sábado, 22 de março de 2025

ANISTIA AMPLA GERAL E IRRESTRITA PARAO 8/1

 

História de Clarissa Pacheco – Jornal Estadão

Texto atualizado às 8h35 de 22 de março de 2025 para incluir explicação sobre caso dos vereadores

Era uma terça-feira, dia 28 de agosto de 1979, quando o último dos presidentes do regime militar brasileiro, João Figueiredo, assinou a Lei 6.683/1979, conhecida como Lei da AnistiaEla perdoava todos os crimes políticos ou conexos a eles cometidos entre 2 de setembro de 1961 e 15 de agosto de 1979 – o que significava que todos aqueles que tinham tido seus direitos políticos suspensos e que tinham sido punidos até aquele momento pelos Atos Institucionais e Complementares da ditadura militar estavam livres.

No último domingo, 16, a orla de Copacabana, no Rio de Janeiro, recebeu uma manifestação em favor da anistia para os envolvidos nos atos antidemocráticos de 8 de janeiro de 2023 e para o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), denunciado por tentativa de golpe de Estado. Logo depois, uma frase escrita numa cartolina se espalhou feito mantra nas redes sociais: “Anistiados de 1979 são os ditadores de hoje”.

Outras postagens fazem comparações entre os dois momentos históricos e mostram o presidente Luiz Inácio Lula da Silva usando uma camisa pró-anistia durante a ditadura. Há até quem alegue que a lei de 1979 alcançou apenas os militantes de esquerda contrários ao regime militar, sem perdoar os agentes da ditadura — o que é falso.

O banco de dados Anistiados Políticos, da Comissão Nacional de Anistia, aponta que, dentre os 39.960 requerimentos de anistia deferidos até dezembro do ano passado, 4.514 contemplaram membros das Forças Armadas. Outros 277 anistiaram integrantes de Forças Auxiliares, como Polícia Militar, Bombeiros e Guardas, e 53 alcançaram membros das polícias Civil, Federal e Rodoviária Federal.

Aqueles que atuaram diretamente na militância em organizações de resistência à ditadura são menos numerosos: são 356 militantes anistiados, além de outros 281 integrantes do Grupo dos Onze – uma organização de esquerda.

Entre os anistiados também há professores (586), camponeses (354), jornalistas (340) e bancários (217), dentre outros grupos profissionais perseguidos durante o regime (veja mais abaixo).

Mas, afinal, o que foi a Lei da Anistia de 1979, por que o caso dela é diferente da situação mais recente e por que, além dos perseguidos, os algozes da ditadura também foram perdoados? O Verifica conversou com especialistas para entender como se deu o perdão político no final do regime militar brasileiro ocorrido de 1964 a 1985.Torcida do Corinthians com faixa com os dizeres "Anistia ampla, geral e irrestrita" antes da partida contra o Santos, válida pelo Campeonato Paulista, realizada no estádio do Morumbi,São Paulo, SP. 11/02/1979. Foto: Domício Pinheiro/ Estadão

Torcida do Corinthians com faixa com os dizeres “Anistia ampla, geral e irrestrita” antes da partida contra o Santos, válida pelo Campeonato Paulista, realizada no estádio do Morumbi,São Paulo, SP. 11/02/1979. Foto: Domício Pinheiro/ Estadão

Como começou a luta pela anistia na ditadura?

A Lei da Anistia de 1979 não é a única deste tipo no Brasil, e sim a mais recente. Talvez seja a mais importante, junto com a lei que perdoou os adversários de Getúlio Vargas durante o Estado Novo e os implicados na Intentona Comunista, de 1935.

De acordo com o historiador Carlos Zacarias de Sena Júnior, professor da Universidade Federal da Bahia (UFBA), as anistias no Brasil começaram no século XIX e foram bastante significativas no período da República.

Normalmente, começavam a ser pleiteadas cedo, o que não foi diferente na ditadura militar de 1964 a 1985. “Um movimento pela anistia se coloca já em 1964, haja vista que o regime militar perseguiu opositores e cassou direitos. Então a anistia é reivindicada logo em seguida”, disse.

O historiador Felipe Duccini, que pesquisa anistia no Brasil e é autor do livro A luta pela anistia na Bahia, cita como exemplo de uma das primeiras vozes a favor da anistia o jornalista, intelectual e militante católico Alceu Amoroso Lima, que escrevia com o pseudônimo de Tristão de Athayde. Segundo ele, neste primeiro momento, pedir anistia não significava, necessariamente, ser contra a ditadura.

Mesmo assim, a pauta não vingou porque o regime se tornou mais violento, especialmente a partir de 1968, com o Ato Institucional (AI) 5, que suspendeu direitos e abriu caminho para o endurecimento da repressão. Assim, o movimento pela anistia só voltou a ganhar força uma década após o início da ditadura, quando o general Ernesto Geisel assumiu o poder e começou a falar em uma abertura “lenta, gradual e segura”.

“Os movimentos sociais se sentem relativamente impulsionados e seguros para fazer essa movimentação pela anistia, então surge o Movimento Feminino pela Anistia (MFPA), que tem em Therezinha Zerbini a figura mais notável”, afirmou Zacarias.

Therezinha era casada com um militar, o general do Exército Euryale Zerbini, que foi cassado pela ditadura logo no início do regime, pelo AI-1. Ele havia se declarado legalista e contra o golpe de 1964.

De acordo com Felipe Duccini, Therezinha aproveitou o protagonismo feminino do ano de 1975, declarado pela Organização das Nações Unidas (ONU) como Ano Internacional da Mulher, para lançar um manifesto pela anistia e fundar o MFPA.Therezinha Zerbini chegou a ficar presa durante seis meses em 1970, período em que conviveu com a hoje presidente Dilma Rousseff no Presídio Tiradentes Foto: Fernando Pereira/Secom SP

Therezinha Zerbini chegou a ficar presa durante seis meses em 1970, período em que conviveu com a hoje presidente Dilma Rousseff no Presídio Tiradentes Foto: Fernando Pereira/Secom SP

Quem se organizou a favor de uma anistia?

O Movimento Feminino pela Anistia cresceu com a criação de diversos núcleos estaduais, e em 1978 foi formado o Comitê Brasileiro pela Anistia (CBA). Segundo Duccini, após a criação do CBA, o lema “Anistia Ampla, Geral e Irrestrita” se popularizou, embora houvesse divergências e visões diferentes sobre o que se esperava da anistia.

Mesmo com as divergências, a mobilização ganhou fôlego ao longo dos anos 1970. Cartazes em favor da anistia pediam “a liberdade imediata dos presos políticos, a volta de todos os exilados e esclarecimentos sobre os mortos e desaparecidos”.

Manifestações se espalharam pelo Brasil e até um show de Caetano Veloso em Salvador, no Teatro Vila Velha, marcou a campanha. Em 1978, apoiadores da anistia colhiam assinaturas a favor da pauta em eventos culturais.

O historiador Paulo César Gomes, fundador do site História da Ditadura, relembra a mobilização popular no Brasil e no exterior pela anistia. “Os debates pela anistia começaram a representar primeiro os mortos e desaparecidos. Depois, as pessoas que estavam presas, e havia muitos presos quando a lei foi promulgada”, apontou.Cartaz pedia anistia "ampla, geral e irrestrita" na década de 1970 Foto: Reprodução

Cartaz pedia anistia “ampla, geral e irrestrita” na década de 1970 Foto: Reprodução

Em que momento os algozes da ditadura também foram incluídos na anistia?

Com o passar do tempo, o Movimento pela Anistia alcançou amplos setores da sociedade e se tornou o primeiro movimento social de relevância durante a ditadura militar. Isso, é claro, chamou a atenção do regime.

“A partir do momento que o regime militar percebeu que a anistia se tornou a principal pauta da discussão política e que a oposição estava avançando consideravelmente com essa pauta, o general Figueiredo encaminhou ao Congresso Nacional uma proposta de anistia considerada aceitável pelas Forças Armadas”, apontou o historiador Duccini.

A proposta de Figueiredo não anistiava os condenados por crimes de terrorismo, assalto, sequestro e atentado pessoal, considerados crimes de sangue e atribuídos aos opositores do regime. Ao mesmo tempo, a lei dizia que quaisquer crimes conexos com os crimes políticos estavam anistiados.

“Isso foi interpretado como suficiente para isentar os responsáveis pelas mortes e torturas do regime”, completou o pesquisador.

Zacarias lembra que, como o Congresso Nacional na época era dominado pela Arena, partido formado por aliados do regime militar, os agentes da ditadura foram incorporados ao projeto de anistia e o Congresso acabou votando uma lei que contemplava tanto vítimas como algozes.

“A correlação de forças não permitiu que aqueles que reivindicavam uma anistia ampla, geral e irrestrita interditassem os militares de serem contemplados”, disse o historiador. “Naquele contexto, os militares foram incorporados por decisão dos próprios militares, que salvaguardaram a eventualidade de serem punidos em seguida”.

Para Paulo César Gomes, isso significou dar certa equivalência entre as pessoas perseguidas pelo regime e os que violaram os direitos humanos em nome do Estado.

No final das contas, o primeiro artigo da Lei da Anistia de 1979 concedeu perdão a todos os que cometeram crimes políticos ou conexos entre 2 de setembro de 1961 e 15 de agosto de 1979.

O perdão se estendeu “aos que tiveram seus direitos políticos suspensos e aos servidores da Administração Direta e Indireta, de fundações vinculadas ao poder público, aos Servidores dos Poderes Legislativo e Judiciário, aos Militares e aos dirigentes e representantes sindicais, punidos com fundamento em Atos Institucionais e Complementares”.

Quantas pessoas foram beneficiadas pela anistia?

Não há um número fechado de pessoas beneficiadas, uma vez que ainda há requerimentos sendo analisados – até 4 de março deste ano, eram 4.836 pedidos aguardando análise pela Comissão de Anistia. O jornalista Vladimir Herzog, por exemplo, morto pela ditadura em outubro de 1975, foi reconhecido como anistiado apenas no último dia 18, 50 aos depois de seu assassinato.O jornalista Vladimir Herzog na época em que trabalhou no Estadão; ele foi morto em 1975 e anistiado somente em março de 2025 Foto: Jacques Mezger/Instituto Vladimir Herzog

O jornalista Vladimir Herzog na época em que trabalhou no Estadão; ele foi morto em 1975 e anistiado somente em março de 2025 Foto: Jacques Mezger/Instituto Vladimir Herzog

Atualmente, a Comissão de Anistia mantém uma planilha com informações de Anistiados Políticos no site de Dados Abertos do Governo Federal. Lá, é possível consultar o status de cada pedido, o nome dos anistiados e a que grupo eles pertenciam.

Até dezembro do ano passado, eram 80.357 pedidos de anistia, dos quais 39.960 tinham sido deferidos. Destes, 4.514 beneficiaram militares das Forças Armadas, mas isso não quer dizer que todos eles foram agentes da ditadura.

Segundo a historiadora Carolina Rezende, doutoranda em História no Centro de Pesquisas Históricas da Escola de Estudos Superiores em Ciências Sociais, em Paris, e na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), os dados sobre militares anistiados são restritos.

“Muitos militares foram cassados e muitos fizeram pedidos de anistia, mas você não vai encontrar dados de militares responsáveis por violações de direitos humanos”, afirmou. “Porque simplesmente o Poder Judiciário interpretou que a anistia de 1979 significava o perdão, o esquecimento dos crimes da ditadura e impedia a responsabilização quando havia ação”.

Os números da Comissão de Anistia englobam, em tese, anistiados políticos de 1946 a 1988 – um período entre Constituições. O Verifica procurou o Exército, a Marinha e a Aeronáutica, individualmente, para saber o número de anistiados em cada uma das forças, mas só o Exército e a Marinha responderam até a publicação desta reportagem. Há 313 anistiados ainda vivos no Exército e 489 na Marinha.

Há, ainda, entre os pedidos deferidos, vereadores (22.102), funcionários de empresas públicas e de economia mista (4.432), funcionários de empresas privadas (1.485), estudantes (1.113), categorias profissionais diversas (1.220), militantes de organizações de resistência à ditadura (356), menores perseguidos (153) e servidores da administração pública direta (600).

Carolina Rezende observa que o número de vereadores é tão alto porque um dos atos institucionais da ditadura estipulava que os vereadores não teriam mais remuneração. Na Lei da Anistia de 1979, um artigo dizia que eles tinham direito a contar o mandato como tempo de serviço para a aposentadoria, daí o número tão elevado.

Quanto ao total de requerimentos de anistia, Rezende lembra que o número de pedidos é muito maior – mais de 80 mil, atualmente – e que o fato de muitos deles terem sido negados não significa que as pessoas não foram perseguidas.

“Muitas vezes existe uma dificuldade em apresentar provas de perseguição política, como acontece muito em caso de trabalhadores demitidos por participar de greves, como aconteceu com petroleiros”, sinalizou.

Por que a sociedade brasileira aceitou o perdão aos militares?

De acordo com o historiador Carlos Zacarias, muitas pessoas na época, inclusive grupos de esquerda, queriam “passar uma borracha” no passado.

“Havia setores que pretendiam que o regime militar ficasse para trás e que o Brasil se reencontrasse com a democracia”, disse. “Eles entendiam que esse reencontro passaria por passar uma borracha no passado, não acalentar ressentimentos, não buscar revanchismos”.

Apesar disso, mesmo após a lei de anistia, houve diversas tentativas de responsabilização, sem sucesso. Para quem segue tentando punição aos integrantes do regime militar, aponta Zacarias, é impossível enxergar a anistia como esquecimento.

“São as vítimas diretas da ditadura, os perseguidos políticos, os que sofreram tortura, os familiares de mortos e desaparecidos”, lembrou. “Essas pessoas não podem esquecer e foram elas que, nesse primeiro momento, acusaram e permaneceram lutando para que essa anistia que tinha sido aprovada pela lei 6.683 não permanecesse dessa forma”.

De acordo com o relatório final da Comissão Nacional da Verdade, foram 434 mortos e desaparecidos e 6.016 torturados durante a ditadura. Porém, o próprio documento indica que o número pode ser maior.

É possível reverter o alcance da lei de 1979?

O texto da Lei da Anistia de 1979 não incluía nenhum tipo de reparação pela perseguição aos anistiados, nem mesmo financeira. Na Constituição de 1988, a anistia foi contemplada no artigo 8º do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias. Neste momento, ela aparece como um direito do perseguido político de 1946 a 1988.

Mais tarde, em 1995, no governo de Fernando Henrique Cardoso (PSDB) é publicada a Lei 9.140, conhecida como Lei dos Mortos e Desaparecidos, que estabelece uma reparação pecuniária aos familiares dessas pessoas.

Também sob FHC, em 2002, a Lei 10.559 estabelece um cálculo para indenização aos anistiados que foram perseguidos, perderam seus empregos, suas vagas em universidades etc.

Apesar das tentativas, não houve reinterpretação por parte do Poder Judiciário sobre o alcance da Lei de Anistia de 1979. Ou seja, para a Justiça, os militares que participaram de violações de direitos humanos continuaram a não ser punidos.

Hoje, o Supremo Tribunal Federal (STF) analisa dois casos de repercussão geral que tratam do tema. Há quem acredite que é possível, sim, haver uma reinterpretação da lei.

O primeiro caso, que tem o ministro Flávio Dino como relator, envolve uma denúncia do Ministério Público Federal no Pará contra os tenentes-coronéis do Exército Lício Augusto Ribeiro Maciel, acusado de matar, em 1973, “mediante emboscada e por motivo torpe”, três opositores ao regime militar e de ocultar seus restos mortais, e Sebastião Curió Rodrigues de Moura, acusado de atuar na ocultação dos cadáveres entre 1974 e 1976.

O entendimento de Dino foi de que o STF deverá analisar o alcance da Lei de Anistia de 1979 sobre crimes permanentes. Para ele, a ocultação de cadáver não é um crime encerrado, e sim uma ação que se prolonga no tempo.

“A manutenção da omissão do local onde se encontra o cadáver, além de impedir os familiares de exercerem seu direito ao luto, configura a prática do crime, bem como situação de flagrante”, disse. A posição foi acompanhada pelos demais ministros.

Outro caso que também pode provocar uma reinterpretação na lei diz respeito ao assassinato e desaparecimento de Rubens Paiva. O relator do caso no STF é o ministro Alexandre de Moraes, para quem os crimes de sequestro e cárcere privado também são permanentes e não devem ser abrangidos pela Lei da Anistia.

Para Zacarias, há boas chances de uma reinterpretação. “Eu acho que há já uma percepção da sociedade de que nós não podemos seguir adiante sem rediscutir os termos da Lei da Anistia, a forma como ela foi implementada, o benefício que ela concedeu aos agentes da ditadura”, disse. “Acho que o reforço da vitória do filme Ainda Estou Aqui no Oscar é muito importante”.

Paulo César Gomes acredita que, se houver uma reinterpretação da lei de anistia, será mesmo agora. “Do ponto de vista mais analítico e menos opinativo, com todas essas movimentações jurídicas depois do 8 de Janeiro, se a Lei da Anistia não for reinterpretada neste momento, dificilmente vai ser em outros”, opinou.

Leia também

Quais as diferenças entre a anistia de 1979 e os casos do 8 de Janeiro de 2023?

Uma das principais pautas de apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro tem sido a anistia aos envolvidos nos atos antidemocráticos de 8 de janeiro de 2023. O Verifica consultou juristas sobre o assunto, e eles apontam que, dificilmente, crimes contra o Estado Democrático de Direito seriam anistiados.

O advogado Henrique Attuch, criminalista do Wilton Gomes Advogados, diz que há crimes que a Constituição proíbe anistiar.

“De forma expressa, a Constituição Federal delimita que apenas os crimes de tortura, tráfico ilícito de entorpecentes, terrorismo e os denominados hediondos não são suscetíveis de anistia”, listou. “Contudo, em razão de uma questão de coerência interna do texto constitucional, entendo que também os atentados contra a ordem democrática não podem ser anistiados”.

Segundo ele, os legisladores constituintes, que fizeram a Constituição de 1988 em verdadeira contraposição ao regime político anterior, estruturaram o Estado Democrático de Direito a partir de princípios que devem se manter inabaláveis.

“Assim, não faria sentido interpretar a Constituição de modo a concluir cegamente que ela dispensaria um tratamento menos gravoso àqueles que atentem contra sua própria existência”, disse.

O também advogado Belisário dos Santos Júnior, sócio de Rubens Naves Santos Jr. Advogados e ex-secretário de Justiça do Estado de São Paulo, aponta que não há sentido em comparar a anistia concedida aos perseguidos pela ditadura militar e a pleiteada hoje pelos envolvidos no 8 de Janeiro.

“Essa anistia de 1979 e depois a anistia da convocação da Constituinte de 1985, elas vêm no entorno de uma transição para o regime democrático”, citou. “Essa transição olha para os crimes políticos praticados por oponentes do regime autoritário com benevolência, porque a situação já mudou. Aquelas pessoas já se incorporaram à vida normal e aqueles crimes nem são mais considerados crimes”.

Não é este o caso do 8 de Janeiro, segundo Belisário. “A anistia que hoje se pede é para para crimes praticados contra o Estado Democrático de Direito”, lembrou.

“Ninguém duvida que nós vivemos uma democracia. Nós não estamos vivendo nenhuma transição”, afirmou. “Os crimes (cometidos no 8 de Janeiro) hoje ainda são considerados crimes e, portanto, não podem ser anistiados”, disse.

sexta-feira, 21 de março de 2025

TRUMP AVISA QUE NÃO VAI CUMPRIR DETERMINAÇÃO JUDICIAL QUE ATRAPALHA O EXECUTIVO

 

História de Notas & Informações – Jornal Estadão

Recentemente o presidente dos EUA, Donald Trump, parafraseou Napoleão em suas redes sociais: “Quem salva o seu país não viola nenhuma lei”. Mas o que acontece se o Judiciário discordar? Nos quase 250 anos da república norte-americana, este nunca foi um problema, porque nenhum presidente desobedeceu a uma ordem judicial. Mas Trump, o primeiro criminoso condenado a exercer a Presidência americana, veio para destruir as tradições – e, com elas, o Estado de Direito, o esteio da república. Em seu segundo mandato, Trump está testando como nunca os limites do Poder Executivo, e o risco de um impasse constitucional é cada vez maior.

No caso mais recente, que certamente não será o último, Trump invocou uma lei de 1798 para deportar membros de uma gangue venezuelana para El Salvador. A mencionada lei, que só se presta a tempos de guerra e foi aplicada pela última vez na Segunda Guerra Mundial, permite expulsar inimigos estrangeiros. Segundo o governo, a medida se justifica porque a tal gangue venezuelana está em “guerra” contra os EUA.

Não foi o que entendeu um juiz federal, que ordenou o cancelamento da deportação até que os referidos estrangeiros tivessem o tratamento judicial consoante o Estado de Direito – isto é, que fossem submetidos ao devido processo legal, em que cada um sabe exatamente do que está sendo acusado e pode se defender. Nada disso aconteceu: nem os acusados tiveram qualquer chance de se defender, nem a ordem do juiz foi obedecida. Os deportados foram enviados para as masmorras de El Salvador, governado por Nayib Bukele, aquele que reduziu a criminalidade no país acabando violentamente com o Estado de Direito. Não à toa, Trump celebrou seu colega salvadorenho: “Não esqueceremos!”.

Oficialmente, o governo Trump afirma que não desobedeceu a ordem nenhuma, mas o responsável pela política de imigração dos EUA, Tom Homan, foi claro em entrevista à Fox News: “Eles não vão nos impedir. Não vamos recuar. Não me importo com a opinião dos juízes nem com o que pensa a esquerda. Nós vamos avançar”. Em seguida, o próprio presidente Trump demandou o impeachment do juiz que deu a ordem, classificando-o de “lunático da esquerda radical”.

Trump foi repreendido pelo presidente da Suprema Corte americana, John Roberts, que, em raríssima manifestação pública, disse que “impeachment não é a resposta apropriada quando se discorda de uma decisão judicial”. Não é, mas Trump e seus devotos aparentemente não dão a mínima para o que é apropriado. O vice-presidente J. D. Vance já disse que “juízes não têm permissão para controlar o poder legítimo do Executivo”, uma fórmula ambígua que, de um lado, exprime uma platitude sobre a separação de Poderes e, de outro, insinua que quem decide o que é legítimo é o presidente, como nas monarquias absolutistas.

Movido por esse espírito, Trump, invocando leis obscuras e conceitos vagos como “segurança nacional”, está tentando revestir de legalidade ações francamente contrárias ao espírito constitucional. É o caso da prisão de um imigrante legal que liderou protestos contra Israel na Universidade Columbia. Não se sabe exatamente do que o imigrante é acusado – o governo ora diz que atua para conter o antissemitismo, ora afirma que há relação entre o imigrante e o grupo terrorista Hamas. Mas a acusação formal, qualquer que venha a ser ela, não importa: o objetivo é constranger a livre manifestação do pensamento.

Do mesmo modo, Trump nem se deu ao trabalho de dar algum verniz legal à ação truculenta do bilionário Elon Musk na administração pública americana. Sem cargo oficial, Musk ganhou carta branca para demitir quem quiser, para ter acesso a dados sensíveis e para asfixiar agências que deveriam funcionar por determinação do Congresso, numa escandalosa intromissão privada na máquina pública e na soberania popular do Legislativo.

Decisões arbitrárias e ilegais do presidente, loteamento da administração pública para empresários amigos do poder, desdém absoluto pelo Estado de Direito, tudo isso é o que costumava definir uma república bananeira. Agora, é o que define os EUA – o outrora “farol da democracia”.

JANJA E GLEISI DEFENDEM MARINA SILVA

 

História de Raisa Toledo Jornal Estadão

A primeira-dama Rosângela da Silva, a Janja, e a ministra da Secretaria de Relações Institucionais (SRI), Gleisi Hoffmann, se pronunciaram em defesa da ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, após o senador Plínio Valério (PSDB-AM) dizer ter tido vontade de enforcá-la.

A situação ocorreu na última sexta-feira, 14, em evento da Fecomércio no Estado do Amazonas. O parlamentar falava sobre uma sessão da CPI das ONGs quando perguntou aos ouvintes: “Imagina vocês o que é ficar com a Marina seis horas e dez minutos sem ter vontade de enforcá-la?”

Em publicação no Instagram nesta quinta-feira, 20, Janja enalteceu a história de vida e trajetória política de Marina. “Uma mulher gigante, que um homem com a ignorância do senador Plínio Valério jamais vai conseguir enxergar. Sua fala carregada de ódio, misoginia e de um desconhecimento sem tamanho é um reflexo de sua pequenez”, disse.

Ela também criticou o senador. “Se para ele é difícil ouvir uma mulher tão inteligente falar durante seis horas, para nós é de doer ouvir seis segundos de asneiras vindo de sua boca”, escreveu. Na semana passada, a primeira-dama restringiu seu perfil para quem não a segue na plataforma depois de sofrer ataques misóginos.

Já a chefe da Secretaria de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, ofereceu palavras de solidariedade à ministra do Meio Ambiente e afirmou que ela sofreu violência política por parte do senador. “Isso é ainda mais grave quando os ataques partem de pessoas com responsabilidade institucional, como é o caso de parlamentares.”

Gleisi defendeu que “além do repúdio da sociedade é a punição desses crimes, conforme a lei, que pode estancar as manifestações de ódio e violência política que atingem as mulheres e a própria democracia”.

Em programa da EBC do qual participou nesta quarta-feira, 19, a própria Marina Silva se pronunciou sobre o caso. “Quem brinca com a vida dos outros ou faz ameaça de brincadeira e rindo? Só os psicopatas são capazes de fazer isso”, disse.

“Dificilmente isso seria dito se o debate fosse com um homem. É dito porque é com uma mulher preta, de origem humilde e uma mulher que tem uma agenda que em muitos momentos confronta os interesses de alguns”, acrescentou.

Senador disse ter feito ‘brincadeira’

O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), repreendeu o parlamentar nesta quarta-feira, classificando a fala como um “combustível” para casos de violência em um país já polarizado.

“Uma fala de um senador da República, mesmo que de brincadeira ou com tom de brincadeira, agride, infelizmente, o que nós estamos querendo para o Brasil”, disse Alcolumbre.

Plínio Valério reagiu. “O que me encanta é o Senado ficar sensibilizado com uma frase e não se sensibilizar com milhares de mortos e não me ajudar a licenciar a BR-319?, afirmou, citando a pavimentação da rodovia defendida por ele.

Ele também disse não se arrepender das palavras. “Se você perguntar: ‘Você faria de novo?’. Não. ‘Mas está arrependido?’ Não, porque eu não ofendi. Eu passei seis horas e dez minutos tratando-a com decência”, afirmou

Segundo o senador, “esse negócio de machista” para ele “não pega”. “Eu fiquei viúvo, casei de novo, tenho três filhas, uma enteada, seis netas, três irmãs?. As mulheres que trabalham no meu gabinete estão aqui“, disse.

Durante a sessão, as senadoras Zenaide Maia (PSD-RN), Leila Barros (PDT-DF) e Eliziane Gama (PSD-MA) também criticaram a fala do colega. A Procuradoria Especial da Mulher no Senado emitiu uma nota de repúdio sobre o episódio relatado por ele.

Além disso, deputadas de nove partidos apresentaram nesta quinta uma representação contra Plínio Valério no Conselho de Ética do Senado. O pedido foi encabeçado pelo deputado federal Túlio Gadelha (Rede-PE), único representante do partido de Marina na Câmara.

Assinam o documento Benedita da Silva (PT-RJ), Duda Salabert (PDT-MG), Enfermeira Ana Paula (Podemos- CE), Gisela Simona (União Brasil-MT), Jandira Feghali (PCdoB–RJ), Laura Carneiro (PSD-RJ), Maria Arraes (Solidariedade–PE), Tabata Amaral (PSB-SP) e Talíria Petroni (PSOL-RJ).

DEFESAS DE BOLSONARO E BRAGA NETO RECLAMAM NA OAB DO STF

 

Jetss

Bolsonaro confirma intenção de participar de ato contra Lula no RJ
Bolsonaro responde à acusação de tentativa de golpe de Estado: "Consciência tranquila"

©Foto: Agência Brasil

O advogado de Jair Bolsonaro (PL), Paulo Cunha Bueno, informou nesta quinta-feira (20) que protocolou uma ação no Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) para garantir acesso integral às provas reunidas na denúncia de tentativa de golpe de Estado. O caso será analisado pela Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) nos dias 25 e 26 de março.

De acordo com informações da CNN, Bueno afirmou que as defesas dos 34 denunciados pela Procuradoria-Geral da República (PGR) tiveram acesso apenas a documentos previamente selecionados pela Polícia Federal e pelo Ministério Público. Segundo ele, a restrição compromete o direito à ampla defesa, citando a falta de acesso a mídias apreendidas em celulares e outros dispositivos eletrônicos.

A OAB confirmou que advogados do ex-ministro Walter Braga Netto também apresentaram uma manifestação semelhante. No STF, a defesa de Bolsonaro já teve negados pedidos de ampliação do prazo para resposta e de impedimento dos ministros Alexandre de Moraes, Cristiano Zanin e Flávio Dino.

JUROS ALTOS É CULPA DO GOVERNO

 

História de Notas & Informações – Jornal Estadão

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) seguiu o roteiro ao aumentar os juros em 1 ponto porcentual, para 14,25% ao ano, maior nível desde outubro de 2016, e entregou o que dele se esperava ao deixar claro que o ciclo de alta da Selic prossegue na próxima reunião, mesmo que em menor magnitude. Não havia como ser diferente num contexto de inflação elevada, sob pressão e acima da meta, mas nada disso impedia o governo de tentar constranger a atuação do Banco Central até então.

Com a posse de Gabriel Galípolo na presidência do BC, tudo mudou. Chamado pelo presidente Lula da Silva de “menino de ouro”, Galípolo substituiu Roberto Campos Neto, que havia sido nomeado pela nêmesis de Lula, Jair Bolsonaro, e que por essa razão era sistematicamente atacado pelos petistas sempre que os juros subiam – Gleisi Hoffmann, na época presidente do PT, era a mais animada, acusando Campos Neto de “terrorismo econômico” e de não “entender nada” sobre as necessidades dos trabalhadores. Hoje ministra de Lula, Gleisi nada disse sobre a nova alta de juros. E o silêncio, neste caso, diz muito.

Ao deixar o BC praticamente amarrado nas reuniões de janeiro e março – orientação que, por sinal, contou com apoio unânime no Copom –, Campos Neto garantiu uma transição suave e sem críticas para Galípolo. Mas é improvável que o atual presidente do BC conte com a mesma condescendência na próxima reunião, nos dias 6 e 7 de maio. Sobre ela, só se sabe que os juros não subirão 1 ponto porcentual, o que significa que poderão aumentar até 0,75 ponto porcentual. Depois disso, tudo dependerá do “firme compromisso de convergência da inflação à meta”, como diz o Copom.

Atingir esse objetivo ainda parece distante. Para os 12 meses encerrados em setembro de 2026, que corresponde ao horizonte relevante que guia suas ações, o Copom reduziu a projeção de inflação de 4% para 3,9%, mas ela segue acima da meta. O câmbio pode ter contribuído com esse pequeno alívio, já que o comitê levou em conta uma cotação de R$ 5,80 em março, ante R$ 6,00 em janeiro. Os investidores projetam que a Selic pode chegar a 15% ao ano, e o comunicado do BC sugere que o fim desse ciclo, iniciado em setembro do ano passado, está próximo. O Copom vê sinais de uma “incipiente moderação” no crescimento, mas reconhece que a inflação e seus núcleos estão acima da meta e que o mercado de trabalho continua forte.

Na falta de um discurso melhor, o governo optou por culpar Campos Neto – que servirá como bode expiatório até o início de maio. Repetindo o que Lula havia dito em janeiro, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que Galípolo não poderia dar um “cavalo de pau” ao assumir o comando do BC, pois teria uma “herança” a administrar. Só faltou dizer que era uma herança maldita.

Se o governo colaborasse e fizesse sua parte, talvez os juros já estivessem em níveis mais civilizados. Mas há muitas outras medidas no forno do Executivo que visam a manter a demanda aquecida até a eleição no ano que vem e que devem contribuir para que os juros sejam mantidos em níveis bastante elevados. A ver quem o governo responsabilizará nos próximos meses.

JUSTIÇA DE PORTUGAL INVESTIGA O PATRIMÔNIO DE GILMAR MENDES EM PORTUGAL

 

História de AFP Brasil – AFP FAct Check

Anualmente, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes organiza um fórum jurídico em Portugal, evento cujo custo é alvo frequente de questionamentos. Nesse contexto, usuários de redes sociais compartilharam milhares de vezes, desde março de 2025, um vídeo que alega que a Justiça de Portugal deu um prazo de 90 dias para que o ministro explique “a origem do seu patrimônio” no país. Mas não foi encontrado registro da suposta medida e o Supremo Tribunal de Justiça de Portugal afirmou não ter conhecimento de qualquer investigação do tipo envolvendo Mendes.

“BOMBA Portugal dá 90 dias para Gilmar Mendes explicar origem do dinheiro”, diz uma mensagem que acompanha as publicações no Facebook, no Instagram, no X e no TelegramCaptura de tela feita em 19 de março de 2025 de uma publicação no Facebook

Captura de tela feita em 19 de março de 2025 de uma publicação no Facebook

Na gravação viral, uma mulher afirma: “Algum tempo atrás aqui, nesse canal, eu disse pra você que tinha que cobrar das autoridades portuguesas de onde que os juízes brasileiros ‘tavam’ tirando dinheiro para investir aqui em Portugal. Investir em faculdades, em casa, imóveis… Pois então, e não é que deu certo? Autoridade de Portugal deu 90 dias pro Gilmar [Mendes] se explicar de onde que ele tá tirando dinheiro pra investir aqui em Portugal”.

Algumas postagens com a mesma alegação acompanham um trecho de um programa do portal ICL Notícias sobre o chamado “Gilmarpalooza”, apelido dado a um fórum jurídico promovido pelo Instituto de Direito Público (IDP) e organizado por Mendes em Portugal. O evento reúne autoridades, empresários e personalidades do mundo jurídico e teve sua 12ª edição realizada de 26 a 28 de junho de 2024 na Faculdade de Direito de Lisboa. Mas em nenhum momento o fragmento do programa menciona a alegação contida na legenda das publicações.

Tampouco foi encontrado outro registro sobre o suposto prazo mencionado nas redes. 

Uma busca pelas palavras-chave “Gilmar Mendes”“Justiça” e “Portugal” no Google não levou a nenhum resultado sobre o suposto pedido para o ministro comprovar “a origem do dinheiro no país”.

Contatado pelo Comprova, projeto de verificação do qual o AFP Checamos faz parte, o Supremo Tribunal de Justiça de Portugal afirmou não ter conhecimento de qualquer investigação envolvendo o ministro no país. A Corte acrescentou ainda que, em caso de existência de uma investigação, caberia ao Ministério Público de Portugal avaliar a questão

Procurada pelo Comprova, a Procuradoria-Geral da República (PGR) de Portugal indicou que realizou buscas no Ministério Público de Lisboa, mas que elas não retornaram a nenhum resultado.

A assessoria de imprensa do STF também negou a alegação, informando, em nota, que não há nenhuma investigação de conhecimento do ministro GIlmar Mendes que o tenha como alvo. Portanto, a informação de que há um prazo de resposta é falsa, acrescentou o órgão.

Publicações da imprensa de Portugal e do Brasil apontam que Gilmar Mendes seria proprietário de um imóvel no Príncipe Real, bairro nobre de Lisboa, e teria uma conta conjunta em uma agência bancária portuguesa. O Comprova, contudo, não investigou o patrimônio do ministro no país.

Essa não é a primeira vez que o ministro Gilmar Mendes é alvo de desinformação sobre questões patrimoniais em Portugal. Em julho de 2024, o portal português Observador desmentiu a alegação de que a Justiça do país estava investigando o patrimônio do ministro.

Este texto faz parte do Projeto Comprova. Participaram jornalistas do Estadão.O material foi adaptado pelo AFP Checamos.

DIA MUNDIAL DA INFÂNCIA E CURIOSIDADES

 

Karla Neto – Colunista Correspondente

Nesta sexta-feira (21), é celebrado o Dia Mundial da Infância, a data tem o propósito de promover uma reflexão sobre as condições em que as meninas e meninos vivem no mundo inteiro. No Brasil, segundo o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), são consideradas crianças as pessoas com até doze anos de idade incompletos.
Com a ajuda da Associação de Epilepsia da Nova Escócia (EANS), Cassydi escolheu a cor roxa para representar a epilepsia, por achar que a flor de lavanda, frequentemente associada com a solidão, representava os sentimentos de isolamento que muitas pessoas com epilepsia sentem.
O dia 21 de março foi instituído pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) como o Dia Mundial da Infância. A data tem o objetivo de promover uma reflexão sobre a defesa dos direitos das crianças.
Apesar de os cuidados com crianças e adolescentes serem importantes em qualquer idade, os primeiros mil dias de vida do ser humano são decisivos para o desenvolvimento integral. O período começa no primeiro dia da gestação e dura até os dois anos de idade.
Durante o primeiro ano de vida o leite materno é essencial, pois além de prevenir doenças como, diarreia, infecções respiratórias e alergias, também influencia diretamente nas capacidades cognitiva, intelectual, social e emocional, afetando o sujeito até na fase adulta, nas relações e na produtividade.

Desde o útero materno aos primeiros passos, passando pelo aprendizado das primeiras palavras e até em sua entrada na escola, a criança passa pelo enfrentamento de inúmeros desafios. Apesar de tantas mudanças que ocorrem neste período chamado “infância”, direitos à saúde, alimentação, educação e lazer devem continuar sendo garantidos, sem qualquer tipo de discriminação.
De acordo com a Lei nº 13.257/2016, primeira infância é o período que abrange os primeiros 6 (seis) anos completos ou 72 (setenta e dois) meses de vida da criança.

Fonte: Karla Neto
Foto: Reprodução

CURIOSIDADES – KARLA NETO

Você sabe por que tomar café todos os dias está alterando o seu intestino?

Quem consome café todos os dias tem níveis significativamente mais altos da bactéria Lawsonibacter asaccharolyticus – em alguns casos, até oito vezes mais do que aqueles que não bebem café. O café para muitas pessoas é o combustível diário que desperta a mente e aquece a rotina. Mas você já parou para pensar no impacto que essa bebida tem no seu intestino?

Ainda não se sabe exatamente como essa bactéria influencia a saúde, mas cientistas suspeitam que ela possa estar associada a benefícios como melhora na digestão e reforço na imunidade. No entanto, há muito a ser explorado para entender todas as nuances dessa relação da bebida com o intestino.

Se por um lado o café pode favorecer o equilíbrio do bioma intestinal, por outro, seu consumo exagerado pode trazer efeitos negativos. A forma como ele afeta o organismo depende de fatores como quantidade ingerida, tipo de café (expresso, coado, com leite) e até o momento do dia em que é consumido.

Entre os possíveis impactos negativos estão:
Aumento da acidez gástrica, levando a desconfortos estomacais.

Você sabe por que tomar café todos os dias está alterando o seu intestino?

Quem consome café todos os dias tem níveis significativamente mais altos da bactéria Lawsonibacter asaccharolyticus – em alguns casos, até oito vezes mais do que aqueles que não bebem café. O café para muitas pessoas é o combustível diário que desperta a mente e aquece a rotina. Mas você já parou para pensar no impacto que essa bebida tem no seu intestino?

Ainda não se sabe exatamente como essa bactéria influencia a saúde, mas cientistas suspeitam que ela possa estar associada a benefícios como melhora na digestão e reforço na imunidade. No entanto, há muito a ser explorado para entender todas as nuances dessa relação da bebida com o intestino.

Se por um lado o café pode favorecer o equilíbrio do bioma intestinal, por outro, seu consumo exagerado pode trazer efeitos negativos. A forma como ele afeta o organismo depende de fatores como quantidade ingerida, tipo de café (expresso, coado, com leite) e até o momento do dia em que é consumido.

Entre os possíveis impactos negativos estão:
Aumento da acidez gástrica, levando a desconfortos estomacais.

  • Irritação do trato digestivo, especialmente em pessoas sensíveis.
  • Desequilíbrios intestinais, caso as mudanças no bioma não sejam benéficas para o seu corpo.

Como aproveitar os benefícios do café sem prejudicar seu intestino?

 Moderação é essencial – evite exageros para não sobrecarregar o sistema digestivo.

 Escolha cafés menos ácidos – grãos de qualidade e métodos de preparo mais suaves ajudam a reduzir impactos negativos.

 Não tome café em jejum – combine a bebida com alimentos ricos em fibras, como frutas e cereais, para proteger seu estômago.

 Escute seu corpo – se sentir desconforto frequente, ajuste sua rotina ou procure um especialista.

No fim das contas, o café pode ser tanto um aliado quanto um vilão – tudo depende de como você o consome. Então, beba com consciência e aproveite cada gole sem prejudicar sua saúde!

Você sabe qual o motivo de coçarmos os olhos quando estamos com sono?

A primeira é que, quando estamos em situação de cansaço extremo, na tentativa de ficarmos acordados, acabamos piscando menos. Afinal, o objetivo é ficar de olhos abertos.
O hábito natural de coçarmos os olhos quando estamos com aquele sono possui uma explicação. Embora tendo sido parte dos costumes do ser humano desde quando nasce, existem duas razões mais precisas que possam justificar.

Ao esfregar, massageamos as pálpebras e a glândula lacrimal. Deste modo, espalhamos as lágrimas pelos globo, combatendo a irritação da secura. O segundo motivo é que, ao pressionar os olhos, é ativado o chamado reflexo oculocardíaco. O fenômeno ocorre em razão da estimulação do nervo vago, que envia um sinal para a redução da frequência cardíaca.

Piscar é essencial para a lubrificação e limpeza do globo ocular, e então, sem as pálpebras para espalhar as lágrimas, os olhos ficam ressecados e irritados. Todavia, as lágrimas também são compostas por óleos e mucos importantes para a saúde dos olhos.

Todavia, esfregar os olhos em excesso pode ocasionar bactérias para lugares indesejados, piorar alergias e até causar problemas mais sérios, como ceratocone, glaucoma e descolamento de retina. Em algumas pessoas, este fato pode reduzir a frequência cardíaca em mais de 20%, e ajuda no relaxamento para dormir.

Você sabia que a seriguela ajuda no combate à anemia?

A seriguela, também conhecida como ciriguela, cajá vermelho ou ciruela, é uma fruta fonte de fibras, que diminui a absorção de açúcar, ajudando a controlar os níveis de glicose no sangue, prevenindo a resistência à insulina e a diabetes.

Além disso, a seriguela também é rica em vitamina C, flavonoides e carotenoides, compostos bioativos que possuem propriedades antioxidantes, protegendo as células saudáveis contra os danos causados pelos radicais livres, ajudando na prevenção de situações, como envelhecimento precoce, câncer e problemas cardiovasculares.

A seriguela é rica em vitamina C e flavonoides, compostos bioativos com potente ação antioxidante, que ajudam a fortalecer e proteger as células do pâncreas contra os radicais livres, equilibrando os níveis de insulina no sangue e ajudando a evitar a resistência à insulina e a diabetes.

A seriguela é rica em fibras que ajudam a prolongar a sensação de saciedade, diminuindo o apetite ao longo do dia. Além disso, a seriguela também contém baixo teor de calorias, sendo uma ótima opção para incluir em dietas de perda de peso.

Por ser rica em vitamina C, uma vitamina que ajuda a melhorar a absorção de ferro presente nos alimentos, a seriguela é uma fruta que pode ajudar no combate à anemia.

A seriguela ajuda a prevenir o envelhecimento precoce, porque é rica em flavonoides, carotenoides e vitamina C, potentes antioxidantes que evitam a formação de radicais livres no organismo, que são responsáveis pelos danos às células da pele, prevenindo, assim, a flacidez e as rugas.

Bem Vindo!

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ESTAMOS PREPARADOS PAR UM MUNDO DOMINADO PELA IA?

 

*Carlos Sena, fundador da AIDA

Seja para facilitar o cotidiano das pessoas ou das empresas, o caminho que a Inteligência Artificial percorreu até aqui não tem mais volta, e isso é ótimo. A IA não é nova — os primeiros estudos e aplicações práticas datam dos anos 1950. Porém, o que abriu nossos olhos foi o lançamento do ChatGPT, em novembro de 2022. Um site ou aplicativo facilmente acessível que tangibilizou para a maioria das pessoas o que antes ficava restrito à esfera acadêmica ou à ficção científica. As empresas também estão se beneficiando dessa receita, acelerando as demandas e tornando o dia a dia dos colaboradores mais eficiente e prático.

A IA generativa — aquela que alimenta o ChatGPT, o Gemini ou o Deep Seek — impressiona, pois é o mais próximo que já chegamos de replicar o pensamento humano. No entanto, ela não é uma panaceia. O domínio da IA generativa é o da linguagem e, portanto, é ótimo para analisar, traduzir, resumir e gerar textos ou criar imagens a partir deles. Porém, não é a tecnologia mais adequada para fazer simulações financeiras, por exemplo. Ainda assim, várias tarefas que antes só poderiam ser realizadas por humanos hoje já podem ser automatizadas com ganhos.

Outro fato recente que deve acelerar a inovação é o impacto do lançamento do Deep Seek, um novo modelo de linguagem originário da China. Já foram publicadas diversas reportagens e análises econômicas sobre a “inflação” dos chips, e não cabe aqui repetir todos os pontos. Meu foco está na grande quebra de paradigma do Deep Seek: mostrar que podemos desenvolver modelos avançados e com menor consumo de recursos. Tudo isso em código aberto, como se faz numa boa pesquisa. Essa quebra de paradigma abre uma enorme oportunidade para o desenvolvimento de novos modelos abertos, modelos menores e mais aplicações, contribuindo para a prosperidade e difusão da IA.

É importante que as pessoas reflitam sobre o real impacto da IA e discutam mais sobre seu desenvolvimento ético e seguro, para que isso não se torne uma ‘pandemia cibernética’. Foi com esse intuito que estive presente no Fórum Global de IA para Países Emergentes, realizado em Genebra, na sede da ONU. Lá, tive a oportunidade de participar do grupo de trabalho de Educação para IA. O grupo não é vinculado a nenhum país ou organização, e os 40 membros são voluntários de 22 países, unidos pelo desejo de aplicar a IA para o bem comum, colocando a humanidade como prioridade.

Um dos tópicos recorrentes em todos os painéis e discute a necessidade de uma educação ampla sobre AI, desde ensinar as novas gerações até recapacitar os mais velhos, passando pela necessidade de qualificar professores, formadores de políticas e tomadores de decisão. A discussão sobre inclusão digital agora se amplia — precisamos falar sobre a inclusão para a IA.

Um tema que é pouco discutido é a necessidade de avançar na proficiência de leitura e escrita — basta consultar os últimos relatórios do PISA, que mostram que mais de metade dos nossos alunos de 15 anos mal conseguem interpretar mais do que um parágrafo de texto. A relação entre os dois assuntos é a IA Generativa ser baseada, como mencionado anteriormente, em modelos de linguagem. Se queremos preparar as novas gerações para as profissões do futuro, é um avanço fundamental na educação básica.

Resumindo, em três perspectivas diferentes. Se você é um tomador de decisão e ainda não tem um plano claro de uso e impacto da IA no seu negócio, corra. Para todas as pessoas no mercado de trabalho, se você ainda não usa IA no seu dia a dia, atualize-se. O seu trabalho não será substituído pela IA, mas por alguém que saiba usar a IA melhor do que você. Finalmente, como cidadãos, precisamos discutir avanços na inclusão digital e da IA, começando pela melhoria da proficiência de leitura e escrita. Só assim não vamos deixar ninguém pra trás.

O grande segredo não é só na tecnologia em si, mas em como vamos encará-la: se como uma adversária ou uma aliada. Se eu perguntarem, você escolherá um aliado, com certeza.

*Carlos Sena é fundador da AIDA, a primeira plataforma brasileira de IA generativa que transforma a Voz do Cliente em insights e métricas estratégicas para negócios.

Natália Peixoto

Agência NoAr

(16) 99209-8618

quinta-feira, 20 de março de 2025

OEA CRITICA DECISÃO DE TOFFOLI QUE ANULOU TODAS AS PROVAS E DÍVIDAS CONTRA A ODEBRECHT

 

História de Adriana Victorino – Jornal Estadão

Organização dos Estados Americanos (OEA) afirmou que a anulação das provas da Odebrecht e a renegociação de acordos de leniência no Brasil podem “minar a confiança pública” e gerar “insegurança jurídica”. As conclusões fazem parte do relatório publicado nesta quarta-feira, 19, pela Comissão de Peritos do Mecanismo de Acompanhamento da Implementação da Convenção Interamericana contra a Corrupção.

O documento critica as decisões do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Dias Toffoli, que anulou todas as provas do acordo de leniência da Odebrecht – atualmente Novonor – e suspendeu a multa imposta à empresa. Segundo a organização, essas decisões provocam “incerteza” sobre o cumprimento de acordos e podem comprometer a luta contra a corrupção no País.

O diretor executivo da Transparência Internacional, Bruno Brandão, afirmou que a falta de regulamentação adequada impede o controle sobre a legalidade e o cumprimento desses acordos. “Há quase uma década, as informações sobre o suborno transnacional confessado pela empresa em mais de uma dezena de países permanecem sob sigilo e, com as anulações recentes, é possível que jamais venham à luz. Não é digno que o Brasil se torne um cemitério de provas sobre a corrupção transnacional”, afirmou.

O relatório recomendou que o Brasil avalie a implementação dos acordos de leniência para corrigir desafios e aumentar a transparência e sugere que o País tipifique o enriquecimento ilícito como crime.

A Transparência Internacional já havia denunciado à OEA o que classificou como “desmonte das políticas de combate à corrupção” no Brasil e em outros países da América Latina. A organização também criticou a decisão de Toffoli que anulou as ações contra o ex-ministro Antônio Palocci.

Em nota, a organização classificou a medida como “mais um passo no desmonte do enfrentamento à macrocorrupção” no Brasil e alertou que tais decisões abalam a confiança da sociedade no STF.

AS ARMADILHAS DA INTERNET E OS FOTÓGRAFOS NÃO NOS DEIXAM TRABALHAR

  Brasil e Mundo ...