quinta-feira, 3 de outubro de 2019

SENADO FEDERAL VOTA CONTRA AS RECOMENDAÇÕES DO GOVERNO NA REFORMA DA PREVIDÊNCIA SOCIAL


Após derrota na Previdência, Guedes manda compensar ‘cada bilhão perdido'

Idiana Tomazelli, Daniel Weterman e Eduardo Rodrigues 







© Marcelo Camargo/Agência Brasil O presidente do Senado, Davi Alcolumbre, conversa com os senadores Tasso Jereissati e Flavio Bolsonaro em sessão de votação da reforma da Previdência. 


BRASÍLIA - O Senado Federal reduziu em R$ 133,2 bilhões o impacto da reforma da Previdência no primeiro turno de votação da proposta. A desidratação inesperada deflagrou uma megaoperação no governo para evitar perdas ainda maiores, numa força-tarefa que mira agora o segundo turno para manter a potência fiscal de R$ 800,3 bilhões.

Além disso, o ministro da Economia, Paulo Guedes, ordenou que cada bilhão perdido no Senado seja compensado no chamado “pacto federativo”, que deve reunir medidas para descentralizar recursos em favor de Estados e municípios.
A indicação de Guedes a seus auxiliares de que haverá “troco” da equipe econômica gerou ainda mais animosidade no ambiente já conflagrado do Senado. “Retaliação? Pau que dá em Chico dá em Francisco”, avisou o líder do MDB no Senado, Eduardo Braga (AM).
Os senadores já estão insatisfeitos com os rumos da divisão dos recursos do megaleilão de petróleo do pré-sal e querem respaldo do governo para garantir a fatia dos Estados. A Câmara articula reduzir a parcela de governadores para turbinar os repasses às prefeituras. Sem uma definição sobre os recursos, um grupo de senadores ameaça travar a votação em segundo turno, que estava prevista para 10 de outubro.
O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), admitiu que a próxima votação – última etapa antes da promulgação da reforma – pode atrasar. O principal obstáculo é a resistência de senadores em dar aval à chamada quebra de interstício, que permitiria a votação antes do intervalo de cinco sessões exigido pelo regimento. O plano de fundo, porém, é a disputa pelos recursos do leilão.
Alcolumbre disse que ainda busca um entendimento, mas reconheceu que a votação pode ficar para a semana que vai de 14 a 18 de outubro: “Acaba saindo um pouco do calendário da primeira quinzena de outubro, passando para a próxima semana.”
No Congresso, a avaliação nos bastidores é que o governo perdeu o controle da situação e colaborou para a postura dos senadores ao incentivar o discurso de “menos Brasília e mais Brasil”. A desidratação substancial do texto da reforma foi só um dos sintomas desse quadro.
Abono
O plenário impôs na noite de terça-feira uma derrota ao retirar as mudanças nas regras de pagamento do abono salarial. O texto da Câmara restringia o benefício, no valor de um salário mínimo (R$ 998), a quem recebe até R$ 1.364,43 por mês. Mas o Senado decidiu manter as regras atuais, que garantem o repasse a quem ganha até dois salários mínimos (R$ 1.996). A mudança tirou R$ 76,4 bilhões da reforma.
O revés acendeu o alerta no governo, principalmente diante da lista de destaques que ainda seriam votados ontem e que poderiam tirar outros R$ 476 bilhões. Técnicos trabalharam desde as primeiras horas da manhã de ontem num amplo material para defender a manutenção de cada ponto, com detalhes de impactos e alertas sobre mudanças de mérito, que levariam a uma nova votação na Câmara e atrasariam o cronograma da reforma.
Já os articuladores políticos do governo se reuniram com lideranças do Senado para “tirar a temperatura” e decidir se havia clima para seguir com a votação ou se era mais apropriado esperar mais uns dias até o governo reorganizar sua base.
Negociação
O governo partiu para o voto, mas decidiu também reforçar outra frente de negociação: a de convencer lideranças a retirar seus destaques que poderiam mudar a proposta de forma significativa.
A estratégia teve uma razão: o governo corria sério risco de não conseguir os 49 votos necessários em algum dos destaques. As votações apertadas davam o alerta: na primeira delas, o placar ficou em 54 a 18, apenas cinco votos a mais que o necessário. Qualquer ausência imprevista de um senador poderia comprometer dezenas de bilhões para os próximos anos.
O secretário especial de Previdência e Trabalho, Rogério Marinho, entrou em campo e, diretamente do plenário, conversou com líderes e costurou os acordos que reduziram os riscos para a reforma, mas resultaram em promessa de rediscussão de algumas regras em uma nova proposta.
O líder do governo no Senado, Fernando Bezerra (MDB-PE), também operou para reduzir os danos após ter sido o principal alvo de quem buscava apontar culpados pela derrota de ontem. No Congresso, a votação do abono foi considerada nos bastidores um recado dos senadores e uma jogada ensaiada com o líder do governo.
A avaliação é que um negociador experiente como Bezerra não poderia ter aceitado que aquele destaque fosse votado em momento de quórum menor no plenário. Além disso, Bezerra já havia manifestado preocupação do governo com a chance de essa mudança ser aprovada.
A própria senadora Eliziane Gama (CDD-MA), autora do destaque, agradeceu hoje a Bezerra pela votação do abono: “Eu gostaria aqui, senador Fernando Bezerra, que é líder do governo, agradecer a vossa excelência, inclusive, pelas concessões que deu em relação a não ter uma pressão e a gente ter a garantia do abono salarial.”

NOTÍCIAS DO DIA 03/10/2019


Agenda do dia: veja o que você precisa saber hoje




                  
JUSTIÇA
- STF adia decisão sobre tese que afeta Lava Jato
O plenário do STF decidiu nesta quarta-feira (2) que vai delimitar o alcance da decisão que abre brecha para a anulação de sentenças da operação Lava Jato. Por 8 a 3, os ministros entenderam que devem analisar uma proposta do presidente do STF, ministro Dias Toffoli, que define critérios para aplicar o entendimento de que os réus delatados têm o direito de falar por último nas ações penais em que também há réus delatores. A continuidade do julgamento, que estava prevista para esta quinta-feira, foi adiada e ainda não há data marcada para uma nova sessão dedicada ao tema. (Via Estadão)
- STJ acolhe recurso de Lula contra PowerPoint de Deltan
O ministro do Superior Tribunal de Justiça Luís Felipe Salomão aceitou um recurso especial em que o ex-presidente Lula pede indenização por danos morais ao procurador Deltan Dallagnol, coordenador da força-tarefa da Lava Jato em Curitiba. O motivo do processo é a apresentação no PowerPoint em que o ex-presidente foi apontado como o personagem central do esquema de corrupção na Petrobrás. O juiz determinou a conversão do agravo em recurso especial. Entretanto, esclareceu que detalhes, como o cabimento ou não do recurso, ainda serão analisados. (Via Poder360)
- Mulher presa em operação contra hackers será solta
A Quarta Turma do Tribunal Regional Federal da 1ª Região decidiu na terça-feira soltar Suelen Priscila de Oliveira, suspeita de integrar o grupo que invadiu celulares de autoridades e foi alvo de duas fases da operação Spoofing, da Polícia Federal. A decisão foi tomada por unanimidade no colegiado, composto por três desembargadores federais. Suelen é mulher de outro preso na Spoofing, o ex-DJ Gustavo Henrique Elias dos Santos, que teve a prisão mantida pela turma do TRF1. (Via VEJA.com)
POLÍTICA
- Sem novos destaques, Senado aprova Previdência
O plenário Senado Federal rejeitou os destaques propostos por bancadas e aprovou, em 1º turno, a reforma da Previdência. A sessão teve três propostas de mudanças rejeitadas – sobre idade mínima das mulheres, aposentadoria especial e pensão por morte. Outros três destaques — que previam alterar regras de transição, cálculo de benefícios e aposentadoria de anistiados — foram retirados. Com isso, o texto segue para um segundo turno de votação, que ainda não tem data para ser votado, mas o cronograma estimado pelo governo deve atrasar. (Via VEJA.com e Estadão)
- MPF acusa Osmar Terra de improbidade por censura
O Ministério Público Federal no Rio de Janeiro entrou com ação civil contra o ministro da Cidadania, Osmar Terra, por improbidade administrativa. A ação contesta a suspensão, ‘pelo prazo de 180 dias, prorrogável por igual período’, de um edital para produções de audiovisual para emissoras de televisão públicas. Segundo os procuradores, a portaria foi motivada por discriminação contra projetos com temática relacionada a lésbicas, gays, bissexuais, transexuais e travestis. (Via Poder360)
BRASIL
- RJ: suspeito de matar Ágatha foi à reconstituição, diz TV
A Polícia Civil suspeita que um dos dois policiais militares que participaram da reconstituição da morte de Ághata Félix, de 8 anos, realizada pela Delegacia de Homicídios do Rio de Janeiro na noite de terça-feira foi o autor do tiro que matou a menina, segundo afirmou a TV Globo na noite de ontem. Esse PM passou mal durante a reconstituição. Ainda segundo a TV Globo, é grande a probabilidade de que não tenha havido confronto com criminosos, como alega a PM. (Via Estadão)
- Estudante é esfaqueado dentro da UFPE
Um estudante do curso de Pedagogia da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) foi esfaqueado, na tarde de quarta-feira, dentro do câmpus universitário, nas proximidades do Centro de Educação. A agressão, de acordo com informações da própria universidade, foi cometida por um outro aluno do mesmo curso. (Via Estadão)
FUTEBOL
- Grêmio empata no final após 3 gols do Fla anulados
Na quarta-feira, Grêmio e Flamengo começaram a definir quem será o representante brasileiro na grande decisão da Libertadores 2019. O Rubro-Negro chegou a ter três gols anulados, mas marcou com Bruno Henrique, de cabeça. Valente, o Tricolor gaúcho não desistiu e chegou ao empate no fim: 1 a 1. O empate deixa a briga pela vaga completamente aberta. No entanto, com o gol marcado fora de casa, o time comandado por Jorge Jesus leva uma pequena vantagem na bagagem para o Rio de Janeiro. (Via oGol)
LOTERIA
- Mega-Sena acumula e vai R$ 18 milhões
Aconteceu na quarta-feira (2) o concurso 2.194 da Mega-Sena. Ninguém acertou as seis dezenas e o prêmio acumulou para R$ 18 milhões. O próximo sorteio será no sábado (5). Confira os números de ontem. (Via SorteOnline)


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