quinta-feira, 2 de setembro de 2021

CHINA FAZ MUITOS PROJETOS NA ARGENTINA

 

América Latina

Por
Rafael Salvi – Gazeta do Povo

Usina nuclear Atucha II na Argentina. Imagem ilustrativa.| Foto: Mcukilo/Wikimedia Commons

A Argentina quer superar seus problemas de fornecimento de energia elétrica com a construção de mais uma usina nuclear, desta vez contando com apoio chinês.

Essa seria a terceira usina nuclear em Atucha, reiniciando uma parceria que foi discutida entre 2014 e 2017.

Nesse período, a China já mostrava interesse na Argentina para a expansão de energia nuclear no país, que já passava por uma crise econômica. A China queria fornecer capital subsidiado para construção de um projeto de longo prazo e de alto risco.

As negociações foram iniciadas pela ex-presidente Cristina Kirchner e continuadas pelo ex-presidente Mauricio Macri, que até chegou a assinar um plano de ação com o presidente chinês Xi Jinping para cinco anos (2019-2023), mas o projeto nuclear entrou num impasse e não recebeu aprovação formal da Argentina.

Agora o presidente argentino Alberto Fernández que reativar o projeto.

Somando toda a capacidade geração dos reatores atuais, as usinas argentinas são capazes de gerar 1.641 MW, representando 7,5% da energia do país. A nova unidade deve gerar 1.200 MW e utilizará tecnologia chinesa Hualong, quase dobrando sozinha a capacidade de produção.

O país tem até agora 3 usinas nucleares, Atucha I e II e Embalse. A Atucha III será a quarta usina nuclear da Argentina, construída nas proximidades de duas outras estações de mesmo nome e que já estão em operação. Essa será, porém, a primeira a contar com tecnologia de reatores chineses.

José Luis Antúnez, presidente da estatal Nucleoeléctrica Argentina SA, estatal responsável pela energia nuclear do país, afirmou à imprensa argentina em meados de agosto que tem pressa em concluir as negociações e formalizar o contrato para “iniciar a construção no segundo semestre do próximo ano”.

Não se sabe ainda os valores da nova negociação. O contrato anterior previa um custo de US$ 8 bilhões para a construção da Atucha III, com o Banco Industrial e Comercial da China (ICBC) financiando 85% do projeto.

O prazo da construção da usina é de 8 anos a partir da assinatura do contrato. E serão cerca de 5 mil trabalhadores que serão empregados na construção da usina.

Esse não é, contudo, o único interesse na produção de energia que a China possui na Argentina.

Produção de gás
O Ministério de Energia assinou em maio desse ano um memorando de entendimento para estudar a viabilidade para construção de um gasoduto que liga Vaca Muerta a Santa Fé (província próxima do Rio Grande do Sul). Além de alimentar a região, o gasoduto permitiria que a Argentina exportasse gás para o Mercosul no longo prazo.

Duas estatais chinesas seriam responsáveis por financiar o projeto a PowerChina e a Shanghai Eletric Power Construction. O memorando assinado pelo secretário de Energia, Darío Martínez, visa iniciar a elaboração do projeto executivo.

O presidente da filial argentina da PowerChina, Tu Shuping, afirmou ao La Nación que o mercado de energia é “de muito risco e pouco lucro, mas não olhamos apenas para o interesse econômico. Como estatal, vemos também a relação estratégica”.

O custo total da obra é estimado em US$ 3 bilhões de dólares que seriam financiados com bancos chineses.

Caso se concretize, esse seria o 12.º projeto da PowerChina na Argentina, que possui cinco parques eólicos e seis solares.

Leia mais em: https://www.gazetadopovo.com.br/mundo/china-quer-expandir-influencia-na-argentina-investindo-em-energia/
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PEQUENOS E MÉDIOS VAREJISTAS ACHAM QUE SAIRÃO FORTALECIDOS DA CRISE

 

*Aldan Neto, fundador e CEO do Canal BW

O último ano foi cheio de desafios para o varejista, seja ele pequeno, médio ou grande. Foi preciso procurar formas de fidelizar seus clientes e buscar novos com ainda mais intensidade. A diversificação dos canais de vendas, a digitalização das lojas, a melhora no atendimento, políticas de entrega, tudo isso faz parte do guarda-chuva de soluções que o varejo PME precisou buscar desde o início da pandemia. A partir de agora, com a flexibilização do comércio em diversas regiões do país, o desafio não diminui e é preciso estar sempre atento às mudanças.

As lições do varejo se dividem em digitalizar a loja, proporcionar maior variedade de canais de vendas e melhorar a experiência de compra do cliente. Tanto é, que essa forte migração para o digital encareceu os anúncios, gerou algumas instabilidades nas plataformas e um aumento considerável na busca por e-commerce. Um fenômeno incrível foi o surgimento das lives-shop, uma versão atualizada para as redes sociais dos velhos programas de compras na TV como Shoptime e Polishop.

Com a explosão das lives-shop observei muitos lojistas, vendedores e gerentes aprendendo a lidar com as câmeras, superando as barreiras da vergonha, da timidez e do medo. Certa vez, ouvi de uma cliente varejista: “independentemente da vergonha, eu preciso pagar o aluguel. Só isso pra me incentivar a aparecer”.

Realmente é muito desafiador, sair do ponto de falar somente de produto ou de preço e começar a gerar conteúdos relevantes para os clientes. Ainda estamos engatinhando nesse processo, porém ele já evoluiu muito em relação a 2019. O varejo aprendeu demais com a pandemia, com as inseguranças e os fechamentos recorrentes. Uma coisa é vender pouco, outra, totalmente diferente, é não vender porque o poder público não deixa abrir as portas. Vi muitos clientes, que são donos ou representam comércios, refletindo sobre a importância de pensar em soluções, de planejar a longo prazo, olhar pra equipe e se preparar para o que vier. Poder olhar para os pequenos negócios e ver como estão buscando a inovação é maravilhoso.

Devido ao distanciamento social, grande parte das pessoas está sedenta por sair de casa e voltar às lojas e aos passeios. Em shoppings, já é possível notar um aumento significativo do movimento tanto nas lojas quanto nas praças de alimentação. Mas algumas pessoas, que ainda não se sentem seguras para voltar à vida normal, buscaram novas formas de consumir, se acostumaram e se adaptaram muito bem à compra online, no conforto e segurança de sua própria casa.

Com a omnicanalidade cada vez mais evoluída, o cliente pode usar o canal que mais lhe agrada e seja cômodo. Não só pela questão do medo do vírus, mas a disponibilidade, a agenda atribulada, também impede algumas pessoas de irem às lojas ou estabelecimentos comerciais -uma barreira que se torna quase inexistente com a facilidade de compra atual. Três pontos farão grande diferença na retomada do varejo: a experiência de compra (que envolve atendimento, facilidade dos canais de vendas, etc.); o relacionamento (gerar formas de blindar os clientes, tornando-os fãs da marca, gerando recompra e indicando para mais pessoas); ações ON e OFF (movimento gera movimento, as lojas precisam se aproximar mais de seus clientes).

As estratégias de marketing são frequentemente atualizadas, mas demoram a chegar para pequenos e médios varejistas, que estão entendendo cada vez mais a importância de olhar para o cliente como ser humano, com desejos, necessidades, medos, inseguranças, que na hora de decidir comprar algo irá agir emocionalmente na maioria das vezes. Por isso, é importante criar comunidades de clientes para que eles gerem maior propagação da sua marca, que combinem presença nas suas ações e gerem o famoso efeito manada, atraindo ainda mais gente para o seu negócio.

Posso dizer que em mais de 15 anos no varejo, nunca vi tantas lojas unidas na busca por resultados, doando brindes umas para as outras para atraírem mais audiência para sua lives, se juntando de forma colaborativa. Tudo isso levou ao crescimento do mindset do comerciante, que se atualizou e se digitalizou. No momento, todos se preparam para uma retomada, planejando ações online e offline a fim de reaquecer as vendas, afinal, estamos a caminho do Natal.

Felizmente, muitos empregos foram salvos pela determinação dos varejistas de mudar o cenário, de investirem, abrirem mão de grande parte do seu lucro para poder continuar funcionando e sobrevivendo. A união fez a força nesse momento crucial e, se o setor entendeu o recado, ela só tende a aumentar. As colaborações podem agregar para todas as marcas e fortalecer as lojas. Sem dúvida, o maior concorrente nesse período foi o medo e nós aprendemos a superá-lo.

Vale a pena ler qualquer semelhança será mera coincidência !!!

Autor desconhecido

Um ladrão entrou no banco gritando para todos:

” Ninguém se mexe, porque o dinheiro não é seu, mas suas vidas pertencem a vocês.”

Todos no banco ficaram em silêncio e lentamente se deitaram no chão.

Isso se chama CONCEITOS PARA MUDAR MENTALIDADES

Mude a maneira convencional de pensar sobre o mundo.

Com isso, uma mulher ao longe gritou: ” MEU AMOR, NÃO SEJA RUIM PARA NÓS, PARA NÃO ASSUSTAR O BEBÊ “, mas o ladrão gritou com ela:

“Por favor, comporte-se, isso é um roubo, não um romance!”

Isso se chama PROFISSIONALISMO

Concentre-se no que você é especializado em fazer.

Enquanto os ladrões escapavam, o ladrão mais jovem (com estudos profissionais de contabilidade) disse ao ladrão mais velho (que tinha acabado de terminar o ensino fundamental):

“Ei cara, vamos contar quanto temos.”

O velho ladrão, obviamente zangado, respondeu:

“Não seja estúpido, é muito dinheiro para contar, vamos esperar a notícia para nos contar quanto o banco perdeu.”

Isso se chama EXPERIÊNCIA

Em muitos casos, a experiência é mais importante do que apenas o papel de uma instituição acadêmica.

Depois que os ladrões foram embora, o supervisor do banco disse ao gerente que a polícia deveria ser chamada imediatamente.

O gerente respondeu:

“Pare, pare, vamos primeiro INCLUIR os 5 milhões que perdemos do desfalque do mês passado e relatar como se os ladrões os tivessem levado também”

O supervisor disse:

“Certo”

Isso se chama GESTÃO ESTRATÉGICA

Aproveite uma situação desfavorável.

No dia seguinte, no noticiário da televisão, foi noticiado que 100 milhões foram roubados do banco, os ladrões só contaram 20 milhões.

Os ladrões, muito zangados, refletiram:

“Arriscamos nossas vidas por míseros 20 milhões, enquanto o gerente do banco roubou 80 milhões em um piscar de olhos.”

Aparentemente, é melhor estudar e conhecer o sistema do que ser um ladrão comum.

Isto é CONHECIMENTO e é tão valioso quanto ouro.

O gerente do banco, feliz e sorridente, ficou satisfeito, pois seus prejuízos foram cobertos pela seguradora no seguro contra roubo.

Isso se chama APROVEITANDO OPORTUNIDADES ..

ISSO É O QUE MUITOS POLÍTICOS FAZEM ESPECIALMENTE NESTA *PANDEMIA, ELES A USAM PARA ROUBAR E RESPONSABILIZAR O VÍRUS.

A startup digital ValeOn daqui do Vale do Aço, tem todas essas qualidades, não me refiro aos ladrões e sim no nosso modo de agir:

Estamos lutando com as empresas para MUDAREM DE MENTALIDADE referente à forma de fazer publicidade à moda antiga, rádio, tv, jornais, etc., quando hoje em dia, todos estão ligados online através dos seus celulares e consultando as mídias sociais a todo momento.

Somos PROFISSIONAIS ao extremo o nosso objetivo é oferecer serviços de Tecnologia da Informação com agilidade, comprometimento e baixo custo, agregando valor e inovação ao negócio de nossos clientes e respeitando a sociedade e o meio ambiente.

Temos EXPERIÊNCIA suficiente para resolver as necessidades dos nossos clientes de forma simples e direta tendo como base a alta tecnologia dos nossos serviços e graças à nossa equipe técnica altamente especializada.

A criação da startup ValeOn adveio de uma situação de GESTÃO ESTRATÉGICA apropriada para atender a todos os nichos de mercado da região e especialmente os pequenos empresários que não conseguem entrar no comércio eletrônico para usufruir dos benefícios que ele proporciona.

Temos CONHECIMENTO do que estamos fazendo e viemos com o propósito de solucionar e otimizar o problema de divulgação das empresas da região de maneira inovadora e disruptiva através da criatividade e estudos constantes aliados a métodos de trabalho diferenciados dos nossos serviços e estamos desenvolvendo soluções estratégicas conectadas à constante evolução do mercado.

Dessa forma estamos APROVEITANDO AS OPORTUNIDADES que o mercado nos oferece onde o seu negócio estará disponível através de uma vitrine aberta na principal avenida do mundo chamada Plataforma Comercial ValeOn 24 horas por dia e 7 dias da semana.

Nossos contatos: Fones: (31) 3827-2297 e (31) 98428-0590 (WP)

E-MAIL: valeonbrasil@gmail.com

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PIB E AS PRIORIDADES DO GOVERNO

 

Editorial
Por
Gazeta do Povo

Falta de semicondutores para indústria automotiva foi um dos fatores que influenciaram desempenho fraco do PIB.| Foto: Governo do Estado do Rio de Janeiro

A retração de 0,1% na economia brasileira no segundo trimestre deste ano, na comparação com os primeiros três meses de 2021, veio como uma surpresa desagradável, na contramão das expectativas do governo e do mercado financeiro, que em média previam um ligeiro crescimento. O Ministério da Economia preferiu investir em comparativos mais favoráveis – 12,4% de alta em relação ao segundo trimestre de 2020, ou 6,4% de alta no consolidado do primeiro semestre deste ano contra o mesmo período do ano passado – para alegar que o Brasil ainda está melhor que outros países emergentes e da OCDE. No entanto, não há como ignorar que o -0,1% deste segundo trimestre coloca o Brasil na lanterna das nações que já divulgaram seus números. Estamos diante de um sinal de alerta que ninguém pode ignorar e que impõe uma pergunta sobre como os principais atores políticos e econômicos da nação estão calibrando suas prioridades.

Por mais que fatores extraordinários como problemas na safra de café e falta de insumos para a indústria tenham influenciado o número deste segundo trimestre, há gargalos de crescimento com efeitos mais duradouros sobre a economia. Um deles é a persistência da pandemia de Covid-19, apesar de o relaxamento de restrições ter contribuído para uma melhoria no setor de serviços. As médias diárias e semanais de mortes e novos casos estão em queda, mas menos de um terço dos brasileiros – 29%, segundo a plataforma Our World in Data, da Universidade de Oxford – estão completamente imunizados, tendo recebido duas doses da vacina (ou a dose única da Janssen), e cada vez mais estudos comprovam que apenas o ciclo completo de vacinação está oferecendo proteção eficaz contra a nova variante delta do Sars-CoV-2.

Chega a ser surreal que o combate ao trio formado por estagnação, desemprego e inflação não esteja dia e noite na mente dos ocupantes dos três poderes, mais preocupados com outros assuntos

O segundo gargalo é a crise energética derivada da crise hídrica. A energia já está mais cara, e uma nova bandeira tarifária foi criada, com sobretaxa quase 50% maior que a da bandeira vermelha 2, a mais cara até então e que já estava em vigor. A hipótese de um racionamento de energia foi rejeitada pelo ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, mas admitida pelo vice-presidente Hamilton Mourão. O apagão seria um golpe fatal sobre as perspectivas de crescimento acima de 5% em 2021, e as estimativas de agentes do mercado financeiro ouvidos semanalmente pelo Banco Central, embora ainda permaneçam acima deste patamar, tiveram a terceira revisão consecutiva para baixo.

Crescimento ameaçado, um contingente de desempregados que insiste em ficar acima dos 14 milhões de brasileiros e uma inflação já muito acima da meta para 2021 são um quadro extremamente preocupante. E, por isso, chega a ser surreal que o combate a esse trio – estagnação, desemprego e inflação – não esteja na mente dos ocupantes dos três poderes dia e noite. Executivo e Judiciário seguem tensionando a corda, com o Supremo Tribunal Federal abraçando com gosto a autoatribuída função de censor – ou “editor da sociedade”, nas infelizes palavras de Dias Toffoli – e o presidente Jair Bolsonaro insistindo em temas como o voto impresso e apostando em insinuações que mantêm a militância em ebulição. O Legislativo parece, ultimamente, mais interessado em funcionar como apêndice censor do STF, por meio da CPI da Covid, e em aprovar apressadamente mudanças eleitorais casuístas em benefício próprio, enquanto reformas essenciais patinam em tentativas utópicas de costurar textos que não desagradem a ninguém – só depois de muitas idas e vindas a segunda fatia da reforma tributária passou pela Câmara, enquanto a primeira está parada. Sem falar na incapacidade de governo e Congresso de promover um ajuste fiscal digno do nome, preferindo encontrar meios de aumentar o gasto público.


Já afirmamos, em outras ocasiões, que o poder público pode e deve se ocupar de vários assuntos simultaneamente; não é este o problema, mas o grau de prioridade dado a cada tema. Conter os efeitos da crise hídrica e energética, facilitar a geração de emprego e renda, colocar em ordem as contas públicas, vencer a pandemia são tarefas urgentes; se Executivo, Legislativo e Judiciário continuarem a olhar em outras direções, em breve estarão se digladiando pelos escombros de um país destruído não pelo coronavírus ou por outros fatores externos, mas pela própria incapacidade de quem tem o dever de trabalhar pela nação.


Leia mais em: https://www.gazetadopovo.com.br/opiniao/editoriais/o-alerta-do-pib-e-as-prioridades-em-brasilia/
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POLICIAIS MILITARES QUEREM PARTICIPAR DOS PROTETOS DE 7 DE SETEMBRO

Apoio a Bolsonaro
Por
Renan Ramalho
Brasília

O Governador de São Paulo, participou da formatura de 2.811 novos policiais militares em formatura realizada no sambódromo do anhembi em São Paulo. 11/05/2016 – São Paulo – Foto: Eduardo Saraiva/A2IMG

Policiais militares de São Paulo.| Foto: Eduardo Saraiva/A2img/Governo de SP

Desde a semana passada, cresceu entre governadores a apreensão sobre a participação de policiais militares na manifestação a favor do governo marcada para o próximo dia 7 de setembro, feriado de Independência. Associações que reúnem praças e oficiais, no entanto, descartam a possibilidade de paralisações ou motins. Mas, por outro lado, defendem que eles possam participar dos atos à paisana, caso não estejam em serviço – atividade que, no entendimento do Ministério Público é proibida por lei no caso de PMs da ativa.

A Gazeta do Povo ouviu algumas lideranças para saber qual o motivo da participação de policiais nas manifestações e se realmente faz sentido o temor de parte dos governadores de algum tipo de rebelião, especialmente depois que alguns PMs, a maioria da reserva, incentivou a participação com o discurso de enfrentamento a outros Poderes. Esses policiais entendem que outros Poderes estariam travando a governabilidade de Bolsonaro.

O caso mais notório foi o de Aleksander Lacerda, coronel da Polícia Militar de São Paulo. Ele foi afastado pelo governador João Doria do Comando de Policiamento do Interior-7 (CPI-7), abaixo do qual estão sete batalhões com mais de 5 mil homens que atuam 78 municípios da região de Sorocaba. Motivo: postagens em redes sociais convidando “amigos” para o ato em favor de Bolsonaro.

O policial chamou o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), de “covarde”, por rejeitar o pedido de impeachment do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes. Em outro post, retratou Doria em trajes femininos junto com os senadores Randolfe Rodrigues (Rede-AP), Renan Calheiros (MDB-AL), Omar Aziz (PSD-PA), Humberto Costa (PT-PE) e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Todos foram chamados por Aleksander Lacerda de “cepas indianas prontas para acabar com o Brasil”.

O coronel postou ainda que o ex-presidente da Câmara Rodrigo Maia, recém-nomeado secretário de Projetos e Ações Estratégicas de São Paulo, é beneficiário de um esquema “mafioso”.

Em 5 de agosto, em outra publicação em suas redes sociais, escreveu: “Sinto nojo do STF”. E em 16 de agosto, afirmou: “Liberdade não se ganha, se toma. Dia 7/9 eu vou”; e “Precisamos de um tanque, não de um carrinho de sorvete”. Sobre o dia 7 de Setembro, compartilhou a mensagem: “caldo vai esquentar”.

Também chamou a atenção a convocação para o ato, feita na redes, pelo coronel da reserva Ricardo Augusto Nascimento de Mello Araújo, atual presidente da Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo (Ceagesp), estatal vinculada ao Ministério da Economia, e apoiador ferrenho de Bolsonaro. Em vídeo, chamou “veteranos” para ajudar o presidente no dia 7.

“A Polícia Militar do estado de São Paulo participou dos principais movimentos do nosso país. Já lutamos em Canudos, as revoluções, 32, 64, sempre estivemos presentes. Não podemos nesse momento, em que o país passa por essa crise, que nós percebemos o comunismo querendo entrar, de forma lenta, trabalhada, ao longo dos anos, eles vêm implantando, mudando o ensino, querendo entrar no nosso país. Eu vejo que nós, Polícia Militar de São Paulo, a força pública, nós devemos nos unir. E no dia 7 de setembro, todos os veteranos da polícia de São Paulo, estar presente na avenida Paulista”, disse na gravação.

Outro policial que convocou colegas para os atos foi o coronel da PM paulista Homero de Giorge Cerqueira, ex-presidente do ICMBio, um órgão do governo federal. “7 de setembro deveremos estar na Paulista em apoio ao nosso presidente da República, Jair Messias Bolsonaro. São Paulo recebe os piores salários de toda a Federação. Assim, como coronel da PM SP, convoco os veteranos a participar. Basta a essas ilegalidades”, disse o coronel, em vídeo publicado nas redes sociais.

Na capital paulista, um dos pontos de partida da manifestação dos policiais será na sede da Rota – um dos batalhões de elite da PM de São Paulo. Apesar do convite a veteranos da reserva, há expectativa que policiais da ativa que não estiverem em serviço compareçam à paisana e desarmados.

Como está a mobilização de policiais em outros estados
Governadores de outros estados, especialmente de partidos de oposição a Bolsonaro, também tentam garantir o controle de suas tropas para impedir atos de insubordinação nas PMs. Isso ficou claro recentemente, quando eles se reuniram em Brasília e pediram, sem sucesso, uma reunião com Bolsonaro.

No encontro, foram lembrados dois episódios: a paralisação de policiais em março de 2019, no Ceará, estado governado por Camilo Santana (PT); também a reação violenta de policiais, em maio deste ano, em Pernambuco, a manifestantes de rua que protestavam contra Bolsonaro nas ruas de Recife. Pernambuco é governado por Paulo Câmara (PSB)

No primeiro episódio, Bolsonaro disse que o movimento foi apenas uma “greve” e não um “motim” – a paralisação ficou marcada por um distúrbio em Sobral (CE), onde o senador Cid Gomes (PDT) foi atingido por dois tiros quando avançou sobre policiais com uma retroescavadeira. No segundo episódio, deste ano, em Recife, uma vereadora do PT levou um jato de spray de pimenta no rosto, ao se aproximar de uma viatura.

Um alerta soou no último dia 23, quando o coronel da reserva Davi Azim, do Corpo de Bombeiros do Ceará, divulgou vídeo chamando militares da reserva para Brasília para “adentrar ao STF e ao Congresso”. “Queremos entrar na paz, mas, caso haja reações, aí, sim, nós vamos ter que enfrentar, mesmo com a força, porque o que tiver lá para nos impedir, nós poderemos atropelá-los […] Temos que tomar atitudes severas. O povo forçará com isso a ação do nosso presidente e das Forças Armadas”, disse Azim, que ainda falou em entregar parlamentares e ministros do STF para serem julgados pela Justiça Militar. “Aí, sim, eu digo que será a nossa vitória”, disse no vídeo.

No mesmo dia, também causou apreensão entre governadores uma nota da Associação Nacional dos Militares Estaduais do Brasil. Nela, o presidente da entidade, o coronel da reserva Marcos Antônio Nunes de Oliveira, afirmou que as forças policiais não servem a objetivos políticos de governadores, ressaltando que elas são auxiliares do Exército – missão dada, no entanto, em caso de guerra contra invasores externos.

Lideranças descartam motins e apontam pautas
Apesar de todas essas manifestações, líderes representativos dos policiais descartam qualquer possibilidade de motim ou paralisações, ainda que admitam insatisfação da categoria com alguns governadores.

“A PM tem histórico de dois séculos de disciplina, de lealdade aos seus estados, ao povo brasileiro. Nunca haverá motim ou apoio à invasão do Supremo, por exemplo. Acho que quem diz que isso pode ocorrer quer é manchar a imagem da PM. Temos histórico de compromisso com a população; já servimos governos de esquerda, de direita e de centro, e nunca demonstramos nenhum tipo de indisciplina”, afirmou à Gazeta do Povo o deputado Capitão Augusto (PL-SP), presidente da Frente de Segurança Pública da Câmara e que fez carreira na PM paulista.

Questionado sobre o motivo da participação de policiais, ele responde que é apenas para apoiar Bolsonaro. “A gente quer demonstrar apoio ao Bolsonaro, por causa de decisões do STF, do próprio Congresso, dificultando o governo. Estão jogando contra”, diz. “O Supremo nitidamente colocou o Lula no jogo novamente, com anulações da Lava Jato. O Congresso está dominando as pautas, com a CPI da Covid, que já está extrapolando. E também tem o inquérito das fake news, com perseguição sobre conservadores”, diz o deputado.

Capitão Augusto diz que dois fatos recentes podem potencializar ainda mais a participação de policiais: em São Paulo, a própria decisão de Doria de afastar o coronel Aleksander Lacerda; e, em todo o país, a tentativa de deputados de aprovar, no novo Código Eleitoral, uma quarentena para que policiais não possam se candidatar a cargos eletivos antes de completarem cinco anos de exoneração de seus cargos nas corporações.

Para boa parte da categoria, o afastamento de Lacerda foi exagerado e arbitrário. “Emitir opinião política tem vedação, mas é transgressão leve. Ele não teve o direito de defesa, e nem se sabe se aquele é o Facebook dele ou não. É desproporcional. Quer punir? Instaura-se procedimento e, no final, dá advertência. Agora, sem direito à defesa, exonera do cargo, um policial com mais de 30 anos de bons serviços prestados? Doria jogou isso no lixo”, diz Capitão Augusto.

Boa parte da insatisfação com Doria também ocorre porque o governador não cumpriu a promessa de campanha de elevar o salário dos 90 mil policiais do estado. O apoio a Bolsonaro, por outro lado, está na promessa do presidente de editar uma medida provisória para que a Caixa libere uma linha de crédito para financiar imóveis com juros mais baixos para policiais de todo o país.

Em relação à proposta de quarentena eleitoral, o deputado diz que é um claro ataque aos conservadores. “Vai inflar ainda mais os ânimos. A esquerda defende marginal e a gente [policiais] vai contra as bandeiras que a esquerda defende. Isso também com magistrados e Ministério Público, porque a gente anda junto contra os bandidos”, disse.

MP afirma que participação de policiais em atos políticos é ilegal
Uma controvérsia sobre a manifestação é a participação de policiais da ativa que, por lei, não podem se envolver em atos políticos. Associações de policiais defendem a possibilidade de participação, desde que eles não estejam em serviço e compareçam à paisana, desarmados e sem qualquer demonstração de que representem a PM.

“Uma coisa é ser da ativa, outra coisa é estar em serviço. O policial é da ativa, mas está de folga. Não pode colocar sua calça jeans e manifestar como qualquer cidadão?”, questiona o coronel da reserva da PM de São Paulo Elias Miler da Silva, diretor de assuntos legislativos da Federação Nacional das Entidades dos Oficiais Militares Estaduais (Feneme).

O Ministério Público (MP) considera que qualquer participação de policiais em atos políticos é ilegal, mesmo à paisana. O MP é responsável pelo controle externo da atividade policial.

A Procuradoria do Distrito Federal, por exemplo, já pediu à PM de Brasília esclarecimentos acerca de uma nota, enviada ao site Congresso em Foco, de que a corporação não pretende punir policiais que participem dos atos, desde que não compareçam representando a instituição.

Em São Paulo, o MP também pediu informações sobre a participação de policiais no ato a favor de Bolsonaro. A Corregedoria da PM informou que nenhum policial terá folga no dia, de modo que todo o efetivo no estado seja usado para “reforçar o patrulhamento disciplinar” e, assim, impedir a participação de quem está na ativa.


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ONDA DE CENSURA NO PAÍS

 

Stephen Kanitz – NEWS

Estou muito preocupado em decifrar o tamanho dessa onda de censura da liberdade de expressão que toma esse país.

Estou calado até decifrar o que querem dizer com “somente fatos cientificamente comprovados” podem ser publicados, isso dito por um membro do Supremo.

Se for assim hipóteses serão censuradas, quaisquer hipóteses, o que significa o fim da ciência, justamente o contrário.

Significa também o fim do diálogo porque muitas coisas que achamos científicas poderão provar não serem, como mostra Karl Popper.

Quanto mais sei, menos sei.

O que não entendo é que os governantes normalmente censuram quem fala mal do governo.

O Brasil, sempre na contramão, está censurando e confiscando dinheiro ganho de quem defende o governo.

De fato, no governo militar censuraram a Imprensa.

Censuraram o Estadão, a Folha, O Jornal do Brasil, mas somente pequenos trechos, 99% do resto era publicado.

É como se o Supremo mandasse apagar um post ou outro, ou exigisse correção, o que hoje é possível e instantâneo.

Mas estão fechando sites inteiros, como se proibissem o Estado, a Folha, de existirem, o que não ocorreu em 1964.

E nunca os militares mandaram sequestrar o dinheiro dos anúncios e assinaturas desses jornais.

Pior, estes jornais tinham no seu conjunto somente 500.000 leitores.

Hoje estamos censurando jornalistas e políticos com mais de 12 milhões de seguidores.

O que está ocorrendo no Brasil é muito grave.

FUNDO ELEITORAL TERÁ MUITO DINHEIRO PARA AS ELEIÇÕES 2022

 

Por
Alexandre Garcia

Cronograma de Carga e Lacração – preparação da urnas para o 2° turno das Zonas Eleitorais do Paraná – Tags: eleições2018, eleições, voto, sulfrágio, Tribunal, urna eletronica. Fotos: André Rodrigues

| Foto: André Rodrigues/Arquivo/Gazeta do Povo

Vocês lembram que a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) saiu do Congresso Nacional com uma surpresa: o que era, em 2020 na eleição municipal, um fundo eleitoral de R$ 2 bilhões para os partidos usarem naquela eleição, converteu-se na proposta da LDO em R$ 5,7 bilhões. Justo, em plena época de a gente pagar conta da pandemia: a conta das vacinas, do dinheiro que foi para governadores e prefeitos e do auxílio emergencial necessário para milhões de brasileiros.

O presidente Bolsonaro sancionou a LDO com o veto a esse desperdício, esse exagero, esse desconhecimento dos nossos representantes das reais dificuldades do país. Pois, agora o presidente mandou para o Congresso Nacional o orçamento do ano que vem, prevendo o fundo eleitoral. Com o devido reajuste: agora é R$ 2,1 bilhões.

É muito dinheiro. Eu imagino que estejam gastando menos, porque hoje em dia campanhas eleitorais se fazem na rede social, basicamente. Está no Congresso agora, vamos ver o que eles dizem. Vamos ficar de olho! Porque esse dinheiro todo não veio de Marte, veio dos nossos impostos, que saem parte do nosso trabalho. Antes de sair do nosso bolso, tem que sair o suor do nosso corpo para pagar imposto, só pra gente lembrar.

Parada do patriotismo
Todo mundo fala da manifestação de domingo (5 de setembro). Não vai ter parada militar, mas vai ter a parada do patriotismo. Pessoal vai defender liberdade, democracia e Constituição. Agora é interessante que o governo da Bahia, as restrições para reuniões acima de 500 pessoas estavam valendo até 31 de agosto. Aí, o governo da Bahia prorrogou a validade até 10 de setembro. Muito importante para a pandemia, se fosse até 30 de setembro… Mas é até 10 de setembro. Claro que se prorrogasse até 8 de setembro daria na vista.

CPI mostra arrogância com motoboy
A CPI ontem foi mais uma demonstração de arrogância, de autoritarismo, de inquisição para cima de depoentes humildes, como aconteceu com aquele cabo da PM lá de Minas Gerais. Agora com um motoboy, o Ivanildo. Eu vi, pela aliança no dedo dele, que é pai de família. Ele faz entrega, como todos os milhões de motoboys desse país. Não ficam especulando para saber o que tem na carga ou não tem. Ele fazia saques e fazia pagamentos. Disse que nunca entregou dinheiro no Ministério da Saúde. Disse que, algumas vezes, entregou papéis no ministério.

Quiseram tirar o celular dele, ele não entregou. Tentaram tirar o celular dele, incrível! É uma coisa de revirar as entranhas da gente. Tomara que os motoboys desse país tenham acompanhado isso.

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VOTAR NO LULA É SOFRER DE AMNÉSIA

 

Por
Flavio Quintela – Gazeta do Povo

São Bernardo do Campo SP 15 11 2020-O ex presidente Luis Inacio Lula da Silva votou em ABC hoje pela manhã. foto Ricardo Stuckert

O ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva.| Foto: Ricardo Stuckert

Na semana que passou, vi gente que sempre fez oposição ao PT – gente que afirmava jamais ter votado, e que prometia jamais votar em candidatos do PT – lamentando as declarações de Lula sobre a regulação da imprensa. O motivo? O medo de que essas declarações ajudem Bolsonaro numa eventual disputa contra o ex-presidente e ex-presidiário petista.

Como dizem por aí, no fundo do poço havia um alçapão. As pessoas têm a memória curta demais. Não chega nem sequer a ser uma vaga lembrança. Pois qualquer um que lembre do que os governos e os políticos petistas fizeram nas últimas décadas certamente não torceria para que Lula se torne mais palatável ao eleitorado.

A título de prestação de serviço público, quero trazer à memória algumas maravilhas que o PT deu ao Brasil enquanto governava o país.

Os que imaginam que um novo governo petista é uma opção viável ao governo Bolsonaro estão redondamente enganados e se arrependerão profundamente caso isso aconteça

O mensalão: o maior esquema de compra de votos da história do Brasil foi revelado em 2005. Comandado pelo então ministro da Casa Civil de Lula, José Dirceu, o esquema tinha a operação a cargo de Delúbio Soares e Marcos Valério. Dirceu, que hoje é um criminoso livre, acabou demitido da Casa Civil e teve seu mandato de deputado federal cassado por 293 votos a favor e 193 contra. Após longo julgamento pelo STF, 25 pessoas foram condenadas à prisão. Marcos Valério recebeu a pena mais longa: 40 anos, 2 meses e 10 dias de prisão. Outras estrelas do PT que acabaram condenadas foram o próprio José Dirceu, José Genoino e João Paulo Cunha. Após sete anos de investigação, a Polícia Federal chegou a um número final para o desvio de dinheiro público por meio do esquema. Foram pelo menos R$ 101 milhões.

Os aloprados: sete petistas foram indiciados pela Polícia Federal, em 2006, pela tentativa de fabricação de dossiê falso contra Geraldo Alckmin e José Serra, com o intuito de prejudicá-los nas eleições que disputavam, respectivamente, contra os petistas Aloízio Mercadante e Lula. Os aloprados foram pegos com R$ 1,7 milhão em dinheiro vivo, que seria usado para comprar os papéis falsos para incriminação dos tucanos.

O petrolão: considerado o maior caso de corrupção da história do mundo, o esquema de desvio de dinheiro público por meio de contratos superfaturados pela Petrobras causou um prejuízo de mais de R$ 42 bilhões ao Brasil. Estima-se que dois terços do dinheiro acabou nos cofres do PT e o terço restante, dividido entre outros partidos do esquema, em especial o PP, e funcionários de alto escalão envolvidos no esquema. As formas de entrega da propina variavam entre doações diretas aos partidos envolvidos, depósitos em contas no exterior e compra de bens e serviços destinados a políticos desses partidos. A descoberta e a investigação do petrolão foram os maiores feitos da Operação Lava Jato, e culminaram com a prisão de vários executivos das maiores construtoras do país, incluindo Marcelo Odebrecht; de diversos executivos da Petrobrás; e do ex-presidente Lula, ligado ao esquema pelos famigerados sítio de Atibaia e tríplex do Guarujá.


Obviamente que não podemos nos esquecer de tantas outras contribuições do PT que jamais foram esclarecidas, mas sobre as quais paira uma desconfiança eterna. É o caso do suposto envolvimento do partido com as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) e do suposto envolvimento do partido com a morte dos prefeitos Celso Daniel (Santo André-SP) e Toninho (Campinas-SP).

O PT não é opção. Caso vença as eleições, o PT não voltará ao poder graciosamente. Dilma foi retirada da cadeira presidencial em virtude de um processo de impeachment. Os petistas aguardam por sua vingança, até hoje. Se voltarem à Presidência, certamente a concretizarão. Para usar uma expressão popular, virão com sangue nos olhos. Os que imaginam que um novo governo petista é uma opção viável ao governo Bolsonaro estão redondamente enganados e se arrependerão profundamente caso isso aconteça. Quem lamenta os deslizes verbais de Lula e quem prega o voto no PT caso tenhamos o segundo turno do fim do mundo não tem memória. E o pior que pode acontecer ao Brasil em 2022 é um povo com amnésia.


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quarta-feira, 1 de setembro de 2021

STF REINICIA HOJE O JULGAMENTO DO MARCO TEMPORAL

 

  1. Política 

‘Estadão’ apurou, no entanto, que apreciação na Corte deve ser adiada mais uma vez após um novo pedido de vista

Weslley Galzo, O Estado de S.Paulo

BRASÍLIA – O Supremo Tribunal Federal (STF) retomará nesta quarta-feira, 1º o julgamento sobre a aplicação da tese de “marco temporal” em demarcações de terras indígenas. O caso deve começar a ser votado pelos ministros, mas não há perspectiva de quando o processo será concluído. Todos os sinais são de que algum integrante da Corte pedirá mais tempo para análise. A avaliação nos bastidores é de que o País vive uma crise entre os poderes, e a situação exige cautela.

A decisão da Corte, seja ela qual for, terá impacto nas relações entre as instituições. A bancada ruralista no Congresso aposta na suspensão do julgamento como forma de ganhar tempo para correr em paralelo com um projeto de lei (PL 490) que trata do mesmo assunto, na Câmara. Acampados em Brasília desde 22 de agosto, cerca de 6 mil indígenas aguardam o encerramento do processo iniciado em 2016.

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 Indígena em manifestação contra o marco temporal. Foto: Gabriela Biló/Estadão

Na avaliação da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), a palavra final sobre a demarcação de terras deve ser do Congresso, e não do Supremo. O texto em tramitação na Câmara admite a tese do marco temporal e permite a exploração de territórios indígenas por iniciativas do agronegócio, da mineração e da infraestrutura. Caso o julgamento seja suspenso, a FPA pretende avançar com esse projeto.

Pelo entendimento do marco temporal, uma terra indígena só pode ser demarcada se ficar comprovado que os índios estavam naquele território na data da promulgação da Constituição, em 5 de outubro de 1988

Ana Patté, do povo Xokleng, afirmou que o eventual pedido de suspensão do julgamento, por tempo indeterminado, seria um duro revés à mobilização indígena. “Querem deixar a gente no cansaço para ver se a gente desiste, mas não vai ser o pedido de vista que vai enfraquecer a nossa luta”, disse ela.

O povo Xokleng está no centro da disputa de um território que hoje envolve uma reserva ambiental. A etnia divide a tutela da Reserva Indígena de Ibirama-La Klanõ com os povos Kaigang e Guarani, mas a Fundação Amparo Tecnológico ao Meio Ambiente, do governo de Santa Catarina, pede a reintegração de posse das terras.

É neste contexto que a Procuradoria-Geral de Santa Catarina passou a adotar a tese do marco temporal. Por ser uma pauta de repercussão geral, os ministros do Supremo também vão discutir a validade de um parecer editado pela Advocacia-Geral da União (AGU), em julho de 2017, que obrigou todos os órgãos do governo federal a seguir o entendimento do marco temporal, restringindo as demarcações de terras indígenas.

“O marco temporal não significa a extinção dos direitos dos indígenas. Pelo contrário: denota que as reivindicações das comunidades indígenas para demarcação de novas áreas deverão ser precedidas de prévia e justa indenização das propriedades privadas eventualmente afetadas, ou seja, reconhecendo o direito de todos os envolvidos, o que propiciará a solução pacífica dos conflitos”, afirmou Rudy Ferraz, chefe da assessoria jurídica da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA).

O julgamento já foi postergado três vezes seguidas, desde que foi levado ao plenário do Supremo, antes do recesso no Judiciário. Há tanta divergência sobre o assunto que alguns ministros podem abandonar posições adotadas recentemente em decisões favoráveis aos indígenas. No ano passado o STF decidiu, por unanimidade, que o governo federal é obrigado a fornecer ajuda às comunidades indígenas no enfrentamento da pandemia de covid-19. Além disso, reconheceu que o processo de demarcação é de competência exclusiva da Fundação Nacional do Índio (Funai), e não do Ministério da Agricultura.

Como mostrou o Estadão, porém, a Funai mudou de lado na polêmica do marco temporal. Antes, pregava a demarcação da terra do povo Xokleng, em Santa Catarina. No governo de Jair Bolsonaro, porém, já se mostrou a favor da tese defendida pelos produtores rurais.

Para a deputada Aline Sleutjes (PSL-PR), presidente da Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural da Câmara e integrante da FPA, a ação mais “responsável” a ser adotada pelo Supremo é a de reconhecer a constitucionalidade da tese do marco temporal. “É necessário dar segurança jurídica para quem detém a posse da terra”, disse.

Os indígenas, porém, já planejam outro recurso, caso sejam derrotados. “Buscaremos o nível internacional, porque há necessidade de preservar”, afirmou o líder Brasilio Pripra Xokleng.

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