sexta-feira, 3 de março de 2023

LULA QUER RESSUSCITAR O TREM-BALA QUE TEM IMPOSIÇÕES TÉCNICAS COMPLICADAS

 

Lula é um grande piadista

Por
J.R. Guzzo – Gazeta do Povo


O presidente Lula. .| Foto: Reprodução/ Twitter

A história, como nos dizem todos os dias os comentaristas políticos, só se repete como farsa. No caso do governo Lula e do PT, ela se repete como piada. Francamente: pode haver uma piada mais infame que o Trem-Bala de Lula e de Dilma Rousseff? Pois o Trem-Bala, acredite se quiser, está de volta como mais um dos 5.000 projetos “estratégicos” que o Lula-3 apresenta para o Brasil. O projeto estava morto desde que Dilma foi despejada da Presidência da República pelo impeachment; morreu por ser uma estupidez tamanho X-LLLLL, dessas que só o PT consegue produzir com a combinação concentrada de demagogia, incompetência, ignorância, pretensão e safadeza.

A promessa não resultou num único metro de ferrovia. Não tem, nem sequer, um projeto decente de engenharia, sem o qual não se constrói nem um forno de pizza. Custou milhões e gerou uma empresa estatal novinha em folha, com diretoria, um monte de empregos e todo o resto que você sabe – e paga com os seus impostos a cada vez que abastece o carro no posto ou acende a luz de casa. Pior ainda: o governo Bolsonaro não fechou essa aberração, e o PT, pelo que se está vendo, acha que foi muito certo não ter fechado. É tudo tão ruim que acabou ficando cômico.

A despesa com trens de alta velocidade que não podem ser construídos, e dos ninguém precisa, é uma alucinação.  

Por mais lamentável que seja a sua história, o Trem-Bala entre São Paulo e o Rio de Janeiro é mais uma das miragens colocadas à venda pelo governo Lula – ou melhor, o que está de volta é o monte de dinheiro que o cidadão vai tirar de novo do bolso para pagar por essa conversa, porque mais uma vez não vai sair trem nenhum, e nem poderia sair, obviamente.

Prometem, desta vez, que a linha ficará pronta em “2.032”. Não vai haver Trem-Bala nem em 2032, nem em 100 anos, nem nunca. Trata-se, para encurtar o assunto, de uma impossibilidade material: trem que corre a 200 ou 300 quilômetros por hora exige terreno plano, e o terreno entre São Paulo e Rio é exatamente o oposto do que se requer para uma obra assim. Não dá, simplesmente – a menos que se gaste uma soma demente de dinheiro e se produza um cataclisma ecológico sem precedentes na região. Lula, é claro, diz que resolve tudo com “vontade política” – e com uma bela conversa com as empreiteiras de obras. Acha-se capaz de anular as leis da engenharia, da física e da geologia. Não vai conseguir. Por isso não vai haver trem; só vai haver despesa para a população e lucro para os amigos.

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O absurdo vai além. Não existe absolutamente nenhuma carência, no atual sistema de transportes entre Rio e São Paulo, que justifique a construção de um Trem-Bala entre as duas cidades. Ao contrário, elas são as mais bem atendidas do Brasil em termos de comunicação; do Rio Grande do Norte ao Rio Grande do Sul, há necessidades muito mais urgentes, justificáveis e lógicas de investimento em transporte. Não faz nenhum sentido, também, gastar uma fábula com trens de alta velocidade entre Rio e São Paulo quando tanto uma como a outra cidade precisam desesperadamente de mais linhas de metrô e de trens urbanos, que transportam milhões de pessoas por dia.

Enfim: como um governo honesto em seus propósitos pode pensar em Trem-Bala quando o presidente da República diz que há “33 milhões” de pessoas “passando fome” no Brasil? Sua ministra do Meio Ambiente, aliás, diz que os famintos são “120 milhões”. É uma mentira grosseira, e uma mentira multiplicada por quatro no caso da ministra, mas é a verdade oficial do governo do PT. Se essa é a verdade, a despesa com trens de alta velocidade que não podem ser construídos, e dos quais ninguém precisa, é uma alucinação.


Leia mais em: https://www.gazetadopovo.com.br/vozes/jr-guzzo/lula-e-um-grande-piadista-agora-quer-ressuscitar-ideia-do-trem-bala-entre-sao-paulo-e-rio/
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LUA DE MEL DO GOVERNO LULA ACABOU

 

Disputas de governo
Fim do período de “lua de mel” amplia crises em diversos setores do governo Lula
Por
Wesley Oliveira – Gazeta do Povo
Brasília


Há 50 dias de governo, Lula já enfrenta as disputas internas do PT| Foto: Andre Borges/EFE

Com pouco mais de 50 dias de governo, integrantes do Palácio do Planalto já avaliam que o período de “lua de mel” do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) acabou e os embates dentro do Executivo já atrasam as entregas das promessas de campanha.

O caso mais recente expôs o racha dentro do próprio PT, especificamente entre a ala política e a equipe econômica, comandada por Fernando Haddad na questão dos impostos sobre os combustíveis. Mas também há outros embates com potencial de ampliar os desgastes do governo Lula, como a tramitação de reforma tributária e o reajuste para os servidores federais.


A “fritura” do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, começou ainda na última semana, depois que a presidente do PT, deputada federal pelo Paraná Gleisi Hoffmann, encampou um movimento contra a volta dos tributos federais no álcool e na gasolina. A equipe econômica vinha defendendo a tributação como forma de garantir o pagamento de programas sociais para os mais pobres, uma das principais bandeiras dos governos petistas.

“Não somos contra taxar combustíveis, mas fazer isso agora é penalizar o consumidor, gerar mais inflação e descumprir compromisso de campanha”, disse Hoffmann.

O líder do PT na Câmara, deputado Zeca Dirceu (PR), endossou a mensagem da presidente do partido. “A prorrogação da desoneração deve seguir, na busca de não afetar o bolso da população”. O deputado Jilmar Tatto (PT-SP), secretário nacional de comunicação no PT, emendou, no Twitter, contra “o fim imediato da desoneração dos combustíveis”. 

Interlocutores da Fazenda temiam que uma prorrogação da desoneração provocasse, além de uma nova derrota para Haddad, uma reação negativa do mercado. A avaliação era de que essa decisão sinalizaria que a influência da ala política teria mais peso que as decisões da equipe econômica, o que poderia inviabilizar qualquer proposta encampada pelo ministro da Fazenda ao longo do governo.

Planalto vai investir em críticas a Bolsonaro para amenizar desgastes com o aumento dos combustíveis 
Para tentar contornar a situação, Lula optou pela volta dos impostos de forma progressiva, com uma taxação gradual para o etanol e para a gasolina. A partir de de 1º março, o governo voltará a cobrar R$ 0,47 de imposto na gasolina e R$ 0,02 no etanol.

Paralelamente, o Planalto vai investir em críticas contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), para tentar amenizar os desgastes por conta do aumento do preço dos combustíveis. Durante o anúncio sobre o reajuste, Haddad disse que a redução dos impostos federais foi uma medida eleitoreira do governo Bolsonaro, que só foi estendida por Lula porque havia rumores de um golpe de Estado e a reoneração poderia inflar atos considerados antidemocráticos.

A avaliação é de que Lula precisa encampar o discurso de que a desoneração dos combustíveis foi uma “armadilha eleitoreira” do governo anterior. A redução dos impostos federais sobre combustíveis foi aprovada durante o governo Bolsonaro, no ano passado, em meio à alta nos preços do petróleo no mercado internacional, em decorrência da guerra na Ucrânia.

Ao assumir o governo, no entanto, Lula optou por manter a desoneração por dois meses, temendo um desgaste logo no início de mandato. Àquela altura, o presidente manteve a redução de impostos mesmo contra a orientação de Haddad.

Agora, integrantes do Planalto afirmam que a solução intermediária foi definida por Lula para contemplar necessidades técnicas da equipe econômica e também os argumentos políticos do PT.

Reajuste de servidores pode impor novo desgaste para o governo Lula 
Outro ponto que acendeu o alerta em integrantes do governo é a resistência dos servidores federais em acatar o reajuste salarial de 7,8%. A proposta inclui ainda um aumento de R$ 200 no vale-alimentação dos funcionários públicos federais, de acordo com o Ministério da Gestão.

O governo espera enviar a proposta de reajuste ao Congresso Nacional por medida provisória para que ela passe a valer imediatamente. De acordo com técnicos do Executivo, o impacto será de R$ 11,2 bilhões, valor já previsto no Orçamento deste ano para reajuste salarial.

Na contramão da proposta do governo, o Fórum Nacional Permanente de Carreiras Típicas de Estado (Fonacate) tem defendido um reajuste de 13,5%. Em ofício endereçado ao secretário de Gestão de Pessoas e Relações de Trabalho do Ministério da Gestão, Sérgio Mendonça, o Fonacate argumenta que o reajuste de 7,8% fica muito aquém das perdas salariais acumuladas nos últimos anos, em que o funcionalismo federal teve o salário congelado.

O fórum ainda propõe que o governo inclua no acordo com os servidores o compromisso de equiparar todos os benefícios com os demais Poderes até o fim de 2026, “sem deixar de reconhecer o esforço feito para reajustar o auxílio-alimentação pela variação do IPCA desde 2016”. Em outra frente, sindicatos não descartam um movimento de paralisação.

Para tentar contornar a crise, a ministra da Gestão, Esther Dweck, pretende realizar uma nova rodada de negociações. Aos servidores, o governo vai se comprometer a articular, junto ao Congresso Nacional, a retirada da proposta de reforma administrativa encaminhada pelo governo Bolsonaro da pauta de discussões no Legislativo.

A proposta do governo Bolsonaro muda regras como estabilidade e o regime jurídico para servidores. Pelo texto, a estabilidade fica restrita a carreiras típicas de Estado, como diplomatas. Recentemente, em um jantar com empresário, o ministro Fernando Haddad sinalizou que a reforma administrativa não será uma das prioridades do governo Lula.

Disputas sobre a reforma tributária no Congresso podem atrasar os planos do governo 

Paralelamente, aliados de Lula já temem que as disputas do Congresso Nacional sobre pontos da reforma tributária possam atrasar a aprovação da medida ainda neste ano. A Câmara dos Deputados instalou o grupo de trabalho para discutir a proposta, o qual é presidido pelo deputado Reginaldo Lopes (PT/MG) e tem como relator o deputado Aguinaldo Ribeiro (PP/PB).

O colegiado se reuniu pela primeira vez nesta semana, mas diante de divergências e, dadas as polêmicas, líderes partidários não descartam a possibilidade de criação de uma comissão especial. Nos cálculos do governo, esse movimento pode travar as discussões e acabar desidratando a proposta.

“É preciso ouvir a parte técnica, mas ninguém aprova nada aqui sem a parte política. Uma reforma tributária não se faz sem entendimento da Câmara e do Senado e com o Executivo apoiando. Embora a gente saiba que sempre haverá divergência, com essa disposição, teremos a reforma tributária que a gente precisa”, disse Aguinaldo Ribeiro.

Aliado do Planalto, Reginaldo Lopes já defendeu que as discussões não podem ultrapassar o ano de 2023. “Nós precisamos aprová-la ainda este ano. Qualquer reforma estruturante, tanto para a Câmara quanto para o Senado ou para o Poder Executivo, só terá sucesso se for realizada ainda no primeiro ano de mandato. Então, esse é o nosso limite para conseguir mudar tanto o sistema tributário para os impostos diretos quanto para os impostos indiretos”, explicou o deputado.

Prefeitos querem manutenção do ISS na reforma tributária
Neste caso, o governo vai precisar driblar os diferentes interesses sobre a proposta. Já há um embate público entre os prefeitos e o secretário especial, Bernardo Appy, em torno do Imposto Sobre Serviços (ISS). A Frente Nacional dos Prefeitos (FNP) já se movimenta contra a proposta de Appy para acabar com o tributo.

Recentemente, Appy disse que o ISS é um imposto “atrasado” e que os prefeitos “terão que aceitar o fim” do tributo. Na contramão, o prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (PSD), disse que “nada pode ser pior no mundo do que o técnico autoritário”. “Se [Appy] acha que vai avançar com a reforma tributária assim, certamente teremos mais uma proposta fracassada à frente”, declarou Paes, na ocasião.

Um grupo de parlamentares ligados ao Centrão, já adianta, porém, que a reforma, se sair, será em muito desidratada. Além disso, os líderes partidários sinalizam que possivelmente a discussão será fatiada dados os diversos e polêmicos interesses envolvidos no tema.


Leia mais em: https://www.gazetadopovo.com.br/republica/fim-do-periodo-de-lua-de-mel-amplia-crises-em-diversos-setores-do-governo-lula/?ref=escolhas-do-editor
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LULA PETROBRAS E MST

 

Reclamação

Por
Alexandre Garcia – Gazeta do Povo


Além do lucro recorde de R$ 188,3 bilhões, a Petrobras vai distribuir R$ 35,8 bilhões em dividendos aos acionistas.| Foto: Andre Coelho/EFE

Nós íamos crescer mais que a China, como acontecia no milagre econômico dos anos 1970, mas não deu. No último trimestre, o resultado da eleição desanimou a economia brasileira. Cresceríamos 3%, mas ficamos em 2,9% de PIB, enquanto a China cresceu 3%. Também ficamos atrás do México, que cresceu 3,1%. Ganhamos da Rússia, que teve 2,7%, mas a Rússia está em guerra. E o desempenho do Brasil foi criticado pelo presidente Lula ontem, dizendo que o nosso crescimento foi muito baixo.

Lula também criticou o resultado da Petrobras: lucro líquido de R$ 188 bilhões, recorde histórico. No tempo da Dilma a Petrobras dava prejuízo – três vezes prejuízo. Mesmo assim, Lula criticou, dizendo que a Petrobras, em vez de distribuir os lucros, deveria investir. Mas isso é uma questão de política da empresa. De novo vem aquele viés de se meter politicamente e influenciar a administração da nossa petroleira estatal. O Banco do Brasil também teve, no ano passado, um resultado histórico, recordista, de R$ 31,8 bilhões.

O combustível subiu e o trabalhador já está sentindo no bolso

Aqui na capital federal temos novos preços de combustível: tem posto de gasolina vendendo com acréscimo de 70 centavos, outros de 50 centavos, se aproveitando da situação. E os que mais estão sentindo são aqueles que vivem diretamente do trabalho: o Uber, o taxista, o entregador de moto, o motoboy, o mototáxi, estão todos pagando bem mais caro no combustível. São 35 milhões de motos por esse país.


Governo despreza direito à propriedade ao aceitar invasão do MST 
Essa invasão na Suzano Papel e Celulose está preocupando muita gente. O MST alega que invadiu porque é monocultura. Então, aquele pessoal que só planta pimenta, só planta tomate, ou arroz, ou soja, ou milho, ou feijão, ou arroz, ou cana, ou laranja, estão todos condenados pelo juiz supremo do que devemos plantar. A Suzano planta a sua matéria prima. Planta eucalipto para colher celulose, usando a fibra do eucalipto, uma árvore que cresce rapidamente. E o ministro do Desenvolvimento Agrário, instado a falar sobre o tema no Palácio do Planalto, nem lembrou de citar uma cláusula pétrea da Constituição, que põe o direito de propriedade na mesma linha do direito à vida, que engloba o direito de defesa. Estão na mesma linha do artigo 5.º, podem conferir. E ele diz que é preciso haver “diálogo”, que vai encaminhar um pedido da Suzano para eles saírem.

Ministro agora acha que temos obrigação de bancar o seu descanso
Falando em sair, entidades e ONGs estão pedindo a saída do ministro Juscelino Filho, que está em Barcelona. O Instituto Não Aceito Corrupção está pedindo o afastamento e o PL quer convocá-lo na Câmara para explicar essa história de ir a São Paulo para assistir a leilão de cavalos no fim de semana. Ele respondeu com uma nota, dizendo que pediu quatro diárias porque, enfim, tem direito aos dias de folga. Você já imaginou, ministro pensar que é CLT? Ministro não tem dia de folga, nem horário de trabalho definido. Sinto muito: é cargo de confiança, assim como o policial, o jornalista, o médico, são 24 horas por dia à disposição da exigência de sua profissão. Ele escolheu essa profissão, aceitou ser ministro, e agora vamos pagar diária para ele ter folga lá em Boituva? A Transparência Internacional está avisando que a falta de manifestação do presidente da República a esse respeito pode afetar a avaliação do Brasil no exterior.


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INVENÇÕES INOVADORAS QUE TRANSFORMARAM O MUNDO

 

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TECNOLOGIA

A roda, o dinheiro e a luz artificial foram apenas algumas das invenções inovadoras que transformaram o mundo – e podem inspirar você.

A humanidade já conseguiu enviar sondas e foguetes para fora do sistema solar, curar algumas das mais pesadas doenças e criar uma rede de comunicação instantânea que liga os pontos mais remoto dos do planeta Terra.

Contudo, essa tecnologia não veio do dia para noite. Pelo contrário, foram milênios de inovação que nos trouxeram até aqui. Desde o primeiro homem da caverna que percebeu que o fogo servia para alguma coisa, até o inventor daquele aplicativo sensacional da última semana.

E ainda há muito, muito mais: ainda falta muito para atingirmos o transporte interestelar, para a cura de todas as doenças ou para colonizarmos Marte, Vênus e outras regiões do sistema solar. Muita coisa ainda vai ser inventada nos próximos anos e merecerá entrar neste ranking: caso você tenha ideias, transforme em startup.

Confira as 13 maiores inovações da história (em ordem de criação):

1 – A RODA

Antes da invenção da roda em 3.500 A.C (antes de Cristo), a humanidade não tinha ferramenta nenhuma para transporte de produção e tinha suas capacidades severamente limitadas ao que cada pessoa podia.

Conseguir fazer um objeto circular que rodava não foi bem o grande problema: criar um eixo funcional, sim. Feito isso, a humanidade começou a poder carregar muito mais, incentivando comércio entre comunidades pela 1ª vez, além de viabilizar diversas maneiras de transporte.

A roda é tão importante que ela está presente em milhares de inovações humanas: carros, aviões, relógios. Ela é a base do transporte e do funcionamento de muitas máquinas ao longo de toda a história.

2 – O DINHEIRO

Dinheiro surgiu logo depois da invenção da roda, fruto do aumento do comércio por conta dele, 3.000 anos antes de cristo, na Mesopotâmia.

O dinheiro foi importantíssimo para o desenvolvimento de economias complexas, acumulação de capital e uma série de outras questões. Permite que sociedades surjam sem basear no fato de que alguém que presta um serviço precisa conhecer a pessoa para a qual está prestando o serviço (ou ser um escravo).

Crédito, ele nasce para representar alguma coisa (ouro, por exemplo), mas hoje não é lastreado. Ele é a base da economia de mercado que vivemos atualmente e que foi o único tipo a prosperar no planeta.

Reg. 050-21 Dinheiro. Detalhe de moedas de Real. 2021/10/86 Foto: Marcos Santos/USP Imagens

Dinheiro em moedas (foto: Michael Longmire on Unsplash)

3 – A LEI

O surgimento de sociedades complexas começou a criar uma necessidade por forças que as organizassem de maneira mais eficiente. A primeira lei que se tem notícia surge nesta época, no Egito Antigo – um conjunto de 12 livros que compunham o código civil da época.

Ur-Nammu, imperador da Suméria, porém, no século XXII antes de Cristo cria o primeiro código que funciona em condicionais, no estilo “Se X acontecer, Y deverá ser aplicado”. Logo depois, na Babilônia, Hamurabi cria o Código de Hamurabi, famoso até hoje.

4 – O PREGO

Já o prego foi inventado cerca de 2.500 anos antes do nascimento de Cristo, conforme a humanidade aprendeu a manipular metal e dar forma a ele. Ele foi melhorado significativamente pelo grego Arquimedes no século III antes de cristo, que o transformou em um parafuso.

A importância do prego é gigantesca para a construção de estruturas de madeira: facilitou que casas fossem feitas e que muita gente passasse a ter um teto pela 1ª vez na humanidade. Antes, a ideia de construção era juntar pedaços que se complementavam.

Novas tecnologias foram surgindo (como o cimento na Roma Antiga) para o setor de construção, mas o prego foi a primeira significativa delas.

5 – BÚSSOLA

Navegantes só conseguiam navegar durante a noite (desde que não tivessem nuvens) sem o compasso. Portanto, viajar para muito longe de terra firme era impossível: de dia, você não ia ter noção de onde você estava e se a noite estivesse fechada, adeus.

A criação da bússola na China (entre os séculos IX e XI) resolve esse problema. Europeus e árabes logo receberam essa nova tecnologia e passaram a navegar muito mais longe, permitindo até mesmo o descobrimento de um novo continente ao oeste que provavelmente você já ouviu falar…

Bússola (foto: Anastasia Petrova on Unsplash)

6 – A PRENSA MÓVEL

Ela foi inventada em 1440 por Gutenberg e logo se tornou uma das inovações mais sensacionais da história. Permitiu que livros, textos fossem impressos em largas escalas (e deve ter deixado muito monge copista sem emprego) pela 1ª vez na história.

Isso garantiu que o pensamento e conhecimentos fossem fortemente disseminados, com mais de 20 milhões de livros impressos em apenas 20 anos. Permitiu que a reforma atingisse em cheio a Igreja Católica na Europa, criando os países “protestantes”.

7 – O MOTOR

A revolução industrial não teria tido início se não tivessem inventado o motor. Movido a vapor e carvão em seus primórdios, o motor foi evoluindo até a versão moderna que usa derivados de petróleo, como a gasolina.

Foi a primeira vez que podemos começar a mecanizar uma série de produções, aumentando e muito a produtividade e garantindo prosperidade material pela 1ª vez na história (prosperidade que, nos anos subsequentes começou a ser melhor distribuída). A Revolução Industrial nasceu desta invenção, assim como carros e aviões.

Motor de automóvel (fofo: Garett Mizunaka on Unsplash)

8 – LUZ ARTIFICIAL

Quando tudo que você tem é luz natural, seu dia acaba quando as horas de sol acabam. A luz artificial mudou isso, graças a invenção da eletricidade e da lâmpada, no começo do século XIX.

Thomas Edison melhorou a lâmpada e logo depois ela estava presente em todas as grandes cidades. Ficar acordado trabalhando ficou muito mais fácil e a vida ficou mais produtiva.

9 – O TELÉGRAFO

Hand tapping morse code on an antique telegraph machine

Em 1840, a humanidade começou a fazer uma coisa muito interessante: mandar informações e mensagens complexas em grandes distâncias, em pouquíssimo tempo.

15 palavras por minuto conseguiam ser transmitidas entre Nova York e Londres (antes, uma carta demorava cerca de 12 dias para ser transmitida pelo Atlântico).

Governantes começaram a ter noção do que acontecia em tempo real, pessoas conseguiam mandar comunicações complexas em pouquíssimo tempo. Até a Western Union surgiu para transferir dinheiro entre pessoas em regiões (ou países) distantes. Foi o telegrafo que permitiu que a era da comunicação começasse.

10 – O CARRO

Até o final do século XIX, o principal meio de locomoção humano era o cavalo. As cidades eram verticalizadas e você precisava fazer praticamente tudo a pé. Uma viagem curta entre uma cidade e outra demorava dias e a maioria das pessoas não saía de um raio de 200 quilômetros de onde elas tinham nascido.

O carro surgiu e mudou essa lógica completamente, principalmente nos países desenvolvidos (como os Estados Unidos) – depois da adoção dos primeiros carros populares, como o Ford T. As cidades passaram a ser mais horizontais e as pessoas começaram a fazer deslocamentos cada vez maiores.

Carro de competição (foto: Spencer Davis on Unsplash)

11 – PENICILINA

Alexander Fleming descobriu a penicilina por acaso, mas acabou mudando toda a humanidade por conta disso, em 1928. Os antibióticos formaram o primeiro tratamento eficaz contra uma série de doenças.

Isso permitiu um aumento significativo da população humana no século XX e a cura de várias doenças. Os antibióticos avançaram e muito o desenvolvimento da medicina.

12 – TRANSISTORES

A criação dos transistores na década de 1940 foi fundamental para que tivéssemos uma revolução de eletrônica nas próximas décadas. Computadores, televisões, celulares, tudo veio por conta dos transistores inventados por John Bardeen e Walter Houser Brattain.

Ele é altamente usado em todo tipo de indústria, até em geladeiras (inclusive, substituiu sistemas mecânicos dentro destas e as barateou na segunda metade do século XX).

Transistores estão presentes em todos os eletrônicos e permitiram que a tecnologia realizasse grandes saltos nas últimas décadas. Sem transistores, você não estaria lendo esta matéria (apenas se o StartSe fosse uma revista impressa).

13 – A INTERNET

A última grande invenção desta lista é o que você está vendo agora: a internet. Uma rede que junta milhares de computadores, celulares, aparelhos de televisão, videogames…

Não é preciso nem falar quantas coisas mudaram na sua vida desde que a internet foi inventada na década de 60 e popularizada para uso civil na década de 90. Você começou a trocar correspondência digital (e-mail), começou a comprar sem sair de casa, falar com os amigos. Até fotos bobas com frases de efeito você começou a ver por causa da internet.

E AGORA, PARA ONDE ESTAMOS CAMINHANDO?

FANS TOKENS DA VALEON

Os Clubes de Futebol no Brasil e no Mundo estão alinhados fora de campo e estão investindo em inovação e no mercado de criptoativos, mais especificamente as Fans Tokens que são moedas digitais chamadas de CHILIZ(CHZ).

A novidade é atribuir um valor de ativo financeiro a um produto com o qual o fã cria relacionamentos e experiências com o Clube de Futebol e que antes era apenas um serviço sem valor de revenda ou de valorização desse ativo. As Fans Tokens ajudam os clubes a melhorar a parte financeira.

Assim como nenhum elemento do marketing faz nada sozinho, não só em clubes, mas em qualquer empresa, as Fans Tokens também precisam ter a imagem trabalhada para chegar ao consumidor de forma clara, oferecendo algo que seja palatável e legível ao torcedor, ou seja, as pessoas precisam entender do que se trata este ativo digital para poder consumi-lo.

Como toda inovação, as Fans tokens ainda estão numa fase inicial e todos nós estamos aprendendo com elas. Não podemos perder de foco é que a tecnologia não pode ser o fim, a tecnologia é simplesmente o meio e é a chave para o engajamento e temos que compreender que a tecnologia pode gerar lucro, construir operações sustentáveis, proteger a integridade da concorrência, desenvolver multiplataformas e muito mais.

Engajar os fãs não é algo exclusivo do esporte. Pelo contrário, todas as marcas querem encantar seus consumidores e engajá-los das mais variadas formas. Descobrir essas formas é uma das muitas atividades de quem trabalha com comportamento do consumidor.

Em marketing, podemos definir o engajamento do cliente como os comportamentos espontâneos, interativos e cocriativos do consumidor, principalmente em trocas não transacionais entre consumidor e empresa para atingir seus objetivos individuais e sociais.

Em outro contexto, porém, podemos pensar no engajamento como um estado de espírito motivacional relacionado à marca e dependente do contexto de um cliente, caracterizado por níveis específicos de atividade cognitiva, emocional e comportamental nas interações da marca. E, nesse aspecto, surge um fator importante: como os consumidores engajados fornecem referências e recomendações para produtos específicos, o engajamento do cliente é um elemento-chave nas estratégias das empresas para o desenvolvimento de soluções, de novos produtos e retenção de clientes. É aqui que surge a ideia da monetização.

A Startup Valeon cria as FANS TOKENS VALEON para premiar uma enorme comunidade de consumidores que utilizam as redes sociais, que são o nosso público-alvo, que são as pessoas que achamos que podem realmente se beneficiar do nosso produto que é a Plataforma Comercial Marketplace Valeon e muitas vezes não possuem o conhecimento básico de como o nosso produto funciona.

As Fans Tokens são para aqueles que não querem apenas ser espectadores, mas para aqueles que desejam ter um papel mais ativo na comunidade das redes sociais.

A tokenização fornece novas maneiras inspiradoras de classificar valor, criando novos ativos ou reinventado os tradicionais, abrindo portas para melhoria de processos totalmente novos, fluxos de receitas e envolvimento dos clientes com novas oportunidades.

Pensando nisso, a Startup Valeon através do seu Site, aposta na possibilidade de trazer o consumidor que pode estar longe ou não conhece a Valeon para perto da gente e ainda ser nosso colaborador participando ativamente do nosso desenvolvimento, gerando transformações e tendo o direito de fornecer conhecimentos específicos para o desenvolvimento do Site.

Valor do Fan Token Valeon = R$ 1,00

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quinta-feira, 2 de março de 2023

VÃO CENSURAR ATÉ OS ESCRITORES COMO WILLIAM SHAKESPEARE

 

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Byvaleon

Mar 2, 2023

Artigo
Por
Charles C. W. Cooke – Gazeta do Povo
The National Review


Estátua de Shakespeare: autor também será censurado?| Foto: Pixabay

Começaram com Roald Dahl. Agora estão atrás de Ian Fleming. Posso perguntar quem será o próximo? William Shakespeare, talvez?

“Isso não vai acontecer!”, eu já até ouço você retrucar. Mas bem, por que não? Certamente, o trabalho de Shakespeare é extraordinariamente conhecido. Mas o trabalho de Dahl também é. E o de Fleming também. E, além disso, é justamente o próprio fato de que nossa sociedade está familiarizada com um determinado conjunto de obras que faz com que os totalitários queiram, em primeiro lugar, expurgar essas obras. Há um toque quase evangélico nos “leitores sensíveis” literários – em última instância, eles acreditam que estão salvando almas – e quanto mais amplo for o público leitor, mais almas serão salvas. Assim como Ian Fleming, Roald Dahl foi um dos alvos porque seus livros continuam populares. As pessoas os leem, se lembram deles, são sensibilizados por eles. Em um mundo em que as palavras são consideradas violência, isto não basta.

Por isso, volto a perguntar: Por que não começar a censurar Shakespeare então?

Ao contrário de Dahl e Fleming, Shakespeare já tem seus direitos autorais abertos, o que significa que qualquer pessoa pode publicar seu trabalho da forma que desejar, mais ou menos reescrito. Mas seria ingênuo supor que isto mudará alguma coisa no desejo dos obscurantistas. Em nenhum outro lugar a longa marcha através de nossas instituições teve mais sucesso do que nas artes e na educação, e se, como tanto na editora Puffin como na Ian Fleming Publications Ltd., os poderes determinarem que o catálogo de Shakespeare poderia muito bem contar com uma Edição Aprovada, essa Edição Aprovada logo se tornará a norma aplicada sem nenhuma piedade em nossas universidades, teatros e assim por diante. A última vez que tentaram fazer isso, falharam. Da próxima vez – quando toda a força do establishment esquerdista for colocado diretamente a favor dos vândalos – não falhará.

Diz-se frequentemente que Shakespeare tem um personagem para todos, e, infelizmente, isto também se aplica a nossos maravilhosos árbitros de gosto. O Caliban de “A Tempestade” é descrito na lista de personagens da peça como “um escravo selvagem e deformado”. No texto principal da peça, é descrito como um “bezerro da lua” e uma figura que “não foi honrada com uma forma humana”. Isso é aceitável? “Otelo” inclui todo tipo de calúnias raciais: Iago diz a Brabantio que “um velho carneiro negro / está enganando sua ovelha branca”, avisa que “você terá sua filha coberta com um cavalo bárbaro”, e propõe que há algo de “não natural” sobre a falta de interesse de Desdemona em casar com um homem “de seu próprio clima, tez e grau”, enquanto Brabantio acredita que sua filha deve ter sido “encantada” com “encantos sujos” para, “apesar da natureza”, ter consentido em “se apaixonar pelo que ela temia ver!”. Esta linguagem “sensível” é apropriada? E o que dizer de “O Mercador de Veneza”, que é construído em torno de um personagem judeu chamado Shylock, que não só manuseia seu dinheiro para empréstimo comercial com uso de termos desagradáveis, mas que é convertido ao cristianismo no final da peça? Será que o Caliban é mal compreendido pelo público moderno? Talvez. Será que as calúnias em “Otelo” serão incluídas de forma descritiva, como em “Huckleberry Finn”? Talvez. Shakespeare foi de fato solidário com Shylock, como seu inquérito seminal poderia sugerir: “Se você nos cortar, não sangramos”? É possível que sim. Alguma dessas coisas teve importância depois do começo do pânico moral? Não, não teve.

É possível encontrar material “não-inclusivo” em todo a obra canônica de Shakespeare. ‘Henrique IV’ está repleto de piadas sobre gordos que fazem com que aquela removida da Matilda de Dahl pareça positivamente inocente. Exemplos: “Quanto tempo faz, Jack, desde que você viu seu próprio joelho?”;  “Estas mentiras são como o pai que as gera; nojentas como uma montanha” e “Esta prensa-cama, este quebra-cama, esta enorme colina de carne”.

Visto de uma perspectiva particular, ‘Macbeth’ reforça o estereótipo misógino de que por trás de cada homem culpado, há uma mulher (neste caso, não só Lady Macbeth, a “rainha-feiticeira”, mas as três bruxas também) que o manipulou para realizar seus esquemas covardes. ‘Ricardo III’ reescreve a história da Inglaterra para reforçar uma caricatura “capaz” de malevolência. ‘Júlio César’ ressalta e justifica a violência política. E se eu continuar, a lista vai ficar imensa.

Se isso tudo lhe parece bastante ridículo, fique certo de que concordo de todo coração. Eu simplesmente faço esta pergunta na esperança de que me digam onde está o limite. Se formos considerar o que nossos autoproclamados “leitores sensíveis” apontam, não posso discernir nenhuma razão básica para que Shakespeare seja poupado do tratamento que tem sido administrado a Roald Dahl e Ian Fleming. A nova versão de “Os pestes”, de Dahl, remove uma referência a um “queixo duplo”; a nova edição de “James e o pêssego gigante” muda “um daqueles rostos flácidos brancos, como se tivessem sido cozidos” para “um rosto que parecia um grande repolho cozido”; e a palavra “gordo” foi expurgada de cada um de seus livros. Por que, me digam, isso está além do shakespeariano “saco de manto recheado de tripas”?

O mesmo vale para a raça. Todas as referências de Dahl a “preto” e “branco” foram removidas – o manto de uma das personagens não é mais “preto”, e os personagens não ficam mais “brancos de medo” – enquanto muitas das descrições arcaicas das minorias de Ian Fleming foram eliminadas. Shakespeare é de alguma forma diferente? Em “Otelo”, o personagem que dá título ao livro é obcecado pela pele branca de sua esposa (“Não colocarei uma cicatriz naquela pele mais branca do que a neve”) e conscientemente associa seu próprio comportamento assassino à escuridão (“Levanta-te, vingança negra, do inferno vazio!”). Devemos acreditar que estas ideias destroem o prazer dos leitores de Dahl e Fleming, mas não de Shakespeare? E, se sim, por quê?

Essa, como alguém famoso uma vez escreveu, é a questão.
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GOVERNO ENTREGA EM ABRIL A NOVA ÂNCORA FISCAL

 

Impasse na base
Governo isola Congresso em debate de regra fiscal e aprovação deve ficar para 2.º semestre

Por
Rodolfo Costa
e
Por
Sílvio Ribas – Gazeta do Povo
Brasília


O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, isolou o Congresso na formulação de sua proposta de âncora fiscal, e aprovação da medida pode ficar para o segundo semestre.| Foto: Washington Costa/Ascom/MF

O governo federal isolou o Congresso na formulação de sua proposta de âncora fiscal e pode pagar politicamente o preço disso. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), surpreendeu parlamentares após antecipar, de abril para março, a apresentação do projeto de lei complementar (PLP) que sugere a substituição do atual teto de gastos.

Líderes e vice-líderes partidários no Congresso desconhecem o teor da proposta elaborada por Haddad. Embora seja uma prerrogativa da equipe econômica de qualquer governo propor e enviar propostas sem um diálogo aberto com parlamentares, lideranças políticas gostam de ser consultadas e participar dos debates, sobretudo de pautas estruturantes como o novo arcabouço fiscal.

O deputado federal José Nelto (PP-AL), vice-líder do partido na Câmara, sustenta que seu líder, André Fufuca (MA), e outros líderes partidários de legendas de centro e centro-direita não estão cientes do teor da proposta, nem participam de reuniões com a equipe econômica. “A não ser que esteja debatendo apenas com o seu partido, o PT, mas acho que nem o PT participa deste debate”, diz.

Em conversas com outras lideranças da Câmara, Nelto entende que não há entre congressistas um clima de indignação ou de animosidade em relação à decisão do governo de afastar o Congresso do processo de montagem da nova âncora fiscal. Mas classifica como um equívoco político a postura adotada por Haddad e pelo Palácio do Planalto.

“No mínimo, o governo erra em não abrir esse debate antes. Isso mostra que terá muita dificuldade em aprovar essa âncora fiscal”, analisa Nelto. “Se ele já estivesse discutindo com lideranças do Congresso Nacional, encontraria mais facilidade e diminuiria o prazo de debate, tramitação e aprovação”, complementa.

Isolamento do Congresso pode anular sinalização de Haddad ao mercado
A surpresa gerada por Haddad a parlamentares ocorreu após uma fala em um evento do banco BTG Pactual. “Nós vamos em março, provavelmente, anunciar o que nós entendemos que seja a regra fiscal adequada para o país”, anunciou em 15 de fevereiro. No mesmo evento, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL) , alertou que “um texto radical para um lado ou para outro não terá sucesso no plenário do Congresso”.

O cientista político Enrico Ribeiro, sócio-diretor da Consillium Soluções Institucionais e Governamentais, avalia o comentário de Haddad como uma clara sinalização ao mercado. “Concentrar o texto no Executivo e na equipe econômica e antecipar a apresentação para março demonstra ao mercado um compromisso do governo em manter a estabilidade fiscal justamente em momento que serão discutidos o reajuste de servidores, o início da reforma tributária e a questão dos combustíveis”, comenta.

Como a redação da PEC fura-teto exige do Planalto o envio ao Congresso de um projeto de lei complementar para a instituição de um novo regime fiscal responsável até 31 de agosto deste ano, a antecipação do prazo para março reflete a expectativa de Haddad em receber uma sinalização positiva do mercado, avalia Ribeiro. Como a discussão está atrelada à reforma tributária, que a equipe econômica espera aprovar ainda no primeiro semestre, o gesto do chefe da equipe econômica sugere que o arcabouço fiscal também poderia ser aprovado nesse prazo.

Da mesma forma, a fala de Lira também pode ser interpretado como um alerta ao governo. Ribeiro admite que, em parte, é perigosa a decisão da equipe econômica de afastar o Congresso da elaboração do texto. “Não dá ao governo uma previsibilidade daquilo que pode sair de antemão do Congresso. Você trazer os parlamentares e as lideranças para discutir antes de enviar é sempre de bom tom em um governo de coalizão, porque permite criar as condições e ambientes mais favoráveis com celeridade e certeza”, comenta. “Mas nada indica que o governo não vai fazer isso”, acrescenta.

Sem participar do debate, congressistas analisam que a aprovação da nova âncora fiscal pode ficar para o segundo semestre e, consequentemente, anular as sinalizações de Haddad ao mercado. “Esse é um debate amplo de 90 a 120 dias. Ele é um debate de 90 a 120 dias, em que o Congresso vai se debruçar nesse projeto ouvindo a sociedade civil, os economistas e governadores. O projeto terá um longo caminho a percorrer”, avalia o deputado José Nelto.

O deputado Gilson Marques (Novo-SC) também entende que a aprovação da proposta no Congresso fica para o segundo semestre. “Pela minha experiência de uma reforma estruturante, como a da Previdência, como a âncora fiscal está muito interligada à reforma tributária, não deve ter tempo hábil para o primeiro semestre, apesar de ser o objetivo do Bernard Appy [secretário do Ministério da Fazenda]. Mas imagino que seja possível no segundo semestre”, diz.

Como fica a tramitação da nova âncora fiscal no Congresso Nacional
Em razão de o governo deter a iniciativa da proposta, o deputado Celso Sabino (União Brasil-PA) avalia com naturalidade a decisão em restringir, formular e organizar os termos e textos do novo arcabouço fiscal baseado na análise de seus técnicos. Da mesma forma, ele sustenta que será uma prerrogativa do Parlamento discutir a matéria no seu tempo.

“Por óbvio, também verei com uma naturalidade ainda maior de que o texto, quando começar a ser debatido no Congresso, seja maturado, reexaminado e aperfeiçoado pelos congressistas nas comissões pertinentes ou com grupo de trabalho, se porventura o presidente da Câmara entender que seja essa a melhor forma de tramitação, ou através de análise por um relator que, nesse caso, com certeza vai ouvir todas as lideranças partidárias”, avalia.

Presidente da Comissão Mista do Orçamento (CMO) em 2022, Sabino destaca que um provável aperfeiçoamento é natural do processo legislativo. “Temos inúmeros casos e exemplo de propostas que foram enviadas pelo governo e sofreram alterações aos olhos do Congresso para aperfeiçoar a proposta”, destaca.

O deputado José Nelto reforça que a tramitação da proposta no Congresso poderia ser encurtada se Haddad promovesse uma abertura do diálogo junto aos líderes. “Sem nenhum debate e consulta prévia ao Parlamento, teremos que nos debruçar e trabalhar dobrado”, diz. “Vamos examinar ponto a ponto e chamar os setores da sociedade para um debate amplo, com a abertura de audiências públicas para fazer o melhor para o Brasil em uma matéria que vai receber centenas de emendas”, complementa.

Senadores demonstram ceticismo em relação à hipótese de uma tramitação rápida do novo arcabouço fiscal. A maioria dos consultados pela Gazeta do Povo preferiu nem emitir opinião neste momento sobre o tema. Além de a proposta começar a ser avaliada pelos deputados, que poderão fazer alterações, também pesa sobre o ânimo o desconhecimento sobre as linhas gerais. Assim, dizem alguns senadores, fica difícil prever quais desdobramentos a proposta terá.

“Trata-se de um assunto complexo que precisa ser discutido de forma exaustiva pelo Congresso, sem nenhum açodamento. O ministro da Fazenda ventilou a possibilidade de aprovação do arcabouço fiscal em abril, mas não tem nenhum sentido”, observa o senador Plínio Valério (PSDB-AM). Ele estranha o fato existirem apostas de aprovação rápida antes mesmo de o projeto ter sido enviado ao Congresso. “Além disso, quando o texto estiver tramitando no Legislativo, nós, deputados e senadores, poderemos fazer mudanças e revisões no texto”, pondera.

Há ainda senadores que entendem, desde agora, que a definição final de uma nova âncora fiscal consumirá um período prolongado de debates no Parlamento até mesmo em razão de possíveis polêmicas que trouxer junto. “O atual governo dificilmente irá enviar uma regra melhor que o teto de gastos. Apesar de ter sido desrespeitado em momentos de crise grave, o teto sempre foi confiável. Penso que o PT buscará um arcabouço sem parâmetros rígidos e que permita todo tipo de gastos acima do Orçamento sem riscos legais para o governo”, avalia Carlos Viana (Podemos-MG).

Centralização do debate da nova âncora fiscal reflete falta de maioria
Lideranças no Congresso atribuem a decisão do governo de controlar o processo de formulação da nova âncora fiscal à ausência de uma maioria consolidada nas duas Casas. “Acho que estão esperando ter uma maioria negociada, comprada e convencida para, depois, apresentar uma coisa interessante”, analisa o deputado Gilson Marques. “Eles não querem arriscar divulgar algo para não ‘apanhar’ à toa. Vão segurar tudo como estão segurando para, quando tiver segurança, apresentar as ideias idiotas deles”, acrescenta.

Descrente da hipótese de que o governo apresentará uma âncora fiscal superior ao atual teto de gastos e crítico da relação entre governo e os partidos políticos do Congresso, Marques entende que o atual período é “previsível” em meio ao início de um governo e uma nova legislatura. “Essa fase de extorsão legal ou ilegal, moral ou imoral, deve estar acontecendo e não se sabe a qual preço, demora um pouco mesmo”, avalia.

O deputado José Nelto discorda das críticas de Marques sobre a relação entre o governo e Congresso, mas admite que o Executivo não tem maioria na Câmara e concorda com a análise de que, sem uma base consolidada, a tendência é de o Planalto afastar os líderes do debate da nova âncora fiscal.

“Eu acho que o governo poderá e irá construir [uma maioria], mas ainda não tem, e ele sabe disso”, afirma. “Pelo que eu tenho contato na Câmara, a indicação dos ministros não representa os deputados. O governo vai ter que construir a maioria de grão em grão. Os deputados não estão dando a menor bola para os atuais ministros”, complementa.

A Gazeta do Povo informou em janeiro que existe um sentimento de desprestígio na Câmara após a decisão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em priorizar indicações do Senado na composição ministerial de seu governo.

“O governo está atrasado na construção da base, mas teve o carnaval e os atos da ‘intentona golpista’ de 8 de janeiro, que tomou muito fôlego e atenção [do Planalto e Congresso]. Mas acredito que, a partir de desta semana, já vamos nos debruçar na formação das comissões e aí o ano começa de vez”, diz Nelto.

O sentimento de que o fim do carnaval possibilita o avanço de negociações entre a Câmara e o governo é destacado pelo cientista político Enrico Ribeiro ao ponderar sobre as chances de tramitação e aprovação da nova âncora fiscal. “O governo deixou o componente político [de discussão da matéria] para o Congresso. É uma forma de negociar e tentar a aprovação, claro que com mais custos e com maior incerteza sobre aquilo que vai ser aprovado”, comenta.

O analista político discorda, porém, da visão de que o governo não tenha maioria para aprovar a nova âncora fiscal, uma vez que, por ser um projeto de lei complementar, é necessária maioria absoluta nas duas Casas, ou seja, de 257 deputados e 41 senadores. Ribeiro entende que o governo tem isso na Câmara e no Senado.

“É muito cedo para falar que não tem apoio, voto, ou que só vai mandar [o texto] quando tiver maioria”, avalia. Nos cálculos da Consillium Soluções Institucionais e Governamentais, o governo tem uma base potencial de 364 deputados e 51 senadores.

O cálculo leva em consideração a soma do que a consultoria classifica como a base de apoio consistente, dos parlamentares que votam com o governo independentemente de qualquer coisa, e da base de apoio condicionado, que reúne congressistas que votam de acordo com a pauta ou por acordos e negociações.


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VOLTA DOS PREÇOS MÍNIMOS E ESTOQUES REGULADORES NUNCA DERAM CERTO

 

Segurança alimentar

Por
Marcos Tosi – Gazeta do Povo


O presidente Luiz Inácio Lula da Silva.| Foto: EFE/André Borges

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) voltou a dizer nesta semana que o governo vai recriar a política de preços mínimos e compras governamentais de produtos agropecuários. No discurso durante o lançamento do Conselho Nacional de Segurança Alimentar (Consea), o presidente invocou a necessidade da mão forte do Estado para situações de supersafra em que “às vezes, o companheiro não consegue sequer retirar o dinheiro que investiu”.

Em vez de ferramentas como o seguro rural, Lula tem defendido reiteradamente compras governamentais para assegurar que os companheiros dos assentamentos do MST, por exemplo, recebam um preço diferenciado dos valores do mercado.

”A gente vai garantir que se as pessoas produzirem não vão perder, porque se produzirem em excesso, o governo vai comprar esse alimento para que a gente distribua aonde precisa ser distribuído. E também a gente vai voltar com a política de preço mínimo para garantir que as pessoas que plantam não tenham prejuízo se houver uma supersafra. Por que no Brasil é assim. Às vezes todo mundo planta, a colheita é muito grande, o preço cai. E às vezes o companheiro não consegue sequer retirar o dinheiro que investiu”, afirmou Lula.

Na mesma linha de pensamento, o presidente, quando ainda era candidato, já havia defendido a volta dos estoques reguladores da Conab: “Você pode fazer estoque e, fazendo estoque, controlar o preço. Vai colocar mais produto no mercado quando o preço estiver alto”.

Programas de compras governamentais para incentivar a agricultura familiar atendendo necessidades dos órgãos públicos, caso da merenda escolar, são uma prática adotada país afora, sem maior repercussão na lei da oferta e procura. No entanto, abrir as torneiras do Tesouro para perpetuar a dependência estatal de assentados e pequenos produtores é uma história diferente.

Estratagema para repassar recursos ao MST?
O ex-deputado federal e ex-presidente do Incra, Xico Graziano, vem alertando para a necessidade de vigilância sobre esse gasto público.

“Preços mínimos são inaceitáveis frente à OMC, dentro dos acordos de livre comércio estabelecidos. Eventualmente podem ser utilizados para compras internas, em programas específicos, sem influência no mercado. Normalmente eles premiam a ineficiência econômica ou, nesse caso, agronômica, devido à baixa produtividade pelo uso deficiente de tecnologia. Os socialistas, ou intervencionistas, adoram utilizar para fazer suas traquinagens, sempre falando em nome de argumentos altruístas”, afirma Graziano.

Professor de MBA da Fundação Getúlio Vargas (FGV), ele alerta que “provavelmente o PT vai utilizar esse artifício para, via Conab, repassar dinheiro público do povo para o MST e seus comparsas. E vai dizer que está defendendo a agricultura familiar”.

As declarações de Lula brigam também com lições ensinadas, a muito custo, pelo histórico econômico recente da agropecuária brasileira. Antes de se tornar potência global das commodities agrícolas, até os anos 1970 o país era importador líquido de alimentos. O economista José Pio Martins, que foi reitor da Universidade Positivo e já dirigiu uma cooperativa em Londrina (PR), observa que a imposição de preços mínimos, e mesmo o monopólio das compras governamentais, foi a regra por décadas, em várias culturas agrícolas.

“Todo mundo tinha que vender o café para o governo. O Instituto Brasileiro do Café (IBC) era um órgão estatal, com uma estrutura física imensa, cheio de armazéns, funcionários e burocratas”, recorda.

Assim como o IBC para o café, existiu o Cetrin para o trigo, o Instituto do Açúcar e do Álcool (IAA), e, por fim, a Cobal/Conab para os mais diversos alimentos, como soja, feijão, milho, arroz. Mas a prática chegou um ponto de insustentabilidade nos anos 1990.

Durante décadas, governo obrigou produtores a vender suas safras para órgãos estatais| Pixabay
Gigantismo da Conab e toneladas de grãos estragados
“Imagina a Conab administrando 13 mil armazéns. Foi a maior tragédia. Era uma vergonha. Feijão, soja, milho, são produtos que têm fungo, que podem perecer muito rapidamente. O Brasil começou a perder milhões de toneladas, porque a Conab não conseguia operar seus armazéns. Virou um escândalo nacional no governo Collor”, relata Martins.

Nos anos seguintes, a Conab passou a fazer intervenções “hands-free” no mercado, sem operar com estoques físicos. Se faltasse milho no Nordeste, por exemplo, e estivesse sobrando no Mato Grosso, a companhia oferecia um prêmio (subsídio ao frete) para que esse produto chegasse ao suinocultor ou avicultor daquela região.

Com os avanços tecnológicos da agricultura brasileira, cada vez mais competitiva globalmente, a companhia passou a atuar mais focada no levantamento de safras e de estatísticas para subsídio às políticas públicas, mantendo, também, a operação de compras governamentais de apoio à agricultura familiar.

Pela Política de Garantia de Preços Mínimos (PGPM), é redundante, mas necessário dizer, a Conab só pode formar estoques quando os preços de mercado estão abaixo dos mínimos. Uma operação desnecessária no contexto das cotações das commodities agrícolas dos últimos anos.

“O governo não tem o que comprar, não tem o que formar de estoque. Por que se ele entrar comprando, vai aquecer ainda mais os preços de mercado. Então, não faz sentido”, disse recentemente à Gazeta do Povo Ivan Wedekin, ex-secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura.

No passado, conta movimento do BC garantia dinheiro de “saco sem fundo”
Para o economista Pio Martins, a política de preços mínimos em larga escala só existiu porque, por décadas, até meados dos anos 1980, o governo tinha uma “conta movimento” em nome do Tesouro Nacional que permitia emitir dinheiro sem qualquer lastro.

“O Banco do Brasil, e depois o Banco Central, pagavam tudo que o governo gastava, todas as bobagens que fazia, todos os déficits. Quando explodiu a hiperinflação em 1985, com Dilson Funaro e Sarney, eles concluíram que aquela conta movimento era a maior responsável pela fabricação de dinheiro – e dinheiro em economia é qualquer coisa que serve como meio de pagamento. E aí disseram: não pode mais ter isso. Por que essa política de preço mínimo, de garantir 13 mil armazéns da Conab com produtos agrícolas que o governo comprou, só funcionava quando havia liberdade completa para o governo emitir dinheiro”, explica.

Na realidade atual, para tornar os pequenos produtores autossuficientes, seria mais produtivo centrar esforços, e investimentos, em profissionalizar a gestão das propriedades. Na avaliação do consultor da Markestrat José Carlos de Lima Júnior, ferramentas como o seguro rural, que cresceu muito nos últimos anos, ainda são utilizadas por uma parcela reduzida de produtores.

“Nesse momento deveríamos profissionalizar a gestão, e não ficar criando meios para que o produtor simplesmente não se preocupe em ver outros mecanismos à sua disposição”, sublinha.

Economista José Pio Martins| Agência FIEP-PR
Política de compra mantém produtor dependente do governo
O problema, também, pode estar em conceitos ideológicos equivocados. “A economia é como o motor de um carro. Ela é mecânica. O motor do carro tem uma lógica sem a qual ele não funciona. Não tem carro de esquerda ou carro de direita. É um pouco isso”, destaca Pio Martins.

“Em vez de trabalharem para tornar o produtor pouco alfabetizado independente, eles querem torná-lo dependente do governo, de uma política pública da proteção estatal. Dependente que o governo compre a produção. É uma política para eternizar a dependência”, lamenta.

Muita coisa, contudo, deve permanecer no campo da retórica. A avaliação é de que nem mesmo Lula espera que levem a sério tudo o que diz, como o suposto retorno dos estoques reguladores. “É aquela história do ‘ouvi cantar o galo, mas não sei onde’. Estão cantando o galo por aí, mas na hora do vamos ver, é difícil”, diz uma fonte que já atuou no Ministério da Agricultura.

O economista Pio Martins, por sua vez, é direto: “Em Licença para Matar [filme], tinha uma frase de que todo mundo que matar alguém é criminoso, você mete um processo. Menos o James Bond. Pois o Lula “tem licença para matar”. Ele fala o que ele quer. Ninguém cobra coerência, inteligência, nível intelectual de qualquer locução do Lula. Ele vai falando, vai criando esses factoides”.

O perigo, alerta, é de que “como o governo é louco o suficiente”, pode ser que um factoide desses vire realidade. E numa escala prejudicial ao país. Como já aconteceu.


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A CHINA TEM GRANDES INTERESSES NA AMÉRICA DO SUL

 

Américas
Via Caribe, China tenta minar apoio a Taiwan e poder do Ocidente

Por
Fábio Galão – Gazeta do Povo


O ditador chinês, Xi Jinping: Pequim tem interesse especial na região porque cinco dos 14 países que mantêm relações diplomáticas com Taiwan são caribenhos| Foto: EFE/EPA/XINHUA/JU PENG

Os tentáculos da China se espalham pela América do Sul, como comprovam a implantação de uma estação espacial na província argentina de Neuquén, estrutura que os Estados Unidos suspeitam que tenha objetivos militares, e o acordo de livre comércio que está sendo costurado com o Uruguai.

Entretanto, as Américas têm outro ponto estratégico por meio do qual Pequim tenta minar a influência global americana: o Caribe. Um relatório do Comitê de Relações Exteriores da Câmara dos Estados Unidos apontou que o comércio caribenho com a China passou de US$ 1 bilhão para US$ 8 bilhões por ano entre 2002 e 2019.

Além disso, investimentos chineses no Caribe ocorrem em diversas áreas, como agricultura, indústria, mineração, turismo e tecnologia, mas principalmente em energia e infraestrutura, áreas nas quais aplicou mais de US$ 7 bilhões de 2005 a 2020. Dez países caribenhos participam da Nova Rota da Seda, o projeto chinês de investimentos em infraestrutura em todo o mundo.

Entre os projetos chineses para a região, estão um porto de águas profundas nas Bahamas, uma obra de US$ 3 bilhões que está sendo construída a 88 quilômetros da costa americana, e um parque industrial de US$ 6 bilhões na Jamaica.

A parceria se estende ao soft power: os países caribenhos possuem dez das 45 filiais na América Latina e no Caribe do Instituto Confúcio, destinado a difundir a cultura chinesa.

Na área de segurança, a China fez doações de equipamentos militares ou de policiamento para Guiana, Jamaica e Trinidad e Tobago, e participou da missão de paz da ONU no Haiti entre 2004 e 2012.

Como Pequim não costuma fazer nada sem segundas intenções, fica a pergunta: por que a segunda economia do mundo investe numa das regiões mais pobres do planeta?

O primeiro ponto é ideológico, já que a China tem ligações históricas com o regime comunista de Cuba, o primeiro governo da região a reconhecer diplomaticamente a República Popular da China, embora durante a Guerra Fria essa relação nunca tenha sido muito intensa devido à ruptura entre Pequim e a União Soviética, então principal aliada do castrismo.

Hoje, Cuba recebe investimentos chineses em áreas como telecomunicações, energia e mineração e as ditaduras mantêm uma relação baseada no compartilhamento dos ideais comunistas.

“Cuba é altamente dependente da China e os desafios econômicos contínuos resultaram na renegociação de uma dívida estimada em US$ 4 bilhões com a China em 2011 e outra reestruturação em 2015”, apontou o relatório da Câmara dos EUA.

O segundo ponto é a facilidade maior para influenciar governos locais em comparação com outras regiões.

“Em contraste com as nações maiores da América do Sul, os pequenos tamanhos dos Estados caribenhos e as capacidades mais limitadas de seus governos criaram maiores oportunidades para a China e suas empresas influenciarem as elites governamentais e empresariais por meio de grandes projetos e, nesse processo, obterem uma influência [política] significativa”, afirmou Evan Ellis, professor e pesquisador sobre América Latina no Instituto de Estudos Estratégicos da Escola de Guerra do Exército dos Estados Unidos, em recente artigo publicado pelo site Infobae.

Cerco a Taiwan
Uma preocupação central é aumentar o isolamento a Taiwan, ilha que possui um governo autônomo desde 1949, mas que Pequim considera parte do seu território e planeja incorporar.

Dos 14 países que mantêm relações diplomáticas com Taiwan, cinco estão localizados no Caribe: Santa Lúcia, São Vicente e Granadinas, São Cristóvão e Neves, Haiti e Belize.

A ideia de Pequim é utilizar poder político e econômico para pressionar os governos desses países a deixarem de reconhecer Taipei.

“No Caribe, o Haiti pode ser vulnerável à mudança de reconhecimento, já que políticos importantes que substituiriam o presidente Ariel Henry no caso de uma transição democrática manifestaram interesse em fazer negócios com a China”, pontuou Ellis.

Em 2018, após pressão chinesa, a República Dominicana deixou de reconhecer Taiwan, repetindo o que o Panamá havia feito no ano anterior. A República Dominicana apontou na ocasião em comunicado que “reconhece que existe apenas uma China e Taiwan é uma parte inalienável do território chinês” e que o estabelecimento de laços diplomáticos com Pequim seria “extraordinariamente positivo para o futuro do nosso país”.

Em 2021, a Guiana encerrou as negociações para um acordo comercial com os taiwaneses também devido à pressão chinesa.

Entretanto, as ambições políticas chinesas no Caribe parecem ir além da questão de Taiwan e também visariam o desgaste do Ocidente.

Em 2021, quando Barbados cortou laços com a coroa britânica, o então presidente do Comitê de Relações Exteriores do Parlamento do Reino Unido (e hoje ministro da Segurança), Tom Tugendhat, afirmou que “a China tem usado investimentos em infraestrutura e diplomacia sobre dívida [externa] como meio de controle” no país caribenho e em outras nações.

“Algumas ilhas parecem estar perto de trocar uma rainha simbólica em Windsor por um imperador real e exigente em Pequim”, disparou Tugendhat à época.

Para Evan Ellis, os Estados Unidos precisam rever suas políticas direcionadas ao Caribe, pregando com mais ênfase os ideais de “democracia, economia dominada pelo setor privado, prevalência do Estado de Direito e proteção dos direitos individuais” não apenas pelo bem desses países, mas pela própria sobrevivência americana.

“No caso de uma guerra entre os Estados Unidos e os chineses, a presença comercial da China, as operações portuárias e sua influência de base econômica no Caribe podem assumir importância adicional, apresentando oportunidades para os serviços de inteligência ou unidades militares chinesas observarem e interromperem operações de implantação e manutenção [de forças militares] centradas na Ásia, ou mesmo realizar operações para entrar e/ou atacar o território continental dos Estados Unidos”, alertou o pesquisador.


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GASOLINA MAIS CARA E INVASÕES DO MST

 

Impostos sobre combustíveis

Por
Alexandre Garcia – Gazeta do Povo


Novas alíquotas de tributos que incidem sobre a gasolina e o etanol passaram a valer a partir de quarta (1º).| Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil

Desde quarta-feira a gasolina está mais cara. O senador Rogério Marinho lembrou que a tributação está atingindo 35 milhões de proprietários de motos – a maioria usa a moto para o trabalho, para levar criança à escola ou para ganhar a vida como entregador ou mototáxi. Muitos usam a moto esportivamente, mas não são a maioria. Marinho ainda calcula que 1,5 milhão de taxistas e motoristas de Uber também estão pagando mais pela gasolina e pelo álcool, que foi menos afetado.

Digo isso porque vejo muitos colegas dizendo que só o proprietário do carro será afetado. Não é assim; vejam o caso dos veículos de entrega na cidade, tudo isso influencia na cadeia econômica. E o pior é que ainda há efeito no valor das ações e dos dividendos da Petrobras, porque o governo está tentando pressionar a empresa a rever sua política de preços; aí entra a politicagem, e não a administração técnica da petroleira estatal brasileira.

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Lula não perde uma chance de mostrar que não entende nada de economia


Gilmar Mendes precisará tirar dinheiro do bolso para pagar indenização
Um fato inédito: o ministro do STF Gilmar Mendes foi condenado a pagar uma indenização de R$ 50 mil, por danos morais, ao jurista Modesto Carvalhosa. E desta vez não seremos nós, os contribuintes, que vamos pagar; não será o Estado brasileiro, não será a União, como costumava acontecer. Será o senhor Gilmar Ferreira Mendes, que tem CPF, que é pessoa física. A decisão unânime, por 5 a 0, foi de uma turma do Tribunal de Justiça de São Paulo. A ação de Modesto Carvalhosa se refere a duas referências a ele feitas uma na televisão, em entrevista do ministro, e outra no Supremo. É essa mania de falar fora dos autos e de fazer julgamentos, porque Gilmar chegou a dizer que tinha cheiro de corrupção um acordo no âmbito da Lava Jato, com a Petrobras e clientes de Carvalhosa, e então ele foi processado. Os R$ 50 mil serão doados à Santa Casa de Misericórdia.

MST ataca propriedades e Lula ataca quem “come demais”
O MST está aterrorizando muitos lugares do país. Passamos quatro anos praticamente sem nenhuma invasão, e agora os sem-terra se soltaram, talvez na confiança de que o governo será leniente. O direito de propriedade está na mesma linha da Constituição em que está o direito à vida; é uma cláusula pétrea, é bom que lembremos disso. Aliás, o chefe do governo, na terça-feira, fez uma declaração se queixando de que estamos produzindo e comendo alimentos demais. Deus do céu, os alimentos que o Brasil produz além da conta, além do necessário, são exportados e ajudam a economia brasileira, o balanço de pagamentos, a balança comercial, dão emprego, movimentam a agroindústria, o transporte, a economia. Esse excesso de que o presidente se queixou, que tem gente que come demais, é uma questão médica, porque comer demais faz mal, mas ele está levando isso para o lado político.


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DERROTA DA RÚSSIA NA BATALHA DE TANQUES NA UCRÂNIA

 

Repetindo erros anteriores

Foto: Tyler Hicks/NYT

Por Andrew Kramer – Jornal Estadão

Combates de três semanas na cidade de Vuhledar, no Sul da Ucrânia, causou doloroso revés aos russos

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Antes de se dirigir para a batalha em sua máquina de guerra salpicada de lama, um tanque T-64, uma tripulação ucraniana com três homens realiza um ritual. O comandante, Pvt. Dmitro Hrebenok, faz uma oração e então, os homens andam ao redor do tanque, acariciando a robusta armadura verde.

“Nós dizemos: ‘Por favor, não nos decepcione na batalha’”, disse o sargento Artiom Knignitski, o mecânico. “Nos leve para lá e nos traga de volta.”

O respeito pelo tanque é compreensível. Talvez nenhuma arma simbolize mais a violência feroz da guerra do que um tanque. E eles têm pairado sobre o conflito na Ucrânia nos últimos meses – militar e diplomaticamente – enquanto ambos os lados se preparam para novas ofensivas. A Rússia retirou da reserva blindados da época da Guerra Fria, enquanto a Ucrânia pressionou os governos ocidentais a fornecer tanques americanos Abrams e alemães Leopard II.

Soldados ucranianos da brigada de tanques ao lado de um dos veículos na região de Donetsk, em imagem do dia 25. A frota de blindados se tornou essencial na guerra
Soldados ucranianos da brigada de tanques ao lado de um dos veículos na região de Donetsk, em imagem do dia 25. A frota de blindados se tornou essencial na guerra Foto: Tyler Hicks/NYT

Os sofisticados tanques ocidentais são esperados no campo de batalha nos próximos meses. Já os novos blindados russos chegaram mais cedo – e em sua primeira utilização em larga escala foram dizimados.

Uma batalha de três semanas em uma planície perto da cidade mineradora de Vuhledar, no Sul da Ucrânia, levou ao que autoridades ucranianas dizem ser a maior batalha de tanques da guerra até agora. E se transformou em um duro revés para os russos.

Ambos os lados enviaram blindados para o front, avançando por estradas de terra e manobrando em torno de árvores. De um lado os russos avançavam em fileiras; do outro, ucranianos manobravam defensivamente, atirando à distância ou de esconderijos enquanto os russos avançavam.

Quando a longa batalha finalmente acabou, a Rússia não apenas fracassou em capturar Vuhledar, como cometeu o mesmo erro que custou a Moscou centenas de tanques no início da guerra: avançar suas fileiras em direção a emboscadas.

Explodidos por minas, atingidos por artilharia ou por mísseis antitanque, os cascos carbonizados dos veículos blindados russos agora se espalham pelos campos agrícolas ao redor da cidade, de acordo com imagens de drones militares ucranianos.

Segundo eles, a Rússia perdeu pelo menos 130 tanques e veículos blindados na batalha. A Ucrânia não revela quantos veículos perdeu. “Estudamos as estradas que eles usam, depois nos escondemos e esperamos para atirar em emboscadas”, disse o sargento Knignitski.

A falta de experiência também atrapalhou os russos. Muitas de suas unidades de elite foram deixadas em frangalhos em combates anteriores e, em seu lugar, o Exército convocou soldados recém-recrutados, não treinados nas táticas ucranianas de emboscada.

Soldados ucranianos disseram ter capturado um médico que havia sido designado para operar um tanque, um sinal de que a Rússia está ficando sem comandantes de tanques experientes.

O Exército russo se concentrou e até mitificou a guerra de tanques por décadas, uma alusão às vitórias russas sobre os nazistas na 2.ª Guerra. As fábricas nos Montes Urais produziram tanques aos milhares.

Mas em Vuhledar, na semana passada, Moscou perdeu tantos blindados que mudou de tática e recorreu apenas a ataques de infantaria, de acordo com comandantes ucranianos.

As emboscadas têm sido a tática característica da Ucrânia contra as fileiras de blindados russos desde os primeiros dias da guerra. Trabalhando em um bunker na cidade, o tenente Bayak avistou a primeira coluna de cerca de 15 tanques e veículos blindados se aproximando através de um vídeo de um drone. “Estávamos prontos. Sabíamos que algo assim iria acontecer.”

Eles haviam preparado uma zona de matança ao longo de uma estrada de terra. Equipes antitanque escondidas em árvores e armadas com Javelins americanos guiados por infravermelho e mísseis Stugna-P guiados a laser ucranianos, ativaram. Um pouco mais longe dali, as baterias de artilharia estavam prontas. A estrada de terra foi deixada livre de minas, enquanto os campos ao redor foram armados com elas, de modo a atrair os russos a avançar enquanto evitavam que os tanques voltassem. “O comandante precisava apenas dar uma ordem pelo rádio: ‘Para a batalha!’”, disse o tenente Bayak.

Tanques russos destruídos em um campo de batalha próximo a Vuhledar, em imagem de fevereiro deste ano. Batalhas na região custaram veículos de forma inédita em um ano de conflito
Tanques russos destruídos em um campo de batalha próximo a Vuhledar, em imagem de fevereiro deste ano. Batalhas na região custaram veículos de forma inédita em um ano de conflito Foto: Forças Armadas da Ucrânia/via AP

A profundidade da derrota russa foi enfatizada por blogueiros militares russos, que surgiram como uma influente voz pró-guerra no país. Frequentemente críticos dos militares, eles publicaram discursos raivosos sobre os fracassos em repetidos ataques com tanques, culpando os generais por táticas equivocadas com uma célebre arma russa.

Gray Zone, um canal do Telegram afiliado ao grupo mercenário Wagner, escreveu na segunda-feira que “parentes dos mortos estão quase inclinados a assassinar e se vingar contra o general” responsável pelos ataques perto de Vuhledar.

Tática de emboscada

A fileira de tanques russos se torna mais vulnerável, explica o tenente Bayak, depois que o tiroteio começa e os motoristas entram em pânico e tentam dar meia-volta, dirigindo para o acostamento da estrada carregada de minas. Os veículos explodidos agem como impedimentos, retardando ou paralisando a coluna de veículos. Nesse ponto, a artilharia ucraniana abre fogo, explodindo mais tanques e matando os soldados que saem dos blindados.

A tripulação do tanque ucraniano que rezava antes de cada batalha apelidou seu tanque de The Wanderer (O Andarilho), por seus movimentos errantes pelo campo de batalha. O soldado Hrebenok, de apenas 20 anos, não tinha treinamento formal em combate de tanques quando a guerra começou. Mas nos primeiros dias frenéticos da guerra, foi designado para um blindado, e tem combatido neles desde então, aprendendo truques ao longo do caminho.

A falta de treinamento ainda é um problema. A Ucrânia também está perdendo soldados qualificados que são substituídos por recrutas inexperientes. E muitos tripulantes de tanques ucranianos estão sendo treinados em tanques ocidentais em países como Alemanha e Reino Unido. “Todo o meu conhecimento eu ganhei no terreno”, disse.

No último grande confronto, há uma semana, a ordem de preparar uma emboscada contra uma coluna de 16 tanques e veículos blindados russos que avançavam em direção às linhas ucranianas chegou durante a madrugada cinzenta. A tripulação fez a oração, deu um tapinha no tanque e seguiu em frente. “Nós escondemos o tanque em uma linha de árvores e esperamos por eles”, disse o soldado Hrebenok. “É sempre assustador, mas precisamos destruí-los.”

A coluna russa parou nas minas e então O Andarilho abriu fogo. As tripulações dos tanques russos tiveram poucas chances. “Destruímos muitos tanques russos. O que eles fizeram de errado foi vir para a Ucrânia.”