segunda-feira, 30 de dezembro de 2019

NOTÍCIA BOA PARA QUEM TEM O CHEQUE ESPECIAL


Limite de juros para cheque especial começa a valer no dia 6

Agência Brasil



Modalidade de crédito com taxas que quadruplicam uma dívida em 12 meses, o cheque especial terá juros limitados a partir da próxima segunda-feira (6). Os bancos não poderão cobrar taxas superiores a 8% ao mês, o equivalente a 151,8% ao ano.
limitação dos juros do cheque especial foi decidida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) no fim de novembro. Os juros do cheque especial encerraram novembro em 12,4% ao mês, o que equivale a 306,6% ao ano.


O cheque especial terá juros limitados a partir da próxima segunda-feira (6)

Ao divulgar a medida, o Banco Central (BC) explicou que o teto de juros pretende tornar o cheque especial mais eficiente e menos regressivo (menos prejudicial para a população mais pobre). Para a autoridade monetária, as mudanças no cheque especial corrigirão falhas de mercado nessa modalidade de crédito.
Conforme o BC, a regulamentação de linhas emergenciais de crédito existe tanto em economias avançadas como em outros países emergentes. Segundo a autoridade monetária, o sistema antigo do cheque especial, com taxas livres, não favorecia a competição entre os bancos. Isso porque a modalidade é pouco sensível aos juros, sem mudar o comportamento dos clientes mesmo quando as taxas cobradas sobem.
Tarifa
Para financiar em parte a queda dos juros do cheque especial, o CMN autorizou as instituições financeiras a cobrar, a partir de 1º de junho, tarifa de quem tem limite do cheque especial maior que R$ 500 por mês. Equivalente a 0,25% do limite que exceder R$ 500, a tarifa será descontada do valor devido em juros do cheque especial.
Cada cliente terá, a princípio, um limite pré-aprovado de R$ 500 por mês para o cheque especial sem pagar tarifa. Se o cliente pedir mais que esse limite, a tarifa incidirá sobre o valor excedente. O CMN determinou que os bancos comuniquem a cobrança ao cliente com 30 dias de antecedência.
No último dia 23, o Banco do Brasil anunciou que dispensará os clientes da tarifa em 2020. Segundo a instituição financeira, a isenção tem como objetivo fortalecer a relação com os clientes.

COLUNA ESPLANADA DO DIA 30/12/2019


Mudança de reitores

Coluna Esplanada – Leandro Mazzini








A despeito da Medida Provisória do presidente Jair Bolsonaro que freia o controle sindical – e, em muitos casos, até partidário, de esquerda – nas reitorias das universidades federais, com votação direta de alunos, professores e servidores, seis delas já enviaram a lista tríplice para a escolha do futuro reitor, segundo consulta da Coluna ao Ministério da Educação. São as Universidades Federais de Roraima (UFRR),  do Vale do São Francisco (Univasf), do Espirito Santo (Ufes) e de São João del-Rei (UFSJ).
Mistério
O MEC ainda não informou se vai manter o processo para essas federais, feito sob consulta a professores e servidores, ou se vai anular as escolhas e indicar votação.
Reitor sem partido
Como publicamos nesta semana, o governo quer democratizar o processo de escolha para reitores, para não ficar refém de sindicatos de professores partidarizados.
Macuxi fez história
Em Roraima, deixará o cargo o professor doutor Jefferson Fernandes do Nascimento. Foi o primeiro roraimense de fato a assumir o cargo, descendente da etnia Macuxi.
Embates
No Espírito Santo, sairá do cargo Reinaldo Centoducatte, que também é presidente da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior. Vive em embates com o ministro Abraham Weintraub.
Sofra, cidadão...
A taxa de juros do cartão de crédito rotativo para o cliente regular, aquele que paga o mínimo de 15% da fatura dentro do prazo, subiu de 286,4% em outubro para 293,9% em novembro. A informação é do próprio Banco Central. E a facada será mais forte nas férias de verão.
Discurso político
A imprensa é rejeitada pela maioria dos brasileiros. É o que concluiu uma pesquisa recente do Instituto Paraná Pesquisas: 62,4% dos entrevistados alegam falta de isenção quando trata da cobertura do governo federal. Muito disso vem do discurso de ódio contra jornalistas pregado pelo ex-presidente Lula da Silva e, agora, pelo presidente Jair Bolsonaro.
É do jogo
Como já disse na praça o ex-deputado Miro Teixeira, político não gosta de notícia, gosta é de poder. É do jogo. O ineditismo está na militância fazendo coro.
Incitar é crime!
Bolsonaro sancionou ontem o Projeto de Lei 8.833/17, que modifica o Código Penal e inclui o crime de induzir pessoas à automutilação no mesmo artigo que já tratava do crime de indução ao suicídio.
Pena
O PL saiu do Senado, foi aprovado pela Câmara em outubro e sancionado pelo presidente. Agora lei, prevê pena de reclusão de seis meses a dois anos para quem induzir ou instigar alguém a se suicidar ou se automutilar, ou até auxiliar a pessoa. E tem mais agravante – se os crimes ocorrerem através da internet, a pena dobra.

ESCÓCIA QUER FICAR NA UNIÃO EUROPÉIA E NÃO PODE


Escócia poderia declarar independência no Reino Unido e ficar na União Europeia?

 
© Getty Images Os escoceses que apoiam a independência aguardam um segundo referendo desde 2014

Uma União Europeia sem o Reino Unido, mas com a Escócia? Os resultados das eleições britânicas levantaram a possibilidade de um segundo referendo de independência, que permitiria aos escoceses, caso a opção separatista saia vitoriosa, permanecer no bloco econômico.
A primeira-ministra da Escócia, Nicola Sturgeon, pediu ao governo do Reino Unido para negociar a transferência de poderes para o Parlamento escocês, o que permitiria ao país organizar um referendo de independência em 2020.
Para Sturgeon, o resultado das eleições gerais neste mês — nas quais o seu Partido Nacional Escocês (SNP, na sigla em inglês), obteve 48 das 59 cadeiras possíveis no Parlamento — torna indiscutível o apoio a um novo referendo.
O primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, é contra a realização de outro referendo, alegando que o que foi realizado em 2014 deve ser respeitado — na ocasião, 55% dos escoceses rejeitaram a saída do Reino Unido, contra 45% que votaram pela independência.
Dado que a ampla vitória de Boris Johnson praticamente garante a saída do Reino Unido da União Europeia em 31 de janeiro, o objetivo da Escócia é deixar a união britânica e se reintegrar como Estado-membro do bloco europeu.
Mas isso seria possível?
Porque a independência da Escócia voltou a ser assunto?
Embora a permanência no Reino Unido tenha saído vitoriosa no referendo escocês de 2014, o referendo para o Brexit, a saída da União Europeia, realizado em 2016, mudou esse cenário.
Na Escócia, 62% dos cidadãos foram contra deixar o bloco europeu, enquanto 52% dos eleitores britânicos votaram a favor do Brexit.
O Partido Nacional Escocês considerou isso como "uma mudança material de circunstâncias" que justificaria uma segunda consulta sobre a independência, uma vez que a Escócia seria forçada a deixar o bloco "contra sua vontade".
Desde 2016, o partido obteve bons resultados nas campanhas eleitorais sob o lema de "colocar o futuro da Escócia nas mãos escocesas".
A Escócia tem o poder de fazer um segundo referendo?
Tem havido um longo debate jurídico sobre se o Parlamento Escocês poderia aprovar as leis necessárias para que haja uma nova votação sobre independência — em tese é o Parlamento Britânico, em Westminster, no qual a Escócia tem 59 vagas, que deveria aprovar essa lei.
A questão nunca foi julgada pela Justiça.
De qualquer forma, a primeira ministra escocesa quer que o governo do Reino Unido concorde em transferir os poderes para o Parlamento Escocês para permitir que haja um referendo, assim como aconteceu em 2014.



© PA Media O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, se opõe à realização de um novo referendo

Assim, segundo a líder escocesa, isso garantiria que o resultado do referendo fosse considerado legal e legítimo por todos, especialmente pela União Europeia.
Mas o primeiro-ministro Boris Johnson, junto a outras figuras importantes do seu governo, se opõe a isso e diz que não haverá referendo pela independência nos próximos cinco anos.
O que acontece se Boris Johnson disser não?
Sturgeon acredita que Johnson e o Partido Conservador podem "ficar contrariados com a realidade" por um tempo, mas no final terão que se render à "democracia".
Se seus argumentos políticos não fizerem Johnson ceder, Sturgeon não descarta levar o caso à Justiça. Uma jogada arriscada, uma vez que o sucesso não é garantido e pode levar um tempo considerável, mas alguns membros do SNP acreditam que pode funcionar.
O que a líder do SNP descartou é um referendo não autorizado. Ela diz que o exemplo da Catalunha (onde o referendo acabou sendo considerado ilegal) prova que "isso não leva à independência".
Sua outra opção seria conseguir uma vitória esmagadora nas eleições para o Parlamento escocês em 2021, o que catapultaria a demanda por um referendo e aumentaria a pressão sobre o governo britânico.
Os escoceses votariam pela independência?
Nicola Sturgeon não quer organizar apenas um referendo, como também vencê-lo.
Dados de opinião coletados pelo instituto de pesquisa What Scotland Thinks apontam para um aumento de apoio à independência — ela continua, no entanto, não tendo a maioria dos votos.



© Getty Images O SNP quer ingressar na União Europeia o mais rápido possível

De uma maneira geral, as pesquisas deste ano apontam para 51% dos votos contra a independência, excluindo os indeciso, e 49% a favor.
O SNP espera, porém, que o Brexit e a rejeição a Boris Johnson na Escócia mudem o rumo dos votos.
A Escócia independente ficaria na União Europeia?
Na prática, a Escócia não se tornaria independente imediatamente após uma vitória do "sim" nas urnas. Primeiro, deveria haver um período de transição.
Em 2014, os defensores da independência afirmaram que levaria 18 meses para criar um Estado escocês independente.


© Getty Images Nicola Sturgeon, a primeira-ministra escocesa, faz campanha pela independência na Escócia

Mesmo que o referendo fosse realizado amanhã, a transição duraria até o fim de 2020, quando o Reino Unido deve concluir a saída completa da União Europeia.
Isso significa que a Escócia deixaria a UE com o resto do Reino Unido — e precisaria se candidatar para ingressar no bloco europeu novamente.
Os ministros escoceses estão dispostos a seguir esse trâmite, mas querem iniciá-lo "o mais rápido possível".
O que a Escócia teria que fazer para entrar de novo na UE?
A Escócia teria que passar por todos os trâmites de qualquer outro Estado que pretenda fazer parte da União Europeia, apesar de ter a vantagem de ter sido um membro recente.
Os critérios de acesso envolvem uma série de questões como moeda, níveis de deficit e fronteiras.
Sturgeon já abordou essas questões, argumentando que a Escócia poderia continuar usando a libra esterlina inicialmente — e que a situação financeira do país poderia ser ajustada dentro do marco econômico europeu.
No entanto, seu próprio partido acredita que isso pode levar vários anos.
A primeira-ministra também quer evitar barreiras na fronteira entre a Escócia e a Inglaterra. Ela diz que respostas sobre essas questões e muitas outras serão dadas em detalhes antes de qualquer votação.

ESCOLHA DE PIMENTA CRIA CONFLITO COM GESTÃO DE LEITE

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