Relator começa
a analisar hoje teor da denúncia contra o presidente Temer
Heraldo Leite
Vou estudar o
processo dia e noite durante cinco ou seis dias. Só assim, manifestarei minha
posição”
O deputado federal
Bonifácio de Andrada (PSDB) deve desembarcar hoje em Brasília e se debruçar
sobre as 200 páginas do processo que contém a denúncia da Procuradoria-Geral da
República (PGR) contra o presidente Michel Temer. “Ainda não tenho conhecimento
do teor. Vou analisá-lo e terei cinco ou seis dias para elaborar um relatório
que deverá estar pronto até a próxima sexta-feira”, revelou na última sexta, de
Barbacena, sua cidade natal e onde passaria o fim de semana.
Bonifácio de Andrada
foi escolhido relator pelo presidente da Comissão de Constituição e Justiça
(CCJ), Rodrigo Pacheco (PMDB-MG). Para que o Supremo Tribunal Federal (STF)
possa julgar a denúncia, é preciso autorização da Câmara. E antes de ir ao
plenário, o assunto tem de passar pela CCJ. O deputado mineiro dará um parecer
pela aprovação ou rejeição da denúncia.
“O teor tem alguns
aspectos penais, mas o parecer será feito com base na constitucionalidade”,
informou o deputado, que foi professor de Direito Constitucional na PUC-Minas.
Suplente na CCJ,
Bonifácio de Andrada não votou na comissão, mas em plenário manifestou-se
contra o prosseguimento da primeira denúncia contra Temer, em agosto. Desta
denúncia, também são alvos, entre outros, os ministros Eliseu Padilha (Casa
Civil) e Moreira Franco (Secretaria-Geral).
Andrada negou que
estivesse em Barbacena a fim de fugir de eventuais pressões a respeito do seu
parecer. “Estou aqui sob recomendação médica. Estou com um problema no joelho e
o médico aconselhou-me a descansar um pouco”, justificou, acrescentando que
aproveitaria o tempo para estudar a parte teórica do processo.
Segundo ele, a análise deverá ser “puramente técnica”, e com base nos preceitos constitucionais, por envolverem tanto o presidente da República quanto ministros. “Vou estudar o processo dia e noite durante cinco ou seis dias. Só assim manifestarei minha posição”, afirmou.
Segundo ele, a análise deverá ser “puramente técnica”, e com base nos preceitos constitucionais, por envolverem tanto o presidente da República quanto ministros. “Vou estudar o processo dia e noite durante cinco ou seis dias. Só assim manifestarei minha posição”, afirmou.
História
O deputado faz parte da quinta geração de um clã que está envolvido com a política nacional desde 1821. O mais velho da Câmara dos Deputados comemorou 87 anos em maio, está no décimo mandato consecutivo. Em Barbacena circula a informação extra-oficial de que ele concorrerá a uma das duas vagas ao Senado no ano que vem.
O deputado faz parte da quinta geração de um clã que está envolvido com a política nacional desde 1821. O mais velho da Câmara dos Deputados comemorou 87 anos em maio, está no décimo mandato consecutivo. Em Barbacena circula a informação extra-oficial de que ele concorrerá a uma das duas vagas ao Senado no ano que vem.
Em 1984, época do
movimento das Diretas Já, era o líder do extinto PDS. No dia da votação da
emenda Dante de Oliveira (que restabelecia o voto direto para presidente da
República), não foi ao Congresso. Alegou que era a favor das diretas, mas não
poderia divergir do partido, que era contra.
Já na primeira
eleição presidencial pós-ditadura, em 1989, foi o vice na chapa do então
candidato Paulo Maluf, ainda pelo PDS. Ficaram em quinto lugar, quando foi
eleito Fernando Collor de Mello.