terça-feira, 30 de novembro de 2021

DEPARTAMENTO DE MARKETING DAS EMPRESAS

 

Tayná de Oliveira Campos

Para uma excelente estruturação do marketing é necessário a coexistência de três funções fundamentais e específicas, que são: a pesquisa de mercado, a análise do marketing e a gestão de ferramentas, e que elas sejam praticadas por profissionais qualificados e específicos, voltados para uma determinada função, isso independente do porte estrutural da empresa.

Pesquisa de Mercado

O marketing estratégico tem como função básica a pesquisa de mercado para que se tenham análises aperfeiçoadas com gerenciamento de ações para um marketing coerentes e com fundamentados. Muitas companhias que praticam marketing operacional, raramente investem em pesquisas (mesmo internas), assumindo assim, riscos, pois se baseiam mais em opiniões que em fatos, sendo esse um dos principais motivos pelo fracasso dessas companhias.

Análise de Marketing

Analisar os resultados das pesquisas de mercado, bem como desenvolver métricas e medidas de desempenho, são atividades do marketing estratégico, desenvolvidas por profissionais habilitados e capaz de visualizar oportunidades de marketing e desenvolver a partir de então ações táticas para o mercado, buscando saídas, encontrando caminhos e soluções para enfrentar os desafios mercadológicos e para alcançar os objetivos pretendidos.

Gestão de Ferramentas

É comum as empresas desenvolverem projetos de marketing ligados às ações de comunicação, onde encontramos com frequência gestores específicos nessa função, onde estes são gerentes de comunicação ou de propaganda. Como a estrutura do departamento de marketing é realizada em etapas distintas, esse gerente deve buscar ferramentas para desenvolver um marketing eficiente e eficaz. As pesquisas de mercado bem como as análises de marketing são ferramentas utilizadas pelo gestor como estratégia possibilitando assim a realização dos objetivos pretendidos.

Vendas pela internet com o site Valeon

Você empresário que já escolheu e ou vai escolher anunciar os seus produtos e promoções na Startup ValeOn através do nosso site que é uma Plataforma Comercial Marketplace aqui da região do Vale do Aço em Minas Gerais, estará reconhecendo e constatando que se trata do melhor veículo de propaganda e divulgação desenvolvido com o propósito de solucionar e otimizar o problema de divulgação das empresas daqui da região de maneira inovadora e disruptiva através da criatividade e estudos constantes aliados a métodos de trabalho diferenciados dos nossos serviços e conseguimos desenvolver soluções estratégicas conectadas à constante evolução do mercado.

Ao entrar no nosso site você empresário e consumidor terá a oportunidade de verificar que se trata de um projeto de site diferenciado dos demais, pois, “tem tudo no mesmo lugar” e você poderá compartilhar além dos conteúdos das empresas, encontrará também: notícias, músicas e uma compilação excelente das diversas atrações do turismo da região.

Insistimos que os internautas acessem ao nosso site (https://valedoacoonline.com.br/) para que as mensagens nele vinculadas alcancem um maior número de visitantes para compartilharem algum conteúdo que achar conveniente e interessante para os seus familiares e amigos.

Enquanto a luta por preservar vidas continua à toda, empreendedores e gestores de diferentes áreas buscam formas de reinventar seus negócios para mitigar o impacto econômico da pandemia.

São momentos como este, que nos forçam a parar e repensar os negócios, são oportunidades para revermos o foco das nossas atividades.

Os negócios certamente devem estar atentos ao comportamento das pessoas. São esses comportamentos que ditam novas tendências de consumo e, por consequência, apontam caminhos para que as empresas possam se adaptar. Algumas tendências que já vinham impactando os negócios foram aceleradas, como a presença da tecnologia como forma de vender e se relacionar com clientes, a busca do cliente por comodidade, personalização e canais diferenciados para acessar os produtos e serviços.

Com a queda na movimentação de consumidores e a ascensão do comércio pela internet, a solução para retomar as vendas nas lojas passa pelo digital.

Para ajudar as vendas nas lojas a migrar a operação mais rapidamente para o digital, lançamos a Plataforma Comercial Valeon. Ela é uma plataforma de vendas para centros comerciais que permite conectar diretamente lojistas a consumidores por meio de um marketplace exclusivo para as empresas.

Por um valor bastante acessível, é possível ter esse canal de vendas on-line com até mais de 300 lojas virtuais, em que cada uma poderá adicionar quantas ofertas e produtos quiser.

Nossa Plataforma Comercial é dividida basicamente em página principal, páginas cidade e página empresas além de outras informações importantes como: notícias, ofertas, propagandas de supermercados e veículos e conexão com os sites das empresas, um mix de informações bem completo para a nossa região do Vale do Aço.

Destacamos também, que o nosso site: https://valedoacoonline.com.br/ já foi visto até o momento por 66.000 pessoas e o outro site Valeon notícias: https://valeonnoticias.com.br/ também tem sido visto por 512.000 pessoas , valores significativos de audiência para uma iniciativa de apenas dois anos.

Nossos contatos: Fones: (31) 3827-2297 e (31) 98428-0590 (WApp)

E-MAIL: valeonbrasil@gmail.com

Site: https://valedoacoonline.com.br/

segunda-feira, 29 de novembro de 2021

PRIVATIZAÇÃO DA PETROBRAS NÃO É GARANTIA DE COMBUSTÍVEL MAIS BARATO

Estatal

Por
Célio Yano – Gazeta do Povo

Sozinha, a privatização da Petrobras não garante uma queda nos preços dos combustíveis, dizem analistas.| Foto: Agência Petrobras

Defendida de forma reiterada pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) nas últimas semanas, uma eventual privatização da Petrobras não apenas não ajudaria a baratear a gasolina e o óleo diesel como poderia levar a um aumento nos preços, de acordo analistas no setor.

A principal razão é que, com o controle estatal, a companhia ainda é capaz de absorver alguma volatilidade do valor do petróleo no mercado global e praticar preços abaixo da paridade internacional. É o que tem ocorrido nos últimos meses, segundo especialistas e concorrentes. Eles dizem que, apesar dos seguidos reajustes nas refinarias, a petroleira ainda não repassou ao mercado interno todo o aumento ocorrido no mercado do petróleo.

A esperada redução de preços dos combustíveis depende muito mais de outros fatores, como o fim do domínio da empresa no mercado de combustíveis – que dificulta a participação de empresas totalmente privadas, limitando a competição – e de mudanças na tributação.

Bolsonaro citou nesta terça-feira (23) uma outra possibilidade, tida como intervencionista por investidores: rever a política de preço de paridade de importação (PPI), que a empresa passou a seguir em 2016, no governo de Michel Temer.

Apesar do PPI, a Petrobras não aplica imediatamente todas as flutuações na cotação do barril do petróleo. Desde setembro de 2018, depois da greve dos caminhoneiros, as atualizações nos valores dos derivados praticados pelas refinarias deixaram de ocorrer na frequência quase diária como até então, passando a ser mais espaçadas.

Em 2021, foram 15 aumentos na gasolina e 12 no diesel, embora o preço do petróleo varie diariamente no mercado internacional. A Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom) diz que, após a última atualização anunciada pela Petrobras, o valor da gasolina no mercado interno ficou 7% abaixo do praticado no exterior. Para o diesel, a defasagem é de 9%, segundo a entidade.

A Ativa Investimentos calcula uma diferença ainda maior para a gasolina – 17%. “A Petrobras tenta diferenciar movimentos conjunturais dos estruturais, e temos visto na nossa modelagem que, tanto para o diesel quanto para a gasolina, existe uma diferença de preços”, explica o economista Ilan Arbetman, analista de petróleo e gás da corretora.

“Digamos que a empresa fosse privatizada hoje: dificilmente a gente veria uma companhia de mercado absorvendo essa diferença. Se o objetivo é pensar em preços mais baixos na ponta, a verdade é que existem mecanismos muito mais inteligentes para se fazer isso”, afirma.

Para ele, no entanto, é fundamental que a Petrobras mantenha a PPI como forma de garantir segurança à operação da empresa. “É só ver as finanças da companhia em 2015 e 2016, quando foi feito o represamento de preços. Não há dúvida de que quando se lida com uma atividade internacional, que tem custos e a necessidade de se alavancar um posicionamento estratégico, faz-se necessário seguir uma órbita que é global”, afirma.

Conrado Magalhães, da Guide Investimentos, ressalta que a dinâmica de preços não tem necessariamente relação com o fato de a companhia estar sob controle estatal. Portanto, o repasse do controle a um acionista privado não teria o condão de baratear o combustível.

“Com o que está ocorrendo agora em relação à reabertura econômica pós-pandemia e o preço do barril subindo lá fora, [a venda do controle da empresa] não resolveria. A dinâmica que está elevando os preços não seria diferente com uma Petrobras privatizada”, diz o analista.

Na terça-feira, em entrevista à TV Jovem Pan, o presidente da Petrobras, Joaquim Silva e Luna, disse que a eventual privatização da empresa mudaria pouco suas operações, pois na visão dele o sistema de governança e conformidade da empresa dificilmente seria alterado.

“A modificação disso seria a redução daquilo que ela [União] recebe de dividendos e royalties, porque em termos de como ela trabalha a diferença é muito pequena”, disse Silva e Luna. “Ser uma empresa privada ou estatal, como ela funciona hoje, a diferença é muito pequena.”

Instituto ligado a petroleiros critica venda de ativos e aumento da importação
O diretor técnico do Instituto de Estudos Estratégicos de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (Ineep), William Nozaki, defende que o Brasil, como grande produtor e explorador de petróleo, sobretudo a partir do pré-sal, precisa de instrumentos públicos para organizar toda a cadeia e abastecimento do país. O Ineep é ligado à Federação Única dos Petroleiros (FUP).

“Não só a venda da Petrobras não ajudaria a diminuir os preços, como eu vou além: os desinvestimentos que a empresa vem realizando estão diretamente relacionados à alta dos preços dos combustíveis que a gente vem assistindo no Brasil”, afirma.

Ele se refere à decisão tomada pela estatal em 2015 de reduzir o portifólio de ativos para concentrar a estratégia da empresa na exploração e produção de petróleo em águas profundas. Desde então, a estatal deixou ou diminuiu a participação nos segmentos de distribuição de combustível, energia renovável, gás natural, petroquímica e fertilizantes e anunciou, em acordo com o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), a venda de oito de suas 13 refinarias.

Para viabilizar a operação, a Petrobras reduziu a carga de processamento das unidades. O fator de utilização das refinarias (FUT) caiu de 94% em 2014 para 76% em 2018, segundo relatórios de produção e vendas da companhia. “Nós passamos a importar mais derivados, sem que precisássemos”, diz Nozaki. “Isso significou a abertura do mercado nacional para a entrada de um número muito expressivo de importadores, o que trouxe a pressão para a operação da PPI.”

Das oito unidades de refino colocadas no mercado, três tiveram contrato de venda assinado até agora: a Isaac Sabá (Reman), no Amazonas, a Landulpho Alves (Rlam), na Bahia, e a Superintendência da Industrialização do Visto (SIX), no Paraná.

“Os gestores do fundo árabe Mubadala, que comprou a Rlam, sinalizam que a refinaria vai ser destinada à produção de bunker oil [combustível para navio]. É um ativo que tem tido alta rentabilidade no mercado internacional, sobretudo neste momento de saída da pandemia e de retomada das atividades econômicas”, afirma o diretor do Ineep.

“Ou seja, em vez de produzir gasolina, diesel, GLP e outros insumos para abastecer o mercado interno, a unidade vai produzir bunker oil para exportação, o que traz mais insegurança sobre o abastecimento nacional de derivados”, diz.


Privatização da Petrobras é pouco provável antes das eleições
De volta ao debate público de tempos em tempos, a privatização da Petrobras foi defendida nas últimas semanas por nomes como o ministro da Economia, Paulo Guedes, o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), e o ex-presidente da estatal Roberto Castello Branco.


Governo prepara projeto de lei para a privatização da Petrobras
Mas a venda da empresa não deve virar realidade tão cedo. No Congresso Nacional, por exemplo, críticos e defensores da privatização duvidam que ela possa ocorrer antes das eleições de 2022.

Para Magalhães, as declarações de Bolsonaro seriam principalmente fruto de uma frustração com a disparada dos preços – que respinga em sua popularidade – e um aceno ao mercado, mais do que a sinalização de um projeto concreto de venda do controle da estatal.

“Do ponto de vista político, a Petrobras tende a gerar mais dor de cabeça do que dividendos, apesar dos repasses volumosos que vem fazendo para o governo federal, como acionista da estatal”, diz. “O governo entende que o discurso da privatização é muito atrativo para o mercado e usa como uma espécie de moeda de troca, uma cortina de fumaça, para quando as coisas não estão indo muito bem.”

Para o analista, a privatização é uma promessa para um eventual segundo mandato de Bolsonaro, que, se confirmado, dispensaria o presidente de calibrar o discurso com vistas a uma eleição. “Estamos em modo eleitoral e tudo o que o governo faz já é visando fortalecer o presidente no ano que vem”, diz.

Arbetman, da Ativa, compara com o caso da Eletrobras, que figurou na lista de possíveis privatizações ainda nos início do período democrático, no governo de José Sarney (MDB).

“O tema voltou ao plano nacional de privatização com Fernando Henrique Cardoso [PSDB], em 1994, saiu com o Lula [PT], em 2007, voltou com o [Michel] Temer [MDB], em 2017, e agora possivelmente a gente pode estar vendo a finalização de um projeto que foi transformado e, na verdade, não é nem uma privatização, é uma capitalização, onde o governo vai deixar de ser majoritário para ter aproximadamente 40% ou 45% da companhia. Isso se der certo”, diz.

O que ajudaria a controlar os preços dos combustíveis

Analista do mercado financeiro, Arbetman considera que uma das formas de se reduzir o preço dos combustíveis para o consumidor final passa por uma mudança na tributação.

“Não entro no mérito se é no [tributo] federal ou no estadual; o fato é que a carga de impostos embutida no preço que chega na bomba é alta. E não tenho dúvida de que qualquer reforma perene na tributação dos derivados no país teria um efeito baixista muito maior do que uma possível privatização”, diz.

Outro ponto relevante na composição do preço dos combustíveis é o câmbio, uma vez que a paridade é praticada em dólar. “Então isso também envolve a forma como o Executivo se comunica com o mercado”, diz Arbetman, em referência às repercussões de atos e declarações do governo sobre as cotações do câmbio.

O economista entende ainda que a abertura do setor de refino ajudará a ter preços mais equilibrados. “Não há dúvida de que a estrutura quase que monopolista da Petrobras contribui para que a diluição de custos ao longo do processo seja mais fraca e no final a gente tenha um preço mais alto”, avalia.

Magalhães, da Guide, concorda. “A iniciativa privada é relutante em investir no mercado de refino porque tem uma empresa estatal que pode absorver lucro. O meu entendimento é que a quebra do que é um monopólio na prática ajudaria”, afirma. “Acabaria a necessidade de importar petróleo refinado lá de fora.”

William Nozaki, do Ineep, que diverge da estratégia de desinvestimento do parque de refino, entende que a PPI poderia ser revista. “É claro que nós do Ineep não defendemos que haja um congelamento de preços ou uma política de intervenção estatal desorganizada. Mas entre o congelamento e a livre flutuação, é possível achar um caminho intermediário que seja razoável tanto para acionistas quanto para consumidores”, diz.

Uma alternativa seria levar em consideração o custo de importação em consonância com o da produção local de derivados na definição do preço, diz. O raciocínio é de que não é preciso levar em conta 100% do preço internacional do petróleo, uma vez que boa parte do refino no Brasil usa petróleo produzido localmente, assim como a maior parte da demanda brasileira de derivados é atendida por produção nacional.

Tanto Arbetman quanto Nozaki concordam que uma saída seria a criação de um fundo de estabilização para amortecer o impacto da volatidade da cotação do petróleo. A ideia é discutida desde 2018, na esteira da greve dos caminhoneiros, provocada principalmente pela insatisfação da categoria com a escalada de preços do diesel.

“Qualquer política que siga mantendo a política de paridade da companhia e tire as pressões que sobre ela existem, a gente vê como benéfica para a Petrobras”, diz Arbetman.

Na Câmara dos Deputados, pelo menos cinco projetos de lei propõem a criação da reserva financeira. Nas diferentes versões, o fundo poderia ser abastecido com recursos de um imposto sobre exportação do petróleo em estado bruto; dividendos e juros sobre capital próprio distribuídos pela Petrobras em favor da União; alíquota da Contribuição de Intervenção do Domínio Econômico (Cide); royalties do pré-sal; dotações no Orçamento anual da União; entre outros.

Nozaki defende que seja criado um imposto sobre exportação do óleo cru para financiar o fundo. O tributo, acredita, ajudaria ainda a estimular a produção de derivados para o mercado interno.

Em audiência na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado na terça-feira, o presidente da Petrobras defendeu o uso dos dividendos pagos à União em um fundo para estabilizar os preços. “Nós entendemos que, em um momento de dificuldade, é uma solução interessante”, afirmou Silva e Luna.

Por outro lado, o executivo criticou o imposto sobre a exportação, que segundo ele provocaria insegurança jurídica e afastaria investidores do país. “Qualquer ação que fira a lei de mercado, primeiro vai de encontro à nossa legislação, ao nosso arcabouço jurídico. E ela assusta.”

A estratégia de voltar a atuação da Petrobras para a produção e exportação de óleo cru garantiu a recuperação financeira da companhia, disse Silva e Luna em setembro. No terceiro trimestre de 2021, a empresa registrou lucro de R$ 31,1 bilhões e decidiu ampliar a distribuição de dividendos aos acionistas.

Bolsonaro quer rever paridade internacional, que defendeu no programa de governo
“O problema é que, do outro lado, temos os consumidores sendo impactados com o preço da gasolina, que em muitas cidades ultrapassa os R$ 7, e o preço do botijão de gás, que em muitas cidades ultrapassa os R$ 100”, diz Nozaki.

“É evidente que o mercado financeiro vai indicar que a PPI é o melhor caminho. A questão que fica é: o que é uma boa gestão da Petrobras: É uma boa gestão para os acionistas ou para o conjunto dos consumidores brasileiros?”, questiona.

O presidente Jair Bolsonaro tem manifestado incômodo com o PPI e seus efeitos sobre o preço na bomba. Embora o próprio presidente tenha prometido manter essa política em seu programa de governo, ele agora a classifica como um “problema”.

“[A Petrobras] é uma empresa também que eu não tenho domínio sobre ela, tem seu aparelhamento. Ela busca o lucro. Tivemos problema sério no passado, além da corrupção, a questão da paridade com o preço internacional. Estamos buscando rever essa questão”, disse o presidente ao Portal Correio, da Paraíba.


Leia mais em: https://www.gazetadopovo.com.br/economia/por-que-a-privatizacao-da-petrobras-nao-garante-combustivel-mais-barato/
Copyright © 2021, Gazeta do Povo. Todos os direitos reservados.

 

VARIANTE ÔMICRON AMEAÇA E RONDA O PAÍS

 

Editorial
Por
Gazeta do Povo

Vários países estão proibindo voos provenientes de nações do sul da África.| Foto: Philipp Guelland/EFE/EPA

No exato momento em que vários países comemoravam a queda drástica no número de mortes à medida que parcela significativa da população já completava seu ciclo vacinal de duas doses, com a vida retornando ao normal em vários aspectos e fronteiras sendo reabertas, o mundo se vê às voltas com uma nova variante do coronavírus. A B.1.1.529, chamada “ômicron”, foi primeiramente identificada na África do Sul, o que levou vários países – inclusive o Brasil – a proibir voos provenientes de nações do sul do continente africano. A medida, no entanto, já vem com certo atraso, até pela demora natural em se constatar que se trata de uma nova variante: casos de Covid-19 provocados pela nova cepa já foram identificados em vários países europeus; a essa altura, a variante ômicron já deve estar circulando por outros continentes.

O que se sabe de certo sobre a variante ômicron é que ela traz uma grande quantidade de mutações, inclusive na proteína Spike, responsável pela infecção das células humanas. Tudo o mais – se ela é mais transmissível, mais prejudicial ao organismo ou capaz de driblar a imunização trazida pela vacina ou por contaminação anterior – depende de análises posteriores e dados dos pacientes contaminados, e as possibilidades são várias. Enquanto não há informações definitivas sobre como a nova cepa age em comparação com as variantes já conhecidas, a regra é a cautela.

Se o caso sul-africano não valida teorias conspiratórias sobre vacinas provocando mutações, ele mostra claramente os efeitos da desigualdade global no acesso aos imunizantes

O aparecimento de mutações não tem absolutamente nada de extraordinário; é assim que a natureza funciona. Mas há circunstâncias que facilitam este processo – foi o que ocorreu em Manaus, em que medidas de distanciamento foram ignoradas pela população durante um bom tempo, permitindo que o vírus circulasse mais livremente e dando origem à variante P1 ou gama. Como a ômicron é a primeira variante a causar enorme preocupação internacional ao mesmo tempo em que vários países apresentam cobertura vacinal robusta (a delta, por exemplo, surgiu ainda antes do início da vacinação), acabou “ressuscitada” uma entrevista do prêmio Nobel de Medicina Luc Montagnier em que ele associa diretamente a difusão da vacinação ao surgimento de novas variantes. Se a tese em si já é incorreta – pois as mutações surgem quando um vírus se espalha sem obstáculos, não devido às vacinas –, mesmo sua aplicação ao caso concreto da ômicron não se sustenta, pois a África do Sul tem menos de um quarto de sua população vacinada com duas doses, segundo a plataforma Our World in Data, da Universidade de Oxford. Mesmo nas províncias com maior cobertura vacinal, a proporção dos totalmente imunizados não chega a 45%. Ou seja, o Sars-CoV-2 ainda encontra campo aberto para se espalhar.


Mas, se o caso sul-africano não valida teorias conspiratórias sobre vacinas provocando mutações, ele mostra claramente os efeitos da desigualdade global no acesso aos imunizantes. O Marrocos é o único país africano com mais de 100 doses (incluindo primeira dose, segunda dose e eventuais reforços) aplicadas para cada 100 habitantes; a Tunísia está se aproximando desse patamar, mas todos os outros estão muito aquém – praticamente toda a África Central está na faixa entre zero e 20 doses para cada 100 habitantes, ainda segundo a plataforma Our World in Data. Por este prisma, não chega a surpreender que a primeira mutação de relevância mundial a surgir com a vacinação em curso tenha surgido em uma nação com cobertura baixa, o que só reforça a necessidade urgente de cooperação internacional para que as nações mais pobres tenham acesso à vacina o quanto antes.

O surgimento da variante ômicron vem no momento exato em que o Brasil discute a realização do carnaval de 2022. “Por mim, não teria carnaval. Mas tem um detalhe, quem decide não sou eu. Segundo o STF, quem decide são os governadores e prefeitos”, afirmou o presidente Jair Bolsonaro na quinta-feira, dia 25. Por mais que um cancelamento tenha seu efeito financeiro sobre setores como o turismo, um evento que, por sua própria natureza, facilita a aglomeração já teria de ser no mínimo repensado mesmo com a melhora dos indicadores de novos casos e mortes, já que a pandemia ainda não está totalmente vencida; se as conclusões sobre a variante ômicron não forem animadoras, seguir adiante com as festividades poderá ser uma irresponsabilidade fatal.


Leia mais em: https://www.gazetadopovo.com.br/opiniao/editoriais/covid-variante-omicron-carnaval/
Copyright © 2021, Gazeta do Povo. Todos os direitos reservados.

TERCEIRA VIA POLARIZADA ENTRE SÉRGIO MORO E DORIA

 

Eleições de 2022

Por
Rodolfo Costa – Gazeta do Povo
Brasília

O governador de São Paulo, João Doria, venceu as prévias do PSDB e será o único pré-candidato da sigla: o tucano não descarta uma aliança com o ex-juiz Sérgio Moro para a construção de uma candidatura única da “terceira via”| Foto: Divulgação / Assessoria de Imprensa de João Doria

A possibilidade de uma candidatura única da chamada “terceira via” passa a ser real após o resultado das prévias do PSDB, que definiu o governador de São Paulo, João Doria, como o candidato que representará o partido na corrida eleitoral de 2022. Contudo, será difícil a construção de um único nome como alternativa ao presidente Jair Bolsonaro (Sem partido) ou ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Após a vitória nas prévias, Doria sinalizou estar disposto a dialogar com o ex-juiz Sérgio Moro (Podemos), outro pré-candidato, a ponto de dizer que uma aliança é possível. Porém, o tucano também acenou para senadora Simone Tebet (MDB-MS), igualmente pré-candidata na corrida eleitoral.

Os mais próximos da pré-campanha de Moro acreditam que seja mais fácil discutir uma candidatura única com Doria do que seria caso o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), tivesse vencido as prévias. Entretanto, esses interlocutores acham difícil fazer Doria recuar de sua pré-candidatura. Acham até que o gesto feito ao MDB seja, na verdade, uma forma de pressionar a cúpula emedebista para cumprir recentes acordos feitos com o governo de São Paulo e, dessa forma, apoiar os tucanos nas eleições presidenciais em 2022.

As pré-candidaturas de Moro, Doria e Tebet também têm estimulado o presidente do PSL, deputado federal Luciano Bivar (PE), a bancar que o União Brasil — partido que se originará da fusão com o DEM — terá candidato próprio, que pode ser ele próprio ou o ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta.

Orbitam ao redor dessas quatro pré-candidaturas outras três: a do Novo, que lançou o empresário e cientista político Luiz Felipe d’Avila; a do PSD, partido presidido por Gilberto Kassab, que aposta no presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (MG); e o Cidadania, que tem o senador Alessandro Vieira (SE) como nome a ser lançado.

Quais os impactos do resultado das prévias do PSDB na terceira via
Com pelo menos essas sete pré-candidaturas existentes, ter um nome único da centro-direita na terceira via parece um cenário até improvável. Mas as leituras feitas nas cúpulas de PSDB, Podemos e União Brasil — que ainda aguarda ser homologado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) — é de que a missão é “apenas” difícil.

No tucanato, por exemplo, o gesto feito por Doria em tentar uma pacificação interna foi elogiado. O governador de São Paulo usou seu perfil no Twitter para dizer que “não há derrotado” nas prévias. Alguns integrantes do PSDB entendem, contudo, que ele não vai conseguir decolar sua candidatura e será pressionado a apoiar Moro, que, segundo as pesquisas eleitorais, tem maior intenção de votos.

Os tucanos sabem que Doria vai se posicionar como presidente pelos próximos meses e testar seu nome nas pesquisas agora como único candidato do PSDB. Mas alguns na cúpula acham que ele não vai conseguir superar Moro, que aparece com uma margem entre 8% e 11% dos votos, segundo diferentes pesquisas. A margem de Doria varia entre 2% e 5%.

“O PSDB vai começar a se dividir se o Doria não decolar. E aí, ele será pressionado. Muitos no partido não vão querer morrer na praia abraçados com ele”, pondera um tucano à Gazeta do Povo. O presidente nacional do PSDB, Bruno Araújo, alertou no sábado (27) que o vencedor das prévias teria que “começar a aparar arestas”, antevendo que qualquer disputa deixaria “feridas abertas”.

O presidente do diretório mineiro do PSDB, deputado federal Paulo Abi-Ackel, que apoiou a candidatura de Eduardo Leite, disse ao jornal O Estado de S. Paulo que não vai deixar o partido e ponderou que Doria terá como desafio demonstrar ter “condições de liderar uma candidatura viável na terceira via” nos próximos meses.

Nas cúpulas de Podemos e União Brasil, ambos os partidos admitem conversas para que ambos estejam juntos em uma chapa em 2022, ou seja, com Moro como candidato à Presidência da República e o vice alguém indicado pelo partido originário da fusão entre PSL e DEM. A avaliação feita por interlocutores de ambos os lados é de que uma aliança poderia fortalecer o ex-juiz da Operação Lava Jato, diminuir as chances do PSDB e induzir Doria a apoiá-lo.

O que diz Doria e quais suas estratégias para se viabilizar na terceira via
Cinte do desafio em pacificar o partido e impulsionar sua candidatura, Doria conta com o apoio do MDB como um trunfo. No tucanato, a aproximação feita à senadora Simone Tebet foi vista como uma forma de cobrar a fatura do partido, que ainda tem alguns de seus quadros na base do governo federal.

Em maio, Doria exonerou o então secretário de Agricultura e Abastecimento, Gustavo Junqueira, um quadro político de sua “cota pessoal” e nomeou no lugar o líder do MDB na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp), o deputado estadual Itamar Borges. Tucanos afirmam que a troca visou obter apoio do partido em 2022.

Além do acordo com o MDB, Doria acredita que a relação entre o presidente nacional emedebista, o deputado federal Baleia Rossi (SP), e Rodrigo Maia (Sem partido-RJ), ex-presidente da Câmara, pode ajudá-lo a se cacifar contra Moro na terceira via. Atual secretário de Projetos e Ações Estratégicas do governo paulista, Maia nunca foi entusiasta de uma candidatura do ex-juiz da Lava Jato.

O discurso de Doria à imprensa, entretanto, vai na linha de buscar um diálogo com Moro. “É possível [uma aliança com o ex-juiz]. Eu tenho boas relações com Sergio Moro e tenho respeito por ele, não haveria nenhuma razão para não manter relações com alguém que ajudou o Brasil, com alguém que contribuiu com a Lava Jato”, disse à CNN Brasil neste domingo (28).

O governador paulista também citou que pretende manter relações com Rodrigo Pacheco e Simone Tebet, a quem classificou como uma “brilhante senadora”. Ao site Poder 360, ele manteve sua promessa de buscar uma vice mulher para as eleições e voltou a elogiar a pré-candidata. “Ela sempre foi competente, séria, dedicada como mulher, mãe, política, senadora. [Tenho] enorme respeito pela senadora e pelo MDB, que é parte de nossa base aliada em São Paulo”, disse.

Doria disse que conversou com alguns pré-candidatos e destacou que as conversas devem continuar nas próximas semanas. “Temos que estar juntos para termos projetos para os brasileiros. Não vejo condições de um projeto do PSDB, mas um projeto de Brasil. Temos que ter humildade, capacidade, bom diálogo e propostas claras e objetivas”, declarou à CNN Brasil.

O governador de São Paulo ponderou, contudo, que as pesquisas eleitorais não podem ser as principais balizadoras de um candidato único da terceira via. “A pesquisa não é único elemento necessário. Ela é parte integrante, mas tem que ter uma composição de forças para que este candidato ou candidata possa representar uma capacidade de enfrentamento a Lula e Bolsonaro”, disse à emissora.

Como Podemos e União Brasil esperam atrair o PSDB para a coligação
Um dos pré-candidatos com quem Doria conversou após sua vitória nas prévias do PSDB foi Sérgio Moro. Ao fim de setembro, os dois se reuniram em um jantar junto de Mandetta para discutir o cenário eleitoral. Desde então, os três mantêm um diálogo próximo e cordial a ponto de o tucano não ter descartado abdicar de sua candidatura caso isso evitasse a pulverização de candidaturas na terceira via.

O contato mantido entre os dois é elogiado na cúpula do Podemos e no PSL e DEM. A possibilidade de o vice de Moro ser indicado pelo futuro União Brasil é provável. As conversas evoluíram nos últimos dias e isso tem animado alguns dos principais articuladores e apoiadores da campanha do ex-juiz. Mas todos os caciques sabem que só isso não será o suficiente para atrair o PSDB à coligação.

Igualmente cientes da aposta de Doria em cobrar a fatura do MDB, caciques de Podemos e União Brasil iniciaram na última semana uma aproximação junto a Baleia Rossi. O presidente emedebista conversou com alguns nomes responsáveis pela coordenação de Moro sobre a ideia de construir um palanque para o vice-governador de São Paulo, Rodrigo Garcia (PSDB), em conjunto com Moro.

A possibilidade de apoio a Garcia à sucessão de Doria no governo paulista poderia, portanto, criar um cenário de alinhamento entre Doria e Moro com o apoio e a bênção do MDB. A divisão interna do partido presidido por Rossi ainda gera, entretanto, incertezas. Afinal, nem todos os emedebistas guardam simpatia por Moro devido aos anos em que foi juiz da Lava Jato.

Todo esse processo de diálogo não será rápido. Os caciques de Podemos e União Brasil vão esperar as próximas duas ou três semanas para analisar como traciona a campanha de Doria. Até lá, lideranças do PSL vão tentar convencer o presidente nacional do DEM, ACM Neto, pré-candidato ao governo da Bahia, a abraçar a ideia de uma coalizão com a pré-candidatura tucana.

Em maio, ACM Neto rompeu com Doria após o tucano filiar Garcia, até então vice-governador pelo DEM. À época, chegou a dizer que o partido não apoiaria o projeto tucano às eleições de 2022. Um dos desafios do União Brasil para uma candidatura única passa, portanto, pela pacificação da relação entre a cúpula demista e o governador paulista. “O Moro vai continuar crescendo e a gente pode ter dificuldade de avançar com Doria por causa dessa questão da briga dele com ACM. Mas temos algumas semanas pela frente para sentar e conversar”, diz um integrante da cúpula do PSL.

Como Doria e Moro podem influenciar as demais pré-candidaturas

A disputa entre Doria e Moro nos bastidores para capitanear a terceira via pode causar um impacto natural de absorção de outras pré-candidaturas de centro-direita. À medida em que ambos se fortalecem e começam a montagem de suas chapas com partidos como MDB e União Brasil, uma tendência natural pode ser a exclusão de outras campanhas.

Integrantes do Novo, por exemplo, admitem que seu pré-candidato, Luiz Felipe d’Avila, pode ser lançado apenas como um balão de ensaio para marcar o posicionamento do partido perante seus eleitores e não ter sua candidatura registrada junto ao TSE para compor com Moro.

“Se o Moro se viabilizar e manter [sua candidatura], é possível que o Novo acompanhe”, sustenta uma liderança do partido. A situação do Cidadania é semelhante. Moro sondou o líder do partido na Câmara, deputado Alex Manente (SP), mas a cúpula da legenda é mais simpática à ideia de apoiar Doria.

Em contrapartida ao Novo e Cidadania, a pré-candidatura de Pacheco pelo PSD é mais difícil de não seguir adiante. O presidente do Senado é outro que colocou seu nome à mesa para a disputa e é visto na política como um balão de ensaio, mas que pode não estar junto da terceira via, e sim do PT.

O PSD tem sondado a possibilidade de ocupar a chapa de Lula como vice. Nesse cenário, Pacheco poderia ser o vice, bem como Geraldo Alckmin, ex-governador de São Paulo. A indefinição sobre o apoio ou não ao PT foi, inclusive, um dos motivos que levou o apresentador José Luiz Datena a adiar sua filiação ao partido.


Leia mais em: https://www.gazetadopovo.com.br/republica/impactos-resultado-previas-psdb-terceira-via/
Copyright © 2021, Gazeta do Povo. Todos os direitos reservados.

GASTOS JUDICIAIS DESNECESSÁRIOS

 

Por
Lúcio Vaz – Gazeta do Povo

Fachada do edificio sede do Supremo Tribunal Federal – STF

Estátua em frente ao Supremo Tribunal Federal: ministro disse que Judiciário é o poder moderador.| Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil

Os tribunais de Justiça gastaram R$ 3,2 bilhões com indenizações a magistrados nos últimos quatro anos. As mais conhecidas e dispendiosas são o auxílio-moradia e o auxílio-alimentação, mas há outras que ficam um pouco escondidas nas folhas de pagamento. Só o “vale-livro” custou R$ 43 milhões num tribunal. Há ainda os auxílios educação e transporte, a gratificação de acervo e as despesas com telefones. Todas geram despesas milionárias.

O Tribunal de Justiça do Mato Grosso (TJMT) gastou R$ 43 milhões com a verba para “obras técnicas”. O valor é de um subsídio (salário base) por semestre. A verba é destinada à compra de livros para “o aprimoramento intelectual e profissional” dos juízes e desembargadores. Os magistrados chegam a receber R$ 70 mil por ano – ou 175 “Auxílios Brasil”. O presidente do tribunal, desembargador Carlos Alberto da Rocha, recebeu um total de R$ 167 mil de 2018 a 2020. O mesmo valor foi pago aos desembargadores João Ferreira Filho, Clarice Claudino, Guiomar Borges, Luiz Carlos Costa e Maria Aparecida Ribeiro.

O Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ) tem duas indenizações singulares. Nos últimos quatro anos, o tribunal gastou R$ 32 milhões com o “auxílio-educação”, com base na Lei estadual 7.014/2015. O juiz de direito Sandro Pitthan Espíndola recebeu um total de R$ 115 mil, sendo a maior parcela em fevereiro de 2020, no valor de R$ 61 mil. Foram gastos mais R$ 390 mil com bolsas de pós-graduação.

O TJRJ pagou mais R$ 19,4 milhões de “indenização de transporte” no mesmo período. Quem mais recebeu foi o juiz Fábio Ribeiro Porto – R$ 72,4 mil. A juíza Kátia Nascentes Torres levou mais R$ 70 mil. Essa indenização foi prevista na Resolução TJ/OE 11/2015, ou seja, foi criada pelo próprio tribunal.


Gratificação de acervo, cota celular
O Tribunal da Justiça de Alagoas (TJAL) criou, em dezembro de 2018, a gratificação por acumulação de acervo ou de unidade judiciária (juízo) no Poder Judiciário de Alagoas. O novo penduricalho já rendeu R$ 26,7 milhões em quatro anos. Quem mais recebeu, a partir de setembro de 2019, levou R$ 115 mil.

O Tribunal Regional do Trabalho da 4ª Região (TRT4), de Porto Alegre, registrou, de setembro de 2017 a outubro de 2021, R$ 14,9 milhões em despesas relacionadas a transporte, divididos em diárias (R$ 8,6 milhões), passagens (R$ 1,12 milhão), ajuda de custo (R$ 4,13 milhões) e ressarcimento de despesa com locomoção (R$ 1,11 milhão).

Resolução Administrativa do TRT4 prevê o pagamento de diárias, passagens aéreas e despesas com transporte. O magistrado ou o servidor do tribunal que se desloca, em razão de serviço, da localidade de exercício para outro ponto do território nacional ou para o exterior, tem direito a diárias para custear alimentação, hospedagem e locomoção urbana, além de passagens aéreas.

O “auxílio-mudança” pode superar os R$ 100 mil. A juíza do trabalho Veridiana Ullmann de Campos foi removida para o TRT4 em 30 de abril de 2021. Na remoção do TRT da 14ª Região, foram pagos os seguintes valores: R$ 96 mil relativos ao pagamento de ajuda de custo e R$ 24,5 mil relativos ao ressarcimento de despesas com transporte pessoal e de mobiliário, ambos com fundamentação na Resolução CSJT nº 112/2012 e na Portaria TRT4 nº 8602/2013.

No Tribunal Regional do Trabalho da 18ª Região (TRT18), de Goiânia, há a “cota celular”, para pagar as despesas com as ligações dos magistrados. As despesas já estão em R$ 1,1 milhão. O presidente do tribunal, desembargador Daniel Viana Júnior, gastou R$ 17,3 mil. Mas a maior despesa foi do desembargador Paulo Sérgio Pimenta, presidente do tribunal em 2019, com R$ 19,2 mil.

Os maiores penduricalhos
Entre as indenizações comuns a todos os tribunais, o auxílio moradia foi o que gerou mais despesas – R$ 1,22 bilhão, apenas de setembro de 2017 a novembro de 2018. O benefício foi extinto pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luiz Fux, que revogou liminar proferida por ele mesmo, em 2014, para garantir o pagamento do auxílio-moradia para juízes de todo o país. No período considerado, quem recebeu mais foi o juiz Genivaldo Pereira Silva, do TJRJ, num total de R$ 828 mil.

O auxílio-alimentação rendeu R$ 892 milhões. A maior bolada foi para o desembargador Agostino Silveira Júnior, do Tribunal de Justiça do Amapá (TJAP), que recebeu R$ 163 mil. O valor atual é do “ticket refeição” dos desembargadores do tribunal é de R$ 3,5 mil – ou nove benefícios “Auxílio Brasil”.

O auxílio-saúde chegou a R$ 550 milhões. Os maiores valores foram pagos à juíza Edeuly Maia Silva (R$ 334 mil) e ao desembargador Tyrone José Silva (R$ 278 mil), ambos do Tribunal de Justiça do Maranhão (TJMA). O blog solicitou esclarecimentos ao tribunal, mas não houve resposta.

A ajuda de custo, que paga as despesas com mudança, custou um total de R$ 127 milhões. A juíza federal Adriana Galvão Starr, do Tribunal Regional Federal da 3ª Região, TRF3, recebeu um total de R$ 211 mil. O auxílio pré-escolar gerou despesas num total de R$ 77 milhões. A juíza Ane Scheele Santos levou R$ 135 mil.


Leia mais em: https://www.gazetadopovo.com.br/vozes/lucio-vaz/livros-celulares-transporte-os-pagamentos-extras-milionarios-dos-tribunais/
Copyright © 2021, Gazeta do Povo. Todos os direitos reservados.

ELEIÇÕES DO PSDB E EMBARGO DE CARNE PELA CHINA

 

Por
Alexandre Garcia – Gazeta do Povo

Os três candidatos das prévias do PSDB: Arthur Virgílio, João Doria e Eduardo Leite (da esq. para a dir.) e o presidente do partido, Bruno Araújo, durante as prévias deste sábado, 27 de novembro| Foto: Divulgação / Assessoria de Imprensa de João Doria

Foi uma semana de calvário para os tucanos. E parece que o calvário acabou e o salvador tucano é o João Doria. Foi o resultado das prévias. Não sei qual será o futuro de Arthur Virgílio, que ficou com 1%, e do Eduardo Elite, que ficou com 45%, enquanto o João Doria teve 54%. Não divulgaram os números absolutos, só os números relativos, mas fiz umas continhas rápidas: os tucanos anunciaram que têm 1,3 milhão de filiados e que 44,7 mil se credenciaram para votar. Mas votaram apenas 30 mil. Então Doria teve cerca de 16.200 votos. Num universo de 1,3 milhão de filiados, significa 1,25%. Essa é a representativade destas prévias. Fica a pergunta se valeu a pena substituir a escolha do candidato pela cúpula do partido por essa prévia que só causou desgaste interno e externo, que expôs as divergências entre os tucanos.

E Doria já começou batendo em Bolsonaro e Lula, mostrando “eu sou a salvação”, “eu sou a luz do mundo”. Vamos ver o que acontecerá com a candidatura João Doria, do PSDB, depois de toda essa semana de calvário do partido.

Embargo da China à carne brasileira

A China está, ainda, bloqueando a carne bovina brasileira. E isso pode ser algo muito dramático para os produtores e os frigoríficos. Principalmente para o pessoal do sul do Pará e do Mato Grosso, que está fazendo a criação por confinamento, a produtividade vertical, que não é a pecuária de extensão. Eles vão sentir, porque está tudo planejado: razão, tempo, água, veterinário, cuidado sanitário. O Brasil é o maior exportador do mundo de carne bovina e a maior parte vai para China. Eles mantêm esse bloqueio alegando dois casos de vaca louca e, ao mesmo tempo, estão estimulando, pelo preço mais baixo, o consumo de carne suína. Tanto que nossos exportadores de carne suína já exportaram, até o fim de outubro, um milhão de toneladas, 13% a mais que no ano passado.

Mas isso mostra a nossa necessidade de diversificar mercado. A ministra da Agricultura, Tereza Cristina, tenta conversar com o ministro chinês e não consegue. Ela já se ofereceu até para ir para a China para conversar com ele, mas parece que há uma pressão chinesa. A diplomacia chinesa opera no tempo, cansa o adversário. Certamente eles querem que o Brasil dê um tratamento melhor à China. Só que a gente não cansa de lembrar que foi lá da China, de onde saem 12 mil turistas por mês, que começou a Covid-19.


Leia mais em: https://www.gazetadopovo.com.br/vozes/alexandre-garcia/acabou-o-calvario-tucano-e-joao-doria-e-o-salvador/
Copyright © 2021, Gazeta do Povo. Todos os direitos reservados.

ENCERRAMENTO DE FABRICAÇÃO DE CARROS POPULARES

 

Segmento que já respondeu por 70% das vendas perde espaço e dá lugar a geração com mais tecnologia embarcada, melhorias de segurança e maior eficiência energética

Cleide Silva, O Estado de S.Paulo

Após quatro décadas de mercado, dois dos automóveis mais vendidos no País, responsáveis pela introdução de novas tecnologias e com legiões de fãs, vão deixar de ser produzidos. Os ícones Fiat Uno Volkswagen Gol são os últimos remanescentes da chamada era dos carros populares, que chegaram a responder por 70% das vendas no País.

personagem gol
Fernando Almeida, com a sua coleção de Gol da primeira geração Foto: HEDESON ALVES/ESTADÃO

Hoje classificados como “carros de entrada”, que são os mais baratos de cada marca, já não são tão atrativos em preços e são tecnologicamente defasados. Por isso, não têm condições de receber melhorias em segurança e eficiência energética.PUBLICIDADE

No próximo ano, a legislação estabelece índices menores de emissão de poluentes para todos os novos carros produzidos no País. Em 2024, todos terão de sair de fábrica com controle eletrônico de estabilidade (ESP). O sistema atua nos freios e evita que o motorista perca o controle direcional em curvas ou desvios de trajetória, garantindo maior segurança.

Motivo similar levou a Volkswagen a aposentar a Kombi em 2013, aos 56 anos, quando ainda era a perua mais vendida no Brasil. O compacto Gol, hoje com 41 anos, embora ainda seja o carro mais vendido da marca (praticamente empatado com o SUV T-Cross), não tem mais a mesma representatividade que tinha nos 27 anos em que foi líder de mercado, de 1987 a 2014. Sua aposentadoria está prevista para o fim de 2022.

Uno talvez saia ainda este ano, embora a Fiat não confirme. O modelo que levou a marca ao status que tem hoje vendeu 19,3 mil unidades neste ano, enquanto o líder da marca, o Argo, vendeu 73,8 mil.

Geração

 “O Gol marcou uma época e era o sonho de consumo de muitas pessoas, principalmente as versões esportivas”, diz Fernando Almeida, de 52 anos, funcionário de uma empresa de cabos elétricos em Curitiba (PR). Aos 18 anos, quando era office-boy, o Gol GT, lançado em 1984, era seu maior fascínio, e depois o GTI, o primeiro carro feito no País a ter injeção eletrônica, em 1988.

Sem dinheiro para comprar o que na época era carro de luxo, Almeida só realizou o sonho a partir de 2004 quando, já estabilizado financeiramente, começou a adquirir versões esportivas antigas do Gol da primeira geração e hoje tem uma coleção com 25 exemplares, além de outros modelos como Passat, Saveiro e Opala.

No período em que a primeira geração do Gol foi lançada, havia poucas marcas no País; hoje há muito mais “e os modelos são muito parecidos, o que diminui a sedução que tinha naquela época”, afirma Almeida, que já presenteou os filhos de 7 e 11 anos com dois dos seus clássicos para quando puderem dirigir.

O Gol foi projetado e desenvolvido no Brasil. É o carro mais produzido pela Volkswagen na região, com 8,6 milhões de unidades. Teve diferentes configurações, da primeira versão “quadrada”, de 1980, até o atual Gol “bolinha”, que ao longo dos anos passou por várias modificações.

Foi também o primeiro a ter motor flex, em 2003. De janeiro a outubro deste ano, foram vendidas 51 mil unidades do Gol – 67% foram para frotistas.

Segundo o presidente da Volkswagen América Latina, Pablo Di Si, o substituto do Gol como carro de entrada chegará ao mercado em 2023, o Polo Track, uma versão mais despojada do Polo. O Gol mais barato custa hoje R$ 67,8 mil, e o Polo Track vai custar mais de R$ 70 mil.

Di Si admite que o desafio da Volkswagen é como posicionar a imagem da marca diante de pessoas acostumadas a buscar um carro popular. “Vamos ter de aprender a lidar com isso e comunicar de forma clara que mudanças são necessárias e positivas, pois garantem mais segurança aos consumidores”.

Fim do popular

Em 37 anos, o Uno teve apenas uma grande mudança no design, em 2010. Até agora, também é o mais vendido da Fiat e teve 4,3 milhões de unidades produzidas, grande parte da versão Mille, de 1990, o primeiro com motor 1.0. Das 19,3 mil unidades vendidas neste ano, 97% foram para frotistas. Seu substituto já está no mercado há algum tempo – o Mobi, cujas vendas superam 62 mil unidades.

“O Uno é responsável pela motorização de muitos brasileiros”, afirma Cássio Pagliarini, sócio da Bright Consulting. Para ele, os dois ícones devem ser os últimos de grande longevidade, pois o mercado não terá mais dinossauros como Uno, Gol, Fusca e Kombi. A média de tempo de permanência no mercado vem reduzindo ano a ano.

Com as aposentadorias de Uno e Gol, vão sobrar apenas dois modelos na lista dos carros de entrada, o Mobi e o Renault Kwid, de gerações mais recentes. O que vem pela frente no segmento são carros de entrada superiores aos que havia anteriormente e, consequentemente, mais caros.

“Não dá mais para imaginar carros tão simples; os modelos de hoje têm muito mais tecnologia, algumas delas regulatórias nas áreas de eficiência energética, consumo e segurança”, diz Luiz Carlos Moraes, presidente da Anfavea (associação das montadoras).

Por razões similares ao que ocorre com Uno e Gol, acrescidas de queda de vendas, outros carros de prestígio estão se despedindo do mercado, como os Honda Fit e Civic, substituídos recentemente pelas versões hatch e sedã do novo City.

Na fila de saída estão Voyage Saveiro, que usam a mesma plataforma do Gol; Siena e Doblò, da Fiat; e Joy, da General Motor. Mais à frente sairão Sandero e Logan, da Renault.

Por ser um dos nomes mais fortes da indústria automobilística brasileira, Pagliarini acredita que a Volkswagen pode batizar de Gol outro novo modelo, talvez um SUV compacto. “Normalmente a marca só muda o nome do produto quando altera seu público alvo.”

‘Bolinha’

Gol Bolinha
Modelo “bolinha” foi a nova cara do Gol Foto: REPRODUÇÃO/JORNAL DO CARRO

Após 14 anos de vendas do Gol ‘quadrado’, o G1, a Volkswagen deu cara totalmente nova ao Gol com o modelo ‘bolinha’. A última reestilização, mantida na versão atual, ocorreu em 2018 para a atual geração (G8). Por ser um dos nomes mais fortes do setor, Gol pode ainda batizar um novo carro da marca, talvez um SUV compacto.

Uninho

Uninho
O “Uninho” popularizou o ar condicionado Foto: FIAT/DIVULGAÇÃO

Lançado no Brasil em 1984, um ano depois do início de sua produção na Itália, o Uno – ou Uninho, como costuma ser chamado – popularizou no País itens como ar-condicionado, quatro portas e motor turbo, antes disponíveis só em veículos de segmentos superiores. Foi ele que interrompeu o reinado de 27 anos do Gol, em 2015. Em 1990, a Fiat criou o Uno Mille, o primeiro com motor 1.0, que deu origem aos ‘carros populares’, modelos com taxa de IPI inferior ao daqueles com motor mais potente. O Mille saiu de linha em 2013 com uma versão de despedida chamada de ‘Grazie Mille’, com tiragem de 2 mil unidades.

Duas gerações

Uno
Segunda geração do Uno é mantida até hoje Foto: FIAT/JORNAL DO CARRO

Em seus 37 anos de vida, o Uno passou apenas por uma grande alteração de design, feita em 2010. Essa segunda geração é mantida até hoje. O compacto tinha quatro versões à venda, mas agora só tem uma, reforçando que seu fim está perto. Por vários anos foi o carro mais barato do mercado brasileiro. Hoje custa R$ 67 mil. Assim como o Mille, ele terá uma versão especial de despedida.