segunda-feira, 29 de outubro de 2018

TRUMP CUMPRIMENTA BOLSONARO PELA VITÓRIA



Bolsonaro diz ter recebido ligação de Donald Trump para cumprimentá-lo por vitória

Agência Brasil










O presidente eleito disse ter interesse em se aproximar do país norte-americano

Eleito na noite deste domingo (28) para a Presidência da República, Jair Bolsonaro (PSL) fez uma segunda transmissão ao vivo no Facebook em que afirma ter recebido uma ligação do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. O presidente eleito disse ter interesse em se aproximar do país norte-americano.
“O presidente dos Estados Unidos acabou de nos ligar. Nos desejou boa sorte. E obviamente foi um contato bastante amigável. Nós queremos sim nos aproximar de vários países do mundo sem o viés ideológico”, disse. Até o momento, a Casa Branca não se manifestou sobre esse contato entre Trump e Bolsonaro.
Mais cedo, Jair Bolsonaro fez o seu primeiro discurso como presidente eleito, também por um vídeo na rede social. Segundo ele, os compromissos assumidos durante a campanha serão cumpridos. “Em assumindo, no ano que vem, seremos o presidente de todos. Eu vou buscar pacificar o nosso Brasil. Sem eles contra nós, nem nós contra eles. Nós temos como fazer política que atenda ao interesse de todos”, disse.

A ELITE DOS INTELECTUAIS BRASILEIROS NÃO APROVAM A ELEIÇÃO DO BOLSONARO


Intelectuais analisam futuro governo de Bolsonaro

Agência Brasil










Eleitores comemoram o resultado da eleição na Esplanada dos Ministérios

A Agência Brasil conversou com alguns intelectuais que participaram da 42º Encontro Anual da Associação Nacional de Pesquisa e Pós-Graduação em Ciências Sociais (Anpocs), encerrado na última sexta-feira em Caxambu, no Sul de Minas, para colher expectativas quanto ao governo Jair Bolsonaro.
Por causa do posicionamento histórico do deputado federal e ex-capitão do Exército, a favor da ditadura cívico-militar (1964-1985) e de discursos polêmicos contra minorias e opositores, alguns ouvidos durante a campanha eleitoral, os cientistas sociais ponderam sobre possibilidades de retrocesso na democracia, mas lembram que as liberdades estão estabelecidas no Brasil há 30 anos desde a aprovação da Constituição Federal.
A historiadora e antropóloga Lilia Schwarcz, professora da Universidade de São Paulo (USP), avalia que Jair Bolsonaro faz parte da “onda conservadora” que já percorreu outras partes do mundo. Ela considera que poderá haver “processos de luta” para manutenção de direitos e garantias individuais, mas assinala que “alguns dos direitos que conquistamos nestas três décadas estão consolidados”. Além dos direitos conquistados, as minorias ocupam espaço mais amplo na sociedade. “Não me parece que aqueles negros que conseguiram finalmente entrar na universidade e que estão em postos na academia, e querem mais, vão perder seus lugares. Assim como as mulheres, depois da conquista de alguns direitos feministas, não vão voltar para dentro do lar”.
O cientista político Rogério Arantes, também da USP, vê limitações para agenda conservadora. “Imaginar que ele vai passar por cima de todas essas condições, que ele vai passar por cima do Congresso Nacional, do Supremo [Tribunal Federal], da Constituição não me parece plausível. Essas instituições têm a sua força, consolidaram o seu papel na democracia brasileira e saberão resistir a qualquer tentativa de autoritarismo desenfreado a partir do Executivo”.
Para a cientista política Isabel Lustosa, pesquisadora titular da Casa de Rui Barbosa (RJ), “as perspectivas não são otimistas”. Segundo ela, “promessas de campanha de ‘varrer a oposição’ não é possível ver com otimismo, principalmente porque é difícil identificar todos esses inimigos que ele diz que está vendo e apontando como suscetíveis de serem varridos do mapa”. A pesquisadora pondera que alguns posicionamentos de candidato foram revistos em campanha. “Ele promete privatizar tudo, mas depois recua. É difícil de saber como vai ser essa governabilidade”, diz a cientista política.
Capacidade de conquistar

O cientista político Leonardo Avritzer, da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), evita fazer previsão sobre como Jair Bolsonaro irá governar o país. Como outros presidentes, as possibilidades de trabalho do Executivo dependem do relacionamento com outros Poderes da República. Para ele, o novo governo “vai ser resultado de três coisas: de uma tentativa de fazer algumas políticas de direita a partir do Executivo; de uma capacidade ou incapacidade de conquistar maioria no Congresso; e da agenda de controle do Poder Judiciário, que temos que ver como vai reagir”.
O acadêmico enxerga no Congresso alguma moderação a ser apresentada pelo novo governo. Na Câmara dos Deputados, por exemplo, Avritzer calcula que Bolsonaro terá uma base numerosa, “mas não muito significativa, entre 235 a 240 deputados”. Conforme a lei, são necessários 308 votos na Câmara dos Deputados (dois terços do quórum) para aprovar emendas constitucionais, antes de enviar ou após receber uma proposta aprovada no Senado Federal. O contingente insuficiente de apoiantes obrigará negociação ou composição com outras forças que não participaram de sua campanha, como PSDB, MDB e parte do DEM. “Precisa ver como se organizaram as forças de centro que foram derrotadas”.
Nesse sentido, tem mais chance uma pauta como a redução da maioridade penal, para qual há algum consenso à direita, do que uma proposta de Reforma da Previdência Social, não unânime em nenhum estrato do Legislativo. “Essa é uma pauta difícil. Grande parte da coalizão pró-Bolsonaro está no campo das Forças Armadas e das carreiras de elite do Estado brasileiro. Vai ter resistência. De qualquer forma, a gente não sabe que tipo de reforma ele vai propor”, assinala Avritzer. Revezes em pautas econômicas podem ter outras consequências, alerta o cientista político. “Se a reforma dele não satisfizer o mercado, rapidamente o governo dele se desestabilizará. Não está claro que ele terá um período de graça de seis meses. Pode ser até um período menor. Creio que nem o mercado financeiro e nem uma parte do empresariado vão se contentar com reformas no campo moral”.
Riscos no Judiciário

Assim como o Congresso, a relação com o Judiciário vai depender de “cautela e aceitação” mútua. Na perspectiva do cientista político, o Supremo Tribunal Federal (STF) e o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) mantiveram atitude de “contenção” até a realização do segundo turno das eleições. Para além de ameaças contra o Judiciário, desmentidas ou desautorizadas por Bolsonaro, e que geram manifestações dos ministros das duas Cortes, restou na visão de Avritzer “um claro passivo” que pode ou não ir ou não adiante em algum contencioso.
“De um lado o processo legal em relação ao WhatsApp. De outro, ele fez uma declaração de gastos pouco crível, gastos de R$ 1,7 milhão, do qual ele está tendo dificuldades de comprovar esses valores”. Para o cientista político, são eventuais passivos com o processo dos gastos de campanha da ex-presidente Dilma Rousseff (PT) também foi. “No caso do governo ser desastroso, claro que está em aberto a possibilidade de impugnação da chapa”, aponta.
Outro flanco de estresse pode ser a retomada da tramitação da proposta original das dez medidas de combate à corrupção, defendida pelo Ministério Público Federal. “Bolsonaro vai depender de atores políticos tradicionais, do assim chamado ‘centrão’. Eles seriam os que têm mais a perder com uma coisa como as dez medidas contra a corrupção. Vai depender demais de quem for o próximo presidente da Câmara. Sendo alguém próximo do presidenciável ou sendo alguém mais dependente, isso pode gerar [propostas] alternativas. Vale lembrar que [o presidente da Câmara dos Deputados] Rodrigo Maia [DEM-RJ] não apoiou as 10 medidas, motivo pelo qual o projeto saiu da Casa emendado, o que desagradou alguns atores, como o chamado ‘grupo da Lava Jato’ ou chamado ‘PJ – Partido da Justiça’”, lembrou sem desconsiderar “ser possível Bolsonaro pactuar com esse grupo da Lava Jato”.
Outro relacionamento que será observado pelos analistas políticos é do governo Bolsonaro com os militares. Para Leonardo Avritzer, apesar da origem do ex-capitão, do companheiro de chapa, general Hamilton Mourão, e da presença na campanha de nomes como o general Augusto Heleno, “ainda não dá para dizer claramente, quanto os militares estarão de volta ao centro da política”. O cientista político afirma que “vamos ter a volta dos militares” , mas não acredita que “a corporação em si estará no centro do governo Jair Bolsonaro. Isso significaria fazer uma aposta neste governo que é muito incerto, e significaria comprometer a legitimidade do Exército com esse governo”. Para ele ,“não é claro que o grupo mais profissional da corporação, o assim chamado Alto Comando, estará no centro do governo”.

COLUNA ESPLANADA DO DIA 29/10/2018


Cresce calote no Minha Casa Minha Vida

Coluna Esplanada – Leandro Mazzini 









A inadimplência dos moradores de apartamento do programa federal Minha Casa Minha Vida segue em trajetória crescente nos últimos quatro anos _ período dos governos Dilma Rousseff (PT) e Michel Temer (MDB). Levantamento do Ministério das Cidades, feito a pedido da Coluna, mostra que em 2014 eram 129 mil moradores com atraso no pagamento das parcelas; 2015, 167 mil; 2016, 241 mil; 2017, 315 mil e 2018, até agosto, já são 351 mil. A pasta considera inadimplentes os contratos com atraso superior a 90 dias.
Continuidade
Apesar dos altos índices de inadimplência, o Minha Casa Minha Vida será mantido pelo próximo presidente da República. A continuidade do programa consta nos planos de governo de Jair Bolsonaro (PSL) e Fernando Haddad (PT).

Casa Brasileira 
A equipe econômica de Bolsonaro estuda modificar o nome do programa para “Casa Brasileira” e ampliar as ações e investimentos para incluir creches próximas às residências. 

Ampliação
Já o petista Fernando Haddad promete a “retomada” do Minha Casa, Minha Vida com modificações. A meta será contratar 2 milhões de moradias até 2022, com prioridade para famílias de baixa renda.

Tapetão
Advogados petistas já preparam novas ações que serão protocoladas na Justiça Eleitoral em caso de vitória de Jair Bolsonaro (PSL) no segundo turno das eleições. O partido vai insistir na tese de que o deputado cometeu abuso de poder e uso indevido de meios de comunicação ao supostamente ter financiado envio de mensagens por meio do WhatsApp.

Na faixa
Com o crescimento do adversário Fernando Haddad (PT), o presidenciável Jair Bolsonaro (PSL) que, há dez dias alardeava “estamos com a mão na faixa”, agora prega “cautela” aos coordenadores de campanha e apoiadores.

Tripulação
Seis funcionários da Latam - comissários e pilotos - foram afastados temporariamente após postarem foto em rede social na qual fazem o gesto símbolo da campanha de Jair Bolsonaro (arma na mão).
Confidencial 
Além de usarem o uniforme, os funcionários fizeram o registro dentro de uma aeronave da companhia. À Coluna, a Latam limita-se a afirmar que o desdobramento do episódio é “confidencial” e “conteúdos compartilhados por funcionários em redes sociais não refletem os valores e princípios da companhia, tampouco qualquer posição partidária”.

Rasteira
Lula Cabral (PSB), prefeito de Santo Agostinho, cidade a 37 km da capital Recife, foi eleito e depois deu uma rasteira nos aposentados do município. Tirou R$ 90 milhões da PrevCabo depositado em um fundo sólido e transferiu para um fundo “pé quebrado”.

Réu confesso 
Como a Polícia Federal já estava investigando, entrou na casa do prefeito, no bairro de Boa Viagem, e o pegou com a mão na massa. Réu confesso, está preso na penitenciária do Cotel.

Fake news
Na quarta-feira, 31, o Conselho Federal de Administração realiza o evento ‘Fake News Fatos e Impactos: como tratar a informação na era pós-verdade’, em parceria com a Embaixada da França, em Brasília. Os especialistas convidados são Dominique Cardon, professor da Universidade de Paris, e Patrick Le Bihan, PhD em ciência política na Universidade de Nova York.

Debate
Também confirmaram presença no debate representantes do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Secretaria Especial de Comunicação da presidência da República, da Delegacia de Repressão aos Crimes Contra a Administração Pública, da Escola Nacional de Administração Pública (ENAP) e da Universidade de Brasília (UnB).
Esplanadeira
. Está em cartaz, na Aliança Francesa de Brasília, a exposição "Não só com as imagens", do artista e escritor gaúcho Léo Tavares. A mostra, que reúne fragmentos de gramáticas, palavras cruzadas, capas e páginas de livros velhos tem curadoria de Renato Lins.


MUNDO E O BRASIL COMEMORAM A VITÓRIA DE JAIR MESSIAS BOLSONARO


Imprensa internacional destaca vitória de Jair Bolsonaro nas eleições para presidente

Agência Brasil













No Washington Post, a reportagem cita que Bolsonaro "surfou uma onda de ódio eleitoral" para chegar à Presidência

A imprensa internacional destacou neste domingo (28) a vitória de Jair Bolsonaro (PSL) para a Presidência da República.
Principal jornal norte-americano, o The New York Times afirma que o Brasil é o mais recente país a se encaminhar para a extrema direita, elegendo um populista como presidente “na mais radical mudança política desde que a democracia foi restaurada há mais de 30 anos”. “O novo presidente, Jair Bolsonaro, exaltou a ditadura militar do país, defendeu a tortura e ameaçou destruir, prender ou mandar para o exílio seus oponentes políticos”, diz o texto.
O jornal inglês The Guardian traz em sua manchete na versão online a vitória do candidato do PSL. “Um populista de extrema-direita, pró-armas, pró-tortura foi eleito como o próximo presidente do Brasil após uma eleição dramática e profundamente dividida que deve mudar radicalmente o futuro da quarta maior democracia do mundo”, afirma a reportagem. Segundo o veículo, Bolsonaro construiu sua campanha com os lemas de combate à corrupção, ao crime e a uma suposta ameaça comunista no país.
O francês Le Monde também traz a eleição de Bolsonaro em sua manchete, ressaltando que o presidente eleito promete “mudar o destino do país”. O jornal ainda destaca que Fernando Haddad, o candidato do PT derrotado no segundo turno, pediu que “seus 45 milhões de eleitores sejam respeitados”.
O espanhol El País publica em sua manchete que a vitória de Bolsonaro leva a extrema direita ao poder no Brasil. Segundo a reportagem, o "ultradireitista" Bolsonaro, “nostálgico da ditadura”, ganhou de forma contundente a eleição. “Ambos [Bolsonaro e Haddad] se enfrentaram em uma campanha marcada pela tensão, pelo triunfo da desinformação nas redes sociais, e, sobretudo, pelas atitudes antidemocráticas de Bolsonaro”, diz o jornal espanhol.
O argentino El Clarín afirma que a campanha de Bolsonaro se baseou nas denúncias contra a corrupção de governos petistas e contra a insegurança pública. Citando o discurso de Bolsonaro após a confirmação de sua vitória, o jornal destacou que o presidente eleito se comprometeu a "seguir a Constituição, a democracia e a liberdade", citou a Bíblia e disse que fará reformas para transformar o país em uma nação "grande, livre e próspera".
Líderes latino-americanos parabenizam Bolsonaro pela vitória

Agência Brasil








O presidente da Argentina, Maurício Macri, parabenizou Bolsonaro e defendeu a continuidade do trabalho entre as duas nações

Após o resultado das eleições presidenciais no Brasil, chefes de Estado de países latino-americanos se manifestaram pelas redes sociais cumprimentando o presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL), que venceu o segundo turno das eleições neste domingo (28) contra o candidato Fernando Haddad (PT).
O presidente da Argentina, Maurício Macri, parabenizou Bolsonaro e defendeu a continuidade do trabalho entre as duas nações. “Desejo que trabalhemos em breve juntos para o relacionamento entre nossos países e o bem-estar de argentinos e brasileiros”, escreveu no Twitter.
De forma institucional, o país vizinho também se manifestou, por meio ministério das Relações Exteriores da Argentina. O órgão lembrou que os “fortes laços” de amizade e cooperação fazem do Brasil um parceiro “estratégico indiscutível”.
“Essas eleições demonstram mais uma vez a força das instituições democráticas brasileiras. Renovamos nossa disposição de continuar trabalhando com o novo governo que surge da decisão do povo brasileiro para aprofundar os laços entre as duas nações”, declarou, por meio de nota à imprensa.
Sebastian Piñera, presidente chileno, também usou a rede social para convidar Jair Bolsonaro a ir ao Chile. Na mensagem, ele disse ter a certeza de que os países vizinhos vão trabalhar com “vontade, força e visão para o futuro” em prol dos “povos e da integração” dos dois países. “Felicito o povo brasileiro por uma eleição limpa e democrática”, disse.
Empossado recentemente, o presidente do Paraguai, Mario Abdo Benítez, parabenizou o povo brasileiro e o candidato eleito pelas eleições de hoje. “Queremos trabalhar juntos para democracias mais fortes na região, com instituições fortalecidas e sempre buscando a prosperidade de nossos povos”, escreveu.
Enrique Peña Nieto, presidente do México que deixará o cargo em dezembro, elogiou o processo eleitoral que culminou na vitória de Bolsonaro. “Em nome do povo e do Governo do México, parabenizo Jair Bolsonaro por sua eleição como presidente da República Federativa do Brasil, em uma jornada exemplar que reflete a força democrática daquele país”, disse.