segunda-feira, 31 de maio de 2021

PREJUÍZO EDUCACIONAL COM A PANDEMIA

 

Todos estudantes terão, uns mais, outros menos, uma preocupante lacuna representada por dois anos “perdidos”


AUTOR

Vittorio Medioli

Entre os maiores estragos provocados pela pandemia da Covid-19, além das centenas de milhares de óbitos, será lembrado o impacto da falta de ensino para milhões de jovens estudantes. Do nível pré-escolar, passando pelo fundamental, até o ensino médio, a população de estudantes é de cerca de 40 milhões de jovens, 90% deles atendidos pelo sistema público. Todos eles terão, uns mais, outros menos, uma preocupante lacuna representada por dois anos “perdidos”. Claro que, se o tempo não volta, o prejuízo permanecerá marcado por muito tempo, ou até a vida inteira, numa geração. 

A perda de dois anos de estudos está sendo parcialmente amenizada nos municípios mais organizados com o ensino a distância, embora muitas crianças, especialmente as mais carentes e sem acesso à internet, estejam excluídas desse meio. 

As aulas presenciais, em especial até os 14 anos, são mais produtivas e, certamente, incomparáveis em termos de eficiência e proveito em relação àquelas remotas. O estímulo educativo, a convivência com outros alunos e com o professor, a troca de experiências, os trabalhos educativos e até a prática de esporte faltarão aos alunos. 

Imagina-se que o analfabetismo funcional – uma verdadeira praga, que alcança no Brasil o assombroso índice de 15% dos alunos do ensino público – terá motivo de se ampliar e se agravar. Isso quer dizer mais jovens despreparados para o enfrentamento da vida. Amplia-se o número dos marginalizados, dos “carimbados” pela ignorância, e se sabe que entre marginalizado geram-se os marginais. 

Nosso sistema prisional é abarrotado por mais de 750 mil apenados, que em comum têm a característica do analfabetismo funcional em mais de 95% dos casos. Quer dizer que nem todos os marginalizados pelo analfabetismo funcional acabam na cadeia, mas as cadeias são povoadas quase exclusivamente por eles.   

Instala-se desde agora a necessidade de enfrentar o problema, não o deixar agravar-se, não permitir que o “viveiro” seque por falta de atenção. A rede de ensino enfrentará um caso nunca experimentado, exigirá novas fórmulas para reparar os prejuízos educacionais dessa massa de 40 milhões de jovens. 

Qualquer ação, por mais eficiente que seja, não consegue pôr reparo pleno ao estrago educacional decorrente de dois anos de descuidos; seria como acelerar uma planta que não teve irrigação por longo período. No caso arbóreo, as raízes se atrofiam, contorcem-se e até perdem a vitalidade existencial. Coloca-se, assim, mais um desafio pela frente, o de recuperar as perdas. Duplamente complexo por não existir um ambiente amadurecido, de qualidade, boas instalações para o desenvolvimento normal da educação em quase todo o sistema público. Vejam-se os níveis de analfabetismo funcional, daquele que sai aos 14 anos com noções insuficientes de português e matemática. 

Ocorre também que os recursos da educação de 2020 e 2021, por força de lei, devem ser gastos até 25% no sistema municipal, e não teve qualquer dispositivo claro para que os entes públicos fizessem reservas de recursos para o pós-pandemia, exatamente quando será necessário acelerar o sistema. 

São raros os municípios que estão se preparando para a tarefa de resgate. No caso de Betim, as economias de 2020 e 2021, em face da queda do custeio, foram e estão sendo direcionadas aos investimentos que possam ampliar fisicamente o número de salas de aula, indispensáveis para uma maior permanência dos alunos nas escolas. Prepara-se, assim, um verdadeiro combate ao analfabetismo funcional, já injustificável, e o aumento do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb). Esta deveria ser a preocupação principal de um governo, já que do nível de educação deriva em seguida o nível social alcançado por uma nação. 

Como sugeriu o montes-clarense Darcy Ribeiro na década de 1980, e que continua atual: “Se os governantes não construírem escolas, em 20 anos faltará dinheiro para construir presídios”.

domingo, 30 de maio de 2021

COM O VOTO IMPRESSO A URNA CONTINUA ELETRÔNICA

 

César Dario Mariano da Silva* – Jornal Estadão

César Dario Mariano da Silva. FOTO: ARQUIVO PESSOAL

Voltaram as discussões a respeito do voto impresso nas urnas eletrônicas e, como sói acontecer, legião de pessoas se manifestaram contra, afirmando se tratar de retrocesso eleitoral, o que não é verdade.

Boa parte dos brasileiros, quiçá a maioria, tem algum tipo de desconfiança nas urnas eletrônicas, notadamente pelo fato de o sistema ter saído do ar durante a totalização dos votos e não ser possível a auditagem.

Bem por isso, imprescindível que essa desconfiança seja revertida com um sistema confiável de auditagem nas urnas eletrônicas e que não viole o sigilo dos votos.

É comum a afirmação de que as urnas não se encontram conectadas a uma rede de computadores qualquer, interna ou externa, e, por isso, não poderiam ser violadas. No entanto, encerrada a votação, há necessidade de que os votos constantes da urna sejam transmitidos a fim de serem totalizados, o que ocorre on line e real time, ou seja, por meio de sistema de computadores e na hora.

O problema maior não reside na transmissão dos dados. A grande questão é a programação do software. Quem o programa? Quem o audita? Será que não pode ser inserido um “cavalo de troia” ou outro programa malicioso qualquer, que só atuará durante o horário da votação para o benefício de determinado candidato e depois desaparecerá sem poder ser identificado? Não sei responder essa questão, pois os softwares das urnas eletrônicas e da transmissão de dados não podem ser auditados por pessoas estranhas ao sistema.

Algumas leis já previram a impressão do voto das urnas eletrônicas para possibilitar a conferência pelo eleitor e auditagem. Porém, o Supremo Tribunal Federal tem julgado inconstitucional a impressão do voto basicamente por dois motivos: quebra do sigilo do voto e proibição do retrocesso.

Não vou tecer considerações quanto ao sigilo do voto, o que já fiz em artigo publicado na Tribuna Diária, no dia 16 de outubro de 2020, com o título “E o presidente tem razão!”, no qual demonstro que não há sua violação.

O que pretendo deixar bem claro é que voto impresso não significa o retorno ao sistema anterior, isto é, voto manual e em papel. Longe disso. O voto continua eletrônico, mas será possível fazer auditoria no caso de suspeita de fraude na urna eletrônica ou por amostragem. Será acoplada uma impressora na urna eletrônica, que imprime o voto. O eleitor confere, sem ter contato com o voto, que fica em local inviolável. Em seguida, conferido o voto, ele é inserido automaticamente em uma urna lacrada. É só mais uma forma de atestar a lisura da eleição. Não há violação ao sigilo do voto e nenhum contato físico do eleitor com o voto impresso.

Alguns alegam que isso impediria os deficientes visuais de conferirem o voto, o que não é verdade. Com os meios eletrônicos existentes isso seria facilmente solucionado com a conferência realizada pelo som com o número e nome do candidato ou de outra forma a não violar o sigilo do voto. Para os analfabetos, do mesmo modo, a conferência poderia ser realizada com a foto do candidato.

Não é razoável pairar no ar a desconfiança sobre o sistema informatizado de votação, que em nada contribui para a democracia.

Um cuidado a mais para se ter certeza sobre a lisura do processo eleitoral não faria mal nenhum e o custo financeiro, estimado em dois bilhões de reais para a aquisição do módulo impressor, perto do que foi gasto nesta pandemia, é insignificante.

Não se trata de retrocesso eleitoral, pelo contrário. A votação continuaria a ser eletrônica, bem como a totalização dos votos, mas com a possibilidade de o eleitor poder conferir se o que teclou na urna eletrônica reflete a realidade, além de ser possível auditoria nas urnas eletrônicas por amostragem e naquelas em que pairarem suspeita de fraude.

Com efeito, a Justiça Eleitoral teria mais uma ferramenta para prevenir a ocorrência e apurar a existência de fraude no processo eleitoral.

Por isso, acertada a proposta de emenda à Constituição que permite a impressão do voto da urna eletrônica, a fim de que uma vez por todas acabe a celeuma existente sobre a possiblidade de fraude eleitoral por meio da sua invasão ou programação indevida.

*César Dario Mariano da Silva, procurador de Justiça – SP. Mestre em Direito das Relações Sociais. Especialista em Direito Penal. Professor universitário. Autor de vários livros, dentre eles Manual de Direito PenalLei de Execução Penal ComentadaProvas IlícitasEstatuto do DesarmamentoLei de Drogas Comentada e Tutela Penal da Intimidade, publicados pela Juruá Editora

DIFICULDADES DAS FAMÍLIAS COM O AUMENTO DA INFLAÇÃO

 

  1. Opinião

Para dezenas de milhões de famílias, inflação significa maior dificuldade para comer, morar, manter crianças na escola e pagar contas de água, luz e gás

Notas&Informações, O Estado de S.Paulo

Para dezenas de milhões de famílias, inflação significa maior dificuldade para comer, morar, manter crianças na escola e pagar contas de água, luz e gás. No mercado financeiro, a alta de preços é tratada normalmente como um indicador, entre vários outros, da tendência dos juros e da rentabilidade de ações e de outros investimentos. Por isso, houve recuo dos juros futuros depois da divulgação, na terça-feira passada, da prévia da inflação de maio. Com alta de 0,44%, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) oscilou bem menos que no mês anterior, quando havia subido 0,60%. Essa mudança foi saudada, segundo noticiário da Agência Estado, como uma “trégua”. Seria muito estranho, no entanto, falar em trégua para quem tivesse de comprar comida, naquele dia, ou liquidar a conta de luz. Fora do tal “mercado”, a realidade prosaica é bem menos confortável.

Para começar, o recuo de 0,60% para 0,44% ocorreu na média da variação de preços. Há detalhes muito mais feios que a média e muito mais incômodos no dia a dia das pessoas “comuns”. Com alta de 0,48%, o custo da alimentação cresceu mais que no mês anterior. O gás de botijão encareceu 1,45%, menos que em abril (2,49%), mas esse preço aumentou pelo 12.° mês consecutivo. Mas é outro o ponto mais importante, aparentemente esquecido por quem falou em trégua. Os novos aumentos, mesmo os mais limitados, ocorreram sobre preços já muito elevados. Para as famílias, a situação já era ruim e continuou piorando. Nos 12 meses até maio, o IPCA-15 subiu 7,27%. Essa foi a maior variação desse tipo desde aquela registrada nos 12 meses terminados em novembro de 2016, de 7,64%.

Não há como confundir aumento menor e diminuição de preços. Nos 12 meses até maio, o custo da alimentação, medido pelos critérios do IPCA-15, subiu 12,19%. Mas isso também é um número médio. O grupo cereais, leguminosas e oleaginosas, no qual se incluem feijão e arroz, encareceu 40,82% nesse período. Os preços das carnes subiram 35,68%. Leite e derivados passaram a custar 11,32% mais. No caso do gás, a alta chegou a 21,09%.

Esses níveis foram alcançados porque os novos aumentos, grandes ou pequenos, ocorreram sobre bases muito elevadas. Ninguém paga, no supermercado, apenas a variação de preço registrada nos últimos 7 ou 30 dias. Paga o preço anterior mais o novo aumento – ou, na melhor hipótese, o preço anterior menos a variação negativa. Esses detalhes talvez sejam menosprezados quando se cuida do dia a dia dos ativos financeiros, mas sua importância é vital para as famílias.

Nem a fantasia da trégua, no entanto, durou uma semana. O IPCA-15, apurado entre 14 de abril e 13 de maio, foi divulgado no dia 25. Três dias depois, a Fundação Getulio Vargas publicou o Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M), pesquisado entre 21 de abril e 20 de maio. O indicador subiu 4,10%, contra 1,51% na apuração anterior, e acumulou alta de 14,39% no ano e de 37,04% em 12 meses.

O aumento foi puxado pelos preços no atacado, com alta de 5,23% no mês e 50,21% em 12 meses. Esse componente tem peso de 60% na formação do IGP-M. No mês, as matérias-primas brutas encareceram 10,15%, refletindo principalmente as cotações internacionais. Os bons preços externos de mercadorias agrícolas e minerais têm assegurado uma robusta receita comercial ao Brasil, mas têm afetado perigosamente os preços internos. Esse efeito tem resultado também da relação entre o dólar e o real, uma das moedas mais desvalorizadas do mundo. Essa desvalorização tem refletido a insegurança dos investidores quanto à evolução das contas públicas e diante das prioridades presidenciais.

Alta de preços no atacado acaba afetando os preços no varejo, embora o aperto das famílias dificulte o repasse. Os preços ao consumidor, segundo componente mais importante do IGP-M, subiram 0,61% na última apuração, bem mais que na anterior (0,44%). Em 12 meses, a alta chegou a 7,36%, número parecido com o do IPCA-15. Fora do mercado financeiro existe a inflação sem gravata. Esta é muito mais feia.

A MATA ATLÂNTICA É O BIOMA MAIS DEVASTADO DO BRASIL

 

  1. Opinião

O bioma, presente em 17 Estados, tem apenas 12,4% de sua cobertura original

Notas&Informações, O Estado de S.Paulo

A Mata Atlântica é o bioma mais devastado do Brasil. Hoje restam apenas 12,4% de sua cobertura original. Apesar disso, a devastação persiste. Segundo o Atlas da Mata Atlântica realizado pelo Inpe e a SOS Mata Atlântica, entre 2019 e 2020 a degradação aumentou em 10 dos 17 Estados que registram a presença do bioma.

Hoje os índices são significativamente melhores do que no fim do século 20. Entre 1985 e 1995 devastavam-se, em média, mais de 103 mil hectares por ano. Entre 2019 e 2020 foram 13 mil hectares. Mas foi um pequeno avanço considerando-se que entre 2017 e 2018 chegou-se a quase 11 mil hectares, o menor nível histórico.

Em termos de escala, as áreas de grandes desmatamentos servem à expansão da agricultura. Mais de 90% estão em apenas cinco Estados, com Minas Gerais em primeiro lugar (4,7 mil hectares), seguida por Bahia (3,2 mil), Paraná (2,1 mil), Santa Catarina (887) e Mato Grosso do Sul (851).

Em termos de volume, o desflorestamento em Estados como São Paulo e Espírito Santo foi pequeno, de 218 e 75 hectares, respectivamente. Mas o aumento em relação ao ano anterior foi grande: mais de 400% nos dois casos. A aceleração é preocupante, primeiro porque são Estados que estavam próximos do desmatamento zero, depois porque nesses casos o desmatamento ocorre em função de exploração imobiliária em volta das cidades, muitas vezes nas áreas de mananciais, trazendo grandes riscos para o abastecimento hídrico.

É preciso ter em mente que a devastação e a preservação ambiental na Mata Atlântica têm características distintas em relação, por exemplo, à Amazônia. A escala é expressivamente menor. Mas a Mata Atlântica está presente em 17 Estados, é o bioma onde vivem mais de 70% dos brasileiros e concentra 70% do PIB nacional. Dela dependem serviços essenciais como abastecimento de água, agricultura, pesca, energia elétrica e turismo.

Mesmo com uma fração marginal de sua cobertura primitiva, a Mata Atlântica abriga a maior diversidade de árvores por hectare do mundo: 20 mil espécies de plantas, além de 1.300 espécies de animais. Diferentemente da Amazônia, a mera redução do desmatamento não é suficiente para conservar essas características. É preciso visar, a curto prazo, ao desmatamento zero e à restauração em escala.

Um estudo publicado na revista Nature estima que a Mata faz parte de um conjunto de ecossistemas cuja recuperação de 15% da área desmatada evitaria 60% da extinção de espécies ameaçadas no planeta e absorveria 30% do carbono acumulado desde a Revolução Industrial.

Hoje, mais de 90% do território remanescente da Mata Atlântica é composto por espaços fragmentados, com menos de 100 hectares, o que prejudica a preservação de sua biodiversidade. Segundo o diretor do Instituto Internacional para Sustentabilidade, Bernardo Strassburg, um dos autores do estudo da Nature, o mero replantio pulverizado é pouco eficaz. Intervenções que criem corredores verdes conectando as áreas remanescentes podem ter um impacto regenerativo até oito vezes maior.

Diante dessas necessidades, os ambientalistas estão apreensivos com a atmosfera de descaso que impera em Brasília, não apenas por parte do presidente Jair Bolsonaro, de quem nunca se esperou nada a não ser hostilidade à causa ambiental, mas do próprio Congresso. Há pouco, a Câmara dos Deputados encaminhou ao Senado um projeto de lei dispensando o licenciamento ambiental para uma série de atividades agropecuárias, além de projetos de infraestrutura e construção civil.

Muitos governadores dos Estados cobertos pela Mata Atlântica têm manifestado o desejo de mostrar protagonismo em fóruns internacionais como a Conferência do Clima, a ser realizada em Glasgow. Nas condições atuais, precisarão redobrar seus esforços. Não se trata apenas de reforçar a fiscalização contra práticas predatórias locais, mas de defender os próprios instrumentos de fiscalização de políticas predatórias de Brasília. Além disso, os governos estaduais precisam propor metas ambiciosas de restauração da Mata Atlântica.

LINKS PATROCINADOS O QUE É?

 

Site On Criações

Estivemos conversando com vários empresários sobre a viabilidade de investir em links patrocinados, a maioria não sabia como funcionava esta modalidade de anúncio digital, aliás, alguns nem internet utilizavam, foi então que percebi que a missão de explicar como funciona o “bendito” link patrocinado, não era tarefa tão fácil.

A saída foi fazer uma comparação entre o link patrocinado a uma panfletagem tradicional, aí as coisas começaram a fazer mais sentido, já que a panfletagem tradicional é um artifício usado por quase todos os empresários e há muito tempo!

O objetivo não é convencer ninguém a deixar de investir na panfletagem tradicional, mas sim, deixar claro a grande diferença de custo/benefício entre as duas ferramentas de divulgação.

Vantagens da Panfletagem Tradicional

Consegue-se atingir todo tipo de público;
A entrega do material é em loco, e também é conhecida como panfletagem direcionada;
Nesse corpo a corpo, uma boa conversa sobre o conteúdo promocional, pode aguçar o interesse de potenciais consumidores do produto, serviço ou conteúdo em questão.

Desvantagens da Panfletagem Tradicional

Apesar de atingir um grande número de pessoas, não se tem o retorno esperado, na procura do que se anuncia.
Este tipo de ação colabora, e muito, em deixar a cidade mais suja, as pessoas olham, amassam e jogam fora, muitas vezes na rua mesmo, portanto é ambientalmente nociva!
O custo para fazer uma campanha, em média, é de R$1.500,00, investidos entre a criação de arte do panfleto, a impressão de 05 mil exemplares e a contratação dos promotores para distribuição, fazendo com que o Custo de Aquisição de Cliente (CAC) vá lá pra cima.

Vantagens da Panfletagem Digital (Link Patrocinado)

Campanhas com alto nível de segmentação, onde você anuncia diretamente para o seu público-alvo;
Os anúncios podem ser visualizados apenas nos locais determinados (país, região, cidade), da forma que for mais adequada ao seu negócio.
Dias e horários de aparecimento dos anúncios também podem ser especificados;
O anunciante também atrai um público bem qualificado, já que o serviço funciona com base nas buscas e interações dos usuários (Inbound Marketing);
O alcance e a mensuração de resultados são as melhores possíveis, uma vez que você tem acesso a todas as estatísticas do seu anúncio, coisa que não acontece em outras mídias de massa como Rádio e TV;
O custo para fazer uma campanha de link patrocinado é bem menor e o retorno sobre o investimento é bem maior, pode-se ter um orçamento de R$ 200,00/mês (Facebook ADS) e no Site da Valeon os preços são idênticos para  alcançar milhares de pessoas do seu público-alvo segmentado, conversando em tempo real e convertendo em leads, fazendo com que o custo de aquisição de 01 cliente caia drasticamente.

Analise a seguinte situação através do Link Patrocinado do Facebook:

O cliente quer fazer um anúncio de um evento que vai acontecer daqui a 01 semana. São poucos dias para que o público-alvo fique sabendo deste evento, porém com um orçamento pequeno somando-se a uma campanha segmentada, ele poderá chegar rapidamente a milhares de pessoas do seu público-alvo, o mais legal é que ele se relacionará com seu nicho em tempo real, tirando-lhes as dúvidas e convertendo-os em pouco tempo, sem precisar gastar papel ou incomodar pessoas que não se interessam pelo assunto.

Vantagens da Panfletagem Digital (Link Patrocinado)

Consideramos o investimento em Links Patrocinados muito mais vantajoso, claramente o Custo de Aquisição de Clientes é bem menor. Então deixamos uma dica para quem quer gastar menos tempo e dinheiro, invista no mundo digital, a mídia serve para qualquer tipo de negócio, e com todos esses benefícios abordados, não adotar uma estratégia de links patrocinados para a sua empresa, independentemente do porte dela, é se fechar a uma fatia de mercado promissora.

A introdução da Startup Valeon nas empresas, vai assegurar modelos de negócios com métodos mais atualizados, inovadores e adaptáveis, características fundamentais em tempos de crise, porque permite que as empresas se reinventem para continuarem as suas operações.

O QUE OFERECEMOS E VANTANGENS COMPETITIVAS

  • Fazemos anúncios de publicidade para vários tipos de Empresas, Serviços e para Profissionais Liberais;
  • Temos excelente custo x benefício;
  • Nossos sites: (https://valedoacoonline.com.br/ e https://valeonnoticias.com.br/) têm grande penetração no mercado consumidor com um bom marketing fit que satisfaz esse mercado;
  • A nossa Plataforma Comercial Valeon permite total flexibilidade de anúncios, promoções e de produtos, além de oferecer serviços de divulgação de Ofertas de Supermercados e de Veículos;
  • Os resultados são mensurados através de métricas diária/mensal;
  • O seu negócio estará disponível para milhares de Internautas através de uma vitrine aberta na principal avenida do mundo, 24 horas por dia, 7 dias da semana;
  • A sua empresa fica visível para milhares de pessoas que nem sabiam que ela existe;
  • Somos altamente comprometidos com os nossos clientes no atendimento de suas demandas e prazos e inteiramente engajados para aumentar as suas vendas.

Nossos contatos: Fones: (31) 3827-2297 e (31) 98428-0590 (Wpp)

E-MAIL: valeonbrasil@gmail.com

Site: https://valedoacoonline.com.br/

18 PROVAS CONTRA LULA ANULADAS PELO STF

 

Judiciário
As 18 provas que condenaram Lula pelo tríplex, mas que foram anuladas pelo STF
Por
Tiago Cordeiro, especial para a Gazeta do Povo

Edifício Solaris, na praia das Astúrias, no Guarujá, litoral de São Paulo – Edifício Solaris na Avenida General Monteiro de Barros 638, virou ponto turístico e passou a ser chamado de Triplex do Lula. O prédio Solaris levou o ex-presidente Lula a condenacão em primeira instancia.

Edificio Solaris, no litoral paulista, pivô do caso que ficou conhecido como “triplex do Guarujá”.| Foto: Albari Rosa/Arquivo Gazeta do Povo

Depois das decisões recentes do Supremo Tribunal Federal (STF), quatro processos criminais da Operação Lava Jato envolvendo o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) terão que ser refeitos. Entre eles, a condenação no caso do apartamento tríplex do Guarujá (SP) – processo no qual havia 18 provas contra Lula.

Conduzida pelo Ministério Público Federal (MPF), julgada pelo ex-juiz Sergio Moro e posteriormente validada pelo Tribunal Regional Federal da 4.ª Região (TRF-4), a condenação agora precisará ser inteiramente refeita na Justiça de Brasília.

Lula foi acusado de receber R$ 2,2 milhões em propina da empreiteira OAS, pagos na forma da reserva e da reforma do tríplex do edifício Solaris, em troca de favorecimento para a empresa em contratos da Petrobras.

Foram de diferentes naturezas as provas que sustentaram a decisão de Moro, que em julho de 2017 condenou o ex-presidente a nove anos e seis meses por corrupção e lavagem de dinheiro em função do caso. Em abril de 2018, a 8.ª Turma do TRF-4 aumentou a pena para 12 anos e um mês de prisão.

A lista de 18 provas contra Lula no caso do tríplex
A investigação do MPF se baseou em depoimentos, comprovantes bancários, certidões de imóvel, trocas de mensagens e registro em vídeo e fotos de visitas ao imóvel. Relembre agora a lista de provas de 18 provas elencadas pelo ex-juiz na época, de acordo com a íntegra da decisão de Moro.

Documentos apreendidos na casa de Lula
Documentos apreendidos na sede da cooperativa Bancoop
Documentos apreendidos na OAS
Notas fiscais da OAS e outras empresas
Mensagens de celular de Leo Pinheiro, ex-presidente da OAS
Mensagens no celular de Paulo Gordilho, arquiteto e ex-executivo da OAS
Testemunhos de Paulo Gordilho, declarando que tinha conhecimento de que o tríplex estava reservado para Lula desde 2011
Mensagens no celular do executivo da OAS Marcos Ramalho mencionando uma visita de Fábio Luis, filho de Lula, ao tríplex, em 2014
Testemunhos de funcionários da OAS informando que a empreiteira não costumava personalizar imóveis à venda
Testemunho de gerente da OAS, que disse ter acompanhado visita de Lula e de sua mulher, Marisa Letícia, ao tríplex no começo de 2014
Testemunho de engenheira da OAS, que disse que acompanhou visita de Marisa e Fábio ao apartamento em agosto de 2014
Testemunho de um funcionário da empresa Kitchens, que confirmou a contratação para duas cozinhas, no tríplex e de um sítio em Atibaia
Testemunho de sócio da empresa Tallento Engenharia, que disse que acompanhou visita de Marisa e Fábio ao tríplex
Testemunho de zelador do Edifício Solaris, que confirmou visita de Lula e Marisa
Depoimento de Leo Pinheiro, ex-presidente da OAS, que se reuniu com Lula para tratar do tríplex em 2014
Depoimento de Agenor Franklin Magalhães Medeiros, diretor da Construtora OAS, confirmando o pagamento de propinas na Petrobras e que ouviu que o tríplex e o sítio em Atibaia seriam debitados do crédito do PT com vantagens indevidas
Nota do Instituto Lula, de 2014, com incongruências
Contradições de Lula em interrogatório


Detalhes sobre as provas contra Lula no caso do tríplex
A respeito das mensagens de celular, um diálogo entre Leo Pinheiro e Paulo Gordilho, datado de 12 e 13 de fevereiro, indica que Gordilho escreveu: “O projeto da cozinha do chefe tá pronto, se marcar com a Madame [Marisa, mulher de Lula] pode ser a hora que quiser”. Ao que Pinheiro respondeu: “O Fábio [filho de Lula] ligou desmarcando”.

Por sua vez, Leo Pinheiro, em seu depoimento, afirmou que João Vaccari Neto, ex-tesoureiro do PT, procurou por ele solicitando que fosse feita a reserva de uma unidade para a “família do presidente Lula” no edifício construído no Guarujá. Ele declarou também que a reforma do apartamento no Guarujá foi discutida em conjunto com o ex-presidente. Gordilho, por sua vez, declarou que a reserva se deu em 2011, e que o ex-presidente debateu pessoalmente a reforma durante uma reunião realizada em São Bernardo do Campo (SP).

Já a engenheira da OAS declarou ter acompanhado uma vista de Marisa Letícia e Fábio ao imóvel em agosto de 2014. Disse que Marisa era tratada no local como a proprietária do tríplex. Os dois também visitaram o imóvel em companhia de Armando Dagre Magri, sócio da Tallento, que descreveu as reformas como uma “obra de personalização”.

Moro também relatou em sua sentença que, num primeiro interrogatório, Lula disse que decidiu não comprar o imóvel depois da segunda visita de sua esposa ao local. Durante o interrogatório judicial, declarou que ele mesmo havia desistido logo na primeira visita. Para Moro, no primeiro relato, “há reformas e o ex-presidente tomou as decisões de não ficar com o imóvel”.

Já no segundo, “as reformas desaparecem, além de ser apontada Marisa Letícia Lula da Silva como a responsável pela tomada final de decisão”. Além disso, em seu depoimento, Lula afirma que nem ele nem a esposa solicitaram reformas – uma informação que contradiz as demais provas documentais e testemunhais
Leia mais em: https://www.gazetadopovo.com.br/republica/triplex-as-18-provas-que-condenaram-lula-mas-que-foram-anuladas-pelo-stf/
Copyright © 2021, Gazeta do Povo. Todos os direitos reservados.

CPI DA COVID PROVOCA MUITAS PUBLICAÇÕES NA MÍDIA

 

 Brenda Zacharias – Jornal Estadão

Ao longo do primeiro e agitado mês de depoimentos, a CPI da Covid resultou em 11,8 milhões de publicações no Twitter. O grande volume de menções à investigação do Senado se soma a recordes de audiência em outras plataformas, a exemplo do YouTube, como mostrou o Estadão. O dado é da consultoria Bites e considera a repercussão da comissão na rede social desde o dia 1.º de maio.

O levantamento, realizado a pedido do jornal, inclui menções relacionadas à palavra-chave principal (CPI da Covid), seja pelo uso de hashtags seja em referências aos parlamentares e depoentes. A comissão, que busca investigar possíveis omissões do governo de Jair Bolsonaro no combate à pandemia do coronavírus virou o “novo hit” dos usuários do Twitter.

E, apesar das diferenças ideológicas, usuários à direita e à esquerda encontram interesse equivalente nas investigações. Diretora de Operações da Bites, Fabiana Parajara afirmou que nem governistas nem opositores ao governo federal se sobressaem no debate. “A reação governista é mais coesa, eles têm uma linha argumentativa mais parecida. Já no caso da esquerda, as pautas são mais difusas. Não tem um lado que está ‘ganhando’ a discussão. A gente tem um embate entre torcidas”, disse.O relator Renan Calheiros e o presidente da CPI, Omar Aziz, conversam durante a abertura da comissão © Edilson Rodrigues/Agência Senado O relator Renan Calheiros e o presidente da CPI, Omar Aziz, conversam durante a abertura da comissão

Interação

Até agora, o depoimento mais comentado foi o do primeiro dia do ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello na comissão. Somente no dia 19, foram 1,3 milhão de tuítes em referência a falas do general. Em seguida, aparecem os depoimentos do ex-secretário de Comunicação Fabio Wajngarten, com 1,13 milhão de postagens, e da médica Mayra Pinheiro, com 702 mil menções à secretária de Gestão do Trabalho e da Educação do Ministério da Saúde e à comissão em si. Mayra ficou conhecida como “capitã cloroquina”, por defender o medicamento sem eficácia comprovada no tratamento do novo coronavírus.

Principal hashtag do período, #CPIdaCovid acumula 749 mil menções na rede social. A marcação é usada tanto por governistas quanto por opositores. Em seguida, vem a tag #RenanVagabundo, com 573 mil menções, inundada por críticas de apoiadores de Bolsonaro ao relator da comissão, o senador Renan Calheiros (MDB-AL).

O “levante” faz referência ao xingamento usado pelo senador Flávio Bolsonaro (sem partido-RJ) durante uma discussão com o parlamentar no fim do depoimento de Wajngarten ao colegiado.

Humor

A maior propagação de publicações – chamada na plataforma de retuítes ou RTs – vem de páginas, às vezes anônimas, que não estão associadas a partidos ou a figuras políticas. “Às vezes é uma pessoa com perfil pequeno (em número de seguidores). Aí, um influenciador vê (a publicação e compartilha) e começa a virar um viral”, afirmou Fabiana, que destaca a proliferação de páginas de humor. Entram nessa soma as arrobas JaIrme’s Vaccine Race, à esquerda, e Tony Stark Patriota, à direita.

Perfis de Lula e Bolsonaro se destacam

Mesmo com a proliferação de perfis anônimos criados para comentar as sessões da CPI da Covid no Senado, as páginas de políticos não deixam de ter o seu destaque. Figuras centrais da política brasileira, o presidente Jair Bolsonaro e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva também são protagonistas entre os seus pares.

De acordo com a Bites, o atual chefe do Executivo se destacou no levantamento por um tuíte em defesa do ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello, no dia 13, antes mesmo de o general prestar o seu depoimento na comissão. Mais de 7 milhões de internautas foram atingidos pela publicação, segundo a Bites, que acumulava, até ontem, 14,3 mil

Na ocasião, Bolsonaro compartilhou trecho em vídeo do depoimento de Carlos Murillo, ex-presidente da Pfizer no Brasil, em que ele diz que o Brasil foi um dos primeiros países a aprovarem o registro da vacina contra a covid. “Parabéns Anvisa e ministro Eduardo Pazuello”, escreveu o presidente.

Gravata

Já Lula, em uma das poucas menções diretas à CPI, ganhou destaque com uma piada. “O que me deixou chateado com essa CPI foi o Pazuello copiando minha gravata. Era meu padrão desde 2009 pra dar entrevista internacional, pô…”, escreveu o perfil do petista.

A gravata em questão, com listras verdes e amarelas, foi usada pelo general em seu primeiro dia de depoimento à comissão. O levantamento registrou que a publicação teve mais de 3 milhões de impressões e, até ontem, 11,3 mil retuítes.

MÚSICAS E VACAS

 

  1. Internacional
  2. The New York Times Life/Style

Quando os violoncelos tocam, as vacas voltam para casa

Uma colaboração entre um criador de gado e um programa de estudos de música da Dinamarca leva recitais regulares a gados mimados

Lisa Abend, The New York Times- Life/Style – Jornal Estadão

LUND, Dinamarca – Durante uma recente apresentação do Pezzo Capriccioso de Tchaikovsky, um grupo de ouvintes atentos, se curvou para frente com os olhos brilhantes, enquanto algumas discretas fungadelas encorajadoras escapavam da plateia em geral silenciosa. Embora relativamente recém-chegados à música clássica, eles pareciam muito sintonizados com os oito celistas no palco, levantando as cabeças abruptamente quando a melodia lânguida da peça dava lugar a rápidos golpes de arco.

Quando a peça terminou, entre aplausos fervorosos e gritos de “bravo”, pôde-se ouvir um ‘muu’ de apreciação.

NYT - Life/Style (não usar em outras publicações).
Alunos da Scandinavian Cello School se apresentam para vacas.  Foto: Carsten Snejbjerg / The New York Times

Num domingo em Lund, uma aldeia a cerca de 80 quilômetros ao sul de Copenhague, um grupo de celistas de elite tocou dois concertos para algumas vacas amantes da música e seus colegas humanos. Culminação de uma colaboração entre dois criadores locais de gado, Mogens e Louise Haugaard, e Jacob Shaw, fundador da vizinha Escola de Violoncelo da Escandinávia, os concertos  têm a finalidade de chamar a atenção para a escola e os jovens músicos residentes. Mas a julgar pela resposta de ambos os apreciadores, de duas e de quatro pernas, também demonstraram como pode ser popular a iniciativa de trazer vida cultural para áreas rurais.  

Até poucos anos atrás, Shaw, 32, que nasceu na Grã-Bretanha, viajou pelo mundo como celista solista, apresentando-se em lugares consagrados como o Carnegie Hall e a Opera House de Guangzhou. Quando se mudou para Stevns (região à qual Lund pertence) e abriu a Scandinavian Cello School, ele logo descobriu que os seus vizinhos, a família Haugaard, que cria gado Hereford, também eram amantes da música clássica. Na realidade, Mogens Haugaard, que é ex-prefeito de Stevns, faz parte do conselho da Copenhagen Philharmonic Orchestra.

Quando o celista, que havia excursionado pelo Japão com a orquestra, contou ao fazendeiro como as famosas vacas mimadas da raça Wagyu do país  eram criadas para produzir carne macia, não precisou muito para convencer Mogens Haugaard a adotar um componente da sua criação para o seu próprio gado.

Desde novembro, um aparelho de som que toca Mozart e outras música clássica no celeiro de Haugaard, tem feito serenatas diárias para as vacas. Cerca de uma vez por semana Shaw e alguns estudantes residentes aparecem para uma apresentação ao vivo.

Embora não seja claro se os novos hábitos musicais das vacas afetaram a qualidade da sua carne, o fazendeiro notou que os animais vinham correndo sempre que os músicos apareciam e se aproximavam ao máximo quando eles tocavam.

“A música clássica faz muito bem aos seres humanos”, disse Mogens. “Ela nos ajuda a relaxar, e as vacas podem dizer se nós estamos relaxados ou não. Faz sentido que elas também possam se sentir bem”.

Entretanto, nem sempre é boa para as pessoas que a tocam. Shaw disse que fundou a Scandinavian Cello School para ajudar músicos principiantes a se prepararem para as demandas menos glamourosas de uma carreira profissional em uma indústria que às vezes pode engolir jovens artistas na busca constante do próximo gênio.

Enquanto excursionava internacionalmente como artista autônomo, ele se sentia exausto pela luta nas negociações dos contratos, promovendo a si mesmo e viajando incansavelmente, disse em uma entrevista. Esta experiência, juntamente com um período como professor de uma prestigiosa academia de música em Barcelona – o fez perceber que havia um buraco ali que precisava ser preenchido.

Em sua encarnação original, a Scandinavian Cello School era uma organização itinerante – mais um campo de treinamento em constantes deslocamentos do que uma academia. Mas, em 2018, Shaw e sua namorada, a violinista Karen Johanne Pedersen, adquiriram uma casa de fazenda em Stevns e a transformaram em uma base permanente para a escola. Os seus estudantes, provenientes do mundo inteiro e em geral com idades entre 17 e 25 anos, permanecem por um período para aperfeiçoar os seus talentos musicais e profissionais – e também como chegar a um equilíbrio entre a vida e o trabalho.

A localização ajuda para isto. Situada a uns 500 metros do mar, a escola também oferece aos músicos visitantes a oportunidade de brincar na horta, procurar ervas na floresta próxima, pescar para o jantar ou apenas para relaxar longe da cidade.

Este ambiente foi em parte o que atraiu Johannes Gray, um americano de 23 anos, atualmente morando em Paris, que ganhou o prestigioso Prêmio Pablo Casals Internacional em 2018. Inicialmente, Gray visitou a Escola em 2019, e então voltou para as primeiras admissões depois da pandemia, atraído pelas oportunidades de desenvolvimento da carreira e pelas atividades de lazer.

“Jacob me aconselha sobre como criar um programa e basicamente formá-lo de maneira a torná-lo mais interessante”,  disse Gray. “Mas nós dois somos também dois grandes amantes da comida, e adoramos cozinhar, por isso, depois de um longo dia de ensaios, podemos sair e pescar ou planejar um enorme banquete. Não é apenas a música.”

NYT - Life/Style (não usar em outras publicações).
O estudante Johannes Gray é um dos músicos que tocam para pessoas e vacas na Dinamarca. Foto: Carsten Snejbjerg/The New York Times

Enquanto os músicos se beneficiam do ambiente, esta região fundamentalmente agrícola lucra com o pequeno vai-vem de artistas internacionais. A escola recebe alguma ajuda financeira da prefeitura e das empresas locais. Em troca, os músicos visitantes – sete vieram para a atual residência – se apresentam em escolas e cuidam das instalações da região. E ainda tocam para as vacas.

Por causa das restrições com o coronavírus, alguns concertos foram realizados ao ar livre, e o público de cada um deles foi limitado a 35 pessoas (ambos com lotação esgotada). Entre os ouvintes que tiveram a oportunidade de aproveitar dos hambúrgueres feitos por um chef local com a carne dos Haugaards durante uma das apresentações, estava a ministra da Cultura da Dinamarca, Joy Mogensen, que contou que este foi o primeiro concerto ao vivo ao qual ela assistira em seis meses.

“Tive a oportunidade de testemunhar muita criatividade nesses últimos meses”, ela afirmou em uma entrevista. “Mas digital não é a mesma coisa. Espero que seja uma das lições que devemos extrair do coronavírus, o quanto todos nós – até as vacas – sentimos falta de estarmos juntos em eventos culturais”. / TRADUÇÃO DE ANNA CAPOVILLA

The New York Times Licensing Group – Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito do The New York Times.

DÍVIDA EXTERNA BRASILEIRA É DE US$ 355,733 BILHÕES DE DÓLARES

  Brasil e Mundo ...