quarta-feira, 30 de março de 2022

DEPUTADO FEDERAL PERSEGUIDO PELO STF PASSA A NOITE NA CÂMARA DOS DEPUTADOS

 

Tornozeleira
PorGazeta do Povo

Daniel Silveira pernoitou em seu gabinete, onde recebeu um colchão e um travesseiro para dormir no local.| Foto: Paulo Sergio/Câmara dos Deputados

O deputado federal Daniel Silveira (União-RJ) passou a madrugada desta quarta-feira (30) nas dependências da Câmara para não colocar a tornozeleira eletrônica, conforme determinação do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). O parlamentar pernoitou em seu gabinete, onde recebeu um colchão e um travesseiro para dormir no local.

Ontem Silveira afirmou que iria “morar” nas dependências da Câmara dos Deputados se necessário e que iria descumprir a decisão de Moraes. A declaração foi feita em entrevista à Jovem Pan concedida no Salão Verde da Câmara. “Não vão colocar (a tornozeleira). Aqui dentro eu tenho imunidade”, disse o parlamentar. Ele também voltou a criticar o ministro e dizendo que Moraes “desonra a magistratura e tudo que ela representa”.

Pouco tempo depois, em discurso na tribuna da Câmara, Silveira declarou que cabe aos parlamentares decidir sobre a restrição de liberdade de deputados, no mesmo rito previsto em casos de prisão. “Aqui eu falo em tribuna: não será acatada a ordem do Alexandre de Moraes enquanto não for deliberada pela Casa. Quem decide isso são os deputados”, disse. “O CPP (Código de Processo Penal) determina que prisão preventiva não se aplica em hipótese alguma a parlamentares.”

O ministro do STF autorizou que a Polícia Federal e a Vara de Execuções Penais do Distrito Federal cumpram a medida dentro do Congresso, se necessário. Na última sexta-feira (25) Moraes mandou que Silveira voltasse a usar o equipamento após descumprir uma ordem judicial. Moraes acatou um pedido feito pela subprocuradora-geral da República, Lindôra Araújo, para determinar a imediata instalação da tornozeleira eletrônica no deputado. Em manifestação ao STF, Lindôra afirmou que Silveira vem agindo contra a democracia e tem aproveitado aparições públicas para atacar a Corte e seus membros. A defesa do deputado deve recorrer da decisão.


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CONTESTAÇÃO ERRADA DAS MANIFESTAÇÕES NO LOLLAPALOOZA

 

Entrou com ação

Por
Alexandre Garcia

AME4825. BRASILIA (BRASIL), 21/03/2022.- El presidente de Brasil, Jair Bolsonaro, participa en la presentación de medidas de impulso a la producción y uso sostenible del Biometano, hoy en el Palacio da Alvorada en Brasilia (Brasil). Bolsonaro presentó un programa para incentivar la producción y uso del biometano, mediante el cual se promoverá la inversión privada en favor de una economía verde. EFE/ Joédson Alves.

Presidente Jair Bolsonaro mandou o partido retirar a ação no TSE depois de toda a publicidade que o caso gerou.| Foto: Joédson Alves/EFE

Troca de presidente na Petrobras: sai o general Joaquim Silva e Luna e entra o economista Adriano Pires. O novo presidente, antes de ser indicado e se tornar mais conhecido, tinha uma ideia que ele já expressava em palestras. Ele é doutor em Economia Industrial pela universidade de Paris, e só pra lembrar, está há 40 anos no mercado como consultor da área de energia e petróleo. Já foi consultor do Banco Mundial, da Agência de Eletricidade, da Agência Nacional de Petróleo, do Ministério de Minas e Energia.

A ideia dele é criar um fundo de estabilização de preços, de modo que uma alta brusca no valor do petróleo, tal como aconteceu por causa da guerra, seja atenuada. Não é o abandono à política de vincular o preço interno ao preço internacional do petróleo, o que que seria suicídio. Mas a criação de um fundo que abrandasse e desse mais prazo para reajustar os preços, para que não houvesse esse repasse ao consumidor tão rapidamente como aconteceu naqueles quase 19% do aumento da gasolina e quase 25% de aumento no diesel.

Marqueteiro ingênuo

O Partido Liberal cometeu uma burrada infantil ao recorrer ao Tribunal Superior Eleitoral contra manifestações políticas no Lollapalooza. A ação acabou promovendo o festival de música, que estava restrito ao seu público jovem, e acabou virando notícia. O PL agiu como marqueteiro e depois o próprio presidente da República convenceu o partido a retirar a queixa.

E nesta terça-feira aconteceu de novo. Um deputado estadual do Rio de Janeiro, do Podemos, pediu para o TSE barrar a participação de Lula em um evento na Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ). Mas desta vez o TSE não entrou nessa e rejeitou o pedido de liminar.

Mais uma vez foi dada publicidade a um evento que passaria despercebido. É uma coisa tão ingênua que até surpreende. A pessoa que quer impedir o ato político se transforma em um marqueteiro que, de graça, acaba dando projeção ao evento. É incrível como as pessoas não param para raciocinar antes.

Tem que se cuidar

O presidente Jair Bolsonaro teve uma indisposição abdominal de novo e precisou passar a noite, de segunda (28) para terça-feira (29), no Hospital das Forças Armadas, em Brasília. Ele tem problema de trânsito intestinal por causa das aderências recorrentes da facada que sofreu em 2018. O Adélio “continua enfiando a faca” no abdômen do presidente da República.

Bolsonaro teria que seguir rigorosamente uma dieta de ingestão de líquidos e sólidos para facilitar o trânsito intestinal. Só que na manhã desta terça, ele já saiu correndo do hospital. Passou em casa e depois foi para a base aérea pegar um avião, levando a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, para entregar títulos de terra em Ponta Porã, no Mato Grosso do Sul.

A ministra disse que quando o presidente a convidou, ela pensou que ele fosse meio maluco. Mas, depois, percebeu que ele é determinado, corajoso e sem medo. Só que sem medo, em relação à recomendação médica, pode ser também traduzido por um ato temerário porque, pelo que se sabe, ele quer ter saúde e energia para mais quatro anos de governo, então tem que se cuidar.


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OPOSIÇÃO CONTESTA POLÍTICA AMBIENTAL DO GOVERNO

 

Amazônia em pauta

Por
Renan Ramalho – Gazeta do Povo
Brasília

Relatoras das ações, Rosa Weber e Cármen Lúcia receberam neste mês visitas de artistas e ex-ministros interessados na pauta ambiental do STF| Foto: Rosinei Coutinho/STF

O Supremo Tribunal Federal (STF) começa a analisar nesta quarta-feira (29) um conjunto de ações judiciais que questionam decretos do presidente Jair Bolsonaro e medidas adotadas pelo governo na área ambiental. Das sete ações a serem julgadas, seis foram apresentadas, de forma isolada ou conjunta, por partidos de esquerda – PSB, Rede, PDT, PV, PT, Psol e PCdoB.

Na maioria delas, as legendas acusam o governo de omissão na proteção da Amazônia e querem que o STF obrigue o Executivo a adotar ações mais efetivas no combate ao desmatamento, a incêndios e queimadas, por meio de reforço dos órgãos de fiscalização – como Ibama e ICMBbio – bem como no aumento dos recursos para os estados da região e entidades privadas que desenvolvem projetos de conservação da floresta.

Das sete ações, seis têm como relatora a ministra Cármen Lúcia, historicamente engajada na questão ambiental – em 2018, quando presidia a Corte, ela teve atuação decisiva no julgamento que anulou várias regras do Código Florestal.

Uma outra ação, que questiona a paralisação do Fundo Amazônia – abastecido com recursos de países da Europa para projetos ambientais –, tem como relatora a ministra Rosa Weber.

Em todas as ações, o procurador-geral da República, Augusto Aras, manifestou-se pela rejeição dos pedidos. Argumentou, de forma geral, que o Judiciário não pode interferir nas escolhas administrativas do Executivo na proteção do meio ambiente. Em algumas ações, afirmou que há pedidos genéricos e inexequíveis (leia mais abaixo).

A Presidência da República e o Ministério do Meio Ambiente também se manifestaram pela rejeição dos pedidos, apresentando dados que mostram a efetividade das ações para conter crimes ambientais e reduzir a devastação do bioma amazônico.

O julgamento desta quarta ocorre em meio à pressão de ONGs e artistas ligados ao setor contra propostas que avançam no Congresso e que podem flexibilizar a legislação sobre licenciamento ambiental, mineração e garimpo, regularização fundiária, uso de defensivos agrícolas e restrições na demarcação de terras indígenas.

No início deste mês, Cármen Lúcia e Rosa Weber receberam dezenas de artistas que vieram a Brasília protestar contra o pacote.

“O cenário é de desesperança sobre o futuro da humanidade. No Brasil, vem se instalando verdadeira guerra socioambiental, especialmente na Amazônia, onde a destruição da floresta e os ataques a povos indígenas e outros povos e comunidades tradicionais crescem em velocidade assustadora. Há grave risco de irreversibilidade, especialmente em relação à garantia do Estado de Direito e ao ponto de não retorno (“tipping point”) no processo de degradação da Amazônia, que pode inviabilizar os esforços mundiais contra as mudanças climáticas e gerar a perda definitiva dos serviços ecossistêmicos prestados pela floresta, danos irreparáveis que também estão se consolidando nos demais biomas do país”, diziam os artistas, numa carta entregue a elas e a outros ministros do STF.

Na semana passada, estiveram com Cármen Lúcia e Luiz Fux, presidente do STF, sete ex-ministros do Meio Ambiente – Carlos Minc, Edson Duarte, Gustavo Krause, Izabella Teixeira, José Carlos Carvalho, José Goldemberg e José Sarney Filho.

“Acreditamos que um diálogo com V.Exa. configura passo fundamental na busca por reconhecer o importante papel desta Corte Suprema em reposicionar o Brasil no rumo que vinha seguindo, em total alinhamento com os valores e ideais que movem grande parte das nações civilizadas, qual seja, a integração da economia com a ecologia, a promoção da dignidade dos povos indígenas e das comunidades guardiãs da biodiversidade e a luta pela saúde climática do planeta”, disseram numa carta entregue a Fux.

O que dizem e o que pedem os partidos
A primeira ação a ser julgada, proposta pelos sete partidos de oposição, acusa o governo de “omissão estatal generalizada e atuação insuficiente” na proteção da Amazônia Legal, o que estaria contribuindo para o agravamento da mudança climática.

Apontam ainda paralisação e inviabilização do Plano de Ação para Prevenção e Controle do Desmatamento na Amazônia Legal (PPCDAm), o que teria causado a “redução e eliminação de serviços ecossistêmicos prestados pelas florestas, especialmente do ciclo hidrológico, essencial para o abastecimento de água da população, a manutenção da qualidade de vida e o desenvolvimento de atividades econômicas relevantes, como agricultura e indústria, altamente dependentes das chuvas oriundas do bioma”.

Pedem, ao final, uma execução efetiva e satisfatória desse plano, além de reforço nos quadros e no orçamento do Ibama, ICMBio e Funai.

A segunda ação, apresentada pelo PV, busca derrubar um decreto de Bolsonaro que, entre 2020 e 2021, deu às Forças Armadas o comando da Operação Verde Brasil. O partido alega que a medida usurpou a competência do Ibama na fiscalização de incêndios e crimes ambientais, o que teria promovido “verdadeira militarização da política ambiental brasileira”.

A terceira ação pautada, protocolada pela Rede, contesta decreto de Bolsonaro de 2020 que excluiu estados e municípios do conselho do Fundo do Meio Ambiente, medida que, segundo o partido, violaria o “pacto federativo”. “Resulta em profunda disparidade representativa em relação aos demais setores sociais representados no órgão”, diz a legenda.

A quarta ação, também da Rede, acusa diretamente Bolsonaro de ser omisso na “conscientização pública” para a preservação da Amazônia. “Em todas as suas declarações faz pouco caso do meio ambiente ou do desmatamento extensivo”, diz o partido sobre o presidente.

Também diz que quando são confrontados com alertas de desmatamento, ele e o ministro do Meio Ambiente “alegam que a sistemática dos alertas é que deve ser mudado e não atacam o problema de frente, mantendo-se inertes enquanto a maior floresta tropical do mundo é dizimada”. Na ação, pede basicamente a execução integral do orçamento dos órgãos ambientais; contratação de pessoal para fiscalização ambiental na Amazônia; e apresentação de plano de contingência para reduzir o desmatamento aos níveis encontrados em 2011.

Na quinta ação a ser julgada, PSB, Psol, PT e Rede pedem a reativação do Fundo Amazônia, que recebe recursos de governos estrangeiros para apoiar projetos socioambientais na região. Em 2019, a liberação de recursos foi paralisada por mudanças feitas pelo governo no controle desses repasses. Os partidos acusam o governo de represar R$ 1,5 bilhão desde então.

“A União age de modo temerário e injustificável se omitindo para disponibilizar cifra relevante, a Região Amazônica sofre com aumentos exponenciais de desmatamento, queimadas e conflitos ambientais, situações que poderiam ser ao menos enfrentadas através de novos projetos a serem contratados”, diz a ação.

A sexta ação foi apresentada pela própria PGR no início de 2019, quando o órgão era comandado por Raquel Dodge. O objetivo é derrubar uma resolução do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama) que regula a aferição da qualidade do ar no país.

A PGR alegava que os parâmetros tolerados de poluição estavam acima do recomendado pela Organização Mundial de Saúde e pedia que o órgão editasse uma norma mais protetiva. Augusto Aras, no entanto, mudou a posição da PGR e solicitou que o pedido seja negado.

A sétima e última ação é do PSB, que contesta uma medida provisória de 2021 de Bolsonaro que facilitou a abertura de empresas, por meio da concessão automática de alvarás e licenças, incluindo a ambiental. A norma dispensa a análise da documentação por um servidor, bastando que o empresário assine termo se responsabilizando pelo cumprimento das regras sanitárias, ambientais e de prevenção contra incêndios.


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GOVERNO DEVE SUBSTITUIR FUNCIONÁRIOS PELOS PROGRAMAS DIGITAIS

 

Por
Paulo Uebel – Gazeta do Povo

Plataforma do Gov.Br

| Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil

Os países mais desenvolvidos do globo avançam na transformação digital de seus governos para trazer mais eficiência de gastos à máquina pública e melhores e mais acessíveis serviços para os cidadãos. O Brasil segue esse exemplo: somos o sétimo país em maturidade de governo digital entre 198 países do ranking do Banco Mundial; e o primeiro das Américas, à frente até dos Estados Unidos e do Canadá. Porém, se analisarmos todos os entes e Poderes do Brasil, a regra é continuar a criar novos concursos, inchando ainda mais a máquina pública, sem que isso gere, necessariamente, melhores indicadores sociais e melhores serviços aos cidadãos.

Hoje, o Brasil tem 115 concursos com inscrições abertas, reunindo mais de 14,6 mil vagas com salários de até R$ 27,5 mil. Um concurso público significa, no Executivo Federal, um compromisso financeiro para o contribuinte que dura, em média, 59 anos: 28 anos de serviço, 20 anos de aposentadoria e 11 anos de pensão. É uma despesa recorrente alta que deveria ser muito bem avaliada. Infelizmente, ninguém faz uma análise de médio e longo prazos sobre a real necessidade dos concursos públicos. A pressão dos sindicatos e entidades representativas é muito alta.

Em ano eleitoral, a tendência é que os governantes cedam às pressões e autorizem concursos e aumentos salariais. É o que está acontecendo: ao menos 24 governadores darão aumento aos servidores públicos de seus estados, 16 reajustes já foram confirmados e oito ainda tramitam em Assembleias Legislativas. O custo disso será de, ao menos, R$ 28 bilhões a mais aos pagadores de impostos. Novamente, aumento de salário não significa melhoria dos serviços à população.

E é um ciclo vicioso: o Estado tem usado concursos públicos para resolver desafios temporários ou secundários, como acúmulo de processos, atrasos pontuais ou mesmo para atividades de apoio, que deveriam ser enfrentados com transformação digital, contratações temporárias ou terceirização de serviços. Os concursos públicos devem ser reservados para desafios estratégicos de médio e longo prazos, em atividades que são exclusivas do Estado, e que não podem ser delegadas ou terceirizadas.

Segundo a OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico), um governo digital maduro “é proativo quando antecipa as necessidades das pessoas e responde a elas rapidamente, evitando a necessidade de dados complicados”. O poder público no Brasil precisa investir em tecnologia, no uso e cruzamento de dados, na adoção de inteligência artificial e no uso de machine learning. Antes de focar nisso, não deveria fazer concursos públicos para fazer mais do mesmo.

A Estônia economiza 2% do PIB (Produto Interno Bruto) graças à transformação digital do governo. Por lá, apenas três serviços exigem a presença do cidadão: casamento, divórcio e transferência de imóveis. O Reino Unido integra todos os seus serviços públicos na mesma plataforma, o que evita a burocracia do cidadão ter de abrir vários sites para os serviços que precisa.

Nessa linha, o Brasil criou quatro metas: consolidar 622 domínios do Executivo Federal no portal único gov.br até 2022; integrar todos os estados à Rede Gov.br até 2022; consolidar a oferta dos aplicativos móveis na conta única do governo federal nas lojas até 2020 e ampliar a utilização do login único de acesso gov.br para 1.000 serviços públicos digitais em 2022 – estas duas últimas já atingidas.

Porém, ainda não é suficiente. Não basta que o cidadão tenha acesso a determinados serviços públicos online, é preciso desafogar os órgãos públicos e ter mais facilidade para demitir funcionários em funções já extintas: a obsolescência de funções deve aumentar à medida que se avança na transformação digital.

O governo federal gasta, por ano, R$ 8,3 bilhões com mais de 69 mil funcionários em cargos extintos ou em fase de extinção, como datilógrafos, encadernadores e operadores de Telex. Esses funcionários somam 12% dos funcionários públicos. É muito desperdício!

Apesar de sermos líderes em governança digital, também nos destacamos num ranking nada agradável: o Brasil é o sétimo país do mundo que mais gasta com o funcionalismo, uma conta de 12,9% do PIB. Na União Europeia, os gastos com funcionalismo público ficam, em média, em 9,9% do PIB.

Precisamos desafogar a máquina pública e continuar focando em iniciativas de transformação digital, de melhoria de eficiência e de avaliação de políticas públicas. O Estado brasileiro precisa ser mais digital, enxuto e inteligente, não manual, pesado e ineficiente. A hora de mudar já passou!


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LIVE COMMERCE É FAZER TRASMISSÕES AO VIVO

 

A modalidade é um sucesso na China: tem movimentado bilhões de dólares nos últimos anos — e se tornou realidade em outros países, inclusive no Brasil. Entenda.

Por Sabrina Bezerra

Fazer transmissões ao vivo pela internet para apresentar produtos à internautas. Essa é a proposta do live commerce. A modalidade é um sucesso na China: tem movimentado bilhões de dólares nos últimos anos. Mas foi a pandemia de coronavírus que acelerou o método — inclusive no Brasil.

Para Daniel Arcoverde, co-fundador da Netshow.me, empresa especializada em transmissões profissionais ao vivo pela internet, “essa é a grande inovação após o surgimento do smartphone.” Segundo ele, com o surgimento dos aparelhos, as pessoas passaram a comprar por meio de aplicativos e sites de empresas. Hoje, quem toma esse lugar de última revolução quando o assunto é loja online, é “o live commerce”, afirma Daniel.

O QUE É LIVE COMMERCE?

A modalidade também é conhecida como live stream shopping e shop streaming. Trata-se, basicamente, de uma experiência de compra em que as vendas são feitas por meio de transmissão ao vivo pela internet. O formato permite interação entre o porta-voz da empresa (normalmente influenciadores digitais) e os clientes que, em tempo real, podem tirar as suas dúvidas sobre os produtos por meio de bate-papo interativo.

Além disso, o live commerce também oferece ferramentas capazes de direcionar o consumidor — se houver interesse de compra — para o aplicativo ou site da marca. A gamificação (uso de técnicas de design de jogos) também pode ser usada durante a transmissão ao vivo para melhorar a experiência do usuário durante o evento.

LIVE COMMERCE CHINA E BRASIL

Apesar da modalidade ter feito barulho em muitos países no último ano, o live commerce (no formato que explicamos no tópico acima) surgiu em 2016 na China e cresceu exponencialmente em 2019 — início da epidemia de coronavírus. É o que afirma In Hsieh, CEO do Chinnovation. Ainda em 2019, “o método já correspondia 10% do varejo online da China (faturou US$ 63 bilhões). Ou seja, se o live commerce chinês fosse um país, seria cinco vezes maior que o e-commerce brasileiro inteiro em 2019″, disse In.

Exemplo do bom negócio é a plataforma Alibaba Taobao Live, site de compras do grupo Alibaba, que somente em junho do ano passado, durante o festival de descontos promovido anualmente pela China, faturou cerca de US$ 740 milhões em produtos em apenas um dia durante o live commerce. “Se o Brasil conseguir replicar a metodologia [e tecnologias] da China, esse também será o sucesso do país”, disse Yan Di, country manager do AliExpress no Brasil, em entrevista à StartSe. Além do live commerce, a chinesa Alibaba fechou parceria com a Nuvemshop para oferecer a modalidade de venda por meio dropshipping.

No Brasil, empresas como Americanas, Dengo, Multiplan e Submarino também passaram a vender por meio desta modalidade.

Live de vendas da gigante chinesa Pinduoduo (foto: divulgação)

POR QUE O LIVE COMMERCE É UMA TENDÊNCIA QUE VEIO PARA FICAR

Na década de 1990, um modelo parecido acontecia na TV. Quando empresas como Polishop mostravam seus produtos em canais de televisão. “Não era um live commerce, mas tinha ali uma experimentação que ajudava a ver como o produto funcionava”, diz Daniel. E trazia vendas. Agora, a experiência é online — e com uma interação mais inclusiva.

Segundo Daniel, a modalidade tem o “poder de gerar ação em tempo real e conversão em vendas. Ou seja, trata-se de uma experiência de compra que aumenta muito a taxa de conversão”, diz ele.

Yan conta que “não só é tendência, mas tem uma aplicabilidade muito rápida não só para grandes negócios, para grandes setores, mas também para a economia inteira, para qualquer área do varejo.”

Além disso, vale lembrar que o e-commerce tem crescido em todo o mundo. No Brasil, por exemplo, de acordo com o índice MCC-ENET, feito pelo Comitê de Métricas da Câmara Brasileira da Economia Digital (camara-e.net) em parceria com o Neotrust Movimento Compre & Confie, no ano passado, as vendas online cresceram 73,88% em comparação com 2019.

Domine os conceitos do modelo de Varejo que está revolucionando o mundo. Conheça a nossa Formação Ecommerce Revolution e aprenda o modelo chinês que empresas como Magalu e Amazon estão se inspirando para dominar seus mercados.

ESCALANDO NEGÓCIOS DA VALEON

1 – Qual é o seu mercado? Qual é o tamanho dele?

O nosso mercado será atingir os 766 mil habitantes do Vale do Aço e poder divulgar os produtos / serviços para vocês clientes, lojistas, prestadores de serviços e profissionais autônomos e obter dos consumidores e usuários a sua audiência.

A ValeOn atenderá a todos os nichos de mercado da região e especialmente aos pequenos e microempresários da região que não conseguem entrar no comércio eletrônico para usufruir dos benefícios que ele proporciona. Pretendemos cadastrar todas as empresas locais com CNPJ ou não e coloca-las na internet.

2 – Qual problema a sua empresa está tentando resolver? O mercado já expressou a necessidade dessa solução?

A nossa Plataforma de Compras e Vendas que ora disponibilizamos para utilização das Empresas, Prestadores de Serviços e Profissionais Autônomos e para a audiência é um produto inovador sem concorrentes na região e foi projetada para atender às necessidades locais e oferecemos condições de adesão muito mais em conta que qualquer outro meio de comunicação.

Viemos para suprir as demandas da região no que tange a divulgação de produtos/serviços cuja finalidade é a prestação de serviços diferenciados para a conquista cada vez maior de mais clientes e públicos.

O nosso diferencial está focado nas empresas da região ao resolvermos a dor da falta de comunicação entre as empresas e seus clientes. Essa dor é resolvida através de uma tecnologia eficiente que permite que cada empresa / serviços tenha o seu próprio site e possa expor os seus produtos e promoções para os seus clientes / usuários ao utilizar a plataforma da ValeOn.

3 – Quais métodos você usará para o crescimento? O seu mercado está propício para esse tipo de crescimento?

Estratégias para o crescimento da nossa empresa

  1. Investimento na satisfação do cliente. Fidelizar é mais barato do que atrair novos clientes.
  2. Equilíbrio financeiro e rentabilidade. Capital de giro, controle de fluxo de caixa e análises de rentabilidade são termos que devem fazer parte da rotina de uma empresa que tenha o objetivo de crescer.
  3. Desenvolvimento de um planejamento estratégico. Planejar-se estrategicamente é como definir com antecedência um roteiro de viagem ao destino final.
  4. Investimento em marketing. Sem marketing, nem gigantes como a Coca-Cola sobreviveriam em um mercado feroz e competitivo ao extremo.
  5. Recrutamento e gestão de pessoas. Pessoas são sempre o maior patrimônio de uma empresa.

O mercado é um ambiente altamente volátil e competitivo. Para conquistar o sucesso, os gestores precisam estar conectados às demandas de consumo e preparados para respondê-las com eficiência.

Para isso, é essencial que os líderes procurem conhecer (e entender) as preferências do cliente e as tendências em vigor. Em um cenário em que tudo muda o tempo todo, ignorar as movimentações externas é um equívoco geralmente fatal.

Planeje-se, portanto, para reservar um tempo dedicado ao estudo do consumidor e (por que não?) da concorrência. Ao observar as melhores práticas e conhecer quais têm sido os retornos, assim podemos identificar oportunidades para melhorar nossa operação e, assim, desenvolver a bossa empresa.

4 – Quem são seus principais concorrentes e há quanto tempo eles estão no mercado? Quão grandes eles são comparados à sua empresa? Descreva suas marcas.

Nossos concorrentes indiretos costumam ser sites da área, sites de diretório e sites de mídia social. Nós não estamos apenas competindo com outras marcas – estamos competindo com todos os sites que desejam nos desconectar do nosso potencial comprador.

Nosso concorrente maior ainda é a comunicação offline que é formada por meios de comunicação de massa como rádios, propagandas de TV, revistas, outdoors, panfletos e outras mídias impressas e estão no mercado há muito tempo, bem antes da nossa Startup Valeon.

5 – Sua empresa está bem estabelecida? Quais práticas e procedimentos são considerados parte da identidade do setor?

A nossa empresa Startup Valeon é bem estabelecida e concentramos em objetivos financeiros e comerciais de curto prazo, desconsideramos a concorrência recém chegada no mercado até que deixem de ser calouros, e ignoramos as pequenas tendências de mercado até que representem mudanças catastróficas.

“Empresas bem estabelecidas igual à Startp Valeon devemos começar a pensar como disruptores”, diz Paul Earle, professor leitor adjunto de inovação e empreendedorismo na Kellogg School. “Não é uma escolha. Toda a nossa existência está em risco”.

6 – Se você quiser superar seus concorrentes, será necessário escalar o seu negócio?

A escalabilidade é um conceito administrativo usado para identificar as oportunidades de que um negócio aumente o faturamento, sem que precise alavancar seus custos operacionais em igual medida. Ou seja: a arte de fazer mais, com menos!

Então, podemos resumir que um empreendimento escalável é aquele que consegue aumentar sua produtividade, alcance e receita sem aumentar os gastos. Na maioria dos casos, a escalabilidade é atingida por conta de boas redes de relacionamento e decisões gerenciais bem acertadas.

Além disso, vale lembrar que um negócio escalável também passa por uma fase de otimização, que é o conceito focado em enxugar o funcionamento de uma empresa, examinando gastos, cortando desperdícios e eliminando a ociosidade.

Sendo assim, a otimização acaba sendo uma etapa inevitável até a conquista da escalabilidade. Afinal de contas, é disso que se trata esse conceito: atingir o máximo de eficiência, aumentando clientes, vendas, projetos e afins, sem expandir os gastos da operação de maneira expressiva.

Pretendemos escalar o nosso negócio que é o site marketplace da Startup Valeon da seguinte forma:

  • objetivo final em alguma métrica clara, como crescimento percentual em vendas, projetos, clientes e afins;
  • etapas e práticas que serão tomadas ao longo do ano para alcançar a meta;
  • decisões acertadas na contratação de novos colaboradores;
  • gerenciamento de recursos focado em otimização. 

Nossos contatos: Fones: (31) 3827-2297 e (31) 98428-0590 (Wpp)

E-MAIL: valeonbrasil@gmail.com

Site: https://valedoacoonline.com.br/

terça-feira, 29 de março de 2022

GOVERNO DEMITE O MINISTRO DA EDUCAÇÃO

 


O que motivou a demissão de Milton Ribeiro e quais são os cotados para assumir o MEC

Por
Rodolfo Costa – Gazeta do Povo
Brasília

O ministro da Educação, Milton Ribeiro faz balanço do Enem 2021

O ex-ministro da Educação, Milton Ribeiro, deixou o cargo nesta segunda-feira (28)| Foto: Valter Campanato/Agência Brasil

O pastor e professor Milton Ribeiro, agora oficialmente ex-ministro da Educação (MEC), não resistiu à “fritura” de aliados do governo no Congresso – e até de líderes evangélicos – e deixou o governo federal. O presidente Jair Bolsonaro (PL) ainda não definiu seu sucessor, mas o nome mais cotado para assumir a pasta até o momento é o do atual secretário-executivo da pasta, Victor Godoy.

O “02” do MEC ganhou força no Palácio do Planalto após lideranças da Frente Parlamentar Evangélica e do Centrão aconselharem a indicação de um nome técnico para retomar o controle da pasta e frear a oposição, que tenta desgastar o governo Bolsonaro ao citar as suspeitas de tráfico de influência que teriam facilitado a liberação de recursos a prefeitos por intermédio de pastores.

A análise feita por aliados é de que, às vésperas das eleições, o governo não pode se dar ao luxo de manter o MEC sob os holofotes políticos e precisa sair do estado de paralisia em que a pasta se encontra em meio às suspeitas. O nome de Godoy seria, portanto, uma saída para superar a crise e retomar a agenda da educação.

Além de um quadro que exerce atividades técnicas na pasta, aliados políticos e interlocutores lembram que Godoy é servidor de carreira da Controladoria-Geral da União (CGU). O órgão deu início a uma investigação contra Arilton Moura, assessor de assuntos políticos da Convenção Nacional de Igrejas e Ministros das Assembleias de Deus no Brasil, que é acusado de pedir propina para dar andamento a demandas de prefeituras junto ao MEC.

Ou seja, promover o secretário-executivo seria uma estratégia para abafar as acusações sobre o MEC em vez de jogar ainda mais suspeitas sobre a pasta. A oposição e parlamentares independentes ao governo Bolsonaro se mobilizam pela coleta de assinaturas para a criação de uma Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI).

Bolsonaro aceita pedido de exoneração e Milton Ribeiro deixa comando do MEC

Evento do MEC distribuiu Bíblias com foto de pastores e ministro da Educação

Polícia Federal abre investigação sobre possíveis irregularidades nas verbas do MEC
Como a mudança do clima político explica a demissão de Milton Ribeiro

A demissão de Milton Ribeiro não estava no radar de Bolsonaro, embora sua exoneração não surpreenda aliados políticos e interlocutores governistas. Afinal, mesmo após o presidente da República ter reafirmado sua confiança ao ministro, a saída dele não era uma situação improvável.

A continuidade de Ribeiro ou não no governo ficou condicionada aos impactos políticos e eleitorais que isso representaria ao governo. Até a última quarta-feira (23), as suspeitas sobre o MEC eram relativizadas no governo. O entendimento era de que não havia indícios fortes o suficiente contra ele e que a demissão poderia ser interpretada como “recibo” de culpabilidade e dar “munição” aos opositores.

Entretanto, não apenas o Centrão se manteve articulado nos bastidores para “fritar” Ribeiro, como também aliados evangélicos entraram no circuito. “Teve pressão pela saída do ministro, sim, e a maior delas veio da bancada [evangélica]”, atesta um congressista da Frente Parlamentar Evangélica.

Inicialmente, a postura da frente parlamentar era a de exigir esclarecimento sobre as acusações, mas “de forma alguma pedir a cabeça” de Ribeiro. Mas o clima mudou nos dias seguintes com a publicação na imprensa de novas suspeitas envolvendo pastores recebidos pelo agora ex-titular do MEC. A abertura de um inquérito pela Polícia Federal (PF) para apurar as irregularidades aprofundou o desgaste.

O estopim foi a publicação de uma matéria pelo jornal O Estado de S. Paulo nesta segunda-feira que informou sobre a distribuição de Bíblias estampadas com fotos de Milton Ribeiro e dos pastores Gilmar Santos e Arilton Moura em um evento organizado pelo MEC em Salinópolis (PA), no ano passado.

Diante das acusações, o humor de congressistas e líderes evangélicos mudou bruscamente. A leitura feita entre eles foi a de que as suspeitas poderiam até não comprometer o governo, mas já estavam desgastando a base evangélica. “O [deputado federal Pr. Marco] Feliciano [PL-SP] sintetizou bem o desconforto na semana passada”, aponta um interlocutor da bancada sobre um comentário feito pelo parlamentar na última quarta-feira.

“Admiro o presidente Jair Bolsonaro por manter Milton Ribeiro e por não se importar com o que a imprensa diz. Resumo: o governo não se abalou, os ‘bolsonaristas’ sofreram apenas um pequeno arranhão, mas nós, evangélicos, sofremos um golpe quase mortal às vésperas de uma eleição que será muito difícil”, disse Feliciano no Twitter.

Procurado pela Gazeta do Povo, Feliciano avalia que não houve “fritura” por parte de parlamentares e líderes evangélicos, mas “posicionamento”. “Nós, evangélicos, sentimos na ponta o desconforto dos irmãos. Milton é pastor e, pelos áudios e as demais informações divulgadas pela imprensa, parece ter havido alguma facilitação para pastores. Sofremos ataques 24h por dia por uma semana a fio. Ficou insuportável. Por isso, verbalizei”, justifica. “Por último, a foto dele em uma Bíblia, com seu consentimento, distribuída em evento político, foi a gota d’água”, acrescenta.

Vice-líder do governo no Congresso e presidente da Igreja Assembleia de Deus de Orlândia, Feliciano faz boa avaliação do pedido de demissão, ainda que considere que tenha vindo “tardiamente”. “Mas antes tarde do que nunca. Sem fazer juízo de valor, espero que tudo se esclareça. Nós, frente evangélica, não o indicamos. Não indicamos nomes no passado, nem o faremos no presente. Confiamos no presidente. A indicação é de sua alçada”, destaca.

Bancada evangélica se afasta de indicações e Centrão recua
O deputado Marco Feliciano desconhece nomes ventilados nos bastidores para suceder Milton Ribeiro. Outras duas fontes da bancada evangélica também não cravam um nome e até asseguram que, para evitar os holofotes políticos, a estratégia entre congressistas e líderes evangélicos é se afastar de qualquer indicação sob a justificativa de preservar os próprios fiéis.

“Eu acho que o grupo mais ligado à presidência da frente [parlamentar] tem total interesse em ser ouvida, mas os demais deputados, ainda mais em ano eleitoral, eu diria que 80% não acham interessante algum tipo de negociação de ministério agora”, aponta um interlocutor da bancada.

Aliado de Bolsonaro, o líder da Assembleia de Deus Vitória em Cristo, Silas Malafaia, afastou qualquer possibilidade e interesse em indicar um sucessor para o MEC. “Depois de um rolo como esse, a bancada evangélica não pode indicar nenhum nome para o Ministério da Educação”, disse ele à revista digital Crusoé.

“Até por questão de sensibilidade e ética, já que há pastores envolvidos. O envolvimento de pastores é algo que envergonha a nós, evangélicos. Ouvi dizer que o secretário-executivo da pasta (Victor Godoy) está cotado para assumir (o MEC) e que ele seria muito competente. Mas isso é apenas algo que ouvi”, acrescentou Malafaia.

A Gazeta do Povo apurou que o Planalto submeteu a aliados da bancada evangélica o nome do secretário-executivo do MEC, Victor Godoy, mas os congressistas reiteraram o desinteresse em avaliar alguém para a pasta.

Outros cotados para assumir o MEC

Outros nomes chegaram a ser sondados, mas também perderam força nos bastidores. Até a semana passada, o presidente do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), Marcelo Lopes da Ponte, era apontado como o mais cotado a assumir o MEC em caso de demissão de Milton Ribeiro.

Apadrinhado do ministro-chefe da Casa Civil, Ciro Nogueira, presidente licenciado do PP, Ponte é quem tem a última palavra para a execução das emendas de relator no FNDE, ou seja, além de um quadro associado ao Centrão, é quem faz circular as emendas parlamentares no órgão. A análise feita no governo é de que sua indicação jogaria, portanto, mais holofotes para o MEC e não ajudaria a superar a crise na pasta da Educação, principalmente a base em um ano eleitoral.

Outro nome ventilado nos bastidores nesta segunda-feira foi o do diretor de Ações Educacionais do FNDE, Garighan Amarante Pinto, apadrinhado do presidente nacional do PL, Valdemar Costa Neto. Ele atuou por mais de 20 anos em funções de assessoria no PL no partido e a parlamentares da sigla, como o ex-líder da legenda Câmara, deputado Wellington Roberto (PB).

A indicação de Amarente aparece com menos força que a de Godoy pelo mesmo motivo que a de Ponte tem sido preterida no governo. A disposição no governo é de indicar alguém que possa blindar o MEC a essa altura.

Também chegou a ser especulado o nome de Anderson Ribeiro Correia, reitor do Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA). Ex-presidente da Capes, fundação vinculada ao MEC, Correia já havia sido cogitado para assumir o comando da pasta da Educação em 2020, após a saída de Carlos Alberto Decotelli – que ficou no cargo por cinco dias e pediu demissão após a repercussão negativa sobre as inconsistências em seu currículo acadêmico.

Assim como Ribeiro, o reitor do ITA é evangélico. Correia tem perfil técnico e chegou a contar com o aval de grupos que costumam indicar nomes a Bolsonaro. Mas uma indicação vinda do Centrão para o comando da pasta resultaria em dificuldades na condução do MEC, de acordo com uma visão ideológica mais alinhada ao governo de Jair Bolsonaro.

O que a oposição diz sobre Milton Ribeiro e como se articula
A despeito dos esforços do governo para blindar o MEC e Bolsonaro, opositores seguem dispostos a investigar o ex-ministro. O líder da oposição no Senado, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), disse nesta segunda que vai pedir a instalação de uma CPI no Senado para investigar as denúncias contra o MEC.

“Aos senhores Milton Ribeiro e Jair Bolsonaro: não permitiremos fuga das investigações. A saída do Ministro da Educação não será aceita como tentativa de livramento das responsabilizações cabíveis”, declarou Rodrigues pelo Twitter.

O discurso do líder da oposição no Senado é endossado dentro da Frente Parlamentar Mista da Educação. A cúpula da bancada discutiu nesta segunda e vai manter os diálogos nesta terça-feira (29) para definir a melhor estratégia a ser adotada a partir de agora, inclusive no que diz respeito à articulação para concluir a coleta de assinaturas para a criação de uma CPMI.

“Na live da semana passada, o presidente Bolsonaro disse que colocaria a “cara no fogo” pelo ministro Milton Ribeiro mesmo depois das gravíssimas denúncias. Hoje, o ministro pede o afastamento do cargo. O que mudou de lá para cá? Nós já entendemos as articulações e o modus operandi no MEC, e sabemos que não virá algo melhor para o comando da pasta”, diz o deputado federal Professor Israel Batista (PV-DF), presidente da Frente Parlamentar Mista da Educação.

“Sem dúvida, a saída é um respiro e um sinal de vitória não só da bancada da educação no Congresso, mas da sociedade civil [que está] estarrecida com as denúncias dos últimos dias. No MEC, eles têm podido muito, mas não podem tudo”, ressalta Batista. “São três anos e meio de apagão no MEC”, critica o parlamentar.


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GOVERNO MUDA O PRESIDENTE DA PETROBRAS

 

Silva e Luna demitido
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Especialista em petróleo e gás, Adriano Pires foi indicado pelo governo para presidir a Petrobras a partir de 13 de abril| Foto: Pedro França/Agência Senado

O Ministério de Minas e Energia informou em comunicado oficial nesta segunda-feira (28) que o economista e consultor Adriano Pires, 64 anos, será o novo presidente da Petrobras. Ele vai substituir o general Joaquim Silva e Lina, cuja demissão foi anunciada por interlocutores do Palácio do Planalto horas antes.

Na nota, o ministério informa a relação de indicados da União, que é o acionista controlador da companhia, para compor o Conselho de Administração da Petrobras. Os nomes serão apresentados na Assembleia-Geral Ordinária da empresa, que ocorrerá no dia 13 de abril.

A relação indica Adriano Pires para o exercício da presidência da empresa e o engenheiro Rodolfo Landim para presidir o Conselho de Administração. O novo presidente da Petrobras precisa necessariamente compor o conselho, de acordo com o estatuto. Outros seis membros também foram indicados.

“O Governo renova o seu compromisso de respeito a sólida governança da Petrobras, mantendo a observância dos preceitos normativos e legais que regem a Empresa”, conclui o ministério no comunicado.

Silva e Luna, que deve se reunir com o presidente Jair Bolsonaro nesta terça-feira (29), deve continuar no exercício do cargo até a realização da assembleia.

Pires terá no comando da Petrobras o desafio de gerir as sucessivas altas nos preços dos combustíveis, que custaram o cargo de Silva e Luna, que deixa a estatal bastante criticado pelo Congresso e pelo próprio chefe do Planalto.

Quem é Adriano Pires e o que ele defende para a Petrobras

Com experiência de quase 40 anos na área de energia, Adriano Pires dirige o Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE), do qual é sócio-fundador. Ele é consultor na área de petróleo e gás e já foi membro da Agência Nacional de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (ANP), em 2001.

Pires é doutor em Economia Industrial pela Universidade Paris XIII e mestre em Planejamento Energético pela COPPE da Universidade Federal do Rio de Janeiro.

O economista também acumula experiências como consultor do Banco Internacional para Reconstrução e Desenvolvimento (BIRD) e da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).

Recentemente, escreveu um artigo ao site Poder 360 em que se posiciona de forma contrária a uma intervenção na política de preços da Petrobras, que usa o modelo de preço de paridade de importação (PPI), segundo o qual a companhia reajusta os valores dos derivados do petróleo com base na cotação da commodity no mercado internacional.

“Não podemos, e não devemos, ceder à tentação de intervir nos preços da Petrobras, algo que só trouxe prejuízos para toda a sociedade brasileira e que significa o atraso do atraso. Precisamos respeitar a legislação de preços livres em toda a cadeia da refinaria até o posto de revenda”, escreveu, ao comentar os impactos da guerra na Ucrânia sobre os preços dos combustíveis e no bolso dos consumidores.

A solução, para ele, é a criação de um fundo de estabilização para subsidiar os preços dos combustíveis quando a cotação internacional do petróleo atingir um determinado gatilho. O dinheiro sairia, sugere Pires, dos dividendos pagos pela Petrobras à União ou recursos vindos de royalties, participações especiais ou mesmo da comercialização de óleo feita pela estatal PPSA.

A criação do fundo de amortecimento consta em projeto de lei aprovado pelo Senado e relatado pelo senador Jean Paul Prates (PT-RN). A proposta tramita agora na Câmara dos Deputados.

Futuro presidente do Conselho de Administração é ex-funcionário de carreira da companhia
O futuro presidente do Conselho de Administração da Petrobras, Rodolfo Landim, é ex-funcionário de carreira da Petrobras e atual presidente do clube de futebol Flamengo. Ele já havia sido indicado, no início do mês, para presidir o conselho, mas teria recusado a missão de presidir a companhia na ocasião.

Landim ingressou na companhia em 1980, onde trabalhou por 26 anos e ocupou diversas funções gerenciais na área de exploração e produção. Entre 2000 e 2003, foi presidente da Gaspetro, responsável pelas participações societárias da Petrobras nas companhias de transporte e distribuição de gás natural. Entre 2003 e 2006 foi presidente da BR Distribuidora.

Após sair da Petrobras, atuou como diretor-geral da MMX Mineração e Metálicos S.A. (2006 a 2008), fundador e posteriormente CEO da OGX Petróleo e Gás Participações S.A. (2008 a 2009) e CEO da OSX Brasil S.A. (2009-2010).


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