domingo, 27 de fevereiro de 2022

CIDADÃOS UCRANIANOS VÃO RESISTIR

 

Guerra no leste europeu

Por
Luis Kawaguti – Gazeta do Povo

Pessoas se reúnem em abrigo antiaéreo: nasce, ainda sem um nome específico, a resistência ucraniana| Foto: Acervo pessoal

A publicitária Maryna (ela prefere que seu sobrenome não seja divulgado, por questões de segurança) ouviu a explosão do primeiro míssil russo sobre a capital ucraniana, Kiev, às 5h30 da manhã da última quarta-feira. Aquela foi a última noite em que dormiu em casa, pois agora passa a maior parte de seu tempo em um abrigo antiaéreo ou ajudando a comunidade a se organizar para tentar resistir à invasão russa.

Por WhatsApp, ela contou a este colunista como foi o primeiro impacto do conflito: “Naquela hora, a informação sobre diversas explosões já estava na internet, mas ninguém ainda estava entendendo o que aquilo significava”.

O significado agora está claro para todo o planeta: a Europa testemunha a maior guerra aberta entre Estados (Rússia e Ucrânia) desde o fim da Segunda Guerra Mundial.

“Os ucranianos ficaram muito unidos com essa situação: nós informamos uns aos outros sobre notícias de fontes oficiais, damos apoio a quem precisa, levantamos dinheiro, doamos sangue e participamos da defesa territorial”, disse ela.

Os primeiros dias da guerra foram marcados por uma corrida a supermercados, postos de gasolina e caixas eletrônicos. O trânsito ficou caótico, pois milhares de pessoas tentaram deixar Kiev de carro.

Ao menos 100 mil pessoas já deixaram o país, segundo a ONU. Enquanto isso, dezenas de milhares se dirigem às fronteiras.

Mas um grande número de cidadãos permanece em Kiev, e eles estão dispostos a defender sua capital. Segundo Maryna, as pessoas estão se organizando para lutar – seja com um fuzil na mão, fazendo trabalhos logísticos e de apoio à população ou em atividades de propaganda.

Nasce, ainda sem um nome específico, a resistência ucraniana.

Guerra convencional x guerra irregular
Até agora, o conflito na Ucrânia é uma “guerra convencional”, onde forças armadas profissionais se enfrentam usando blindados, mísseis e aviões.

Em tese, o objetivo da Ucrânia é conter a invasão russa e, no futuro, lançar um contra-ataque convencional para empurrar os russos para fora de suas fronteiras.

Mas muitos analistas militares acham que isso não vai acontecer devido ao poderio bélico de Moscou. O conflito pode se transformar então em uma guerrilha de resistência com o objetivo de desgastar os russos a longo prazo.

“O que eu posso dizer é que os ucranianos acreditam na força de seu exército!”, afirmou Maryna.

Segundo ela, as forças armadas ucranianas ganharam muito respeito e prestígio na sociedade desde 2014, quando o país perdeu parte das províncias de Donetsk e Lugansk, no leste, para rebeldes financiados e controlados por Moscou.

“Em primeiro lugar, vem a luta pela liberdade, mas ela é feita pelas tropas profissionais”, apontou.

Em paralelo às ações do Exército, o presidente Volodymyr Zelensky vem incentivando os civis de Kiev a ajudar na defesa da capital.

Ele disse que quem quisesse uma arma iria receber. Milhares de fuzis e metralhadoras foram entregues. Os órgãos de imprensa internacionais já exibem imagens de milícias civis que se organizaram para apoiar os militares no terreno.

Antes da invasão, centenas de civis, homens e mulheres, vinham passando por treinamento militar.

Na fronteira entre a Ucrânia e a Polônia, membros das milícias de defesa da Ucrânia estão pedindo aos poloneses botas, capacetes e coletes à prova de balas para organizar o que chamam de unidades de “defesa territorial”, segundo apurou este colunista.

Os ucranianos têm forte ligação com os poloneses e vêm recebendo esse tipo de doação de maneira informal ao longo da fronteira.

Tanto nas cidades de fronteira quanto na capital polonesa, Varsóvia, as pessoas estão chocadas com a violência das ações russas e tristes pelos amigos ucranianos. Ao falar dos vizinhos, os poloneses lembram de sua própria história. Durante o Levante de 1944, o Exército da Pátria (Armia Krajowa), formado em grande parte por civis, lançou uma revolta contra os nazistas durante a ocupação na Segunda Guerra Mundial.

Eles esperavam receber ajuda do Exército Vermelho, que se aproximava da cidade. Mas os soviéticos preferiram estacionar fora de Varsóvia e assistir aos rebeldes serem massacrados pelas forças nazistas. Para os soviéticos, seria melhor tomar uma cidade sem resistência local, que poderia se voltar contra eles no futuro.

Uma revolta planejada para durar semanas se estendeu por mais de 60 dias, até o massacre da maioria dos partisans e a rendição dos que haviam sobrado.

Assim como a Polônia na Segunda Guerra, a Ucrânia parece estar sendo abandonada à própria sorte. Mas essa é uma história antiga e a Ucrânia já tem seus próprios heróis: eles são 13 guardas de fronteira que, sozinhos, tentaram defender nesta semana a minúscula Ilha Zmiinyi, no Mar Negro.

Ainda não está claro se a história realmente aconteceu ou se é propaganda de guerra. Segundo a BBC, gravações de áudio mostram uma suposta conversa por rádio envolvendo uma embarcação russa e a equipe de guardas. Um tripulante russo teria dito: “Eu proponho que vocês abaixem suas armas e se rendam para evitar derramamento de sangue e vítimas desnecessárias. De outra maneira, vocês serão bombardeados”.

Ouve-se então uma pequena discussão entre os guardas no rádio, que teriam dito entre si: “Ok, então é isso”, e respondido: “Navio da Rússia, vá para o inferno!”.

Os 13 defensores da ilha teriam então sido abatidos por salvas de artilharia naval. Os áudios foram difundidos por autoridades ucranianas. Moscou, por sua vez, nega e diz que todos foram feitos prisioneiros.

O presidente Zelensky condecorou os 13 com o título póstumo de “Herói da Ucrânia”.

Na Rússia, o presidente Vladimir Putin tem feito comunicados destinados aos militares ucranianos. Ele instiga as tropas ucranianas a atacarem seu próprio governo, que Putin classifica como “uma gangue de drogados e neonazistas”.

Em uma gravação em vídeo difundida em redes sociais na manhã de sábado (26), o presidente ucraniano disse: “Nós não vamos baixar nossas armas. Nós vamos defender nosso Estado, porque a nossa arma é a nossa verdade. E a nossa verdade é que essa é a nossa terra, nosso país, nossas crianças e nós vamos defender tudo isso”.

Zelensky vem personificando e incentivando um senso de patriotismo atávico que caracteriza os povos eslavos, cujas nações foram forjadas no calor da guerra. Essa característica já resultou em atos de bravura e heroísmo extremo, como no Levante de 44 da Polônia. Mas também costuma resultar em desfechos sangrentos, com a aniquilação dos heróis.

O presidente ucraniano parece já ter compreendido que a ajuda de fora não virá ou será limitada a sanções econômicas e políticas, além de doação de armamentos de defesa e compartilhamento de informações de inteligência. Os Estados Unidos e seus aliados ocidentais querem evitar que o conflito se alastre pela Europa ou se transforme em uma nova guerra mundial e possivelmente nuclear.

Por isso, está totalmente nas mãos de Zelensky e de sua cúpula a decisão de lutar até o fim pela pátria ou capitular, evitando que o número de mortes chegue a patamares que só podem ser endereçados por meio de estimativas.

Ele pode aceitar o convite de Putin para negociar em Minsk, capital de Belarus. Mas o desfecho disso deve ser sua deposição e um cenário da Ucrânia desmilitarizada e possivelmente submissa a Moscou.

Zelensky também pode optar por uma guerra de defesa, com características de guerrilha, que se estenda por anos para desgastar a Rússia e fazê-la desistir da ocupação em algum momento – como ocorreu com os Estados Unidos no Afeganistão no ano passado.

Ainda não é possível saber quais serão as ações de Zelensky. O que não se esperava era que um presidente europeu tivesse que tomar esse tipo de decisão em pleno século XXI.


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UCRÂNIA DESARMADA FACILITA A INVASÃO RUSSA

Invasão russa
Por
Fábio Galão – Gazeta do Povo

Moradores de Kiev se concentram em estação do metrô para se proteger do bombardeio das forças russas| Foto: EFE/EPA/MIKHAIL PALINCHAK

Ao fim do primeiro dia da invasão russa na Ucrânia, o presidente do país, Volodymyr Zelensky, reclamou da falta de ajuda internacional e disse que os ucranianos estavam sendo obrigados a se defender “sozinhos” da agressão de Moscou, que ostenta um poderio militar muito superior ao da ex-república soviética.

Curiosamente, há 30 anos, a Ucrânia era a terceira maior potência nuclear do planeta, com cerca de 5 mil armas nucleares que haviam sido deixadas no país pela recém-extinta União Soviética.

Em dezembro de 1994, Rússia, Ucrânia, Reino Unido e Estados Unidos assinaram o Memorando de Budapeste, por meio do qual Kiev se comprometeu a se desfazer desse arsenal e os outros signatários, a não usar força militar contra os ucranianos e a respeitar a soberania e as fronteiras do país.

Pelo documento, qualquer agressão à Ucrânia seria respondida com a busca por uma ação de ajuda imediata junto ao Conselho de Segurança das Nações Unidas. Como se vê, apenas a Ucrânia respeitou sua parte no acordo, destruindo ou transferindo para a Rússia as armas nucleares que estavam no seu território.

“É difícil em história falar, com as informações que temos hoje, se a decisão foi certa ou errada. Entendo que a decisão naquele momento foi acertada, porque havia o contexto do Tratado de Não Proliferação de Armas Nucleares, então fazia todo o sentido para a Ucrânia e para diversos países entregar seu arsenal nuclear, como aconteceu nesse caso. Se isso não tivesse acontecido, talvez nem teríamos mais planeta, porque havia uma corrida em curso pela bomba atômica”, afirmou o advogado e professor Renato Ribeiro de Almeida, doutor em direito do Estado e mestre em direito político e econômico, que citou ainda o contexto do fim da União Soviética, quando “ninguém sabia quais seriam os países que ficariam com o espólio dela”.

A Rússia, é claro, desrespeita flagrantemente o acordo, porque antes da invasão iniciada na quinta-feira (24), já havia atentado em 2014 contra a soberania ucraniana ao anexar a Crimeia e apoiar separatistas na região de Donbass. Quanto à ajuda militar, o Conselho de Segurança das Nações Unidas ironicamente é presidido no momento pela Rússia, mas mesmo em outras instâncias o Ocidente não tem seguido o espírito de solidariedade à Ucrânia do memorando de 1994.

“Sabemos que, por mais que haja discordância com a Rússia e suas decisões, ninguém vai entrar em conflito direto com os russos porque teríamos um conflito de ordem nuclear. Os países europeus e principalmente os Estados Unidos estão repudiando [a invasão], impondo sanções econômicas, mas para além disso, eu tenho convicção de que não será feito nenhum tipo de escalada militar, a não ser que a Rússia entre em guerra com algum país da Otan, o que não deve ser o caso”, afirmou Almeida.

Em entrevista à NPR, a pesquisadora Mariana Budjeryn, da Universidade de Harvard, lembrou que um mecanismo de consulta previsto no Memorando de Budapeste foi acionado pela primeira vez em 2014, quando o presidente russo, Vladimir Putin, deflagrou as primeiras ações contra a Ucrânia. O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergey Lavrov, sequer compareceu a uma reunião em Paris para discutir o assunto.

“A Rússia argumenta que assinou [o memorando] com um governo diferente, não com este ‘ilegítimo’. Mas isso, é claro, não atende a nenhum tipo de critério legal internacional. Você não assina acordos com o governo, você assina com o país”, ponderou Budjeryn.

A pesquisadora argumentou que em 1994 teria custado muito à Ucrânia “tanto economicamente quanto em termos de repercussões políticas internacionais” manter o arsenal nuclear que estava no seu território.

“Mas na esfera pública, essas narrativas mais simplórias se firmam, a narrativa na Ucrânia, entre a população, é: ‘Tínhamos o terceiro maior arsenal nuclear do mundo, desistimos dele por este pedaço de papel e veja o que aconteceu’”, disse Budjeryn, que alertou que a agressão a um país que aceitou se desnuclearizar “envia um sinal muito errado para outros países, que podem querer buscar armas nucleares”.

Para Andriy Zahorodniuk, ex-ministro da Defesa da Ucrânia, o país desistiu da sua capacidade nuclear “por nada”. “Agora, toda vez que alguém nos oferece para assinar um pedaço de papel, a resposta é: ‘Muito obrigado. Nós já assinamos um desses faz algum tempo’”, ironizou, em entrevista ao New York Times.

O governo de Putin alega, sem apresentar provas, que a Ucrânia tem planos de voltar a ter armas nucleares.


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O NÚMERO DE HOMICÍDIOS CAIU

 

Editorial
Por
Gazeta do Povo

Cobertura do carnaval 2019 no litoral do Paraná – praias do Paraná – Polícia militar do Paraná – PM – Rotam – Bope – polícia de trânsito – fuzil – pistola – viatura – motocicleta – bicicleta – choque –

| Foto: Albari Rosa/Gazeta do Povo/ Arquivo


Em meio ao horror da guerra no Leste Europeu, que inevitavelmente se tornou protagonista do noticiário, uma excelente notícia para o país acabou sendo ofuscada. No intervalo de apenas um ano, os homicídios caíram 7% em relação ao ano passado, segundo dados coletados pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, com base em números oficiais dos 26 estados e do Distrito Federal. O montante ainda é bastante alto para uma democracia, com 41,1 mil mortes violentas intencionais, mas não se pode deixar de celebrar um fato: trata-se do menor número desde 2007, quando esse tipo de medição passou a ser feita.

A redução indica retomada de uma tendência de queda nas estatísticas de morte violenta que vem sendo registrada desde 2018, a qual interrompida por um crescimento de 5% em 2020, ano de início da pandemia, com fortes abalos na organização social do país.

É fato que o Sistema Único de Segurança Pública, criado em junho de 2018, tem permitido a progressiva consolidação do financiamento dos estados, entes federados mais importantes no combate ao crime, visto que detém o controle das polícias. Foram mais de $157,7 bilhões investidos em segurança pública nos dois anos anteriores à publicação. Ainda que mais dinheiro investido não signifique necessariamente redução da violência, o volume de gastos é um indicativo de deslocamento de prioridades.

Nesse sentido, é necessário ter um olho atento para os avanços em uma agenda importantíssima para o país: o combate ao crime organizado. No último dia 21, o Ministério da Justiça informou que recuperou cerca de R$ 1 bilhão de organizações criminosas. O montante inclui valores oriundos da apreensão de drogas, bens de luxo, armas e dinheiro em espécie. A ação foi possível por meio do investimento em tecnologia, com o Projeto Excel, que auxilia as forças de segurança estaduais no combate ao crime.

Nos últimos anos, as apreensões de drogas atingiram sucessivos recordes. O combate às facções criminosas têm não só provocado prejuízos consideráveis para essas organizações, como revelado detalhes de sua estrutura desconhecidos até então. Essas organizações são diretamente responsáveis por ondas de violência motivadas pelas disputas de território e pela própria hierarquia do crime, que impõe o terror, a intimidação e a morte como forma usual de resolução de conflitos. As evidências mostram que o esforço coletivo de diversos entes federados está contribuindo de fato para o enfraquecimento dessas organizações. A redução na frequência de grandes rebeliões em presídios brasileiros é uma delas.  Convém lembrar que em 2017 o país atingiu a preocupante marca de 65 mil homicídios em todo o território. Não por acaso, naquele ano, uma série de rebeliões aterrorizava a opinião pública, sedimentando a sensação de insegurança e ineficiência do Estado, o que elevou a bandeira da segurança pública ao topo dos temas mais discutidos nas eleições de 2018.

Agora, é fundamental o desenvolvimento de pesquisas aprofundadas sobre o tema, tendo por objeto esses novos e promissores números, pois esse é o caminho para a leitura correta do está se passando no país. Os ventos parecem apontar numa direção de incremento civilizatório, mas entender o porquê é crucial para gestores e operadores de segurança pública consolidarem uma tendência duradoura de pacificação que, se bem administrada, pode durar décadas.


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CONFLITO NA UCRÂNIA PODE DESENCADEAR A TERCEIRA GUERRA?

Crise no leste europeu

Por
Maria Clara Vieira – Gazeta do Povo

— (Ukraine), 24/02/2022.- A handout photo made available by the Ukrainian Embassy in Italy shows the aftermath of an alleged Russian bombing on a Ukrainian military outpost at an undisclosed location in Ukraine, 24 February 2022. Russian troops entered Ukraine on 24 February. (Italia, Rusia, Ucrania) EFE/EPA/Ukrainian Embassy HANDOUT BEST QUALITY AVAILABLE HANDOUT EDITORIAL USE ONLY/NO SALES

Instalação militar ucraniana bombardeada pela Rússia| Foto: EFE

Desde que o presidente da Rússia, Vladimir Putin, reconheceu as repúblicas separatistas de Luhansk e Donetsk, ao leste da Ucrânia, no que foi considerado o “discurso mais perigoso do pós-Guerra Fria”, a guerra entre o gigante asiático e a ex-república soviética não demorou para passar de um conflito iminente a uma realidade concreta.

Nesta quinta-feira (24), Kiev e outras cidades ucranianas amanheceram sob bombardeios e sirenes que anunciavam o início da invasão russa. Lideranças internacionais, representantes de organizações de segurança, analistas e pesquisadores se desdobram para compreender, explicar e responder ao disparate russo à altura, enquanto as populações dos países direta ou indiretamente envolvidos na situação se questionam se estão, afinal, diante do estopim de uma terceira guerra mundial.

Dada a natureza multipolar do conflito – que, de um lado, conta com o rechaço dos países ocidentais e, do outro, com o consentimento tácito da China e de outras ditaduras -, o escalonamento das tensões depende de uma série de fatores.

Para o cientista político Márcio Coimbra, ex-diretor da Apex e coordenador de pós-graduação do Mackenzie Brasília, a ampliação da guerra a nível internacional é improvavel no curto prazo.

“Como a Ucrânia não faz parte da OTAN e os líderes europeus estão com muito medo de uma guerra, penso que a tendência é deixarem o país ser tomado pela Rússia para evitar um conflito de maiores proporções”, explicou o especialista, que comparou o cenário com os Acordos de Munique às vésperas da Segunda Guerra, quando a Tchecoslováquia foi cedida à Alemanha nazista.

“Outra possibilidade é que Putin tente transformar a Ucrânia em uma Bielorrússia. Pode colocar um governo ‘fantasma’, completamente controlado por Moscou. Por outro lado, há sempre o risco de o presidente russo tentar extrapolar o território ucraniano, mas estaria às portas da OTAN. Acho que ele é inteligente o suficiente para não se precipitar desse jeito”, avalia Coimbra.

Para o cientista político Késsio Lemos, pesquisador do INCT-INEU, a guerra só deve atingir proporções internacionais se a Rússia não se contiver à Ucrânia.

“A OTAN acabou de se manifestar e disse que não vai enviar forças militares à Ucrânia. Portanto, o país está sozinho do ponto de vista militar direto. O apoio do Ocidente será através de sanções pesadíssimas e oferecendo algum tipo de suporte para que a Ucrânia resista, o que é pouco provável. Se houver um evento que afete diretamente um país da OTAN, aí temos uma possibilidade de escalada a nível mundial”, explica Lemos.

O que deve realmente pesar na balança do conflito, contudo, é a postura da China. “O grande problema nisso tudo é que, se não houver uma grande mobilização internacional consistente, abre-se um grande corredor de oportunidades para que a China ataque Taiwan. Pode ser que aí vejamos uma escalada a nível mundial, uma vez que os chineses têm planos muito bem traçados para essa invasão”, completa Coimbra.


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JUSTIÇA ELEITORAL SÓ EXISTE NO BRASIL COM MILHARES DE SERVIDORES


  1. Política
     

A ‘Justiça Eleitoral’, da maneira como invadiu a vida política brasileira, é uma aberração

J. R. Guzzo*, O Estado de S.Paulo

O Brasil é mesmo um país extraordinário. Só aqui, em todo o sistema solar, a troca de chefe de uma repartição pública que deveria trabalhar em silêncio, como qualquer outro serviço prestado à população – dessas que só vão bem quando ninguém nota que elas existem –, se transforma num evento de Estado. Pior: só aqui um sistema cuja única função é organizar fisicamente as eleições (arrumar as urnas, as seções de votação, os mesários etc.) e depois contar os votos dá a si mesmo importância igual à que é dada às próprias eleições. É surreal. No Brasil, num ano de eleição presidencial como este, os marechais de campo da “Justiça Eleitoral” são tão falados quanto os candidatos. O eleitor nem deveria saber seus nomes, como não sabe quem é o chefe do Instituto Nacional de Pesos e Medidas, ou coisa que o valha; quer apenas que a balança esteja certa. Aqui, viraram as estrelas do espetáculo.

Estrelas
J. R. Guzzo: ‘A Justiça Eleitoral não é uma ideia. É um Tribunal Superior Eleitoral, com uma sede-palácio de 12 mil metros quadrados em Brasília’.  Foto: Antônio Augusto/TSE/Divulgação

A “Justiça Eleitoral”, da maneira como invadiu a vida política brasileira, é uma aberração – para começar, não existe em nenhuma democracia séria do mundo. O nome já é absurdo: “Justiça Eleitoral”. As eleições não são uma questão para a Justiça, como as ações de divórcio, os contratos de aluguel ou as brigas de herança; são um direito constitucional dos brasileiros maiores de 16 anos, unicamente isso, e é obrigação elementar do Estado tornar este direito utilizável pela população. É óbvio que disputas que surgirem terão de ser resolvidas na Justiça, como quaisquer outras – mas só aí. O Poder Judiciário, por si, não tem de organizar coisa nenhuma. Tem de julgar conflitos, apenas isso. Mas não. No Brasil as eleições, com ou sem conflito, são consideradas um problema judicial em si próprias. O resultado, em vez de um simples serviço administrativo, é esse mamute incompreensível que está aí.

Estrelas
J. R. Guzzo: ‘No Brasil, num ano de eleição presidencial, os marechais de campo da ‘Justiça Eleitoral’ são tão falados quanto os candidatos’.  Foto: Abdias Pinheiro/SECOM/TSE

A Justiça Eleitoral não é uma ideia. É um Tribunal Superior Eleitoral, com uma sede-palácio de 12 mil metros quadrados em Brasília. (Em Brasília, acredite se quiser, há uma “Praça dos Tribunais Superiores”.) São 27 Tribunais Regionais Eleitorais, um para cada Estado. São despesas de R$ 10 bilhões a cada ano. São milhares de funcionários. São procuradores. São salários, penduricalhos, adicionais, auxílios, verbas compensatórias, verbas indenizatórias, acréscimo por trabalhar, aposentadorias com salário integral – não acaba mais. Acima de tudo, há uma pergunta impossível de responder: por que a população paga R$ 10 bilhões todos os anos para a “Justiça Eleitoral”, se só há eleições de dois em dois anos? Cada uma, sejam municipais ou gerais, está saindo por R$ 20 bi. Para ter esses governos que estão aí?

 

PROCURAM-SE ESTADISTAS NO MUNDO

 

  1. Opinião 

Ao contrário dos medíocres líderes ocidentais, Putin tem objetivos definidos e determinação implacável. Mas também tem suas fraquezas e é possível explorá-las

Notas & Informações, O Estado de S.Paulo

Não há dúvida de que a invasão da Ucrânia pela Rússia foi amplamente planejada, mas certamente só aconteceu agora porque o momento não poderia ser mais favorável ao presidente russo, Vladimir Putin, por lhe oferecer uma conjunção de fraqueza, mediocridade e desarticulação no Ocidente.

Considere-se o G7. A Alemanha tem um governo de transição liderado por um chanceler que está aprendendo o ofício à sombra de uma estadista incomparável como Angela Merkel; o primeiro-ministro japonês é igualmente um neófito, reputado como bom administrador, mas de personalidade apagada; o líder italiano é também um tecnocrata competente, mas a política do país segue se consumindo em idiossincrasias partidárias; o primeiro-ministro canadense parece só ter olhos para sua agenda de costumes progressista; o presidente francês está embrenhado em sua disputa eleitoral; e o premiê britânico está enfraquecido pelos escândalos envolvendo festas privadas durante a pandemia.

Nos EUA, Joe Biden foi eleito como um representante experiente do establishment para uma missão de conciliação: construir pontes com os republicanos não intoxicados pelo populismo de Donald Trump e refrear os excessos dos radicais democratas. Mas não fez nem uma coisa nem outra. Seu principal desafio militar, a retirada do Afeganistão, foi um fracasso retumbante que debilitou a confiança de seus aliados e da população. Hoje sua popularidade está na lona.

Em contraste, como disse o historiador Paul Johnson, “Putin é o mais formidável potentado russo desde Stalin”, pois “tem um programa claro – reconstruir o império soviético – e é totalmente implacável em sua busca”. Treinado na KGB, comentou Johnson, “Putin é um mentiroso, falsificador e intimidador profissional, cujos instintos são uma mescla brilhante de desaforo e enganação”. Putin também tem a vassalagem da antiga hierarquia soviética e o apoio de uma parte importante da opinião pública. “Ele pode, portanto, posar como um populista e agir como um tirano.”

A política de confronto com o Ocidente, que agora atinge o seu pico, começou em 2007, quando Putin fez um discurso combativo na Conferência de Segurança de Munique. No ano seguinte, foi à guerra na Geórgia; em 2014, atacou a Ucrânia e anexou a Crimeia.

Tudo isso foi recebido no Ocidente com protestos protocolares, sanções inócuas e indiferença, o que certamente encorajou Putin a embalar seus sonhos de restabelecimento do império russo – sua permanência como “czar” já está garantida.

Putin tem a seu favor todo o estoque de arsenais legados pela URSS e imensos recursos energéticos. As antigas colônias soviéticas estão repletas de antigas lideranças desapropriadas e minorias étnicas relegadas à condição de cidadãos de segunda classe, aptas a serem intoxicadas pela nostalgia da Grande Rússia.

Mas Putin também tem suas fraquezas. É vaidoso, como mostram as suas fotos públicas de torso nu ou as cerimônias pomposas no Kremlin. E é dado a aventuras, manobras de alto risco e belicosidade imprudente.

A economia da Rússia é menor que a da Coreia do Sul. O parque industrial russo é atrasado. Os recursos das exportações de commodities são consumidos com os gastos militares e da cleptocracia no Kremlin. À população ele vende segurança e estabilidade após o caos dos anos 90, mas sua burocracia custosa e incompetente é incapaz de produzir qualquer melhora no padrão de vida.

Hoje sua popularidade está relativamente baixa e ele é confrontado por dissidentes ousados e expressivos, como Alexey Navalny. A distância entre o estilo de vida dos russos e o de populações prósperas no Ocidente aumenta e aumentará mais com as sanções econômicas. Mais importante, os russos veem os ucranianos como irmãos e quaisquer atrocidades durante a invasão serão recebidas com amargura e revolta.

Essas fraquezas podem ser exploradas, mas isso exigirá líderes capazes de amalgamar força, determinação e paciência, e sobretudo capazes de se unir em torno de prioridades claras. Para azar dos ucranianos, parece que esses líderes ainda não existem.

MAZINE LUIZA PERDE VALOR DE MERCADO

Em 5 anos, ações da varejista subiram mais de 35.000%; agora, caem com o mercado repercutindo o cenário econômico e questionando eficiência da companhia

André Jankavski, O Estado de S.Paulo

Magazine Luiza foi a queridinha dos investidores por praticamente cinco anos. De 2016 até o início de 2021, as ações da varejista subiram nada menos do que 35.000%. Isso quer dizer que quem investiu R$ 100 na companhia naquele ano, chegou a ter R$ 35,1 mil na conta – uma alta comparável apenas a investimentos de altíssimo risco, como são as criptomoedas. Nem mesmo a pandemia foi capaz de tirar o ânimo dos acionistas, que aumentaram a aposta no negócio em meio à liberação do auxílio emergencial. 

Mas tudo começou a mudar em julho passado. O contínuo aumento da inflação, a elevação da taxa básica de juros a patamares não vistos nos últimos quatro anos e o desemprego ainda alto no País desferiram um duro golpe na companhia. Nos últimos 12 meses, os papéis do Magalu tiveram uma queda de mais de 75% e chegaram a um nível inferior ao visto no pior momento da Bolsa brasileira durante a pandemia.

Magazine Luiza
Maior centro de distribuição da rede, em Guarulhos; diretoria acredita que ‘a tempestade vai passar’ Foto: Felipe Rau/Estadão

Procurada, a varejista não quis dar entrevista, mas, em sua divulgação de resultados do terceiro trimestre, a própria diretoria da empresa definiu o momento como uma “tempestade perfeita”. E admitiu que o cenário não deve melhorar no curto prazo, apesar de confiar que “a tempestade vai passar”. Mesmo com um cenário adverso, faz sentido uma empresa que chegou a valer mais de R$ 125 bilhões cair para menos de um terço disso?

Na visão de analistas e especialistas, o cenário macroeconômico é o principal responsável pela queda do Magalu, assim como a de suas principais concorrentes na Bolsa, como a Via, dona das Casas Bahia e do Ponto, e a Americanas. Mas também há uma certa culpa do otimismo do mercado, que não contou com variáveis que apareciam desde o início de 2021, como o repique da inflação. 

Lívia Rodrigues, analista de renda variável da Ativa Investimentos, observa que o mercado previu um crescimento muito forte do varejo, especialmente do comércio eletrônico, e o Magalu se mostrou uma empresa com um histórico de execução sólido para se destacar nesse contexto. “Mas as perspectivas mudaram muito rápido”, diz. 

E isso ficou claro nos resultados do Magalu do terceiro trimestre de 2021. As vendas totais da companhia cresceram 12%, e o lucro ajustado teve uma queda de quase 90%, para R$ 22,5 milhões. Para se ter uma base de comparação, no segundo trimestre o crescimento das vendas tinha sido de 60% e a empresa havia revertido um prejuízo de R$ 64,5 milhões para um lucro de R$ 95,5 milhões. 

Marketplace

Porém, alguns fatores começaram a entrar nas contas do mercado. O primeiro deles é que a empresa continua dependente das próprias vendas. Hoje, o negócio próprio ainda representa 65% das vendas do Magalu. Ou seja: se as vendas da “marca-mãe” não vão bem, ainda não há uma fatia tão representativa para compensar essas perdas.

A companhia também passou a receber o escrutínio do mercado sobre o seu apetite de aquisições. Nos últimos dois anos, foram mais de 20, desde o aplicativo de refeições AiQFome até negócios nos ramos de conteúdo e publicidade. 

Dentre as escolhas, uma é vista por analistas como especialmente arriscada. A empresa pagou mais de R$ 3,5 bilhões pela KaBuM!, focada no comércio de artigos para computadores e videogames. Na visão de Alberto Serrentino, sócio da consultoria Varese Retail, parte do setor viu como uma aquisição mais focada no comércio, que também é importante, mas menos na compra de uma tecnologia que poderia a diferenciar. “Foi um negócio muito grande em um momento complicado”, diz Serrentino.

Além disso, segundo o especialista, as concorrentes também se mexeram muito nos últimos anos. A Via se reorganizou e tem uma base de lojas maior do que o próprio Magalu. A Americanas, por sua vez, juntou as operações do seu braço digital, a B2W, com a Lojas Americanas – tendo mostrado um forte resultado no último trimestre de 2021.

Ainda no lado da concorrência, o varejo brasileiro tem visto um apetite cada vez maior dos chineses, como Shopee e Alibaba, pelo mercado local. 

Isso tem gerado até movimentos no setor para que as compras importadas tenham uma taxação, algo que não ocorre até determinados valores. 

Efeito manada?

Segundo especialistas, há problemas para se observar no varejo e em especialmente no Magalu, mas pode estar havendo um “efeito manada” na venda das ações. Algo que, segundo Serrentino, pode ter acontecido anteriormente no momento de compra, o que fez as ações do Magalu subirem mais do que de fato valiam. 

Não à toa, diversos bancos de investimento estão recomendando a compra das ações do Magalu. O BTG Pactual enxerga que há um potencial de alta de mais de 200% nos papéis da varejista. Obviamente, não será o suficiente para recuperar o tamanho da queda.

Para Ana Paula Tozzi, sócia da consultoria AGR, houve um exagero nas expectativas criadas anteriormente e no pessimismo atual. O varejo pode ter alguma recuperação nos próximos meses com o pagamento de mais parcelas do Auxílio Brasil, com a retomada do setor de serviços e até um aceno de cortes de impostos – na sexta-feira, o governo federal publicou um decreto que reduziu em até 25% o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) de diversos produtos. É possível retomar o otimismo? “Acho otimismo uma palavra exagerada, mas acredito que possa ter esperança”, afirma Ana Paula.

 

EMPRESAS E STARTUPS O CAWAMENTO PERFEITO

 

 Martonio Mendes – Head de Ecossistemas do NINNA Hub

Ser líder de mercado e trazer inovações já foi bem mais fácil para as grandes empresas, em um contexto que as informações não fluíam em uma velocidade tão frenética como atualmente, os ciclos de desenvolvimento de produtos longos e centralizados eram suficientes.  

Ocorre que o cenário mudou, hoje, para não ficar para trás e buscar se renovar sempre, as grandes corporações estão buscando se aproximar e fazer negócios com as startups. 

Desde o início da pandemia da Covid-19, muitas das empresas tradicionais tiveram que inserir uma solução digital para resolver algum problema proveniente do isolamento social, e assim começaram a visualizar os benefícios e o ganha-ganha do relacionamento com as startups. 

Acontece, que existe um grande desafio quando falamos em conexão entre grandes empresas e startups. Apenas uma pequena parcela desses contatos gera negócio. Podemos citar vários fatores responsáveis por uma quantidade tão pequena, entre eles, a ausência de uma preparação adequada de ambas as partes e a falta de um acompanhamento e avaliação adequada das entregas dessa conexão. 

Por isso, e com base na experiência do NINNA Hub em realizar conexões entre grandes empresas e startups, atuando junto as grandes corporações cearenses: Farmácias Pague Menos, Grupo Edson Queiroz, Unimed Fortaleza, L´auto Cargo e CDP Capital, apresento algumas dicas para os empreendedores que buscam se conectar com grandes empresas e principalmente transformar essa conexão em negócios reais: 

– Em primeiro lugar, vale analisar se a sua startup realmente está pronta para conectar-se com empresas do mercado tradicional. Conectar-se com empresas do mercado tradicional é desafiador, pois geralmente essas corporações possuem processos bastante complexos, então inicialmente cabe uma análise, realmente faz sentido? as empresas são realmente early adopters da minha solução? Tenha na sua cabeça, nas grandes empresas existem os tickets maiores, mas também grandes complexidades e possíveis entraves.

– Em segundo lugar, para o empreendedor que queira relacionar-se com grandes empresas, é muito importante criar um case de sucesso. Toda empresa tem medo de investir nos serviços inovadores de uma startup, devido aos inúmeros riscos por trás dessas inovações. Então criar cases, é uma forma de gerar confiança, reduzindo a sensação de risco, pois demonstra como sua solução ajudou outra empresa, tendo assim resultados e números relevantes a serem apresentados. Outra solução para diminuir a insegurança por parte das empresas é fornecer um período de teste, realizando o que chamamos de Prova de Conceito (POC), entregando valor antes de discutir contratos, criando assim cases de sucesso dentro da corporação. 

– Outra dica que parece ser bem óbvia, mas vale escrever é: tenha processos bem estruturados (principalmente processos de vendas), porém flexíveis. Faça o mapeamento de quem são as pessoas da empresa, principalmente aqueles que são decisores e influenciadores, eles com certeza auxiliarão você no processo de negociação. Aqui vale destacar que os processos e a negociação podem levar algum tempo, então exige bastante resiliência, organização da parte dos empreendedores, onde raramente o negócio será fechado em um mês. Já acompanhamos negociações que levaram até oito meses.  

– Um ponto importante que o empreendedor deve saber é dizer NÃO. Saiba quem são seus clientes e qual é a estratégia do seu negócio, além de ter bem claro qual seu ICP (Ideal Customer Profile). Evite se queimar ou desprender grandes esforços com ICP´s difíceis e que fogem do seu. Para startups a busca pelo PMF (Product Market Fit) é importante e o ponto de virada para escala do negócio, onde atuar com clientes fora do ICP pode demandar muito esforço por parte das startups para customizações que fogem do escopo e estratégia do negócio, podendo gerar grandes problemas para o seu processo de vendas, para seu produto, gerar altos custos e demandar muito tempo. Saiba escolher, dizer não e reconhecer: não estou preparado para esse cliente. Então, jamais, em hipótese nenhuma seja uma software house, bodyshop ou consultoria de um cliente, aceite as limitações da sua tecnologia e seja sempre transparente nas entregas. 

– Lembre-se ainda que entrega de valor é o primeiro desafio para de fato chegar a venda. Quando conseguir vender a sua tecnologia, terão outros desafios, como por exemplo a implementação, escala da solução, etc.

– Por fim, e não menos importante, esteja conectado a ambientes de inovação, como hubs de inovação. Esses ambientes podem te ajudar a realizar essas conexões e a auxiliar nessa jornada, até as provas de conceito e vendas. Os hubs podem ajudar a validar o seu serviço, tendo o papel essencial de intermediar e alinhar as startups e empresas, encontrando o denominador comum entre ambos para o sucesso da parceria.

Por atuarmos realizando o processo de inovação aberta junto a nossos mantenedores, sabemos o caminho para facilitar estas conexões entre as startups e grandes empresas. Então você empreendedor, deve ter muita resiliência e entender de fato como as grandes empresas funcionam, as coisas não acontecem de forma rápida, tudo leva muito tempo, esforço e educação, então siga nossas dicas e acompanhe nossas redes sociais para mais conteúdos!! Vamos juntos democratizar a inovação aberta.

VOCÊ CONHECE A ValeOn?

A MÁQUINA DE VENDAS ONLINE DO VALE DO AÇO

TEM TUDO QUE VOCÊ PRECISA!

A Valeon é uma caixinha de possibilidades. Você pode moldar ela em torno do negócio. O que é muito importante. O nosso é colocar o consumidor no centro e entender o que ele precisa. A ValeOn possibilita que você empresário consiga oferecer, especificamente para o seu consumidor, a melhor experiência. A ValeOn já é tradicional e reconhecida no mercado, onde você empresário pode contar com a experiência e funcionalidades de uma tecnologia corporativa que atende as principais operações robustas do mundo essencial e fundamental. A ValeOn além de trazer mais segurança e credibilidade para o seu negócio, também resulta em muita troca de conhecimento e ótimos resultados para ambos os lados, como toda boa parceria entre empresas deve ser. Lembrem-se que a ValeOn é uma Startup Marketplace de Ipatinga-MG que tem a responsabilidade de levar o cliente até à sua empresa e que temos potencial para transformar mercados, impactar consumidores e revirar empresas e indústrias onde nossos produtos e serviços têm capacidade de escala e de atrair os investimentos corretos para o nosso crescimento.

A Startup Valeon um marketplace aqui do Vale do Aço volta a oferecer novamente os seus serviços de prestação de serviços de divulgação de suas empresas no nosso site que é uma Plataforma Comercial, o que aliás, já estamos fazendo há algum tempo, por nossa livre e espontânea vontade, e desejamos que essa parceria com a sua empresa seja oficializada.

A exemplo de outras empresas pelo país, elas estão levando para o ambiente virtual as suas lojas em operações que reúnem as melhores marcas do varejo e um mix de opções.

O objetivo desse projeto é facilitar esse relacionamento com o cliente, facilitando a compra virtual e oferecer mais um canal de compra, que se tornou ainda mais relevante após a pandemia.

Um dos pontos focais dessa nossa proposta é o lojista que pode tirar o máximo de possibilidade de venda por meio da nossa plataforma. A começar pela nossa taxa de remuneração da operação que é muito abaixo do valor praticado pelo mercado.

Vamos agora, enumerar uma série de vantagens competitivas que oferecemos na nossa Plataforma Comercial Valeon:

                                                                                                                                                                   Nós somos a mudança, não somos ainda uma empresa tradicional. Crescemos tantas vezes ao longo do ano, que mal conseguimos contar. Nossa história ainda é curta, mas sabemos que ela está apenas começando.

Afinal, espera-se tudo de uma startup que costuma triplicar seu crescimento, não é?

Colocamos todo esse potencial criativo para a decisão dos senhores donos das empresas e os consumidores.

E-Mail: valeonbrasil@gmail.com

Site: https://valedoacoonline.com.br/

Fones: (31) 98428-0590 / (31) 3827-2297

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