Brasil tem manifestações a
favor e contra Bolsonaro no Rio, SP e Brasília
Da Redação
© Globonews/Reprodução Bomba de gás é
lançada na direção de manifestantes contra Bolsonaro na Avenida Paulista, em
São Paulo
Ogoverno Jair Bolsonaro
foi alvo neste domingo, 31, de manifestações de apoio e de protesto. Em Brasília,
como tem ocorrido com frequência nos últimos domingos, centenas de pessoas, a
maioria vestida de verde e amarelo, fizeram ato a favor do presidente. Em
São Paulo, houve um protesto liderado principalmente por torcidas
organizadas de times de futebol contra Bolsonaro, que terminou em confronto com a
Polícia Militar. No Rio de Janeiro, houve manifestações contra e a favor
simultaneamente e no mesmo local, em Copacabana.
Em São Paulo, centenas de manifestantes – a maioria ligada à torcidas
organizadas do Corinthians – fizeram um ato na Avenida Paulista, vestidos de
pretos, com gritos pela democracia e contra a ditadura e o fascismo. O
Corinthians tem uma ligação história com a democracia, em razão do movimento
liderado na década de 1980 por jogadores como Sócrates e Casagrande durante a
ditadura militar e que foi lembrado no ato.
© Globonews/Reprodução –
Ao contrário de outras manifestações realizadas recentemente na avenida,
houve confusão com a Polícia Miitar, que jogou bombas de gás e de efeito moral
contra os participantes do ato no ponto próximo ao Museu de Arte de São Paulo
(Masp). Os manifestantes responderam atirando pedras, paus, latas e garrafas,
além de colocar fogo em objetos – uma caçamba de lixo foi usada para bloquear a
via. Ao menos três pessoas foram detidas.
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Os participantes do ato, além de pedir democracia e rechaçar a ditadura
e o fascismo, defendiam o impeachment de Bolsonaro. Na mesma avenida, havia um
grupo menor, de manifestantes a favor de Bolsonaro. A PM, antes da confusão,
estava colocada de forma a separar os dois grupos.
Segundo o secretário-executivo da PM paulista, coronel Álvaro Camilo, os
policiais estavam posicionados para separar os dois grupos quando os
manifestantes contra Bolsonaro começaram a jogar objetos em direção aos
soldados. “Infelizmente, é necessário nesses momentos o uso de armamento não
letal”, disse. Ele afirmou que o governo de São Paulo é a favor da democracia e
da realização dos protestos, mas que foram os manifestantes quem iniciaram os
ataques.
Copacabana
No Rio de Janeiro, de manhã, grupos pró e contra Bolsonaro ficaram
frente a frente na praia de Copacabana. Os manifestantes bolsonaristas
criticavam o STF e o Congresso e pediam o impeachment do governador Wilson
Witzel (PSC), desafeto de Bolsonaro.
O grupo de oposição a Bolsonaro se apresentava como antifascista –
assim como os manifestantes de São Paulo – , denominação que repete algo que já
havia ocorrido em Porto Alegre, há duas semanas, quando militantes enfrentaram
uma manifestação bolsonarista também vestidos de preto e com bandeiras e
palavras de ordem contra o fascismo. Membros da torcida organizada Fla Antifa,
do Flamengo, participaram das manifestações.
Belo Horizonte
A capital mineira também registrou manifestações a favor e contra o governo.
Membros de torcidas organizadas antifascistas de Atlético Mineiro, Cruzeiro e
América Mineiro se uniram em atos contra Bolsonaro, na Praça da Bandeira, onde
também se reuniam apoiadores do presidente. A Polícia Militar separou os
grupos.
Cavalgada
Em Brasília, o presidente, mais uma vez, participou do ato, sem máscara
– em meio à pandemia do coronavírus – e cumprimentou manifestantes com acenos e
apertos de mão. Antes, sobrevoou o local de helicóptero do governo, como já
havia feito no domingo anterior. Depois, pediu para montar um cavalo da Polícia
Militar que fazia a segurança do evento e cavalgou por um trecho, ovacionado
pelos manifestantes.
© Joédson Alves/EFE O presidente Jair
Bolsonaro cavalga durante manifestação a seu favor em Brasília
Como em outros atos desse tipo na capital federal, as principais faixas
traziam críticas ao Supremo Tribunal Federal, que conduz um inquérito sobre
fake news que chegou a vários políticos, ativistas e empresários ligados ao
bolsonarismo. Também havia ataques ao Congresso e pedidos de intervenção
militar.