quarta-feira, 3 de agosto de 2022

BRASIL COM BOLSONARO ESTÁ NO RUMO CERTO

 

Entrevista de Bolsonaro

Por
Alexandre Garcia – Gazeta do Povo


| Foto: Wenderson Araujo / Divulgação CNA

Há uma discussão entre os nossos representantes na Câmara Federal: se supermercado pode vender aqueles medicamentos que não têm necessidade de receita médica, que hoje só se vendem na farmácia. Só para lembrar, você encontra muita coisa na farmácia que está no supermercado, como aparelho de barbear, pasta dental, xampu, até sandália… E o supermercado? Já que não precisa de receita médica, fica mais fácil oferecer o medicamento lá, dá mais acesso às pessoas e o preço fica mais barato.

Os supermercados ainda afirmam que não há farmácia em cerca de 20% dos municípios. Já os farmacêuticos dizem que esses profissionais, com curso superior, têm de estar na farmácia e são os melhores conselheiros para quem vai comprar remédio, sabem o uso da dose, para que serve, mesmo que não exija receita médica. Mas tem gente que compra pelo site da farmácia, então é a mesma coisa que comprar em um supermercado.

Nos Estados Unidos, a gente entra no supermercado e tem de tudo. E às vezes tem até um cantinho, um balcão de farmácia com a exigência de receita médica. Mas é uma coisa que os nossos representantes deviam nos perguntar, fazer um levantamento e ver o que preferimos. Eu acho que tudo que fica mais fácil para o consumidor é melhor e facilita a vida de todo mundo.


Senadoras candidatas e política de armas
Duas senadoras do Mato Grosso do Sul, uma das regiões de maior progresso do país, são candidatas à Presidência da República. Agora, além da senadora Simone Tebet, do MDB, temos a senadora Soraya Thronicke, que era do PSL, apoiadora de Bolsonaro, e agora está no União Brasil, fusão do PSL e do Democratas. O que separa as duas é a política de armas. A senadora Soraya é a favor das armas, para as pessoas se defenderem suas vidas e patrimônio. Já a senadora Tebet disse que, se for eleita presidente, revoga tudo que favoreça a arma.

Só para lembrar, em entrevista à Rádio Guaíba, de Porto Alegre, da qual eu participei, o presidente Bolsonaro lembrou que o referendo de 2004, em que 64% dos brasileiros foram a favor das armas, não foi respeitado e fizeram aquele Estatuto do Desarmamento na nossa cara, desafiando a democracia, que é a vontade da maioria. Em 2016, mostrou Bolsonaro na entrevista, tivemos 61 mil homicídios; em 2021, depois que ele assinou vários decretos e os ministros da Justiça e da Defesa, além do comandante do Exército, assinaram portarias, o número de homicídios caiu em 20 mil, para 41 mil. Ou seja, o medo do bandido de encontrar resistência salvou 20 mil vidas. É preciso que a gente considere isso.

Liberdade econômica e agronegócio em alta
Aliás, o presidente falou por uma hora e meia nessa entrevista e mostrou por que o Brasil está diferente do resto do mundo. É o país que está com passo certo. Em 2019 veio a Lei da Liberdade Econômica, a desregulamentação, a desburocratização, centenas de portarias foram revogadas, inclusive normas da fiscalização do trabalho, e com isso se estimulou o empreendedorismo, a produção, aliviando as empresas.

Houve também uma pacificação na terra, embora eu tenha sabido que em Lábrea (AM) está havendo invasão de gente que já tinha tirado uma boa área da proteção ambiental e agora está tocando fogo numa fazenda. A titulação da terra – mais de 330 mil títulos foram distribuídos – resolveu muita coisa. O presidente falou no apoio ao agronegócio com fertilizantes da Rússia, que estão garantindo a produção aqui, mesmo com guerra. E com o 5G, que vai dar mais um impulso para a tecnologia no agro. O nosso agro está avançadíssimo; eu lembro do tempo em que a gente ficava com inveja daquela região central dos EUA, o meio-oeste, mas hoje não. Hoje o nosso Centro-Oeste ganha.


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AMIGOS PARA SEMPRE

 


  1. Cultura
     

Vocês possuem a lista dos amigos que atravessaram a última década e ainda são eleitos do seu coração?

Leandro Karnal, O Estado de S.Paulo

Minha primeira e mais antiga amiga foi minha irmã Rose. Meu fiel amigo no primário (hoje seria a primeira etapa do Ensino Fundamental) foi o Raul. 

Cultivei amizade no Ensino Fundamental com a Simone e a Mariângela. No Ensino Médio, fiquei próximo da Márcia e do Jorge. Fazíamos grupos de estudos. Eu era melhor em História e Português; o Jorge tentava nos ensinar Física e Matemática. 

Na faculdade, reencontrei a Simone e me aproximei da Virgínia. Encontrei também o Sérgio, que seria pioneiro na vinda a São Paulo para a pós-graduação. Ele acabou me convencendo a imitá-lo. 

Na vida de professor, fiquei muito amigo da Valderez e do José Alves. Quando criei meu escritório, surgiu a amizade com o Igor. As idas ao Rio fizeram surgir o Ricardo. A busca de bons médicos levou-me ao Jairo e à Luci. A CNN me trouxe Gabriela. 

Sou cercado de muitos amigos. Identifiquei alguns nomes, omitindo muitos, claro. A lista é bem maior. 

A música A Lista (Oswaldo Montenegro) nos desafia a pensar na passagem do tempo. “Quantos você ainda vê todo dia, quantos você já não encontra mais?” 

Nas formaturas, existia o hábito algo kitsch de cantar “amigos para siempre”. Bem, eternidade é um desejo, raramente realidade. Os amigos vêm e vão, podem mudar, porque a vida é rápida. Mesmo sabendo que não existe algo fixo no universo, confio nos meus amigos, sinto falta deles. Amo ter uma noite com longas conversas e busco amparo nos momentos difíceis. 

Já fui traído… Existe “chifre” na amizade? Sim, infelizmente. São os que nos atacaram pelas costas ou se revelaram infiéis a um segredo guardado. Acontece. Somos humanos. Talvez doa mais do que ataques de inimigos. O “fogo amigo” é algo destrutivo nas guerras, na política e nas amizades. 

Voltando à música: vocês possuem a lista dos amigos que atravessaram a última década e ainda são eleitos do seu coração? Quem era sua amizade mais íntima em 2012? Onde ela está?

‘Invasões Bárbaras’. Foto: EUROPA FILMES

Meus amigos e minhas amigas me fazem falta. A maioria existe há muitos anos. Somos sobreviventes da vida e de nós mesmos. Imagino encerrar a vida com alguns ao meu redor, como em uma cena do filme As Invasões Bárbaras. Comeríamos, beberíamos uma última vez e riríamos com sentimentos intensificados pelo fim próximo. Vivi com eles e, feliz, morreria olhando para meu círculo íntimo. É uma esperança: amigos na luz da vida e no mistério da morte. Afinal, amigos deveriam ser uma esperança para sempre.

PESQUISA COM ALZHEIMER PODE TER SIDO FRAUDULENTA

 

Imagens adulteradas

Por
Eli Vieira – Gazeta do Povo

3d rendered medically accurate illustration of amyloid plaques on a nerve cell – alzheimer disease


Representação tridimensional de placas da proteína beta-amiloide (em cor escura) afetando neurônio.| Foto: Bigstock / SciePro

Uma aparente fraude pode ter resultado no desperdício de milhões de dólares de financiamento público destinados às pesquisas sobre o Alzheimer, atrasando a descoberta da cura da doença. Investigações conduzidas pelo médico neurocientista Matthew Schrag, da Universidade Vanderbilt, no estado americano do Tennessee, e pela revista Science apontaram sinais de imagens adulteradas ou duplicadas em dezenas de artigos científicos, alguns deles importantes para a aprovação do medicamento Simufilam, da farmacêutica Cassava Sciences.

A doença de Alzheimer, um tipo de neurodegeneração que afeta principalmente a memória dos idosos, ainda é incurável. Diferentes intervenções que reduzam o risco já foram propostas: de tomar café a fazer palavras cruzadas e tomar uma dose anual da vacina para gripe. Há também um componente genético. Quando teve o seu genoma sequenciado em 2007, o codescobridor da estrutura do DNA James Watson não quis saber se carregava variantes genéticas de predisposição para a doença, pois “não há muito o que possamos fazer”.

Uma das bases genéticas propostas para o Alzheimer envolve a proteína beta-amiloide, que se acumula em placas nos neurônios, prejudicando sua função. Diferentes tentativas de desenvolver drogas com base nessa hipótese fracassaram. Com o Simufilam veio algo novo: aparente fraude.

Schrag foi contratado por um cachê de 18 mil dólares como investigador pelo advogado de dois outros neurocientistas interessados na falência da Cassava Sciences, segundo reportagem da revista Science. Schrag analisou a literatura científica e encontrou sinais de imagens adulteradas ou duplicadas em dezenas de artigos, incluindo aqueles dos quais a aprovação da droga depende. O relatório da investigação foi enviado às principais agências de fomento de pesquisa dos Estados Unidos.

Um dos artigos impugnados pela investigação de Schrag é um estudo publicado na revista Nature em 2006 citado por mais de dois mil outros estudos, segundo o próprio periódico, que acrescentou uma nota de preocupação à publicação. O primeiro autor é Sylvain Lesné, da Universidade de Minnesota. O artigo relata a descoberta de um subtipo da beta-amiloide que causaria demência similar ao Alzheimer em roedores. O ano de publicação marcava cem anos desde que o próprio neuropatologista alemão Alois Alzheimer, que dá nome à doença, observou as placas de proteína no cérebro de um paciente vítima de demência. Que as placas de beta-amiloide realmente estão nos pacientes, há poucas dúvidas. A questão premente é se são causa ou consequência da degeneração.

Fabricações “chocantemente óbvias”
O cientista detetive evita a palavra fraude pois não tem acesso a possíveis imagens originais não publicadas, mas aponta que há sinais indicativos de problemas. A Science conduziu uma investigação própria de seis meses que corroborou os achados de Schrag e encontrou motivos para duvidar de mais de 70 imagens nos estudos de Lesné, entre outros. Lesné não respondeu ao contato da revista. Em maio deste ano, ele obteve a aprovação de uma verba de pesquisa do governo americano de mais de US$760 mil com validade de cinco anos. Um responsável pela aprovação da verba foi coautor do estudo de 2006.

Elisabeth Bisk, bióloga molecular e consultora em análise forense de imagens, disse à revista científica que “os resultados experimentais obtidos podem não ter sido os desejados, e os dados podem ter sido adulterados para se encaixar melhor numa hipótese”. Para ela, há figuras que parecem montagens feitas a partir de imagens de diferentes experimentos. Algumas são fabricações “chocantemente óbvias”, comentou a especialista em Alzheimer Donna Wilcock, da Universidade de Kentucky.

As imagens são, na maior parte, fotos de resultados do teste conhecido como “Western blot”, que mostra as proteínas como bandas em blocos de gel. Por mais cuidado que se tenha na manipulação, é raríssimo que duas bandas fiquem com formatos ou imperfeições iguais, o que seria indício de manipulação. Nos estudos de Lesné, há fileiras inteiras de bandas idênticas.

Se as suspeitas forem confirmadas, são dezenas a centenas de milhões de dólares em financiamento público de pesquisa desperdiçados. Somente em 2021, os Institutos Nacionais de Saúde (NIH) dos EUA investiram 287 milhões em pesquisas que mencionam a beta-amiloide e o Alzheimer. Cientistas que propõem hipóteses diferentes para explicar a doença de Alzheimer reclamam de uma “máfia da amiloide” que dificulta seu acesso a recursos e forma cartéis no principal processo decisório da publicação de artigos — a revisão por pares.

Alguns, como John Forsayeth, professor de neurocirurgia da Universidade da Califórnia, comparam a hipótese da beta-amiloide a modelos ptolomaicos do sistema solar que punham a Terra no centro. Quando enfrentavam problemas na ideia de que os planetas giram em órbitas circulares em torno da Terra, os astrônomos ptolomaicos, em vez de abandoná-la, propunham que as órbitas não pareciam à primeira vista com círculos porque eram círculos sobre círculos, ou “epiciclos”. Grande esforço para não mudar de ideia — como quem adultera fotos de proteínas para defender uma hipótese favorita sobre a doença de Alzheimer.

Karen Ashe, uma médica neurocientista colaboradora de Lesné e coautora do estudo de 2006, é reticente a rebater completamente os problemas achados por Schrag, mas foi a um fórum online onde Schrag encontrou os primeiros indícios para dar explicações alternativas. Ela forneceu algumas imagens originais em maior resolução. Mas as imagens só aumentaram as suspeitas de Schrag, dando mais detalhe das bandas copiadas.

Outro coator de Lesné é Denis Vivien, biólogo celular da Universidade de Caen na Normandia, em cinco dos artigos suspeitos. Vivien crê que os artigos sobreviverão ao escrutínio, mas confessa que já desconfiava do colega. Quando estavam trabalhando para um artigo que seria publicado na revista Nature Neuroscience, Vivien achou algumas fotos preparadas por Lesné suspeitas e pediu a estudantes que refizessem o experimento. Os estudantes falharam em replicar o resultado. Confrontado, Lesné negou que havia algo errado. Vivien diz que removeu o artigo da esteira da publicação “para preservar minha integridade científica” e rompeu contato com o colaborador.
 
Apesar de ser relutante em afirmar certeza de fraude, Matthew Schrag medita: “Você pode trapacear para publicar um artigo. Pode trapacear para conseguir uma verba. [Mas] não pode trapacear para curar uma doença. A biologia não se importa”. Ele acredita que a beta-amiloide ainda pode ter algo a ver com as causas do Alzheimer. Mas as fundações estão abaladas.

Sobre as reclamações contra a “máfia da amiloide”, o psicólogo britânico Stuart Ritchie comenta em seu livro de 2020 Science Fictions (“Ficções Científicas”, em tradução livre) que “as histórias de bullying e intimidação que acontecem quando os pesquisadores desafiam a hipótese amiloide sugerem uma área na qual o viés se tornou coletivo, onde novas ideias não alcançam a vez que merecem, e onde os cientistas rotineiramente falham em aplicar a norma do ceticismo organizado às suas próprias teorias favorecidas”.


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METAVERSO É UM AMBIENTE VIRTUAL QUE IMITA O MUNDO REAL

 

Mario Aguilar – especialista em tecnologia

Especialista em tecnologia, Mário Aguilar, mostra quais pontos devem ser considerados antes de investir nesse universo

O futuro chegou e não é mais apenas um fruto da imaginação dos filmes antigos. Já faz um bom tempo que estamos convivendo com os ambientes virtuais que imitam o mundo real. Isso é o metaverso: uma imersão que mistura realidade virtual, realidade aumentada e inteligência artificial para criar um universo paralelo onde a interação acontece por meio de avatares.

Um mundo que ganhou vida no universo dos games e vem conquistando cada vez mais espaço no mundo dos negócios. Para o especialista em tecnologia e apresentador do canal WorkStars (https://workstars.com.br/), Mario Aguilar, no Brasil o metaverso ainda tem muitas empresas e setores para conquistar.

“Podemos afirmar que o metaverso ainda está em seu estágio embrionário. Poucas e tímidas experiências e ações foram realizadas nos últimos doze meses pelo mercado corporativo brasileiro. Da mesma forma que as empresas lá atrás, tiveram que criar sites, e posteriormente se posicionarem nas redes sociais, chegando a criar e estar dentro de marketplaces para poderem comercializar seus produtos e serviços, inevitavelmente já está na hora das empresas pensarem como irão se posicionar dentro do metaverso”, enfatizou.

O termo vem gerando curiosidade do público consumidor desde que o Facebook decidiu renomear o nome do grupo em outubro de 2021 para Meta, no sentido de mostrar que o direcionamento da empresa será em busca de avanços na área do metaverso a partir de agora. A tendência é que gradualmente o mundo virtual seja uma extensão do nosso mundo e corpo físicos.

Isso já acontece nas cidades virtuais onde é possível comprar um terreno e construir o seu espaço por meio de criptomoedas para usufruir de uma vida paralela de lazer e consumo, sendo as duas mais famosas: The Sandbox e a Decentraland. Em 2020, por exemplo, o Fortnite (jogo criado pela Epic Games) recebeu um aporte no valor de R$ 5,56 bilhões para desenvolver a criação de seu próprio metaverso. E foi justamente nesse ambiente que aconteceu um show histórico do artista Travis Scott e onde a Renner inaugurou uma loja fazendo uma enquete dentro do jogo para a escolha das estampas de peças comercializadas na loja virtual.

E as ações não pararam por aí. No Carnaval 2021, Engov, Tinder e Trindent foram patrocinadoras do evento que aconteceu dentro do clássico jogo GTA. A Nike e a Ralph Lauren criaram um espaço na plataforma Roblox para interagir com seus clientes. A Nike trazendo os modelos de tênis físicos para o virtual e a Ralph Lauren criando uma rede social onde os usuários interagem por meio de avatares.

Então, estar na vanguarda é muito importante para toda empresa. Mas, vale ressaltar que no caso do metaverso as ações precisam ser muito bem planejadas e definidas para gerar resultados positivos e coerentes com o público-alvo. O que acontece atualmente é que existem muitos universos distintos e descentralizados, ou seja, experiências isoladas que não proporcionam engajamento, evolução em compras e nem interação com outros produtos correlacionados. Para Mário Aguilar essa dispersão é um dos grandes desafios que deve ser levado em consideração na hora de investir.

“Infelizmente o cenário pode ser um pouco desanimador. Hoje existe um grande número de metaversos distintos que não conversam entre si. Por outro lado, ainda é pequeno o número de usuários que frequentam estes ambientes imersivos. E por fim, o grande obstáculo da barreira econômica, já que o montante de investimento para que a empresa esteja bem posicionada dentro do metaverso é alto diante do retorno”, explicou.

A grande sacada para não ficar de fora desse novo cenário, é investir no metaverso com inteligência, sem alocar grandes verbas e priorizando o conhecimento para depois gerar ações. Porque, apesar dos pontos negativos, a perspectiva futura continua sendo muito boa. O esperado é que o número de usuários dobre a cada seis meses, nos próximos três anos. Inclusive com iniciativas de grandes marcas como Microsoft, Google e Apple.

“O primeiro passo para todo empresário é entender sobre o assunto, aprender como acontecem as relações comerciais dentro desses espaços, quais moedas são trocadas e qual o melhor ambiente para que sua empresa esteja presente. Uma marca que costuma investir em patrocínio de esportes de velocidade pode investir exatamente da mesma maneira dentro de um jogo de corrida de carros, por exemplo. O mais importante é que o investimento faça sentido e seja para o público certo”, finalizou.

Sobre o especialista

Com vinte e sete anos dedicados à área de TI – desde hardware, software, sistemas, ERP (Enterprise Resource Planning), CRM (Customer Relationship Management), BI (Business Intelligence) e aplicativos móveis -, Mario recentemente está surfando na 4ª Onda da Tecnologia: realidade aumentada, realidade virtual, metaverso e inteligência artificial! Fundador da edtech GLED International Education, plataforma de aceleração da língua inglesa, atualmente é apresentador do quadro Tech News, no canal WorkStars, e host do Sport Drops para o streaming Brisaplay. Além disso, Mario se tornou investidor-anjo de WorkStars em 2022.

CARACTERÍSTICAS DA VALEON

Perseverança

Ser perseverante envolve não desistir dos objetivos estipulados em razão das atividades, e assim manter consistência em suas ações. Requer determinação e coerência com valores pessoais, e está relacionado com a resiliência, pois em cada momento de dificuldade ao longo da vida é necessário conseguir retornar a estados emocionais saudáveis que permitem seguir perseverante.

Comunicação

Comunicação é a transferência de informação e significado de uma pessoa para outra pessoa. É o processo de passar informação e compreensão entre as pessoas. É a maneira de se relacionar com os outros por meio de ideias, fatos, pensamentos e valores. A comunicação é o ponto que liga os seres humanos para que eles possam compartilhar conhecimentos e sentimentos. Ela envolve transação entre pessoas. Aquela através da qual uma instituição comunica suas práticas, objetivos e políticas gerenciais, visando à formação ou manutenção de imagem positiva junto a seus públicos.

Autocuidado

Como o próprio nome diz, o autocuidado se refere ao conjunto de ações que cada indivíduo exerce para cuidar de si e promover melhor qualidade de vida para si mesmo. A forma de fazer isso deve estar em consonância com os objetivos, desejos, prazeres e interesses de cada um e cada pessoa deve buscar maneiras próprias de se cuidar.

Autonomia

Autonomia é um conceito que determina a liberdade de indivíduo em gerir livremente a sua vida, efetuando racionalmente as suas próprias escolhas. Neste caso, a autonomia indica uma realidade que é dirigida por uma lei própria, que apesar de ser diferente das outras, não é incompatível com elas.

A autonomia no trabalho é um dos fatores que impulsionam resultados dentro das empresas. Segundo uma pesquisa da Page Talent, divulgada em um portal especializado, 58% dos profissionais no Brasil têm mais facilidade para desenvolver suas tarefas quando agem de maneira independente. Contudo, nem todas as empresas oferecem esse atributo aos colaboradores, o que acaba afastando profissionais de gerações mais jovens e impede a inovação dentro da companhia.

Inovação

Inovar profissionalmente envolve explorar novas oportunidades, exercer a criatividade, buscar novas soluções. É importante que a inovação ocorra dentro da área de atuação de um profissional, evitando que soluções se tornem defasadas. Mas também é saudável conectar a curiosidade com outras áreas, pois mesmo que não represente uma nova competência usada no dia a dia, descobrir novos assuntos é uma forma importante de ter um repertório de soluções diversificadas e atuais.

Busca por Conhecimento Tecnológico

A tecnologia tornou-se um conhecimento transversal. Compreender aspectos tecnológicos é uma necessidade crescente para profissionais de todas as áreas. Ressaltamos repetidamente a importância da tecnologia, uma ideia apoiada por diversos especialistas em carreira.

Capacidade de Análise

Analisar significa observar, investigar, discernir. É uma competência que diferencia pessoas e profissionais, muito importante para contextos de liderança, mas também em contextos gerais. Na atualidade, em um mundo com abundância de informações no qual o discernimento, seletividade e foco também se tornam grandes diferenciais, a capacidade de analisar ganha importância ainda maior.

Resiliência

É lidar com adversidades, críticas, situações de crise, pressões (inclusive de si mesmo), e ter capacidade de retornar ao estado emocional saudável, ou seja, retornar às condições naturais após momentos de dificuldade. Essa é uma das qualidades mais visíveis em líderes. O líder, mesmo colocando a sua vida em perigo, deve ter a capacidade de manter-se fiel e com serenidade em seus objetivos.

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terça-feira, 2 de agosto de 2022

INDICADORES ECONÔMICOS QUE BENEFICIAM A ELEIÇÃO DE BOLSONARO

 

Eleições 2022

Por
Rodolfo Costa – Gazeta do Povo
Brasília


Campanha do presidente Jair Bolsonaro e aliados da base acreditam que economia vai ajudar o projeto de reeleição, mas especialistas fazem ressalvas.| Foto: André Coelho/EFE

O comitê de campanha do presidente Jair Bolsonaro (PL) e a base política estão entusiasmados com as notícias da economia brasileira nas últimas semanas. Cada vez mais aliados e integrantes do núcleo político da candidatura incorporam a melhora de indicadores em discursos e comentários nas redes sociais.

Pouco a pouco, a campanha esboça as estratégias para convencer o eleitorado de que a reação econômica é fruto de ações do governo. Mas alguns sinais já estão dados e incorporados no próprio discurso de Bolsonaro.

“Zeramos impostos federais do gás de cozinha desde o ano passado e do diesel há quatro meses. E foi colocado um teto do ICMS, que é o imposto estadual, não apenas para combustível, mas para a energia elétrica, para as comunicações e para o transporte. Temos certeza que teremos deflação no corrente mês”, disse o presidente na convenção do PL que oficializou sua candidatura.


Estados retomam pressão contra teto do ICMS com STF como novo front
A revisão para cima das projeções de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB); a desaceleração da inflação após queda de preços de combustíveis e energia elétrica; e a redução do desemprego aos menores níveis em sete anos, com geração de empregos formais, são três dos principais fatos econômicos destacados no governo, no comitê de campanha e na base política.

A criação de postos de trabalho com carteira assinada, captada pelo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), foi destacada por Bolsonaro na última quinta-feira (28). O país gerou 278 mil empregos formais em junho e mais de 1,3 milhão no primeiro semestre.

“Assim como um agricultor não gera os frutos, mas cuida do solo para que seja fértil e produtivo, um presidente não cria empregos, mas trabalha para tornar o ambiente fértil e favorável para a iniciativa privada, que é quem realmente gera. É exatamente isso que estamos fazendo”, comentou o presidente no Twitter.

Aliados da base também destacam os sinais de recuperação da economia. O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), destacou no Twitter o avanço de alguns indicadores econômicos. “Má notícia para os pessimistas de plantão! Estamos na contramão do mundo, mas isso é bom! Inflação em baixa, PIB em alta. Desemprego com a menor taxa dos últimos anos. Estamos trabalhando com o Brasil real, que vai prosperando, melhorando, avançando”, comentou.

As comemorações de Bolsonaro e Lira são exemplos de como a coordenação eleitoral e a base política querem transmitir ao eleitor a mensagem de que o governo e parlamentares agiram para conter a alta dos preços, gerar empregos, consumo e crescimento econômico. Economistas e cientistas políticos ouvidos pela Gazeta do Povo dizem que a campanha do presidente tem motivos para comemorar, mas eles têm dúvidas sobre o alcance, em termos de intenção de voto, da melhora dos indicadores.

Como os estímulos à economia podem ajudar a campanha de Bolsonaro
A reversão do quadro de avanço da inflação e baixo crescimento econômico tem, entre suas causas, um “pacote de bondades” encampado pelo Congresso e pelo governo. Nas últimas semanas houve a promulgação da Emenda Constitucional 123/22 – a PEC dos Benefícios, antes chamada de PEC Kamikaze pelo ministro da Economia, Paulo Guedes – e a sanção da Lei Complementar 194/22, que fixou um “teto” de incidência do ICMS sobre combustíveis, energia elétrica, telecomunicações e transporte coletivo.

Os efeitos das ações do governo e do Congresso trazem boas notícias no curto prazo, afirma o economista-chefe da Necton Investimentos, André Perfeito. Em razão dos impactos das medidas, ele revisou a projeção de aumento do PIB neste ano de 0,5% para 1,5%, e baixou de 9% para 7% a estimativa para o IPCA, considerado o indicador oficial de inflação.

Setores que respondem de maneira mais contundente ao gasto público, como o comércio e os serviços, tendem a apresentar melhor dinâmica e impulsionar o crescimento econômico devido à injeção de recursos em programas sociais como o Auxílio Brasil e o vale-gás, além da criação de vouchers para taxistas e caminhoneiros autônomos. Na esteira desse movimento, outros setores também podem ser beneficiados, como a indústria.

A desaceleração da inflação e o crescimento da atividade ajudam a desencadear uma criação líquida de empregos que, em uma perspectiva de curto prazo, deve ajudar a campanha de Bolsonaro. “Isso vai se traduzir em melhora do presidente nas pesquisas? A minha opinião é que sim, pode haver efeitos em um cenário eleitoral”, diz Perfeito.

O economista-chefe da Federação da Agricultura do Estado do Rio Grande do Sul (Farsul), Antonio da Luz, prevê deflação em julho e não descarta uma outra queda de preços em agosto por força da redução tributária. O cenário construído sugere a ele que, além de desaceleração da inflação, aumento de empregos e crescimento econômico, Bolsonaro chegará às eleições com índices de confiança do consumidor e do empresário em alta.

“É natural que medidas como as tomadas acelerem o crescimento econômico e tragam um ambiente positivo para a economia no curto prazo. Bolsonaro vai chegar na eleição com alguns indicadores bons, como é o caso do emprego, um indicador superimportante, só que todos esses pontos de melhora partem de um nível ruim”, diz.

Apesar dos esforços do governo e da base para construir um cenário eleitoral favorável no curto prazo, Luz e Perfeito acreditam que o governo pode ter dificuldades para transformar em votos os sinais de melhora da economia. Outros economistas também entendem que a percepção de crescimento pode ser insuficiente para impulsionar a campanha e assegurar a reeleição.

Quais indicadores sugerem sinal de alerta à reeleição de Bolsonaro
A despeito de alguns indicadores positivos, os juros compõem um fator que sugere cautela quanto ao potencial eleitoral da recente reação econômica. A taxa básica (Selic) deve encerrar o atual ciclo de aperto monetário em torno de 14%, com média de juros real de 5% em 2022, alerta o economista Fábio Silveira, sócio-diretor da MacroSector Consultores.

“Com juros altos, você provoca desemprego e derruba salários. Os juros subiram muito, não derrubaram o emprego, mas derrubaram os rendimentos”, alerta. Silveira prevê uma queda em 2022 de 4,2% do rendimento médio real — ou seja, já descontada a inflação. Para compensar a política monetária restritiva e melhorar o desempenho do mercado de trabalho e, consequentemente das empresas, o governo e o Congresso encamparam a PEC dos Benefícios.

Para Silveira, os efeitos da Emenda Constitucional sobre a economia podem ser suficientes para assegurar uma alta do PIB de 1,5%, devido à expectativa de alta de 3,7% da massa de rendimentos real (a soma as remunerações de todos os trabalhos). Porém, ele acredita que esses fatores serão insuficientes para mostrar uma melhora significativa ao eleitor no terceiro trimestre e em outubro, período crucial para a campanha de Bolsonaro considerando o primeiro e segundo turnos.

“Eu acho que os efeitos da PEC Kamikaze vão chegar um pouco tarde”, diz Silveira. “Não sei se vai dar tempo para gerar uma melhora substantiva da economia e levar o eleitor indeciso a cravar um voto no Bolsonaro”, explica.

O sócio-diretor da MacroSector destaca que, além de os resultados econômicos não serem persistentes, ainda há uma grande fatia de pessoas desempregadas e desalentadas (as que desistiram de procurar emprego). Por esses motivos, outros analistas também entendem que a campanha presidencial pode encontrar dificuldades para convencer o eleitor.

O economista-chefe da Necton Investimentos destaca que, embora tenha subido nas últimas medições, o rendimento médio real (já descontada a inflação) ainda está em patamares de 2012, o que sugere a ele uma dificuldade para a campanha de Bolsonaro reverter uma percepção ruim em relação à economia por parte da grande massa de eleitores.

“No primeiro momento, a economia até pode ajudar nas pesquisas, mas desconfio que o efeito pode ser muito modesto e trava na questão da inflação e renda. O momento é insuficiente para apagar ou alterar a percepção das pessoas a respeito da piora que já teve. O presidente está com um grande problema na mão. O que fez até agora gera alívio de curto prazo, mas não sei se é o suficiente para reverter uma leitura ruim”, pondera Perfeito.

O economista e cientista político Ricardo Sennes, fundador e sócio-diretor da consultoria Prospectiva, concorda que os efeitos econômicos das medidas do governo podem ser insuficientes para sobrepor a percepção negativa existente até então. “Do ponto de vista eleitoral, é possível ter um certo efeito, mas é pouco provável que reponha o grosso das perdas que ainda se mostram para a economia de maneira geral”, avalia.

“A massa salarial ainda está 10% abaixo do que era no período pré-pandemia. Essas medidas teriam que compensar de alguma maneira esses 10% da redução e acho que não vão conseguir fazer essa compensação. Esse pico inflacionário que estamos vivendo, que tende a baixar nos próximos meses, consume fortemente a capacidade de compra de segmentos importantes da população”, complementa.

Campanha de Bolsonaro já vê melhora de percepção após pacote
O comitê de campanha e aliados de Bolsonaro estão confiantes de que as as “bondades” às vésperas do período eleitoral vão se sobrepor a uma percepção ruim do eleitorado sobre a economia. A campanha desenha estratégias para comunicar os feitos do governo na propaganda eleitoral, que começa dia 16. Para interlocutores, é uma questão de tempo que a candidatura à reeleição consiga votos de eleitores indecisos.

O comitê da campanha também alinhou com a base política estratégias para defender o legado do governo. A previsão feita no núcleo político é de que nas próximas semanas as medidas econômicas devem se refletir de forma mais clara em uma redução na margem para o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas pesquisas eleitorais.

A campanha de Bolsonaro entende que a última pesquisa Datafolha já dá indícios de uma melhora na percepção do eleitorado em relação à economia (confira a metodologia). Caiu cinco pontos percentuais o índice de beneficiários do Auxílio Brasil que dizem não votar no presidente de jeito nenhum, e a rejeição dele entre as mulheres caiu sete pontos em relação ao levantamento anterior.

Segundo a pesquisa mais recente, 54% dos brasileiros que recebem o Auxílio Brasil se recusam a votar no presidente. Entre as mulheres, o índice é o mesmo. De acordo com o Datafolha, Bolsonaro também subiu três pontos percentuais entre eleitores que ganham até dois salários mínimos. Essa é a principal faixa de renda da pesquisa, equivalente a 53% dos entrevistados. Eleitores que ganham até dois salários mínimos estão entre os potenciais beneficiários do Auxílio Brasil.

O cientista político e sociólogo Paulo Baía, professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), avalia que há fundamentos para o otimismo do comitê da candidatura de Bolsonaro. “A população tem visão curta sobre a economia, ela não vai lembrar da inflação de quatro meses atrás. Quem lembra disso somos nós especialistas, a classe média alta e os ricos”, sustenta.

A leitura mais imediatista de grande parte da população é atribuída por Baía aos menos abastados. “A população mais humilde pensa no agora, no hoje, esquece com muito mais rapidez. As categorias que usamos em pesquisas de opinião e mercado, E, D e C, C2 e C1, e B2, ou seja, as classes médias baixas, os pobres e os miseráveis, esquecem com muita rapidez a inflação de quatro meses atrás”, destaca. “E por quê? Porque a população consegue consumir mais, está se sentindo melhor já agora, mesmo antes do Auxílio Brasil de R$ 600, só com a diminuição do ICMS”, complementa.

O economista e cientista político Ricardo Sennes concorda que os efeitos econômicos do pacote de bondades podem surtir impactos eleitorais por atingir as classes mais baixas da sociedade, que incluem mulheres e negros, mas mantém seu entendimento acerca do curto alcance que a dinâmica econômica teria sobre o potencial eleitoral.

“É verdade que os pacotes endereçam muito fortemente uma população que, do ponto de vista eleitoral, estava mais propensa a [votar em] Lula. Quando pega o perfil de quem recebe o Auxílio Brasil, é basicamente classes D e E, tem muita mulher e negros”, avalia o sócio-diretor da Prospectiva. “Se não repõem as perdas de massa salarial de assalariados, por outro lado, focam muito no público que é anti-Bolsonaro, que, hoje, pesa nas pesquisas.”

Quais os alertas dos especialistas sobre a política de curto prazo
Auxilie ou não a campanha de Bolsonaro, o pacote de bondades tem chances significativas de deixar um legado econômico negativo para quem vencer as eleições deste ano.

Para o economista-chefe da Federação da Agricultura do Estado do Rio Grande do Sul (Farsul), os R$ 41,25 bilhões injetados na economia podem levar a um aumento da inflação.

“Todo crescimento econômico é bom, só que esse atual é o músculo que cresce com anabolizante, não com exercício. Eu estaria comemorando um crescimento se tivéssemos feito uma reforma tributária e administrativa para aumentar a produtividade, tornar o gasto mais eficiente e gerar mais resultados, não por aumento de gastos”, analisa Antonio da Luz.

O economista da Farsul pondera que o cenário atual é diferente do de 2020, quando o governo injetou recursos para salvar a economia em meio à pandemia. “A inflação atual é fruto de uma medida correta. A oferta agregada se retraiu e a demanda agregada aumentou por força dos gasto do governo, o que, se não fosse feito, levaríamos 20 ou 30 anos para recuperar o tecido econômico. Mas no momento em que se joga mais R$ 50 bilhões, isso vai contra os esforços desinflacionários”, diz.

A perspectiva de melhora no curto prazo em detrimento de uma expectativa de piora a médio e longo prazo já está contabilizada nos cálculos da Necton Investimentos para 2023. A projeção de alta inflacionária levou a corretora a rever uma alta do IPCA de 3,5% para 5,1%, afirma André Perfeito.

“Os ruídos que deixa para frente são relevantes, tanto que as taxas de juros não caíram por conta disso, porque se sabe que os efeitos são transitórios. É tudo muito excepcional e fora da normalidade, e isso gera uma discussão e preocupação a respeito de 2023 adiante”, diz o economista.

O economista e cientista político Ricardo Sennes reforça as preocupações para a economia em 2023, sobretudo pela ótica da perda de credibilidade do país e seus impactos sobre o chamado custo Brasil.

“Isso significa juros mais altos e câmbio mais baixo, é a medida clássica do populismo. Uma das principais ferramentas de gestão das finanças públicas, que é o teto de gastos, está completamente desacreditado, e não é o primeiro atentado”, diz o sócio-diretor da Prospectiva.

O cientista político e sociólogo Paulo Baía, da UFRJ, afirma que, do ponto de vista estrutural de uma teoria de economia política, as medidas aplicadas são uma “catástrofe”.

“Não corrigem o passado e abrem um abismo para o futuro. O que está acontecendo não é uma estratégia de política econômica, é uma estratégia exclusivamente de política eleitoral”, avalia.

O economista Fábio Silveira, sócio-diretor da MacroSector Consultores, concorda que logo os impactos do pacote de bondades vão se transformar em desequilíbrio fiscal. “Se não neste ano, no ano que vem”, diz. Porém, ele prevê um cenário econômico menos adverso.

“Em 2023, se não ocorrer nenhuma outra tragédia internacional, como a China invadir Taiwan, a economia brasileira pode ter uma inflação mais baixa. Os combustíveis estão caindo de maneira gradual e consolidada, mas só no ano que vem que vai se perceber isso, porque aí você vai ter um efeito menor dos juros, da baixa do preço dos combustíveis, de taxa de desemprego menor, e dos fundamentos da economia e commodities em escala global”, avalia.

Metodologia das pesquisas citadas

Sobre o levantamento do Datafolha de julho, o instituto entrevistou 2.556 eleitores entre os dias 27 e 28 de julho em 183 cidades. O levantamento foi contratado pelo jornal Folha de S. Paulo e está registrado no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) com o protocolo BR-01192/2022. A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos, e o nível de confiança é de 95%.

Sobre a pesquisa Datafolha divulgada em junho, o instituto entrevistou 2.556 eleitores entre os dias 22 e 23 de junho em 181 cidades. O levantamento foi contratado pelo jornal Folha de S. Paulo e está registrado no TSE com o protocolo BR-09088/2022. A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos, e o nível de confiança é de 95%.


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IDEIAS DE LULA PARA O SISTEMA DE IMPOSTOS

 il e Mundo Impostos Lula e a Economia

O que Lula propõe para o sistema de impostos caso seja eleito

Byvaleon

Ago 2, 2022

Tributos

Por
Célio Yano


Lula defende que mudanças no sistema de impostos sejam feitas “ponto a ponto”.| Foto: Ricardo Stuckert/PT

Após diversas tentativas frustradas de uma reforma tributária ampla nos últimos governos, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) diz que, caso eleito este ano, pensa em trabalhar em uma tramitação “fatiada” de alterações no modelo de impostos do país. Sem entrar em detalhes, ele já declarou que quer tornar mais progressivo o sistema de tributação, de modo a satisfazer tanto empresários quanto consumidores, e que pode unificar tributos.

“Eu não sei se a gente tem que continuar falando em reforma tributária [ampla], que é uma coisa muito complexa”, disse, na última quinta-feira (28), durante evento da Confederação Nacional de Transportes (CNT). “Quem sabe a gente pega os pontos cruciais e, ponto por ponto, consiga fazer com que aconteça um modelo de tributação que a gente possa satisfazer tanto a quem produz quanto a quem consome”, sugeriu.

Um dia antes, em entrevista ao portal UOL, Lula disse que é possível adotar um modelo de imposto único sobre consumo, além de taxar lucros e dividendos. “Política tributária pode ser um IVA [imposto sobre valor agregado], pode ser alguma coisa em que a gente consiga diminuir a quantidade de impostos, que a gente diminua a burocratização, mas que a gente faça com que as pessoas paguem sobre lucros e dividendos”, disse.

Em abril, em encontro com as centrais sindicais, o petista já havia afirmado que é preciso que as classes mais altas recolham mais tributos do que os mais pobres. “Vamos ter que fazer uma reforma tributária que leve em conta que quem ganha mais tem que pagar mais. Uma reforma que não permita que a pessoa que viva com seu salário de 3, 4 mil reais, ao comprar um produto, pague o mesmo que paga o presidente de um banco”, disse.

Estudo recente conduzido por pesquisadores do Centro de Estudos da Metrópole (CEM), da Universidade de São Paulo (USP), com apoio da Samambaia Filantropia, mostrou que apenas 5% de quase 5 mil proposições legislativas relacionadas à questão tributária visaram tornar o regime mais progressivo.

Hoje há ao menos três propostas de emenda à Constituição (PEC) em tramitação no Congresso que versam sobre mudanças estruturais no modelo de tributação brasileiro – as PECs 45/2019, 110/2019 e 7/2020. Promessa de campanha do presidente Jair Bolsonaro (PL), a reforma do sistema de impostos acabou não avançando durante o atual governo, principalmente em razão de uma disputa de interesses de governo federal, estados e municípios, setores da indústria e até mesmo entre Câmara e Senado.

Caso volte à Presidência, Lula pode aproveitar partes dos textos já em tramitação. “É um esforço que estamos fazendo. Ter um projeto completo, abrangente, de reforma tributária, mas construir uma estratégia de encaminhamento fatiado”, disse o coordenador do plano de governo do candidato petista, Aloizio Mercadante, à agência de notícias Reuters.

Para o candidato, uma nova proposta de política tributária tem mais chances de avançar se partir da discussão com os diversos segmentos envolvidos. “Não queremos negar ao empresário, ao banqueiro, ao comerciante, ao fazendeiro, o direito de falar. Mas eles têm que falar em uma mesa de negociação onde os trabalhadores estejam representados”, declarou, em abril.

A estratégia é a mesma adotada no segundo governo de Lula, que, no entanto, não prosperou. O próprio ex-presidente lembrou, durante o evento da CNT, a experiência. “Em abril de 2007, eu levei ao Congresso uma proposta de política tributária construída, primeiro, com todos os presidentes de federações de indústrias deste país; segundo, com todas as lideranças políticas do Congresso Nacional; e depois, com todos os partidos políticos, e mais com as centrais sindicais”, relatou. “E mais ainda, com 27 governadores de estado.”

“Quando eu levei a proposta de reforma tributária para o Congresso Nacional, eu achei que ia ser votada como aquelas votações de prestação de contas no sindicato: ‘quem é a favor fica como está, quem é contra, levanta a mão’. A verdade é que quando se escolheu o relator, que foi o [então deputado federal] Sandro Mabel [PL-GO, à época no MDB], a reforma tributária não andou, e até hoje não aconteceu nada.”


Arrecadação sobe mais que o PIB e país tem maior carga tributária em 12 anos
Maior carga em 12 anos: quais impostos mais pesam sobre pessoas e empresas no Brasil
O que dizem as três PECs sobre reforma tributária em tramitação no Congresso
Desde a promulgação da Constituição de 1988, houve propostas de reforma tributária em praticamente todos os governos. Segundo a Câmara dos Deputados, somente três delas chegaram a ser aprovadas em comissão especial da Casa, mas nenhuma foi à votação em plenário: a PEC 175/1995, no governo Fernando Henrique Cardoso (PSDB); a PEC 233/2008, no governo Lula; e a PEC 293/2004, no governo Michel Temer (MDB).

No primeiro ano do mandato de Bolsonaro, foram apresentadas paralelamente, na Câmara dos Deputados, a PEC 45, de autoria do deputado Baleia Rossi (MDB-SP), e, no Senado, a PEC 110, que teve à frente o senador Davi Alcolumbre (União-AP). Dessas, a segunda foi a que mais avançou, já tendo relatório favorável à admissibilidade, do senador Roberto Rocha (PSDB-PA), na CCJ do Senado.

Em linhas gerais, a proposta da PEC 110 é unificar tributos sobre consumo em um modelo de IVA “dual”, com um imposto de competência federal e um de responsabilidade de estados e municípios. No entanto, sob pressão de diversos setores da iniciativa privada, a votação do parecer vem sendo adiada desde o início do ano e não deve mais ocorrer em 2022.

Nenhuma das duas propostas é totalmente aceita pelo governo, que, no ano passado, preferiu encaminhar uma reforma “fatiada”, iniciando com alterações específicas no Imposto de Renda (PL 2.337/2021) e unificação dos tributos federais PIS e Cofins em um único imposto, a Contribuição sobre Bens e Serviços (PL 3.887/2020).

Com forte resistência de estados e municípios, o primeiro até chegou a ser aprovado na Câmara, mas está parado desde setembro de 2021 na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado. O segundo até hoje não teve sequer relatório apresentado.

Em maio, uma terceira PEC, a 7/2020, de autoria do deputado Luiz Phillipe de Orleans e Bragança (PSL-SP), que já havia tido parecer favorável da CCJ da Câmara no fim de 2021, avançou com a instalação de uma comissão especial específica. O texto, que visa limitar a arrecadação pública a apenas três tributos – sobre renda, consumo e propriedade –, no entanto, não deve ir à votação na atual legislatura em razão do início da campanha eleitoral.

Enquanto isso, o governo tem adotado medidas no sentido de reduzir a carga de impostos, em alguns casos de forma temporária e em outros, definitiva. Entre as mais recentes estão o corte linear de 35% no IPI, a desoneração provisória de tributos federais sobre gasolina e etanol, e o patrocínio ao projeto que limitou o ICMS cobrado por estados sobre combustíveis, energia elétrica, transporte público e telecomunicações.


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GOVERNO ARGENTINO DE ESQUERDA SE DÁ MAL COM A ECONOMIA

Crise na Argentina

Por
Mariana Braga – Gazeta do Povo


O presidente argentino, Alberto Fernández, e a vice-presidente, Cristina Kirchner, nas sessões do Congresso da Nação, em Buenos Aires, em março de 2022| Foto: EFE/Juan Ignacio Roncoroni

Mais um desdobramento da crise econômica na Argentina: a dívida do Banco Central do país subiu US$ 36 bilhões (quase R$ 187 bilhões) na gestão de Alberto Fernández. O valor representa 80% do crédito do Fundo Monetário Internacional (FMI) direcionado à Argentina (de quase US$ 45 bilhões ou R$ 233 bilhões).

Há dois anos com uma política monetária expansiva, ou seja, de crescimento da oferta do peso argentino, o governo segue aumentando suas despesas e suas dívidas (os passivos), a ponto de alcançar um descontrole preocupante e as consequências batem à porta: uma inflação que passa dos 64% ao ano e a deterioração das reservas do Banco Central.

De acordo com o economista Fernando Marull, em entrevista ao jornal La Nacion, quando Fernández chegou à Casa Rosada, os estoques de passivos representavam 5% do PIB e hoje chegam a 11%.

“O que estamos vendo são as consequências de ter emitido 11 pontos do PIB em dois anos. Isso não é de graça e aqui você vê as consequências disso”, ressaltou o analista.

O crescimento dessas despesas do Banco Central argentino supera os indicadores de 2018, quando explodiu a corrida cambial no governo de Mauricio Macri.

Poucas saídas na política econômica argentina 
“Diminuir a inflação implica em reduzir a emissão monetária, que é, atualmente, a única fonte de financiamento do governo para responder ao descontentamento social”, disse o economista argentino Juan Luis Bour, diretor da Fundação de Pesquisas Econômicas Latino-Americanas, sediada em Buenos Aires.

Ele ainda indicou que a economia argentina tem “uma margem de manobra reduzida”, já que a emissão monetária (impressão de dinheiro) vai contra os objetivos fiscais assinados pelo acordo com o FMI. O documento prevê, por parte da Argentina, uma redução do déficit orçamentário a 0,9% do PIB em 2024, contra os atuais cerca de 4%.

Além disso, uma política externa frágil aumenta a falta de credibilidade do país, eleva os preços e semeia o pânico nos mercados financeiros. O “dólar blue”, o que circula no mercado informal, chegou a 350 pesos, mais do que o dobro do seu valor na taxa oficial.

Não há dólares para pagar 
De acordo com o advogado e professor da Universidade de Buenos Aires Flavio Gonzalez, o maior problema da Argentina hoje não é o tamanho da dívida externa em comparação com o PIB, mas a falta de dólares para pagar essa dívida. “Existem países com uma dívida proporcionalmente superior, mas aqui não há dólares para cumprir com essas obrigações”, explicou.

A política de altos gastos do Estado é, segundo Gonzalez, o principal erro econômico das gestões kirchneristas. “A condição econômica é estável, o problema é sempre o déficit fiscal”, reforçou.

A escalada do dólar na Argentina está relacionada, principalmente, ao cenário econômico desfavorável, incertezas após a renúncia de Martín Guzmán do cargo de ministro da Economia, além das restrições temporárias ao mercado de câmbio impostas pelo país.

Em momentos de instabilidade econômica, o consumidor e o investidor costumam buscar moedas mais fortes, como o dólar. Com isso, é maior a procura da moeda no mercado paralelo.

Quanto mais “dólar blue” está em circulação em um país, mais o sistema fica fragilizado: mais suscetível a crimes, operações de lavagem de dinheiro e sonegação fiscal. Além disso, dificulta ainda mais o controle do que entra e sai do país.

Duas semanas atrás, o Banco Central da Argentina ordenou limites à obtenção de dólares por cidadãos e a posse de determinadas ações por empresas que operam no mercado formal de câmbio.

Os argentinos só podem comprar até US$ 200 (cerca de R$ 1.037) por mês em dinheiro. Já as empresas têm acesso apenas a um volume de divisas equivalente ao importado no ano passado mais 5%. Caso seja necessário mais dólares, elas precisarão fazer o levantamento de recursos via crédito. A intenção das medidas impostas pelo governo é frear a elevada fuga de dólares e a perda de reservas da Argentina.

Contexto político desfavorável 
Uma valsa de ministros da Economia tenta mudar os rumos da crise argentina. Em 27 dias, o país teve três pessoas representando a pasta.  

Martín Guzmán renunciou em 2 de julho, pressionado pela vice-presidente Cristina Kirchner, que se opunha aos movimentos do ex-ministro no controle do déficit fiscal. Ele foi o grande responsável pelo acordo com o FMI.

Dois dias depois, Silvina Batakis assumiu o ministério indicada por Kirchner, prometendo “buscar o equilíbrio nas contas públicas”, mas as medidas populistas dela não agradaram e mantiveram a desconfiança no mercado.

Na semana passada, foi anunciada a posse de Sergio Massa, que estava à frente da Câmara dos Deputados e é ex-ministro de Cristina.

Gonzalez aponta que, apesar das questões econômicas que assombram hoje o país, os problemas políticos da Argentina é que fazem com que “não existam soluções”.

Para Gonzalez, independentemente de quem esteja no ministério ou até mesmo na presidência, quem comanda o país é Cristina Kirchner. “Não creio que esse governo possa cumprir com as metas com qualquer ministro porque não está no DNA kirchnerista combater o déficit fiscal”, alertou Gonzalez.


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TRIBUNAIS SUPERIORES SÃO CONDESCENDENTES COM OS CORRUPTOS

 

Justiça

Por
Alexandre Garcia – Gazeta do Povo

Fachada do edifício sede do Supremo Tribunal Federal – STF


Estátua da Justiça diante do prédio do Supremo Tribunal Federal (STF).| Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil

Nesta quarta-feira teremos um julgamento importante no Supremo, e que tem a ver com eleição. Sabem por quê? Porque existe a Lei da Ficha Limpa, segundo a qual quem foi condenado em segunda instância não pode ser candidato. Mas os políticos, no ano passado, mudaram uma segunda lei, a Lei de Improbidade Administrativa. O que é condenação por improbidade? É quando o sujeito é um administrador desonesto; mas os políticos decidiram que aquele que fez sem querer, por ingenuidade, por ignorância, não pode ser tratado igual ao que fez de forma mal-intencionada para meter a mão no dinheiro.

Eu não sei; afinal, o sujeito que vira prefeito, governador, ministro, presidente da República, secretário, tem de conhecer a lei, se inteirar do serviço público, pois está administrando dinheiro dos outros. Não é dinheiro anônimo, é dinheiro do suor do pagador de impostos. Tem de ser tratado de joelhos, como algo sagrado. Agora dizem “mas é só culposo, não tinha dolo, pobrezinho, vai ter de repor o dinheiro?” Pois esse político, então, não precisa repor dinheiro público e nem ficar impedido de se eleger, é isso que o Supremo vai decidir. O próprio Supremo, aliás, já decidiu fazer isso com Lula, inspirado por Fachin.


Cinco anos atrás, Lula era condenado; hoje ele é candidato a presidente

O STJ cria insegurança jurídica no caso de José Roberto Arruda
E o Superior Tribunal de Justiça está envolvido em uma outra questão. O presidente do STJ tinha dado uma liminar ou duas, no começo de julho, liberando o ex-governador, ex-senador, ex-preso e ex-condenado em duas instâncias José Roberto Arruda para ser candidato. Ele está com os bens bloqueados por supostos desvios na reforma do estádio Mané Garrincha para a Copa do Mundo, esteve envolvido na Operação Caixa de Pandora, relativa a propinas. Foi preso quando era governador, foi preso de novo por causa do estádio, já teve de renunciar ao mandato no Senado para não ser cassado pelo escândalo do painel eletrônico, em 2001.

Mas o presidente do STJ deu a liminar e Arruda quase saiu candidato ao governo do Distrito Federal, da capital do país. Acabou fazendo um acordo com o atual governador, Ibaneis Rocha: Arruda apoia a reeleição dele e o governador, em troca, apoia o nome da mulher de Arruda, a ex-ministra e deputada Flávia Arruda, para o Senado, enquanto Arruda se candidataria a deputado federal. Só que agora um outro ministro, dos 33 do STJ, derrubou as liminares, dizendo que as peças de defesa usadas para conseguir a liminar eram idênticas às que já tinham sido rejeitadas anteriormente. Então, temos insegurança jurídica aliada à leniência com fatos envolvendo dinheiro de pagador de impostos. Não se pode ser leniente com isso; vejam o que a China faz com os que mexem com o dinheiro dos impostos…

Manifesto dos advogados de direita já tem mais assinaturas que o da Faculdade de Direito da USP

Para terminar, queria falar sobre o manifesto dos advogados de direita do Brasil, que saiu na quinta-feira, depois do manifesto da Faculdade de Direito da USP, assinado por banqueiros de São Paulo. Pois este segundo manifesto já tem mais assinaturas que o primeiro, que omite as questões de falta de liberdade. Aliás, o nome do texto dos advogados de direita é “Em defesa do Brasil e das liberdades do povo”; diz que sem liberdade não há democracia, e sem justiça não há liberdade. É importante citar, uma vez que outro dia eu falei daquele primeiro manifesto.

MANIFESTO À NAÇÃO BRASILEIRA

EM DEFESA DO BRASIL E DAS LIBERDADES DO POVO, PELO POVO E PARA POVO.

Nós, o povo brasileiro, na defesa do Brasil e do direito às Liberdades do Povo, pelo Povo e para o Povo, e em apoio ao Presidente do Brasil Jair Messias Bolsonaro nos dirigimos à Nação Brasileira, para declarar que sem liberdade não há democracia, sem justiça não há liberdade, sem honra não há respeito, sem dever não há ordem e progresso, sem piedade não há amor e humildade, e sem esperança iremos sucumbir. 

Há em nosso País a gravíssima tentativa da consolidação da “ditadura do pensamento único” que vem impondo a censura e desmonetização dos meios de comunicação independentes e de perfis de redes sociais de brasileiros. 

Testemunhamos a instauração de inquéritos ilegais e inconstitucionais com o simples objetivo de criminalizar a opinião contrária, pelo órgão que deveria zelar pelos direitos fundamentais da população, mas que seguem abolindo nossas liberdades individuais e garantias fundamentais. 

Somos um povo pacífico que ama sua nação, que defende a democracia e as liberdades. Não podemos renunciar às liberdades que Deus nos deu. Nosso dever é lutar  pelo que já conquistamos, por aquilo que cremos, por nossa fé, pelo direito de ir e vir, pelo direito de livre expressão.

Qualquer pessoa deve ter o seu direito de se expressar livremente, sem qualquer tipo de limites. A liberdade de expressão é o que permite o diálogo entre pontos de vista diferentes, inclusive os antagônicos. 

Sem o direito de se expressar, sem essa liberdade, todos os demais direitos estarão prejudicados. A liberdade de expressão inclui o direito a fazer críticas, ou seja, de criticar quem quer que seja. Parcela da população brasileira hoje não pode usufruir desse direito. Está sendo impedida por pessoas que deveriam garantir.

Não é aceitável que um lado tente imputar a nós, um povo livre e pacífico, a condição de incentivadores de atos antidemocráticos e de divulgadores de fake news. A verdade é que uma pequena parcela da população detentora de poder não aceita críticas. Não aceita escutar a opinião do POVOPODER SUPREMO DE UMA NAÇÃO DEMOCRÁTICA. 

Os milhões de cidadãos brasileiros, incluindo o Presidente da República Federativa do Brasil, o Exmo. Sr. Jair Messias Bolsonaro, em suas liberdades individuais  buscam posicionar-se perante a sociedade com  opiniões  acerca de temas importantes para nação, no entanto, sofrem ataques infundados por pessoas que não respeitam opiniões diferentes das suas. 

Nossas convicções de DEUS, PÁTRIA, FAMÍLIA E LIBERDADE em nada ofendem quem quer que seja e tampouco ameaça a democracia como tanto repetem.

Precisamos estar unidos para defender as LIBERDADES, porque SEM LIBERDADE NÃO HÁ DEMOCRACIA. 

Por fim, concluímos este Manifesto com a seguinte expressão do pensador político, historiador e escritor francês Alexis de Tocqueville: “Democracia amplia a esfera da liberdade individual, o socialismo a restringe. Democracia atribui todo o valor possível de cada homem; socialismo faz de cada homem um mero agente, um mero número. Democracia e socialismo não têm nada em comum além de uma palavra: igualdade. Com uma grande diferença: enquanto a democracia procura a igualdade na liberdade, o socialismo procura a igualdade no controle e na servidão”.

Deus seja Louvado.

Brasil acima de Tudo.

República Federativa do Brasil, 28 de julho de 2022.


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SE ELEITO, O GOVERNO LULA SERÁ UM DESASTRE PARA O AGRONEGÓCIO

 

Por
J.R. Guzzo – Gazeta do Povo


| Foto: EFE

O ex-presidente Lula tem dito e repetido, durante a sua campanha eleitoral para voltar à presidência, que o “Movimento dos Sem-Terra”, e tudo aquilo que vem junto com ele, terá um lugar de “importância” em seu governo. Pode ser mentira, para segurar o apoio da “esquerda radical” com mais uma promessa que não sabe se vai cumprir ou não. Mas, de qualquer jeito, é o que ele está dizendo que vai fazer; seu vice Geraldo Alckmin, aliás, não tira mais da cabeça o boné do MST. É a mais violenta declaração de hostilidade ao agronegócio que um candidato poderia fazer em público. O MST, esse mesmo a quem ele promete dar poderes extraordinários se ganhar a eleição, não prega apenas a “reforma agrária”, ou “mudanças no modelo”; está exigindo, em voz alta, a eliminação pura e simples de todo o sistema de produção que existe hoje na agricultura brasileira.

Em suas reuniões, comícios e atos públicos em geral, os líderes do MST – gente que, nessas ocasiões, fala em “dialética”, “agregado econômico” e “modelo político” – diz, exatamente com essas palavras, que o agronegócio é “o inimigo do povo brasileiro”. Tem de ser “destruído”, e o seu lugar vai ser ocupado pelos “homens e mulheres” que “produzem alimentos saudáveis” e que estão no campo para cumprir metas sociais; em vez de buscarem o “lucro” estarão servindo “à sociedade”, etc. etc. etc. Não querem mudanças no sistema; querem a destruição do sistema.  Não querem acesso a terras hoje não cultivadas e que poderiam ser exploradas. Querem tomar dos seus proprietários o patrimônio que eles construíram com o seu trabalho; querem ficar com o que já está pronto com o esforço, o talento e o capital alheios.

O MST diz em seus discursos que a soja é uma “inimiga do Brasil”. Todo o agronegócio, segundo afirmam os seus chefes, é um “modelo de poder” que tem de ser eliminado da face da Terra. Os agricultores e pecuaristas, mais os técnicos, os pesquisadores e os trabalhadores especializados do agro, são delinquentes sociais que precisam ser reprimidos pelo governo. É essa gente que Lula promete levar para dentro do Palácio do Planalto. É com eles que quer governar o Brasil. É esse o futuro que está preparando.

O MST, esse mesmo a quem ele promete dar poderes extraordinários se ganhar a eleição, não prega apenas a “reforma agrária”, ou “mudanças no modelo”; está exigindo, em voz alta, a eliminação pura e simples de todo o sistema de produção que existe hoje na agricultura brasileira

O agronegócio brasileiro é, já há anos, o mais eficiente e bem-sucedido setor da economia brasileira. É ele que garante a liquidez internacional do Brasil em divisas, com os recordes seguidos que consegue nas exportações

  • e fornece ao país os dólares para pagar as suas importações. É ele que alimenta 1 bilhão de pessoas pelo mundo afora, além da população brasileira. É ele que transformou o Brasil num dos dois ou três maiores produtores e exportadores de produtos agrícolas do mundo – ou, como acontece em muitos casos, no número 1. O agro sustenta e faz prosperar toda uma cadeia de produção na indústria, no comércio e no universo da tecnologia. Fornece emprego, renda e impostos. É por isso tudo, precisamente, que o MST exige a sua destruição: o agro é a prova mais indiscutível de que o capitalismo deu certo no campo brasileiro, e a ideia de liberdade econômica no setor agrário é intolerável para a esquerda nacional. Não pode continuar tendo sucesso, portanto; tem de ser banida.

A agricultura, a pecuária e o restante da atividade rural não deram certo no Brasil por causa da “reforma agrária”, nem da distribuição de terras, nem da “propriedade coletiva” ou de outros embustes defendidos pelo MST e seus associados na esquerda brasileira. Deram certo por fazerem exatamente o contrário de tudo o que é pregado pelo “campo progressista” – e, desta maneira, prejudicarem os interesses materiais e políticos dos proprietários do “movimento social”. Seus principais aliados, hoje, são as forças econômicas multinacionais que, em defesa do seu caixa, declararam guerra ao agronegócio do Brasil – com a desculpa de estarem defendendo o meio ambiente, o “clima” e a floresta amazônica. Lula, hoje, é a sua esperança.


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LIVRO CLÁSSICO DA LITERATURA NÃO É RACISTA

 

Socorro! Um livro!

Por
Paulo Polzonoff Jr.


Especialistas em estresse pós-traumático literário ensinam como agir ao se deparar com clássicos considerados “racistas” pela sensibilidade contemporânea.| Foto: Pixabay

A história é esta: um influencer supostamente se aventurou pelas trevas da obsessão que é aquele monumento da literatura chamado “Moby Dick”. Sim, o muito citado e pouco lido clássico de Hermann Melville. Ao se deparar com passagens racistas, contudo, ele não aguentou e correu. Para onde? Para as redes sociais. Existe lugar melhor para afetar virtude e tomar aquela dose de aceitação tão cara ao viciado?

“Queria perguntar uma coisa para quem entende verdadeiramente de literatura”, começa ele no tuíte a que tive acesso por meio de um amigo que, desconfio, não gosta muito de mim. “Vi parágrafos profundamente racistas em ‘Moby Dick’”, continua. Uau, parágrafos! E aqui a gente já percebe um probleminha. Ver não é o mesmo que ler. Tenho cá para mim que quem vê um livro está interessado apenas em ser visto com o livro. Mas talvez a experiência tenha me tornado cruel demais.

Adiante, o influencer diz que continuou “a leitura do livro de nariz torcido”. Olha só. Sabia que livro tinha orelha, mas… nariz? Deve ser uma dessas edições pop-up. “Estou realmente incomodado”, desabafa ele em seguida. O “desabafa” é interpretação minha. Imagino o menino trintão fazendo biquinho. Sinceramente triste. Ou melhor, tisti. E correndo exibir todo o seu ímpeto antirracista para a multidão.

Por fim, o Felipe Que Não É Sênior, Filho, Jr. Ou Sobrinho apela ao conhecido e reconhecido bom senso das redes sociais para perguntar aos fãs que por ventura “entendam verdadeiramente de literatura” e estejam distraídos: “o que é recomendado em casos assim?”.

Não se desespere!
Confesso que nunca fiquei incomodado diante de “livros racistas”. Semana passada reli “Angústia”, de Graciliano Ramos. Nada. No sábado, reli “O Beijo no Asfalto”, de Nelson Rodrigues. Sem nariz torcido algum. Tampouco me desesperei a ponto de sair por aí perguntando o que devo fazer com esses e outros livros. Diálogos ou descrições racistas (ou sexistas, misóginos, homofóbicos, etaristas, gordofóbicos, etc.) nunca me fizeram cócegas. Nem jamais despertaram qualquer perversidade que eu tivesse escondida num armário. Mas é que sou razoavelmente normal. Acho.

Por isso tive de entrevistar especialistas em estresse pós-traumático literário (LPTS). “Incinere o livro imediatamente”, me ensinou uma moça que mora aqui no apartamento ao lado e que, pelos cabelos azuis, deduzi preconceituosamente que fosse woke. Era. Fazendo as vezes de advogado do diabo, perguntei se a queima do livro não contribuiria para as mudanças climáticas. Em dúvida, ela me passou o telefone da professora que a orientava na confecção de uma tese sobre sei-lá-o-quê (não prestei atenção). E voltou para o conforto do seu Harry Potter.

Continuei minha busca por respostas para este importante texto de interesse público. Depois de muita insistência, fui recebido na casa de uma simpática professora cega que recomendou enfaticamente que se queimasse o livro (“a Mãe Gaia entenderá”). Depois, ainda falando para as paredes, ela disse que as cinzas deveriam ser enterradas e o terreno, salgado com sal rosa do Himalaia.

Já estava satisfeito e ia me despedindo quando a professora pareceu ter se lembrado de algo.  “Esta parte é muito importante”, disse, e eu agucei os ouvidos. “Passe álcool nos olhos e, depois, seque-se ao sol do meio-dia”, sugeriu ela, brandindo ameaçadoramente a bengala. Fiquei com medo, mas não muito. Já estava no elevador quando a vi se aproximar, o tec tec tec um tanto quanto irritante indicando o caminho.

“Só mais uma coisa”, anunciou ela. Fiz uma pausa como se tirasse um bloquinho do bolso, mas decidi anotar mentalmente. “Pode falar”, disse, depois de fingir estar procurando a caneta num dos bolsos. “Diga para o seu amigo fumegar bem a casa com arruda, guiné, alecrim, boldo (boldo sempre é bom) e catinga-de-mulata”, sugeriu ela. Arregalei os olhos, mas ela não viu. Ah, essa botânica racista… “E, sobretudo, não se desespere!”, arrematou.

Resposta sincera
A resposta sincera à pergunta do influencer é algo como: continue lendo. Leia mais. Leia melhor. Leia sem neuroses contemporâneas. No caso específico de “Moby Dick”, imagine-se num baleeiro comandando por um homem obcecado. Sinta ao mesmo tempo a liberdade do mar e a prisão da embarcação. A prisão da nossa consciência. Das nossas certezas. Do nossos desejos.

Leia as partes mais incômodas à hiper-sensibilidade atual e volte no tempo, a fim de aprender com erros pelos quais você não tem culpa. Admire todas as mudanças pelas quais passamos desde que o livro foi escrito. Contemple o homem escravizado por uma causa! Vislumbre uma das expressões da idolatria. Enfim, leia e entenda a distância que separa a genialidade de Melville da mediocridade que é reduzir clássicos da literatura a “livros racistas”.

Baseado neste tuíte do amigo Alexandre Soares Silva.


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