segunda-feira, 10 de março de 2025

DIA DO SOGRO E CURIOSIDADES

 

Karla Neto – Colunista Correspondente

Nesta segunda-feira (10), é celebrado o Dia do Sogro, esta data foi criada com a intenção de homenagear a figura do sogro: pai do cônjuge de um indivíduo.

Os sogros são “parentes por consideração”, ou seja, alguém que não possui a mesma herança sanguínea que determinada pessoa, mas que socialmente é considerado membro da família por afinidades.

De forma geral, os sogros são categorizados popularmente como os “segundos pais” do companheiro (a) do seu filho (a).

A palavra “sogro” em inglês é traduzida para father in law, que em português significa “pai pela lei”, diante das leis do matrimônio. 

Fonte: Karla Neto
Foto: Divulgação

Dia do Sogro: 10 de Março de 2025

Por Erick Matias

kkk, Quem lembra da primeira conversa com ele hein?

O Dia do Sogro, comemorado em 10 de março, é uma data dedicada a valorizar e reconhecer o papel dos sogros na vida das pessoas. Embora frequentemente considerada uma figura de certo mistério ou até estereótipos, o sogro, tanto no contexto da relação com o genro quanto com a nora, desempenha um papel fundamental nas dinâmicas familiares, contribuindo com sabedoria, apoio emocional e, muitas vezes, sendo uma figura importante no fortalecimento dos laços familiares.

O Papel do Sogro nas Famílias Modernas

Em muitas culturas, o sogro ou a sogra é visto como uma figura que pode influenciar positivamente o relacionamento conjugal, oferecendo conselhos, apoio emocional ou até mesmo amizade. Embora nem sempre seja uma relação fácil, com o tempo, o respeito mútuo e a comunicação aberta podem transformar esses laços em algo mais harmônico.

A integração de sogros nas famílias modernas tem se mostrado cada vez mais importante, especialmente em uma sociedade onde as gerações anteriores desempenham um papel essencial no compartilhamento de experiências e valores, ajudando a fortalecer a rede de suporte familiar.

Sogro e a Contribuição para o Bem-estar Familiar

O sogro, ao lado da sogra, pode contribuir de várias formas para o bem-estar das famílias. Ao oferecer ajuda em momentos difíceis, acompanhar as celebrações familiares ou até ser um conselheiro no cotidiano, a figura do sogro muitas vezes transcende os estereótipos, e se torna um suporte importante para o equilíbrio do lar.

Em muitas famílias, o sogro também desempenha o papel de modelo de convivência, promovendo relações baseadas em respeito, carinho e compreensão. Seu apoio em eventos familiares, como casamentos, aniversários e outros momentos significativos, pode ajudar a manter a coesão familiar.

Desafios e Superações: A Relação com o Sogro

Como qualquer relação dentro de uma família, a convivência com o sogro pode ser desafiadora. Diferenças de personalidade, valores e expectativas podem criar momentos de tensão, mas é importante lembrar que a comunicação aberta e a empatia são essenciais para superar esses desafios. Ao invés de encarar o sogro como uma figura de conflito, é possível transformar essa relação em uma oportunidade de crescimento mútuo, em que todas as partes envolvidas se tornam mais compreensivas e respeitosas.

Conclusão: Valorizando o Papel do Sogro nas Famílias

No Dia do Sogro, comemorado em 10 de março de 2025, é um ótimo momento para reconhecer a importância da figura do sogro dentro das famílias. Ao celebrar esta data, as pessoas podem refletir sobre o valor das relações familiares e como a compreensão, respeito e amor entre sogros, genros e noras podem criar uma dinâmica familiar mais rica e harmônica.

Valorizar o sogro significa entender que ele é uma peça importante na construção da família, e que seu papel vai além das tradicionais limitações ou estigmas sociais. Celebrar esse dia é um convite para fortalecer os laços familiares e criar um ambiente de acolhimento e apoio entre todos os membros da família.

CURIOSIDADES – KARLA NETO

Você sabia que a semente do mamão podem ser usadas como tempero?

O mamão é uma fruta muito benéfica para o nosso corpo e pode ser usada em várias receitas. Mas, muitas vezes, não aproveitamos completamente o ingrediente e acabamos jogando fora algumas partes importantes. Por isso, a gente separou algumas dicas de como você usar a semente do mamão.

A semente do mamão é um ingrediente extremamente benéfico para nosso corpo. Obvio que o ideal é você sempre consultar seus médicos e nutricionistas para poder fazer alterações na sua rotina alimentar. Mas é possível comer o caroço do mamão, inclusive, com a própria polpa da fruta.

É um fato bastante conhecido que, ao secar a semente do mamão ela, além de crocante fica com um toque mais picante. Por isso, muita gente desconfia que, em alguns lugares, as pessoas trocam parte da pimenta-do-reino comercializada por sementes de mamão. Nada e comprovado, mas a gente te garante que, além dessa técnica, você ainda pode usar a semente em outros preparos.

Tempero
As sementes de mamão secas têm um sabor semelhante à pimenta-do-reino e podem ser usadas para temperar carnes, peixes, saladas e frango.

Chá
. Para fazer o chá, triture levemente uma colher de sopa de semente de mamão e misture com 500 ml de água fervente
. Deixe por dez minutos e depois coe
.O chá pode ser consumido uma vez ao dia

Você sabia que o inhame ajuda na digestão e imunidade?

O inhame, ou taro, é um tubérculo que promove muitos benefícios para a saúde, como combater a prisão de ventre, controlar a diabetes e evitar doenças cardiovasculares, por ser rico em fibras com propriedades laxantes, hipolipídicas e hipoglicêmicas.

Além disso, o inhame também pode favorecer o emagrecimento, pois as fibras presentes nesse tubérculo prolongam o tempo de digestão dos alimentos, prolongando a saciedade entre as refeições.

Além disso, o inhame também pode favorecer o emagrecimento, pois as fibras presentes nesse tubérculo prolongam o tempo de digestão dos alimentos, prolongando a saciedade entre as refeições

O inhame possui boas quantidades de fibra solúvel, um tipo de fibra que absorve a água para o intestino, hidratando as fezes, facilitando a evacuação e combatendo, assim, a prisão de ventre.

Por conter vitamina C e betacaroteno, o consumo do inhame tem ação antioxidante e anti-inflamatória, melhora as funções das células de defesa do organismo e fortalecendo o sistema imunológico.

O inhame ajuda a prevenir o envelhecimento precoce, porque contém boas quantidades de vitamina C e betacaroteno, nutrientes e compostos bioativos com ação antioxidante que combatem os radicais livres, evitando o surgimento de rugas e flacidez.

domingo, 9 de março de 2025

O MAIS DIFÍCIL PARA O GOVERNO AINDA ESTÁ POR VIR

 

História de Notas & Informações – Jornal Estadão

Quando, no fim de dezembro, reuniu seus ministros no Palácio da Alvorada e admitiu que faria mudanças no primeiro escalão, o presidente Lula da Silva deflagrou um processo no qual poderia escolher entre dois caminhos prováveis: um muito difícil e o outro ainda pior. Realizá-las de uma só vez ou fatiá-las, trocar ministros em profusão ou optar por trocas pontuais, pouco importa – tempos difíceis se avizinhavam para uma reforma anunciada como tábua de salvação de um governo sem rumo e sem ideias. Afinal, reformas ministeriais costumam dar dor de cabeça a quem as promove, em razão da complexa tarefa de acomodar novos e antigos aliados, redistribuir cargos e orçamentos, recuperar ou adquirir musculatura política para aprovar agendas prioritárias ou preparar a coaliza~o para a próxima disputa. No atual estágio de Lula da Silva, a essas dificuldades seriam acrescidas outras, como a ineficiência do Ministério e a impopularidade do governo e do presidente, agravando ainda mais o que já é difícil.

Passados mais de dois meses daquela reunião, Lula da Silva conseguiu surpreender negativamente até mesmo os mais céticos. No lugar de realizar uma reforma ministerial de uma só vez, resolveu fatiá-la, estendendo o período de calvário dos ministros candidatos a` demissão. Alguns deles já trocados, como Nísia Trindade, ou com potencial para serem demitidos, como ao menos uma dezena de inquilinos da Esplanada dos Ministérios foram empurrados para a fritura pu´blica palaciana por mais tempo do que deveriam – algo que, no cotidiano de suas pastas, paralisa programas e amplifica a ine´rcia do governo. E o mais grave da reforma a conta-gotas: o presidente preferiu inicia´-la para resolver problemas internos do PT, imerso numa disputa fratricida entre grupos antago^nicos e a`s ve´speras da sucessa~o do comando do partido, hoje dirigido por Gleisi Hoffmann, agora promovida a ministra. E, na deliberação dos conflitos petistas, Lula da Silva pareceu pender ainda mais para a esquerda, levando consigo o governo e o País.

Essa escolha tornou ainda mais complicada a segunda etapa da reforma ministerial, destinada a reacomodar aliados governistas que não são meros satélites do universo petista. Obcecado com a popularidade perdida e ansioso pela eleição, Lula da Silva intuiu que precisa acelerar as pautas da esquerda – o que obviamente torna ainda mais penosa a tarefa de manter legendas centristas tradicionais, como o PSD, e partidos do Centrão, como União Brasil, PP e Republicanos, todos integrantes do governo, mas com porta-vozes cada vez mais ferozes na crítica ao terceiro mandato lulopetista. Na cosmologia do poder, quanto mais difícil o apoio, mais caro é obtê-lo e, portanto, maior prejui´zo ao Pai´s. Trata-se do que este jornal ja´ chamou de quadratura do ci´rculo da sua reforma ministerial: um Executivo enfraquecido e impopular que espera agradar a aliados centristas enquanto deseja acelerar uma agenda de esquerda e resiste a dividir o poder.

Não só Lula da Silva não entendeu ateé aqui a natureza da frente democrática que o elegeu, como também não demonstrou ter aprendido alguma coisa com as sequelas deixadas pelas derrotas no Congresso. Seu Ministério não refletiu nem representou a frente que se dispo^s a apoia´-lo. Sua fragilidade na articulac¸a~o poli´tica tornou ainda mais evidente a care^ncia de ideias novas vindas dele e do PT. E sua dificuldade de entender as mudanc¸as no Brasil e no mundo aprofundou a incapacidade de enxergar soluc¸o~es compati´veis com os novos tempos. Com uma base parlamentar inchada, fragmentada e hostil, um Executivo fra´gil e impopular e um Legislativo fortalecido pelas emendas parlamentares, Lula da Silva tera´ de distribuir mais poder, o que nunca fez. Afinal, quanto maior e mais heteroge^nea a coaliza~o governista, mais difi´cil seu manejo e mais fra´gil a governabilidade.

Resta saber se o presidente compreendera´ esses limites e exige^ncias ao promover as pro´ximas mudanc¸as. Os sinais que emitiu ate´ aqui desabonam progno´sticos animadores, e o que ja´ e´ complexo em tempos normais pode se tornar uma missa~o quase impossível diante de condic¸o~es anormais e de um presidente que continua a acreditar em seus poderes políticos sobrenaturais.

História de Notas & Informações – Jornal Estadão

Quando, no fim de dezembro, reuniu seus ministros no Palácio da Alvorada e admitiu que faria mudanças no primeiro escalão, o presidente Lula da Silva deflagrou um processo no qual poderia escolher entre dois caminhos prováveis: um muito difícil e o outro ainda pior. Realizá-las de uma só vez ou fatiá-las, trocar ministros em profusão ou optar por trocas pontuais, pouco importa – tempos difíceis se avizinhavam para uma reforma anunciada como tábua de salvação de um governo sem rumo e sem ideias. Afinal, reformas ministeriais costumam dar dor de cabeça a quem as promove, em razão da complexa tarefa de acomodar novos e antigos aliados, redistribuir cargos e orçamentos, recuperar ou adquirir musculatura política para aprovar agendas prioritárias ou preparar a coaliza~o para a próxima disputa. No atual estágio de Lula da Silva, a essas dificuldades seriam acrescidas outras, como a ineficiência do Ministério e a impopularidade do governo e do presidente, agravando ainda mais o que já é difícil.

Passados mais de dois meses daquela reunião, Lula da Silva conseguiu surpreender negativamente até mesmo os mais céticos. No lugar de realizar uma reforma ministerial de uma só vez, resolveu fatiá-la, estendendo o período de calvário dos ministros candidatos a` demissão. Alguns deles já trocados, como Nísia Trindade, ou com potencial para serem demitidos, como ao menos uma dezena de inquilinos da Esplanada dos Ministérios foram empurrados para a fritura pu´blica palaciana por mais tempo do que deveriam – algo que, no cotidiano de suas pastas, paralisa programas e amplifica a ine´rcia do governo. E o mais grave da reforma a conta-gotas: o presidente preferiu inicia´-la para resolver problemas internos do PT, imerso numa disputa fratricida entre grupos antago^nicos e a`s ve´speras da sucessa~o do comando do partido, hoje dirigido por Gleisi Hoffmann, agora promovida a ministra. E, na deliberação dos conflitos petistas, Lula da Silva pareceu pender ainda mais para a esquerda, levando consigo o governo e o País.

Essa escolha tornou ainda mais complicada a segunda etapa da reforma ministerial, destinada a reacomodar aliados governistas que não são meros satélites do universo petista. Obcecado com a popularidade perdida e ansioso pela eleição, Lula da Silva intuiu que precisa acelerar as pautas da esquerda – o que obviamente torna ainda mais penosa a tarefa de manter legendas centristas tradicionais, como o PSD, e partidos do Centrão, como União Brasil, PP e Republicanos, todos integrantes do governo, mas com porta-vozes cada vez mais ferozes na crítica ao terceiro mandato lulopetista. Na cosmologia do poder, quanto mais difícil o apoio, mais caro é obtê-lo e, portanto, maior prejui´zo ao Pai´s. Trata-se do que este jornal ja´ chamou de quadratura do ci´rculo da sua reforma ministerial: um Executivo enfraquecido e impopular que espera agradar a aliados centristas enquanto deseja acelerar uma agenda de esquerda e resiste a dividir o poder.

Não só Lula da Silva não entendeu ateé aqui a natureza da frente democrática que o elegeu, como também não demonstrou ter aprendido alguma coisa com as sequelas deixadas pelas derrotas no Congresso. Seu Ministério não refletiu nem representou a frente que se dispo^s a apoia´-lo. Sua fragilidade na articulac¸a~o poli´tica tornou ainda mais evidente a care^ncia de ideias novas vindas dele e do PT. E sua dificuldade de entender as mudanc¸as no Brasil e no mundo aprofundou a incapacidade de enxergar soluc¸o~es compati´veis com os novos tempos. Com uma base parlamentar inchada, fragmentada e hostil, um Executivo fra´gil e impopular e um Legislativo fortalecido pelas emendas parlamentares, Lula da Silva tera´ de distribuir mais poder, o que nunca fez. Afinal, quanto maior e mais heteroge^nea a coaliza~o governista, mais difi´cil seu manejo e mais fra´gil a governabilidade.

Resta saber se o presidente compreendera´ esses limites e exige^ncias ao promover as pro´ximas mudanc¸as. Os sinais que emitiu ate´ aqui desabonam progno´sticos animadores, e o que ja´ e´ complexo em tempos normais pode se tornar uma missa~o quase impossível diante de condic¸o~es anormais e de um presidente que continua a acreditar em seus poderes políticos sobrenaturais.

História de Notas & Informações – Jornal Estadão

Quando, no fim de dezembro, reuniu seus ministros no Palácio da Alvorada e admitiu que faria mudanças no primeiro escalão, o presidente Lula da Silva deflagrou um processo no qual poderia escolher entre dois caminhos prováveis: um muito difícil e o outro ainda pior. Realizá-las de uma só vez ou fatiá-las, trocar ministros em profusão ou optar por trocas pontuais, pouco importa – tempos difíceis se avizinhavam para uma reforma anunciada como tábua de salvação de um governo sem rumo e sem ideias. Afinal, reformas ministeriais costumam dar dor de cabeça a quem as promove, em razão da complexa tarefa de acomodar novos e antigos aliados, redistribuir cargos e orçamentos, recuperar ou adquirir musculatura política para aprovar agendas prioritárias ou preparar a coaliza~o para a próxima disputa. No atual estágio de Lula da Silva, a essas dificuldades seriam acrescidas outras, como a ineficiência do Ministério e a impopularidade do governo e do presidente, agravando ainda mais o que já é difícil.

Passados mais de dois meses daquela reunião, Lula da Silva conseguiu surpreender negativamente até mesmo os mais céticos. No lugar de realizar uma reforma ministerial de uma só vez, resolveu fatiá-la, estendendo o período de calvário dos ministros candidatos a` demissão. Alguns deles já trocados, como Nísia Trindade, ou com potencial para serem demitidos, como ao menos uma dezena de inquilinos da Esplanada dos Ministérios foram empurrados para a fritura pu´blica palaciana por mais tempo do que deveriam – algo que, no cotidiano de suas pastas, paralisa programas e amplifica a ine´rcia do governo. E o mais grave da reforma a conta-gotas: o presidente preferiu inicia´-la para resolver problemas internos do PT, imerso numa disputa fratricida entre grupos antago^nicos e a`s ve´speras da sucessa~o do comando do partido, hoje dirigido por Gleisi Hoffmann, agora promovida a ministra. E, na deliberação dos conflitos petistas, Lula da Silva pareceu pender ainda mais para a esquerda, levando consigo o governo e o País.

Essa escolha tornou ainda mais complicada a segunda etapa da reforma ministerial, destinada a reacomodar aliados governistas que não são meros satélites do universo petista. Obcecado com a popularidade perdida e ansioso pela eleição, Lula da Silva intuiu que precisa acelerar as pautas da esquerda – o que obviamente torna ainda mais penosa a tarefa de manter legendas centristas tradicionais, como o PSD, e partidos do Centrão, como União Brasil, PP e Republicanos, todos integrantes do governo, mas com porta-vozes cada vez mais ferozes na crítica ao terceiro mandato lulopetista. Na cosmologia do poder, quanto mais difícil o apoio, mais caro é obtê-lo e, portanto, maior prejui´zo ao Pai´s. Trata-se do que este jornal ja´ chamou de quadratura do ci´rculo da sua reforma ministerial: um Executivo enfraquecido e impopular que espera agradar a aliados centristas enquanto deseja acelerar uma agenda de esquerda e resiste a dividir o poder.

Não só Lula da Silva não entendeu ateé aqui a natureza da frente democrática que o elegeu, como também não demonstrou ter aprendido alguma coisa com as sequelas deixadas pelas derrotas no Congresso. Seu Ministério não refletiu nem representou a frente que se dispo^s a apoia´-lo. Sua fragilidade na articulac¸a~o poli´tica tornou ainda mais evidente a care^ncia de ideias novas vindas dele e do PT. E sua dificuldade de entender as mudanc¸as no Brasil e no mundo aprofundou a incapacidade de enxergar soluc¸o~es compati´veis com os novos tempos. Com uma base parlamentar inchada, fragmentada e hostil, um Executivo fra´gil e impopular e um Legislativo fortalecido pelas emendas parlamentares, Lula da Silva tera´ de distribuir mais poder, o que nunca fez. Afinal, quanto maior e mais heteroge^nea a coaliza~o governista, mais difi´cil seu manejo e mais fra´gil a governabilidade.

Resta saber se o presidente compreendera´ esses limites e exige^ncias ao promover as pro´ximas mudanc¸as. Os sinais que emitiu ate´ aqui desabonam progno´sticos animadores, e o que ja´ e´ complexo em tempos normais pode se tornar uma missa~o quase impossível diante de condic¸o~es anormais e de um presidente que continua a acreditar em seus poderes políticos sobrenaturais.

História de Notas & Informações – Jornal Estadão

Quando, no fim de dezembro, reuniu seus ministros no Palácio da Alvorada e admitiu que faria mudanças no primeiro escalão, o presidente Lula da Silva deflagrou um processo no qual poderia escolher entre dois caminhos prováveis: um muito difícil e o outro ainda pior. Realizá-las de uma só vez ou fatiá-las, trocar ministros em profusão ou optar por trocas pontuais, pouco importa – tempos difíceis se avizinhavam para uma reforma anunciada como tábua de salvação de um governo sem rumo e sem ideias. Afinal, reformas ministeriais costumam dar dor de cabeça a quem as promove, em razão da complexa tarefa de acomodar novos e antigos aliados, redistribuir cargos e orçamentos, recuperar ou adquirir musculatura política para aprovar agendas prioritárias ou preparar a coaliza~o para a próxima disputa. No atual estágio de Lula da Silva, a essas dificuldades seriam acrescidas outras, como a ineficiência do Ministério e a impopularidade do governo e do presidente, agravando ainda mais o que já é difícil.

Passados mais de dois meses daquela reunião, Lula da Silva conseguiu surpreender negativamente até mesmo os mais céticos. No lugar de realizar uma reforma ministerial de uma só vez, resolveu fatiá-la, estendendo o período de calvário dos ministros candidatos a` demissão. Alguns deles já trocados, como Nísia Trindade, ou com potencial para serem demitidos, como ao menos uma dezena de inquilinos da Esplanada dos Ministérios foram empurrados para a fritura pu´blica palaciana por mais tempo do que deveriam – algo que, no cotidiano de suas pastas, paralisa programas e amplifica a ine´rcia do governo. E o mais grave da reforma a conta-gotas: o presidente preferiu inicia´-la para resolver problemas internos do PT, imerso numa disputa fratricida entre grupos antago^nicos e a`s ve´speras da sucessa~o do comando do partido, hoje dirigido por Gleisi Hoffmann, agora promovida a ministra. E, na deliberação dos conflitos petistas, Lula da Silva pareceu pender ainda mais para a esquerda, levando consigo o governo e o País.

Essa escolha tornou ainda mais complicada a segunda etapa da reforma ministerial, destinada a reacomodar aliados governistas que não são meros satélites do universo petista. Obcecado com a popularidade perdida e ansioso pela eleição, Lula da Silva intuiu que precisa acelerar as pautas da esquerda – o que obviamente torna ainda mais penosa a tarefa de manter legendas centristas tradicionais, como o PSD, e partidos do Centrão, como União Brasil, PP e Republicanos, todos integrantes do governo, mas com porta-vozes cada vez mais ferozes na crítica ao terceiro mandato lulopetista. Na cosmologia do poder, quanto mais difícil o apoio, mais caro é obtê-lo e, portanto, maior prejui´zo ao Pai´s. Trata-se do que este jornal ja´ chamou de quadratura do ci´rculo da sua reforma ministerial: um Executivo enfraquecido e impopular que espera agradar a aliados centristas enquanto deseja acelerar uma agenda de esquerda e resiste a dividir o poder.

Não só Lula da Silva não entendeu ateé aqui a natureza da frente democrática que o elegeu, como também não demonstrou ter aprendido alguma coisa com as sequelas deixadas pelas derrotas no Congresso. Seu Ministério não refletiu nem representou a frente que se dispo^s a apoia´-lo. Sua fragilidade na articulac¸a~o poli´tica tornou ainda mais evidente a care^ncia de ideias novas vindas dele e do PT. E sua dificuldade de entender as mudanc¸as no Brasil e no mundo aprofundou a incapacidade de enxergar soluc¸o~es compati´veis com os novos tempos. Com uma base parlamentar inchada, fragmentada e hostil, um Executivo fra´gil e impopular e um Legislativo fortalecido pelas emendas parlamentares, Lula da Silva tera´ de distribuir mais poder, o que nunca fez. Afinal, quanto maior e mais heteroge^nea a coaliza~o governista, mais difi´cil seu manejo e mais fra´gil a governabilidade.

Resta saber se o presidente compreendera´ esses limites e exige^ncias ao promover as pro´ximas mudanc¸as. Os sinais que emitiu ate´ aqui desabonam progno´sticos animadores, e o que ja´ e´ complexo em tempos normais pode se tornar uma missa~o quase impossível diante de condic¸o~es anormais e de um presidente que continua a acreditar em seus poderes políticos sobrenaturais.

ILUSÕES ECONÔMICAS DE TRUMP ESTÃO PREJUDICANDO A AMÉRICA

 

História de The Economist – Jornal Estadão

Em seu discurso ao Congresso em 4 de março, o presidente Donald Trump pintou um quadro fantástico. O sonho americano, declarou ele, estava crescendo mais e melhor do que nunca. Suas tarifas preservariam empregos, tornariam os Estados Unidos ainda mais ricos e protegeriam sua própria alma. Infelizmente, no mundo real, as coisas são diferentes. Investidores, consumidores e empresas mostram os primeiros sinais de desinteresse pela visão trumpiana. Com seu protecionismo agressivo e errático, Trump está brincando com fogo.

Ao impor tarifas de 25% sobre os produtos do Canadá e do México, também no dia 4 de março, Trump estava incendiando uma das cadeias de suprimentos mais integradas do mundo. Embora ele tenha adiado, dois dias depois de implementá-las, as tarifas por um mês, muitos setores sofrerão. Ele também aumentou as tarifas sobre a China e ameaçou a União Europeia, o Japão e a Coreia do Sul. Algumas dessas tarifas também podem ser adiadas; outras podem nunca se concretizar.

No entanto, tanto na economia quanto nas relações exteriores, está ficando claro que a política está sendo definida de acordo com os caprichos do presidente. Isso causará danos duradouros no país e no exterior.

Quando Trump ganhou a eleição em novembro, os investidores e os chefes o aplaudiram. O S&P 500 subiu quase 4% na semana após a votação, na expectativa de que o novo presidente acendesse uma fogueira de burocracia e promovesse generosos cortes de impostos. Sua retórica protecionista e anti-imigração, esperavam os investidores, não daria em nada. Uma correção no mercado de ações ou o retorno da inflação certamente refrearia seus piores instintos.

Donald Trump discursa no Congresso Foto: Win McNamee/AP

Donald Trump discursa no Congresso Foto: Win McNamee/AP

Infelizmente, essas esperanças estão virando fumaça. O Doge de Elon Musk está causando caos e ganhando as manchetes, mas ainda há poucos sinais de uma bonança desregulatória. (A ordem de Trump que proíbe a compra federal de canudos de papel fará pouco para os resultados da America Inc.). O projeto de orçamento aprovado no Congresso em fevereiro mantém os cortes de impostos de 2017, no primeiro mandato de Trump, mas não os expande – embora acrescente trilhões à dívida nacional. Enquanto isso, as promessas de tarifas de Trump retornariam o imposto médio efetivo a níveis não vistos desde a década de 1940, quando os volumes de comércio eram muito menores.

Não é de se admirar que, apesar do discurso de Trump sobre um retorno estrondoso, os mercados estejam piscando no vermelho. O S&P 500 perdeu quase todos os ganhos desde a eleição. Embora o crescimento econômico continue razoável, nas últimas semanas, o rendimento dos títulos do Tesouro de dez anos caiu, as medidas de sentimento do consumidor despencaram e a confiança das pequenas empresas diminuiu, o que sugere uma desaceleração futura. Enquanto isso, as expectativas de inflação estão aumentando, talvez porque Trump esteja falando sobre todas aquelas novas e maravilhosas tarifas.

Por trás do alarme está a percepção de que Trump é menos limitado por restrições do que os investidores esperavam. Embora os aumentos de preços tenham detonado a campanha presidencial de Kamala Harris, a perspectiva de inflação não está dissuadindo Trump, que argumenta que os danos econômicos das tarifas valem a pena. Durante seu primeiro mandato, ele se vangloriou com o longo boom do mercado de ações; desta vez, os mercados não apareceram em suas muitas postagens nas mídias sociais. Seu adiamento das tarifas sobre automóveis é muito curto para que o setor se adapte. Trump está mantendo sua crença de que as tarifas são boas para a economia.

Igualmente importante, as pessoas que cercam o presidente também parecem não ter influência. Scott Bessent, o secretário do Tesouro, e Howard Lutnick, o secretário do Comércio, são ambos financistas, mas se estão tentando controlar Trump, não estão se saindo muito bem. Em vez de serem conselheiros sábios, eles parecem fantoches, explicando por que as tarifas são essenciais e Wall Street não importa. Poucos empresários querem falar a verdade ao poder por medo de atrair a ira de Trump. Assim, o presidente e a realidade parecem estar se distanciando cada vez mais.

Isso ameaça os parceiros comerciais dos Estados Unidos. Por alguma razão, Trump reserva uma hostilidade especial para o Canadá e a União Europeia. Como sua abordagem carece de uma lógica coerente, não há como saber como evitar suas ameaças. O pior está por vir se ele cumprir sua promessa ao Congresso de impor tarifas recíprocas, que correspondem às taxas que as exportações americanas enfrentam no exterior. Isso criaria 2,3 milhões de impostos individuais, exigindo ajustes e negociações constantes, um pesadelo burocrático que os Estados Unidos abandonaram unilateralmente na década de 1920. As tarifas recíprocas seriam um golpe fatal para o sistema de comércio global, segundo o qual cada país tem uma taxa universal para cada mercadoria que não esteja em um acordo de livre comércio.

Como se isso não fosse ruim o suficiente, as tarifas também prejudicarão a economia dos Estados Unidos. O presidente diz que quer mostrar aos agricultores que os ama. Mas proteger as 1,9 milhão de fazendas americanas da concorrência inflacionará as contas de supermercado de seus quase 300 milhões de consumidores; e compensá-las por tarifas retaliatórias aumentará o déficit.

Independentemente da opinião de Trump, o crescimento econômico será prejudicado porque as tarifas aumentarão os custos dos insumos. Se as empresas não puderem repassá-los aos consumidores, suas margens murcharão; se puderem, as famílias sofrerão o que equivale a um aumento de impostos.

As políticas de Trump preparam um confronto poderoso com o Federal Reserve (Fed, o banco central americano), que ficará dividido entre manter as taxas altas para conter a inflação e reduzi-las para estimular o crescimento. Uma das instituições independentes remanescentes mais importantes dos Estados Unidos, o Fed teria de enfrentar um presidente furioso, acostumado a conseguir o que quer. Quando o governo encenou uma tomada de poder sobre as responsabilidades regulatórias do Fed, ele separou cuidadosamente a política monetária. Quanto tempo duraria essa distinção?

MAGAlomania

A economia mundial está em um momento perigoso. Tendo desafiado a realidade (e a constituição) após perder a eleição em 2020, apenas para ser triunfantemente reeleito em 2024, Trump não tem paciência para ser informado de que está errado. O fato de que sua crença no protecionismo é fundamentalmente falha pode não ser compreendido por algum tempo, se é que será. À medida que a mensagem de Trump que está prejudicando a economia se torna mais alta, ele pode atacar os mensageiros, inclusive seus assessores, o Fed ou a mídia. É provável que o presidente habite sua fantasia protecionista por algum tempo. O mundo real pagará o preço.

Este conteúdo foi traduzido com o auxílio de ferramentas de Inteligência Artificial e revisado por nossa equipe editorial. Saiba mais em nossa Política de IA.

GOVERNOS LULA E DILMA E SÃO MUITO PARECIDOS UM NÃO FEZ NADA E O OUTRO TAMBÉM

 

História de Leonardo Rodrigues – Jornal Estadão

As nomeações de Gleisi Hoffmann para a Secretaria das Relações Institucionais e de Alexandre Padilha para o Ministério da Saúde reúnem os dois petistas em uma reprodução quase precisa da configuração da Esplanada sob Dilma Rousseff (PT).

As escolhas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para a aguardada reforma ministerial renderam comparações imediatas ao governo da ex-presidente, encerrado por um processo de impeachment em 2016, da oposição bolsonarista ao “centrão”, grupo de partidos dominante no Congresso e com cargos na administração.

As aproximações, no entanto, contemplam ainda dificuldades enfrentadas pelas duas gestões na relação com o Congresso, na economia e na avaliação popular. Neste texto, a IstoÉ mostra quais pontos sustentam e quais refutam essa comparação.

+Brasil cai uma posição e encerra 2024 como a 10ª maior economia do mundo; veja ranking

Um espelho de atritos

Com dificuldades conhecidas desde o início do mandato para aprovar projetos no Parlamento, onde está distante de ter maioria, Lula tem sido cobrado desde a reta final de 2024 por uma reforma ministerial que daria mais espaço a siglas como PSD, PP, Republicanos e União Brasil no governo e poderia realinhar a base de apoio.

Em um demonstrativo público da cobrança, Gilberto Kassab, presidente do PSD, chamou o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, de “fraco”, e projetou que o presidente não seria reeleito se as urnas fossem abertas naquele momento. A declaração foi dada em janeiro.

O mês virou, e foi a vez de o senador Ciro Nogueira (PI), presidente do PP, elevar o tom e ameaçar desembarcar da gestão se não houver “mudança de rumos”. Seu partido comanda o Ministério dos Esportes, com André Fufuca, mas o dirigente projetou que a decisão provocaria uma debandada de todas as legendas do “centrão” que integram a esplanada.

O que embasa e o que refuta a comparação entre os governos Lula e Dilma

Ciro Nogueira, senador e presidente do PP: projeção de “desembarque” do governo Lula

Nogueira comparou esse potencial movimento ao que ocorreu com Dilma Rousseff antes de sofrer um impeachment, mas preferiu afastar essa possibilidade. “O ideal é dar governabilidade do país para a gente fazer uma transição. Se eu fosse o presidente, o mais rapidamente possível, eu anunciava que não era candidato [em 2026] e virava essa página”, concluiu, antes de defender que Jair Bolsonaro (PL), inelegível até 2030, seja o presidenciável da oposição no pleito.

Lula não enfrentou o mesmo desgaste na relação com as forças políticas em seus mandatos mandatos anteriores. O PT era um partido mais forte em termos de expressão social, e as alianças com PL e o então PMDB eram sólidas, o que não se reproduz agora”, disse Carlos Melo, cientista político e professor do Insper, à IstoÉ.

Mas, diante da pressão de lideranças ideologicamente distantes, o chefe do Executivo deu mais poder a seus aliados. Com a demissão de Nísia Trindade, Alexandre Padilha, velho conhecido das administrações petistas, assumiu o Ministério da Saúde, um dos maiores orçamentos e vitrines do governo. Para seu lugar na Secretaria das Relações Institucionais, a quem cabe articular com o Congresso, chegou Gleisi Hoffmann, presidente do PT mais conhecida por posições inflamadas do que pela amplitude de diálogo.

As trocas deram ao partido o comando de mais de um terço dos ministérios e rememoraram decisões de Dilma, que povoou a Esplanada com aliados no começo de seu segundo mandato, em 2015. Nos meses seguintes, ela enfrentaria uma recessão econômica sem margem para manobra no Legislativo e se tornaria amplamente rejeitada — em dezembro, seu trabalho era aprovado por 9% e reprovado por 70% dos eleitores brasileiros, segundo o Ibope.

Em abril de 2016, às vésperas de perder o mandato, Dilma viu seis ministros deixarem seus cargos e seus partidos romperem com o governo — quatro eram do MDB, um do PP e, do PSD, Gilberto Kassab. Com o desembarque, as bancadas ficaram livres para, em seguida, votar e aprovar o impeachment da petista.

Na mesma entrevista em que ameaçou romper com Lula, Nogueira foi claro sobre os motivos de não desarmar o governo: “Uma coisa é tirar a Dilma [Rousseff] como a gente tirou. A Dilma tinha 7%. Lula nunca vai chegar a 7%”. Neste ano, o presidente viu seu patamar de aprovação popular despencar a um nível inédito para ele no cargo.

Entre as duas pontas da desidratação política, no entanto, Dilma entrou na mira do presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (então no PMDB-RJ), à frente do aval para o processo de impedimento e da mudança de posição dos emedebistas. Para Carlos Melo, cientista político e professor do Insper, este atrito é o que distancia a relação dos dois mandatários com o Legislativo.

“Lula faz um movimento ousado [ao empoderar o PT na Esplanada] em um país que viveu as experiências de impeachment de Fernando Collor e Dilma, mas não cometeu os mesmos erros da ex-presidente nas disputas internas do Congresso”, afirmou. Neste 2025, o governo apoiou as eleições de Hugo Motta (Republicanos-PB) e Davi Alcolumbre (União-AP) para as presidências de Câmara e Senado, respectivamente.

Peso no bolso

Das dificuldades de relação com o Congresso à impopularidade, o peso do bolso é central para explicar as crises de ambos os governos. Mesmo que a geração de empregos afaste a comparação — o Brasil registrou a menor taxa de desemprego da série histórica mapeada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), longe dos 10,9% de desemprego da reta final da gestão Dilma –, o alto nível de inflação registrado entre 2015 e 2016 também assombra a gestão atual.

São dois governos que trabalham com uma inflação no teto. O teto atual, de 4,5%, gera algum nível de alívio, mas administrações que têm dificuldade para fazer um controle macroeconômico efetivo enfrentam esse entrave de ter a inflação sempre ao redor do teto”, disse à IstoÉ Sergio Vale, economista-chefe da MB Associados.

Nos 12 meses entre abril de 2015 e abril de 2016, o Brasil registrou uma taxa de 9,28% de inflação. Sob Lula, o acumulado de 12 meses em março de 2025 é de 4,56%, mas o cenário mais preocupante se concentra na alimentação, com índices de 8,23% para as refeições em casa e 6,29% fora de casa.

Segundo um levantamento da Fhoresp (Federação de Hotéis, Restaurantes e Bares do Estado de São Paulo) obtido pela IstoÉ, a elevação atual é puxada pelas carnes (20,84%), enlatados e conservas (19%), óleos e gorduras (18,72%), leite e derivados (10,37%) e café (8,72%).

Guido Mantega, ex-ministro da Fazenda: referência na escola petista de aumento dos gastos públicos

Em reação, Lula aposta no corte de impostos sobre os alimentos, mas pouco faz para conter os problemas fiscais e reverter o déficit das contas públicas, em reprodução fiel da política de Dilma. “O governo entende a necessidade do controle fiscal, mas persiste um pensamento, desde a gestão de Guido Mantega [ministro da Fazenda de 2006 a 2015], de que gasto público é positivo porque gera crescimento“, afirmou Vale.

“Os esforços da gestão atual para um ajuste fiscal se dão por meio do aumento da arrecadação, mas a sociedade já paga muitos impostos e o Congresso é refratário a propostas de aumento dos tributos. Há uma percepção consolidada, entre os analistas, de que o gasto público não foi atacado“, prosseguiu.

No caso de Dilma, a alternativa proposta ao ajuste fiscal foi uma “conjunção de políticas de estímulo de gasto, em especial com cortes de impostos”, explicou o economista. As contas públicas federais de 2015 foram reprovadas pelo TCU (Tribunal de Contas da União) e a petista apresentou uma proposta orçamentária com déficit de R$ 30,5 bilhões para 2016, ano em que perdeu o cargo. O governo Lula registrou um déficit de R$ 43 bilhões em 2024.

ÚNICO CASO PENDENTE DA LAVA JATO OS OUTROS TODOS DA SITUAÇÃO FORAM ABSOLVIDOS SÓ O COLLOR POR SER DA OPOSIÇÃO ESTÁ PEDENTE

 

História de Adriana Victorino – Jornal Estadão

A defesa do ex-presidente Fernando Collor protocolou um novo recurso no Supremo Tribunal Federal (STF) contra a decisão que o condenou a oito anos e seis meses de prisão por corrupção passiva e lavagem de dinheiro no âmbito da Operação Lava Jato.

O novo recurso foi apresentado após o STF rejeitar, em novembro do ano passado, outro pedido da defesa, que tentava reduzir a pena, além de alterar o regime de prisão. Na ocasião, a maioria dos ministros votou pela manutenção da pena. Caso o novo recurso seja negado, Collor poderá ser preso.

O ex-presidente foi condenado por corrupção passiva e lavagem de dinheiro em 2023. Foto: Roque de Sá/Agência Senado

O ex-presidente foi condenado por corrupção passiva e lavagem de dinheiro em 2023. Foto: Roque de Sá/Agência Senado

Em 2023, o STF condenou Collor por corrupção passiva e lavagem de dinheiro, no entanto, a decisão permitiu que o ex-presidente não cumprisse a pena de imediato, o que permitiu que ele aguardasse o resultado dos recursos em liberdade. O ex-presidente foi declarado culpado pelo recebimento de R$ 20 milhões em propinas da UTC Engenharia em troca do direcionamento de contratos de BR Distribuidora.

O ex-ministro Pedro Paulo Bergamaschi e o operador Luís Pereira Duarte de Amorim também foram condenados. A sentença também determinou que os três paguem solidariamente uma multa de R$ 20 milhões por danos morais coletivos.

SENEANDO VENTO PARA COLHER TEMPESTADE

 

História de Notas & InformaçõesHistória de Notas & Informações – Jornal Estadão

Para enaltecer o crescimento de 3,4% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2024, Lula da Silva profetizou em redes sociais que “2025 será´ o ano da colheita”, mas não especificou a que safra se referia. Diz a sabedoria popular que quem semeia vento colhe tempestade, e é a esse “plantio” que o presidente vem se dedicando com afinco desde o início de seu terceiro mandato, como comprova a disparada de 4,8% no consumo das famílias em 2024, o maior propulsor do PIB.

Com a maior alta em 11 anos, os gastos dos brasileiros empurraram a economia, embalados pelas políticas de incentivo do governo. Por óbvio, trouxeram o efeito colateral de aumento da inflac¸a~o – que na~o preocuparia Lula na~o fosse o ni´vel de espalhamento que atinge indistintamente os alimentos e, por tabela, sua popularidade. Recente pesquisa da AtlasIntel mostra que ja´ passa de 50% a parcela de eleitores que avaliam o governo Lula como ruim ou pe´ssimo.

E´ fato que o investimento tambe´m subiu em 2024, especialmente no u´ltimo peri´odo do ano, quando a alta de 7,3% na formac¸a~o bruta de capital fixo (investimento em ma´quinas, equipamentos, construc¸o~es diversas e obras de infraestrutura) em relac¸a~o ao quarto trimestre do ano passado levou a taxa de investimento do ano a 17%. A alta e´ boa noti´cia, mas o patamar e´ ainda pi´fio, insuficiente para garantir um crescimento econo^mico sustenta´vel. Para manter a alta de 3,5% ao ano por ao menos uma de´cada, como o Pai´s precisa para acelerar o desenvolvimento, a taxa teria de ficar ao redor de 25%.

O PIB de 2024, que mante´m o Brasil entre as dez maiores economias do mundo, e´ a parte boa e visi´vel de uma economia aquecida. O problema esta´ na fo´rmula de crescimento, baseada em incentivo ao cre´dito, incremento de gastos pu´blicos, ampliac¸a~o de programas de transfere^ncia de renda e baixi´ssima contrapartida com aumento de capacidade produtiva. Esta´ ai´ a receita do sobreaquecimento econo^mico que leva ao descontrole da inflação e, em última instância, a` recessão.

O consumo caiu 1% no quarto trimestre de 2024 em razão basicamente do processo inflaciona´rio. Foi a primeira queda no ano depois de tre^s trimestres em franca expansa~o. Em condic¸o~es normais, deveria continuar moderado para que a inflac¸a~o convergisse para a meta de 3% e a economia buscasse sua real dimensa~o para tornar via´vel a queda dos juros, possibilitar um aumento natural do investimento e do cre´dito e, ai´ sim, crescer de forma sustentável.

Mas Lula da Silva tem pressa para granjear um bom resultado eleitoral, mesmo que a` custa do comprometimento econo^mico futuro. A desacelerac¸a~o buscada pela poli´tica moneta´ria do Banco Central, que caminha para uma taxa de juros acima de 15% ao ano, como preve^ o mercado financeiro, dificilmente sera´ obtida com o governo jogando contra, insistindo em suas poli´ticas de esti´mulo ao cre´dito e ao consumo, ao estilo do cre´dito consignado privado e da distribuic¸a~o do FGTS. Lula persiste na ladainha de que vai botar “dinheiro rodando na ma~o do povo”, o que pode ate´ lhe render um punhado de votos, mas so´ servira´ para criar legio~es de endividados.

sábado, 8 de março de 2025

CONTROLE DO PIX CONTRA A BANDIDAGEM

 

História de Notas & Informações – Jornal Estadão

O Banco Central (BC) acaba de publicar uma oportuna resolução que aprimora os mecanismos de segurança do Pix. Como se sabe, o meio de pagamento instantâneo tem sido usado por bandidos para a prática de uma série de crimes, desde desfalques em contas bancárias por roubos e furtos de celulares até intrincados esquemas de lavagem de dinheiro por meio de transferências fracionadas de baixa monta com o objetivo de escapar da fiscalização.

Pelas novas regras editadas pelo BC, os participantes do Pix deverão excluir chaves de pessoas e de empresas cuja situação não esteja regular na Receita Federal. Isso nada tem que ver, como muito bem explicou a autoridade monetária, com impedimentos para a realização de Pix por pessoas físicas e jurídicas que tenham pendências tributárias com o Fisco. Trata-se de uma espécie de saneamento de chaves, de modo a evitar fraudes.

Por irregularidade na Receita Federal deve ser entendida a situação de CPFs suspensos, cancelados, de titular falecido ou nulos, além de CNPJs também registrados no Fisco como suspensos, inaptos, baixados ou nulos. Nada a ver, portanto, com eventuais dívidas dos contribuintes.

Se quiser, de fato, combater o crime organizado atacando seu flanco mais sensível, o Estado brasileiro precisa apertar, e não afrouxar, os instrumentos legais e normativos de asfixia financeira das organizações criminosas. Portanto, é muito auspiciosa esta nova regulamentação do BC, como também era a portaria da Receita Federal que obrigava as operadoras de cartão de crédito e instituições de pagamento a notificar o Fisco em caso de movimentações por Pix acima de R$ 5 mil mensais por pessoas físicas e R$ 15 mil por pessoas jurídicas.

A incompetência do governo Lula da Silva para defender uma medida do Fisco absolutamente correta e necessária para aumentar a fiscalização sobre as transações via Pix, o que também não implicava a tributação dessas operações, permitiu que a oposição deitasse e rolasse no Congresso e nas redes sociais. Nas cordas, Lula, em vez de vir a público e explicar à população, com coragem e franqueza, a pertinência daquela portaria, decidiu voltar atrás.

Que o mesmo não ocorra agora com a regulamentação do BC, que, recorde-se, por lei, não tem qualquer relação de subordinação ao governo federal. Mas é essa mentira que a oposição tenta emplacar como verdade para fustigar o petista, em especial neste momento em que Lula é atormentado pela queda recorde de seus índices de aprovação.

O clã Bolsonaro foi rápido em atribuir ao Poder Executivo a autoria da resolução do BC, um disparate à luz da verdade dos fatos. No X, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) classificou a medida como uma “arapuca para atrapalhar a vida do trabalhador”. Na mesma rede social, o inelegível Jair Bolsonaro perguntou ironicamente a seus seguidores: “Já fez seu Pix hoje?”.

É papel da oposição tentar desgastar o governante de turno. O ideal seria que o fizesse de boa-fé, vale dizer, com respeito aos fatos. Como os bolsonaristas são incapazes disso, que o BC se mantenha firme na medida e, no que lhe cabe, que o governo reforce a natureza auspiciosa da fiscalização do Pix. Pois a derrota dos controles legais é a vitória dos criminosos.

TRUMP AMEAÇA A RÚSSIA COM SANÇÕES ECNÔMICAS ATÉ QUE A PAZ COM A UCRÂNIA SEJA ALCANÇADA

 

História de Por Andrea Shalal e Anastasiia Malenko e Olena Harmash – Reuters

Presidente dos EUA, Donald Trump 07/03/2025 REUTERS/Leah Millis

Presidente dos EUA, Donald Trump 07/03/2025 REUTERS/Leah Millis© Thomson Reuters

Por Andrea Shalal e Anastasiia Malenko e Olena Harmash

WASHINGTON/KIEV (Reuters) – O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, elevou nesta sexta-feira as chances de impor sanções à Rússia, dias depois de interromper o auxílio e o compartilhamento de informações de inteligência com a Ucrânia, pedindo para que ambos os países se engajem na negociação de um acordo de paz.

A ameaça de Trump com restrições bancárias e tarifas vem após uma reportagem da Reuters, publicada na segunda-feira, ter informado que a Casa Branca se preparava para aliviar as sanções contra a Rússia como parte do plano para encerrar a guerra e melhorar os laços diplomáticos e econômicos com Moscou.

“Baseado no fato de que a Rússia está ‘destroçando’ a Ucrânia no campo de batalha agora mesmo, estou considerando fortemente impor grande sanções bancárias, sanções e tarifas contra a Rússia até um cessar-fogo e um ACORDO FINAL DE PAZ SER ALCANÇADO”, disse Trump.

“Para a Rússia e para a Ucrânia: à mesa de negociações agora, antes que seja tarde demais. Obrigado!!!”, acrescentou.

Forças russas quase cercaram milhares de soldados ucranianos que invadiram a região de Kursk no ano passado, uma incursão-surpresa que Kiev usou na esperança de ter uma moeda de troca em negociações de paz com Moscou.

A situação da Ucrânia em Kursk piorou muito nos últimos três dias, mostram mapas de código aberto. A contraofensiva russa praticamente dividiu as forças ucranianas em duas, separando o grupo principal de suas mais importantes linhas de suprimento.

“A situação (para a Ucrânia em Kursk) é muito ruim”, disse à Reuters Pasi Paroinen, analista militar do Black Bird Group, que tem sede na Finlândia. Não há confirmação oficial do avanço russo vinda da Rússia ou da Ucrânia, que tendem a relatar os acontecimentos do campo de batalha com certo atraso.

As forças russas também danificaram infraestruturas de energia e gás dentro da Ucrânia durante a madrugada, no primeiro grande ataque com mísseis desde que os EUA pararam de trocar informações de inteligência com a Ucrânia. Dez pessoas, inclusive uma criança, ficaram feridas, disseram autoridades ucranianas.

PEDIDO DE TRÉGUA

O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelenskiy, que busca reforçar o apoio diplomático ocidental à Ucrânia após uma aparente aproximação entre Moscou e Washington, pediu então uma trégua de ar e água.

“O primeiro passo para restabelecer a paz real é forçar que a única fonte dessa guerra, a Rússia, interrompa tais ataques”, afirmou Zelenskiy no aplicativo de mensagens Telegram.

Moscou tem rejeitado a ideia de haver uma trégua temporária, algo que também já foi proposto por França e Reino Unido. O país disse que nunca deixará que tropas de paz da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) entrem na Ucrânia, após franceses e britânicos terem sugerido a atuação de uma força europeia como garantia de qualquer acordo que seja negociado.

A Rússia, um dos maiores produtores de petróleo do mundo, já sofre sanções impostas pelos EUA e seus parceiros após Moscou ter invadido a Ucrânia em fevereiro de 2022.

As sanções dos EUA à Rússia incluem medidas destinadas a limitar suas receitas de petróleo e gás, incluindo um teto de 60 dólares por barril nas exportações de petróleo russas.

Trump não deu detalhes sobre as possíveis sanções contra a Rússia e afirmou no Salão Oval que acha mais difícil lidar com Kiev do que com Moscou.

Apesar das tensões com Trump, Zelenskiy disse na quinta-feira que viajaria para a Arábia Saudita na próxima segunda-feira para uma reunião com o príncipe herdeiro saudita, Mohammed bin Salman, antes das negociações que ocorrerão no país entre autoridades norte-americanas e ucranianas.

Atualmente, a Rússia controla cerca de um quinto do território da Ucrânia, e suas forças estão avançando constantemente na região de Donetsk, no leste do país.

O assessor de Segurança Nacional da Casa Branca, Mike Waltz, disse que ele e o secretário de Estado, Marco Rubio, estarão nas negociações com a Ucrânia na Arábia Saudita, e passou confiança de que as coisas voltarão aos trilhos após o encontro.

O ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, Andrii Sybiha, afirmou ter tido uma “ligação construtiva” com Rubio nesta sexta-feira.

(Reportagem adicional de Tom Balmforth, Andrew Osborn, Yuliia Dysa, Nandita Bose, Susan Heavey e Ryan Patrick Jones)

LULA QUER BAIXAR OS PREÇOS DOS ALIMENTOS NO GRITO

 

História de Notas & Informações – Jornal Estadão

Obcecado em recuperar a popularidade, o governo Lula da Silva zerou o Imposto de Importação sobre vários alimentos para tentar conter a inflação, que atormenta os brasileiros e prejudica a popularidade do presidente. E o petista resolveu falar grosso. Filosofando sobre as razões por trás do aumento do preço dos ovos, por exemplo, o presidente Lula da Silva isentou as galinhas, responsabilizou “atravessadores” e não descartou a possibilidade de tomar uma “atitude drástica” para reduzir os preços, caso não encontre uma “solução pacífica”.

“Não encontrei uma galinha pedindo aumento no preço do ovo”, afirmou ontem em um assentamento do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) em Minas Gerais. “A gente não quer brigar com ninguém, a gente quer encontrar uma solução pacífica. Mas, se a gente não encontrar, a gente vai ter que tomar uma atitude mais drástica, porque o que interessa é levar a comida barata para a mesa do povo brasileiro.”

Não se sabe bem que “atitude drástica” poderia ser tomada por Lula, mas a história brasileira está repleta de momentos em que presidentes tomaram “atitudes drásticas” para fazer a inflação baixar na marra, e o resultado foi sempre desastroso, por implicar intervenção nos mercados e na formação de preços, o que resulta quase sempre em desabastecimento e desestabilização.

Na verdade, enfrentar a carestia requer austeridade, e não populismo. Certamente não será no grito, ameaçando produtores rurais e transportadores, que o governo terá sucesso em sua cruzada pela redução do preço dos alimentos, mas a estratégia parece ser unicamente a de mostrar que o governo fez tudo o que podia para ajudar os mais pobres – e que os culpados pela inflação são, claro, os outros.

Sem ter muito o que fazer, o governo decidiu anunciar a redução do Imposto de Importação sobre alimentos, que valerá para alguns dos itens cujos preços passaram a assombrar o consumidor, como carnes, café e açúcar.

A medida ainda precisa ser referendada pela Câmara de Comércio Exterior (Camex) e incluirá milho, óleos vegetais, azeite, sardinha, biscoitos e massas alimentícias. Alckmin disse ainda que o governo fortalecerá a formação de estoques reguladores e dará prioridade ao financiamento de itens da cesta básica por meio do Plano Safra. Por fim, apelou aos governadores para que façam sua parte e isentem o ICMS sobre esses produtos.

O conjunto de medidas mostra o tamanho do desespero de um governo perdido e com um arsenal de medidas bastante limitado. No caso de itens como carne, café e açúcar, o Brasil já é um dos maiores produtores mundiais e dificilmente conseguirá importar um volume tão significativo a ponto de reduzir seus preços. No caso do milho, o País é o terceiro maior produtor, atrás dos Estados Unidos e China, e pratica preços bastante competitivos nos mercados interno e externo.

Impacto nos preços domésticos, se houver, será pouco relevante e não será sentido no curto prazo. Ademais, não há qualquer garantia de que a isenção de impostos seja repassada aos produtos, pois ela pode facilmente ser diluída ao longo da cadeia. Por fim, dificilmente os preços voltarão aos patamares anteriores.

O problema dos preços dos alimentos, como se sabe, é mais complexo e vai muito além da tributação. A seca prejudicou o desenvolvimento das lavouras no País e houve quebra da safra de café em países como Vietnã e Indonésia – ou seja, a escassez é internacional. No caso das carnes, a estiagem e as queimadas afetaram sobremaneira a formação das pastagens.

É possível buscar explicações para o comportamento dos preços de cada um dos itens alcançados pelo anúncio do governo, mas seria tão inócuo quanto as medidas anunciadas. A população tem percebido, ao fazer suas compras nos supermercados, que a inflação tem afetado produtos e serviços de forma generalizada, como há tempos não se via, e tem cada vez menos paciência com os discursos de Lula – as pesquisas mostram que sua verve já não convence nem mesmo parte de seu eleitorado mais fiel, isto é, a população de baixa renda no Nordeste, região em que sua avaliação despencou. Mas podia ser pior. Felizmente, o governo não anunciou a taxação das exportações. Por enquanto.

ALCOLUMBRE NO CARNAVAL DEU UMA DE BONZINHO COM OS FUNCIONÁRIOS

 

História de Adriana Victorino – Jornal Estadão

A Transparência Brasil (TB) enviou uma representação nesta sexta-feira, 7, ao Tribunal de Contas da União (TCU) para que a Corte investigue a criação de um benefício aprovado pelo presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil). O penduricalho concede um dia de folga para cada três trabalhados aos servidores da Casa. A medida foi instituída na véspera do feriado de Carnaval.

A organização classificou a licença compensatória como uma “clara afronta aos princípios da motivação e do interesse público nos atos administrativos”. Segundo a TI, a medida foi implementada por decisão unilateral de Alcolumbre, sem qualquer publicação sobre impactos financeiros e disponibilidade orçamentária, além de não apresentar critérios claros.O senador Davi Alcolumbre (União Brasil) comemora após vencer a eleição para presidente do Senado Federal. Foto: WILTON JUNIOR

O senador Davi Alcolumbre (União Brasil) comemora após vencer a eleição para presidente do Senado Federal. Foto: WILTON JUNIOR

Na última sexta-feira, 28, o presidente do Senado implementou a nova escala de trabalho que permite a determinados servidores tirarem um dia de folga a cada três dias úteis trabalhados. A chamada licença compensatória também poderá ser convertida em um pagamento de natureza indenizatória, ou seja, um benefício extra que não será contabilizado no teto de remuneração do funcionalismo. A medida entrou em vigor no último sábado, 1º.

Terão direito ao novo benefício servidores que desempenharem funções específicas em determinadas áreas, como diretoria-geral, secretaria-geral da Mesa, gabinete da presidência e consultorias legislativa e de orçamento.

A Transparência Brasil pediu ao TCU a suspensão imediata do ato e o reconhecimento de sua irregularidade. A organização solicitou ainda que a Justiça determine a publicação por parte do Senado de análises detalhadas sobre o impacto financeiro da medida e comprove a disponibilidade de recursos para sua implementação.

Na denúncia, a organização também exige que o Senado justifique os motivos para a criação do benefício e demonstre que ele atende ao interesse público.

Em nota, a TB comparou o benefício a vantagens concedidas pelo Ministério Público e pelo Judiciário. A medida é semelhante ao que tem sido usado em tribunais de Contas e de Justiça para inflar salários de conselheiros e juízes de Direito.

“A viabilização da licença compensatória pelo Senado replicou o modus operandi do Ministério Público e do Judiciário, que criaram esse penduricalho por meio de atos administrativos, contrariando inclusive a legislação”, afirmou.

Segundo a organização, o custo da licença compensatória nos Tribunais de Justiça chegou a quase R$ 1 bilhão em menos de dois anos.

AS ARMADILHAS DA INTERNET E OS FOTÓGRAFOS NÃO NOS DEIXAM TRABALHAR

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