sábado, 30 de abril de 2022

GEOPOLÍTICA DA ENERGIA MUDA COM A GUERRA

 


  1. Economia
     

Grande diferença do setor é sua sensibilidade a fatores geopolíticos, como a guerra da Ucrânia, por exemplo; principal movimento que está determinando mudanças estruturais no mercado hoje é a transição energética

Adriano Pires*, O Estado de S.Paulo

O comportamento do mercado de petróleo sempre esteve ligado, como outras commodities, à famosa lei da oferta X demanda, mas a grande diferença é a sensibilidade desse setor a fatores geopolíticos. Se olharmos a história do século 20, vamos verificar que em todas as crises geopolíticas do mundo o petróleo esteve por trás. Agora, na guerra da Ucrânia, não é diferente. Muitos achavam que o produto não era mais o preço diretor das commodities, mas a guerra mostrou esse equívoco.

O que aconteceu foi que os preços de todas as commodities cresceram acompanhando, como sempre ocorreu, o preço do barril de petróleo. Teremos mudanças estruturais no mercado de petróleo daqui para a frente? Com a guerra da Ucrânia, muda a geopolítica da energia? 

Petróleo
Guerra na Ucrânia levantou questão da segurança energética; consequência pode ser desaceleração da transição energética, com a era do petróleo durando mais do que alguns previram.  Foto: Sergei Karpukhin/Reuters

O principal movimento que está determinando mudanças estruturais no mercado do petróleo é a transição energética. Não é a primeira vez que o mundo vive este movimento. Vivemos a transição da lenha para o carvão, do carvão para o petróleo e, agora, do petróleo para as energias renováveis. O que diferencia a transição atual das demais é que, enquanto as duas primeiras foram determinadas por fatores estritamente econômicos, a atual traz a novidade do fator ambiental.

A guerra da Ucrânia traz de volta para a mesa a questão da segurança energética, que tinha sido meio esquecida. A consequência poderá ser uma redução na velocidade da transição e o grande culpado foi o açodamento em demonizar os combustíveis fósseis por parte dos movimentos ambientalistas. Portanto, a era do petróleo deverá durar mais do que alguns incautos preconizaram.

A geopolítica da energia também muda. A Rússia sai menor da guerra pelo fato de ter se transformado num fornecedor pouco ou nada confiável. Isso provocará nos países dois movimentos. O primeiro é diversificar os fornecedores nem que isso custe mais caro, já que a energia mais cara é aquela a que não temos acesso. O segundo é que não teremos mais fontes monopolistas como foram o carvão e o petróleo e, sim, iremos caminhar cada vez mais para matrizes energéticas diversificadas e regionalizadas. Cada vez mais temos de olhar os atributos de cada fonte primária de energia e parar com este Fla X Flu entre combustíveis fósseis e energias renováveis.

O Brasil, neste movimento de transição e diversidade na composição da matriz energética, está numa posição privilegiada. Já temos uma matriz muito limpa e possuímos uma grande diversidade de fontes primárias de energia. Com isso, poderemos ser grandes protagonistas na cena energética, desde que consigamos entender a complementaridade entre, por exemplo, gás natural e fontes renováveis. Caso contrário, não seremos protagonistas e continuaremos a flertar com apagões, racionamentos e energia cara. 

*DIRETOR DO CENTRO BRASILEIRO DE INFRAESTRUTURA (CBIE)

UCRANIANOS FOGEM DA UCRÂNIA POR CAUSA DA GUERRA

 

Foto: Lena Mucha/NYTPor Erika Salomão30/04/2022 | 05h00

Grupos judeus coordenam operação complexa de retirada que revive fantasmas do passado

HANOVER, Alemanha – Suas memórias mais antigas são de fugir de bombas ou ouvir rumores sobre massacres de outros judeus, incluindo seus parentes. Abrigados pela União Soviética, eles sobreviveram.

Agora idosos e frágeis, os sobreviventes ucranianos do Holocausto estão escapando da guerra mais uma vez, em uma jornada notável que vira o mundo que eles conheciam de cabeça para baixo: eles estão buscando segurança na Alemanha.

Para Galina Ploschenko, de 88 anos, não foi uma decisão tomada sem apreensão.

“Disseram-me que a Alemanha era a minha melhor opção. Eu disse a eles: ‘Espero que você esteja certo’”, conta.

Ploschenko é beneficiária de uma missão de resgate organizada por grupos judeus, tentando tirar os sobreviventes do Holocausto da guerra provocada pela invasão da Ucrânia pela Rússia.

Tirar esses nonagenários de uma zona de guerra usando ambulâncias é um trabalho perigoso, impregnado de uma ironia histórica: não apenas os sobreviventes do Holocausto estão sendo trazidos para a Alemanha, mas o ataque agora está vindo da Rússia – um país que eles viam como seus libertadores dos nazistas.

Há uma semana, Ploschenko ficou presa em sua cama em um centro de aposentadoria em Dnipro, sua cidade natal no centro da Ucrânia, enquanto ataques de artilharia trovejavam e sirenes de ataques aéreos soavam. As enfermeiras e aposentados que podiam andar tinham fugido para o porão. Ela foi forçada a ficar deitada em seu quarto no terceiro andar, sozinha com uma mulher surda e um homem mudo, acamado como ela.

“Naquela primeira vez, eu era criança, com minha mãe como minha protetora. Agora, eu me senti tão sozinha. É uma experiência terrível, dolorosa”, disse ela, confortavelmente abrigada, após uma jornada de três dias, em um centro de atendimento a idosos em Hanover, no noroeste da Alemanha.

Até o momento, 78 de 10 mil sobreviventes ucranianos mais frágeis foram resgatados. Uma única operação leva até 50 pessoas, a partir de uma coordenação entre três continentes e cinco países.

Para os dois grupos que coordenam os resgates – a Conferência de Reivindicações Judaicas e o Comitê de Distribuição Conjunta Americana – convencer sobreviventes como Ploschenko a sair não é uma tarefa fácil.

A maioria dos sobreviventes mais frágeis e mais velhos contactados recusou-se a sair de casa. Aqueles dispostos a ir tinham inúmeras perguntas: E quanto aos seus medicamentos? Havia falantes de russo ou ucraniano lá? Eles poderiam trazer seu gato? (Sim, como se viu.)

Depois veio a pergunta mais embaraçosa de todas: por que a Alemanha?

“Um deles nos disse: não serei levado para a Alemanha. Eu quero ser resgatado – mas não ir para a Alemanha”, disse Rüdiger Mahlo, da Claims Conference, que trabalha com autoridades alemãs em Berlim para organizar os resgates.

Galina Ploschenko mostra livro de memórias que trouxe com ela para a Alemanha

Galina Ploschenko mostra livro de memórias que trouxe com ela para a Alemanha Foto: Lena Mucha / NYT

Fundada para negociar restituições do Holocausto com o governo alemão, a Claims Conference mantém uma lista detalhada de sobreviventes que, em circunstâncias normais, é usada para distribuir pensões e assistência médica, mas que agora serve como forma de identificar pessoas para retirada.

Por muitas razões, dizia Mahlo, a Alemanha fazia sentido. Era facilmente acessível de ambulância pela Polônia. Tem um sistema médico bem financiado e uma grande população de falantes de russo, incluindo emigrantes judeus da antiga União Soviética. E sua organização tem um relacionamento íntimo com funcionários do governo depois de décadas de negociações sobre restituição. Israel também é uma opção, para aqueles bem o suficiente para voar para lá.

Ploschenko agora tem “nada além de amor” pela Alemanha, embora ela ainda se lembre de “tudo” sobre a primeira guerra a que sobreviveu – desde o lenço que sua mãe enrolou em seu corpo, em um ponto sua única peça de roupa, até o boletim de rádio que lhe deu a notícia de que milhares de judeus, entre eles uma tia e dois primos, haviam sido mortos em vagões de gás que os moradores chamavam de “dushegubka”, ou assassino de almas.

Seu pai, que partiu para lutar com o exército soviético, desapareceu sem deixar rastro.

“Eu não tinha medo da Alemanha”, disse ela. “Eu simplesmente não conseguia parar de pensar: papai morreu naquela guerra. Meus primos morreram naquela guerra.”

Ploschenko acredita que ela, sua mãe e cinco de suas tias sobreviveram cantando – seja trabalhando nos campos de algodão no Casaquistão, onde encontraram refúgio temporário, ou se aconchegando sob guarda-chuvas em um apartamento sem teto após a guerra.

“Nós cantávamos junto com o rádio”, ela lembra com um sorriso. “Foi o que nos salvou. Cantávamos tudo, o que quer que estivesse tocando – ópera, canções folclóricas. Eu realmente quero cantar, mas não sei se posso mais. Não tenho voz para isso. Então, em vez disso, apenas me lembro de todas as vezes que cantei antes.”

Empoleirada em meio a travesseiros em uma sala ensolarada no centro sênior da AWO, Ploschenko dirige a música em sua mente com a mão trêmula. Enquanto os zeladores entram e saem, ela pratica as frases em alemão que anotou cuidadosamente em um bloco de notas: “Danke Schön”, muito obrigado. “Alles Liebe”, muito amor.

“No esquema de todo esse horror, cerca de 70 pessoas não parece muito”, disse Gideon Taylor, presidente da Claims Conference. “Mas sabendo o que é preciso para trazer essas pessoas, uma a uma, ambulância por ambulância, para a segurança na Alemanha, se torna incrivelmente significativo.”

Pini Miretski, líder da equipe de evacuação médica do American Joint Distribution Committee, um dos dois grupos que coordenam o resgate de sobreviventes do Holocausto da Ucrânia

Pini Miretski, líder da equipe de evacuação médica do American Joint Distribution Committee, um dos dois grupos que coordenam o resgate de sobreviventes do Holocausto da Ucrânia Foto: Avishag Shaar-Yashuv/NYT

Essas retiradas são inevitavelmente atormentadas por problemas logísticos com momentos de roer as unhas. Ambulâncias foram enviadas de volta dos postos de controle enquanto os combates se intensificavam. Outras foram confiscadas por soldados, para usar com seus próprios feridos. Confrontados com estradas destruídas, os motoristas têm conduzido suas ambulâncias pelas florestas.

A maioria dos problemas logísticos são resolvidos a 3.200 quilômetros de distância, onde Pini Miretski, líder da equipe de retirada médica, trabalha em uma sala do Comitê de Distribuição Conjunta em Jerusalém. O J.D.C., uma organização humanitária, tem um longo histórico de retiradas de civis, incluindo o contrabando de judeus da Europa na Segunda Guerra Mundial. Nos últimos 30 anos, seus voluntários trabalharam para reviver a vida judaica em antigos países soviéticos, incluindo a Ucrânia.

Miretski e outros se coordenam com equipes de resgate dentro da Ucrânia, uma vez ajudando-os a alcançar uma sobrevivente que tremia em um apartamento com temperatura de 14 graus, com as janelas quebradas por explosões. Em outro caso, eles ajudaram socorristas que passaram uma semana retirando um sobrevivente em uma vila cercada por batalhas ferozes.

“Existem mais de 70 dessas histórias agora, cada uma delas assim”, disse ele.

Para Miretski, esta operação parece pessoal: um judeu ucraniano emigrante em Israel, seus bisavós foram mortos em Babyn Yar, também conhecido como Babi Yar, a ravina em Kiev onde dezenas de milhares foram empurrados para a morte depois de serem despojados e baleado com metralhadoras dos anos de 1941 a 1943. O memorial daqueles massacres em Kiev foi atingido por mísseis russos nos primeiros dias de sua invasão.

“Eu entendo a dor dessas pessoas, sei quem são”, disse Miretski. “Essas cenas, essas histórias agora – de certa forma, é como se a vida estivesse dando um ciclo completo. Porque muitas dessas histórias se tornaram reais.”

Para Vladimir Peskov, de 87 anos, retirado de Zaporizhzhia na semana passada e agora morando no mesmo corredor da casa de Ploschenko em Hanover, o sentimento circular que esta segunda guerra deu à sua vida é desmoralizante.

“Sinto uma espécie de desesperança, porque parece que a história se repete”, disse ele, curvado em uma cadeira de rodas, acariciando uma caneca que pertencia à sua mãe – uma das poucas lembranças que ele trouxe para a Alemanha.

No entanto, ele também encontrou algum consolo.

“A guerra de hoje acabou com todas as emoções negativas que eu sentia em relação à Alemanha”, disse ele.

Do lado de fora de seu quarto, um grupo de sobreviventes recém-chegados da cidade oriental de Kramatorsk estava sentado ao redor de uma mesa na cozinha ensolarada da casa. Eles lamentaram em voz alta a ideia de fugir da guerra novamente. Mas eles se recusaram a compartilhar seus pensamentos com um repórter de um jornal ocidental.

“Você não vai dizer a verdade”, disse um homem, desviando o olhar.

Vladimir Peskov, sobrevivente do Holocausto resgatado em Zaporizhzhia, Ucrânia

Vladimir Peskov, sobrevivente do Holocausto resgatado em Zaporizhzhia, Ucrânia Foto: Lena Mucha / NYT

A hesitação deles reflete uma das partes mais dolorosas deste segundo exílio, particularmente para aqueles das regiões orientais de língua russa da Ucrânia: reconsiderar a visão da Alemanha é uma coisa, reconhecer a Rússia como agressora é outra.

“Meus sonhos de infância eram comprar uma bicicleta e um piano e viajar para Moscou para ver Stalin”, disse Ploschenko. “Moscou era a capital da minha terra natal. Eu adorava a música ‘My Moscow, My Country’. É difícil para mim acreditar que esse país agora é meu inimigo.”

Folheando um livro de fotos, ela apontou para fotos de seu eu mais jovem, posando em um maiô na praia em Sochi, as ondas quebrando ao seu redor.

“Às vezes acordo e esqueço que estou na Alemanha”, disse ela. “Eu acordo e estou de volta em uma viagem de negócios na Moldávia, ou Usbequistão. Estou de volta à União Soviética.”

Mas a Alemanha será sua casa pelo resto de seus dias. É uma ideia com a qual ela agora fez as pazes, disse. “Não tenho para onde ir.”

SÉRIES DE NEGÓCIOS NA TV QUE VALE A PENA VER

 

Por Leandro Miguel Souza – StartSe

O mundo do empreendedorismo nunca esteve tão presente no mundo das séries. Apenas em 2022, três grandes projetos adaptaram histórias de sucesso – e de fracasso – das startups e as transformaram em séries ou minisséries para o público em geral.

Mas não é de agora que bons seriados aproveitaram o tema. Seja em enredos de drama ou comédia, biografias, até excelentes docusséries, as startups e empresas de tecnologia vêm rendendo ótimos títulos nos últimos tempos. Todos estão disponíveis para qualquer um se perder em várias horas de entretenimento no streaming de preferência.

Aproveitando o gancho pra esse fim de semana que tá batendo à porta, que nós do Startups selecionamos sete séries que você não pode deixar de ver. Veja na lista a seguir o que mais te interessa e bom entretenimento!

Silicon Valley

Para quem ainda não viu, no HBO Max é possível maratonar todas as seis temporadas desta ótima série de comédia. Criada por Mike Judge, o cérebro por trás de Beavis And Butt-Head, e o hoje cultuado filme “Como Enlouquecer Seu Chefe”, Silicon Valley acompanha a jornada da startup Pied Piper, cujo líder Richard Hendricks (Thomas Middleditch) desenvolve um inovador código de compactação de arquivos, se tornando um nome quente no Vale do Silício e entrando em rota de colisão com as tech giants da região, como a fictícia Hooli (Google, é você?).

No entanto, a criação do personagem Hendricks é apenas o começo de uma sucessão de situações cômicas, tudo com base nas loucuras e excentricidades reais do mundo das startups no vale. De fundos de investimentos abilolados e pivotagens absurdas a pitches sem pé nem cabeça, tudo é combustível para a sátira da série. Para dar boas risadas e lembrar que nem tudo é pra levar tão à sério.

Thumbnail do vídeo

Devs

Disponível no Brasil pelo Star+, a minissérie Devs já traz uma abordagem diferente, com uma pegada thriller/sci-fi, para discutir as intenções megalomaníacas de algumas startups por aí.

Criada pelo roteirista Alex Garland (diretor do filme Ex-Machina), Devs conta a história de uma engenheira de software (Sonoya Mizuno), que resolve investigar a morte de seu namorado, que comete suicídio após o primeiro dia de trabalho em uma divisão secreta de computação quântica da empresa Amaya, liderada pelo enigmático CEO Forest (Nick Offerman).

Para quem gosta de temas intrincados, como inteligência artificial, realidade virtual, e um enredo misterioso, vale conferir.

Thumbnail do vídeo

Halt and Catch Fire

Essa aqui é uma das favoritas deste que vos escreve. Lançada em 2017 no canal à cabo AMC, e que pouco foi falada aqui no Brasil, pois desde então não estava disponível em nenhum streaming, Halt and Catch Fire é basicamente uma versão de Mad Men, mas que troca o mercado de publicidade pelo “velho oeste” do mercado de informática no início dos anos 80 nos EUA.

Centrada em três personagens principais – o ambicioso executivo Joe McMillan (Lee Pace), o veterano engenheiro Gordon Clark (Scoot McNairy) e a programadora prodígio Cameron Howe (Mackenzie Davis) – a série começa com o plano dos três em criar um clone de um PC IBM para uma empresa da Silicon Prairie (região do sul dos EUA que era considerada rival do Silicon Valley nos anos 80), a partir de engenharia reversa. E as coisas só complicam a partir daí.

Nas temporadas seguintes, a série ainda muda seu foco para a Califórnia, pegando o boom dos PCs no final dos anos 80 e o início da internet nos anos 90. Além de uma boa série de drama, Halt and Catch Fire também serve como uma aulinha de história dos tempos em que startup nem era uma palavra da moda. Disponível no Globoplay.

Thumbnail do vídeo

Na Rota do Dinheiro Sujo

Essa série documental é indicada para quem quer saber mais sobre o lado obscuro do mundo dos negócios. Ela narra e investiga a fundo, ao longo de seus seis episódios, diversos casos de corrupção corporativas, fraudes e sonegações que grandes empresas fizeram em suas trajetórias.

De Big Tech à Big Pharma, startups e outros setores, esta elogiada série joga luz sobre um lado pouco agradável das organizações em sua busca pelo lucro e sucesso. Disponível na Netflix.

Thumbnail do vídeo

WeCrashed

Lançada há poucas semanas e a primeira das grandes produções focando em histórias reais de startups, essa minissérie traz Jared Leto na pele do empreendedor Adam Neumann, o criador da WeWork, startup que capotou tão grandiosamente quanto cresceu, em sua proposta de ser o futuro dos workplaces.

A série foca na personalidade megalomaníaca de Neumann e na relação com a sua esposa Rebekah (Anne Hathaway), desde o começo modesto da startup, sua valorização meteórica e a fama, até o “reality check” indigesto que veio depois. Essa você pode ver no Apple TV+

+ Como uma empresa de US$ 47 bilhões quase foi à falência?

Thumbnail do vídeo

The Dropout

Esta é outra das superproduções lançadas recentemente sobre startups verdedeiras – a terceira só deve chegar em maio no Brasil, com Joseph Gordon-Levitt interpretando o criador da Uber, Travis Kalanick. The Dropout, que pode ser vista no Star+, reconta a trajetória de Elizabeth Holmes, fundadora da Theranos, empresa de biotecnologia que seduziu investidores no Silicon Valley e chegou a valer US$ 10 BILHÕES, mas que no final se mostrou uma grande enganação.

Com Amanda Seyfried no papel principal, a série mostra também um pouco da infância e adolescência da empresária, em paralelo com os escândalos de fraude e manipulação de informações que Holmes conduziu para manter a imagem de seu negócio.

Thumbnail do vídeo

O Código Bill Gates

Se você está sem muito tempo, aqui vai uma minissérie mais curta, mas que é muito interessante para entender melhor um dos empreendedores mais icônicos da história: o criador da Microsoft e do Windows, Bill Gates, que compartilha seus pensamentos e revisita sua história ao longo de três episódios.

Como o subtítulo em inglês entrega, a série ajuda a “decodificar” o sempre reservado Bill Gates por trás da lenda, de suas inovações à frente da empresa de Redmond, até sua retirada da cadeira de CEO em meio à acusações de monopólio, e sua guinada em direção à filantropia. Um excelente estudo de personalidade, que pode inspirar a muitos. Disponível na Netflix.

Thumbnail do vídeo

Rodada Bônus: Succession

Essa aqui nem é tanto sobre tecnologia, mas não poderia deixar de indicar. Essa premiada série da HBO (ou seja, disponível no HBO Max) é essencialmente um drama familiar, mas também é uma grande trama de intriga empresarial, focada em uma megacorporação de mídia chefiada por um crápula chamado Logan Roy (Brian Cox).

Uma série simplesmente impossível de parar de assistir, e no meio dá até pra aprender uma coisa ou outra sobre negociação, fusões e aquisições e táticas para valorizar sua empresa. Só cuidado para não fazer coisa errada. Só avisando…

STARTUP VALEON UMA HOMENAGEM AO VALE DO AÇO

Moysés Peruhype Carlech

Por que as grandes empresas querem se aproximar de startups? Se pensarmos bem, é muito estranho pensar que um conglomerado multibilionário poderia ganhar algo ao se associar de alguma forma a pequenos empresários que ganham basicamente nada e tem um produto recém lançado no mercado. Existe algo a ser aprendido ali? Algum valor a ser capturado? Os executivos destas empresas definitivamente acreditam que sim.

Os ciclos de desenvolvimento de produto são longos, com taxas de sucesso bastante questionáveis e ações de marketing que geram cada vez menos retorno. Ao mesmo tempo vemos diariamente na mídia casos de jovens empresas inovando, quebrando paradigmas e criando novos mercados. Empresas que há poucos anos não existiam e hoje criam verdadeiras revoluções nos mercados onde entram. Casos como o Uber, Facebook, AirBnb e tantos outros não param de surgir.

E as grandes empresas começam a questionar.

O que estamos fazendo de errado?

Por que não conseguimos inovar no mesmo ritmo que uma startup?

Qual a solução para resolver este problema?

A partir deste terceiro questionamento, surgem as primeiras ideias de aproximação com o mundo empreendedor. “Precisamos entender melhor como funciona este mundo e como nos inserimos!” E daí surgem os onipresentes e envio de funcionários para fazer tour no Vale e a rodada de reuniões com os agentes do ecossistema. Durante esta fase, geralmente é feito um relatório para os executivos, ou pelas equipes de inovação ou por uma empresa (cara) de consultoria, que entrega as seguintes conclusões:

* O mundo está mudando. O ritmo da inovação é acelerado.

* Estes caras (startups) trabalham de um jeito diferente, portanto colhem resultados diferentes.

* Precisamos entender estas novas metodologias, para aplicar dentro de casa;

* É fundamental nos aproximarmos das startups, ou vamos morrer na praia.

* Somos lentos e burocráticos, e isso impede que a inovação aconteça da forma que queremos.

O plano de ação desenhado geralmente passa por alguma ação conduzida pela área de marketing ou de inovação, envolvendo projetos de aproximação com o mundo das startups.

Olhando sob a ótica da startup, uma grande empresa pode ser aquela bala de prata que estávamos esperando para conseguir ganhar tração. Com milhares de clientes e uma máquina de distribuição, se atingirmos apenas um percentual pequeno já conseguimos chegar a outro patamar. Mas o projeto não acontece desta forma. Ele demora. São milhares de reuniões, sem conseguirmos fechar contrato ou sequer começar um piloto.

Embora as grandes empresas tenham a ilusão que serão mais inovadoras se conviverem mais com startups, o que acaba acontecendo é o oposto. Existe uma expectativa de que o pozinho “pirlimpimpim” da startup vá respingar na empresa e ela se tornará mais ágil, enxuta, tomará mais riscos.

Muitas vezes não se sabe o que fazer com as startups, uma vez se aproximando delas. Devemos colocar dinheiro? Assinar um contrato de exclusividade? Contratar a empresa? A maioria dos acordos acaba virando uma “parceria”, que demora para sair e tem resultados frustrantes. Esta falta de uma “estratégia de casamento” é uma coisa muito comum.

As empresas querem controle. Não estão acostumadas a deixar a startup ter liberdade para determinar o seu próprio rumo. E é um paradoxo, pois se as empresas soubessem o que deveria ser feito elas estariam fazendo e não gastando tempo tentando encontrar startups.

As empresas acham que sabem o que precisam. Para mim, o maior teste é quando uma empresa olha para uma startup e pensa: “nossa, é exatamente o que precisamos para o projeto X ou Y”.

VOCÊ CONHECE A ValeOn?

A MÁQUINA DE VENDAS ONLINE DO VALE DO AÇO

TEM TUDO QUE VOCÊ PRECISA!

A Valeon é uma caixinha de possibilidades. Você pode moldar ela em torno do negócio. O que é muito importante. O nosso é colocar o consumidor no centro e entender o que ele precisa. A ValeOn possibilita que você empresário consiga oferecer, especificamente para o seu consumidor, a melhor experiência. A ValeOn já é tradicional e reconhecida no mercado, onde você empresário pode contar com a experiência e funcionalidades de uma tecnologia corporativa que atende as principais operações robustas do mundo essencial e fundamental. A ValeOn além de trazer mais segurança e credibilidade para o seu negócio, também resulta em muita troca de conhecimento e ótimos resultados para ambos os lados, como toda boa parceria entre empresas deve ser. Lembrem-se que a ValeOn é uma Startup Marketplace de Ipatinga-MG que tem a responsabilidade de levar o cliente até à sua empresa e que temos potencial para transformar mercados, impactar consumidores e revirar empresas e indústrias onde nossos produtos e serviços têm capacidade de escala e de atrair os investimentos corretos para o nosso crescimento.

Apresentamos o nosso site que é uma Plataforma Comercial Marketplace que tem um Product Market Fit adequado ao mercado do Vale do Aço, agregando o mercado e seus consumidores em torno de uma proposta diferenciada de fazer Publicidade e Propaganda online, de forma atrativa e lúdica a inclusão de informações úteis e necessárias aos consumidores como:

sexta-feira, 29 de abril de 2022

MEMBROS DO COMITÊ DA ONU MANIFESTAM A FAVOR DE MORO E CONTRA O LULA

 

Lava Jato

Por
Renan Ramalho – Gazeta do Povo
Brasília

O ex-presidente e pré-candidato Luiz Inácio Lula da Silva| Foto: Ricardo Stuckert/PT

A decisão do Comitê de Direitos Humanos das Nações Unidas que considerou que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva teve seus direitos violados pela Justiça brasileira não foi unânime. Dos 17 membros do órgão que analisou supostas violações ao devido processo legal, dois rebateram de forma contundente as conclusões da maioria de que o ex-juiz Sergio Moro foi parcial na Operação Lava Jato.

A maioria do comitê considerou que quatro artigos do Pacto Internacional de Direitos Civis e Políticos foram violados no caso em questão: direito à liberdade (artigo 9); julgamento justo perante um tribunal imparcial e independente, e presunção de inocência (artigo 14); proteção da privacidade (artigo 17); e garantia dos direitos políticos (artigo 25).

No documento da decisão, divulgado nesta quinta-feira (28) pelo comitê da ONU, há um anexo que apresenta as razões pelas quais o procurador português José Manuel Santos Pais e a juíza togolesa Kobauyah Tchamdja Kpatcha, membros do comitê, divergiram da decisão final.

Eles discordaram de praticamente todas as acusações de Lula, por exemplo, a de que teria sofrido “privação de liberdade”, em 2016, quando foi submetido a uma condução coercitiva para depor numa sala do aeroporto de Congonhas. Pais e Kpatcha também não acolheram uma parte da denúncia segundo a qual a interceptação telefônica e a divulgação das conversas de Lula, naquele mesmo ano, teriam por objetivo “humilhar e intimidar”.

De modo semelhante, também rechaçaram a acusação de Lula de que Moro teria violado o sigilo entre advogado e cliente ao autorizar o grampo sobre um telefone de Roberto Teixeira, antigo amigo do ex-presidente, sogro e sócio de Cristiano Zanin, que defende o petista. Por fim, ainda divergiram, em parte, sobre a alegada parcialidade de Moro e sobre a “violação de seus direitos políticos” por Lula ter sido impedido de disputar a Presidência em 2018.

Essas, foram, em síntese, as acusações de Lula contra o Estado brasileiro perante a ONU.

O procurador José Pais e a juíza Kobauyah Kpatcha disseram, em primeiro lugar, que a denúncia sequer deveria ter sido admitida, quando foi apresentada, em julho de 2016. Isso porque, nessa época, Lula ainda era investigado e ainda havia inúmeros recursos de sua defesa que seriam julgados pela Justiça brasileira.

“Ao longo do processo penal, [Lula] continuou a utilizar todos os recursos disponíveis para a sua defesa. Estes nunca foram esgotados e se mostraram eficazes, uma vez que os acórdãos de 2021 do Supremo Tribunal Federal acolheram e abordaram os argumentos do autor”, escreveram Pais e Kpatcha, em referência aos julgamentos de março do ano passado, no STF, que anularam as condenações nos casos do triplex de Guarujá e do sítio de Atibaia, por incompetência da 13ª Vara Federal de Curitiba e suspeição de Sergio Moro.

Condução coercitiva
Em relação à condução coercitiva de Lula, o procurador português e sua colega togolesa no comitê levaram em consideração alguns fatos praticamente ignorados pelos outros 15 membros na decisão que condenou o Brasil. Nesse ponto, a defesa de Lula alegou que a medida foi abusiva porque Moro não havia o intimado previamente para depor, como exigia a lei.

Pais e Kpatcha reconheceram que o petista foi levado pela Polícia Federal e ficou “detido” por seis horas, mas também avaliaram que Lula não estaria disposto a depor.

“Apesar das alegações do autor [Lula] de que não queria obstruir a Justiça, as circunstâncias da época parecem indicar o contrário. De fato, o autor e sua esposa foram chamados para depor [no caso, pelo Ministério Público de São Paulo, que também investigava o caso do triplex] e ele impetrou um habeas corpus [na Justiça estadual] argumentando que o ato investigativo geraria grande risco de protestos e conflitos. Os protestos aconteceram de fato nos arredores do tribunal [Fórum da Barra Funda, em fevereiro de 2016]”, pontuaram.

Nesse episódio, anterior à condução coercitiva de março de 2016, Lula conseguiu cancelar um interrogatório que daria à Justiça paulista. Na época, grupos a favor e contra ele entraram em confronto na porta do tribunal, jogando objetos como ovos e frutas uns nos outros. Uma mulher acabou ferida com uma pedrada na cabeça.

Pais e Kpatcha, em seguida, fizeram menção a um plano de Lula, descoberto depois numa interceptação telefônica, para frustrar uma ordem de busca e apreensão.

“Uma ligação interceptada mostrava que o autor tinha conhecimento de busca e apreensão programada e contemplava ‘reunir alguns parlamentares para surpreendê-los’. Portanto, foram tomadas medidas para evitar riscos à integridade moral e física do autor e dos agentes de segurança”, concluíram eles sobre a condução coercitiva.

No processo, o Brasil alegou que, na época, a medida era constitucional e que só foi derrubada depois pelo STF, entre 2017 e 2018. Os dois membros do comitê vencidos consideraram que a condução não foi “arbitrária nem desproporcional”.


Interceptações telefônicas
Em relação aos grampos de Lula e Roberto Teixeira, Pais e Kpatcha disseram, inicialmente, que, se de um lado, o Estado deve reconhecer a importância de proteger a confidencialidade das comunicações, “em particular aquelas entre advogado e cliente”, “também precisam tomar medidas eficazes para a prevenção e investigação de infrações penais, em particular atos de corrupção”.

Eles registraram que a medida foi solicitada pelo Ministério Público Federal e deferidas de forma fundamentada e de acordo com a lei vigente. “Decisões judiciais posteriores inclusive estenderam e ampliaram a medida de interceptação”, anotaram.

Os dois lembraram que o número do escritório de advocacia interceptado estava em nome da LILS Palestras, Eventos e Publicações Ltda., pertencente a Lula, e que, após saber que se tratava de um telefone usado pela defesa de Lula, o Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4) proibiu o uso das gravações e mandou destruí-las.

“Não há registros de conversas gravadas de outros advogados além do Sr. Teixeira nem conversas com conteúdo relacionado ao direito de defesa. O telefone de Teixeira foi interceptado porque ele estava sendo investigado por crimes de lavagem de dinheiro e não estava listado como advogado de defesa do autor”, afirmaram.

Em relação à interceptação e divulgação da conversa entre Lula e a ex-presidente Dilma Rousseff, o procurador e a juíza disseram que foi ato “motivado e realizado para a defesa do interesse público”, lembrando que, na época, março de 2016, ela pretendia nomeá-lo como chefe da Casa Civil, numa tentativa de blindá-lo com o foro privilegiado no STF.

Suspeição de Sergio Moro
Contra a maioria que considerou Moro parcial, o procurador José Pais e a juíza Kobauyah Kpatcha destacaram que a maioria das decisões do ex-juiz na Lava Jato, 95,2%, foram mantidas em tribunais superiores. Lembraram que, no caso do tríplex, a pena inicial fixada por Moro, de nove anos de prisão, foi elevada pelo TRF-4, para 12 anos. No caso do sítio de Atibaia, a condenação veio da juíza Gabriela Hardt e a pena na segunda instância, chegou a mais 12 anos.

“Sucessivas decisões judiciais confirmaram, portanto, as condenações do autor. O Supremo Tribunal Federal declarou ainda, em abril de 2018, que não havia impedimento à prisão do autor, apesar de seu recurso ainda estar pendente. Assim, um mandado de prisão foi expedido e o autor foi preso para cumprir sua pena”, lembraram os membros divergentes do comitê.

Eles deixaram claro que, na época, a jurisprudência do STF permitia a prisão em segunda instância, entendimento firmado ainda em 2016 e que só foi derrubado pela Corte em 2019, quando Lula foi então solto. “O autor foi preso legalmente, em abril de 2018, conforme legislação e jurisprudência aplicáveis à época.”

Quanto ao julgamento dos habeas corpus no STF, em 2021, que derrubaram a competência de Curitiba e declararam a suspeição de Moro, Pais e Kpatcha observaram que, nas duas ações, “em vez de apenas analisar a questão da detenção ilegal, ambas as decisões foram muito além de seu escopo”.

“A segunda decisão [suspeição] é particularmente ilustrativa do que pode ser entendido como um acerto de contas político, referindo, nomeadamente, que o juiz Moro tornou-se ministro da Justiça um ano e meio após a primeira condenação do autor, concluindo-se, portanto, que se beneficiou diretamente dessa condenação e prisão. A decisão também deixou de mencionar que o juiz Moro renunciou ao governo, em abril de 2020, quando o diretor-geral da Polícia Federal foi afastado do cargo pelo presidente [Jair] Bolsonaro, na tentativa de dificultar investigações criminais sobre familiares do próprio presidente”, ponderaram.

Em seguida, ambos reforçaram a crítica ao STF, sugerindo que os ministros teriam julgado politicamente o habeas corpus de Lula.

“O Comitê [de Direitos Humanos da ONU] tem repetidamente referido que os juízes devem ser isentos de influência indevida do Presidente, do Legislativo ou do Executivo. No entanto, os ministros do Supremo Tribunal Federal do Estado-Parte [Brasil] são todos indicados pelo presidente da República (4 foram indicados pela presidente Dilma, 3 pelo presidente Lula e 2 pelo presidente Bolsonaro), o que pode explicar a votação dos ministros nas decisões de 2021.”

No final, eles dizem temer “o efeito desanimador que a presente decisão terá na luta contra corrupção”.

Ficha Limpa contra Lula
No último ponto de seus votos, o procurador Pais e a juíza Kpatcha se opuseram à conclusão do comitê de que Lula teria sofrido “danos irreparáveis” por ter sido retirado da disputa presidencial em 2018. A decisão foi tomada pela maioria do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), com o voto vencido do ministro Edson Fachin, relator da Lava Jato no STF – ele votou a favor de liberar a candidatura, seguindo uma recomendação do próprio comitê da ONU, na época.

O português e a togolesa defenderam a aplicação da Lei da Ficha Limpa, lembrando que ela foi fruto de iniciativa popular, aprovada com ampla maioria no Congresso em 2010, sancionada pelo próprio Lula e declarada constitucional pelo STF em 2012, muito antes da Lava Jato.

“Em nossa opinião, impedir o autor de concorrer à presidência era legal, objetivo e razoável. O autor havia sido condenado em julho de 2017 por corrupção e lavagem de dinheiro, confirmado em apelação em janeiro de 2018. Permitir que ele fosse candidato em tais circunstâncias seria incompreensível para qualquer observador razoável”, escreveram.

Nesta quinta, ao comentar a decisão da ONU, que requereu do Brasil uma reparação a Lula em seis meses – sem especificar exatamente como – o ex-presidente petista disse que “o ideal seria se pudesse tirar Bolsonaro e me colocar para presidir o país”. Logo depois, relativizou: “Mas no final de mandato eu também não quero, isso vai ficar pro povo”, disse, em referência à eleição presidencial de outubro, durante um ato de apoio da Rede Sustentabilidade à sua candidatura. No Twitter, Lula escreveu: “a decisão da ONU lavou a minha alma”.

O que diz Sergio Moro
Após a divulgação da decisão do comitê da ONU, Moro afirmou que “Lula nunca foi perseguido” pela Justiça. “O ex-presidente Lula foi condenado por nove magistrados, eu em primeira instância, três no tribunal em Porto Alegre e cinco no STJ”, afirmou Moro a jornalistas, em Campinas.

O ex-juiz também divulgou uma nota à imprensa. Leia a seguir na íntegra:

“Após conhecer o teor do relatório de um Comitê da ONU e não dos órgãos centrais das Nações Unidas, pode-se perceber que suas conclusões foram extraídas da decisão do Supremo Tribunal Federal do ano passado, da 2ª turma da Corte, que anulou as condenações do ex-Presidente Lula.

Considero a decisão do STF um grande erro judiciário e que infelizmente influenciou indevidamente o Comitê da ONU. De todo modo, nem mesmo o Comitê nega a corrupção na Petrobras ou afirma a inocência de Lula. Vale destacar que a condenação do ex-presidente Lula foi referendada por três instâncias do Judiciário e passou pelo crivo de nove magistrados.

Também é possível constatar, no relatório do Comitê da ONU, robustos votos vencidos que não deixam dúvidas de que a minha atuação foi legítima na aplicação da lei, no combate à corrupção e que não houve qualquer tipo de perseguição política.”


Leia mais em: https://www.gazetadopovo.com.br/republica/o-que-disseram-os-membros-do-comite-da-onu-que-votaram-a-favor-de-moro-e-contra-lula/
Copyright © 2022, Gazeta do Povo. Todos os direitos reservados.

LIBERALISMO E LIBERDADE POSSIBILITARAM O CRESCIMENTO DO OCIDENTE

 

Artigo
Por
Pedro Henrique Alves, especial para a Gazeta do Povo

A artista queer drag Mrs Tan se apresenta durante uma manifestação pedindo “igualdade de direitos e oportunidades para membros da comunidade LGBT” (lésbicas, gays, bissexuais, transgêneros) na Universidade das Filipinas (UP ) em Quezon City, Metro Manila, Filipinas, 29 de outubro de 2021: atraso civilizacional| Foto: EFE/EPA/ROLEX DELA PENA

Não gosto de gráficos, muito comumente são chatos e tendem a quantificar coisas que, por vezes, são inquantificáveis; a indefinição da vida humana me parece muito mais promissora que seus cálculos econométricos e curvas exatas. Mas até eu tenho que me render ao gráfico do Our World Data sobre o nível de extrema pobreza do mundo de 1820 até 2018.

Para termos uma noção de como o crescimento econômico no Ocidente foi gigantesco e arrebatador, o economista Angus Maddison calculou em seu livro The Rise and Fall of Americam Growth, que do ano 1 ao 1820 a economia mundial cresceu apenas 0,06%; Deirdre McCloskey, em Bourgeois Dignity, afirma que até o advento da Revolução Industrial, no século XVIII, quase todo mundo vivia com no máximo 3 dólares por dia. Mas algo assustador e magnífico ocorreu entre os séculos XVI e XVIII, gerando um boom de prosperidade que redesenhou as capacidades racionais, políticas e sociais, bem como as possibilidades materiais e científicas da humanidade como um todo.

Somente de 2001 a 2010, calcula Maddison, a indústria produziu – em bens e materiais – 25% de tudo o que a humanidade tinha produzido desde o primeiro ano da era cristã até o advento da indústria no século XVIII. O PIB global passou de estimados 182,74 bilhões de dólares, no ano 1 da era cristã, para 87,61 trilhões de dólares em 2019, segundo o Banco Mundial e o Human Progress. Para completar, a estimativa do Centro de Economia e Pesquisa Empresarial é que, em 2022, o PIB mundial ultrapasse 100 trilhões de dólares. Não seria necessário dizer, mas direi mesmo assim: não há absolutamente nada na história da humanidade que se compare a isso.

As ideias que germinaram no Ocidente do século XVII produziram esse impulso econômico e social que, quando olhado sob esse panorama histórico aqui desenhado, soa quase como um milagre. Mas seria muito superficial finalizar nossas impressões no caráter econômico desse crescimento, o milagre ocidental vai além da prosperidade material — ainda que eu tenda a concordar que seja ela a mais vistosa e impressionante.

Tal como Eric Voegelin dizia em O mundo da Pólis, em sua monumental coleção Ordem e História: as ideias conduzem à prática, tal como a beleza pressupõe seu arquétipo. Para entender como o Ocidente do boom de riqueza deu tão certo, é preciso compreender as ideias que possibilitaram tal empreendimento prosperar.

De que santo é o milagre?
Em O Suicídio do Ocidente, Jonah Goldberg afirma que o Ocidente moderno é de fato um “milagre” civilizacional. Goldberg defende que a origem desse milagre se encontra numa retórica de liberdade que abarcou argumentativamente o senso comum das massas no século XVI e XVII, fazendo com que a mentalidade servil desse lugar a um empreendimento de expansão cultural, a um espírito de liberdade individual que arrebatou paulatinamente a Europa toda, mudando tanto a práxis quanto as ideias comunitárias da população – especialmente da população inglesa.

Segundo a economista Deirdre McCloskey em sua outra obra, Bourgeois Equality, o discurso emplacado pelos burgueses favoreceu o advento do livre pensamento, da livre transação de bens, a defesa da propriedade e, consequentemente, de uma política democrática factível, baseada em instituições fortes não absolutistas, e não mais em castas ou monarcas abençoados. O discurso de liberdade e de desregulamentação teria gerado a modernidade.

Para o sociólogo americano Rodney Stark, em A vitória da razão, o sucesso do Ocidente já estava embrionariamente sendo preparado pelo cristianismo há séculos. Segundo o americano, a teologia cristã e os avanços filosóficos da Idade Média já tinham gestado a manta do progresso na Europa, o Iluminismo apenas organizou e propiciou o arranque potencializado de tais movimentos de progresso. Do capitalismo, da ética individualista à ciência experimental, o cristianismo seria então a chave para entender o porquê de o Ocidente ter sido o berço da prosperidade econômica e cultural.

Para finalizar as impressões de grandes pensadores contemporâneos sobre o motivo do sucesso do Ocidente, em Civilização: Ocidente x Oriente, o historiador britânico Niall Ferguson lista o que seria para ele o diferencial que fez da Europa Ocidental a potência vertical de avanço tão discrepante ante o Oriente: 1. A competição; 2. A ciência; 3. Os direitos de propriedade; 4. A medicina; 5. A sociedade de consumo; 6. A ética do trabalho. O desenvolvimento desses pontos específicos, segundo o historiador, foi o que fez o Ocidente se tornar essa potência descomunal de prosperidade.

A mentalidade do sucesso
Dos mais entusiasmados aos mais sérios e neutros, poucos podem, de fato, discordar do sucesso estrutural, intelectual, social e econômico do modelo civilizacional do Ocidente moderno. Aquilo que o Ocidente engendrou como modo de viver no século XVIII e XIX, o Oriente não foi plenamente capaz de absorver durante séculos a fio; e de todas as benesses que poderíamos aviltar como indispensáveis para tal sucesso, parece-me ser unânime a compreensão de que a recusa primeva aos modelos absolutistas e a negação da alienação das liberdades básicas do indivíduo são a chave para esse momento eureca. O sucesso econômico que tanto nos impressiona e que, como vimos antes, realmente é assombroso, não passa de um subproduto de uma mentalidade de liberdade, de uma disruptura da consciência humana que ocorreu naqueles primeiros séculos do Iluminismo. Para entender como o Ocidente se tornou grande, é preciso entender esse movimento rumo a uma ética individual.

Aquele filete de consciência que sempre fazia o peso do senso comum pender em prol da liberdade e dos valores estabelecidos, esse é um daqueles diferenciais sutis, pouco percebidos, que apareceu no Ocidente com uma força gigantesca, e não no Oriente. Ainda que o Ocidente da democracia liberal seja igualmente o Ocidente que gestou o nazismo e o fascismo, percebe-se também que, sem demora, o próprio Ocidente elaborou meios articulados para reagir a tais ideias, recolocando o tiranismo em seu lugar, criando sistemas, instituições e novas tradições que combatem, desde o embrião, ideologias como essas. Chesterton, em um de seus escritos mais negligenciados – ainda que dos mais brilhantes –, A Barbaria em Berlim, dizia que a Civilização e sua realidade sempre eram sustentadas por uma fina corda de sensatez e princípios que se estendia da montanha do passado à montanha do futuro. O gordo inglês captou assim o Espírito do Ocidente: a chave do “milagre” ocidental se trata de uma fina, sutil e frágil consciência de liberdade, advinda das experiências humanas antigas, estendendo-se até os vislumbres sociais dos filósofos modernos; essa corda – que também podemos identificar como “mentalidade ocidental” – foi quem nutriu e lubrificou o pragmatismo político e as ideias disruptivas dos ingleses do século XVII, o empreendedorismo capitalista do século XVIII e a democracia liberal moderna.

O sucesso do Ocidente, então, é fruto de uma fugidia e quase abstrata “mentalidade comum” que foi parida pela constante tirania absolutista dos séculos passados; em termos mais diretos, tal mentalidade corresponde ao despertar da consciência individual dos homens que recusa, de forma primeva, a tirania social e promove a ideia de liberdade em todos os campos de interação humana. Podemos ver isso de forma mais evidente na Revolução Gloriosa e na Revolução Americana e, em certos aspectos, apesar das muitas críticas a serem feitas, na Revolução Francesa.

A mentalidade do retrocesso
Segundo o Centro de Pesquisa Econômica e de Negócios, a economia chinesa deve assumir o protagonismo mundial ainda em 2028, ou seja, cinco anos antes do que era previsto pelos mais otimistas analistas pró-China. A crise da COVID-19 acabou potencializando o crescimento do país asiático, principalmente porque os EUA não tinha fôlego – como outrora – para suportar a crise sanitária que se abateu no mundo. Com a expectativa de crescimento de 5,7% de 2021 a 2025, a economia do país vermelho é um verdadeiro estrondo ante o estafado e ideologizado capitalismo Ocidental.

Independentemente de onde começa o crescimento e o desgaste do Ocidente, se é da mentalidade social ou da economia, – como sustentam alguns liberais –, é cada vez mais óbvio o enfraquecimento dos ideais que fizeram aquele gráfico incrível, dos princípios que gestaram as democracias liberais. Parece que aquele sopro de liberdade, que pudemos sentir de maneira mais intensa desde a Revolução Gloriosa, está cada vez mais rarefeito, doente; aquele frescor do arejamento intelectual e cultural do pós-Renascimento se encontra cada dia mais estafante, abafado. Helen Pluckrose e James Lindsay afirmam em Teorias Cínicas que: “Eles [os progressistas] também rejeitaram a crença de que o Ocidente experimentou um progresso significativo devido ao Iluminismo, e continuará a experimentar se preservar esses valores”. Passamos a acreditar nisso também, que o Ocidente não foi tão próspero como pintaram, que suas benesses econômicas e políticas não eram tão boas quanto nos fizeram crer, que há mais vergonhas do que glórias, que há mais demônios do que anjos no canto de cá; preservar os valores do Ocidente já não é a nossa prioridade, pois não sabemos mais se o Ocidente moderno de fato é algo bom a ser guardado.

O advento de ideologias cada dia mais intransigentes, o enfraquecimento dos princípios capitalistas e a retórica política cada dia mais centralizadora não deixam dúvidas sobre isto: estamos vivendo um momento autoritário em seu sentido mais profundo. Parece ser um tanto cíclico na história ocidental momentos em que passamos por uma espécie de desilusão ante os valores do Ocidente. Aí, então, aquelas ideias pré-assadas, fáceis de abarcar e proliferar sob trajes de altruísmo e abnegação humanitária começam a ganhar popularidade; entretanto, como são ideias profundamente irreais, falsas, elas acabam se apegando à força impositiva para prosperarem.

As doenças do Ocidente
Segundo os estudiosos do pós-modernismo Helen Pluckrose e James Lindsay, em Teorias Cínicas:

Portanto podemos pensar no pós-modernismo como uma espécie de vírus de rápida evolução. […] Ele sofreu uma mutação em torno do cerne da Teoria, formando diversas nova linhagens, narrativas. Elas estão concentradas em um objetivo prático que estava ausente antes: reconstruir a sociedade à imagem de uma ideologia que passou a se referir a si mesma como “Justiça Social”

O Ocidente passou, em algum momento, a engolir retrocessos civilizacionais como sendo avanços sociais. Isso não é novidade, tais doenças do Espírito – como chamou Hegel – são recorrentes na história da humanidade, a diferença é que, nos dias atuais, esse vírus encontrou estadia, conforto e defesa entre os poderosos, os humildes, os acadêmicos e a opinião pública; aqueles anticorpos naturais que, ainda que débeis, sempre combateram os males ideológicos, começaram a lutar do lado da doença. O atual progressismo – filho bastardo do marxismo frankfurtiano –, além de desacreditar as virtudes ocidentais, plantou em nosso meio ideias que passaram a falsear a própria realidade; e, quando andamos e atuamos com um óculos de realidade virtual fincado em nossos olhos, podemos socar nossas mães, matar nossos parentes, acreditando estar matando monstros e extirpando males da humanidade.

O progressismo identitarista e o marxismo frankfurtiano relutante não estão atacando o Ocidente da forma como muitos conservadores afirmam. Não se trata de uma investida externa, mas sim de um suicídio conduzido; o que há no Ocidente, hoje, é a implosão dramática de todos os princípios que o fizeram prosperar como nenhuma outra Civilização em nenhuma outra Era.

Uma das formas mais eficientes de ser um reacionário caracteriza-se pela venda de ideias toscas como progresso social. Isso é o que faz a Teoria de Gênero, por exemplo. Sobre isso diz Jonah Goldberg, em O suicídio do Ocidente:

“Afirmo que todas as rebeliões contra a ordem liberal do Milagre são de natureza fundamentalmente romântica e reacionária. Elas buscam alguma concepção moderna e futurística da organização social. Em vez disso, retornam a alguma forma de solidariedade tribal na qual estamos todos unidos. O romantismo é a voz comum a qual nosso homem primitivo interior grita: “Tem de haver uma maneira melhor”.”

Ideias que exigem a morte ou a supressão da empiricidade da biologia, que tentam na bicuda nocautear o bom senso planetário, que buscam normatizar conclusões ideológicas absurdas, que pedem o sacrifício da obviedade, o suicídio da razão mais elementar… O pós-modernismo e seus construtos da Teoria de Gênero, Teoria Racial, as teses da Justiça Social, etc., todas essas pseudoideias poderiam ser compiladas no montante de “atrasos civilizacionais”, um pote de excentricidades filosóficas que, se seriamente colocadas em prática, significariam um retrocesso humano em seu caráter mais sublime.

O momento autoritário
O Ocidente que outrora se orgulhava de sua racionalidade vigorosa, de seus sistemas de aferição e métodos científicos; que criou instituições políticas e normas jurídicas que praticamente impossibilitaram novas eras de absolutismo; que extirpou o escravagismo e libertou as mulheres dos grilhões tradicionalistas, tornou-se, em poucas décadas, o Ocidente que coloca homens biológicos para socarem mulheres em octógonos chamando isso de “inclusão”; estamos criando tribunais raciais nas universidades a fim de identificar o grau de “negrice” das pessoas que reivindicam cotas, chamamos isso de “justiça social” e “correção histórica” para minorar o fedor de racismo autorizado. Recentemente, em Nova Jersey, detentas engravidaram de transgêneros – homens biológicos, obviamente – em uma prisão exclusiva para mulheres daquele estado; é a biologia frustrando o discurso, é a retórica cedendo à obviedade, é o retrocesso cuspindo seus resultados nos hologramas sociais dos acadêmicos, mas não importa, os fatos não importam mais para os ocidentais.

Os ideólogos de nossos dias estão pedindo que matemos a nossa racionalidade em troca de um mundo de faz de conta fabricado em universidades e promovida por empresas engajadas; novamente propagandeiam que o Estado pode gerir uma sociedade justa e fofa se todos, abnegadamente, aceitarem ser tolhidos em suas liberdades fundamentais. E por algum motivo bizarro, parece que muitos realmente acreditam que alienar suas consciências é uma proposta melhor do que continuar pensando de forma livre.

“O livre-pensador afasta o que lhe parece falso, mas guarda o que lhe parece verdadeiro, muito longe de ser um cético, sustenta-se pela força eficaz da razão, que funde a verdade e a justiça”, dizia o historiador Paul Hazard em seu maravilhoso livro A crise da consciência europeia: 1680-1715, comentando o papel do livre pensador no século XVII e XVIII na Europa. O Ocidente contemporâneo, por sua vez, está numa cruzada ferrenha contra os livres pensadores, há uma guerra total contra aqueles que não aceitam os dogmas das seitas ideológicas de nossos dias. Livre pensadores esses que não são exatamente filósofos, historiadores e críticos profissionais, mas sim todos aqueles que se dedicam a compreender a realidade livremente e não se enlaçam em clausuras ideológicas; Chesterton, inclusive, chamaria esses de “Homens Comuns”, pessoas que, no livre exercício de viver, recusam propostas fantásticas de utopistas ociosos.

Aquela corda estendida que Chesterton fez memória está cada dia mais rala, está a ponto de ceder. Temo que não acreditemos mais que a liberdade seja o fator mais necessário na interação social; e, por isso, estamos realmente prontos para ceder, sem lutar, a cada exigência de controle estatal, a cada pressão empresarial dos “wokes”.

Ben Shapiro, em O Momento autoritário, alerta-nos para essa guinada estúpida do Ocidente. Estamos caindo na velha sedução de controlar o incontrolável, de massificação das vontades alheias, da padronização artificial do destino do homem. Segundo o crítico americano, a única solução e resistir de forma ordenada e heroica.

A resistência
O problema principal está no campo das ideias, e, como Mises disse em As seis lições: “somente ideias [corretas] podem iluminar a escuridão”. É um problema econômico sim, é claro, mas o é à medida que passamos a desacreditar das ideias de livre mercado; é um problema político, é claro que sim, mas sua origem está no descrédito dos princípios básicos do liberalismo. Não tenho dúvidas de que o fracasso do Ocidente começa pelo enfraquecimento dos valores que o fizeram próspero; quando os indivíduos começam a pensar que o controle, que as ilusões e propostas fantásticas de ideólogos são mais importantes que a sua própria liberdade. Fica então evidente que se trata de uma doença do Espírito.

Só existe uma forma de reverter esse processo de mutilação dos valores ocidentais: conhecendo e praticando os princípios de liberdade que fundaram o Ocidente, na mesma medida que negamos categoricamente as investidas das pautas autoritárias. Parece óbvio demais, mas o óbvio também pode ser a solução. James II só compreendeu o quão sério era a revolta popular em seu reino quando, além dos intelectuais e homens públicos, o Homem Comum começou a dizer não às suas vontades e posturas. Não se trata de instigar revoluções, não acredito que esse seja o caminho; trata-se antes da recusa esclarecida e heroica, do contraponto argumentado e da exposição pública dos erros do progressismo. Restaurar a mentalidade de liberdade é um processo que levará décadas, talvez séculos; o que nos resta agora é a resistência aos avanços do novo absolutismo cultural e político do identitarismo. Tem solução sim, a solução é, simplesmente, não ceder!


Leia mais em: https://www.gazetadopovo.com.br/ideias/como-o-ocidente-se-apaixonou-pelo-fracasso-e-como-salva-lo-de-si-mesmo/
Copyright © 2022, Gazeta do Povo. Todos os direitos reservados.

ENCHENTE SEM PRECEDENTES NO RIO GRANDE DO SUL DESDE O ANO DE 1941

  Brasil e Mundo ...