de Ninguém, em uma tradução livre), de Paul Scharre. Na obra, o especialista do Pentágono explora o que significaria dar às máquinas autoridade sobre a decisão final da vida ou da morte.

“É um tema imensamente complicado, mas Scharre oferece explicações claras e apresenta os prós e contras da guerra conduzida por máquinas”, opina Gates.

Outra obra indicada pelo cofundador da Microsoft é “Bad Blood: Fraude Bilionária no Vale do Silício”, de John Carreyrou. Nela, o jornalista investigou a ascensão e queda da Theranos, a startup do setor de saúde criada por Elizabeth Holmes que enganou empreendedores e investidores nos Estados Unidos. “A história é ainda mais louca do que eu esperava, e me vi incapaz de largar tudo assim que comecei”, diz Gates.

MEDITAÇÃO

O quarto livro da lista é “21 lições para o século 21”, escrito por Yuval Noah Harari. Na obra, o historiador explora as grandes questões do presente e o que podemos fazer para melhorá-lo, abordando o desafio de manter o foco coletivo e individual em face a mudanças frequentes e desconcertantes.

“Eu sou um grande fã de tudo que Harari escreveu, e seu mais recente não é uma exceção”, afirma Gates. “Se 2018 deixou você impressionado com o estado do mundo, 21 lições oferece uma estrutura útil para processar as notícias e pensar sobre os desafios que enfrentamos”.

O último livro indicado pelo cofundador da Microsoft é “The Headspace Guide to Meditation and Mindfulness (O Guia Headspace para Meditação e Consciência Plena, em tradução livre)”, de Andy Puddicombe. Na obra, o ex-monge budista procura ensina as pessoas a separar 10 minutos do dia para fazer a diferença no mundo.

“Tenho certeza de que eu, com 25 anos de idade, zombaria dessa indicação”, diz Gates. “O livro começa com a jornada pessoal de Puddicombe, de um estudante universitário a um monge budista, e depois se torna um explicador divertido sobre como meditar. Se você está pensando em obter a atenção plena, essa é a introdução perfeita”, afirma.

PITCH DA VALEON – RESUMO

Saudações da Valeon

Sou Moysés Peruhype Carlech CEO da Startup Valeon

Nossa Empresa: WML COMERCIAL DE INFORMÁTICA E ELETRÔNICOS LTDA.

A Startup Valeon é uma empresa desenvolvedora de soluções de Tecnologia da Informação com foco em divulgação empresarial e o nosso principal produto é a nossa Plataforma Comercial cujo site é um Marketplace.

Além do visual atrativo, bom Mídia Kit, participação do site em todas redes sociais, aplicativo Android “valeon” e métricas diárias e mensais, temos usado cada vez a tecnologia a nosso favor para nos aproximarmos das empresas, antecipar tendências e inovar sempre. Precisamos sempre estarmos em evolução para fazermos a diferença e estarmos sempre um passo à frente.

1 – IDEIA DO SITE

Iniciamos a nossa Startup Valeon durante um curso de Aceleração no SEBRAE-       MG e a partir daí estamos trabalhando com uma ideia de projeto diferente, repetitivo e escalável e no início em condições extremas de incerteza.

O nosso produto que é uma Plataforma Comercial Marketplace site Valeon, foi pensada para atender os interesses dos clientes e para satisfazer uma necessidade específica deles para gerar negócios com as seguintes vantagens:

  • Gera maior visibilidade da sua marca;
  • É um investimento de baixo custo com alta capacidade de retorno;
  • Maior chance de conquistar novos clientes;
  • Aumenta a eficiência da sua equipe de marketing;
  • Serve como portfólio para todos os seus produtos e serviços;
  • Quando combinado com SEO atrai mais clientes;
  • É uma forma de seus clientes te encontrarem online.
  • Venda de produtos e serviços 24h por dia

2 – POTENCIAL INOVADOR

Temos um layout bonito, desenho Think moderno e um Product Fit bem aceito e adequado ao mercado consumidor, com objetivos claros e alinhados com uma carga de inovação e estratégias para conquistar o mercado.

Diferimos dos outros marketplaces pela inclusão de outros atrativos que não sejam só os produtos e promoções, utilizamos os seguintes artifícios para atrair os consumidores como: empresas, serviços, turismo, cinemas e diversão no shopping, ofertas de produtos de Lojas, Veículos e Supermercados, Notícias locais do Brasil e do Mundo, Rádios,  Músicas e Gossip.

3 – ESTÁGIOS DE VALIDAÇÃO DA IDEIA

A Startup Valeon já passou pelos três estágios a saber:

1º Estágio – A própria ideia do negócio

2º Estágio – Teste de Solução da proposta

3º Estágio – Teste do Produto que é o site da Valeon que passou por vários processos durante os dois anos de sua existência, com muitos ajustes e modificações, reorganização interna por várias vezes do layout e esses momentos de dificuldades nos levou a fases de grande aprendizado e juntamos todos os ingredientes para nos levar para um futuro promissor.

4 – POTENCIAL DE MERCADO

Fizemos um estudo profundo do Mercado do Vale do Aço para melhor posicionar a nossa marca Valeon junto às empresas e consumidores.

Nossos concorrentes indiretos costumam ser sites da área, sites de diretório e sites de mídia social e o nosso concorrente maior ainda é a comunicação offline que é formada por meios de comunicação de massa como rádios, propagandas de TV, revistas, outdoors, panfletos e outras mídias impressas e estão no mercado há muito tempo, bem antes da nossa Startup Valeon.

Consultando o nosso Mídia Kit verificamos que a região do Vale do Aço possui 27 Municípios e os 4 Municípios mais importantes têm 806 km² e uma população de +500 mil habitantes. – (Figuras)

O Potencial do Mercado Consumidor do Vale do aço é estimado em R$ 13 Bilhões.

O Potencial de Mercado no seu eixo logístico é aproximadamente 50% do Potencial de Negócios do País (R$ 13,093 bilhões) – (Figuras).

5 – ESTÁGIO DE DESENVOLVIMENTO DO PRODUTO

A Startup Valeon passou pelos estágios de desenvolvimento, introdução e se encontra no estágio de crescimento.

A mídia, as empresas e os consumidores já têm conhecimento da existência do site e o número de acessos tem aumentado consideravelmente e estamos chegando próximo de 70.000 visitantes.

Estratégias para o crescimento da nossa empresa:

  1. Investimento na satisfação do cliente. Fidelizar é mais barato do que atrair novos clientes.
  2. Equilíbrio financeiro e rentabilidade. Capital de giro, controle de fluxo de caixa e análises de rentabilidade são termos que devem fazer parte da rotina de uma empresa que tenha o objetivo de crescer.
  3. Desenvolvimento de um planejamento estratégico. Planejar-se estrategicamente é como definir com antecedência um roteiro de viagem ao destino final.
  4. Investimento em marketing. Sem marketing, nem gigantes como a Coca-Cola sobreviveriam em um mercado feroz e competitivo ao extremo.
  5. Recrutamento e gestão de pessoas. Pessoas são sempre o maior patrimônio de uma empresa.

6 – KNOW-HOW DOS EMPREENDEDORES

Temos a plena consciência que o nosso Know-How está relacionado com inovação, habilidade e eficiência na execução de modificações e atualizações do site e no atendimento aos clientes.

Somos muito Profissionais, temos Experiência para resolver as necessidades dos nossos clientes, temos Gestão Estratégica, temos o conhecimento e soluções estratégicas para as constantes mudanças do mercado e aproveitamento de Oportunidades do Mercado para o lançamento da Plataforma Comercial Valeon.

7 – EQUIPE DE TRABALHO

Moysés Peruhype Carlech – Engº. Mecânico e Professor

André Henrique Freitas Andrade – Programador e Web Designe

E-Mail: valeonbrasil@gmail.com

Site: https://valedoacoonline.com.br/

Fones: (31) 98428-0590 / (31) 3827-2297

sábado, 27 de maio de 2023

GOVERNO SERÁ OBRIGADO A REESTRUTURAR OS MINISTÉRIOS

 


Congresso deve manter esvaziamento das pastas ambiental e indígena do governo Lula
Por
Wesley Oliveira – Gazeta do Povo
Brasília

AME1715. SAO PAULO (BRASIL), 25/05/2023.- El presidente de Brasil Luiz Inácio Lula da Silva participa en el evento ‘Industria Fuerte, País Fuerte’, organizado por la Federación de Industrias del Estado de São Paulo, en el marco del Día de la Industria, hoy en la ciudad de São Paulo (Brasil). EFE/Isaac Fontana


Presidente Luiz Inácio Lula da Silva| Foto: EFE/ Isaac Fontana

Apesar da sinalização dos articuladores do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) de tentar reverter os esvaziamentos dos Ministérios do Meio Ambiente e dos Povos Indígenas, a expectativa é de que o Congresso Nacional imponha novas derrotas ao governo. O texto da Medida Provisória que trata da reestruturação da Esplanada dos Ministérios deve ser votada na próxima semana pelos plenários da Câmara e do Senado.

Lula realizou nesta sexta-feira (26) uma reunião ministerial no intuito de tentar minimizar a crise provocada pelas mudanças nas pastas comandadas por Marina Silva (Meio Ambiente) e Sônia Guajajara (Povos Indígenas). O governo virou alvo de críticas depois que o petista passou a ser acusado de ter deixado a pauta ambiental em segundo plano para atender interesses de partidos do Centrão.

Além das duas ministras, a reunião no Planalto teve a presença dos ministros da Casa Civil, Rui Costa, da Gestão e Inovação em Serviços Públicos, Esther Dweck, da Secretaria de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, e da Secretaria de Comunicação Social, Paulo Pimenta. Os líderes do governo Randolfe Rodrigues (Congresso), Jaques Wagner (Senado) e José Guimarães (Câmara) também estiveram presentes.

“O conceito original dos pontos que foram mexidos e que, em nossa opinião, está desalinhado com as políticas que precisam ser implementadas, que nós possamos retomar. Portanto, o conceito original daqueles pontos que foram modificados, e a votação se deu apenas do âmbito da comissão, e nós continuaremos trabalhando para que esses pontos [sejam revertidos]”, disse Lula.

As derrotas das pastas do Meio Ambiente e dos Povos Originários ocorreram durante a votação na comissão mista que analisa a MP. Apesar de o relatório promover mudanças substanciais nas pastas comandadas por Marina Silva e Sônia Guajajara, a liderança do governo não orientou voto contra o texto.

A justificativa dos aliados do governo para essa postura durante a votação no colegiado foi de que o Executivo tinha pressa na tramitação, já que a MP perderá sua validade no dia 1º de junho. De acordo com integrantes do Planalto, a reunião de Lula teve como objetivo amenizar a crise dos últimos dias e prestigiar as duas ministras.

Além disso, o presidente indicou que o esvaziamento das pastas se deu diante da correlação de forças dentro do Congresso Nacional.  A avaliação dos governistas é de que o Executivo ainda não consolidou a sua base de apoio dentro do Legislativo.

Eles alegam ainda que o governo precisou ceder, pois temia que uma resistência por parte do Planalto faria com que a MP não fosse votada e perdesse a validade. Com isso, o governo ficaria com a mesma estrutura da gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

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Planalto vai tentar negociar com o Congresso recomposição da MP 
Entre outros pontos, o relatório aprovado pela comissão mista que analisa a MP da reestruturação da Esplanada retirou da pasta de Marina as funções do Cadastro Ambiental Rural (CAR), responsável por controlar terras privadas e conflitos em áreas de preservação. A expectativa do Planalto, no entanto, é de que seja possível reverter esse ponto antes da deliberação em plenário. A previsão é de que a votação ocorra até a próxima terça-feira (30).

De acordo com o ministro Alexandre Padilha, as mudanças propostas pelo relator não vão inviabilizar o trabalho do governo Lula nas pautas ambiental e indígena.

“O relatório não acaba com nenhum ministério, não acaba com nenhum órgão e não tira de o governo a possibilidade de poder implementar a sua agenda política. Nós vamos continuar conversando no Congresso e com o relator para buscar, até a votação no plenário, os aprimoramentos que consideramos necessários”, defendeu o titular das Relações Institucionais.

Lula estuda gestão compartilhada entre ministérios esvaziados
Parte do governo, no entanto, já dá como irreversível outras mudanças na pasta de Marina, tais como a transferência da Agência Nacional de Águas (ANA) para o Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional. A pasta é comandada por Waldez Góes, indicado pelo senador Davi Alcolumbre (União-AP).

Além disso, a pasta do Meio Ambiente perdeu o controle sobre o Sistema Nacional de Informações em Saneamento Básico (Sinisa), o Sistema Nacional de Informações sobre a Gestão dos Resíduos Sólidos (Sinir) e o Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos (Singreh). Essas funções foram transferidas para o Ministério das Cidades, do ministro Jader Barbalho Filho, do MDB.

Outro ponto considerado pelo governo como irreversível diz respeito ao Ministério dos Povos Indígenas, da ministra Sônia Guajajara, que perdeu as atribuições sobre as demarcações de novas terras indígenas. Essas funções foram transferidas para o guarda-chuva do Ministério da Justiça, comandado por Flávio Dino.

Apesar disso, Lula estuda propor uma gestão compartilhada entre os ministérios para compensar as perdas das duas ministras. A avaliação interna é de que essa alternativa seria uma forma de o Planalto “mitigar” os efeitos do relatório de Bulhões ao mesmo tempo que mantém as mudanças propostas pelo Congresso.

Lula quer mudar pauta do governo após o desgaste com os ambientalistas 

Além de um aceno para Marina Silva e Sônia Guajajara, a reunião de Lula desta sexta teve como objetivo traçar estratégias para mudar a pauta com uma agenda positiva sobre o governo na próxima semana.

“Todos os presentes [na reunião] saíram com a convicção do compromisso do presidente Lula com a agenda da sustentabilidade, da proteção ambiental e da proteção dos povos indígenas. A sustentabilidade faz parte do conjunto do governo do presidente Lula”, minimizou Padilha.

Diante disso, a expectativa do governo é tentar repercutir entre o eleitorado o corte de impostos para carros populares de até R$ 120 mil. A medida foi anunciada por Lula e pelo vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB), que também é ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, nesta quinta-feira (25). Os petistas, no entanto, admitem que a repercussão ficou abaixo da esperada diante da crise provocada pelo esvaziamento das pastas ambiental e indígena.

Em outra frente, Lula espera lançar ainda na semana que vem o “Desenrola”, programa que prevê a renegociação de dívidas. A expectativa do governo é de que a medida alcance, principalmente, eleitores da classe média.

Todas as empresas que aderirem ao programa “Desenrola” terão que dar algum desconto para os devedores. O fundo garantidor é R$ 10 bilhões para ajudar a renegociar R$ 50 bilhões de dívidas de 37 milhões de pessoas físicas, com dívidas bancárias e não bancárias. Os descontos serão maiores para quem recebe até dois salários mínimos.


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