quarta-feira, 30 de agosto de 2017

AS OBRAS DO ACELERADOR DE PARTÍCULAS BRASILEIRO ESTÃO AMEAÇADAS DE PARAR POR FALTA DE VERBA



Sem recursos, obra do acelerador de partículas pode parar

Estadão Conteúdo







O melhor lugar para se proteger dos maus presságios que ameaçam a ciência brasileira parece ser o canteiro de obras do novo acelerador de partículas nacional - o Sirius, em Campinas. Com previsão de entrega para junho de 2018, o projeto segue a todo vapor, com máquinas e homens trabalhando intensamente dentro e fora de sua gigantesca estrutura em forma de disco voador, com 230 metros de diâmetro - quase a largura do Estádio do Maracanã. O telhado já está todo fechado, as paredes de blindagem do corredor do anel já estão sendo concretadas, e as peças do primeiro estágio do acelerador (onde os elétrons serão produzidos) acabam de chegar ao Porto de Santos.

Nem parece que a ciência brasileira está passando pela maior crise de sua história. Mas está: nem o Sirius nem o Laboratório Nacional de Luz Síncrotron (LNLS), que o abriga, nem o Centro Nacional de Pesquisa em Energias e Materiais (CNPEM), do qual o LNLS faz parte, estão imunes a essa crise. Como todos os outros institutos de pesquisa federais, o CNPEM não tem dinheiro suficiente para fechar o ano sem dispensar funcionários ou desligar máquinas. O centro tem recursos para mais dois meses. Depois disso, se não houver uma liberação de recursos por parte do governo federal, o CNPEM terá de paralisar as atividades.

"Temos uma reserva de contingência (de R$ 23 milhões) que dá para fechar", diz o diretor, Rogério Cerqueira Leite. "Fechar o ano?", indago. "Não", esclarece ele. "Para demitir todo mundo e fechar as portas."

O prejuízo disso seria tremendo para a ciência brasileira. O CNPEM é um conglomerado de quatro importantes laboratórios nacionais - de Biociências (LNBio), Bioenergia (CTBE), Nanotecnologia (LNNano) e Luz Síncrotron (LNLS) - e todos funcionam como "facilities". Ou seja, são laboratórios dotados de equipamentos caríssimos, de alta tecnologia, que servem a toda a comunidade científica brasileira e também à indústria nacional.

O orçamento aprovado no Congresso para o CNPEM este ano é de aproximadamente R$ 90 milhões, mas o centro só tem autorização para gastar R$ 54 milhões, em função do corte (contingenciamento) de 44% do imposto pelo governo federal ao orçamento do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC). Desses R$ 54 milhões, o CNPEM só recebeu, até agora, R$ 15 milhões. "Não temos dinheiro suficiente para chegar até o fim do ano, mas aguardamos novas liberações", disse Cerqueira Leite. "Estamos aflitos, mas não desesperados", completou, com otimismo. Os recursos disponíveis hoje, segundo ele, são suficientes para mais dois meses de salário dos quase 600 funcionários.

O CNPEM, diferentemente de outros institutos de pesquisa federais, funciona como uma Organização Social, o que significa que seus funcionários são contratados via CLT - não são servidores públicos - e o dinheiro dos seus salários sai do orçamento - não do Tesouro Nacional. Ou seja, o centro corre risco de ficar sem dinheiro, sem pesquisa e sem funcionários.

Cronograma em risco

O Sirius tem um orçamento próprio, vinculado ao Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), o que lhe confere uma certa blindagem da crise, mas não chega a ser uma imunidade. O orçamento previsto na Lei Orçamentária Anual para o projeto este ano é de R$ 325 milhões, mas esse valor já foi rebaixado para R$ 189 milhões (42% de contingenciamento).

E o pior é que, para cumprir o cronograma de terminar a obra e rodar o primeiro feixe de elétrons em junho de 2018, nem esse orçamento original basta. Além da liberação integral dos R$ 325 milhões previstos na lei orçamentária, o projeto precisa de mais R$ 180 milhões liberados para empenho até o fim do ano para não cair em atraso - o que implicaria encarecimento da obra, além do prejuízo científico, diz o diretor do LNLS, Antônio José Roque da Silva.

O custo total estimado do projeto é de R$ 1,8 bilhão, incluindo o prédio, o acelerador, a mão de obra e as 13 linhas de luz previstas para funcionamento até 2020. Essas "linhas" são as estações de pesquisa acopladas ao acelerador, onde os experimentos com a luz gerada pela aceleração dos elétrons no anel interno são executados.

Essa luz extremamente brilhante, chamada de "luz síncrotron", pode ser usada para estudar a estrutura molecular de diferentes materiais, como uma liga metálica ou um fóssil de milhões de anos (detalhes técnicos em http://lnls.cnpem.br/sirius/projeto-sirius/)

Projetado para ser uma das melhores fontes de luz síncrotron do mundo, o Sirius é um projeto 100% brasileiro, com cerca de 85% dos seus componentes produzidos e desenvolvidos totalmente no Brasil. "Não existe outro projeto de alta tecnologia no País com esse índice de nacionalização", destaca Silva. "Cada peça do Sirius exigiu um grau de desenvolvimento sem precedentes. Em alguns casos, sem precedentes no mundo."

Tudo isso pode ser colocado em xeque se o dinheiro não sair. Segundo Silva, há empenho do ministério. "Mas chegamos a um momento crucial."

Pouco dinheiro

O Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações enviou nota na qual "esclarece que atua junto aos Ministérios da Fazenda e do Planejamento pelo descontingenciamento de recursos". Até o fim do ano, a pasta tem apenas R$ 400 milhões em caixa para bancar toda a ciência nacional. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O FURACÃO E AGORA TEMPESTADE TROPICAL HARVEY CAUSA O MAIOR ESTRAGO NOS ESTADOS UNIDOS



Harvey atinge Louisiana hoje, cinco dias depois de chegar ao Texas

Estadão Conteúdo









A expectativa é que a tempestade avance e traga fortes chuvas a Louisiana

A tempestade tropical Harvey atingiu a região sudoeste do Estado norte-americano de Louisiana na manhã desta quarta-feira, cinco dias depois de chegar ao Texas na forma do furacão mais violento a afetar os EUA em 13 anos.

A expectativa é que a tempestade avance e traga fortes chuvas a Louisiana, antes de se encaminhar para Arkansas, Tennessee e partes de Missouri.

"À medida que essa coisa se mover mais para o interior durante o dia, será o fim do começo", disse o porta-voz do Centro Nacional de Furacões dos EUA e meteorologista Dennis Feltgen. "O Texas irá finalmente terá uma chance de superar a inundação, à medida que esse sistema se retirar".

Por enquanto, o nível de precipitação registrado está próximo do recorde dos EUA para uma tempestade tropical. As chuvas em Cedar Bayou, perto de Mont Belvieu, no Texas, chegaram a 132 centímetros. O recorde atual é de 133 centímetros, causado pelo ciclone tropical Hiki no Havaí, em 1950, antes de o território passar a integrar os EUA.

Já o número de pessoas mortas pelo Harvey chegou a pelo menos 18, segundo autoridades e familiares das vítimas. As três últimas mortes foram confirmadas no fim da noite de ontem. Fonte: Associated Press.

O BRASIL TEM 207,6 MILHOES DE HABITANTES



Brasil tem 207,6 milhões de habitantes, diz IBGE

Estadão Conteúdo








número superior aos 206 milhões registrados no ano passado

O Diário Oficial da União (DOU) traz nesta quarta-feira (30), as mais novas estimativas sobre a população brasileira feitas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). De acordo com os dados, o País já conta com mais de 207 milhões de habitantes, número superior aos 206 milhões registrados no ano passado. Em 2015, a população do País somava 204 milhões de pessoas. O número atualizado neste ano é de 207.660.929 habitantes.
O levantamento mostra que o Estado de São Paulo tem 45 milhões de habitantes. Roraima é o menos populoso, com 522,6 mil habitantes (0,3% da população total). O município de São Paulo reúne 12,1 milhões de habitantes, Rio de Janeiro 6,5 milhões e Brasília 3 milhões. Belo Horizonte aparece em 6º no ranking, com 2,5 milhões de habitantes.
Entre outros objetivos, as estimativas do IBGE são usadas para o cálculo das cotas do Fundo de Participação de Estados e municípios. Os dados têm data de referência em 1º de julho e estão organizados por Estados, Distrito Federal e municípios.

COLUNA ESPLANADA DO DIA 30/08/2017



Transição na PF

Coluna Esplanada - Leandro Mazzini

Nos altos corredores da sede da Polícia Federal em Brasília é dada como certa a posse de novo diretor-geral até fim de outubro. Um impasse trava a transição diante da disputa de três nomes para cargo maior do comando da mais prestigiada instituição federal junto à sociedade. O DG Leandro Daiello quer fazer o sucessor, e apadrinha o braço-direito Luiz Pontel. Os militares e o Gabinete de Segurança Institucional do Palácio apostam no linha-dura Rogério Galloro. E o ministro da Justiça, Torquato Jardim, tem simpatia pelo delegado Fernando Segóvia.
O mais cotado
Pelo prestígio que o general Sérgio Etchegoyen tem com o presidente Temer, Galloro é apontado como o potencial novo diretor da PF.
Transição
No dia 7 de julho a Coluna antecipou que começara a transição no comando da PF com movimentações discretas do diretor-geral junto ao ministro Torquato Jardim.
Saldão...
Encalhou a estratégia do Governo Federal de vender imóveis “para reduzir gastos e aumentar a arrecadação”. Dos 24 apartamentos e terrenos disponíveis desde maio, só quatro foram vendidos.
...Salgado
Como nas tentativas anteriores, os preços salgados travam as vendas. Os imóveis no Distrito Federal variam de R$ 500 mil a R$ 8 milhões. A grande maioria, anunciada no portal do Ministério do Planejamento, aparece com o carimbo de “vitrine”.
Diária$
Na contramão da cantilena de austeridade fiscal do Governo, mais de R$ 335 milhões saíram dos cofres da União para bancar diárias de servidores federais no período de janeiro até julho.
Abutres
A família e amigos do ex-senador boliviano Roger Molina pagaram o traslado e funeral. O Senado e o Governo de Pando, que ele já administrou, não deram um centavo.
Mistério
A Aeronáutica investiga o acidente aéreo que vitimou Molina em várias frentes: Falhas mecânicas propositais, combustível adulterado, alteração no motor ou falha humana.
Tem jeito
O presidente Temer vai à China com discurso ensaiado de retomada do crescimento. Ouviu muito o ex-presidente do BC, Gustavo Franco, que tem repetido: “Meu conselho: não desistam. Nós teremos muito mais oportunidades que encrencas no país”.
Dias contados
Sob fritura no PMDB, o ministro Antônio Imbassahy procurou caciques do partido – entre eles, o presidente Romero Jucá (RR) – para tentar se manter no cargo. O tucano tende a permanecer até o desembarque da segunda denúncia contra o presidente Temer.
Sem crise
R$ 5.900: foi o preço do ingresso cobrado para as palestras do 8º Congresso Internacional de Mercados Financeiros e de Capitais realizado em Campos do Jordão.
Estrelas
Pelas mesas de debate do evento passaram o presidente da Petrobras, Pedro Parente, o procurador da Lava Jato, Deltan Dallagnol, o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, e o senador Ronaldo Caiado (DEM-GO). Escrete que não recebeu cachê e, com certeza, fez valer o ingresso cobrado pela organização.
SSA
Um dos maiores desafios da Vinci, a concessionária que passou a administrar o aeroporto de Salvador (SSA), é desafogar enormes filas para o embarque. No domingo, entre 11h30 e 12h, havia 50 passageiros na fila do lado de fora do salão, e outros 100 contando passos para passar nos três pórticos antimetais. Houve correria e estresse.
Férias brazucas
Apresentador do telejornal da CNN e de maior audiência nos EUA, Anderson Cooper, o ‘Bonner’ americano, foi visto em passeio em Trancoso ontem, onde tem casa.
Ponto Final
Em tempos de cólera política e suspeições judiciárias, é preciso que os ministros das Cortes superiores sejam ministros, e menos pavões midiáticos.