segunda-feira, 29 de janeiro de 2018

EMPRESAS PRIVADAS TOMAM A DIANTEIRA PARA A EXPLORAÇÃO DE MARTE



Missão tripulada a Marte deflagra era espacial liderada por empresas privadas


Estadão Conteúdo








Uma nova era espacial já começou e deverá transformar cada vez mais as economias dos países e o cotidiano das pessoas nos próximos anos. Mas essa nova fase da exploração do cosmos - que os especialistas batizaram de New Space - é muito diferente da corrida espacial durante a antiga Guerra Fria. Se antes os atores principais eram os governos, movidos por interesses geopolíticos, agora os protagonistas são as empresas privadas, com foco no desenvolvimento econômico e tecnológico - e nos lucros.

Se a corrida espacial chegou ao ápice com a ida do homem à Lua e levou ao desenvolvimento de tecnologias que vão do GPS aos medidores de pressão sanguínea, do velcro ao código de barras e do laser às câmeras de celulares, a nova fase deverá culminar com uma jornada a Marte. E promete avanços sem precedentes em áreas como robótica, computação, impressão 3D, engenharia alimentar e telemedicina, além de projetos espantosos, como foguetes para viagens comerciais que chegariam ao outro lado do mundo em menos de uma hora.

Segundo a astrônoma brasileira Duília de Mello, professora da Universidade Católica de Washington, que colabora com projetos da Nasa, a missão tripulada a Marte, anunciada em 2016 pelo ex-presidente americano Barack Obama como próximo objetivo do programa espacial americano, funcionará como indutor de um modelo de gestão do programa espacial dos Estados Unidos, com foco em startups e investidores empresariais.

"Ainda estamos muito distantes da chegada a Marte, porque há muita tecnologia a ser desenvolvida para isso e os investimentos teriam de ser imensos. Nem os Estados Unidos têm fundos para isso. Precisamos ser realistas. Mas desde o governo Obama se começou a pensar na iniciativa privada para assumir papéis importantes na indústria espacial. A Nasa já fazia muitas colaborações com empresas, mas agora isso é uma diretriz oficial", disse ao Estado.

De acordo com o relatório Espaço Emergente, encomendado pela Nasa à consultoria Bryce Space em 2015, a tendência é de que a participação governamental nessas jornadas seja cada vez mais reduzida: a indústria espacial está se transformando rapidamente e a agência americana iniciou vários programas de parceria comercial para reduzir seus custos.

De acordo com Peter McGrath, diretor global de vendas da Boeing para assuntos relacionados à exploração do espaço, o papel das empresas no setor crescerá cada vez mais. "Somos parceiros da Nasa desde os primórdios da era espacial, mas, com um objetivo como a ida a Marte, os desafios e as oportunidades são muito maiores."
O engenheiro espacial brasileiro Lucas Fonseca, fundador da startup Airvantis - uma das inúmeras empresas que já estão faturando com a nova era espacial (mais informações nesta página) -, afirma que a iniciativa privada sempre teve participação importante nos programas espaciais, mas sua atuação era historicamente condicionada pelas demandas dos governos. "A indústria não tinha capacidade de propor um modelo comercial rentável e tomar a frente do processo. Isso mudou radicalmente nos últimos anos."

Entre 2000 e 2016, as startups espaciais atraíram investimentos de mais de US$ 16 bilhões e mais de 140 empresas espaciais foram fundadas e financiadas desde 2000. A informação é de um relatório sobre os investimentos em startups espaciais, também elaborado pela Bryce a pedido da Nasa e publicado em 2017. Segundo o documento, só em 2000, três novas empresas da área eram abertas a cada ano. Atualmente, a média é de 17 novas empresas por ano. Desde 2013, os voos espaciais tripulados comerciais receberam investimentos privados de US$ 2,5 bilhões. A própria Nasa investiu outros US$ 5,7 bilhões em parceiros comerciais privados, para que desenvolvessem capacidade de assumir as tarefas. Em 2011, a indústria espacial americana já empregava 240 mil pessoas em milhares de empresas.

De acordo com Fonseca, a empresa que deu o pontapé inicial no novo modelo de gestão da exploração espacial foi a SpaceX, fundada em 2002 pelo magnata Elon Musk com o objetivo ambicioso de reduzir os custos das viagens espaciais e permitir a jornada para Marte. Musk já assumiu as missões de envio de carga à Estação Espacial Internacional que partem do território americano - e poderá enviar tripulantes à órbita da Lua ainda este ano, com seu novo foguete. "Além de tecnologias, a SpaceX desenvolve um modelo de negócios que tem foco em baratear as missões espaciais. Ele já reduziu em cinco vezes os custos de lançamentos, por exemplo".


OPOSIÇÃO RUSSA FAZ PROTESTO ANTES DA ELEIÇÕES



Principal opositor de Putin, Navalny é detido em protesto no centro de Moscou

Agência Brasil










Manifestantes foram às ruas em várias cidades russas

O líder opositor Alexei Navalny foi detido neste domingo (28) no centro de Moscou, durante um protesto que pede um boicote às eleições presidenciais do próximo dia 18 de março. As informações são da Agencia EFE. "Me prenderam, mas não tem importância. Fui à (rua) Tverskaya. Não fiz isso por mim, mas por vocês e por nosso futuro", escreveu Navalny, que tinha convocado o protesto pelo Twitter.
Navalny percorreu ao lado de centenas de manifestantes a Rua Tverskaya, uma das principais do centro da capital do país, antes de ser preso. A polícia de Moscou informou que o opositor provocou os agentes para que eles o prendessem, segundo a emissora "Dozhd".
Milhares de pessoas estão reunidas na Praça Pushkinskaya, que divide a Rua Tverskaya em dois, apesar de um forte esquema de segurança montado para o protesto de boicote às eleições.
Cerca de 90 pessoas foram detidas em várias cidades da Rússia por participar de manifestações similares à da capital. O maior número de prisões ocorreu nas cidades de Khabarovsk, Kemerovo, Tomsk e Ufa.
O canal no YouTube Navalny Live transmite ao vivo imagens do protesto por toda a Rússia, apesar de a polícia de Moscou ter tentado interromper a transmissão após invadir a sede do Fundo de Luta contra a Corrupção, entidade liderada pelo opositor.
Os agentes prenderam cinco aliados de Navalny no local e esvaziaram o shopping onde está a sede da entidade com o pretexto de que havia uma bomba no edifício.
Os opositores afirmam que a polícia está procurando o novo centro de transmissão do Navalny Live para interromper a exibição dos protestos pela internet.
O Ministério do Interior da Rússia alertou que reprimirá "duramente" os protestos ilegais.
Navalny convocou as manifestações de hoje depois de ser proibido de disputar as eleições presidenciais, com o argumento de que tem antecedentes criminais. O opositor considera as acusações como um tipo de perseguição política.

BREXIT DO REINO UNIDO PODERÁ TER REVERSÃO



UE diz que 'porta está aberta' para o Reino Unido em caso de reversão do Brexit

Estadão Conteúdo






O comissário de Assuntos Financeiros da União Europeia, Pierre Moscovici, afirmou neste domingo (28) que "a porta está aberta" para o Reino Unido se o país quiser reverter o resultado do plebiscito de 2016 sobre deixar o bloco.

Em entrevista ao jornal Les Echo, Moscovici foi questionado sobre as relações entre a UE e os britânicos caso outra consulta popular sobre o Brexit seja realizada no Reino Unido. "A porta está aberta. Se os britânicos quiserem mudar de ideia, isso seria muito bem vindo", disse.

Recentemente, o ex-primeiro-ministro britânico Tony Blair disse ver 40% de chance de reversão no Brexit até março deste ano. Durante o Fórum Econômico Mundial, em Davos, Blair comentou que essa reversão poderia surgir do "bloqueio" do Parlamento a um acordo negociado pelo governo da premiê Theresa May com a UE, que poderia ser considerado ruim para o Reino Unido.

CAMPANHAS ELEITORAIS DE 2018 COM RECURSOS PÚBLICOS - UMA ABERRAÇÃO!!!!



Para especialistas, cúpulas ganham poder com novo fundo eleitoral

Estadão Conteúdo








Para Vitor Oliveira, da consultoria política Pulso Público, a questão poderia ser contornada com mais mecanismos de transparência

A maior concentração de recursos nas mãos dos dirigentes partidários é vista por especialistas como uma das principais falhas do fundo eleitoral aprovado pelo Congresso no ano passado. Na avaliação de cientistas políticos ouvidos pela reportagem, mesmo que o fim da doação empresarial represente menos dinheiro circulando nas campanhas, o poder dado às cúpulas partidárias para distribuir os recursos pode aumentar a "caciquização" da política.

"Antes os políticos com mais potencial eleitoral (ou que já eram detentores de mandatos) se movimentavam em uma lógica que era quase a de cada um por si. Ou seja, procuravam diretamente as empresas para financiarem suas campanhas. Com o fim desse tipo de financiamento, o peso dos partidos aumentou. O candidato, por mais potencial que tenha, vai precisar estar próximo da cúpula para sustentar a própria campanha", disse o cientista político Humberto Dantas, da Fundação Getulio Vargas (FGV).

Dantas chama a atenção para o fim que partidos médios e pequenos - agora com maior "poder de fogo" - vão dar aos recursos que receberão do fundo eleitoral. "Do lado dos partidos médios e pequenos, é preciso ficar atento com a forma como esses recursos serão usados para atrair esse ou aquele candidato na janela eleitoral."

Para Vitor Oliveira, da consultoria política Pulso Público, a questão poderia ser contornada com mais mecanismos de transparência. "Uma das grandes falhas na criação do fundo eleitoral foi o de não vincular o recebimento de valores a uma maior transparência interna, uma democratização partidária e regras de controle. Na forma como os partidos são geridos, fica claro que não vai existir equidade na distribuição desses recursos", afirmou.

"As cúpulas partidárias, que, normalmente, são encasteladas - e tem uma relação de poder muita clara com os diretórios municipais e estaduais -, vão direcionar o dinheiro para aqueles candidatos que estiverem mais alinhados com as lideranças", disse Oliveira.

Para o consultor, a situação é "ainda mais grave" nos partidos médios e pequenos. "Isso porque esses partidos são mais claramente controlados por indivíduos e famílias que, certamente, vão direcionar a distribuição dos recursos eleitorais para os candidatos de sempre."

Dirigentes

Do lado dos dirigentes políticos, o discurso é de que ainda é cedo para se tirar conclusões sobre possíveis distorções no financiamento eleitoral de campanhas.

"Como é uma regra nova, não dá para saber os efeitos disso. É um sistema que acabou sendo imposto, uma mudança radical na forma de fazer campanha. Acho que vai ser uma nova experiência, pode ser que cause distorção, mas ainda não dá para afirmar isso", disse o tesoureiro do PSDB, o deputado federal Silvio Torres (SP).

De acordo com o dirigente tucano, o partido investirá em novas formas de arrecadação para compensar, pelo menos em parte, a redução do valor que terá para fazer campanhas. "Estamos nos preparando para fazer arrecadação de pessoa física, via crowdfunding. Vamos fazer campanhas via redes sociais e outros meios de comunicação para ver se conseguimos engajar a sociedade nesse novo modelo", disse Torres.

Segundo levantamento do jornal O Estado de S. Paulo, no total, o PSDB terá quase R$ 800 milhões a menos para fazer campanha em 2018 em relação ao montante que teve disponível há quatro anos.

Na avaliação do presidente do PTB, o ex-deputado Roberto Jefferson, porém, "ninguém poderá dizer que não fez campanha por falta de dinheiro". "É uma experiência nova, mas os candidatos vão ter recursos para fazer campanha como tiveram em 2014. Não vai mudar o jeito de fazer campanha", disse.

O presidente do PTB afirmou ainda que, embora as cúpulas sempre tenham tido poder, desta vez terão uma influência ainda maior nas campanhas políticas. "A cúpula sempre tem poder. É claro que o comando partidário terá mais poder nestas eleições, até para fazer as alianças, os acordos. Nas eleições passadas, os candidatos tinham mais dinheiro que os partidos", disse Jefferson. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.