segunda-feira, 29 de junho de 2020

NOTÍCIAS DA C ÂMARA FEDERAL E DO SENADO PARA ESTA SEMANA

Câmara discute adiamento das eleições; Senado analisa projeto das fake news

 

 

© Sérgio Lima/Poder360 A fachada do Congresso Nacional, com a Câmara em 1º plano

A principal proposta atualmente em debate entre deputados ainda não está na pauta de votações da Câmara. Trata-se da PEC (proposta de emenda à Constituição) 18 de 2020, que adia as eleições municipais de outubro para novembro –1º turno no dia 15 e 2º no dia 29. A matéria já passou pelo Senado.

O motivo é a pandemia. Há o temor de que votação, campanha e outros eventos associados ao processo eleitoral facilitem a disseminação do coronavírus.

O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), é favorável ao adiamento. Caso o calendário eleitoral seja realmente alterado, é necessário que isso seja feito rapidamente. Também são alteradas datas de outros eventos além das votações, como convenções partidárias. Os envolvidos no processo têm de se organizar.

Maia disse em mais de uma ocasião na semana passada que ainda não havia votos para aprovar a PEC na Câmara. Esse tipo de projeto é o mais difícil de ser aprovado. Necessita de votos de 308 dos 513 deputados em 2 turnos. O presidente da Casa passou o fim de semana tentando angariar apoio.

A pressão contrária vem de prefeitos que tentarão reeleição. Eles têm as máquinas municipais nas mãos e são conhecidos pelos eleitores. Levam vantagem sobre os concorrentes se houver restrição às campanhas, incluindo menor tempo ou impossibilidade de realizar eventos como comícios.

Essa pressão surtiu efeito na última semana. Partidos importantes como PP, PL e Republicanos estavam defendendo a manutenção da votação em outubro. Entre os argumentos mencionados está o de que não há garantia de que em novembro a situação da pandemia tenha melhorado.

A resistência, porém, arrefeceu. Líderes ouvidos pelo Poder360 disseram que agora há votos suficientes para aprovar a matéria. Está em construção 1 acordo para colocar o projeto em pauta.

Parte dos deputados se preocupa com a possibilidade de a eleição facilitar o alastramento do coronavírus. Como TSE (Tribunal Superior Eleitoral) e Senado são favoráveis ao adiamento, o ônus político ficaria todo com a Câmara.

A pauta da Casa, que poderá sofrer alterações, tem a 1ª sessão da semana marcada para 3ª feira (30.jun.2020). Deve votar os trechos que faltam da MP (medida provisória) 944 de 2020. A medida abre crédito para empresas bancarem a folha de pagamento durante a pandemia. O texto-base já teve aval dos deputados.

Além desse projeto, também estão na agenda de 3ª feira:

Aviação civil (MP 925 de 2020) – que propõe medidas emergenciais para o setor;

Tributos (MP 930 de 2020) – sobre tributação de investimentos de sociedade controlada domiciliada no exterior;

Educação (MP 934 de 2020) – que altera as normas sobre o ano letivo da educação básica ao ensino superior durante a pandemia.

Na 4ª feira (1º.jul.2020), estão entre as propostas agendadas para votação:

Assistência social (PL 1.389 de 2020) – dispõe sobre a transposição e a reprogramação de saldos financeiros constantes dos fundos de assistência social dos Estados e municípios provenientes de verbas federais;

Auxílio emergencial (PL 2.801 de 2020) – estabelece natureza alimentar ao benefício, vedando penhora, bloqueio e desconto para pagamento de dívidas;

Agricultura familiar (PL 735 de 2020) – estipula medidas emergenciais para o setor durante a pandemia.

O PL 735 é a junção de 25 projetos de lei. O relator, Zé Silva (Solidariedade-MG), estruturou a proposta em eixos. Estipula renegociação de dívidas e linha de crédito, “para comprar adubo, semente, plantar uma hortazinha”, disse o relator.

Também uma ajuda do governo, a fundo perdido, de R$ 2.500 por família para facilitar a retomada da produção durante a pandemia, inclusão das famílias no auxílio emergencial e outras providências.

Fake news no Senado

A principal votação do Senado deve ser na 3ª feira (30.jun.2020). Está na pauta o PL (projeto de lei) 2.630 de 2020, de combate às chamadas fake news. Os senadores avaliariam a proposta na última 5ª feira (25.jun.2020), mas o compromisso foi adiado.

Havia discordâncias de vários senadores em torno do relatório elaborado por Angelo Coronel (PSD-BA) sobre o projeto. Foram feitos 9 pedidos de adiamento da votação e outros 3 pedidos de retirada de pauta. Davi Alcolumbre (DEM-AP), presidente da Casa, resistiu inicialmente a essas tentativas.

A última versão do relatório (leia a íntegra, 929 KB) procura criar meios de identificar contas em redes sociais e outros serviços para facilitar o rastreio de possíveis criminosos. Também restringe a quantidade de vezes que uma mensagem pode ser compartilhada, e o número de pessoas em grupos de mensagens. Entre outros pontos.

O projeto é controverso. Facebook, Google, Twitter e WhatsApp assinaram nota conjunta na qual criticam a proposta. Dizem que o texto de Coronel promove “coleta massiva de dados das pessoas“, o que levaria ao “aprofundamento da exclusão digital” e colocaria em risco a “privacidade e segurança de milhares de cidadãos”.

Também criticam o projeto entidades da sociedade civil ligadas à infância e à juventude. Afirmam que o projeto restringe o acesso à internet. Ainda, seria uma ameaça a “direitos fundamentais como a liberdade de expressão e a privacidade dos cidadãos e cidadãs”. Leia a íntegra (610 Kb).

BOLSONARO MUDA O MODO DE AGIR ULTIMAMENTE PARA SALVAR O O SEU MANDATO

Bolsonaro baixa o tom com o Congresso e o Judiciário para salvar mandato

Augusto Fernandes

 



© Carolina Antunes/PR Aconselhado por militares, que montaram uma operação de guerra para salvar o mandato presidencial, Jair Bolsonaro distanciou-se daquela figura explosiva, tida a criar conflitos e criticar outras instituições, dando lugar a um comportamento mais discreto, equilibrado e moderado nos últimos dias. Preocupado com o futuro político do governo, o mandatário voltou a falar em um “entendimento” com Legislativo e Judiciário, na última quinta-feira, após semanas de ataques. Diante da mudança de postura, a expectativa do Palácio do Planalto é de que o Executivo possa, mesmo em meio à pandemia do novo coronavírus, avançar em agendas mais propositivas.

Outros movimentos de Bolsonaro contribuíram para a mudança de ares no alto escalão — desde fatos mais simples, como a redução de conversas matinais com apoiadores no Palácio da Alvorada, que lhe passaram a fazer cobranças mais duras, o que o irritou com facilidade, até decisões mais importantes, como o não atendimento ao apelo da ala ideológica para manter no Ministério da Educação algum “aluno” de Olavo de Carvalho, optando por um nome indicado por militares para substituir Abraham Weintraub.

Paralela à transformação do presidente, o governo teve “vitórias” fora do Palácio do Planalto que foram avaliadas como um ponto de inflexão para Bolsonaro: a aprovação do novo marco legal do saneamento básico no Senado — que está pronto para a sanção presidencial — e a inauguração de um dos trechos do Projeto de Integração do Rio São Francisco. Ao concluir obra que presidentes passados não conseguiram, Bolsonaro animou aliados e ganhou pontos com a população de mais baixa renda, que será a principal beneficiada com as medidas.

No meio político, fica a dúvida de até quando o presidente manterá esse perfil mais sereno. O temor é de que tudo vá por água abaixo devido ao julgamento da próxima terça-feira, no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), de duas ações que pedem a cassação da chapa presidencial, formada por Bolsonaro e o vice, Hamilton Mourão, em 2018. O chefe do Executivo declarou publicamente a insatisfação com o assunto e chegou a sugerir que as Forças Armadas não aceitariam que ele perdesse o mandato por motivações políticas.

Independentemente do que acontecer, o entendimento entre parlamentares é de que Bolsonaro precisa deixar as intrigas de lado. “Ele é o presidente do país, foi eleito presidente da República, então, que ele volte as energias para o governo, para a governança. Que ele governe o seu governo e que governe o Brasil. É isso que o Brasil espera do presidente”, comenta o deputado Pompeo de Mattos (PDT-RS).

Para o congressista, Bolsonaro “tem de ser mais proativo” e “deveria brigar menos, tendo mais resolutividade”. “Mais respostas é o que a sociedade espera, e menos brigas. Eu sei que o presidente tem um monte de problemas pessoais e também com familiares, mas, nesta hora, ele tem de olhar para o Brasil, para os brasileiros, e não cuidar dos problemas de família. Ele tem de cuidar dos problemas da família Brasil”, defende.

O senador Jayme Campos (DEM-MT) acrescenta que o caminho a ser seguido por Bolsonaro deve ser o “da boa conversa e do bom entendimento”. “Precisamos de uma interlocução harmoniosa entre os Poderes. Todos nós buscamos, com certeza, uma tranquilidade para o país, particularmente para a sociedade, que espera um bom exemplo daqueles que são os dirigentes maiores do Brasil”, diz.

“Dá para perceber que o presidente está mais ponderado. Essa sensatez é importante. Precisamos de pessoas com espírito de estadista e compete a todos nós, homens públicos, termos essa visão, sobretudo diante de um momento de crise. Temos de estar unidos. Espero que o presidente se comporte bem neste momento”, acrescenta.

 

Alteração tardia de comportamento

O cientista político Murillo de Aragão, da Arko Advice, afirma que a mudança de postura demorou. “Creio que Bolsonaro muda o gesto um pouco atrasado. Com o início da pandemia, o governo teria de se reinventar pela dificuldade que encontrava no Congresso. Começou a mudar há cerca de 40 dias, quando iniciou conversas com partidos e abriu espaço político. Também ocorreram vários atritos, abriu-se um front judiciário para ele”, destaca.

O especialista analisa que o chefe do Executivo aprofunda o figurino de entendimento civilizado com os Poderes e que o modelo do “novo Bolsonaro” deve durar por algum tempo. “Ainda que tenham os desentendimentos comuns, não vejo uma ruptura dramática do relacionamento a curto prazo. A tendência é de que o presidente tenha um relacionamento estável com os outros Poderes”, afirma. “Com essa nova postura, ele poderá colher melhores resultados e gerar uma relação melhor na Esplanada. Acredito nessa manutenção”, completa.

A advogada Vera Chemim, mestre em direito público administrativo pela Fundação Getulio Vargas (FGV), aposta que Bolsonaro deve seguir ouvindo os militares e controlando o contato da ala ideológica, que mais contribui para as dissidências e derrotas políticas do presidente. “O único braço do governo prudente e cauteloso é representado pela ala militar, cuja finalidade nos últimos tempos tem sido a de apagar os incêndios provocados pelo chefe do Executivo, especialmente os relacionados ao desprezo pela pandemia”, lembra. “A fala de Bolsonaro dirigida aos outros Poderes, com um tom completamente diferente do habitual, acena para um ambiente de pacificação institucional e aparentemente livre de matizes político-ideológicas extremadas, próprias da ala radical de direita”, complementa.

Segundo Chemin, “a menos que Bolsonaro se deixe levar novamente pela ala radical ou perca o bom senso em razão de problemas judiciais dos filhos, pode ser que ele se enquadre na realidade sócio-política e se comporte, de fato, como um mandatário da República”. “É o que se espera, embora haja muitas dúvidas a esse respeito”, finaliza.

NOTÍCIAS DO DIA 29/06/2020


Agenda do dia: veja o que você precisa saber hoje


POLÍTICA
- Governo espera ‘recado’ de Alexandre de Moraes no TSE
Integrantes da ala jurídica do governo aguardam ansiosamente a abertura da sessão plenária do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) na próxima terça-feira (1) para avaliar se surtiram efeito os recentes acenos de pacificação feitos pelo Executivo ao Judiciário. Ministros e advogados ligados ao presidente Jair Bolsonaro acreditam que o ministro Alexandre de Moraes deve mandar “recados” ao governo ao retomar o julgamento de uma ação de investigação judicial eleitoral que pede a cassação da chapa Bolsonaro-Hamilton Mourão. (Via Veja)



© Foto: Roque de Sá/Agência Senado Congresso Nacional prestou homenagem ao Dia do Orgulho LGBTI neste domingo (28)

BRASIL
- Datafolha: 75% dos brasileiros apoiam a democracia
Pesquisa Datafolha divulgada neste domingo (29) indica que 75% dos brasileiros são favoráveis ao regime democrático. O percentual é um recorde, de acordo com levantamento feito em 23 e 24 de junho. Em dezembro, o apoio somava 62%. De acordo com a série histórica do Datafolha, desde 1989, 1 ano depois da redemocratização, a defesa da democracia nunca havia chegado a 1 patamar tão alto. (Via Poder 360)



SAÚDE
- Brasil soma 552 novas mortes por Covid-19
O Brasil registrou 552 óbitos por Covid-19 neste domingo (28). Com as mortes confirmadas pelo Conselho Nacional de Secretários de Saúde, a doença já vitimou 57.622 pessoas. Com o adendo de 30.476 novos casos registrados neste domingo pelo órgão, o país soma 1.344.143 casos. (Via Veja)


MUNDO
- Trump compartilha vídeo de apoiador gritando slogan racista
O presidente dos EUA, Donald Trump, retuitou neste domingo (28) um vídeo no Twitter em que um adepto seu grita uma expressão considerada racista. A postagem foi apagada horas depois após ser condenada tanto pela oposição como pelo único senador negro do Partido Republicano. (Via Poder 360)

ECONOMIA
- Pagamento do saque emergencial do FGTS começa nesta segunda-feira
O resgate emergencial do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) de até R$ 1.045 pode ser recebido a partir desta segunda-feira (29). Os primeiros beneficiários são os nascidos em janeiro. O dinheiro será liberado de forma escalonada até o início de setembro. Confira o calendário. (Via Vix)

ESPORTES
- Volta Redonda derrota o Fluminense na Taça Rio
Deu tudo errado para o Fluminense na sua retomada pelo Campeonato Carioca após a paralisação de mais de três meses provocada pela pandemia do novo coronavírus. Em pleno estádio do Engenhão, no Rio de Janeiro, o time tricolor foi derrotado pelo Volta Redonda por 3 a 0, pela quarta rodada, e não conseguiu a classificação antecipada às semifinais. (Via Estadão)

ESCOLHA DE PIMENTA CRIA CONFLITO COM GESTÃO DE LEITE

Brasil e Mundo ...