sábado, 2 de abril de 2022

ARMAS BIOLÓGICAS MORTÍFERAS

 

Guerra propagandística
Por
Daniel Sender, especial para a Gazeta do Povo

EPA9034. MOSCÚ (RUSIA), 04/05/2018.- El portavoz del Ministerio de Defensa ruso, Ígor Konáshenkov, ofrece una rueda de prensa para informar sobre la lucha contra el terrorismo en Siria, en el Centro de Defensa Nacional de Moscú, Rusia, el 4 de mayo del 2018. EFE/Maxim Shipenkov

O major-general Igor Konashenkov disse que patógenos de doenças mortais teriam sido destruídos com urgência em laboratórios ucranianos no dia da invasão russa| Foto: EFE/Maxim Shipenkov

Em um vídeo recentemente liberado pelo Serviço de Segurança da Ucrânia (SBU), um soldado russo recém-capturado obtém a permissão de telefonar para sua mãe e informar que foi preso, mas está vivo.

Durante o diálogo, os dois entram em uma discussão. O filho diz para a mãe que o que ele presenciou é uma “verdadeira guerra”, e ela discorda dizendo que não há guerra alguma, e sim uma operação militar especial.

A situação escala ao ponto em que ela diz para seu filho, um prisioneiro de guerra, que tudo isso aconteceu em resposta a um ataque anterior, feito pelo Ocidente, que utilizou a Ucrânia para desenvolver o novo coronavírus e enviar ondas migratórias de pássaros infectados para dizimar a população russa.

O diálogo entre mãe e filho revela uma das facetas da guerra propagandística que envolve a invasão da Ucrânia pela Rússia, uma vez que a questão das armas biológicas tornou-se uma das justificativas para o conflito.

De fato, nos últimos anos a Rússia repetiu inúmeras vezes a acusação de que vários laboratórios ucranianos estariam desenvolvendo armas biológicas como a peste negra ou o antraz, porém, com a invasão do país, pela primeira vez foram fornecidos documentos que supostamente comprovariam tais pesquisas.

O que verdadeiramente dizem os documentos apresentados pelo Kremlin?
No dia 6 de março, o Ministério da Defesa da Federação Russa publicou documentos supostamente provando que armas biológicas estariam sendo desenvolvidas na Ucrânia.

O representante oficial do departamento, major-general Igor Konashenkov, disse que em 24 de fevereiro os patógenos de peste negra, antraz, tularemia, cólera e outras doenças mortais teriam sido destruídos com urgência nos laboratórios de Poltava e Kharkiv. O microbiólogo russo Yevgeni Levitin, PhD em biologia molecular, classifica as alegações do Kremlin como “uma mentira absolutamente descarada e incompetente”.

De acordo com o pesquisador, os documentos capturados pela Rússia e apresentados ao público através da agência estatal RIA Novosti expõem as diretrizes de segurança em laboratórios microbiológicos com pesquisas consideradas de baixo risco, contendo instruções do Ministério da Saúde da Ucrânia para que os patógenos potencialmente perigosos fossem destruídos no dia 24 de fevereiro, a fim de evitar sua disseminação devido à guerra.

Além disso, os documentos contêm a lista das cepas destruídas nestes dois laboratórios. “Patógenos causadores da peste negra, antraz, tularemia, cólera – absolutamente nada disto se encontra nos documentos publicados”, diz Levitin. “O cálculo é simples: as pessoas não entendem ucraniano e nem latim e, por isso, não conhecem o nome dos patógenos.”

O cientista acrescenta que, segundo os próprios documentos vazados, de todas as cepas pesquisadas nestes laboratórios, apenas uma é classificada internacionalmente como sendo de “média periculosidade”, o Corynebacterium diphtheriae.

“É um patógeno potencialmente perigoso, mas completamente inviável para a utilização enquanto agente causador da difteria. Para contrair tal doença, seria necessário engolir uma colher inteira desta cultura e somente então uma pessoa poderia ficar doente”, explica o microbiólogo, acrescentando que atualmente toda a população europeia encontra-se vacinada contra a difteria através da vacina tríplice bacteriana (DTP).

Outras cepas apresentadas pelo governo russo como armas biológicas incluem bactérias comuns à microflora do trato respiratório e da pele, além de doenças oportunistas, que podem prejudicar a saúde humana em condições de deficiência imunológica.

“Uma destas cepas, o Bacillus licheniformis, é uma bactéria com a qual se lida todos os dias. Encontra-se ela em qualquer lugar, inclusive no prato de borsch que foi comido no dia anterior”, ironiza o cientista, citando o prato típico da culinária russa e ucraniana à base de beterraba e repolho.

“O que há nessas culturas? Absolutamente nada. Elas são o campo comum de pesquisa para a microbiologia e a epidemiologia em qualquer lugar do mundo. Não há cepa nenhuma neste grupo que seja especialmente patogênica”, conclui Levitin.

A segunda rodada de documentos liberados pelo Kremlin

Três dias após o primeiro vazamento de documentos, o governo russo liberou novas informações, desta vez sobre os laboratórios localizados nas cidades de Lviv e Yavor, que também destruíram suas pesquisas em caráter de emergência.

Nestes arquivos, vê-se um apanhado de materiais das mais diversas origens, desde convites para workshops e instruções acerca da biossegurança, até listas de patógenos recebidos pela Ucrânia da própria Rússia.

Porém, ao contrário das pesquisas nos dois primeiros laboratórios, nestes havia patógenos altamente perigosos, como o do antraz e da peste negra em sua variante “vacinal”. “As cepas classificadas deste modo são selecionadas para terem baixa carga viral e patogenicidade, pois são destinadas ao estudo e à preparação de vacinas”, afirma o microbiólogo russo.

Ele acrescenta ainda que a presença de cepas de alto grau de periculosidade é a norma em qualquer instituto epidemiológico ou laboratório de análises clínicas pelo mundo. “Quando alguém faz um exame de hissopado na garganta, o especialista que coleta a amostra precisa compará-la com algo para ver que doença está se desenvolvendo no paciente”, aponta ele.

Outro dado importante que corrobora a visão do pesquisador russo sobre o caráter das pesquisas na Ucrânia é que a própria lista de cepas virais estudadas pelo laboratório de Lviv está disponível ao público em sua página, onde também se indica que foram realizados inúmeros estudos envolvendo amostras de cada patógeno; de acordo com o instituto, no total foram colhidas 18 amostras em busca de vestígios de antraz no solo da região.

“Isso não apenas desbanca a ideia do ‘desenvolvimento de armas biológicas’, mas até mesmo o acúmulo de material perigoso em laboratório”, conclui o cientista, afirmando ainda que na própria Rússia existem centenas de laboratórios com permissão oficial para trabalhar com este e outros patógenos altamente perigosos e em quantidades muito maiores.

O efeito propaganda
Em resposta às alegações do Ministério da Defesa da Rússia, a Comunidade dos Graduados da Faculdade de Biologia da Universidade Estatal de Moscou circulou uma carta aberta encabeçada pelo microbiólogo russo-americano Eugene Koonin, um dos mais reconhecidos biólogos do mundo, e divulgada na Rússia por Yevgeni Levitin, destinada aos principais meios de comunicação da Rússia, expondo as incongruências das alegações feitas pelos órgãos oficiais do Estado.

Segundo Levitin, as informações divulgadas pelo governo russo não são levadas a sério pelos seus pares na comunidade acadêmica e científica de seu próprio país, porém muitos têm medo de falar abertamente sobre o assunto.

“É por isto que decidi subscrever a esta carta, que representa simplesmente o senso comum da comunidade acadêmica de que tais alegações são simplesmente fraudulentas e desprovidas de qualquer seriedade”, justifica.

Muitos meios independentes veicularam o protesto, porém a mídia oficial ignorou completamente a carta, apesar de haver editado algumas alegações do texto original sobre os laboratórios na Ucrânia “para tornar menos óbvia a discrepância entre as alegações e a documentação apresentada”, pontua o microbiólogo.

De acordo com ele, não há preocupação por parte do Estado russo de que os dados sejam verossímeis a pesquisadores russos e seus pares ao redor do mundo. “A acusação da criação de armas biológicas é urgentemente necessária, e para este momento em específico; não para daqui a seis meses e não para a comunidade internacional. Esta acusação é projetada para ter um efeito imediato sobre a sociedade russa”, destaca.

O microbiólogo afirma ainda que a carta foi lida por muitos cientistas renomados dentro da Rússia, que avaliam do mesmo modo as alegações do Kremlin e privadamente apoiam o protesto; porém, ante a proposta de participarem da divulgação aberta de tal informação, Levitin diz que a resposta mais comum foi: “E vale a pena? Se uma mentira tão óbvia quanto esta continuar a ser levada a sério, eles podem até pensar que haja realmente algo lá… mas isto não passa de um evidente absurdo”.


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INQUÉRITO DAS FAKE NEWS LEVA ALEXANDRE DE MORAIS AO SENADO

 


Parlamentares reúnem assinaturas para votar convite a Alexandre de Moraes para debate no Senado
Por
Gazeta do Povo

O Supremo Tribunal Federal realiza sessão solene de abertura do Ano Judiciário de 2019. Na foto, oministro Alexandre de Moraes.

| Foto: José Cruz/Agência Brasil

O senador Eduardo Girão (Podemos-CE) informou nesta sexta-feira (1.º) que já foram reunidas 29 assinaturas para levar ao plenário da Casa Legislativa a votação do requerimento sobre um convite ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), para participar de um debate no Senado em relação aos chamados inquéritos das fake news e dos atos antidemocráticos. O número mínimo necessário para que o Requerimento n. 242/2022 seja levado ao plenário do Senado é de 27 assinaturas.

De acordo com informações contidas no requerimento, os parlamentares almejam que Moraes participe de uma Sessão de Debates para que esclareça “questões atinentes aos inquéritos nº 4.828 e nº 4781, que investigam respectivamente a promoção de atos antidemocráticos e o uso de fake news para atacar membros do Judiciário, ambos da relatoria do Eminente convidado”.

Mas, para que o requerimento seja votado no plenário, ele terá de ser colocado na pauta pelo presidente da Casa, Rodrigo Pacheco (PSD-MG). A expectativa de Girão é de que a deliberação ocorra já na próxima terça-feira (5), mas a decisão cabe a Pacheco. A votação será simbólica.

“Deve-se reconhecer como inadmissível a atitude de pessoas que pregam o fechamento do STF, do Congresso Nacional, a ameaça aos seus membros, e de outras instituições que dão suporte à democracia. As manifestações promovidas pelo País com esta agenda irresponsável e antidemocrática devem merecer o repúdio das pessoas de bem que aspiram um país melhor. Porém, as sanções devem seguir o rito regular do ordenamento jurídico vigente, respeitando as competências dos órgãos segundo os desígnios constitucionais.

Nessa toada, a instauração do inquérito nº 4781 aberto de ofício por decisão do Ministro Dias Toffoli, foi uma clara violação dos mais básicos ditames que regem o devido Processo Legal no âmbito do seu regular sistema acusatório. Na prática, a mais alta Corte de Justiça passou a ser a “vítima, o investigador e o juiz” no caso, já que vai decidir sobre fake news, ataques e ofensas a ele próprio. Nesse festival de irregularidades, que não coadunam com o Direito Positivo e com o próprio Estado democrático de Direito pátrio, cabe ao Ministério Público a iniciativa exclusiva para promover a ação penal pública na forma da lei, porém tal órgão acusatório foi, na prática, impedido de exercer seu múnus público”, afirmam os senadores no requerimento.

“O brasileiro está muito indignado com tudo o que está acontecendo. O Senado é onde se pode, de alguma forma, cumprir a Constituição quando há excessos”, afirmou o senador Eduardo Girão à Gazeta do Povo.

Se o requerimento for aprovado, o ministro Alexandre de Moraes poderá aceitar o convite dos senadores e comparecer à Sessão de Debates; poderá aceitar e enviar um representante – um técnico do STF, por exemplo; ou ainda tem a opção de não comparecer ao Senado.


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IMIGRAÇÃO PARA USA

 

Por
Flavio Quintela – Gazeta do Povo

“Dai-me os seus cansados, os seus pobres, / As suas massas encurraladas ansiosas por respirar liberdade”, diz poema inscrito na Estátua da Liberdade.| Foto: Pixource/Pixabay

Com tudo o que vem acontecendo no Brasil, e com a recente baixa do dólar, muita gente ressuscitou os planos de emigrar para os Estados Unidos. Pensando nessas pessoas, eu estive com a advogada Andrea Bowers, do escritório Andrade Law Firm, em Orlando, especializado em processos imigratórios de todos os tipos. Agradeço a gentileza e a disponibilidade não só dela, mas de toda a equipe. Nossa conversa traz muita informação boa para quem tem se perguntado se não é hora de fazer as malas e rumar para o aeroporto.

Quando e por que o visto EB-2 passou a ser uma das principais opções dos brasileiros que buscam imigrar para os EUA?

O visto EB2-NIW é um visto analisado por dois setores: qualificações acadêmicas da pessoa (ou ela tem doutorado ou mestrado, ou um bacharelado e mais cinco anos de experiência na área) ou ela possui habilidades especiais, configuradas pelo preenchimento de três entre sete requisitos da lei que regulamenta esse visto. Isso é o que faz a pessoa se tornar elegível para pedir o EB2-NIW. Mas a grande vantagem desse visto é a pessoa conseguir um visto de trabalho que leva ao Green Card sem precisar de uma oferta formal de emprego. Tem sido cada vez mais difícil conseguir um empregador disposto a patrocinar um pedido de visto imigratório, e o EB2-NIW evita essa rota.

Esse visto tem se tornado comum no Brasil pelo fato de haver muitas pessoas bem qualificadas no país e ao mesmo tempo extremamente insatisfeitas com a situação da nação. Assim, pessoas com carreiras consolidadas ou credenciais acadêmicas relevantes têm como programar seu processo de imigração sem precisar de um sponsor.

O EB2-NIW ganhou ainda mais popularidade no fim de 2016, com a jurisprudência criada por uma decisão judicial conhecida como Matter of Dhasanar. Essa decisão estabeleceu que um indivíduo que seja elegível ao EB2 será também elegível a um National Interest Waiver (NIW), que pode ser traduzido como “Exceção de Interesse Nacional”: é a provisão mencionada acima e que livra o indivíduo da necessidade de um sponsor desde que ele prove, com evidências, que seu plano profissional tem mérito substancial e importância nacional, que está bem posicionado profissionalmente para cumprir esse plano, e que sua vinda não impactará negativamente o mercado de trabalho. O Matter of Dhasanar estabelece critérios mais objetivos para aferir se a proposta profissional do aplicante se encaixa ou não nesses requisitos. Ele estabelece, por assim dizer, um tripé sobre o qual se dará a aprovação do caso, com exemplos elucidativos. Por exemplo, ele diz que um empreendimento local pode ter importância nacional, que importância nacional não implica necessariamente em importância econômica etc.

“Tem sido cada vez mais difícil conseguir um empregador disposto a patrocinar um pedido de visto imigratório, e o EB2-NIW evita essa rota.”

Andrea Bowers, advogada especializada em processos de imigração e obtenção de visto norte-americano.
Há tantos brasileiros pedindo o EB2-NIW que em algum momento a imigração vai acordar e fazer algo para dificultar esse processo. Isso é verdade ou não passa de lenda?

Eu acredito que não haja discriminação de nacionalidade no processamento dos pedidos. O que nós já notamos é uma diferença no nível de exigência dos agentes dependendo de quem é o advogado ou a firma que está cuidando do processo. Por isso, é muito importante que a pessoa que deseja contratar um advogado de imigração investigue a reputação do advogado ou escritório, verificando se o profissional é realmente licenciado para trabalhar. Tem de perguntar o número do BAR e o estado em que o profissional é licenciado, e com isso é possível ver se há muitas reclamações contra ele.

Houve mudança significativa de política de imigração do governo Trump para o governo Biden?

A política interna determina muita coisa dentro da imigração. O que a gente vê é que nesta administração me parece que estão sendo bem mais minuciosos na apreciação de qualquer tipo de pedido. Da minha perspectiva – não estou lá dentro e não sei o que está sendo implementado em termos de regulamento interno –, na época do Trump havia uma flagrante intenção de eliminar alguns tipos de processos, como o do asilo e de Green Card por família, e havia alguns erros crassos e abusos gritantes nas análises dos processos. Nesta administração, parece haver uma intenção política no sentido de criar mais processos para a obtenção de mais Green Cards, parece haver uma intenção política de acelerar a análise de alguns processos, mas ao mesmo tempo temos visto uma análise mais minuciosa dos casos.

Por exemplo, no processo de casamento, quando o indivíduo está aqui e trabalhou sem autorização, isso é perdoado pela lei pois se está casando com um cidadão americano. Na administração anterior e até mesmo na época do Obama, a pessoa colocava no formulário que havia trabalhado sem autorização e violado os termos do seu visto, e na entrevista esse tópico nem sequer era trazido à tona – as perguntas eram todas para comprovar que o casamento era verdadeiro, e não algo arranjado apenas para dar o visto. Nesta administração, eles começaram a perguntar ao indivíduo quando ele ou ela começou a trabalhar sem autorização. Aí, se a pessoa diz que começou a trabalhar logo que chegou aqui com um visto de turista, configura-se um outro tipo de violação, que é o falso testemunho ao agente de fronteira, lá no aeroporto, que pergunta o motivo da viagem antes de conceder a entrada. Essa violação não é perdoada e pode inviabilizar o processo de visto de casamento.

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Eu já ouvi muita gente dizendo que o agente de imigração que analisa o seu caso é alguém com formação básica de segundo grau, e que pode negar seu visto se tiver acordado com o pé esquerdo, ou de mau humor por ter brigado com o cônjuge na noite anterior. Há alguma verdade nisso?

Os processos de imigração têm um teor altíssimo de subjetividade, que vem do agente que está analisando o caso. Dependendo do processo, há graus maiores e menores de subjetividade. A decisão final, porém, não pode ser arbitrária e nem por capricho, ou seja, precisa ter uma fundamentação e informar de onde veio o critério de avaliação que gerou a resposta negativa. O que varia muito é quão duro o agente é na análise do caso e nas perguntas feitas durante as entrevistas. Quando a abordagem é mais rigorosa, o agente costuma fazer perguntas com o propósito de levantar fatos até então ocultados e que podem gerar a negação do visto.

Temos sempre de lembrar que, por sermos imigrantes, sentimos que temos o direito de receber um determinado visto se fizemos o processo da maneira correta e verdadeira. Na verdade, o visto é um privilégio, uma discricionariedade dos Estados Unidos para com o aplicante. Alguns poucos vistos têm um critério extremamente objetivo, mas a maioria depende da intenção do agente de ir mais fundo ou não na investigação do caso. Assim, por exemplo, se em um caso de EB2-NIW o agente descobrir que o aplicante possuía uma empresa aberta no país antes mesmo de se inscrever para o visto, ele pode tanto ignorar esse fato e fazer a aprovação como questionar o aplicante a respeito, para saber se a empresa tinha funcionários, se tinha outros sócios, se gerava receita, se tinha lucro, tudo com o intuito de descobrir se o aplicante usava a empresa como fachada para trabalhar sem autorização. A função dos agentes é separar quem está falando a verdade de quem está mentindo.

“Sentimos que temos o direito de receber um determinado visto se fizemos o processo da maneira correta e verdadeira. Na verdade, o visto é um privilégio, uma discricionariedade dos Estados Unidos para com o aplicante.”

Andrea Bowers, advogada

A pessoa precisa ter curso superior para conseguir um visto EB2-NIW? Isso é condição sine qua non?

Não precisa. O EB2-NIW tem a parte de habilidades especiais, que possui sete requisitos, dos quais o aplicante deve preencher três, e ao mesmo tempo mostrar que preencheu os três acima da média de seus pares. Esse requisito de preencher acima da média foi uma mudança recente no manual do EB2-NIW, e ainda não sabemos o que eles estão esperando com isso.

Os sete requisitos são: se a pessoa tem alguma formação acadêmica ou certificado na área da habilidade informada; se tem mais de dez anos de experiência em tempo integral nessa área; se tem licença para praticar a profissão; se participa de alguma organização profissional; se tem como comprovar que fez diferença notável em seu mercado de trabalho, algo que é geralmente satisfeito com as cartas de recomendação; se teve salário acima da média de seus pares; e se fez alguma coisa fora do comum em sua área, algo que ajude a demonstrar que é um profissional de destaque. Portanto, alguém que preencha três desses requisitos não precisa necessariamente ter um bacharelado.

A confusão mais comum que as pessoas fazem é pensar que você precisa ter uma formação acadêmica e mais três dos requisitos acima. Na verdade, se alguém possui um bacharelado e mais cinco anos de experiência em tempo integral, ou mestrado ou doutorado em sua área de atuação, basta que seu plano profissional contemple aqueles três requisitos dos quais falamos anteriormente para que o EB2-NIW seja concedido na parte de formação acadêmica. Alternativamente, a pessoa pode satisfazer três dos sete requisitos de habilidades especiais, caso em que também precisa que o plano profissional atenda ao tripé de requisitos.

Uma informação importante: a pós-graduação válida para a comprovação acadêmica não é lato sensu, que compreende grande parte dos MBAs de aplicação profissional e terminam com um trabalho de conclusão de curso, e sim stricto sensu, que dá os títulos de mestre e doutor e terminam sempre com uma defesa de dissertação (no mestrado) ou tese (no doutorado). A última versão do manual de EB2-NIW também privilegia as carreiras de “Stem” – Science, Technology, Engineering and Mathematics (“Ciência, Tecnologia, Engenharia e Matemática”) –, que são consideradas de grande importância nacional.

“Alguns poucos vistos têm um critério extremamente objetivo, mas a maioria depende da intenção do agente de ir mais fundo ou não na investigação do caso. A função dos agentes é separar quem está falando a verdade de quem está mentindo.”

Andrea Bowers, advogada
Pensando na pessoa que está no Brasil, lendo esta entrevista, qual é o primeiro passo a tomar para saber se ela tem a possibilidade de tentar um desses vistos de imigração?

Consultar um advogado de imigração. Eu gosto quando os clientes chegam e já estudaram sobre o assunto. É importante pesquisar e ver outras fontes, para ter ideia do que está sendo dito. Quando entrar em contato com o advogado, precisa perguntar o número do BAR e verificar se há reclamações ou processos contra ele. Se não conhecer nenhum advogado e nem tiver uma indicação, é melhor fazer um investimento e conversar com três profissionais diferentes do que confiar logo no primeiro. A segurança do advogado, a forma da comunicação, tudo vai ajudá-lo a decidir. Se você tem uma indicação, é claro que é melhor.

Quando estiver com o advogado na consulta, o que você precisa avaliar? A pessoa tem de sentir confiança de que o advogado possui conhecimento técnico suficiente para fazer o processo. Outra coisa é entender como funciona o processo do escritório, já que os escritórios de advocacia dos Estados Unidos são bem diferentes dos brasileiros. Aqui você não tem o WhatsApp do seu advogado. Eu fui imigrante aqui, eu sei bem o que é isso. Mandava e-mail para o meu advogado e recebia uma resposta 15 dias depois. E só estive com ele duas vezes, na consulta inicial e na preparação para a entrevista. Funcionou, porque eu me valia do pessoal da recepção para me manter informada e para passar recados. Agora, se a pessoa precisa ter um contato mais próximo, se não consegue levar um processo com esse distanciamento, ela deve perguntar logo de cara como funciona o escritório. Aqui em nossa firma, se a pessoa deixa recado e tenta falar com a gente, ou eu ou a Marisol (sócia fundadora do escritório) pedimos para que seja marcada uma ligação de 15 minutos em nossas agendas. O processo de imigração pode levar anos, e é importante que o aplicante tenha algum conforto nesse tempo, pois o cliente tem dúvidas, quer saber que haverá alguém para falar quando bater a angústia da falta de resposta.
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REFORMA TRIBUTÁRIA TEM PROBLEMAS NO SENADO E NA CÂMARA FEDERAL

 

  1. Economia 

Ex-secretário da Receita, Marcos Cintra criou grupo nos bastidores para se movimentar contra a aprovação e diz que guerra entre indústria e serviços que tem marcado o debate vai atrasar o País por décadas; setor defende um pacto federativo

Adriana Fernandes*, O Estado de S.Paulo

02 de abril de 2022 | 04h00

Após tantas idas e vindas, chegou a hora da verdade para a reforma tributária. Com votação prevista para a próxima semana na CCJ, no esforço concentrado do Senado, vai para o tudo ou nada depois de adiamentos recentes.

PEC 110, relatada pelo senador do PTB do Maranhão Roberto Rocha, ganhou prioridade com aval do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, que ainda busca um carimbo positivo para a sua administração, marcada até agora muito mais por engavetar os projetos ruins que saíram da Câmara, como o do Imposto de Renda e o avanço do orçamento secreto.

Senado
Defensores da PEC sabem que, se a reforma passar no Senado, estaciona na Câmara Foto: André Dusek/Estadão

Na CCJ, as negociações avançaram com concessões feitas no parecer. Mas, nas últimas semanas, com a proximidade da votação, o setor de serviços vem trabalhando nos bastidores para impedir a votação, com o argumento de que é preciso um pacto federativo.

Eles reclamam que Rocha não os ouve. Ex-secretário da ReceitaMarcos Cintra criou grupo para se movimentar contra a aprovação da PEC e diz que a guerra entre indústria e serviços que tem marcado o debate vai atrasar o Brasil por décadas.

Já os defensores da PEC 110 dizem o contrário e alegam que as lideranças do setor de serviços não querem reforma nenhuma para o Brasil crescer porque seguem apostando no Simplifica Já (proposta de padronização de normas tributárias). Que não é reforma.

O script desse roteiro é o mesmo, mas os patrocinadores da PEC acham que, com as concessões feitas, foi possível afastar muitas resistências.

Foram fechados vários apoios importantes, entres eles, com o PT e o Sebrae. O Simples não vai ser afetado. Um ponto de discussão é que o senador Fernando Bezerra quer manter explicitamente o benefício fiscal da Fiat em Pernambuco, que de certa forma os negociadores avaliam que já foi atendido. Para outro entrave importante com as cooperativas, o acordo está quase pronto e deve atender às demandas do setor. Os serviços de saúde e educação terão a garantia de tratamento favorecido – com alíquota reduzida ou outro mecanismo equivalente.

Pacheco só colocará em votação na CCJ se tiver garantia de que a PEC passará no plenário logo em seguida. O momento é decisivo porque, se a votação falhar, esquece. Depois é só eleição, eleição…

Os defensores da PEC sabem que, se a reforma passar no Senado, estaciona na Câmara. Mas a votação só pelo plenário do Senado não é ruim. Fica o terreno pavimentado para ser aprovada logo no início do próximo governo. Depois, o vencedor das urnas poderá negociar mudanças no texto, e a tramitação já estará avançada. Afastando, assim, o fantasma de três décadas em que se fala de reforma tributária, e nada.

CORRER DESCALÇO FAZ BEM

 

O barefoot running dispensa o uso de tênis e vem conquistando adeptos. A transição, contudo, deve ser gradual e feita com acompanhamento

Danilo Casaletti , Especial para o Estadão

Natan Salvan durante corrida no Parque do Ibirapuera: descalço desde 2012 Keiny Andrade/Estadão

Você já ouviu falar em barefoot? A palavra em inglês significa descalço. Porém, o termo também se refere a correr descalço, a barefoot running. Muito comum na areia, a modalidade também pode ser realizada em outros tipos de solo, como asfalto, terra e grama. Até em esteira é possível correr sem usar nada nos pés.

A prática vem despertando o interesse de corredores de 2010 para cá, depois que o jornalista americano Christopher McDougall lançou o livro Nascido para Correr: A Experiência de Descobrir uma Nova Vida. A publicação virou best-seller e ocupou durante um ano a lista de mais vendidos do jornal The New York Times. Fã de corridas, o autor sofria com repetidas lesões e dores nos pés.

Desacreditado por um médico que lhe disse que o corpo humano não suportava o esforço físico (sobretudo o dele) que a corrida exige – atualmente, McDougall tem 60 anos –, ele foi conhecer os índios tarahumaras, que vivem nas regiões montanhosas do México. Eles são considerados exímios corredores, resistentes à dor e, segundo o escritor, os mais calmos e saudáveis do planeta. A tribo já foi tema de documentários na Netflix e no Discovery Channel.

Por lá, descobriu histórias de atletas que corriam descalços e abominavam o uso de tênis – esse tipo de calçado, segundo eles, pode “matar” um corredor. Já os índios, para correr, utilizavam sandálias que eles mesmo desenvolveram.

O subtítulo que o livro de McDougall ganhou na tradução para o português – A Experiência de Descobrir uma Nova Vida – talvez não seja um exagero. Pelo menos para Natan Salvan, de 49 anos, que desde 2012 é adepto de treinos e provas com os pés descalços.

Correr descalço
Natan Salvan durante corrida no Parque do Ibirapuera: descalço desde 2012 Foto: Keiny Andrade/Estadão

“Você aprende a correr de novo”, diz Salvan, que à época fazia parte de um grupo de corredores chamado Força Vegana. Inspirados pelo livro, e em busca de uma vida mais minimalista, os corredores tinham como objetivo diminuir o drop do calçado (diferença de altura entre a parte de trás e a parte da frente do tênis), passar para o uso de sandália para, por fim, correr descalço.Você fica mais ereto. Seu calcanhar não bate ou bate muito pouco no chãoNatan Salvan, corredor

Salvan embarcou nessa transição, que durou alguns meses. Segundo ele, o processo foi tranquilo. Com os devidos cuidados, ele afirma nunca se ter lesionado. As diferenças na pisada e na postura logo apareceram. “Você fica mais ereto. Seu calcanhar não bate ou bate muito pouco no chão”, explica. Especializado em provas de aventura, ele conta que marcou seus melhores tempos correndo descalço, como na Maratona de São Paulo e em uma prova de 10 km em Portugal. 

O corredor sempre se informa sobre a condição do solo. Em montanhas, podem haver espinhos, por exemplo. Nesse caso, ele usa uma sandália. Em cidades como São Paulo, que tem ruas e calçadas malconservadas, é preciso ter cuidado. O asfalto que os corredores chamam de “chokito”, aquele cheio de pedriscos, pode machucar a sola dos pés. 

“Correr descalço traz uma sensação de liberdade. Tem gente que diz que só o tênis lhe dá a corrida perfeita, defende que você precisa ter vários pares para praticar o esporte. Não é verdade”, garante Salvan.

O que diz a ciência

A professora Ana Paula da Silva Azevedo, do laboratório de Biomecânica da Escola de Educação Física e Esporte da Universidade de São Paulo (USP), direcionou seus trabalhos de doutorado e pós-doutorado para essa temática.

A ideia da pesquisadora era, além de se aprofundar no tema, desenvolver um método de treinamento para quem pretendesse adotar a modalidade. Uma de suas inspirações foi o artigo do paleoantropólogo Daniel Lieberman, professor do Departamento de Biologia Humana Evolucionária da Universidade Harvard, publicado pela revista Nature em 2004. Nele, Lieberman aborda a questão sobre o ponto de vista evolucionista.

“Queria investigar o que essa estratégia poderia trazer de benefício ou prejuízo para o corpo e, principalmente, por saber que abandonar o calçado na corrida não é uma tarefa das mais fáceis”, explica.

De acordo com Ana Paula, se bem adotada, a corrida sem tênis promove uma mudança na geometria de aterrissagem do pé. A maioria das pessoas, quando corre de calçado, aterrissa com o calcanhar – é um padrão natural. Com o avanço do treino com os pés nus, essa aterragem passa a ser feita com a ponta dos pés – hábito que se aproxima, por exemplo, de tribos ou comunidades que têm o hábito de andar com os pés descalços.Esse ajuste da pisada diminui a sobrecarga nos joelhos. Isso já seria um benefício. Entretanto, a carga passa a ser exercida sobre o tornozeloAna Paula da Silva Azevedo, professora da USP

“Esse ajuste da pisada diminui a sobrecarga nos joelhos. Isso já seria um benefício. Entretanto, a carga passa a ser exercida sobre o tornozelo. Por isso, é importante que a corrida descalça seja bem utilizada e acompanhada por profissionais para evitar lesões. Ela é um remédio, mas a dose precisa ser prescrita de maneira correta”, observa a professora.

O alívio para os joelhos ocorre ao longo do tempo, com o treinamento, e não de maneira rápida. Na pesquisa conduzida por Ana Paula, esse benefício veio depois de 10 a 16 semanas de treinamento.

A professora ressalta outra vantagem. Quando se corre usando um calçado, há uma diminuição de dados perceptíveis no corpo – impacto ou atrito do pé com o solo, por exemplo. “Ele se acomoda e fica difícil de fazer os ajustes necessários. Já descalço, as demandas da corrida sob o corpo ficam mais claras. Essas informações são enviadas aos músculos e articulações que promovem a correção dos movimentos.”

Ana Paula afirma que ainda há muito a ser estudado sobre esse assunto. Até o momento, o que se sabe é que, para performance da corrida, ou não há influência ou ela é muito pequena. Sobre as lesões, a diminuição ocorre se uma boa estratégia de treino for adotada – periodização e progressão. “Caso contrário, tanto faz correr de tênis ou descalço”, avalia.

Para quem não consegue correr descalço, por conta da temperatura do solo ou abrasão – algo que faz parte da adaptação –, há no mercado os chamados calçados minimalistas, que prometem suavizar o impacto, mas sem tirar o contato com o solo.

Preparo e hábito

O ultratriatleta fluminense Sérgio Cordeiro, de 68 anos, é um dos maiores representantes da corrida descalça no Brasil. Entretanto, sua experiência com a prática é totalmente empírica, nascida de uma necessidade. E vem de longe, muito antes de ela virar tema entre corredores e acadêmicos.

Cordeiro começou a correr no final dos anos 1970, quando a corrida aberta de rua apareceu no Brasil, e já participou de inúmeras provas aqui e no exterior. Logo depois, se interessou pelo triatlo. Nessa época, não existiam tênis próprios para corrida por aqui. De família humilde, o atleta não tinha dinheiro para comprar calçados importados. Corria de conga escolar. 

Correr descalço
‘Correr descalço dá uma sensação de liberdade’, diz Natan Salvan Foto: Keiny Andrade/Estadão

A borracha dura do modelo lhe causava dores e bolhas. “Parecia que eu estava com o pé engessado. Comecei a correr descalço. Virou um hábito”, lembra Cordeiro. 

O atleta diz que a sensação, além de liberdade, era a de que corria mais rapidamente, com melhor projeção e estabilidade do corpo. Anos mais tarde, já patrocinado por uma famosa marca de tênis, Cordeiro começava a prova usando o calçado. Passava alguns metros da largada e já o tirava dos pés. 

Cordeiro disputará, entre os dias 2 e 9 de abril, em Búzios, a etapa do Circuito Mundial de Ultra Triathlon. Serão mais de 200 km de corrida. “Já pensou eu correr tudo isso de tênis?”, comenta, entre risadas. Brincadeiras à parte, ele sabe que a prática exige cuidados. “Jamais diria: larguem o tênis e corram descalços. Eu fiz por necessidade. Hoje temos a tecnologia dos calçados a nosso favor.”

Performance

Para o preparador físico Felipe Rabelo, consultor e idealizador do curso A Ciência da Corrida de Rua, a melhora nos indicadores de performance e a boa adaptação dos corredores devem ser encaradas como uma exceção e não como regra. “Há quem tenha se beneficiado, mas há relatos de pessoas que fizeram a transição e tiveram uma resposta negativa, inclusive lesões”, revela.Há quem tenha se beneficiado, mas há relatos de pessoas que fizeram a transição e tiveram uma resposta negativa, inclusive lesõesFelipe Rabelo, preparador físico

Além do planejamento e da quantidade de treino, segundo Rabelo, é preciso observar se o corredor está preparado para encarar as demandas mecânicas e de estresse provocadas por fatores externos que, inevitavelmente, repercutirão no corpo. “Precisamos voltar para os fatores mais básicos da corrida, mesmo para quem já corre de tênis. É um estímulo novo”, reforça.

Para quem pretende encarar o desafio, Rabelo diz que o estranhamento, no início, será normal. O corpo tende a se adaptar. Porém, isso não dispensa cuidados importantes. “Todos os treinos complementares, como de força, preventivos e propriocepção (capacidade que o corpo tem de avaliar em que posição se encontra para manter o equilíbrio ao realizar esforços) são necessários.”

A transição do tênis tradicional deve passar de um de maior suporte de amortecimento para o mais leve (o minimalista), antes de chegar ao contato direto com o solo. “Toda condição nova vai gerar uma necessidade de adaptação do corpo. Sair de um tênis com que se está acostumado diretamente para o descalço será uma ‘agressão’ e haverá a possibilidade de ter uma resposta negativa”, alerta Rabelo.

Por fim, o preparador físico recomenda que o corredor comece pela grama ou terra batida, que são tipos de solo mais macios, antes de encarar o asfalto ou cimento – e sempre lembrar do conceito de progressão. O tempo de descanso do corpo, assim como na corrida tradicional, também é fator essencial.

Não é para todo mundo

Para o médico do esporte Páblius Staduto Braga, do Hospital Nove de Julho, do ponto de vista fisiológico, correr descalço é bastante positivo. Porém, ele não indica a prática para todos. “A pessoa não pode ter um corpo muito pesado. E não estou falando de indivíduos acima do peso, mas de musculatura e ossos. É preciso um equilíbrio da carga que você fará contra o solo”, lembra.

Além de corrida, muitas pessoas estão praticando treinos de musculação ou exercícios livres, como o agachamento, descalças. O médico vê benefícios. “A sensação de solo é gostosa para os pés, massageia. É extremamente positivo para os membros inferiores. Diferentemente da corrida, não há riscos.” 

Confira os benefícios e riscos do método

Benefícios

  • Alívio da sobrecarga nos joelhos, desde que o movimento seja feito de forma correta.
  • Maior percepção do corpo em relação ao solo.

Riscos

  • Maior risco de lesões no tornozelo e tendão de aquiles. Faça exercícios de fortalecimento para a região.
  • Bolhas ou sensibilidade maior nos pés. Isso tende a passar com o tempo.

Pretende investir na prática? Preste atenção

  • Correr descalço ainda é um método considerado inovador. Busque orientação com um profissional que entenda do assunto.
  • Comece aos poucos. Não é porque você corre 20 km de tênis que deva começar a correr a mesma distância sem calçado. O corpo precisa de tempo para se habituar.
  • Reveze os estímulos. Em um planejamento semanal, você pode alternar entre correr descalço e de tênis. Dessa forma, a adaptação será gradual e você poderá notar as diferenças de cada versão.
  • Atente-se aos riscos que o local escolhido possa oferecer para os pés. Na dúvida, use sandálias próprias para corrida, tênis minimalista ou, em último caso, o calçado tradicional.
  • Diferentes tipos de solos resultam em impactos também diferentes. No asfalto, ele é muito maior do que na grama ou na areia, por exemplo. Faça uma progressão e a adaptação será mais fácil.
  • Ao sentir dores, não force: pause os treinos e procure logo um especialista.

CUSTOMER EXPERIENCE PARA OS CLIENTES

 

Por Sabrina Murino – Ellevo

Já se passou o tempo em que o preço e qualidade eram os únicos atrativos para que o cliente realizasse uma compra. Os relacionamentos com as marcas se transformaram e isso mostra que elas oferecem muito mais que um produto ou serviço, e, sim, proporcionam experiência, envolvimento e sensações. Esse conjunto de percepções e impressões que um consumidor desenvolve sobre uma marca após uma interação, é denominado Customer Experience.

Atualmente, as empresas buscam impactar o consumidor antes, durante e após a compra. A imagem é cuidadosamente construída para que a jornada do cliente seja o mais agradável possível, lembrando que ela inicia antes mesmo do primeiro contato com uma marca e se estende até a finalização do negócio, gerando ações para garantir fidelização do cliente.

Por isso, podemos afirmar que oferecer uma experiência de compra alavanca os níveis de satisfação, reduzindo os índices de rejeição e, consequentemente, aumentando a receita do negócio.

Para alcançar isso, é preciso entender as reais necessidades do seu público-alvo, traçar estratégias para que a experiência seja incrível e memorável e desenvolver um vínculo emocional entre o cliente e a empresa.

O público-alvo precisa se sentir ouvido e ter as dúvidas esclarecidas de forma objetiva. Assim, satisfeito, irá recomendar sua experiência para outras pessoas. Todas as ações da marca devem ter foco no cliente, sejam elas de publicidade, posicionamento de marca, atuação na imprensa e em redes sociais, entre outros.

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