sexta-feira, 21 de novembro de 2014

CLUBE DAS EMPREITEIRAS



Saiba como funcionava o clube de empreiteiras na Petrobras

Daniel Favero 

As empresas suspeitas de participação no esquema de desvio de recursos de obras da Petrobras criaram um clube, articulado com a diretoria da estatal, para organizar quem participaria e quem venceria as licitações. Mas como funcionava isso?
Ao menos sete empresas faziam parte do chamado “clube”, criado a partir do processo de cartelização das obras da Petrobras, que tomou força entre 2004 e 2006,  segundo consta nos depoimentos coletados no decorrer das investigações. Em comum, as empresas tinham o porte financeiro necessário para executar obras bilionárias.
“Na realidade o que acontecia dentro da Petrobras, principalmente mais a partir de 2006 pra frente, é um processo de cartelização (...) eu não tinha esse conhecimento quando eu entrei, em 2004, ficou claro pra mim dessa, entre aspas, 'acordo prévio', entre as companhias em relação às obras. Ou seja, existia, claramente, isto me foi dito por algumas empresas, pelos Presidentes das companhias, de forma muito clara, que havia uma escolha de obras, dentro da Petrobras e fora da Petrobras. Então, por exemplo, empre..., Usina Hidrelétrica de tal lugar, neste momento qual é a empresa que tá mais disponível a fazer?”, disse Paulo Roberto Costa, ex-diretor de abastecimento da estatal em seu depoimento.
O entendimento era de que as empresas que integravam o grupo tinham que fazer os pagamentos de propina para as diretorias da Petrobras. O clube seria responsável por decidir quais empresas deveriam ser convidadas para as licitações da estatal, sendo que a lista era entregue para Paulo Roberto Costa  e Renato de Souza Duque (ex-diretor de Engenharia e Serviços), apesar de eles não decidirem qual seria a escolhida.
Quem fazia o “meio de campo” entre as diretorias da Petrobras e o clube, de acordo com as investigações, era o presidente da UTC Ricardo Ribeiro Pessoa. Ele é apontado como o coordenador do cartel e responsável pelo pagamento de propinas a agentes públicos.
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“(Ricardo Pessoa) tinha papel de destaque também como coordenador do cartel de empreiteiras, sendo responsável inclusive pelo pagamento de propinas a agentes públicos”, diz o parecer do Ministério Público Federal que pediu a prisão preventiva do empresário.  
“Era ele quem convocava os representantes das empresas para as reuniões, entregava as listas para Renato Duque e estabelecia o contato direto com ele; que Ricardo Pessoa era ‘o meio de campo’, ‘o intermediário’ com Duque”, disse à polícia Augusto Ribeiro Mendonça Neto, ligado a empresa Toyo-Setal, após acordo de delação premiada.
Mas apesar de supostamente coordenar o clube, a UTC de Pessoa também participava de licitações. Em oito anos, as empresas do grupo firmaram contratos de mais de R$ 14 bilhões com a Petrobrás, sendo que atualmente estão vigentes negócios que somam mais de R$ 7 bilhões.
As investigações mostram Pessoa como alguém precavido. Tanto que nas vezes em que visitou o escritório do doleiro Alberto Youssef (um dos responsáveis pela distribuição do dinheiro para agentes polítivcos) ele se recusou a tirar foto na recepção ao se identificar.
Transporte do dinheiro
O doleiro Alberto Youssef era uma dos responsáveis pela distribuição do dinheiro. Ele recebia os recursos por meio de empresas de fachada e depois o distribuía entre os agentes políticos. Para isso ele contava com o apoio de subordinados que viajavam pelo País com maletas e sacolas recheadas de Reais, Dólares e Euros.
As investigações apontam ao menos três pessoas como as responsáveis por esse serviço: Adarico Negromonte (irmão do ex-ministro das Cidades e o único que ainda não se entregou à Justiça) o policial federal (agora afastado) Jayme Alves de Oliveira, conhecido como Careca, e Rafael Angulo Lopes.
A contabilidade apreendida com Alberto Youssef apontava que entre 2011 e 2012, Jayme teria transportado R$ 13 milhões, US$ 991 mil e 375 mil euros. “Ele atuava por delongado período de tempo, no transporte em espécie de grandes quantidades de dinheiro de procedência ilícita, para o que se utilizava  das facilidades de seu cargo de agente de polícia federal”, diz trecho do parecer do MPF.
Nos escritórios Youssef Adarico e Rafael eram vistos carregando sacolas e malas com valores de até R$ 700 mil segundo consta em um dos depoimentos.

CORRUPÇÃO



TÊM CONTRATOS QUE OS EMPREITEIROS SÃO CORRUPTORES E TÊM CONTRATOS QUE ELES SÃO CORROMPIDOS – É UMA PRÁTICA EXISTENTE NOS CONTRATOS COM OS ORGÃOS PÚBLICOS EM TODAS AS INSTÂNCIAS – A CORRUPÇÃO COMEÇA LÁ DE BAIXO INCLUSIVE NAS ESCOLAS PÚBLICAS ONDE NÃO DEVERIA EXISTIR.

Lava Jato: para Janot, é difícil acreditar nos empreiteiros

O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, contestará a posição dos empreiteiros investigados na Operação Lava Jato que disseram que pagaram propina por que foram "forçados" a participar do esquema. As informações são da Folha de S. Paulo. 
"Vamos combinar que nessa situação não existem néscios e nem papalvos [sinônimos pessoas ignorantes e enganáveis]. É muito difícil acreditar. Ninguém é obrigado a ganhar dinheiro e a lucrar com uma atividade ilícita. É uma tese que contestaremos", afirmou Janot. 
O procurador está atualmente em Buenos Aires, na Argentina, onde participa de um encontro de procuradores do Mercosul. 
"Sem propina, não tem obra"
O advogado Mario de Oliveira Filho, que defende o lobista Fernando Soares, conhecido como Fernando Baiano, investigado pela Operação Lava Jato, disse nesta semana que os empresários são "vítimas" de um esquema de propina que está na “cultura do País”. 
“O empresário, porventura, faz uma composição ilícita com algum político e paga alguma coisa. Se ele não fizer isso, não tem obra. Quem desconhece esse tipo de ação desconhece a história do País. Os empresários, que são os vilões, na verdade eles são vítimas de um esquema que está na cultura deste País. Ontem mesmo o presidente de uma grande empreiteira falou: ‘eu sou vítima, eu tive que pagar porque senão não pegava obra’. Eu duvido que um empresário entre numa situação qualquer se ele não estiver com a corda no pescoço, com a faca no pescoço", afirmou.

quinta-feira, 20 de novembro de 2014

ENERGIA FOTOVOLTAICA



Energia Solar Fotovoltaica

O termo fotovoltaico é o casamento de duas palavras: Foto, que tem sua raiz na língua grega e significa “luz” e Voltaico, que vem de “volt” e é a unidade de medição do potencial elétrico. Em outras palavras, produção de eletricidade a partir da luz.
Diferentemente do que muitos podem imaginar, os “painéis” vistos hoje em muitos telhados brasileiros não produzem eletricidade. Eles são na verdade coletores solares que captam a energia térmica do sol e a usam para aquecimento de água.
Os módulos fotovoltaicos, ao contrário dos coletores solares, utilizam a energia dispensada pelos fótons (as menores partículas da luz) para “empurrar” os elétrons de um lado para o outro. É essa movimentação de elétrons que gera eletricidade.
Apesar de existirem meios para transformar a energia térmica solar em energia elétrica, a utilização da energia fotovoltaica ainda é a forma mais direta para a conversão, além de ser a mais viável para pequenas unidades de geração. A produção de energia fotovoltaica pode ser facilmente integrada às edificações, o que viabiliza a aproximação entre geração e consumo de energia elétrica.
E esta forma de produzir eletricidade é ainda pouco comum no Brasil, sendo aplicada na maioria dos casos em projetos experimentais ligados às Universidades ou Centros de Pesquisa. Somente em 2011 que devem começar a ser instalados os projetos de maior escala no país, o que coloca a ELETROSUL no seleto grupo de pioneiros na aplicação do que muitos chamam da energia do futuro.

Como é possível gerar eletricidade a partir da luz?

A seguir é mostrada a teoria básica de funcionamento da geração de energia elétrica a partir da energia fotovoltaica.
As células fotovoltaicas são fabricadas com material semicondutor, ou seja, um material com características intermediárias entre um condutor e um isolante. A partir de um processo conhecido como dopagem é possível obter um material com elétrons livres ou com carga negativa, tipo N (em caso de dopagem com Fósforo); ou um material com características inversas, ou seja, falta de elétrons ou carga positiva, tipo P (em caso de dopagem com Boro).
A célula fotovoltaica é composta por uma camada de material tipo P justaposta a uma camada de material tipo N que, ao serem unidas, forma-se um campo elétrico próximo a junção. Quando ela é exposta à luz, a energia dos fótons da luz do sol permite que elétrons presentes na camada P consigam passar para a camada N, criando uma diferença de potencial nas extremidades do semicondutor. Se forem conectados fios às extremidades e estes forem ligados a uma carga, haverá um fluxo de corrente elétrica, fazendo os elétrons retornarem para a camada P, reiniciando o processo. Em resumo, a luz do Sol fornece energia para impulsionar os elétrons em um só sentido, estabelecendo assim, a corrente elétrica. A figura abaixo mostra como ocorre o Efeito Fotovoltaico:






                                                                                      Energia Fotovoltaica

Energia fotovoltaica é a energia elétrica obtida a partir de luz solar, e pode ser produzida mesmo em dias nublados. Todavia, quanto maior a intensidade de insolação, maior será a eletricidade produzida.
O processo de conversão da energia solar utiliza células solares que são constituídas de elementos semicondutores, por exemplo, de silício.
Quando a luz solar incide sobre uma célula solar, os elétrons do material semicondutor são postos em movimento, permitindo que uma corrente elétrica flua, bastando para isso que se tenha um circuito elétrico fechado conectado a um aparelho consumidor de energia, ou à rede elétrica.
O sistema solar fotovoltaico é diferente do sistema coletor solar térmico, no qual os raios de Sol são usados para gerar calor, geralmente para água quente na casa, piscina e ambientes.

Nova tecnologia que gera e armazena energia elétrica chega ao Sul de Minas
Em Andradas, 70% do consumo de uma família já é suprido pela novidade.
Sistema permite que excedente seja vendido para concessionárias.

Um novo sistema de geração de energia elétrica começa a ganhar espaço no Sul de Minas. Ao contrário das tradicionais placas solares, as chamadas placas fotovoltaicas não só geram como também permitem a armazenagem da produção para os períodos sem iluminação do sol e a venda da energia excedente para as concessionárias. Há dois anos, um empresário de Andradas (MG) usufrui dessa tecnologia.
O empresário Danilo Maximiliano Marcon foi apresentado às placas fotovoltaicas por um amigo eletricista. Instaladas no telhado de sua casa, as placas captam a luz solar e a transferem para um gerador, que converte a energia em eletricidade. Segundo Danilo, 70% da energia utilizada pela família todo mês vem do novo sistema.
"Eu percebo que é um sistema super confiável, que não dá trabalho, não gera barulho e não gera poluição", conta o empresário. "Durante o dia, eu gero mais energia do que consumo, então, eu mando para a Cemig (a concessionária que atende Andradas). À noite, eu pego essa energia de volta."
O investimento para a instalação do sistema é estimado em cerca de R$ 7 mil, mas, para a administradora de empresas de Poços de Caldas (MG) Cristina Monteiro Pereira, compensa. Ela acaba de instalar as placas e aguarda a chegada de um documento que regularize seu uso. "Na casa, toda a parte de tecnologia não chegou ao custo de 10% do valor total da construção. Vale a pena investir e ter a sua produção de energia elétrica", avalia.

Para usar o sistema de placas fotovoltaicas é preciso obter uma autorização da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). Segundo o órgão, 206 consumidores em todo o país têm homologado o uso da nova tecnologia.