terça-feira, 11 de março de 2025

A REFORMA MINISTERIAL DE LULA É A MESMA COISA DE TROCAR SEIS POR MEIA-DÚZIA

 

História de William Waack – Jornal Estadão

Waack: "Nova" articulação não cura cegueira do governo Lula

Waack: “Nova” articulação não cura cegueira do governo Lula

O presidente Lula trocou “seis por meia dúzia” ao inaugurar hoje oficialmente o início da jornada rumo às eleições de 2026. Pastas importantes que já eram de petistas continuam com petistas. Que prometem de novo fazer o que nunca fizeram: dividir o poder. Na cerimônia para os novos ministros, a mulher que teve de deixar a cadeira na pasta da Saúde queixou-se de misoginia. Coisa com a qual Lula não está preocupado, enrolado correndo atrás da popularidade perdida. Daí que os anúncios do dia nada tinham a ver com ministros. É a promessa de que sai ainda nesta semana medida provisória para facilitar o crédito consignado para trabalhadores da iniciativa privada. Logo mais vem outra, com a isenção de Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil. Junto das mudanças de saques do FGTS, o Lula 3 quer recuperar popularidade aumentando a demanda. Não importa o que pense a equipe econômica. Lula é veterano o suficiente para saber da conexão direta entre economia e aprovação do governo. Mas talvez veterano demais para perceber que não é só o bolso — números do PIB — que movem o eleitor. Além de míope para o fato de falar apenas para a própria base. Que Lula 3, no fundo, já pouco controla. Um grupo oficial da militância petista, que fala a milhares, comprou nas redes sociais uma briga com um sacerdote católico que fala a milhões. No dia no qual Lula achava que iam dar toda a atenção para o que ele fazia dentro do palácio. É esta a tal desconexão com a realidade.

GLEISI HOFFMAN TOMA POSSE COMO MINISTRA DAS RELAÇÕES INSTITUCIONAIS

 

História de Por Lisandra Paraguassu – Reuters

Presidente Lula e ministra Gleisi em cerimônia de posse no Palácio do Planalto 10/03/2025 REUTERS/Adriano Machado

Presidente Lula e ministra Gleisi em cerimônia de posse no Palácio do Planalto 10/03/2025 REUTERS/Adriano Machado© Thomson Reuters

Por Lisandra Paraguassu

BRASÍLIA (Reuters) – A nova ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, afirmou nesta segunda-feira que vai trabalhar pela consolidação das pautas econômicas do governo conduzidas pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, em um aceno ao colega em seu discurso de posse como integrante do ministério.

Gleisi também disse ter recebido a missão de colaborar com todos os ministros, e destacou que tem plena consciência de seu papel como articuladora política do Planalto no Congresso.

“Eu estarei aqui, ministro Fernando Haddad, para ajudar na consolidação das pautas econômicas deste governo, as pautas que você conduz e que estão colocando novamente o Brasil na rota do emprego, do crescimento e da renda”, disse na cerimônia, que teve a presença de Haddad entre as autoridades.

A chegada de Gleisi ao posto antes ocupado por Alexandre Padilha, tido até então como aliado mais forte de Haddad dentro do Palácio do Planalto, aumentou incertezas sobre a execução da agenda econômica.

Deputada federal e ex-presidente do PT, Gleisi é uma ferrenha defensora do estímulo econômico impulsionado pelo Estado e chegou a chamar propostas de Haddad de “austericídio”, além de criticar duramente o aperto monetário do Banco Central, mesmo com a Fazenda reconhecendo a necessidade de desacelerar a economia para evitar desequilíbrios.

Em meio a discussões sobre a continuidade da reforma ministerial no governo Luiz Inácio Lula da Silva, a ministra defendeu em seu discurso a construção de uma “base de apoio estável” para a votação do Orçamento deste ano — ponto de preocupação para a Fazenda, já que o atraso na aprovação limita a execução das contas e chegou a suspender financiamentos do Plano Safra.

Ela ressaltou que, na função de articuladora política do governo, atuará com respeito a adversários e de forma a cumprir acordos.

EUROPA ESTÁ SE REARMANDO PARA EVITAR DEPENDÊNCIA DE ARMAMENTOS DOS EUA

 

BBC News Brasil

Líderes europeus têm anunciado aumento de gastos de defesa diante da ameaça da Rússia e o distanciamento dos EUA

Líderes europeus têm anunciado aumento de gastos de defesa diante da ameaça da Rússia e o distanciamento dos EUA© Reuters

A Europa está em uma espécie de “corrida armamentista” diante da crise da aliança militar Otan desencadeada pela mudança de estratégia da Casa Branca, sob o presidente americano Donald Trump.

Desde o final da Segunda Guerra Mundial, a segurança do continente europeu esteve fortemente ligada aos Estados Unidos. Os americanos investiram massivamente em suas forças armadas e em seu arsenal — enquanto os europeus mantiveram investimentos mais modestos, sempre contando com o apoio de seus aliados do outro lado do oceano Atlântico.

Dentro da Otan, os EUA custeiam 64% dos gastos, contra apenas 36% do resto da Europa.

Diante das declarações recentes do presidente Donald Trump e de seu vice, J. D. Vance, de que a Europa precisa prover pela sua própria segurança — como no caso da guerra da Ucrânia — líderes europeus começaram a anunciar gastos maiores em defesa.

A situação se provou ainda mais urgente depois da discussão entre Trump e o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, na Casa Branca e a decisão de Washington de pausar o compartilhamento de inteligência com os ucranianos.

Na semana passada, os líderes europeus se reuniram para discutir formas de aumentar a segurança do continente em um cenário de aumento do distanciamento entre Washington e a Europa.

No encontro, os líderes europeus manifestaram apoio à proposta da Comissão Europeia (braço executivo da União Europeia) de criar um fundo para empréstimos de 150 bilhões de euros (US$ 157 bilhões ou R$ 930 bilhões) para que os governos do bloco — que não inclui o Reino Unido — promovam o rearmamento europeu diante da guerra da Rússia na Ucrânia.Ampla Variedade e Ofertas

Magazine LuizaAmpla Variedade e Ofertas

Publicidade

A unidade europeia só foi quebrada pelo primeiro-ministro da Hungria, Viktor Orbán, que não endossou a declaração do bloco sobre a Ucrânia. Orbán é visto como um aliado tanto de Putin quanto de Trump.

A partir desta terça-feira (11/03), representantes dos EUA e Ucrânia devem se encontrar na Arábia Saudita para discutir formas de pôr fim ao conflito com a Rússia.

As últimas semanas foram repletas de anúncios de aumento de gastos com defesa e rearmamento da Europa — e também de questionamentos sobre como isso deve ser financiado.

Alemanha: fim do freio da dívida

Um dos líderes europeus a anunciar um aumento em gastos militares foi Friedrich Merz, que deve se tornar o próximo chanceler da Alemanha. Seu partido foi o vencedor da eleição geral realizada no mês passado no país, e está em processo de montar uma coalizão para governar a Alemanha.

Minutos depois de vencer a eleição, Merz falou na necessidade de declarar “independência” da Europa em relação aos EUA na área de defesa.

Merz anunciou esta semana um acordo político para levantar centenas de bilhões de euros em gastos extras em defesa e infraestrutura.

“Em vista das ameaças à nossa liberdade e paz em nosso continente, a regra para nossa defesa agora tem que ser ‘o que for preciso'”, disse Merz.

Ele falou sobre a necessidade de urgência nos gastos alemães à luz das “decisões recentes do governo americano”.Vencedor da eleição na Alemanha, Friedrich Merz, vem dizendo que Europa precisa ser independente dos EUA em defesa

Vencedor da eleição na Alemanha, Friedrich Merz, vem dizendo que Europa precisa ser independente dos EUA em defesa© Reuters

Na semana passada, Merz disse que a Alemanha estava contando com os EUA para manter “compromissos mútuos de aliança… mas também sabemos que os recursos para nossa defesa nacional e de aliança devem agora ser significativamente expandidos”.

No centro de suas propostas está um fundo especial de 500 bilhões de euros (US$ 530 bilhões ou R$ 3,4 trilhões) em infraestrutura e para afrouxar as regras orçamentárias rigorosas que proíbem investimentos em defesa na Alemanha.

Na esteira da crise financeira da Europa, a Alemanha impôs um “freio da dívida” ou Schuldenbremse (algo semelhante ao teto de gastos que esteve em vigor no Brasil nos governos de Michel Temer e Jair Bolsonaro), limitando o déficit orçamentário a 0,35% da produção econômica nacional (PIB) em tempos normais.

A nova proposta de defesa de Merz recomenda que “gastos de defesa necessários” acima de 1% do PIB sejam isentos de restrições que impõem o limite de dívida, ou seja, sem limitações orçamentárias.

Embora a Alemanha tenha fornecido mais ajuda à Ucrânia do que qualquer outro país europeu, suas forças armadas recebem menos investimentos do que outros países desde o fim da Segunda Guerra Mundial.

O governo de Olaf Scholz, que foi derrotado na eleição, criou um fundo de 100 bilhões de euros (US$ 107 bilhões ou R$ 620 bilhões) após a invasão em larga escala da Ucrânia pela Rússia em 2022, mas a maior parte disso já foi alocada.

A Alemanha terá que encontrar 30 bilhões de euros extra por ano apenas para atingir a meta atual da Otan de 2% do PIB em defesa, e especialistas em segurança acreditam que ela precisará aumentar sua meta de gastos para mais perto de 3%.

França: proteção nuclear a aliados

Em seguida, foi a vez do presidente francês, Emmanuel Macron, ir à televisão e anunciar o aumento de gastos militares.

“No geral, nossa prosperidade e segurança se tornaram mais incertas. É preciso dizer que estamos entrando em uma nova era”, disse Macron na televisão.

O aumento de gastos militares da França e da Europa é justificado, segundo Macron, pelo temor do aumento do poder bélico da Rússia.

“A Rússia já fez do conflito ucraniano um conflito global. Mobilizou soldados norte-coreanos e equipamentos iranianos em nosso continente, enquanto ajudava esses países a se armarem mais”, disse Macron no pronunciamento.

“A Rússia do presidente Putin viola nossas fronteiras para assassinar oponentes, manipula eleições na Romênia e na Moldávia e organiza ataques cibernéticos em nossos hospitais para bloquear sua operação. A Rússia está tentando manipular nossas opiniões com mentiras espalhadas nas redes sociais. E, no fundo, está testando nossos limites. Ela faz isso no ar, no mar, no espaço e atrás de nossas telas.”

“Quem pode acreditar, neste contexto, que a Rússia vai parar na Ucrânia?”

Macron disse que a França continua comprometida com os EUA e com a Otan, mas que “é preciso fazer mais”.

Ele também disse que a França está disposta a abrir um debate sobre compartilhar sua dissuasão nuclear com os demais países do continente — ou seja, estender a proteção oferecida por seu arsenal nuclear aos demais países da Europa.

O presidente francês disse esta semana ao jornal Le Figaro que os países europeus precisavam aumentar os gastos com defesa para “cerca de 3-3,5%” do seu PIB, bastante acima da meta atual de 2% para os membros da Otan.

A França já vinha aumentando seus gastos militares em 3 bilhões de euros (US$ 3,1 bilhões ou R$ 18 bilhões) em um plano projetado para durar até 2030. Mas o governo francês confirmou que esse plano será reavaliado para aumentar ainda mais os gastos.

A França já vem cumprindo a meta da Otan de 2% de gastos do PIB em defesa, mas, segundo a agência de notícias Reuters, para alcançar 3% o país precisaria de mais 30 bilhões de euros (US$ 31 bilhões ou R$ 180 bilhões) adicionais por ano.

“Temos restrições orçamentárias”, disse o ministro das Finanças da França, Eric Lombard. “Temos 3,3 trilhões de euros em dívidas, o que significa que a cada ano pagamos aos nossos credores mais de 50 bilhões de euros, o que é quase o mesmo que o orçamento de defesa.”

Reino Unido: cortes em gastos humanitários

O Reino Unido foi um dos primeiros países a anunciar aumento nos gastos com defesa.

No final do mês passado, dias antes de um encontro com Trump na Casa Branca, o premiê britânico, Keir Starmer, anunciou planos para aumentar os gastos com defesa em relação à economia nacional até 2027.

O primeiro-ministro disse que cortaria o orçamento de ajuda humanitária externa para financiar o reforço militar — uma medida bem recebida pelo governo Trump, mas classificada de “traição” por instituições de caridade de desenvolvimento.Keir Starmer decidiu cortar ajuda externa do Reino Unido para financiar gasto militar

Keir Starmer decidiu cortar ajuda externa do Reino Unido para financiar gasto militar© EPA

Starmer disse que o orçamento de ajuda humanitária do Reino Unido seria reduzido de 0,5% da renda nacional bruta para 0,3% em 2027, “financiando totalmente o investimento em defesa”, que aumentará de 2,3% para 2,6% do PIB.

Isso significa gastar 13,4 bilhões de libras (US$ 17,2 bilhões ou R$ 100 bilhões) a mais em defesa a cada ano a partir de 2027.

O primeiro-ministro disse que os gastos com defesa aumentariam para 2,6% do PIB até 2027, considerando a contribuição dos serviços de inteligência para a defesa.

“Esse é o maior aumento sustentado nos gastos com defesa desde a Guerra Fria, o que nos colocará em posição de garantir a segurança e a defesa do nosso país e da Europa”, disse Starmer em debate no Parlamento britânico.

O Reino Unido e a França têm liderado esforços para estabelecer uma coalizão para impedir a Rússia de invadir ainda mais a Ucrânia, no caso de um acordo de paz.

Autoridades do Reino Unido disseram que cerca de 20 países estavam interessados ​​em se envolver, embora nem todas as nações necessariamente enviariam tropas para a Ucrânia.

De onde tirar dinheiro?

Analistas agora debatem quantos investimentos seriam necessários para a Europa garantir a sua segurança diante da Rússia sem apoio substancial dos EUA — e de onde sairia esse dinheiro.

Uma análise do instituto de pesquisa Bruegel, sediado em Bruxelas, e do think tank alemão Instituto Kiel para a Economia Mundial estima que a Europa terá de investir cerca de 250 bilhões de euros por ano (US$ 270 bilhões ou R$ 1,5 trilhão) para fazer frente à força militar russa.

Segundo um relatório dos dois institutos, a Europa precisaria de mais 300 mil soldados e milhares de blindados e outros equipamentos bélicos.

“Para isso, seriam necessários pelo menos 1,4 mil novos tanques de batalha e 2 mil veículos de combate de infantaria, o que excederia os estoques atuais de todas as forças terrestres alemãs, francesas, italianas e britânicas. Além disso, a Europa teria que produzir cerca de 2 mil drones de longo alcance todos os anos.”

Para Guntram Wolff, coautor da análise e pesquisador do Instituto Kiel, em termos econômicos, custos adicionais equivalem a cerca de 1,5% do produto interno bruto da União Europeia — o que para ele é um custo administrável para os europeus.

“Isso é muito menos do que teve que ser mobilizado para superar a crise durante a pandemia de Covid, por exemplo”, diz Wolff.

Ainda assim, a economia europeia tem sido uma das que menos cresceu desde o fim da pandemia. A Alemanha vem alternando trimestres de crescimento negativo da sua economia desde 2023. O Reino Unido chegou a entrar em recessão após o fim da pandemia.

O maior desafio dos políticos do Reino Unido, França e Alemanha tem sido reerguer essas economias em crise.

O relatório do Instituto Kiel defende que o aumento do gasto militar da Europa seja financiado com aumento da dívida — e não com cortes orçamentários.

“Um novo conjunto de dados e análise do Instituto Kiel mostra que os acúmulos militares dos últimos 150 anos foram tipicamente financiados por déficits, bem como impostos, mas não por cortes orçamentários”, afirma a entidade.

“A segurança da Europa não deve ser colocada em risco por causa de regras fiscais como o freio da dívida, caso contrário, o grave erro da política britânica de austeridade e apaziguamento da década de 1930 pode ser repetido. A Alemanha e a Europa devem investir rápida e suficientemente em defesa para deter novos ataques russos desde o início.”

A União Europeia já agiu nesta direção com seu pacote de gastos de 150 bilhões de euros em segurança.

“Estamos vivendo no mais importante e perigoso dos tempos”, disse a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen. “Estamos em uma era de rearmamento. E a Europa está pronta para aumentar maciçamente seus gastos com defesa.”

UCRÂNIA LANÇA O MAIOR ATAQUE DE DRONES CONTR MOSCOU

 

História de Por Guy Faulconbridge e Anton Kolodyazhnyy – Reuters

Local atingido por drone em Moscou  11/3/2025  REUTERS/Stringer

Local atingido por drone em Moscou 11/3/2025 REUTERS/Stringer© Thomson Reuters

Por Guy Faulconbridge e Anton Kolodyazhnyy

MOSCOU (Reuters) – A Ucrânia lançou nesta terça-feira seu maior ataque de drones contra Moscou, matando pelo menos dois trabalhadores em um estabelecimento de carnes, ferindo outras 18 pessoas e causando uma breve paralisação nos quatro aeroportos da capital russa, disseram autoridades russas.

Um total de 337 drones foram derrubados sobre a Rússia, incluindo 91 sobre a região de Moscou e 126 sobre a região de Kursk, onde as forças ucranianas têm recuado, informou o Ministério da Defesa.

O ataque da madrugada ocorreu no momento em que autoridades norte-americanas se reúnem com uma delegação ucraniana na Arábia Saudita para buscar o fim da guerra de três anos e enquanto as forças russas tentam cercar milhares de soldados ucranianos na região de Kursk, no oeste da Rússia.

Kiev tem sofrido repetidos ataques em massa da Rússia durante a guerra e disse que foi alvo de um míssil balístico e 126 drones na terça-feira. O país tenta revidar contra seu vizinho muito maior com repetidos ataques de drones a refinarias de petróleo, campos de aviação e até mesmo estações de radar de alerta antecipado.

O prefeito de Moscou, Sergei Sobyanin, disse que o ataque de terça-feira foi o maior ataque ucraniano de drones à cidade, que, juntamente com a região circundante, tem uma população de pelo menos 21 milhões de habitantes e é uma das maiores áreas metropolitanas da Europa.

Um parlamentar russo sênior sugeriu que a Rússia deveria retaliar o ataque de terça-feira atacando a Ucrânia com o míssil hipersônico “Oreshnik”, que Moscou disparou contra a Ucrânia em novembro passado, depois que os EUA e o Reino Unido permitiram que Kiev atacasse mais profundamente a Rússia com mísseis ocidentais.

O coronel-general Andrei Kartapolov, chefe do comitê de defesa do Parlamento e ex-vice-ministro da defesa, disse que essa decisão cabe ao presidente Vladimir Putin. “Mas acho que seria útil – e não apenas um”, disse ele.

A Miratorg, uma das maiores produtoras de carne da Rússia, disse que dois funcionários foram mortos pela queda de detritos.

Outras 18 pessoas ficaram feridas, incluindo três crianças, uma vez que residências também foram atingidas, disseram as autoridades russas.

O governador da região de Moscou, Andrei Vorobyov, postou uma foto de um apartamento destruído, com as janelas estouradas. Mas não houve sinal de pânico: as pessoas foram para o trabalho normalmente.

O órgão de vigilância da aviação da Rússia disse que os voos foram suspensos em todos os quatro aeroportos de Moscou após os ataques, embora tenham sido reabertos posteriormente. Os voos foram desviados para outras cidades.

Embora o presidente dos EUA, Donald Trump, afirme que quer a paz na Ucrânia, a guerra está esquentando no campo de batalha com uma grande ofensiva russa na primavera em Kursk e uma série de ataques de drones ucranianos nas profundezas da Rússia.

Moscou e Kiev têm procurado comprar e desenvolver novos drones, implantá-los de maneiras inovadoras e buscar novas formas de destruí-los.

(Reportagem de Lidia Kelly em Melbourne, Guy Faulconbridge e Anton Kolodyazhnyy em Moscou)

TRUMP RETRÔ

História de David J. Lynch – Jornal Estadão

O presidente Donald Trump diz que há uma maneira fácil para os fabricantes evitarem sua enxurrada de tarifas: voltar para os Estados Unidos.

Se funcionar, a estratégia de Trump de colocar as tarifas em primeiro lugar poderia acabar com uma longa estagnação na produção industrial dos EUA e criar o tipo de emprego que seus partidários de colarinho azul desejam.

“O que eles precisam fazer, francamente, é construir suas fábricas de automóveis e outras coisas nos Estados Unidos, caso em que não terão tarifas”, disse o presidente na semana passada.

Mas, ao tentar repatriar a produção, Trump está lutando contra forças poderosas de longo prazo que fizeram com que os empregos nas fábricas diminuíssem para a menor parcela de empregos nos EUA desde que os registros do governo começaram, em 1939. Apenas 8% dos trabalhadores americanos atualmente trabalham em fábricas, de acordo com o Bureau of Labor Statistics.Trump tenta trazer empregos de 'colarinho azul' de volta aos Estados Unidos Foto: Allison Robbert/The Washington Post

Trump tenta trazer empregos de ‘colarinho azul’ de volta aos Estados Unidos Foto: Allison Robbert/The Washington Post

As políticas de Trump também funcionam de forma cruzada. As tarifas de aço e alumínio anunciadas por ele, por exemplo, significarão custos mais altos para as montadoras de automóveis e fabricantes de eletrodomésticos que usam esses metais. Seus planos de deportação em massa de migrantes dificultarão a busca de novos trabalhadores para as fábricas, com a economia já operando em pleno emprego.

Mesmo que Trump consiga atrair as empresas para dentro de seus muros tarifários, é improvável que ele consiga recuperar os quase 5 milhões de empregos em fábricas que desapareceram desde o final da década de 1990, de acordo com muitos economistas.

As máquinas superam em muito o número de trabalhadores nas fábricas modernas. Os empregos que restaram exigem habilidades mais elevadas e não pagam mais do que outras oportunidades disponíveis para trabalhadores sem diploma universitário. A política comercial de Trump, contra todas as probabilidades, está tentando recriar uma economia – e um modo de vida – que realmente não existe nos Estados Unidos há décadas.

“As tarifas por si só não podem ser uma solução”, disse Robert Lawrence, professor de comércio internacional e investimento na Kennedy School of Government da Universidade de Harvard.

Há muito tempo Trump vem atacando a economia global como fundamentalmente injusta. Ele insiste que as nações estrangeiras tiram proveito dos Estados Unidos por meio de acordos comerciais desequilibrados, mesmo quando Washington lhes oferece um guarda-chuva de defesa.

A realocação de fábricas de automóveis, fábricas de móveis e outras oficinas que se mudaram para o exterior durante uma era de hiperglobalização é a resposta do presidente para um déficit comercial crônico dos EUA que ultrapassou US$ 1,2 trilhão (R$ 7 trilhões) no ano passado, um recorde.

A meta do presidente é “reequilibrar o sistema econômico internacional”, disse o secretário do Tesouro, Scott Bessent, em um discurso na quinta-feira, 6. O comércio global é distorcido por países como a China, que suprimem a demanda do consumidor e dependem das vendas de exportação para manter suas fábricas ocupadas, disse ele.

As fábricas chinesas subsidiadas fazem produtos a preços que os produtores americanos muitas vezes não conseguem igualar, o que leva a um déficit comercial gigantesco nos EUA e faz com que as fábricas americanas fiquem sem pedidos e empregos.

“Esse sistema não é sustentável”, disse Bessent ao Clube Econômico de Nova York.

O governo está reorientando a política comercial dos EUA. Em vez de tentar fornecer o que Bessent chamou de “produtos baratos” para os consumidores, o governo prioriza a criação de bons empregos de manufatura para os trabalhadores.

Isso pode ser uma tarefa difícil.

O emprego no setor de manufatura atingiu o pico no verão da era disco de 1979, com 19,5 milhões de empregos. Nos 20 anos seguintes, cerca de 2 milhões deles desapareceram, pois a automação permitiu que menos trabalhadores produzissem mais bens. Depois, em meio à ascensão econômica da China e sua entrada no sistema de comércio global, o emprego no setor de manufatura despencou em quase 6 milhões de empregos entre 1998 e 2010.

Em seu primeiro mandato como presidente, Trump fez um progresso limitado na revitalização das fábricas do país, impondo tarifas sobre cerca de dois terços do que os americanos compravam da China.Trazer as fábricas de volta aos Estados Unidos pode não gerar os empregos de colarinho azul com altos salários que alguns defensores, como Trump, esperam Foto: Alex Brandon/AP

Trazer as fábricas de volta aos Estados Unidos pode não gerar os empregos de colarinho azul com altos salários que alguns defensores, como Trump, esperam Foto: Alex Brandon/AP

O emprego no setor de manufatura aumentou em modestos 411 mil vagas entre sua posse e o início de 2020, às vésperas da pandemia.

Seu sucessor, o presidente Joe Biden, tentou usar a política industrial — uma combinação de incentivos fiscais e subsídios — para estimular o renascimento da manufatura. As empresas mais do que triplicaram seus gastos com a construção de novas fábricas. Porém, os ganhos em termos de emprego foram discretos. Os empregos no setor de manufatura atingiram o pico de 12,9 milhões no início de 2023, apenas 110 mil acima do pico do primeiro mandato de Trump.

Os defensores das tarifas afirmam que uma maior ênfase na manufatura é essencial tanto para comunidades fortes quanto para uma defesa forte, citando a experiência de um período anterior.

De 1950 até o início da década de 1980, a conta corrente dos EUA, a medida mais ampla da balança comercial do país, geralmente era superavitária. Nos últimos 40 anos, entretanto, houve um déficit crônico que muitos analistas culpam pelo esvaziamento das comunidades dependentes da manufatura.

“Estamos remando na direção errada em termos de política comercial e industrial há 30 ou 40 anos. E não, isso não vai mudar da noite para o dia. Mas isso não é uma desculpa para não fazer nada”, disse Mark DiPlacido, consultor de políticas da American Compass, um grupo conservador.

Enquanto os principais economistas veem a integração global como a forma mais eficiente de produzir os bens e serviços que os americanos exigem, o presidente disse que “não precisamos” do que nossos parceiros comerciais nos vendem. Em vez de comprar madeira ou petróleo canadense, Trump prefere alternativas americanas.

“Queremos a produção de fábricas nos Estados Unidos. Queremos que o emprego floresça nos Estados Unidos”, disse o secretário de Comércio, Howard Lutnick, a repórteres na quinta-feira. “Vamos trazer as fábricas de volta aos Estados Unidos.”

Na melhor das hipóteses, se fábricas suficientes retornassem para eliminar o déficit comercial pela primeira vez em décadas, talvez 2 milhões de novos empregos pudessem ser criados, de acordo com uma estimativa de Lawrence, de Harvard. Esse é um número significativo, embora seja apenas uma fração do total que desapareceu desde que a globalização atingiu a velocidade máxima. E isso teria um custo.

Com 1% do Produto Interno Bruto, as tarifas que Trump propôs até agora equivalem a um dos maiores aumentos de impostos já feitos, de acordo com o economista Dean Baker, do Center for Economic and Policy Research, um think tank de esquerda em Washington.

Trazer as fábricas de volta aos Estados Unidos pode não gerar os empregos de colarinho azul com altos salários que alguns defensores esperam. O trabalho nas fábricas já teve a reputação de oferecer melhores salários e benefícios do que outros empregos que não exigiam diploma universitário. Mas esse prêmio salarial para os trabalhadores da produção “desapareceu” em 2006, concluiu um estudo de 2022 realizado por economistas do Federal Reserve, que afirmou que a queda na filiação sindical foi responsável pela maior parte do declínio.

Ainda assim, empregos estáveis que oferecem horários regulares proporcionam outros benefícios além do salário, de acordo com Susan Helper, professora de economia da Case Western Reserve University, em Cleveland.

“Quando a GM fechou sua fábrica em Lordstown (Ohio), uma das coisas sobre as quais as pessoas falaram foi a perda de professores de escola dominical e líderes de grupos de escoteiros”, disse ela. “Porque, se você trabalhasse na GM, poderia ter apenas um emprego e sustentar sua família. Se trabalhasse em outro lugar, tinha dois ou três empregos e não tinha tempo para o engajamento cívico.”

Vaivém

A diplomacia tarifária do presidente, que vai e volta, não está facilitando sua busca. Trump primeiro prometeu tarifas sobre o Canadá e o México no final de janeiro, adiou-as por um mês no início de fevereiro, impôs-as na terça-feira, isentou as montadoras de automóveis delas na quarta-feira e, em seguida, concedeu a ambas as nações outro adiamento de um mês na quinta-feira.

Ao final desse período, o presidente planeja introduzir um sistema abrangente de tarifas “recíprocas”, igualando os impostos de importação que outras nações aplicam aos produtos dos EUA, em uma medida que alteraria completamente as normas comerciais de longa data.

“Se você estiver fora dos Estados Unidos, a situação será um pouco diferente”, disse Trump na quinta-feira.

A incessante explosão de atividades desde o dia da posse deixou os produtores que Trump diz querer ajudar com falta de ar e confusos sobre onde investir. Mais de três quartos dos entrevistados citaram as “incertezas comerciais” como seu maior desafio, mais do que o dobro da parcela pré-eleitoral, de acordo com a mais recente pesquisa da Associação Nacional de Fabricantes.

Para realmente realizar uma revolução na manufatura, Trump precisa que os CEOs mudem seus hábitos de gastos. A mudança no último quarto de século para depender de fábricas fora dos Estados Unidos — e de seus trabalhadores com baixos salários — deixou as empresas com muito dinheiro extra. Mas esse dinheiro foi, em grande parte, para os acionistas, e não para o desenvolvimento da capacidade de produção doméstica.

Atualmente, as empresas dedicam cerca de 70% dos fundos que sobram após o pagamento das despesas à recompra de ações próprias e ao pagamento de dividendos aos acionistas, de acordo com Stephen Blitz, economista-chefe para os EUA da TS Lombard, uma consultoria econômica.

“É preciso tornar menos lucrativa a construção em outro lugar. E as tarifas são uma forma de fazer isso. Mas é um instrumento muito brusco”, disse Blitz.

O problema é o momento. Na semana passada, Trump concordou em isentar as montadoras das tarifas de 25% anunciadas sobre os produtos canadenses e mexicanos até 2 de abril, quando ele planeja anunciar suas tarifas recíprocas. Mas ele também está exigindo que as montadoras americanas comecem a transferir a produção de volta para os Estados Unidos nos próximos 30 dias; um ritmo incrivelmente rápido, de acordo com especialistas em cadeia de suprimentos.

“Você não pode simplesmente dizer à GM: ‘É muito caro comprar faróis da China’. Ninguém fabrica faróis nos Estados Unidos“, disse Blitz. “Então, tudo o que você está fazendo é adicionar custos sem realmente dar tempo para um ajuste.”

Enquanto isso, a Casa Branca está recebendo o crédito pelos novos investimentos em manufatura. Na quinta-feira, Rodolphe Saadé, CEO da companhia de navegação francesa CMA CGM, compareceu com Trump no Salão Oval para anunciar um investimento de US$ 20 bilhões (R$ 116 bilhões) nos Estados Unidos.

O presidente também elogiou os anúncios da Apple, da TSMC e da Honda, que, segundo ele, abriria uma fábrica em Indiana.

Um porta-voz da empresa disse mais tarde: “A Honda não fez nenhum anúncio desse tipo”.

Este conteúdo foi traduzido com o auxílio de ferramentas de Inteligência Artificial e revisado por nossa equipe editorial.

 

DIA DE SANTA FLORA E CURIOSIDADES

 

Nesta terça-feira (11), é celebrado o dia de Santa Flora, é uma destas pessoas santas, por isso a lembramos neste dia, ela que era natural da cidade de Córdoba.

Os mártires são verdadeiros luzeiros que nos iluminam com a luz de Cristo e nos chamam ao testemunho radical da fé.

Um padre santo que a visitou na cadeia testemunhou: “Eu toquei com minhas mãos as cicatrizes de sua cabeça e de seu rosto desfigurado pelo sofrimento”. Santa Flora no século IX, com firmeza e na alegria da fé de quem receberá a Vida Eterna , aceitou martirizadas pelos muçulmanos da época, mas não negou seu seguimento ao Cristo.

No época de Santa Flora os cristãos estavam sendo duramente perseguidos pelo fanatismo árabe da “Guerra Santa de Maomé”, que busca destruir o culto ao Cristo. Flora aprendeu da família o amor e fidelidade ao Cristo e carregava consigo o testemunho de santidade de seu irmão mártir e por isso mesmo presa duas vezes , colocada numa prisão, interrogada e enfim torturada , com o auxílio da graça não abandonou a fé no Deus Vivo.

Fonte: Karla Neto
Foto: Divulgação

CURIOSIDADES – KARLA NETO

Você acha Air fryer é segura? Veja sobre cuidados essenciais no preparo de alimentos:

O método de circulação de ar quente utilizado pela air fryer pode não cozinhar alimentos de maneira uniforme. Isso significa que alimentos podem parecer prontos por fora, mas ainda estarem crus no interior. “Produtos de peito de frango cru, recheados e empanados, não devem ser preparados na air fryer, a menos que sigam estritamente as instruções do fabricante”.

No entanto, os devidos cuidados, o preparo de alimentos nesse aparelho pode apresentar riscos. O principal problema está no cozimento inadequado de alimentos, como frango cru, que pode conter bactérias perigosas, entre elas Salmonella e Campylobacter.

Para evitar problemas de saúde, algumas práticas simples são recomendadas. Lavar as mãos antes e depois de manipular alimentos, usar tábuas de corte separadas para carnes cruas e vegetais, e evitar a contaminação cruzada são passos essenciais. Outra orientação importante é não sobrecarregar a air fryer, garantindo que o calor circule adequadamente e que os alimentos sejam cozidos por completo.

O uso de um termômetro culinário é indispensável. As temperaturas seguras variam conforme o tipo de alimento:

. Peixe: 62,8ºC
. Carnes bovina, suína, de vitela e cordeiro: 62,8ºC (com 3 minutos de descanso)
. Carne moída: 71,1ºC
. Aves: 73,9ºC

Além disso, alimentos cozidos devem ser refrigerados dentro de duas horas para evitar a proliferação de bactérias na chamada “Zona de Perigo”, onde microrganismos crescem rapidamente.

Embora a air fryer seja uma aliada na cozinha, sua popularidade vem acompanhada de desafios. O preparo seguro requer atenção, prática e o uso de equipamentos simples, como um termômetro, para garantir que os alimentos fiquem livres de riscos à saúde.

Você sabia que a rúcula ajuda a mantém os ossos saudáveis e melhora o desempenho muscular?

A rúcula é rica em vitaminas A e vitamina C, e compostos fenólicos, como luteína e zeaxantina, com propriedades antioxidantes e anti-inflamatórias, que ajudam a melhorar a saúde dos olhos, controlar os níveis de açúcar no sangue e a prevenir o desenvolvimento de doenças cardiovasculares.

Além disso, a rúcula possui também contém minerais como potássio e cálcio, necessários para a regulação da pressão arterial, e fósforo, magnésio e vitamina K, essenciais para manter a saúde dos ossos.

A rúcula tem poucas calorias, cada 100 g de folhas cruas ou cozidas tem aproximadamente 29 calorias, o que pode ajudar em dietas de emagrecimento. Além disso, possui fibras que aumentam a sensação de saciedade, o que ajuda a reduzir a fome e a perder peso.
A rúcula contém grandes quantidades de nitratos e potássio, que são substâncias que ajudam a aumentar o relaxamento dos vasos sanguíneos, permitindo que o sangue circule com mais facilidade, ajudando a diminuir a pressão arterial, o que pode ser muito útil para pessoas que tem pressão alta

A rúcula é rica em cálcio, fósforo e magnésio, que são minerais fundamentais para fortalecer, aumentar a resistência e a densidade óssea, mantendo os ossos saudáveis, o que pode ajudar a prevenir doenças como osteoporose, osteopenia ou raquitismo, por exemplo, e reduzir o risco de fraturas.

Além disso, a vitamina K presente na rúcula diminui o metabolismo ósseo e melhora a absorção do cálcio da alimentação, o que contribui para manter os ossos fortes e saudáveis.

A rúcula é uma excelente fonte de vitaminas, fibras e antioxidantes, além de nitrato que ajuda a regular a pressão arterial e facilita o fluxo de oxigênio para os músculos, o que ajuda a melhorar o desempenho de exercícios de alta resistência por atletas esportivos. Além disso, a vitamina K na rúcula ajuda a prevenir lesões ósseas sendo seu consumo recomendado para atletas.

segunda-feira, 10 de março de 2025

ENCARCERAMENTO NÃO ESTÁ RESOLVENDO PRECISA DE OUTROS MEIOS INTIMIDATIVOS

 

História de Notas & Informações – Jornal Estadão

O sistema penitenciário tem três finalidades: proteger a sociedade dos criminosos, desencorajar aspirantes ao crime e reabilitar os apenados. Mas os cárceres brasileiros fracassam miseravelmente nesses fins e promovem seu exato oposto. Transformados em usinas do crime, os presídios, que deveriam ser o símbolo máximo do poder do Estado, são o emblema gritante de sua fale^ncia.

Contribuem para a calamidade falhas cro^nicas: o de´ficit de vagas e a consequente superlotac¸a~o; a baixa oferta de trabalho ou educac¸a~o e o consequente o´cio destrutivo; a convive^ncia de delinquentes contumazes de alta periculosidade com condenados por delitos de baixo potencial ofensivo ou presos proviso´rios e o consequente recrutamento para as “academias do crime”; enfim, as condic¸o~es desumanas de detenc¸a~o e a consequente bestializac¸a~o dos detentos.

Mas um diagno´stico seletivo motivado por ideologias delirantes produz soluc¸o~es contraproducentes. A obsessa~o progressista com “estruturas de poder” e “sistemas de opressa~o” esvazia as responsabilidades individuais e reduz a criminalidade a um problema de “justic¸a social” e o criminoso, a “vi´tima do sistema”. O sonho de uma esquerda hegemo^nica nos departamentos de humanidades produz monstros como o “abolicionismo penal”, segundo o qual as priso~es e, no limite, todas as penas deveriam ser abolidas e substitui´das por programas de reeducac¸a~o e assiste^ncia social.

Dados sa~o torturados para legitimar mitos como o “encarceramento em massa” e seu consequente reme´dio: o desencarceramento em massa. Ao mantra do “Brasil prende demais” aplica-se um verniz cienti´fico com estati´sticas como “a terceira maior populac¸a~o carcera´ria do mundo”.

A fala´cia dos nu´meros absolutos e´ facilmente refuta´vel: qual e´ o grande esca^ndalo, se o Brasil tem a se´tima maior populac¸a~o do mundo e o maior nu´mero de homici´dios do mundo? Como dizer que o Pai´s prende “demais” quando, na melhor das hipo´teses, apenas pouco mais de um terc¸o desses homici´dios e´ esclarecido, e, na pior, menos de um de´cimo?

Dos 849 mil apenados, segundo a Secretaria Nacional de Poli´ticas Penais, 201 mil esta~o em liberdade, e metade na~o utiliza tornozeleira eletro^nica. Os 663 mil presos de fato colocam o Brasil na 31.ª posic¸a~o global em encarceramento per capita – na~o parece “demais” para um pai´s que, em termos per capita, oscila entre os 20 pai´ses do mundo em que ha´ mais homici´dios. De resto, so´ 359 mil esta~o em regime fechado, os demais esta~o em regime semiaberto (112 mil), aberto (4 mil) ou sa~o proviso´rios.

Ainda que os ideo´logos mais extremistas estejam confinados a`s torres de marfim da academia, o proselitismo abolicionista insufla o idea´rio de boa parte das elites do sistema de Justic¸a. A Su´mula Vinculante 56 da Suprema Corte, normatizada na reforma da Lei de Execuc¸a~o Penal, estabeleceu que os presos podem ser colocados em liberdade quando faltam vagas no sistema prisional. E´ como resolver a falta de leitos no Sistema U´nico de Sau´de (SUS) enxotando doentes das enfermarias, ou extinguir os erros me´dicos e a viole^ncia policial extinguindo os hospitais e a poli´cia.

Em artigo no site juri´dico Jota, o criminalista Fillipe Azevedo Rodrigues evidenciou como a mendacidade abolicionista alimenta um ecossistema de impunidades: o regime semiaberto, que deveria proporcionar uma transic¸a~o segura e gradual, garantindo que os apenados trabalhem e contribuam para a sociedade, se transformou num instrumento de desencarceramento e neglige^ncia estatal a` pena de prisa~o.

O problema na~o e´ o excesso de encarceramento, e´ a falta de ca´rceres. O Pai´s precisa construir mais e melhores presi´dios e colo^nias penais que garantam um regime de progressa~o de pena realmente justo e reabilitante, atendendo a`s finalidades retributivas, preventivas e educativas do Direito Penal. A mistura explosiva de viole^ncia, corrupc¸a~o e impunidade alimenta a descrenc¸a da populac¸a~o no Estado de Direito e a revolta com suas autoridades. A cada delito de um criminoso que deveria estar detido, a chaga se aprofunda. A soluc¸a~o na~o e´ prender muito, como quer uma direita truculenta, nem prender pouco, como quer uma esquerda leviana. A soluc¸a~o e´ prender bem.

O BRASIL SE PREPARA PARA QA GUERRA COMERCIAL COM AS TARIFAS DE TRUMP

 

História de Notas & Informações – Jornal Estadão

O presidente americano, Donald Trump, gosta de dizer que guerras comerciais são fáceis de vencer. Entre as falsidades repetidas por Trump, essa é uma das que têm maior potencial destrutivo, mas também uma das mais fáceis de desmoralizar. Ninguém ganha com guerras comerciais – na melhor das hipóteses, há quem perca menos. Diferentemente das guerras convencionais, o combatente mais agressivo é sempre quem mais se autoinflige danos, e a melhor estratégia é sempre desescalar, reduzindo danos internos e respondendo com retaliações cirúrgicas, menos como quem quer destruir um inimigo e mais como quem quer ajudar um amigo (no caso, um parceiro comercial) a recobrar a razão.

Manter essas perspectivas em mente é importante num momento em que o Brasil elabora estratégias para navegar na maré protecionista global e constrói arsenais para se defender das ameaças do país mais rico e poderoso do planeta de implodir as regras do comércio internacional e abrir fogo contra todos.

O Senado tomou a iniciativa de retomar a tramitação de um projeto de lei (PL) que equipa o governo com instrumentos de retaliação. Em condições normais, seria preciso recorrer à Organização Mundial do Comércio (OMC) contra práticas abusivas. Mas, pela sabotagem dos EUA, o órgão de apelação da OMC para solução de controvérsias está paralisado.

Sintomaticamente, o PL 2.088/2023 foi de início elaborado para defender exportadores agrícolas brasileiros contra restrições impostas seletivamente por legislações ambientais da Europa. Ante a agressividade trumpista, a relatora, senadora Tereza Cristina (PP-MS), ampliou o escopo para responder a outros tipos de ações unilaterais, autorizando a Câmara de Comércio Exterior a restringir importações ou suspender concessões comerciais, de investimento e de obrigações relativas à propriedade intelectual ou previstas em acordos comerciais.

Indagado sobre as ameaças tarifárias de Trump, o presidente Lula da Silva costuma invocar a taxação recíproca de produtos americanos. Esse posicionamento vago, se comunicado sem um ânimo de provocação, é defensável. Ele preserva um senso de orgulho patriótico escorado numa justiça retributiva fácil de intuir. “Simples, não tem nenhuma dificuldade”, disse Lula. Mas a verdade é que uma resposta inteligente é complexa e difícil.

Dadas as assimetrias entre dois países em conflito, uma reciprocidade meramente matemática pode ser muito mais danosa ao agredido que ao agressor. Os EUA, por exemplo, são um dos maiores parceiros comerciais do Brasil, mas a recíproca não é verdadeira; a tarifa média do Brasil sobre produtos importados dos EUA é de 11,2%, e a dos EUA sobre o Brasil, só de 1,5%; as exportações brasileiras são mais focadas em produtos básicos, e as importações, em maquinário, e assim por diante.

Uma estratégia inteligente precisa, em primeiro lugar, estar integrada a um esforço amplo pela manutenção das regras comerciais internacionais e reformas da OMC e pela ampliação de parcerias que diversifiquem a rede comercial do Brasil. Além disso, ela precisa considerar áreas de interesses extracomerciais com o país ou bloco em conflito, mapeando convergências e divergências e privilegiando um engajamento bilateral que evite a imposição de tarifas.

Retaliações devem ter um caráter tático dentro dessa estratégia maior e ser o último recurso, sempre com o objetivo de conter – não incentivar – uma escalada tarifária. A análise introdutória do PL 2.088 reconhece isso e afirma que os instrumentos contemplados foram formulados “de maneira compassada de modo a deixar aberto espaço para negociação, tendo em vista que o objetivo não é punir o parceiro comercial”.

O fato de que uma parlamentar de oposição esteja articulando com órgãos subordinados ao governo, como os Ministérios das Relações Exteriores e da Indústria e Comércio, a criação de um repertório de respostas institucionais, técnicas e sistêmicas, e não politizadas, voluntaristas e arbitrárias, é um sinal alvissareiro de que há autoridades em Brasília trabalhando com maturidade para defender os interesses nacionais em meio à tempestade comercial que se aproxima.

CHINA APRENDEU A DAR O TROCO NAS TARIFAS DE TRUMP

 

História de Didi Tang – Jornal Estadão

WASHINGTON – Os líderes do Canadá e do México falaram ao telefone com o presidente Donald Trump na semana passada para buscar soluções depois que ele impôs tarifas sobre seus países, mas parece improvável que o presidente da China faça uma ligação semelhante em breve.

Pequim, que, ao contrário dos parceiros e vizinhos próximos dos Estados Unidos, está envolvida em uma guerra comercial e tecnológica com os EUA há anos, adotou uma abordagem diferente no segundo mandato de Trump, deixando claro que qualquer negociação deve ser conduzida em pé de igualdade.

Os líderes chineses dizem que estão abertos a conversações, mas também se prepararam para as tarifas mais altas dos EUA, que aumentaram 20% desde que Trump assumiu o cargo há sete semanas. Com a intenção de não serem pegos desprevenidos como foram durante o primeiro mandato do republicano, os chineses estavam prontos com medidas retaliatórias — impondo seus próprios impostos na semana passada sobre as principais importações agrícolas dos EUA e muito mais.

Segundo analistas, chineses desta vez não estão 'psicologicamente chocados' com as táticas de 'choque e pavor' de Trump Foto: Susan Walsh/AP

Segundo analistas, chineses desta vez não estão ‘psicologicamente chocados’ com as táticas de ‘choque e pavor’ de Trump Foto: Susan Walsh/AP

“À medida que Washington aumenta as tarifas, Pequim não vê outra opção a não ser retaliar”, disse Sun Yun, diretor do programa da China no Stimson Center, um think tank com sede em Washington. “Isso não significa que Pequim não queira negociar, mas não pode ser vista como se estivesse implorando por conversas ou misericórdia.”

Como a segunda maior economia do mundo, a China aspira a ser uma grande potência no cenário regional e global, exigindo respeito de todos os países, especialmente dos Estados Unidos, como prova de que o Partido Comunista tornou a China próspera e forte.

Depois que os EUA impuseram, na semana passada, outra tarifa de 10%, além da tarifa de 10% imposta em 4 de fevereiro, o Ministério das Relações Exteriores da China proferiu sua resposta mais incisiva até o momento: “Se os EUA quiserem guerra, seja uma guerra tarifária, uma guerra comercial ou qualquer outro tipo de guerra, estamos prontos para lutar até o fim.”

A retórica dura ecoou comentários semelhantes em 2018, quando Trump lançou sua primeira guerra comercial com a China e o país se esforçou para alinhar ações de retaliação. Desde então, os líderes de Pequim desenvolveram um conjunto de ferramentas de tarifas, restrições de importação, controles de exportação, sanções, revisões regulatórias e medidas para impedir que as empresas façam negócios na China.

Todas foram projetadas para infligir dor à economia e às empresas dos EUA em resposta às medidas americanas.

Isso permitiu que o governo chinês reagisse rapidamente à recente duplicação generalizada de novas tarifas sobre produtos chineses por Trump, lançando uma cesta de medidas retaliatórias, incluindo a taxação de muitos produtos agrícolas americanos em até 15%, a suspensão das importações de madeira dos EUA e a inclusão de 15 empresas americanas na lista negra.

Pequim demonstrou moderação em sua resposta para deixar espaço para negociação, segundo analistas.

A liderança de Xi Jinping no Partido Comunista no poder abrange os dois mandatos de Trump, dando a Pequim mais continuidade em seu planejamento. Foi ele quem decidiu que ainda não é hora de falar com Trump, disse Daniel Russel, vice-presidente de segurança internacional e diplomacia do Asia Society Policy Institute.

“Isso não é uma questão de agendamento, é uma vantagem para a China”, disse Russel, que já foi secretário de Estado adjunto para Assuntos do Leste Asiático e do Pacífico. “Xi não participará de uma ligação se houver a possibilidade de ser assediado ou humilhado e, por motivos políticos e estratégicos, Xi não desempenhará o papel de suplicante.”

“Em vez disso, a China está revidando prontamente — mas de forma criteriosa — a cada conjunto de tarifas”, disse Russel.

Em sua entrevista à imprensa anual na sexta-feira, o ministro das Relações Exteriores da China, Wang Yi, disse que “nenhum país deve fantasiar que pode suprimir ou conter a China e, ao mesmo tempo, desenvolver boas relações com o país”.

“Esses atos de duas caras não só são ruins para a estabilidade das relações bilaterais, mas também não criam confiança mútua”, disse Wang. Ele acrescentou que a China acolhe a cooperação com os EUA, mas observou que “se vocês continuarem pressionando, a China retaliará com firmeza”.

Scott Kennedy, diretor de negócios e economia chineses do Centro de Estudos Estratégicos e Internacionais, com sede em Washington, disse que os chineses desta vez “não estão psicologicamente chocados” com as táticas de “choque e pavor” de Trump.

“Eles já viram isso antes”, disse Kennedy. “Esse é o tipo de coisa que eles previram.”

A economia da China desacelerou, mas ainda está crescendo a um ritmo anual de quase 5% e, sob o comando de Xi, o partido está investindo pesadamente em tecnologia avançada, educação e outras áreas. A China tem laços comerciais mais fortes com muitos outros países do que durante o primeiro mandato de Trump e diversificou onde obtém seus principais produtos, por exemplo, comprando a maior parte de sua soja do Brasil e da Argentina em vez dos EUA.

Por sua vez, a porcentagem de produtos chineses vendidos para os EUA caiu.

“Eles estão mais bem preparados para absorver o efeito dos choques, em comparação com vários anos atrás”, disse Kennedy.

Enquanto isso, mais de 80% das exportações do México vão para os EUA, e o Canadá envia 75% de suas exportações para lá.

A China aprendeu com suas negociações anteriores com Trump, disse Russel. O primeiro-ministro canadense, Justin Trudeau, e a presidente mexicana, Claudia Sheinbaum, estão enfrentando uma reversão das políticas comerciais anteriores de Trump, com tarifas impostas e depois adiadas duas vezes em pelo menos alguns produtos.

“Pequim já viu o suficiente para saber que apaziguar Trump não funciona”, disse Russel. Na primeira vez, Trudeau e Sheinbaum “ganharam um pouco de tempo, mas a pressão voltou com mais força”.

Trudeau viajou para Mar-a-Lago para se encontrar com Trump em dezembro, depois que o presidente eleito ameaçou com tarifas. Mas ao anunciar as tarifas retaliatórias na terça-feira, Trudeau advertiu severamente: “Este é o momento de revidar com força e demonstrar que uma briga com o Canadá não terá vencedores”.

Sheinbaum também disse que “ninguém ganha com essa decisão”./AP

Este conteúdo foi traduzido com o auxílio de ferramentas de Inteligência Artificial e revisado por nossa equipe editorial. Saiba mais em nossa Política de IA.

LULA TROCA E EMPOSSA MINISTROS

 

História de Redação – Jornal Estadão

No “Estadão Analisa” desta segunda-feira, 10, Carlos Andreazza fala sobre as trocas de ministros que tornam mais penosa a segunda etapa da reforma ministerial, quando o governo precisara´ agradar a aliados centristas.

Quando, no fim de dezembro, reuniu seus ministros no Palácio da Alvorada e admitiu que faria mudanças no primeiro escalão, o presidente Lula da Silva deflagrou um processo no qual poderia escolher entre dois caminhos prova´veis: um muito difi´cil e o outro ainda pior.

Realiza´-las de uma so´ vez ou fatia´-las, trocar ministros em profusa~o ou optar por trocas pontuais, pouco importa – tempos difi´ceis se avizinhavam para uma reforma anunciada como ta´bua de salvac¸a~o de um governo sem rumo e sem ideias.

Afinal, reformas ministeriais costumam dar dor de cabec¸a a quem as promove, em razão da complexa tarefa de acomodar novos e antigos aliados, redistribuir cargos e orc¸amentos, recuperar ou adquirir musculatura poli´tica para aprovar agendas priorita´rias ou preparar a coaliza~o para a pro´xima disputa.

No atual esta´gio de Lula da Silva, a essas dificuldades seriam acrescidas outras, como a ineficie^ncia do Ministe´rio e a impopularidade do governo e do presidente, agravando ainda mais o que ja´ e´ difi´cil.

AS ARMADILHAS DA INTERNET E OS FOTÓGRAFOS NÃO NOS DEIXAM TRABALHAR

  Brasil e Mundo ...