quarta-feira, 11 de junho de 2014

A COPA CHEGOU A EMPOLGAÇÃO NÃO



TRISTE CONSTATAÇÃO! CONCORDAMOS COM O AUTOR DESSE EXCELENTE ARTIGO

A Copa chegou; a empolgação não!

Eduardo Costa

Ninguém ousa discutir a famosa frase de Nelson Rodrigues: “Somos a pátria de chuteiras”. Aqui, o futebol é mais que um esporte... Dizem até que a coisa mais importante entre as menos importantes. Então, por que a gente não está feliz a poucas horas de um dia tão esperado? Considerando que a maioria de nós não viu a Copa de 50 e não verá outra em solo brasileiro, por que as ruas não estão tomadas de bandeiras, roupas e adereços nas cores verdes e amarelas? Existem no mínimo um milhão de explicações, mas - com o devido lembrete de que sou apenas mais um palpiteiro - propõe esse modesto escriba a reflexão sob dois ângulos: a baixa na autoestima e a falta de liga entre os selecionados e os torcedores.

Primeiro, me incluo entre os que não veem os brasileiros indignados com a Copa, mas, com o nosso país, sem rumo, sem reformas, sem juízo e sem futuro animador. Não, não é uma crítica contra o PT, ou a presidenta Dilma; na verdade, estamos todos “por aqui” é com essa história de eleição de dois em dois anos, dentro de um sistema eleitoral viciado e a prática política voltada para a manutenção de privilégios. Até para conseguir um trator o prefeito tem de falar com a presidenta da República e, na hora de escolher os parlamentares que vai apoiar não opta pelo que pode defender a reforma tributária, mas, aquele que pode trazer alguma verba, uma obra, algo para iludir as massas e garantir reeleição de ambos. 
Temos um ritual de passar o cargo no Congresso Nacional e nas Assembleias Legislativas de pai prá filho ou genro que é algo inacreditável. É um faz de conta que nos empurra de volta ao time dos subdesenvolvidos, quando a gente acreditava estar em outro patamar, sonhava com pleno emprego, estabilidade, enfim, uma vida sem tanto sobressalto. Converse hoje com o taxista, o frentista, o economista... Não há uma pessoa animada, acreditando que 2015 vai ser um ano bom. E isso no país da alegria, do alto astral. Estamos com medo de chegar a cara na janela.

Não bastassem nossas tristezas, tem uma verdade incômoda: a falta de vínculos efetivos e afetivos com a maioria dos jogadores com a torcida mais empolgada do mundo. Quando excluímos Vitor, Jeferson, Fred e Jô não há qualquer jogador de Felipão defendendo clube brasileiro. Alguns, como Davi Luís, Hulk, Daniel Alves, Maxwell e Luís Gustavo a gente sequer viu jogar em gramados brasileiros antes de se tornarem famosos. Pense um pouco na seleção de 70, para não retroagir a 58 ou 62: Pelé, Tostão, Piazza, Clodoaldo, Jairzinho, Gerson e todos os outros eram adorados em seus clubes e, quando seguiram para o México, levaram outro tipo de afeto, de vibração... Um deles, Dario, era tão estimado que o general de plantão exigiu sua convocação. Sou daqueles que acreditam na corrente positiva e, como não há liga, paixão, admiração entre torcedores e jogadores esta pode ser a razão de tanto desânimo. Ah, e isso pode ser fatal porque uma Copa não oferece tempo para namoro e noivado antes do casamento.

terça-feira, 10 de junho de 2014

A EDUCAÇÃO E OS SEUS GASTOS



EDUCAÇÃO E OS SEUS GASTOS

Vejam como os gastos com a educação no Brasil não condizem com a realidade e matematicamente não fecham.  

O Programa Internacional de Avaliação de Alunos (Pisa) mostra que o Brasil gasta pouco e mal com educação. Gasta o equivalente a                         US$ 26.765 (64 mil) por aluno nas idades entre 6 e 15 anos esta quantia representa menos de um terço do que gastam os países desenvolvidos que é de US$ 83.382 (200.000 mil) por estudante.
Por esta falta de investimento em educação o Brasil aparece na 38ª posição dentre 40 países avaliados. Para corrigir esse absurdo o país resolveu aumentar seu gasto em educação de 5,7% do PIB para 10%. Mas, como todos os gastos que o Brasil faz, não aparecem os resultados esperados, as escolas reclamam que não têm verbas, não vemos progressos ou resultados, o dinheiro é consumido e as coisas não melhoram. 

Mas,  quanto gastam os países evoluídos com educação? Segundo dados do IBGE DE 2009:
1º Melhor Avaliado: Coreia do Sul 5%; 2º Japão 3,8%; 3º Cingapura 3,1º; 4º Hong Kong (sem dados Informados); 5º Finlândia 6,8%; outros países evoluídos:  EUA 5,4%; Reino Unido 5,6%; Austrália 5,1%; na América do Sul: Colômbia 4,7%; Argentina 6%.

Verificamos que não basta aumentar os investimentos em educação, somente, é necessário melhorar a gestão desses investimentos – se você tem um monte de professores, mal pagos, que não têm a preparação adequada para praticar um bom ensino, não adianta colocar mais dinheiro, pois isso não irá garantir um resultado melhor do que vem sendo alcançado. Todos sabemos que a destinação de verbas para educação no Brasil são mal investidas e o pior mal geridas. O principal investimento é a formação de professores que conheçam em profundidade a disciplina que ensinam e dominem as tecnologias para manter os alunos envolvidos com o conteúdo. Na situação atual, não adianta aumentar verbas, horário integral, extensão da carga horária e outras medidas paliativas que consomem todo o dinheiro investido e não dá resultados.
Se o Brasil quiser galgar o primeiro mundo, a primeira reforma será na educação para melhorar o ensino, mais aprendizagem e melhor aplicação das verbas públicas no ensino.

sábado, 7 de junho de 2014

NANOSATÉLITES



NANOSATÉLITES

Vocês sabem que existem nanosatélites? E que o nanosatélite brasileiro será lançado agora no mês de junho?
Mas, antes de falarmos sobre nanosatélites, vamos mostrar através de um ótimo artigo o que é “nanotecnologia”.

O que é nanotecnologia?

Hoje iremos falar de uma tecnologia que já faz parte da vida das pessoas há muito tempo: a nanotecnologia. Ela está presente em muitos componentes eletrônicos, desde computadores até aparelhos da medicina e outros tantos itens que possuem alta tecnologia. Se você ainda não conhece sobre esta tecnologia, talvez este artigo possa lhe esclarecer muito. Já para quem sabe a respeito da nanotecnologia, alguma coisa ainda pode ser novidade em nosso artigo.
O que é um nanômetro?
Na verdade, um nanômetro é uma medida como outra qualquer. Assim como você já deve conhecer o centímetro, o metro e o quilômetro, agora está na hora de ser apresentado ao nanômetro. Explicar com palavras o que é um nanômetro é simples, basta dizer que ele equivale a um bilionésimo de metro, mas isso não explica realmente o que é o nanômetro. Por isso, elaboramos uma imagem que dá uma ideia do quão pequeno é o nanômetro, confira.
Comparação entre grandezas
Bola de Futebol: 0,29 m (29 cm)
Lua: 3.474.800 m (3.474,8 km)
Moeda de cinco centavos: 0,012 m (1,2 cm)
Nanômetro: 0,000000001 m (1 nm)  
Imagine se pudéssemos aumentar medidas numa mesma proporção. Ao aumentar o nanômetro ele deveria ficar com o tamanho de uma bola de futebol. Em compensação, uma moeda de 1 centavo (que mede aproximadamente 1,7cm) seria maior do que a Lua. Ou seja, a relação entre um nanômetro e uma moeda de 1,2 cm, seria o mesmo que comparar uma bola de futebol com a Lua. Fantástico, não é mesmo?
Através desta comparação, fica bem claro o porquê da alta complexidade ao se trabalhar na escala de nanômetros. Essa tecnologia só existe em laboratórios e indústrias com equipamentos de alta precisão, afinal, são necessárias máquinas muito precisas para trabalhar com componentes tão pequenos, os quais são invisíveis aos nossos olhos.
Por que nanotecnologia?
Como é possível visualizar, o nanômetro não é uma partícula ou um componente da eletrônica, mas é apenas uma mera forma de medida. O nome nanotecnologia foi escolhido em decorrência do pequeno tamanho de vários itens utilizados para a construção de componentes inteligentes e de alta tecnologia. O nome nanotecnologia já foi citado há muito tempo atrás, quando os cientistas ainda estavam sonhando com algo de um tamanho tão minúsculo.
O termo “nanotecnologia” foi criado e definido pela Universidade Científica de Tóquio, no ano de 1974. Entre 1980 e 1990 muitas outras teorias foram elaboradas em cima da definição básica criada por um professor da Universidade de Tóquio. Finalmente, no ano de 2000 a nanotecnologia começou a ser desenvolvida em laboratórios e as pesquisas em cima desta tecnologia aumentaram significativamente, tanto que hoje ela é o centro das atenções em várias áreas da Ciência.
Como começou a nanotecnologia?
A primeira vez em que se falou em nanotecnologia já faz muito tempo. Um físico chamado Richard Feynman comentou em Dezembro de 1959 sobre um breve conceito desta tecnologia. Ele comentou a respeito do poder de manipulação de átomos e moléculas, algo que resultaria em componentes tão pequenos, que o homem nem poderia ver.
Onde é aplicada esta tecnologia?
Bem, a nanotecnologia é aplicada em mais de 800 produtos atualmente, contudo, vamos nos ater apenas aos que mais interessam. Como somos um site de tecnologia, não poderíamos deixar de falar do principal componente onde a nanotecnologia é utilizada: o computador. Os processadores de computador são, provavelmente, os componentes eletrônicos que mais se utilizam da nanotecnologia. No atual mercado encontram-se processadores de 45nm, os quais possuem uma tecnologia muito avançada para poder trabalhar em alta velocidade. Evidentemente, o processador não tem dimensões em nanômetros, mas as peças dentro dele são desta escala minúscula.
Além dos processadores, as placas de vídeo têm vários componentes nanoscópicos. Tanto NVIDIA como ATI possuem processadores gráficos (os famosos GPUs) elaborados com tecnologia nano. Vale frisar que cada novo modelo que sai, os GPUs ficam mais poderosos e ao mesmo tempo, tendem a utilizar uma tecnologia nano em menor escala. Algumas placas utilizam nanotecnologia de 90nm, já as placas mais modernas utilizam 55nm ou até menos.
Os vídeos games possuem tantos componentes internos, e tudo cabe em um espaço tão pequeno, que provavelmente se não fosse utilizada a nanotecnologia em vários desses componentes, eles seriam caixas enormes e pesadas. Graças aos componentes nanotecnológicos, os vídeo games tornaram-se incríveis e são verdadeiras plataformas de entretenimento.
A nanotecnologia continuará existindo?
Sem dúvida alguma esta tecnologia não deve desaparecer com facilidade, afinal, ela ainda não foi totalmente explorada. O Baixaki já divulgou inclusive dois artigos sobre futuros componentes que serão criados com nanotecnologia e que devem revolucionar a informática e a eletrônica.
Um dos artigos falava sobre o Memristor, o novo componente da eletrônica que deve utilizar a tecnologia para modificar totalmente o sistema de armazenamento e de memória dos computadores.
O segundo artigo mostrou o novo processador que a Intel está desenvolvendo, o qual deve trabalhar na escala de 22nm. Este novo processador ainda é apenas um projeto e está sendo desenvolvido aos poucos nos laboratórios da maior empresa de processadores do mundo. O novo CPU deve trazer 32 núcleos, um exagero no momento, mas certamente algo que será muito útil no futuro.
Em quais outras áreas a nanotecnologia pode ser útil?
Evidentemente, esta tecnologia não foi criada somente para ajudar na informática, mas para revolucionar de maneira geral em qualquer área onde fosse necessário. Atualmente, pode-se relatar a aplicação da nanotecnologia na Medicina, na Química, na Física quântica, nas indústrias que criam protótipos aeroespaciais, refinarias e muitas tantas outras áreas.
Na medicina, por exemplo, temos como exemplo aparelhos para diagnosticar determinadas doenças, as quais não podem ser detectadas apenas com base em sintomas e exames comuns. Além disso, a nanotecnologia é muito utilizada para criar remédios, afinal, trabalhar com componentes químicos de tamanho tão pequeno, exige uma tecnologia minúscula o suficiente.
Este artigo foi apenas uma introdução a nanotecnologia, pois caso fôssemos abordar o assunto com detalhes e explicações complexas, não caberia tudo em apenas uma página. Você já conhecia a nanotecnologia? Ficou maravilhado em saber sobre sua existência nos computadores? Comente a respeito, sua opinião é importante.
Agora vamos falar de nanosatélites através de vários artigos interessantes. 

José Monserrat Filho

A Era Espacial foi inaugurada por um pequeno satélite. O Sputnik-1, lançado pela ex-União Soviética em 4 de outubro de 1957, era uma esfera de 58 cm que pesava 83,6 kg. Voou durante 22 dias a uma altitude entre 228 e 947km, sem nenhuma função específica. Levava a bordo nada além de dois transmissores de rádio de 1 W, com duas longas antenas, operando entre 20,005 e 40,002 MHz e emitindo um único e obstinado - "bip,bip,bip" -, sintonizado por qualquer rádio-amador. Era, portanto, absolutamente inofensivo. Mas causou pânico nos EUA. Por quê?
Porque a parte mais importante desse lançamento espacial pioneiro não era o satélite. O Sputnik I não passava do "escada", como se diz em linguagem teatral, para o personagem principal, o foguete lançador (19 m de altura, dois estágios, 240 ton na decolagem) batizado com o nome de R7, o temido "Semyorka", que emergia no palco da política mundial, em plena Guerra Fria, como poderoso míssil balístico intercontinental, capaz de lançar ogivas nucleares no outro lado do Terra, ou seja, nos EUA, rompendo, assim, a decantada invulnerabilidade do território norte-americano.
Daí que um pequeno satélite, instalado nos ombros do gigante R7, gerou uma grande mudança global. As potências rivais tinham agora que sentar-se à mesa de negociações para discutir a nova situação geopolítica do mundo e atender, até onde permitissem seus planos estratégicos, aos ardentes anseios de paz de todo um planeta à beira da catástrofe nuclear.
Antes, dizia-se abertamente, o país que dominar o espaço, dominará o mundo. Inaugurada a Era Espacial por quem menos se esperava fosse capaz de tamanho feito, passou-se a apregoar o uso pacífico do espaço. Mas essa visão não durou muito. De certo modo, serviu para acalmar a opinião pública, alarmada com a ameaça da terceira guerra mundial, fadada a ser um choque de extermínio total. Apesar da perspectiva atordoante, a Guerra Fria não iria parar simplesmente porque os humanos tinham, enfim, chegado ao espaço.
Já em 1956, antes, portanto, do lançamento do Sputnik-1, os EUA aprovavam o projeto do primeiro satélite de reconhecimento, o Corona (resolução de 12m), que viria revolucionar os sistemas de inteligência a partir de 1960, substituindo o avião de espionagem U-2. Um desses aparelhos, pilotado por Francis Gary Powers, funcionário da CIA, foi abatido pela URSS e exibido no desfile de 1º de maio daquele ano. Em 1961, a URSS lançava seu primeiro satélite de reconhecimento, o Zenit (resolução de 10-15m).
A Guerra Fria crescia e se aperfeiçoava. Contudo, por acordo mútuo as duas grandes potências decidiram deixar de lado o espaço exterior como zona de conflito bélico - a mesma situação criada para a Antártida pelo Tratado de 1959, em vigor ainda hoje.
Não por acaso, apenas dez anos após o lançamento do Sputnik-1, o Tratado do Espaço, de 1967, foi capaz de proibir a colocação em órbita de armas de destruição em massa (nucleares, químicas e biológicas) e desmilitarizou totalmente a Lua e demais corpos celestes. Mas não logrou fechar o espaço para os voos suborbitais dos mísseis balísticos de grande alcance portadores de ogivas nucleares, nem para o emprego de outros tipos de armas, e muito menos regulamentar o chamado uso militar passivo do espaço (reconhecimento, comunicação, mapeamento, precisão de tiro etc.), de modo a impedir que ele vá além das ações de defesa e se torne uma forma de agressão.
Hoje, o uso de pequenos, micros e nano satélites é tendência universal sem volta. Os satélites militares são todos apresentados como sendo de defesa. Mas quantos o são efetivamente? E como adotar critérios imparciais e objetivos, reconhecidamente justos e válidos para toda a comunidade internacional, separando o joio do trigo? É aí que a porca torce o rabo.
Menores, mais rápidos, melhores e mais baratos (M-MR-M-MB). Assim são vistos hoje os pequenos satélites, sejam quais forem seus nomes - microsat, cubesat, cansat, nanosat, picosat etc. Suas vantagens não deixam qualquer dúvida. Eles podem ser desenvolvidos com infraestrutura simples e de baixo custo. Você gasta bem pouco para montar seu próprio pequeno satélite. Esse benefício não tem preço. As forças armadas de inúmeros países já sabem disso faz tempo. Os países em desenvolvimento também. Muitas universidades do mundo inteiro, idem. Pequenas e médias empresas, idem, idem. Jovens estudantes, inclusive de graduação e em especial os de engenharia, talvez tenham sido os primeiros a projetarem e lançarem pequenos satélites, não importando as dificuldades enfrentadas.
Estamos assistindo à invasão do espaço por enxames de pequenos satélites. Já se faz um único lançamento com dezenas deles. Eis alguns exemplos recentes:
Em 19/11/2013, 29 satélites, sendo 28 pequenos, foram lançados por um foguete Minotauro-1, dos EUA, a partir da base de Wallops. Um deles efetua missão de comunicação para a Força Aérea norte-americana. O lançamento custou 28,8 milhões de dólares - menos de um milhão por satélite, em média.
Dos 28 pequenos satélites, 11 eram de pesquisas incentivadas pela Nasa, entre eles o TJ3Sat, projetado por alunos do ensino médio da Escola Superior Thomas Jefferson para a Ciência e a Tecnologia, de Alexandria, Virgínia, EUA. Trata-se de um módulo sintetizador de voz que lê textos em voz alta e envia a gravação ao satélite para serem baixados pela Internet. A Escola Superior Thomas Jefferson, por sinal, oferece um curso especializado em nano satélites, junto com engenheiros da indústria espacial. Os 11 satélites têm forma cúbica com 10 cm de cada lado e volume de 0,95 litros. Pesam 1,36kg, no máximo, e cumprem missões científicas, tecnológicas ou educativas.
A iniciativa faz parte da 4ª missão "Decolagem Educativa de Nano Satélites", da Nasa. Dela participaram nove universidades norte-americanas (Alabama, Drexel, Florida, Hawai, Kentucky, Louisiana at Lafayette, New Mexico, St. Louis, Thomas Jefferson High School e Vermont) e o Centro de Pesquisa Ames da Nasa.
"Os avanços da comunidade de pequenos satélites estão permitindo acelerar o desenvolvimento das tecnologias de voo, que serão transferidos à indústria espacial", frisou Jason Crusan, diretor da divisão de Sistemas Avançados de exploração da Nasa e supervisor do programa. E anunciou: "Nossas futuras missões se apoiarão no trabalho desta comunidade". Para Leland Melvin, diretor associado de Educação da Nasa, tais satélites oferecem às "melhores e mais brilhantes mentes jovens" a chance "de descobrir a emoção da exploração espacial e, ao mesmo tempo, enfrentar os desafios tecnológicos e de engenharia".
Um dia depois desse lançamento múltiplo, seu recorde foi batido pela Rússia. Em 21/11, um foguete Dnepr lançou 32 satélites, a maioria deles cubesats, de carona com o satélite DubaiSat-2, de observação da Terra de 300kg, produzido pelo Instituto de Ciência e Tecnologia Avançadas dos Emirados Árabes Unidos.
Entre os cubesats, estavam os britânicos Funcube-1, de 1kg e 10 cm de altura, e os KHUSat 1 and 2, além de um cubesat peruano com um sensor de temperatura de 8 cm de altura e 97 gramas - o sensor de bolso (Pocket-PUCP), considerado o menor satélite funcional jamais posto em órbita da Terra.
O Funcube-1, criado pela Amsat-UK (Radio Amater Satellite Corporation do Reino Unido), leva a bordo um transponder que transmite sinais capazes de ser captados por escolares usando um simples receptor USB.
Detalhe curioso: o Funcube-1, ante as dificuldades de obter licença de acesso ao espaço no Reino Unido, só logrou voar graças às facilidades da lei dos Países Baixos. É como se fosse uma nave de bandeira holandesa. O uso de bandeira alheia, comum na marinha mercante, começa a chegar ao espaço. Os juristas espaciais tendem a rejeitar tal solução, pois ela pode confundir a definição do Estado Lançador que deve responder por eventuais danos causados a terceiros.
Os cubesats KHUS-1 e -2 (também chamados de Cinema-2 e -3) resultam da parceria entre três Universidades: da Califórnia, Berkeley, EUA; Kyung Hee, Coreia do Sul; e Imperial College, Reino Unido. Os satélites têm a missão de estudar o ambiente próximo da Terra e sua interação com o Sol. O famoso Imperial College, de Londres, contribuiu com um mini magnetômetro, batizado com o nome de "Mágico", que registra as condições na magnetosfera - as bolhas de linhas do campo magnético que envolvem o planeta e desviam muito da matéria lançada pelo Sol em nossa direção. O Cinema-1 foi lançado em setembro de 2012, o que significa que o projeto já tem mais de um ano.
Na Ásia, há também forte interesse pelos pequenos, micro e nano satélites. Não por acaso, a APSCO (Asia Pacific Space Cooperation Organization - Organização de Cooperação Espacial da Ásia Pacífico) promoveu em setembro passado, na capital da Mongólia, Ulan Bator, um curso sobre o estado d'arte dos pequenos, micros e nano satélites e suas tendências futuras, visando promover o desenvolvimento, a inovação e as aplicações desses satélites nos países membros - Bangladesh, China, Indonésia, Irã, Mongólia, Paquistão, Peru, Tailândia e Turquia.
Na África, cabe destacar o trabalho em curso na área dos pequenos satélites realizado na Nigéria, África do Sul, Marrocos, Egito, Gana, Sudão, entre outros.
Na América Latina, a Agência Espacial Brasileira (AEB) vem de propor na reunião de Bogotá, realizada em 29 e 30 de outubro passado entre agências espaciais da região, a criação da Aliança Latino-Americana de Agências Espaciais (ALAS), para coordenar programas e projetos de interesse comum, inclusive um de cooperação entre universidades da região para a construção de pequenos, micros e nano satélites.
A Organização das Nações Unidas (ONU), através de seu Escritório de Assuntos Espaciais, com sede em Viena, Áustria, tem sido muito ativa no apoio à formação de especialistas em tecnologias de pequenos, micros e nano satélites nos países em desenvolvimento. Desde 1971, há mais de 40 anos, portanto, o Programa de Aplicações Espaciais da ONU organiza workshops, seminários, simpósios e encontros de peritos, com caráter prático, para beneficiar o mundo mais carente.
Em 2009, o Escritório da ONU lançou a Iniciativa de Tecnologia Espacial Básica (Basic Space Technology Initiative - BSTI), para atender à demanda de pessoal especializado no desenvolvimento de pequenos, micro e nano satélites, inclusive com planos de criação da necessária infraestrutura de construção e testes, bem como o incremento da cooperação internacional e do conhecimento do direito que regulamenta tais atividades.
O mais recente simpósio da BSTI teve lugar na Universidade Zayed, na Cidade Acadêmica de Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, de 20 a 23 de outubro deste ano, e tratou de um tema que fala por si: "Missões de Pequenos Satélites para as Nações em Desenvolvimento". O evento conheceu 27 trabalhos, de 15 países, inclusive do Brasil - Fernando Stancato abordou o desenvolvimento de pequenos satélites no INPE.
"Os recursos naturais da floresta amazônica no Brasil, sobretudo os minerais e os de propriedades medicinais (ervas, cascas de árvores, seivas e raízes diversas), podem ser explorados com o emprego de micro e nano satélites" - afirmou Muhammad Shadab Khan, engenheiro indiano, no Simpósio sobre "Aplicações Inteligentes e Economicamente Eficazes de Micro e Nano Satélites nos Países em Desenvolvimento", organizado pela ONU e pelo Japão, em Tóquio, em 2012. Já pensamos nisso?
Nano lançadores à vista? O norte-americano Garrett Skrobot, considerado um pioneiro dos cubesats, confidenciou ao jornal "Space News" que, estimulado pelo "boom" dos micro e nano satélites, ele vem trabalhando com o Programa de Inovação em Pequenos Negócios da Nasa na busca de tecnologias para viabilizar nano lançadores. "Se tivermos nosso próprio sistema de lançamento, podemos programar lançamentos em pontos específicos no tempo requerido" - prevê Skrobot.
Vale notar que os países em desenvolvimento já começam a sentir a necessidade de contar com lançador próprio para seus pequenos, micro e nano satélites.
Uma razão para a miniaturização de satélites é reduzir o custo: satélites maiores e mais pesados requerem foguetes maiores e o custo de lançamento é mais elevado; satélites menores e mais leves podem ser lançados a bordo de veículos lançadores menores e mais baratos e, algumas vezes, podem ser lançados em conjunto. O lançamento pode ser feito em "piggyback", isto é, junto com um satélite maior em um grande foguete. Satélites miniaturizados podem ser projetados e construídos com um custo menor, o que favorece sua produção em massa, embora apenas satélites de comunicação e para posicionamento global utilizem "constelações" com dúzias de satélites. Essas constelações ou grupos de satélites muitas vezes é chamado de swarms.
Além do custo mais baixo, a principal razão para uso de satélites miniaturizados é a possibilidade de se realizar missões que um satélite maior não poderia fazer, tais como:
·         constelações (swarms) para uma comunicações envolvendo um fluxo baixo de dados;
·         usar formações para colher dados de múltiplos pontos;
·         inspeção orbital de satélites maiores;
·         pesquisas universitárias

Satélites maiores, geralmente usam foguetes à base de monopropelentes ou bipropelentes para propulsão e controles de altitude; esses sistemas são complexos e exigem uma quantidade mínima de volume/área de superfície para dissipar o calor produzido. Esses sistemas são usados em microsats maiores, enquanto que microsats menores e nanosats têm que usar propulsão elétrica, ou a base de gás comprimido, líquidos vaporizáveis (tais como o butano ou o dióxido de carbono) ou outros sistemas de propulsão inovadores que sejam simples, baratos e escaláveis.
Microsats podem usar sistemas convencionais de rádio in UHF, VHF, banda-S e banda-X para transmissão de dados, embora frequentemente satélites miniaturizados utilizem tecnologias mais recentes para se compararem aos grandes satélites. Satélites muito pequenos, como os nanosats e microsats menores podem carecer de fonte de energia ou tamanho suficiente para os grandes radio transponders, e vários inovadores sistemas miniaturizados de comunicação tem sido propostos, tais como receptores a laser, antenas especiais e redes de comunicação satélite-para-satélite. Poucas dessas propostas podem ser efetivamente usadas na prática.
A parte eletrônica precisa ser rigorosamente testada e modificada para uma maior miniaturização ou ser resistente ao ambiente espacial (vácuo, microgravidade, temperaturas extremas, e exposição à radiação). Satélites miniaturizados possibilitam testar novos hardwares com um custo relativamente baixo. Além disso, como a relação custo/risco das missões é muito menor, pode-se incorporar tecnologias de ponta, porém não testadas em condições espaciais, aos micro e nanosats, o que não seria conveniente de fazê-lo em missões mais caras, com menor apetite por riscos.

Um satélite é qualquer objeto que orbita ao redor de outro, que se denomina principal. Os satélites artificiais são naves espaciais fabricadas na Terra e enviadas em um veículo de lançamento. Os satélites artificiais podem orbitar ao redor de luas, cometas, asteróides, planetas, estrelas ou inclusive galáxias. Depois de sua vida útil, os satélites podem ficar orbitando como lixo espacial, até que reentrem na atmosfera terrestre, ou podem ser direcionados, através do uso de propulsores, ao espaço profundo.
Os satélites artificiais podem ser catalogados ou agrupados segundo sua massa, como mostrado abaixo:
  • Grandes satélites: cujo peso seja maior a 1000 kg;
  • Satélites médios: cujo peso seja entre 500 e 1000 kg;
  • Mini satélites: cujo peso seja entre 100 e 500 kg;
  • Micro satélites: cujo peso seja entre 10 e 100 kg;
  • Nano satélites: cujo peso seja entre 1 e 10 kg;
  • Pico satélite: cujo peso seja entre 0,1 e 1 kg;
  • Femto satélite: cujo peso seja menor a 100 g.