terça-feira, 1 de junho de 2021

IDEOLOGIAS DE VÁRIAS PROCEDÊNCIAS

 

opinião A ideologia se tornou o grande problema político do século XX
Por
Pedro Henrique Alves – Gazeta do Povo

Comunismo: ideologia assassina| Foto: Pixabay
A ideologia se tornou o grande problema político do século XX, parafraseando Margaret Tatcher — e usando de certa liberdade para isso, confesso — “terreno onde as ideologias pisam e dominam, não nascem gramados democráticos”. O grande inventário do século XX — que ainda não foi finalizado — nos mostra que todos os países que se apoiaram em ideários, construídos por engenheiros sociais, acabaram por transformar seus países em laboratórios políticos insanos. A voz brutal que surge do século XX, quando consultamos os necromantes da história, nos adverte sem demora: “não confiem jamais em ideologias e salvadores sociais”. Quem tem ouvidos, ouça.

Apenas alguns ovos
Praticamente tudo aquilo que vimos de mais asqueroso e repugnante na política dos séculos XVIII, XIX e principalmente XX, está diretamente ligado à crença de que é possível alcançar uma perfeição social e política aqui na terra, que é viável uma ordem completa sem o caos, uma a igualdade plena sem a desigualdade, uma liberdade absoluta sem restrições. Enfim, que todos esses axiomas são perfeitamente possíveis e realizáveis no plano terreno, bastando apenas que as engrenagens históricas, políticas e econômicas sejam tecnicamente ajustadas pelos “capazes”.

E se tal proeza de perfeição social — verdadeiramente divina — for possível, por que não seguir tal rumo? E aqui está o X da questão, quando tudo começou a dar assustadoramente errado. Ora, o raciocínio é lógico e linear: se a perfeição política e social é possível, por que não nos utilizarmos de todos os meios disponíveis para alcançá-la? Por que não suprimir oposições e opositores em busca daquela vitalidade final de uma sociedade próspera? O silêncio imposto aos discordantes, até mesmo a morte de alguns resistentes, são coisas com as quais podemos conviver se o que estamos construindo aqui é a realização de uma verdadeira utopia, do fim último da história humana — como chamariam os comunistas mais “raiz”. 

Se realmente estamos falando da realização final de uma sociedade perfeita, justa, igualitária, orgânica e maquinalmente ideal, livre e sem os desprezíveis problemas sociais de agora; se é disso que estamos tratando aqui, então qualquer meio vale a pena ser utilizado para chegar nesse oásis.

Aqueles ovos quebrados (mutilados, fuzilados, torturados, envenenados, etc.) serão para frondosos e deliciosos omeletes, que todos comerão e se saciarão num futuro próximo. A utopia está logo ali.

O homem é de barro
“Mas, por outro lado, a receita para a perfeição me parece a fórmula para o derramamento de sangue, ainda que receitada pelo maior dos idealistas, com o mais puro dos corações” (BERLIN, 2018, p. 52).

Não obstante, por consequência evidente de nossas limitações, sabemos que o homem não é passível de perfeição; até mesmo em suas filosofias sempre faltarão as últimas peças do quebra-cabeça que só seriam encontrados se fôssemos anjos ou deuses. Sendo assim, as suas criações inevitavelmente tendem a ser limitadas ainda que possam ser geniais. Todos os gênios erraram, todos os santos também eram feitos de matéria corruptiva apesar de seus atos heroicos. Todos nós somos de barro, se não da matéria terrosa, mas sim da metáfora tão real quanto a argila. 

Nas palavras de Jordan Peterson: “A serpente habita nossa alma” (PETERSON, 2018, p. 47); creio que, crentes ou não, poucos seriam os tolos que discordariam disso — tirando Rousseau, é claro. 

Ou seja, as nossas teorias e racionalizações humanas invariavelmente guardam teimosas parcelas de falhas, lacunas e detritos. Sendo assim, as ideologias são mentiras políticas tornadas universais, afinal, não passam de construtos ideários de mentes humanas, falhas. Elas vendem a ideia mentirosa — confessa ou não — de um mundo ideal onde as naturais aporias humanas seriam sanadas através de seus métodos “científicos” e visionários.

Resta-nos, então, compreender como nasce essa mentira: a ideologia. Cabe-nos compreender como ela se estrutura, as suas características e constituições.

Como nasce uma ideologia (um tributo a Isaiah Berlin)
Um daqueles que melhor compreendeu as estruturações filosóficas das ideologias, rastreando as suas raízes e motivações, foi Isaiah Berlin — filósofo nascido na Letônia e famoso por sua defesa incessante e ardorosa da liberdade. Grande parte das suas obras fora dedicada às questões de filosofia política e ao poder que as ideias exerciam nas sociedades; como é o caso de seus clássicos: ‘A força das ideias’, e ‘Estudos sobre a humanidade’, ambos editados no Brasil pela Companhia das letras — e esgotados no momento. No entanto, caso queiram algo sumário e assustadoramente completo, indico o livreto ‘Uma mensagem para o século XXI’, da editora Âyiné; é justamente nessa pequena edição que basearemos grande parte desse ensaio, e de onde tentaremos retirar todo o seu sulco de vitalidade intelectual. 

Tal livreto traz dois competentes ensaios do grande filósofo: o primeiro e mais completo deles é o ‘The pursuit of the ideal’, retirado da obra ‘The crooked timber of humanity: chapters in the history of ideas’; e o segundo ‘A message to the twenty-first century’, trata-se de um discurso que proferiu na Universidade de Toronto, quando aceitou o grau honorário de doutor das leis.

Isaiah Berlin dedicou boa parte de sua vida intelectual para compreender as estruturas que impulsionavam certas teorias políticas a se encerrarem em sistemas totalitários pseudo-religiosos (ideologias). Em algum momento do desenvolvimento ideológico, observou Berlin, mais nenhum princípio, valor, virtude ou moral eram respeitados para além dos dogmas do partido — líder e/ou Estado. Nesse sentido, o pensador rastreou quatro grandes trilhas e fontes de irrigação filosófica que deram origem e mantiveram até hoje as ideologias; são elas: racionalismo egocentrista, empirismo mecânico, cientificismo soberbo, e utopismo basbaque.

Falemos brevemente de cada um a fim de rastrear a manjedoura das ideologias modernas.

Racionalismo egocentrista
“Os racionalistas do século XVII entendiam que as respostas poderiam ser encontradas por uma espécie de insight metafísico, uma aplicação particular da luz da razão da qual todo homem gozava” (BERLIN, 2018, p.22).

Desde quando René Descartes cravou no seio filosófico de século XVII, que a razão não era um reluzir da graça suprema de Deus que desce e reflete em nosso intelecto, nos capacitando a enxergar — ainda que limitadamente — as coisas e delas fazer juízo; mas que na realidade era o próprio homem a fonte da “graça” racional, que era o próprio homem o ex nihilo, ou seja: o começo de toda inteligência e realização. Desde esse instante o homem se viu — mais ou menos — emancipado de qualquer força que o antecedesse ou determinasse; o homem era finalmente senhor de si e capaz de racionalizar sozinho a sua vida e meio social.

Cogito Ergo Sum. Desta maneira, o homem passa a ser capaz em si mesmo, afinal, se a existência está condicionada ao seu pensar (penso, logo existo), basta que ele inicie o processo racional para realizar do zero aquilo que ele quiser.

Se o homem é capaz de iniciar tudo, ele é capaz de organizar a sociedade conforme os seus projetos, pois, por consequência, é também a sociedade uma de suas obras. As respostas para os entraves humanos e sociais passam a ser meros problemas de ordem organizacional, basta que o homem rastreie em si mesmo as respostas para solucionar as problemáticas questões existenciais. Tudo era questão de rastreamento das ferramentas e organização racional da sociedade; assim como uma criança localiza as peças do quebra-cabeça e as colocam em sua caixa respectiva. 

Se a razão nasce em mim, se eu tenho as respostas para as problemáticas da existência, se tudo é questão de conhecimento, organização e funcionamento das engrenagens (como a mecânica universal de Copérnico e o empirismo sensorial), basta que acomodemos as informações, localizemos as peças do quebra-cabeça, e pronto, seremos capazes de criar uma sociedade de maneira objetiva, sem escorregões e “tropicadas”. Seremos capazes de pensar uma sociedade perfeita; e se pensamos, logo faremos.

“A reorganização racional da sociedade decretaria o fim da confusão intelectual e espiritual, da obediência cega aos dogmas não analisados e da estupidez e crueldade cultivada e promovida pelos inúmeros regimes opressivos” (BERLIN, 2018, p.24-25). Tudo dependia da sintonia fina com a estação correta, tudo era questão de uma reorganização social baseada nas inferências racionais; novamente, o paraíso está logo ali.

Empirismo do almoxarifado
“Os empíricos do século XVIII, maravilhados com as vastas áreas do conhecimento descortinadas pelas ciências naturais calcadas nas técnicas matemáticas — as quais dissiparam tantos erros, superstições, dogmatismos sem sentido —, perguntavam-se, como o fez Sócrates, por que os mesmos métodos não poderiam também funcionar na construção de leis irrefutáveis no campo das relações humanas” (BERLIN, 2018, p.22-23).

Só pensar a perfeição não fará o perfeito acontecer, pelo menos pensavam assim os empíricos; era preciso pensar, ter e conhecer os instrumentos para além das engrenagens mentais. Em suma, era preciso de um conhecimento mecânico da existência que se organizasse num sistema racional de certezas, que não mais eram dados pela metafísica e pelos dogmas opressivos da teologia, mas sim pelas interligações e percepções sensoriais da realidade; as ciências naturais.

Longe de ser o empirismo e o racionalismo inimigos epistemológicos, são antes concordantes entre si; funciona como um casal que briga pela manhã e de noite dorme de conchinha.

Leia mais: O último bunker da esquerda: a universidade

No racionalismo o homem deixa de ser o intérprete da realidade, sendo promovido a criador, o feitor das verdades, o big bang de seu mundo; no empirismo o homem passa a manusear e localizar os instrumentos que são precisos para pôr em prática as verdades pensadas com a razão abstrata. O empirista tenta entender a realidade experiencial a fim de controlar o seu conteúdo e expor as possibilidades aos construtores de ciências e sociedades; foi o que imaginou Francis Bacon — expoente do empirismo — quando escreveu o seu ‘Novum Organum’. O fim último do empirista é dominar a natureza, para não deixar ser dominado por ela. 

É como se os racionalistas fossem os projetistas e os empiristas os rapazes que cuidam do almoxarifado, organizando as plantas prediais, fazendo a manutenção dos maquinários e peças; ou seja, aquele que fará os cálculos do que será preciso para o projeto. Não obstante ainda falta o engenheiro.

Cientificismo soberbo
“Tendo em mãos os novos métodos descobertos pelas ciências naturais, uma ordem também poderia ser introduzida na esfera social — uniformidades poderiam ser observadas, hipóteses, formuladas e comprovadas por meio de experimentos; sobre elas se baseariam leis, e posteriormente essas mesmas leis levariam a leis mais específicas em campos ainda mais circunscritos; por sua vez, essas leis específicas seriam ramificações de outras mais gerais e por aí em diante, até que um sistema completo e harmonioso, todos interconectado por elos lógicos inquebrantáveis e passíveis de serem elaborados em termos precisos — ou seja, matemáticos —, pudesse ser erigido” (BERLIN, 2018, p.22-23).

O cientificismo, por sua vez, inaugura a era da “mão na massa”; como característica filosófica ele nutre a soberba de se considerar superior à religião, metafísica, e todas as correntes não pragmáticas e experimentais do mundo; dando valor somente àquilo que é passível de experiência real e repetição em fórmulas. A ciência, então, passa a ser o verdadeiro ato de manusear, transformar e criar através das experiências e crivos da matéria dada. Por isso mesmo que o cientificismo passa a ser a prática própria do empirismo, sendo uma consequência direta da outra; se o empirismo buscava o domínio sobre a natureza, a ciência busca manuseá-la ao seu favor ou encerrá-la em fórmulas certas e imutáveis.

Segundo Karl Popper, o cientificismo transformou-se em puro dogmatismo, determinando como desinteressante ou irreal tudo aquilo que não se encaixava em seus pressupostos. Não tardou para que a fórmula política do cientificismo fosse criada com os mesmos rigorismos advindos das certezas dos tubos de ensaio; a essa vertente deu-se o nome de “positivismo”, seu maior expoente foi Auguste Comte. 

Tal teoria política acredita que a sociedade funciona a partir de inferências científicas determinantes; que as relações e disposições humanas são catalogáveis e entendidas assim como um inseto qualquer que é dissecado e catalogado segundo as subcategorias pré-determinadas da entomologia. O positivismo crê que certezas e padrões humanos poderiam ser identificados se os ajustes certos de temperatura e pressão fossem encontrados no terreno social. A sociedade, dessa maneira, poderia ser cientificamente traçada, chegando àquilo que Isaiah Berlin chamou de “certeza no campo do comportamento humano” (BERLIN, 2018, p.22).

Utopismo basbaque
“O denominador comum de todas essas perspectivas era a crença de que havia soluções para todos os problemas, que alguém poderia encontrá-las e, com uma boa dose de esforços altruístas, realizá-las na terra. Todos eles acreditavam que a essência do ser humano era poder escolher como viver; sociedades poderiam ser transformadas sob a luz de verdadeiros ideais graças a uma boa dose de fervor e de dedicação” (BERLIN, 2018, p. 20-21).

Tudo isso, quando batido no liquidificador da história e das mentes sedentas por um paraíso terreno gera automaticamente a busca pela utopia. Se temos uma razão organizadora e senhora de si, o empirismo catalogador e a ciência experimental, estamos prontos para criar a perfeição social. Tiram do céu a perfeição e tentam a todo custo construí-lo aqui na terra. “O sonho utópico da humanidade foi assim transformado, substituído, transferido de um paraíso primordial para a terra prometida do futuro” (LEHMANN, 2016, p. 71). Foi sobre os ombros dessas conexões que os iluministas fizeram as suas balbúrdias e tiranias.

Se a razão começa em mim, se eu conheço o almoxarifado da realidade, se sou capaz de catalogar seus elementos, organizar suas constituições, e, posteriormente, manusear tais materiais sob uma certeza cortante de fórmulas e leis; e se tudo isso for cambiável para as relações humanas e estruturas sociais, então eu posso — com uma boa dose de destreza — alcançar uma sociedade perfeita aqui na terra. A utopia passa a ser realizável, e se o mundo perfeito é alcançável, qualquer meio é justificado para chagar a ele; e com isso voltamos à introdução desse ensaio.

Sai Deus, entra Stálin
“O que motiva a rebelião moderna era a convicção de que a humanidade havia sido até então impedida de desabrochar pela influência obscurantista do cristianismo” (LEHMANN, 2016, p. 70).

Eric Voegelin e Raymond Aron, por exemplo, exploram o utopismo com extrema competência e trazem uma nova perspectiva ao debate, usando agora da filosofia da religião como explicação mais ampla dessas problemáticas. Segundo Voegelin e Aron, a utopia como empreitada possível na realidade é consequência de uma invasão da Cidade dos homens na Cidade de Deus — referência à obra magna de Santo Agostinho: ‘Cidade de Deus’. 

Voegelin via tal situação como reflexo das ideias de Joaquim de Fiore, que pretendia estender na terra a “Era do Espírito”, que nada mais era do que uma sociedade perfeita ao modo evangelical (Cf. VOEGELIN, 2012, p. 145). Aron (assim como o excelente filósofo brasileiro Nelson Lehmann), por sua vez, via tal situação como uma consequência natural da secularização que corre a partir do século XVI; quanto mais o homem se afastou da religião e sua teologia escatológica, mais ele buscou ocupar o lugar vazio do Soberano com projetos políticos que tinham tantos dogmas quanto as próprias religiões abandonadas. De certa maneira os seculares queriam Deus, e para isso tentaram fazer o seu próprio; novamente Israel constrói seu bezerro de ouro.

“É verdade que o comunismo atrai ainda mais quando o trono de Deus está vazio. Caso o intelectual não se sinta mais ligado nem à comunidade nem à religião dos seus antepassados, ele pede às ideologias progressistas o pleno preenchimento da sua alma” (ARON, 2016, p. 267).

Leia mais: De Igreja do Cristo a ONG socialista

Para tal abordagem, a religião é o contrapeso social necessário, pois atua no campo escatológico e transcendente; deixando para a política as diplomacias estatais e os campos do imanente. Ou seja, os campos do possível, do prudente, da têmpora, da diplomacia, do diálogo e do debate. Na política não cabem dogmas! Mantendo, assim, a clássica e providencial separação agostiniana de Cidade dos homens e Cidade de Deus. 

A política que se arroga à teologia, o partido que se ergue como Igreja oficial, os militantes que se tornam fiéis e o Estado que se proclama Deus; são esses os ingredientes para as carnificinas, ditaduras e tiranias. O grande pensador brasileiro J. O. de Meira Penna disse certa vez: “O Estado foi então ressacralizado — à medida que se secularizava a religião” (PENNA, 2017, p. 24). 

Ou seja, há uma grande tendência, desde o fim do século XIX, a compreender que há uma ligação direta com a queda da influência da fé cristã na sociedade ocidental, com o crescimento exponencial dos Estados totalitários que se nutriam de uma ideologia pseudo-religiosa, que exigia de seus adeptos: obediência aos seus dogmas e sacrifício por seus fins.

Não cabe, neste momento, nos aprofundarmos nessa teoria ampla e ainda tão virgem em desenvolvimentos mais robustos no país, mas deixamos a dica para aqueles que queiram estudar com mais profundidade as Religiões políticas.

Ou seja, o problema é a soberba
Não obstante tudo isso que falamos, seriamos outros tolos se julgássemos que censurar as ideias racionalistas, as inferências empiristas e cientificistas, seja algo a ser sadiamente considerado. O assassino não é a arma que o bandido usou, mas sim o bandido que livremente escolheu puxar o gatilho. Desta feita, não é o racionalismo, o empirismo e o cientificismo os construtores de tiranias; são antes os instrumentos que as mentes tirânicas se utilizaram para fundamentar as retóricas de suas ideologias. 

Não tem como voltar os ponteiros relógio, e ainda que tivesse, não seria o apropriado. Não estamos, dessa maneira, jogando na fogueira inquisitória as ideias filosóficas abordadas; se censurar desse certo, ainda estaríamos sob as normas do Index Librorum Prohibitorum. Prefiro acreditar que os homens livres são maduros o suficiente para tomarem consciência das ideias que defendem, e saberem que elas têm consequências.

Saber onde e como surgem as ideologias, é uma empreitada imprescindível na modernidade que novamente flerta com teorias políticas totalitárias. Como exposto no início, todos os países onde as ideologias reinaram, carnificinas ocorreram — de maior ou menor grau. Onde a insanidade política e a fé num paraíso terreno se mancomunaram, campos de concentração foram erigidos e valas comuns foram lotadas por corpos humanos. Somente um déspota se veria inerte à essa realidade; e por isso que conhecer as raízes desse mal é algo extremamente necessário, talvez o mais necessário de todos os conhecimentos políticos na contemporaneidade.

Referências:
ARON, Raymond. O ópio dos intelectuais, São Paulo: Vide Editorial, 2016.

BERLIN, Isaiah. Uma mensagem para o século XXI, 2ª Edição, Âyiné: Belo Horizonte/Veneza, 2018.

PENNA, J. O. de Meira. A ideologia do século XX: Ensaios sobre o nacional-socialismo, o marxismo, o terceiro-mundismo e a ideologia brasileira, 2ª Ed, São Paulo: Vide Editorial, 2017

PETERSON. Jordan. B. 12 regras para a vida: um antídoto para o caos, Alta Books: Rio de Janeiro, 2018.

SILVA, Nelson Lehmann da. A religião civil do Estado moderno, 2ª Ed, Campinas: Vide Editorial, 2016.

VOEGELIN, Eric. História das ideias políticas: Idade média até São Tomás de Aquino – Volume II, É realizações: São Paulo, 2012.


Leia mais em: https://www.gazetadopovo.com.br/ideias/de-onde-vem-as-ideologias-laboratorios-politicos-insanos-7n75milu516p7uq35d19gnh72/
Copyright © 2021, Gazeta do Povo. Todos os direitos reservados.

O QUE É PRECISO FAZER PARA DESTACAR AS EMPRESAS NA PANDEMIA

 

Universo Criativo – Criativito

Para negócios físicos, a oportunidade de contar com o ambiente online como Mídias Sociais, lojas online e sites como o da Startup Valeon, anúncios através do Google Ads e outros, pode ser o melhor caminho para se manter e sair bem de momentos de crise como esse.

Com a pandemia do Coronavírus no Brasil, muitas empresas se viram obrigadas a recorrerem a outros meios para alcançarem novos clientes ou mesmo para manter os atuais, e o que mais se destacou foi o ambiente online, visto que diante de todos os outros, era esse o mais seguro durante o período de quarentena.

Restaurantes e comércios em geral, que tinham um certo receio de entrar para o atendimento online, se viram forçados a buscar esse caminho para manter o negócio funcionando, o que os fez recorrer a aplicativos de entrega e lojas online como o site marketplace da Valeon  para alcançarem aquele público que já não passava mais em suas portas ou entrava em seus estabelecimentos.

Aqueles que já haviam migrado para o meio online e digital, tiveram a oportunidade de contar exclusivamente com ele e ver até que ponto poderiam ser sustentáveis, enquanto outros passaram apuros para migrar e entender como poderiam manter suas vendas.

Essa quarentena não foi e nem está sendo fácil para ninguém, mas é claro que para aqueles que tiverem suas migrações anos antes, a experiência e vivência no meio online permitiu colher bons resultados, o que os manteve de pé durante todo esse período.

Mas e agora? Com a quarentena diminuindo em alguns locais e as coisas, aparentemente, voltando ao mínimo do normal, o que fazer para manter os negócios funcionando e ter uma certa segurança para mudanças repentinas como essa que vivemos atualmente?

O fato é que estamos suscetíveis a mudanças o tempo todo, e muitas delas não serão organizadas por nós, teremos apenas que saber lidar e passar por elas da melhor forma possível para continuar navegando.

Resta apenas nos mantermos atualizados diante do máximo de opções possível, para que, em casos como essa pandemia, tenhamos para “onde fugir e nos manter”.

Parte inferior do formulário

Se você também tem um negócio físico e vem durante os últimos anos negando o meio online o máximo possível até não ter mais para onde fugir e agora busca por alternativas para começar (antes tarde do que nunca), trouxemos esse conteúdo especialmente para você.

É importante ter em mente que…

Cada empresa é uma e dessa forma cada uma tem as suas necessidades, nem todo meio que é bom para um é bom para o outro, mas de uma forma geral, os pontos que mencionaremos abaixo são sempre muito úteis para a maioria.

São eles:

Anúncios em sites marketplaces ao invés de ter um site próprio

Ter uma loja online como o site da Startup Valeon, é uma das bases que toda empresa precisa para se manter a disposição, também, para seus clientes que possam vir pelo meio online.

Será através do site que o cliente terá acesso a sua empresa, então é muito importante ter um que leve em consideração as exigências do Google e do SEO para estar sempre em competição ativa com os concorrentes e ter a chance de aparecer para o público que deseja produtos ou serviços como o seu.

O site  online é o que passará a confiança e segurança que o cliente precisa para entrar em contato com você, se quiser ter um de qualquer forma apenas para dizer que tem um, é melhor então nem perder tempo, pois o efeito poderá ser contrário ao que deseja, afinal de contas, o seu cliente entrará em contato com você através dele, se encontrar algo que não passe a segurança esperada, o efeito não será nada positivo.

Outro ponto que vale mencionar é que o site ou loja online da Valeon, como item básico, será necessário para muitos outros meios de divulgação e alcance de seus clientes, por isso ele é um item tão importante.

Anúncios através do Google Ads

Ter um site no ar hoje em dia não significa que as pessoas encontrarão a sua empresa com facilidade, afinal são milhões de concorrentes no mesmo espaço.

Uma forma de tornar o acesso mais rápido e começar a vender o mais rápido possível, é através dos anúncios no Google, onde a sua empresa passa a aparecer para aqueles que procuram por produtos ou serviços semelhantes ao seu.

No Google Ads você paga para aparecer, mas somente quando alguém clica no seu anúncio, isso permite que você possa anunciar de forma mais flexível, de acordo com as suas necessidades e disponibilidade de investimento.

Presença nas redes sociais e anúncios

Outro meio muito importante para se estar atualmente é nas redes sociais, que além de reunirem todos os seus clientes em um único local, apresentando ferramentas para fortalecer o seu relacionamento com eles, ainda lhe permite anunciar seus serviços ou produtos para novos seguidores, aqueles que ainda não o conhecem, ou interagir com seguidores atuais e grupos de clientes específicos, criando campanhas bem diversificadas e direcionadas, essa preocupação tem a Startup Valeon que anuncia os seus clientes em todas as redes sociais.

Em qual rede social você deve estar? Varia de acordo com o seu segmento e os seus clientes. Por exemplo: Se for uma empresa voltada para o mercado B2B, pode ser mais interessante criar uma conta no LinkedIn, se for uma empresa voltada para o mercado B2C, então redes sociais como o Facebook e Instagram seriam mais indicadas.

Para comércios, ainda existe a possibilidade de fazer uma loja online dentro das redes sociais, Facebook e Instagram, melhorando as opções de acesso para os seus clientes e aumentando a possibilidade de alcance dos seus produtos.

Ainda assim é muito importante fazer uma avaliação, pois alguns casos podem ser tão específicos que o melhor nem sempre será tão evidente, o que pode confundir toda a estratégia e acabar gerando baixos resultados.

Esses são meios fundamentais para qualquer empresa que deseja se manter ativa tanto online quanto offline. Para momentos conturbados como esse que estamos vivendo, contar com a possibilidade de chegar até o seu cliente por outra forma, pode manter o seu negócio funcionando forte o bastante.

Quer saber mais sobre cada um desses meios e qual deles seria melhor para o seu negócio? Entre em contato conosco.

VOCÊ CONHECE A VALEON?

O CANAL DE VENDAS ONLINE DO VALE DO AÇO

TEM TUDO QUE VOCÊ PRECISA!

A Valeon é uma caixinha de possibilidades. Você pode moldar ela em torno do negócio. O que é muito importante. O nosso é colocar o consumidor no centro e entender o que ele precisa. A Valeon possibilita que você empresário consiga oferecer, especificamente para o seu consumidor, a melhor experiência. A Valeon já é tradicional e reconhecida no mercado, onde você empresário pode contar com a experiência e funcionalidades de uma tecnologia corporativa que atende as principais operações robustas do mundo essencial e fundamental. A Valeon além de trazer mais segurança e credibilidade para o seu negócio, também resulta em muita troca de conhecimento e ótimos resultados para ambos os lados, como toda boa parceria entre empresas deve ser. Lembrem-se que a Valeon é uma Startup Marketplace de Ipatinga-MG que tem a responsabilidade de levar o cliente até à sua empresa e que temos potencial para transformar mercados, impactar consumidores e revirar empresas e indústrias onde nossos produtos e serviços têm capacidade de escala e de atrair os investimentos corretos para o nosso crescimento.

O QUE OFERECEMOS E VANTANGENS COMPETITIVAS

  • Fazemos anúncios de publicidade para vários tipos de Empresas, Serviços e para Profissionais Liberais;
  • Temos excelente custo x benefício;
  • Nossos sites: (https://valedoacoonline.com.br/ e https://valeonnoticias.com.br/) têm grande penetração no mercado consumidor com um bom marketing fit que satisfaz esse mercado;
  • A nossa Plataforma Comercial Valeon permite total flexibilidade de anúncios, promoções e de produtos, além de oferecer serviços de divulgação de Ofertas de Supermercados e de Veículos;
  • Os resultados são mensurados através de métricas diária/mensal;
  • O seu negócio estará disponível para milhares de Internautas através de uma vitrine aberta na principal avenida do mundo, 24 horas por dia, 7 dias da semana;
  • A sua empresa fica visível para milhares de pessoas que nem sabiam que ela existe;
  • Somos altamente comprometidos com os nossos clientes no atendimento de suas demandas e prazos e inteiramente engajados para aumentar as suas vendas.

Nossos contatos: Fones: (31) 3827-2297 e (31) 98428-0590 (Wpp)

E-MAIL: valeonbrasil@gmail.com

Site: https://valedoacoonline.com.br/

NISE YAMAGUCHI DEPÕE HOJE NA COMISSÃO DA CLOROQUINA

 

Conheça a médica que vai depor na CPI sobre ‘gabinete paralelo’

 Paula Reverbel – Jornal Estadão

Defensora da prescrição de cloroquina para pacientes com covid-19, a oncologista e imunologista Nise Yamaguchi será questionada, nesta terça-feira, dia 1º, na CPI da Covid, sobre a existência de uma espécie de “gabinete paralelo” no comando das ações de enfrentamento da pandemia do novo coronavírus.

Com extenso currículo no campo da oncologia clínica, a médica surpreendeu colegas, há pouco mais de um ano, com sua postura pró-cloroquina, medicamento sem eficácia comprovada contra o coronavírus, capaz de provocar efeitos colaterais adversos. Próxima de Jair Bolsonaro, ela chegou a ser cotada para assumir o Ministério da Saúde. O presidente é um entusiasta do chamado tratamento precoce com o uso do remédio, indicado para malária e amebíase, entre outras doenças.

Curriculo de Nise Yamaguchi

Formada em Medicina pela Universidade de São Paulo em 1982, ela completou a residência em em Imunologia no Hospital das Clínicas em 1988 e depois realizou diversos cursos no exterior que lhe conferiram um viés humanista nos atendimentos, característica pela qual é conhecida. Ela não possui especialização em infectologia.A médica Nise Yamaguchi, oncologista e imunologista © Reprodução/Facebook Nise Yamaguchi A médica Nise Yamaguchi, oncologista e imunologista

“A dra. Nise não foi chamada como especialista, mas como testemunha, uma vez que ela tem participação em diversas reuniões daquilo que está sendo chamado de ‘gabinete paralelo’ da Saúde. Inclusive reuniões com a presença do próprio presidente”, afirmou o senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE) ao Estadão. “Ela pode reportar como essas reuniões transcorriam, quais eram os temas, quem organizava e eventualmente financiava esses encontros”, acrescentou.

O depoimento de Nise foi requerido pelos senadores Marcos Rogério (DEM-RO) e Eduardo Girão (Podemos-CE), aliados do governo, e tornou-se inevitável especialmente depois que ela foi mencionada pelo diretor-presidente da Anvisa, Antonio Barra Torres, na sessão da CPI do último dia 11. Segundo ele, Nise defendeu a alteração da bula da cloroquina, de modo a indicar o medicamento como tratamento para covid-19. A mudança seria feita por decreto presidencial, mas Barra Torres se negou a acatar a demanda que contrariava as normas da Anvisa.

A bula da cloroquina

Atualmente, a bula da cloroquina cita que o remédio é indicado para caso “agudo de malária”, amebíase hepática, artrite reumatoide, lúpus, sarcoidose e doenças que provocam sensibilidade dos olhos à luz.

Barra Torres havia corroborado o depoimento do ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta segundo o qual, havia – em uma reunião realizada no início da pandemia no Palácio do Planalto – um papel não timbrado de decreto presidencial que propunha a alteração da bula. “Esse documento foi comentado pela dra. Nise Yamaguchi, o que provocou uma reação confesso que até deseducada ou deselegante minha. Minha reação foi muito imediata de dizer que aquilo não poderia ser. Talvez não seja de conhecimento de vossas excelências: só quem pode modificar uma bula de um medicamento registrado é a agência reguladora daquele país, mas desde que solicitado pelo detentor do registro”, afirmou o diretor-presidente da Anvisa. Ele disse ainda que o laboratório que fabrica o remédio deve anexar um pesado dossiê de estudos comprovando que a substância em questão tem uma outra utilização além da originalmente conhecida, para que a agência autorize uma mudança de bula.

Após o depoimento de Barra Torres, Nise emitiu uma nota na qual afirmou que a fala do presidente da Anvisa “não representa a realidade”. “Já existem evidências científicas comprovadas para o uso de medicações que possam auxiliar no combate às fases iniciais da covid-19 e, caso seja convocada, estarei à disposição da CPI para esclarecimentos”, escreveu na ocasião.

Em abril do ano passado, quando a médica passou a defender a cloroquina, ainda não havia evidências definitivas sobre a eficácia da droga, apenas a ausência de provas de que ela funcionava para pacientes com covid-19. Atualmente, porém, os medicamentos do chamado “tratamento precoce” tiveram a sua ineficácia comprovada, de acordo com a Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI).

A Organização Mundial da Saúde (OSM) também emitiu nota em março alertando que “evidências de alta certeza” – ou seja, que dificilmente mudarão em novos estudos rigorosos – apontam que a hidroxicloroquina “não teve efeito significativo sobre a morte e admissão no hospital”. As pesquisas envolveram a participação de milhares de pessoas.

Vieira classificou a discussão sobre cloroquina como um “desvirtuamento do debate”, afirmando que existe uma tentativa de confundir o tema da autonomia do médico com o que é política pública. “A CPI não está questionando a autonomia do médico. Está questionando a política pública sobre fatos que não tem lastro em evidência científica. E apesar da crença ideológica da dra. Nise, ela certamente vai reconhecer que existe uma hierarquia nas evidências científicas, existem estudos de vários níveis de qualidade e confiabilidade. E quando você tem acesso a um estudo de um nível maior de confiabilidade, você deixa de utilizar os de menor confiabilidade. Essas pessoas (defensoras de cloroquina), não. A gente solicitou e recebeu uma revisão completa de mais de 2.800 estudos do mundo inteiro, encontramos 14 estudos de alta confiabilidade tratando sobre o tema da hidroxicloroquina e todos eles reprovam o uso, não encontram nenhum benefício e apontam alguns riscos à saúde”, afirmou o senador.

Ele reiterou que a investigação da CPI não é colocar em questão a autonomia dos médicos de individualmente receitarem cloroquina, mas na decisão do governo federal de deixar de comprar vacinas e investir no medicamento sem eficácia comprovada. A pedido do Planalto, laboratórios das Forças Armadas produziram e distribuíram milhões de comprimidos de cloroquina pelo Brasil. Na CPI, um executivo da Pfizer afirmou que a gestão Bolsonaro ignorou ofertas de doses de vacinas.

Ao defender o uso de cloroquina para tratar covid-19, Nise disse reiteradas vezes que se tratava de uma droga segura.

“Pesquisas estão de fato atestando que não funciona. Quando a gente fala isso, não estamos comemorando”, afirmou ao Estadão o médico infectologista Jamal Suleiman, do Hospital Emílio Ribas. “Não faz sentido você usar uma droga que não tem nenhuma ação contra a doença que você está querendo atingir. Esse tipo de abordagem cria a falsa sensação de segurança”, afirmou, sobre o prejuízo que a desinformação sobre tratamentos inexistentes trás às ações preventivas. Suleiman também mencionou que algumas drogas do chamado “tratamento precoce” podem trazer efeitos adversos.

Em abril de 2020, a dra. Nise foi convidada por Bolsonaro para integrar o gabinete de crise de combate ao coronavírus. O convite foi feito em uma reunião da qual participaram alguns ministros e o deputado federal Osmar Terra – ex-ministro e autor de previsões otimistas e que não se concretizaram sobre a duração da pandemia. Na época, oncologista deu declarações à imprensa confirmando que o seu papel era reunir toda a produção científica sobre a cloroquina para liderar um processo de flexibilização da legislação sobre a substância. Desde aquela época, ela afirmava que a finalidade era permitir que médicos tivessem a liberdade de prescrever o medicamento para covid-19.

A especialista também foi cotada para assumir o Ministério da Saúde em duas ocasiões: na saída de Nelson Teich, em maio de 2020, e na saída de Mandetta, um mês antes. Apesar disso, o convite não chegou a ser formulado por Bolsonaro e o ministério acabou ficando com o general Eduardo Pazuello entre maio do ano passado e março deste ano. Depois, ele foi substituído pelo atual titular da Saúde, Marcelo Queiroga.

Ainda em meados do ano passado, Nise voltou a ser citada pela imprensa ao alegar, em entrevista ao jornalista Roberto Cabrini, do canal SBT, ter sido afastada do Hospital Israelita Albert Einstein em função da sua defesa da hidroxicloroquina. “Recebi uma ligação hoje do diretor clínico do hospital de que, a partir deste momento, não poderia estar mais atendendo pacientes”, disse na ocasião, afirmando que a direção do hospital avaliava que a sua atuação em prol do suposto tratamento precoce afetava a instituição negativamente.

A informação foi negada pelo Albert Einstein, que divulgou uma nota segundo a qual a médica foi afastada em função de uma declaração infeliz a respeito das vítimas do holocausto na qual ela se referiu aos judeus como “massa de rebanho”. “O hospital respeita a autonomia inerente ao exercício profissional de todos os médicos”, informou a nota. “A Dra. Nise Yamagushi, em entrevista recente, estabeleceu analogia infeliz e infundada entre o pânico provocado pela pandemia e a postura de vítimas do holocausto ao declarar que ‘você acha que alguns poucos militares nazistas conseguiriam controlar aquela massa de rebanho de judeus famintos se não os submetessem diariamente a humilhações, humilhações, humilhações…’”.

COM O APOIO DO GOVERNO A CÂMARA DOS DEPUTADOS PROMETE DAR ANDAMENTO NAS REFORMAS

 

Protagonismo no Congresso
Por
Wesley Oliveira – Gazeta do Povo
Brasília

Presidente da Câmara, Arthur Lira e o presidente Jair Bolsonaro| Foto: Will Shutter/Câmara dos Deputados

No comando da Câmara dos Deputados há pouco mais de cem dias, Arthur Lira (PP-AL) tem aproveitado sua influência com o Centrão para avançar com pautas elencadas por ele e por seu grupo como prioritárias. Na contramão do Senado, que tem levado o protagonismo com a CPI da Covid, Lira conseguiu aprovar, até o momento, 34 matérias, sendo 23 projetos de lei, enquanto a oposição não conseguiu maioria para rejeitar nenhuma proposta.

Dias depois de derrotar o grupo do ex-presidente da Câmara Rodrigo Maia (DEM-RJ) na disputa pelo comando da Casa, Arthur Lira teve como primeiro feito da sua gestão a aprovação do projeto de autonomia do Banco Central. A discussão se arrastava no Congresso desde 2019 e votação foi comemorada pelo governo federal.

Após idas e vindas na discussão do Orçamento para 2021, o grupo de Lira conseguiu avançar com a peça orçamentária que trouxe a previsão de R$ 26,5 bilhões em emendas parlamentares. O montante gerou um conflito com a equipe econômica do governo, e um acordo acabou reduzindo o valor para R$ 16 bilhões que serão distribuídos, principalmente, entre as bancadas do Centrão.

“Houve um barulho danado no Orçamento. Mas pela primeira vez o governo faz o orçamento com sua base parlamentar; há excessos, claro. Há ministérios que querem gastar mais. Mas o resultado é que foi feito acordo, não furou teto e voltamos às reformas”, argumentou o ministro da Economia, Paulo Guedes, nesta semana durante evento do BTG Pactual.

Ainda com o apoio dos partidos do Centrão, Lira conseguiu aprovar mudanças no regimento interno e com isso dificultou o trabalho da oposição através do chamado “kit obstrução”. Com a aprovação de um requerimento de urgência, a maioria da Câmara votou o pacote que, entre outras medidas, revoga dispositivos que tratam da prorrogação de sessões e reduz o tempo de fala de deputados na discussão de projetos.

Segundo o presidente da Câmara, o regimento anterior, criado em 1989, “possuía dispositivos da época do regime militar, de 1972, quando havia o bipartidarismo”. “A modernização do regimento interno vai qualificar o debate e aumentar – ao invés de diminuir – o tempo de discussão das matérias. Mas simultaneamente irá impedir a banalização da obstrução, um legítimo direito das minorias”, afirmou.

Na esteira da redução do kit obstrução, Lira pautou no dia seguinte o projeto que estabeleceu novas regras para o licenciamento ambiental. A matéria enfrentava resistências por parte dos partidos de oposição. O chamado marco do licenciamento ambiental teve o apoio de 300 deputados contra 122 votos contrários.

Nesta semana, Arthur Lira aproveitou para comemorar os avanços de matérias dentro da Câmara nesses primeiros meses da sua gestão na presidência. “Nunca tivemos um alinhamento de astros tão perfeito com um governo liberal e um Congresso reformador”, argumentou.

Arthur Lira buscou manter aliança com Bolsonaro
Se, por um lado, Arthur Lira conseguiu frear a atuação dos partidos de esquerda na Câmara, por outro promoveu afagos ao governo do presidente Jair Bolsonaro. Durante esse período, Lira destravou matérias de interesse do Executivo, como o projeto que trata do homeschooling, e conseguiu adiar discussões como a do projeto que autoriza o cultivo da cannabis para fins medicinais, veterinários, científicos e industriais.

Defendida por Bolsonaro e aliados como o ministro da Educação, Milton Santos, e a ministra da Mulher e dos Direitos Humanos, Damares Alves, o projeto do homeschooling foi acelerado nas últimas semanas e agora a expectativa é votar a matéria ainda na primeira quinzena de junho. A ideia é aprovar um requerimento de urgência para o relatório apresentado pela deputada Luísa Canziani (PTB-PR) e com isso aprovar o texto que descriminaliza a educação domiciliar no país.

Na contramão, Lira atuou nos últimos dias para que a base governista protelasse o avanço da matéria que pretende liberar o cultivo da cannabis para fins medicinais no Brasil. O presidente da comissão que analisa o projeto, deputado Paulo Teixeira (PT-SP) pretendia votar o relatório ainda neste mês, mas acabou adiando as previsões devido a uma audiência pública marcada por Lira para debater o tema em plenário.

Contrário ao texto, o presidente Jair Bolsonaro já informou que pretende vetar o projeto caso ele venha ser aprovado pelo Congresso. Após a votação na Câmara, o texto ainda dependeria de analise do Senado.

Também defendido pelo governo Bolsonaro, Lira passou a trabalhar pela aprovação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) do voto auditável. Segundo ele, se a proposta for aprovada, será feita uma amostragem em alguns equipamentos para que algum mecanismo seja incorporado à urna eletrônica e que o voto seja impresso e verificado.

“Hoje temos uma parte da sociedade e parte do Congresso que querem auditar o voto, e temos uma Justiça Eleitoral para dirimir essas dúvidas”, argumentou Lira. O tema está em discussão na Comissão Especial, e se houver acordo será levado ao plenário da Casa ainda neste semestre.

Na contramão da CPI, Lira busca protagonismo para reformas
Crítico da instalação da CPI da Covid pelo Senado, Arthur Lira tem aproveitado a aliança com o governo para avançar com reformas e privatizações. Para o presidente da Câmara, a outra Casa do Legislativo escolheu um momento “inoportuno” para a criação do colegiado.

“Todas as pessoas que cometeram erros neste momento vão pagar, vão ser responsabilizadas eleitoralmente, penalmente, civilmente, mas não podemos permitir que o Ministério da Saúde perca o foco do combate à pandemia. Assistimos um debate polarizado, os senadores fazendo mais discursos do que interrogando pessoas”, criticou Lira nesta semana.

Com discurso de que o ano de 2021 não poderia ser pedido, Lira prometeu avançar, ao menos na Câmara, com as reformas administrativa e tributária além das privatizações do Correios e da Eletrobras. “Seria lamentável que percamos essa janela de 2021 e açodando uma janela de 2022, não é possível que vamos perder esse ano. Não podemos perder tempo de votar projetos estruturantes para que na saída tenhamos um novo horizonte”, disse o presidente durante debate promovido pelo BTG Pactual.

Com essa articulação, a admissibilidade da reforma administrativa passou pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Casa na última semana e seguiu para a Comissão Especial. O projeto é encampado principalmente pelo ministro Paulo Guedes, que vê nos gastos com servidores uma das principais causas do desequilíbrio nas contas públicas.

Apesar disso, Lira tem afirmado que a discussão da matéria não será acelerada e abrirá espaço para que a tramitação tenha participação de todos os membros do Congresso. “Não podemos nos açodar”, argumentou o presidente da Câmara.

Dependendo de uma negociação maior dentro da Câmara para a aprovação de reformas, Lira fechou um acordo com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), para dividir a reforma tributária. Na divisão, senadores analisarão as mudanças na Constituição sobre o tema, quanto a Câmara ficará com pontos que podem ser votados por meio de projetos de lei.

“A Câmara dos Deputados ficará incumbida de uma série de projetos de iniciativa do Poder Executivo, que discutam a base de Imposto de Renda, de IPI, de PIS e Cofins”, disse Rodrigo Pacheco nesta semana após encontro com Lira.

A proposta de fatiamento da reforma tributária é defendida pelo ministro Paulo Guedes desde o ano passado. O chefe da equipe econômica considera mais simples aprovar projetos separados que uma grande proposta de emenda à Constituição que faça todas as mudanças de uma só vez.

Privatizações voltam ao debate
Ainda nesses primeiros três meses à frente da Câmara, Lira articulou para que a Medida Provisória que viabilizava a desestatização da Eletrobras fosse aprovada por ampla maioria entre os deputados. O modelo de desestatização prevê a emissão de novas ações da Eletrobras, a serem vendidas no mercado sem a participação do governo, resultando na perda do controle acionário mantido atualmente pela União.

Ainda no campo das privatizações, Arthur Lira prometeu votar, entre julho e agosto, o projeto que prevê a privatização dos Correios. “Este é o prazo que acertamos para que se pudesse dar tempo de fazer audiências públicas, discutir e acertar os detalhes. Haverá todo o tempo necessário”, afirmou Lira em entrevista à revista Exame.

Segundo o presidente da Câmara, a projeção para as votações só passou a ser possível com as mudanças no regimento interno da Casa. “A alteração do regimento interno, que muita gente condenou, na prática, tornou o plenário mais democrático e mais proativo. Em vez de ficar discutindo requerimentos protelatórios, há agora mais tempo para discutir o mérito das matérias, com o mesmo direito de obstrução”, completou Lira.

As mudanças também foram comemoradas pelo vice-líder do governo na Câmara, deputado José Medeiros (Podemos-MT), que não sua avaliação deram mais celeridade para a Casa. “O Lira tem se mostrado muito hábil e ao mesmo tempo, a mudança do regimento propiciou uma celeridade na aprovação das matérias, o que aproximou a Câmara do Senado. Eu me senti no Senado, pois estamos acostumados com a celeridade deles, e na Câmara eu ficava agoniado com a prolixidade e exagero de medidas protelatórias”, defendeu.

Já o vice-líder da oposição, deputado Tadeu Alencar (PSB-PE) alegou que mudanças no regimento eram necessárias, no entanto, as que foram aprovadas tiveram como objetivo apenas acabar com a participação das minorias.

“A gente tem clareza que é importante discutir o aprimoramento da Câmara, o Brasil tem pedido por celeridade e essa era uma discussão que estávamos disposto a fazer. Acreditamos que feito o debate de qualidade, vence quem tem voto, mas não poder discutir acaba com o equilíbrio das forças. Ficou parecendo que só temos o ano de 2021 para aprovar tudo, só porque ano que vem tem eleição”, avaliou Alencar.
Leia mais em: https://www.gazetadopovo.com.br/republica/arthur-lira-agenda-camara-apoio-bolsonaro/
Copyright © 2021, Gazeta do Povo. Todos os direitos reservados.

SUSPEIÇÃO DE TOFOLLI DESMORALIZA O CONGRESSO

 

Editorial
Por
Gazeta do Povo

O ministro do Supremo Tribunal Federal Dias Toffoli.| Foto: STF

Uma decisão do Supremo Tribunal Federal tomada por meio do plenário virtual, sem transmissão na TV Justiça, enterrou de vez qualquer possibilidade de investigação contra um de seus ministros, Dias Toffoli. O ministro Edson Fachin já havia negado liminarmente autorização para a Polícia Federal investigar a denúncia, feita pelo ex-governador fluminense Sérgio Cabral, de que Toffoli teria vendido sentenças quando era presidente do Tribunal Superior Eleitoral. Agora, o plenário da corte decidiu anular a delação toda, que Fachin havia homologado no início de 2020. O pedido de anulação veio da Procuradoria-Geral da República, que não participou do acordo de colaboração premiada.

Toffoli negou as acusações, e o vice-procurador-geral Humberto Jacques de Medeiros alegou que o ex-governador agia de má-fé, apresentando apenas fatos já conhecidos e sem provas que embasassem suas alegações – requisito essencial em qualquer acordo de colaboração premiada. A argumentação da PGR foi aceita por sete ministros e rejeitada por quatro. Não é nosso objetivo, neste momento, analisar as alegações da PGR ou entrar no debate sobre a competência para se assinar acordos de colaboração, mas constatar que o suposto escândalo de venda de sentenças, que agora não terá mais como ser investigado, deu lugar a um escândalo real: o de um magistrado que participa de um julgamento no qual ele tem interesse direto.

Ao votar em um julgamento cujo resultado lhe interessava diretamente, Toffoli diz ao Brasil que os ministros do Supremo realmente consideram estar acima de tudo

Isso porque Toffoli, para a surpresa até mesmo de seus colegas de suprema corte, resolveu participar do julgamento, votando – obviamente – pela anulação da delação de Cabral. Juntou-se, assim, a Fachin, Gilmar Mendes, Nunes Marques, Alexandre de Moraes, Ricardo Lewandowski e Luiz Fux na formação da maioria que enterrou o acordo de colaboração. E, ainda por cima, fez questão de votar quando a maioria já estava formada. Pode-se até argumentar que a intervenção feita apenas com a situação já definida seria uma atenuante; muito pior seria proferir voto quando ainda havia risco de a delação acabar mantida. No entanto, a atitude de Toffoli é escandalosa ainda assim, porque manda uma mensagem ao Brasil: o de que os ministros do Supremo realmente consideram estar acima de tudo neste país.

Diz o artigo 252 do Código de Processo Penal que “O juiz não poderá exercer jurisdição no processo em que (…) IV – ele próprio ou seu cônjuge ou parente, consanguíneo ou afim em linha reta ou colateral até o terceiro grau, inclusive, for parte ou diretamente interessado no feito” – e era indiscutível o interesse de Toffoli no destino da delação de Cabral. “Em hipótese alguma o ministro Toffoli poderia ter votado nesse caso”, afirmou a procuradora da República, professora de Processo Penal e colunista da Gazeta do Povo Thaméa Danelon. Várias outras personalidades do meio jurídico e político se manifestaram no mesmo sentido.


Laços que levantam suspeita (editorial de 18 de dezembro de 2018)
O ministro Marco Aurélio Mello criticou o colega em entrevista ao portal UOL: “no lugar dele [Toffoli], teria me declarado impedido ontem (…) Julgar em causa própria é a pior coisa para o juiz. Eu esperava que ele saísse do processo”, afirmou o decano da corte. “Por isso é que o Supremo hoje em dia quase não é levado a sério. Isso é péssimo em termos institucionais. Perde a instituição. Não estou atacando o colega. Estou defendendo a instituição que integro”, completou Marco Aurélio.

Ainda que o decano também tenha a sua parcela de decisões que desmoralizaram o Supremo, atropelaram jurisprudência e desrespeitaram posições do colegiado – como quando mandou soltar, às vésperas do recesso parlamentar, todos os presos com condenação em segunda instância, mas sem o trânsito em julgado do processo –, ele está coberto de razão neste episódio. Os ministros do Supremo já deram mostras suficientes de que a legislação sobre a suspeição só se aplica a eles quando convém. Não é que eles jamais se declarem suspeitos; mas, quando há muito em jogo, suspeições ou impedimentos viram regras fictícias. É assim que Toffoli vota pela anulação de uma delação que poderia levá-lo a ser alvo de investigação, assim como também votou no julgamento do mensalão ainda que seu ex-chefe José Dirceu fosse um dos réus; da mesma forma, Gilmar Mendes já mandou soltar um empresário do setor de transportes carioca, mesmo sendo padrinho de casamento da filha do investigado. Posturas que, em si mesmas, já são muito acintosas, mas que insultam ainda mais a sociedade brasileira quando se lembra que, não muito tempo atrás, a mesma corte declarou uma suspeição inexistente, sem base nem nos fatos nem no direito processual, contra o ex-juiz Sergio Moro.

Leia mais em: https://www.gazetadopovo.com.br/opiniao/editoriais/toffoli-a-suspeicao-e-a-desmoralizacao-do-supremo/
Copyright © 2021, Gazeta do Povo. Todos os direitos reservados.

AGRONEGÓCIO NÃO PODE TER INTERVENÇÃO POLÍTICA

 


Por
J.R. Guzzo

EXPEDIÇÃO SAFRA 2018/2018 – ABELARDO LUZ-SC – COLHEITA DE SOJA – FOTO: MICHEL WILLIAN/GAZETA DO POVO

| Foto: Michel Willian/Gazeta do Povo

Acabam de sair os números do primeiro quadrimestre de 2021 e o resultado, como em geral acontece quando se trata deste setor, foi mais uma grande notícia: de janeiro a abril do corrente ano, a geração de empregos formais na agropecuária do Brasil foi a maior dos últimos dez anos. É uma informação que revela a força extraordinária do agro nacional. Em plena desgraça geral da economia, com o país e o resto do mundo em estado de falência geral por conta das devastações da Covid, a agricultura e a pecuária não apenas mantiveram a situação de destaque que já tinham. Melhoraram, e muito – não se gerava tanto emprego na área desde 2011.

Foram mais de 70.000 novos postos de trabalho a mais, em comparação com o total dos primeiros quatro meses de 2020 – cerca de 11.000 só em abril – o triplo, por sinal, das vagas abertas em março. Neste momento, espelhando o que acontece na área do emprego, o agro brasileiro bate recorde sobre recorde. Nunca exportou tanta carne como em 2021, em todas as suas categorias, e registra avanços importantes na soja, sua principal cultura de exportação.

Enquanto o Senado deprava mais uma vez as suas funções, e faz uma CPI sobre a Covid onde o presidente teve a própria mulher presa por corrupção na área da saúde e o relator responde a nove processos por ladroagem geral, os números do emprego do agro em 2021 são um tapa na cara do submundo da política brasileira. Os parasitas, safados e ladrões, mais uma vez, falsificam a realidade e mentem para o público, em meio à admiração geral da mídia. O Brasil que trabalha, e sustenta todos eles, vai adiante.

A sociedade brasileira, possivelmente, tem musculatura e repertório para conviver com a mentira, a corrupção e a incompetência de todos os dias – mas fica cada vez mais claro, número após número, que não resistiria à destruição do seu agronegócio. É o que prega, todos os dias, a turma que age no circuito da reforma agrária, fim da “monocultura”, zoneamento rural ecológico, denúncia dos “agrotóxicos”, agricultura familiar etc. etc. etc. Sua preocupação é o sucesso cada vez maior do capitalismo na agropecuária do Brasil. Seu sonho é fazer por aqui o que se faz na Argentina.

O agronegócio é a única atividade realmente bem-sucedida, em grande escala, da economia brasileira. É a única onde o Brasil é realmente competitivo no mercado internacional. É a única em que a tecnologia põe o país na mesma corrida das grandes nações do mundo. É a única capaz de assegurar a independência cambial do Brasil. É a única esperança de uma sociedade moderna neste país. É tudo o que existe de mais sério nas realidades brasileiras do século XXI. Tem de ficar a salvo do Senado, do Supremo Tribunal Federal, dos políticos e de todo o movimento que aposta diretamente no atraso.


Leia mais em: https://www.gazetadopovo.com.br/vozes/jr-guzzo/agronegocio-salva-o-brasil-mas-tem-de-ser-salvo-dos-politicos/
Copyright © 2021, Gazeta do Povo. Todos os direitos reservados.

COPA AMÉRICA DE FUTEBOL 2021 SERÁ REALIZADA NO BRASIL

 

Copa América
Por
Gazeta do Povo

Maracanã está cotado para ser o palco da final da Copa América| Foto: Albari Rosa/Arquivo/Gazeta do Povo

O governo brasileiro condicionou a realização da Copa América no Brasil aos jogos acontecerem sem torcidas e que os integrantes de cada delegação, no número máximo de 65, sejam vacinados. “Foi a condição que nós tratamos com a CBF”, disse o ministro da Casa Civil, Luiz Eduardo Ramos.

Segundo o ministro, apesar de Conmebol ter anunciado o Brasil como sede, após a desistência da Argentina e da Colômbia, isto não está definido. “Não tem nada certo, quero pontuar de uma forma bem clara, estamos no meio do processo, mas não vamos nos furtar a uma demanda caso seja possível de atender.”

A Copa América está prevista para acontecer entre os dias 13 de junho e 10 de julho, com a participação de 10 seleções divididas em dois grupos. Argentina, Bolívia, Chile, Paraguai e Uruguai estão no Grupo A. Brasil, Colômbia, Equador, Peru e Venezuela formam o Grupo B.

O  anúncio gerou críticas por acontecer em meio a pandemia de Covid-19. Ao longo do dia, governadores passaram a rejeitar a possibilidade de receber jogos do torneio em seus Estados. Rio Grande do Sul, Pernambuco e Rio Grande do Norte já alegaram não ter condições de receber um evento desse porte em meio à pandemia do coronavírus.

O ministro da Casa Civil respondeu às críticas: “Por que o Brasil vai sediar a Copa América durante uma pandemia? Senhores, primeiro que foi uma demanda que foi realizada via CBF para a Conmebol. Outra coisa, estamos em plena pandemia, uma situação difícil, só que o campeonato brasileiro, ele envolve 20 times na Série A e 20 times na Série B. Ou seja, estão ocorrendo jogos em todo o Brasil”, disse o general.

O vice-presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid, senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), apresentou um requerimento para que o colegiado convoque o presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Rogério Caboclo, para explicar sobre a realização do evento. A iniciativa é apoiada pelo senador Renan Calheiros (MDB-AL), relator da CPI, que afirmou ao Estadão que vai se esforçar para que ela seja aprovada.


Leia mais em: https://www.gazetadopovo.com.br/republica/copa-america-brasil-jogo-sem-torcida-delegacoes-vacinadas/
Copyright © 2021, Gazeta do Povo. Todos os direitos reservados.