sábado, 8 de fevereiro de 2025

MPF INVESTIGA LULA POR FALTA DE TRANSPARÊNCIA COM OS SEUS FILHOS E JANJA

 

História de Gabriel de Sousa – Jornal Estadão

BRASÍLIA – O Ministério Público Federal (MPF) na segunda-feira, 3, um inquérito civil para apurar suposta falta de transparência do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sobre informações de visitas dos filhos dele ao Palácio do Planalto e o uso de um helicóptero presidencial no Alvorada. Segundo o procurador Paulo José Rocha Júnior, o objetivo da investigação é “apurar supostas irregularidades” da Presidência.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) Foto: Wilton Junior/Estadão

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) Foto: Wilton Junior/Estadão

“Apurar supostas irregularidades ocorridas na Presidência da República, como a recusa em fornecer informações sobre a quantidade de assessores à disposição e o uso de sigilo com relação à visita dos filhos do presidente ao Palácio do Planalto, bem como em relação ao uso do helicóptero presidencial e à alimentação no Palácio da Alvorada”, diz Júnior no pedido de abertura do inquérito.

Estadão procurou o Palácio do Planalto, mas não obteve retorno.

O pedido de abertura de inquérito ocorre em um momento em que a Presidência está sendo alvo de críticas por se recusar a informar, via Lei de Acesso à Informação (LAI), dados públicos sobre ações do Executivo. No mês passado, a Transparência Internacional Brasil criticou o Planalto por negar dados sobre a primeira-dama Rosângela da Silva, a Janja. Segundo a ONG, ela está exercendo uma função pública e a falta de formalidade não é justificativa para a falta de publicidade por parte do Planalto.

“É público e notório que a primeira-dama está exercendo função pública, com intensa agenda de representação governamental e equipe de apoio. O fato disso estar acontecendo sem as formalizações necessárias não pode ser justificativa para desrespeitar o princípio da publicidade da administração pública, a lei de acesso à informação e a lei de conflitos de interesses. Ao contrário, a informalidade agrava a situação”, disse o diretor-executivo da Transparência Internacional Brasil, Bruno Brandão.

Estadão também teve pedidos de informações públicas recusados pelo governo. A equipe de reportagem solicitou informações via Lei de Acesso à Informação (LAI) sobre pessoas que acessaram o Palácio do Planalto com a intenção de ir ao gabinete da primeira-dama e recebeu da Casa Civil da Presidência a resposta de que não existem registros disponíveis.

No último dia 14, o Estadão revelou documentos que mostram que estatais gastaram até R$ 83 milhões para a realização da cúpula do G20 e do festival com show de artistas que ficou conhecido como “Janjapalooza”. O orçamento do segundo evento mostra gastos descritos como “jurídico / administrativo” que somaram R$ 543 mil, bem mais que as passagens aéreas (R$ 248 mil) e as hospedagens dos convidados (R$ 188 mil). Os maiores gastos orçados foram com “cenografia / infraestruturas” (R$ 7,9 milhões), e com “locação de equipamentos” (R$5,1 milhões).

O MPF também recebeu uma representação da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) sobre supostas improbidades administrativas do governo na negativa de dados sobre Janja. Outra reação veio da deputada Rosângela Moro (União-SP) que protocolou um projeto de lei que enquadra cônjuges de presidentes, governadores e prefeitos no rol de autoridades sujeitas à obrigação de disponibilizar informações públicas. Se aprovada, a medida vai impactar diretamente os dados sobre Janja mantidos em sigilo.

Nesta quinta, 6, o líder da oposição na Câmara, deputado Luciano Zucco (PL-RS), apresentou um pacote de pedidos de informação para que o governo esclareça a atuação de Janja. As solicitações foram direcionadas aos ministros Rui Costa (Casa Civil), Vinícius Carvalho (Controladoria-Geral da União), Mauro Vieira (Relações Exteriores), Fernando Haddad (Fazenda) e Simone Tebet (Planejamento e Orçamento). O governo tem 30 dias para responder aos questionamentos.

DEPUTADO CRITICA EM VÍDEO FALA DE LULA

 

História de Redação – Jornal Estadão

RIO– O deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) publicou um vídeo nas redes sociais, nesta quinta-feira, 6, ironizando uma declaração do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Na publicação, o parlamentar utiliza um trecho de uma fala do petista em entrevista às rádios Metrópole e Sociedade, da Bahia, em que sugeriu que a população deixe de comprar produtos que estejam muito caros.

“Se você vai no supermercado aí em Salvador, se você desconfia que tal produto está caro, você não compra”, afirmou o presidente.

Em resposta, o deputado enumera uma série de situações em que se determinado serviço ou produto estiver caro, não se deve adquirir ou utilizar.

“Se a água está cara, é só não tomar banho. Se você está com fome, é não comer. Se a conta de luz está cara, é só não ligar. Se a gasolina está caro, é só não andar de carro. Se a passagem está cara, é só ficar em casa. Se o presidente está ruim, é só tirar”, diz.

O vídeo, publicado na noite desta quinta-feira, já atingiu 49,5 milhões de visualizações no Instagram até às 16h desta sexta-feira, 7.

A publicação segue uma tendência de viralização das publicações críticas do deputado ao governo Lula. No início de janeiro, um vídeo de Nikolas Ferreira sobre a medida da Receita Federal sobre fiscalizações do Pix atingiu até esta sexta-feira, 326 milhões de visualizações no perfil do parlamentar no Instagram.

Nesse vídeo, Nikolas faz especulações sobre a possibilidade de taxação das transações, lembrando de promessas não cumpridas pelo governo no passado. “Não, o Pix não será taxado. Mas é bom lembrar que a comprinha da China não seria taxada, foi. Não teria sigilo, mas teve. Você ia ser isento do Imposto de Renda, não será mais”, disse. “Qual o objetivo real dessas medidas? Arrecadar mais impostos, tirar dinheiro do seu bolso.” O governo, com a repercussão, recuou da medida.

Oposição critica declaração de Lula

Nas redes sociais, tanto páginas de humor quanto políticos de oposição fizeram chacota com a “solução” apresentada por Lula. Em uma das publicações, há a imagem de uma mulher no supermercado em frente a prateleiras vazias, fazendo gestos como quem pensa, com a legenda “eu escolhendo apenas os produtos baratos no governo Lula”.

O deputado bolsonarista, que tem sido um dos principais oposicionistas do presidente nas redes socais, também usou a declaração para atacar o governo. Em outra publicação, a partir da referência ao personagem Julius, da série americana “Todo mundo odeia o Chris”, conhecido por gostar de obter os maiores descontos possíveis, Nikolas fez uma montagem com o rosto de Lula, com a famosa frase dita pelo personagem: “se eu não comprar nada, o desconto é bem maior”.

O tema dos alimentos tem sido especialmente explorado pela oposição, que chegou a confeccionar bonés com os dizeres “comida barata novamente, Bolsonaro 2026?.

QUEDA DE AVIÃO DE PEQUENO PORT EM BAIRRO DE S. PAULO

 

História de Caio Possati – Jornal Estadão

Um avião de pequeno porte caiu na manhã desta sexta-feira, 7, na Barra Funda, bairro da zona oeste de São Paulo. O piloto, Gustavo Medeiros, e o advogado Márcio Louzada Carpena não sobreviveram ao acidente que deixou outras seis pessoas feridas. A queda aconteceu na Avenida Marquês de São Vicente.

Ao Estadão, testemunhas relataram ter visto a aeronave perder altitude e se chocar contra a via, gerando uma explosão. O fogo se alastrou e atingiu um ônibus, cujos passageiros conseguiram escapar sem ferimentos graves. Agentes da Força Áerea Brasileira (FAB) especializados em investigar acidentes aéreos estiveram no local para colher as informações iniciais para apurar as causas da queda da aeronave. Veja o que se sabe até agora sobre o episódio.

Acidente de avião, que caiu na Barra Funda, provocou a morte de duas pessoas e deixou outras seis feridas na manhã desta sexta-feira. Foto: Werther Santana/Estadão

Acidente de avião, que caiu na Barra Funda, provocou a morte de duas pessoas e deixou outras seis feridas na manhã desta sexta-feira. Foto: Werther Santana/Estadão

O acidente provocou quantas vítimas?

Duas pessoas morreram e seis ficaram feridas, segundo o Corpo de Bombeiros e a Defesa Civil. As duas vítimas que foram a óbito eram os dois únicos ocupantes da aeronave: o piloto, Gustavo Medeiros, e o advogado, Márcio Louzada Carpena. Entre os feridos, cinco estavam em um ponto de ônibus. Um motociclista, que também estava próximo do local, se machucou. Os seis tiveram ferimentos leves e foram atendidos.

Onde a aeronave caiu?

O avião caiu na Avenida Marquês de São Vicente, na altura do número 2.154, nas proximidades dos Centros de Treinamento do Palmeiras e do São Paulo, na Barra Funda, bairro da zona oeste de São Paulo. Perto dali está também a Escola Beit Yaacov, de identidade judaica, localizada a 100 metros do local, no número 1.748 da avenida. A via é uma das principais da região por fazer conexões com outras partes da cidade, como o centro, e servir também de acesso para a Marginal Tietê.

A queda atingiu algum veículo?

Imagens de monitoramento mostram a aeronave “mergulhando” na via em alta velocidade, se chocando contra o chão e já provocando chamas por conta da explosão. É possível ver que, no momento da queda, carros, ônibus e motos circulavam perto do local, mas o avião não atinge diretamente os veículos. Porém, o fogo provocado pelo acidente se alastrou e atingiu um ônibus da concessionária Santa Brígida (8500/10 – trajeto Pirituba – Barra Funda). O veículo ficou bastante danificado na parte traseira, mas os passageiros conseguiram escapar sem ferimentos graves.

Qual o modelo do avião?

O avião, de matrícula PS-FEM, era um modelo King Air F90, fabricado pela empresa Beech Aircraft, em 1981. A aeronave é um bimotor turboélice, com cabine pressurizada e peso máximo de decolagem de 4.967 kg. É classificado como um avião da família de bimotores de pequeno/médio porte de alta performance para uso executivo, e tinha capacidade de sobrevoar a uma velocidade máxima de 490 km/h.

Conforme informações do Registro Aeronáutico Brasileiro (RAB), o avião tinha Certificado de Verificação de Aeronavegabilidade (CVA) com validade até 9 de dezembro deste ano. O modelo é similar ao da aeronave que se acidentou e provocou a morte da cantora Marília Mendonça e outras quatro pessoas em novembro de 2021, em Piedade de Caratinga, no interior de Minas Gerais.

Qual foi a trajetória da aeronave?

O King Air F90 se deslocava de São Paulo para Porto Alegre, Rio Grande do Sul. Ele partiu do Aeroporto Campo de Marte, na zona norte, às 7h17, e caiu cerca de 1 minuto depois na Avenida Marquês de São Vicente, após sobrevoar por seis quilômetros.

aeronave percorreu pouco mais da metade do caminho em linha reta, sobre áreas residenciais e comerciais, mas não chegou a ganhar muita altitude. Logo depois, fez uma curva abrupta para a esquerda, na altura da Marginal Tietê. A queda do King Air F90 teria ocorrido às 07:17:59, quando foi registrado o último sinal da aeronave.infographics

Já é possível saber a causa do acidente?

Ainda não. As investigações estão sendo realizadas pela Força Aérea Brasileira, via Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa). Agentes do Quarto Serviço Regional de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Seripa IV) – orgão regional do Cenipa – estiveram na Barra Funda, no local do acidente, para fazer a chamada Ação Inicial, quando se faz o levantamento inicial de dados necessários para o processo de investigação. Essa parte da apuração foi finalizada.

“O Cenipa informa ainda que, com a conclusão da Ação Inicial, os elementos essenciais para análise da investigação foram removidos pelos investigadores”, diz a FAB, em nota. “A investigação dessa ocorrência aeronáutica continua, com o levantamento de outras informações necessárias, a fim de identificar os possíveis fatores contribuintes”.

Os acidentes aéreos estão ficando mais frequentes?

Especialistas dizem ser difícil apontar apenas uma tendência por trás da alta. Assim como acidentes aéreos não têm origem só em uma causa, mas em uma combinação de fatores, os analistas apontam uma série de possibilidades para explicar o cenário. Entre elas estão o maior número de voos, as mudanças climáticas e o grande volume de registros por câmeras e de disseminação de imagens em redes sociais, elevando a percepção de risco.

No entanto, o Brasil registrou, em 2024, o maior número de acidentes aéreos da série histórica do Painel Sipaer, que mostra ocorrências desde 2015. A plataforma é gerida pelo Cenipa, da Força Aérea Brasileira (FAB). Foram 175 acidentes e 152 mortes por este motivo no País no ano passado – o índice de fatalidade (número de mortes por quantidade de acidentes) também foi o maior dos últimos 10 anos, ficando em 86,9%.

TURBULÊNCIA COM AVIÃO DA AZUL DEIXA PASSAGEIROS EM PÂNICO

 

História de IstoÉ News – IstoÉ

Um voo da Azul Linhas Aéreas enfrentou grande turbulência devido às condições climáticas, na quarta-feira, 5, no trajeto entre o arquipélago de Fernando de Noronha e Recife, capital de Pernambuco. Passageiros relatam momentos de pânico. Houve queda de objetos a bordo e uma comissária de bordo ficou ferida. O tempo estava chuvoso na região.

A Azul disse em nota que o voo AD 4267 (Fernando de Noronha-Recife) não sofreu qualquer problema técnico. A turbulência severa ocorreu devido às condições climáticas, quando a aeronave orbitava no aguardo da aproximação para o pouso. “Um dos tripulantes teve uma entorse no tornozelo e recebeu atendimento médico após o pouso, que aconteceu normalmente”, diz a empresa. A reportagem questionou a Força Aérea Brasileira (FAB) sobre o incidente e aguarda retorno.

O comerciante Raimar Souza, que tem loja em Fernando de Noronha e estava no voo, conta que o avião se aproximava do Recife quando sofreu uma espécie de queda livre. “Havia turbulência, o avião balançava, mas isso é normal, o problema foi que o avião desceu em queda livre. Sabe a montanha russa quando dá aquela descida de gelar o corpo? Acho que o avião perdeu a sustentação, mas o piloto conseguiu equilibrar.

Segundo ele, houve pânico entre os passageiros. “As aeromoças estavam servindo água e era só bolsa voando, criança chorando, pânico total. Como tenho comércio em Fernando (de Noronha), voo sempre para Recife e as turbulências são comuns, mas como esta, nunca houve outra. Só tive a real dimensão quando o avião pousou e vi a ambulância encostando”, disse.

Imagens do rastreador de voos Fligt Radar 24, obtidas por Raimar, mostram quando a aeronave da Azul faz várias manobras em círculo um pouco antes de pousar no Recife. E também o sobe-desce provocado pela turbulência.

Outros passageiros usaram as redes sociais para relatar suas experiências no voo, gerando reações de internautas. Uma delas, que se identificou como Caroline Gomes, disse que o tempo estava muito fechado. “Recife está chovendo muito, então infelizmente já era de se esperar que desse alguma turbulência.” Outros internautas ironizaram a situação. “Faz parte. Quem tem medo de turbulência, vai de jegue”, comentou.

A Azul informou que está prestando toda a assistência necessária aos clientes e tripulantes e “reforça que toda a operação de voo foi feita em total segurança, valor primordial para a Azul”.

ROMBO BILIONÁRIO DA PREVI NÃO ESTÁ BEM ESCLARECIDO

 

História de Da CNN Brasil

Rombo da Previ: veja perguntas da CNN que o fundo de pensão não respondeu

Rombo da Previ: veja perguntas da CNN que o fundo de pensão não respondeu

A Previ, fundo de pensão dos funcionários do Banco do Brasil, deixou de responder uma série de perguntas feitas pela CNN sobre o resultado negativo de R$ 14 bilhões verificado no ano passado. Por dois dias, a CNN insistiu em um pedido de entrevista com o presidente da Previ, João Luiz Fukunaga, ou com outro porta-voz da entidade. Diante da recusa, a reportagem encaminhou cinco questões à assessoria do fundo de pensão, que não enviou respostas no prazo solicitado. Houve cinco questionamentos: Em entrevista ao “Valor Econômico”, o presidente João Fukunaga atribuiu a abertura de auditoria pelo Tribunal de Contas da União (TCU) a “um movimento político que busca atacar sua gestão”, segundo o jornal. Por que o presidente fez essa afirmação? Quem está à frente desse movimento político? O ministro Walton Alencar (relator do processo no TCU) faz parte desse movimento? Os ministros do TCU? A unidade técnica do tribunal? O presidente coloca em dúvida o caráter técnico da auditoria? Por que houve perdas de R$ 14 bilhões em 2024? Para evitar essas perdas, a Previ não constituiu travas ou mecanismos de proteção para os investimentos de seus beneficiários? Uma das razões para a perda de R$ 14 bilhões foi a concentração da carteira em ações da Vale. E um dos motivos para a queda das ações da Vale, em 2024, foi a informação de que o governo estaria avaliando a indicação do ex-ministro Guido Mantega para um cargo estratégico na mineradora. Por que a Previ (que é acionista da Vale) nunca se posicionou a respeito? Apesar da queda na Selic, ao longo de boa parte de 2024, as taxas de juros continuaram acima de 5-6% em termos reais. Por que a Previ concentrou seu portfólio tão fortemente em renda variável quando a renda fixa teria garantido um retorno tão alto?

A REVOLUÇÃO DIGITAL IMPULSIONADA PELA IA ESTÁ REDEFININDO RADICALMENTE O MERCADO DE TRABALHO

 

Jonatas Leandro*

A revolução digital, impulsionada pela Inteligência Artificial (IA), está redefinindo radicalmente o mercado de trabalho, e a área de Tecnologia da Informação (TI) não é exceção. A demanda por profissionais qualificados nunca foi tão alta, mas apenas a capacidade de programar não é mais suficiente para garantir sucesso nessa área. O profissional de TI do futuro precisa ser um indivíduo multifacetado, capaz de navegar em um mar de dados e informações, e de entender as nuances da IA e da automação, para citar apenas duas tendências do presente.

A escassez de mão de obra qualificada em TI é um problema global, e a pandemia de COVID-19 apenas intensificou essa realidade. Segundo o relatório “Future of Jobs Report 2025”, do Fórum Econômico Mundial, 63% das companhias citam a falta de profissionais qualificados como impedimento para seu negócio avançar. O desafio de habilidades persiste em quase todos os setores e regiões geográficas, ficando em primeiro lugar em 52 das 55 economias e em 19 dos 22 setores analisados.

Além disso, a aceleração da digitalização em todos os setores da economia aumentou exponencialmente a necessidade por soluções tecnológicas inovadoras. Entretanto, aumentar o número de programadores não é a única resposta. É preciso formar profissionais mais completos, capazes de lidar com o desafio crescente dos sistemas e aplicações e se encarregar com o volume e a complexidade das tecnologias emergentes.

Há um aumento das tarefas intrincadas que os profissionais de TI devem ser capazes de desempenhar. Não basta mais apenas desenvolver códigos e sistemas. Se há 20 ou 25 anos era possível sobreviver conhecendo mainframe ou COBOL, hoje não basta conhecer Python ou Java para obter uma carreira estável e longeva. Agora é necessário também interagir e trabalhar com grandes volumes de dados. A automação, alimentada por IA, pode lidar com muitas tarefas repetitivas e operacionais, liberando a força de trabalho para tarefas mais criativas e de alto nível. Ela gera dados em uma velocidade sem precedentes, e os profissionais precisam não só entender esses dados, mas também ser capazes de analisá-los e tomar decisões estratégicas baseadas em informações processadas automaticamente.

Tudo isso nos mostra que os profissionais de TI precisarão ter habilidades em áreas como pensamento estratégico, design de soluções complexas e gestão de processos, além de dominar as ferramentas tecnológicas. A combinação de habilidades técnicas essenciais e criativas será um diferencial importante aos que desejarem se manter relevantes e competitivos no mercado de trabalho. Plataformas de aprendizado contínuo, certificações e redes de colaboração também serão cada vez mais essenciais para o desenvolvimento dos profissionais, garantindo que eles não apenas acompanhem as mudanças, mas também as liderem.

Do lado das organizações, a análise de dados e a IA estão transformando a maneira como elas operam. Não existe atualmente uma área de negócios que não possua uma camada digital. Da grande corporação ao vendedor de bala em ação em um semáforo e que aceita PIX: a tecnologia está presente, com foco central em eficiência e produtividade. Contudo, existe ao mesmo tempo uma demanda por avanços ainda maiores, com a falta de mais profissionais de TI exercendo um contraponto que freia uma maior velocidade no ambiente tech. Neste sentido, a IA pode ser vista como uma ferramenta de desafogo para diversos setores.

A IA é parte cada vez mais presente em nossas vidas, automatizando tarefas e tomando decisões complexas. Os profissionais de TI precisam entender como a IA funciona, quais são suas limitações e como utilizá-la de forma ética e responsável. Eles não serão mais apenas técnicos, mas também responsáveis por garantir que as soluções criadas sejam seguras, justas e transparentes. As competências em ética digital e governança serão essenciais, pois a habilidade de avaliar e mitigar riscos tecnológicos será um diferencial competitivo importante no futuro.

Além da formação técnica, o profissional de TI do amanhã precisa desenvolver habilidades sociais e de comunicação. A capacidade de trabalhar em equipe, de se comunicar de forma clara e concisa, e de entender as necessidades dos usuários são essenciais para o sucesso em qualquer projeto. Soft skills como a criatividade, a inovação e a capacidade de adaptação, também são altamente valorizadas pelas companhias.

O futuro da TI é promissor, porém também desafiador. A ascensão dos agentes de IA, que podem realizar tarefas complexas de forma autônoma, e o desenvolvimento da computação quântica, que promete revolucionar a capacidade de processamento de dados, vão exigir que os profissionais de TI se adaptem constantemente. Esta última, aliás, nos ajuda a esboçar um pouco mais a fundo o futuro.

A computação quântica promete transformar áreas como criptografia, otimização e simulação, o que exigirá dos profissionais de TI um novo conjunto de habilidades. Eles não apenas precisarão entender os princípios fundamentais da física quântica, mas também se especializar em linguagens de programação específicas e em arquiteturas quânticas que ainda estão em desenvolvimento. Este é um campo emergente, e quem estiver preparado para essa mudança poderá estar à frente de inovações disruptivas.

Ao mesmo tempo, estar preparado e ser protagonista do próprio desenvolvimento vale também para ferramentas hoje tidas como essenciais, como o machine learning, as redes neurais e os sistemas de recomendação. A habilidade de trabalhar com IA, seja para integrar soluções em processos de automação, seja para melhorar a experiência do usuário, é uma competência que não pode ser ignorada nem um minuto a mais.

Desta forma, para se manterem relevantes no mercado de trabalho, os profissionais de TI precisam investir em aprendizado contínuo. A tecnologia evolui rapidamente, e é fundamental acompanhar as últimas tendências e novidades do setor. A busca por cursos de especialização, participação em eventos e comunidades online são algumas das formas de se manter atualizado.

A área de TI é dinâmica e exige adaptação constante, mas as recompensas são grandes. A IA, a automação e a computação quântica geram um novo cenário, no qual habilidades tradicionais precisam ser complementadas com uma abordagem mais holística, ética e estratégica. Aqueles que souberem se adaptar a essas mudanças e adquirir as competências certas estarão bem-posicionados para desempenhar papéis de liderança nas inovações tecnológicas que estão por vir. O mercado de TI está se transformando, e os profissionais que conseguirem se reinventar serão os protagonistas dessa nova era.

*Jonatas Leandro é VP de Inovação da GFT Technologies no Brasil

Descubra o Marketplace Valeon do Vale do Aço: Um Hub de Empresas, Notícias e Diversão para Empreendedores

Moysés Peruhype Carlech – ChatGPT – Founder da Valeon

O Vale do Aço é uma região próspera e empreendedora, conhecida por sua indústria siderúrgica e seu ambiente de negócios dinâmico. Agora imagine ter um único local onde você pode encontrar todas as informações e recursos necessários para ter sucesso nesse ambiente competitivo. Bem-vindo ao Marketplace Valeon do Vale do Aço – um hub online que engloba empresas, notícias, diversão e empreendedorismo, oferecendo uma plataforma única para empresários e gerando leads valiosos.

Um ecossistema empresarial abrangente:

O Marketplace Valeon do Vale do Aço reúne empresas locais de diversos setores em um só lugar. Com uma interface intuitiva, os usuários podem facilmente encontrar e se conectar com fornecedores, parceiros comerciais e clientes potenciais na região. A plataforma oferece uma ampla gama de categorias de negócios, desde indústrias tradicionais até empresas inovadoras, garantindo que todos os empreendedores encontrem as oportunidades certas para expandir seus negócios.

Notícias e insights atualizados:

Além de ser um diretório empresarial, o Marketplace Valeon do Vale do Aço também oferece um fluxo contínuo de notícias e insights relevantes para os empresários da região. Através de parcerias com veículos de comunicação locais e especialistas em negócios, a plataforma mantém os usuários informados sobre as últimas tendências, oportunidades de mercado, mudanças regulatórias e eventos relevantes. Essas informações valiosas ajudam os empresários a tomar decisões informadas e a se manterem à frente da concorrência.

Diversão e engajamento:

Sabemos que a vida empresarial não é só trabalho. O Marketplace Valeon do Vale do Aço também oferece uma seção de entretenimento e lazer, onde os usuários podem descobrir eventos locais, pontos turísticos, restaurantes e muito mais. Essa abordagem holística permite que os empresários equilibrem o trabalho e a diversão, criando uma comunidade unida e fortalecendo os laços na região.

Foco no empreendedorismo:

O Marketplace Valeon do Vale do Aço é uma plataforma que nutre o espírito empreendedor. Além de fornecer informações e recursos valiosos, também oferece orientação e suporte para os empresários que desejam iniciar seus próprios negócios. Com seções dedicadas a tutoriais, estudos de caso inspiradores e conselhos de especialistas, o marketplace incentiva e capacita os empreendedores a alcançarem seus objetivos.

Geração de leads para os empresários:

Uma das maiores vantagens do Marketplace Valeon do Vale do Aço é a capacidade de gerar leads qualificados para os empresários. Com um público-alvo altamente segmentado, a plataforma oferece a oportunidade de se conectar diretamente com potenciais clientes interessados nos produtos e serviços oferecidos pelas empresas cadastradas. Isso significa que os empresários podem aumentar sua visibilidade, expandir sua base de clientes e impulsionar suas vendas de forma eficiente.

Conclusão:

O Vale do Aço é uma região cheia de oportunidades e empreendedorismo, e o Marketplace Valeon do Vale do Aço se torna um recurso indispensável para os empresários locais. Ao oferecer um ecossistema empresarial abrangente, notícias atualizadas, diversão, suporte ao empreendedorismo e a geração de leads qualificados, o Marketplace Valeon se destaca como uma ferramenta poderosa para impulsionar os negócios na região. Não perca a chance de fazer parte dessa comunidade dinâmica e descubra o poder do Marketplace Valeon do Vale do Aço para o seu sucesso empresarial.

A STARTUP VALEON OFERECE SEUS SERVIÇOS AOS EMPRESÁRIOS DO VALE DO AÇO

Moysés Peruhype Carlech

A Startup Valeon, um site marketplace de Ipatinga-MG, que faz divulgação de todas as empresas da região do Vale do Aço, chama a atenção para as seguintes questões:

• O comércio eletrônico vendeu mais de 260 bilhões em 2021 e superou pela primeira vez os shopping centers, que faturou mais de 175 bilhões.

• Estima-se que mais de 35 bilhões de vendas dos shoppings foram migradas

para o online, um sintoma da inadequação do canal ao crescimento digital.

• Ou seja, não existe mais a possibilidade de se trabalhar apenas no offline.

• É hora de migrar para o digital de maneira inteligente, estratégica e intensiva.

• Investir em sistemas inovadores permitirá que o seu negócio se expanda, seja através de mobilidade, geolocalização, comunicação, vendas, etc.

• Temas importantes para discussão dos Shoppings Centers e do Comércio em Geral:

a) Digitalização dos Lojistas;

b) Apoio aos lojistas;

c) Captura e gestão de dados;

d) Arquitetura de experiências;

e) Contribuição maior da área Mall e mídia;

f) Evolução do tenant mix;

g) Propósito, sustentabilidade, diversidade e inclusão;

h) O impacto do universo digital e das novas tecnologias no setor varejista;

i) Convergência do varejo físico e online;

j) Criação de ambientes flexíveis para atrair clientes mais jovens;

k) Aceleração de colaboração entre +varejistas e shoppings;

l) Incorporação da ideia de pontos de distribuição;

m) Surgimento de um cenário mais favorável ao investimento.

Vantagens competitivas da Startup Valeon:

• Toda Startup quando entra no mercado possui o sonho de se tornar rapidamente reconhecida e desenvolvida no seu ramo de atuação e a Startup Valeon não foge disso, fazem dois anos que estamos batalhando para conquistarmos esse mercado aqui do Vale do Aço.

• Essa ascensão fica mais fácil de ser alcançada quando podemos contar com apoio dos parceiros já consolidados no mercado e que estejam dispostos a investir na execução de nossas ideias e a escolha desses parceiros para nós está na preferência dos empresários aqui do Vale do Aço para os nossos serviços.

• Parcerias nesse sentido têm se tornado cada vez mais comuns, pois são capazes de proporcionar vantagens recíprocas aos envolvidos.

• A Startup Valeon é inovadora e focada em produzir soluções em tecnologia e estamos diariamente à procura do inédito.

• O Site desenvolvido pela Startup Valeon, focou nas necessidades do mercado e na falta de um Marketplace para resolver alguns problemas desse mercado e em especial viemos para ser mais um complemento na divulgação de suas Empresas e durante esses dois anos de nosso funcionamento procuramos preencher as lacunas do mercado com tecnologia, inovação com soluções tecnológicas que facilitam a rotina dessa grande empresa. Temos a missão de surpreender constantemente, antecipar tendências, inovar. Precisamos estar em constante evolução para nos manter alinhados com os desejos do consumidor. Por isso, pensamos em como fazer a diferença buscando estar sempre um passo à frente.

• Temos a plena certeza que estamos solucionando vários problemas de divulgação de suas empresas e bem como contribuindo com o seu faturamento através da nossa grande audiência e de muitos acessos ao site (https://valedoacoonline.com.br/) que completou ter mais de 100.000 acessos.

Provas de Benefícios que o nosso site produz e proporciona:

• Fazemos muito mais que aumentar as suas vendas com a utilização das nossas ferramentas de marketing;

• Atraímos visualmente mais clientes;

• Somos mais dinâmicos;

• Somos mais assertivos nas recomendações dos produtos e promoções;

• O nosso site é otimizado para aproveitar todos os visitantes;

• Proporcionamos aumento do tráfego orgânico.

• Fazemos vários investimentos em marketing como anúncios em buscadores, redes sociais e em várias publicidades online para impulsionar o potencial das lojas inscritas no nosso site e aumentar as suas vendas.

Proposta:

Nós da Startup Valeon, oferecemos para continuar a divulgação de suas Empresas na nossa máquina de vendas, continuando as atividades de divulgação e propaganda com preços bem competitivos, bem menores do que os valores propostos pelos nossos concorrentes offlines.

Pretendemos ainda, fazer uma página no site da Valeon para cada empresa contendo: fotos, endereços, produtos, promoções, endereços, telefone, WhatsApp, etc.

O site da Valeon é uma HOMENAGEM AO VALE DO AÇO e esperamos que seja também uma SURPRESA para os lojistas dessa nossa região do Vale do Aço.

VOCÊ CONHECE A ValeOn?

A MÁQUINA DE VENDAS ONLINE DO VALE DO AÇO

TEM TUDO QUE VOCÊ PRECISA!

A Valeon é uma caixinha de possibilidades. Você pode moldar ela em torno do negócio. O que é muito importante. O nosso é colocar o consumidor no centro e entender o que ele precisa. A ValeOn possibilita que você empresário consiga oferecer, especificamente para o seu consumidor, a melhor experiência. A ValeOn já é tradicional e reconhecida no mercado, onde você empresário pode contar com a experiência e funcionalidades de uma tecnologia corporativa que atende as principais operações robustas do mundo essencial e fundamental. A ValeOn além de trazer mais segurança e credibilidade para o seu negócio, também resulta em muita troca de conhecimento e ótimos resultados para ambos os lados, como toda boa parceria entre empresas deve ser. Lembrem-se que a ValeOn é uma Startup Marketplace de Ipatinga-MG que tem a responsabilidade de levar o cliente até à sua empresa e que temos potencial para transformar mercados, impactar consumidores e revirar empresas e indústrias onde nossos produtos e serviços têm capacidade de escala e de atrair os investimentos corretos para o nosso crescimento.

A Startup Valeon um marketplace aqui do Vale do Aço volta a oferecer novamente os seus serviços de prestação de serviços de divulgação de suas empresas no nosso site que é uma Plataforma Comercial, o que aliás, já estamos fazendo há algum tempo, por nossa livre e espontânea vontade, e desejamos que essa parceria com a sua empresa seja oficializada.

A exemplo de outras empresas pelo país, elas estão levando para o ambiente virtual as suas lojas em operações que reúnem as melhores marcas do varejo e um mix de opções.

O objetivo desse projeto é facilitar esse relacionamento com o cliente, facilitando a compra virtual e oferecer mais um canal de compra, que se tornou ainda mais relevante após a pandemia.

Um dos pontos focais dessa nossa proposta é o lojista que pode tirar o máximo de possibilidade de venda por meio da nossa plataforma. A começar pela nossa taxa de remuneração da operação que é muito abaixo do valor praticado pelo mercado.

Vamos agora, enumerar uma série de vantagens competitivas que oferecemos na nossa Plataforma Comercial Valeon:

  • O Site Valeon é bem elaborado, com layout diferenciado e único, tem bom market fit que agrada ao mercado e aos clientes.
  • A Plataforma Valeon tem imagens diferenciadas com separação das lojas por categorias, com a descrição dos produtos e acesso ao site de cada loja, tudo isso numa vitrine virtual que possibilita a comunicação dos clientes com as lojas.
  • Não se trata da digitalização da compra nas lojas e sim trata-se da integração dos ambientes online e offline na jornada da compra.
  • No país, as lojas online, que também contam com lojas físicas, cresceram três vezes mais que as puramente virtuais e com relação às retiradas, estudos demonstram que 67% dos consumidores que compram online preferem retirar o produto em lojas físicas.
  • O número de visitantes do Site da Valeon (https://valedoacoonline.com.br/)  tem crescido exponencialmente, até o momento, temos mais de 222.000 visitantes e o site (https://valeonnoticias.com.br/) também nosso tem mais de 5.800.000 de visitantes.
  • O site Valeon oferece ao consumidor a oportunidade de comprar da sua loja favorita pelo smartphone ou computador, em casa, e ainda poder retirar ou receber o pedido com rapidez.
  • A Plataforma Comercial da Valeon difere dos outros marketplaces por oferecer além da exposição das empresas, seus produtos e promoções, tem outras formas de atrair a atenção dos internautas como: empresas, serviços, turismo, cinemas e diversão no Shopping, ofertas de produtos dos supermercados, revenda de veículos usados, notícias locais do Brasil e do Mundo, diversão de músicas, rádios e Gossip.

                                                                                                                                                                   Nós somos a mudança, não somos ainda uma empresa tradicional. Crescemos tantas vezes ao longo do ano, que mal conseguimos contar. Nossa história ainda é curta, mas sabemos que ela está apenas começando.

Afinal, espera-se tudo de uma startup que costuma triplicar seu crescimento, não é?

Colocamos todo esse potencial criativo para a decisão dos senhores donos das empresas e os consumidores.

E-Mail: valeonbrasil@gmail.com

Site: https://valedoacoonline.com.br/

Fones: (31) 98428-0590 / (31) 3827-2297

sexta-feira, 7 de fevereiro de 2025

TCU INVESTIGA A PREVI SOBRE ROMBO DE R$ 14 BILHÕES

 

História de Redação – Jornal Estadão

BRASÍLIA – O fundo de pensão dos funcionários do Banco do Brasil (Previ) soltou uma nota no fim da noite desta quarta-feira, 5, classificando de ilações as suspeitas de falhas na gestão da entidades. O Tribunal de Contas da União (TCU) determinou ontem uma auditoria “urgentíssima” no fundo, alegando potenciais prejuízos para os participantes e para o Banco do Brasil após um dos planos administrados pela entidade apresentar deficit de R$ 14 bilhões.

“Acerca das ilações de falhas na gestão, a entidade registra seu mais veemente repúdio, pois afirmações rasas trazidas a público desqualificam um assunto de relevada importância para milhares de associados, e levam intranquilidade para pessoas que, em sua maioria, já passaram dos 70 anos de idade”, diz a nota da Previ.

Segundo a Previ, o ano de 2024 foi de grande volatilidade. “Os planos continuam em equilíbrio — muito por conta do bom resultado de 2023, também construído pela atual gestão da entidade. Não há, portanto, nenhum risco de equacionamento, nem de pagamento de contribuições extraordinárias pelos associados ou pelo Banco do Brasil”, afirma a Previ.

A Previ informou que não haverá necessidade de contribuições extraordinárias pelo Banco do Brasil e pelos associados ao fundo de pensão. Foto: Giovanni Nobile/BB Foto:

A Previ informou que não haverá necessidade de contribuições extraordinárias pelo Banco do Brasil e pelos associados ao fundo de pensão. Foto: Giovanni Nobile/BB Foto:

Nesta quarta-feira, o ministro Walton Alencar Rodrigues, do TCU, afirmou que há “gravíssimas preocupações” sobre o desempenho do fundo, uma vez que o plano 1, o mais antigo administrado pela entidade, deu prejuízo de R$ 14 bilhões, após dois anos (2022 e 2023) seguidos com resultados positivos acima de R$ 5 bilhões.

Desde o início do governo Lula a Previ é administrada por João Fukunaga, egresso do sindicato dos bancários de São Paulo.

“Foi pífio o desempenho dos planos da Previ para quase todas as classes de investimentos”, afirmou o ministro Walton na sessão do TCU.

O presidente do TCU, Vital do Rêgo, determinou então uma auditoria urgente – a Previ já passaria por um pente-fino segundo decisão do próprio colegiado de meados do ano.

A Previ afirma na nota não comentar a decisão do TCU, mas diz que o resultado negativo não levou à venda de ativos ou equacionamento (quando um fundo tem que zerar o prejuízo imediatamente).

“O déficit de um determinado período não pode ser confundido com prejuízo. São conceitos bem distintos. A Previ não precisou vender nenhum ativo em 2024 para recompor suas reservas ou cumprir com suas obrigações. Pelo contrário, segue saudável pagando mais de R$ 16 bilhões em benefícios por ano, inclusive com recursos oriundos de dividendos das empresas que possui em seu portfólio”.

LULA QUER EDUCAR O POVO COM INFLAÇÃO E ALIMENTOS EM ALTA

 

História de Gabriel de Sousa – Jornal Estadão

BRASÍLIA – Políticos de oposição ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) o criticaram fortemente nas redes após ele afirmar, em entrevista às rádios Metrópole e Sociedade, da Bahia, nesta quinta-feira, 6, que os brasileiros devem parar de comprar produtos caros. A declaração de Lula foi um revés para a nova gestão da Secretaria de Comunicação Social da Presidência (Secom), chefiada por Sidônio Palmeira, escalado para melhorar a imagem do petista diante do baixo índice de aprovação.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) Foto: Wilton Junior/Estadão

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) Foto: Wilton Junior/Estadão

“Uma das coisas mais importantes para a gente poder controlar o preço é o próprio povo. Se você vai ao supermercado e desconfia que tal produto está caro, você não compra. Se todo mundo tiver a consciência e não comprar aquilo que acha que está caro, quem está vendendo vai ter de baixar para vender, porque, senão, vai estragar”, afirmou Lula.

Segundo Lula, é preciso “educar” as pessoas para trocarem produtos caros por baratos e não serem “extorquidas”. “Esse é um processo educacional que nós vamos ter que fazer com o povo brasileiro. É necessário que a gente faça isso. O povo não pode ser extorquido. A pessoa sabe que a massa salarial cresceu, que o salário aumentou, aí aumenta o preço. Não, é preciso ter responsabilidade.”

O novo ministro da Secom, que assumiu o cargo deixado por Paulo Pimenta no último dia 14, entrou na Esplanada visando corrigir os erros de comunicação cometidos por Lula, muito deles ocasionados por falas de improviso do chefe do Executivo. A nova declaração de Lula sobre os preços dos alimentos, além de municiar a oposição, foi um dos assuntos mais comentados do X (antigo Twitter) nesta quinta, com a hashtag #LulaEnganouOPobre alcançando mais de 30 mil menções.

Um dos parlamentares de oposição que criticaram a fala de Lula foi o deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG), o algoz da primeira grande crise do governo federal em 2025, com um vídeo que continha informações falsas sobre a fiscalização do Pix proposta pelo Ministério da Fazenda. Em uma publicação do X, Nikolas ironizou o petista e sugeriu que o povo também teria poder para derrubar o presidente da República.

“Se a água tá cara, é só não tomar banho. Se você está com fome, é só não comer. Se a conta de luz está cara, é só não ligar. Se a gasolina está cara, é só não andar de carro. Se a passagem está cara, é só ficar em casa. Se o presidente tá ruim, é só tirar”, disse Nikolas no vídeo.

Também pelo X, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) reproduziu a declaração de Lula nas redes sociais dele. No final da fala do petista, ele colocou um ponto de interrogação. O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), filho do ex-presidente, também se posicionou e afirmou a orientação do presidente seria mais uma “narrativa”. “As narrativas de Lula: não tem inflação, culpa da inflação é do BC nomeado por Bolsonaro, culpa é do empresário que quer lucrar, culpa é sua, consumidor, que compra coisa cara”, disse o parlamentar.

Outros deputados do PL também partiram para o ataque contra o presidente. Filipe Barros (PL-PR) disse que a orientação de Lula era uma “façanha” e Carla Zambelli (PL-SP) afirmou que o petista “zomba da população na cara dura”. José Medeiros (PL-MT), por sua vez, sugeriu que o chefe do Executivo deveria ganhar o Prêmio Nobel de Economia.

As críticas a Lula não ficaram concentradas nos políticos do PL. João Amoêdo, ex-presidente do Novo e candidato à Presidência em 2018, disse que o presidente “deveria trabalhar para reduzir suas despesas, em vez de perder tempo com falas inúteis e sem sentido como essa”. “Quem realmente extorque o povo brasileiro é o governo, com altos impostos e inflação elevada”, declarou Amoêdo.

O deputado federal Alceu Moreira (MDB-RS), que integra um partido que compõe a base de Lula na Câmara, afirmou que a declaração “parece deboche”. “Essa realmente foi a solução apresentada por um presidente da República para reduzir o preço dos alimentos”, completou.

CÂMARA DOS DEPUTADOS CONTINUA VIRTUAL DEPUTADOS SÃO OBRIGADOS COMPARECER NO PLENÁRIO SOMENTE 4ª fEIRA

 

História de Notas & Informações – Jornal Estadão

O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), começou bem sua gestão ao indicar que a retomada do rito legislativo ordinário será uma de suas prioridades à frente da Casa pelos próximos dois anos. Como se sabe, o antecessor de Motta no cargo, Arthur Lira (PP-AL), controlava com mão de ferro a agenda legislativa, não raro usando suas prerrogativas para dificultar, quando não interditar, o livre debate democrático sobre determinados projetos. Com o mesmo poder concentrado com que fazia avançar rapidamente matérias que lhe agradavam, por vezes moldando o Regimento Interno aos seus humores, Lira podia enterrar qualquer projeto que não se coadunasse com os interesses de ocasião de seu grupo político.

Malgrado ter sido ungido pelo próprio Lira, Motta, ao que parece, pretende caminhar na direção diametralmente oposta à de seu padrinho na eleição para a presidência da Câmara. Sob sua gestão, segundo consta, o trabalho das comissões temáticas será fortalecido, a pauta de votações será mais previsível e mais bem articulada pelo colégio de líderes e o recurso ao regime de urgência será mais parcimonioso. Tão profusas foram as votações em regime de urgência durante os quatro anos em que Lira presidiu a Câmara que a própria noção do que era ou não premente para o País acabou prejudicada.

A rigor, o regime de urgência, que dispensa algumas formalidades previstas no Regimento Interno, só deve ser adotado para projetos que tratam da defesa da sociedade democrática e das liberdades fundamentais, providências para atender a calamidade pública, declaração de guerra, Estado de Defesa, Estado de Sítio ou intervenção federal nos Estados, deliberação sobre acordos internacionais e fixação dos efetivos das Forças Armadas, entre outros casos pontuais.

O que se viu nos últimos anos, porém, foi a conversão dessa importante norma regimental – que deveria ser usada, por óbvio, com extrema cautela e aguçado senso de prioridade – em uma espécie de burla do trâmite legislativo ordinário para pôr em discussão ou votação relâmpago matérias que nem com um enorme esforço interpretativo poderiam ser consideradas “urgentes”. Exemplo gritante dessa exegese abusiva da urgência, no melhor cenário, ou maliciosa, no pior, foi a tramitação do Projeto de Lei (PL) 1.904/2024, que equipara aborto a homicídio simples. A votação da “urgência” desse PL foi pautada por Lira sem aviso prévio; a deliberação, chamemos assim, não durou mais do que 30 segundos até a aprovação. Diante do “tratoraço” e da repercussão negativa na sociedade, o PL 1.904 saiu da agenda, atestando que de urgente não tinha coisa alguma.

Dito isso, Hugo Motta falha miseravelmente ao persistir no erro de manter as votações remotas, realizadas por meio de aplicativo instalado no celular dos deputados. Este foi outro subterfúgio usado por seu antecessor para abastardar o debate na Câmara. Ninguém de boa-fé haverá de discordar que as votações remotas serviram muito bem ao País durante a pandemia de covid-19, pois era inconcebível a ideia de um Parlamento fechado em plena emergência sanitária. Entretanto, superada a pandemia, nada mais natural do que a retomada do trabalho presencial pelos parlamentares.

É lamentável, portanto, o regime de trabalho defendido por Motta no colégio de líderes. Segundo o presidente da Câmara, a presença dos deputados no plenário da Casa só será exigida às quartas-feiras – e apenas entre 16 e 20 horas. As sessões serão “híbridas” às terças-feiras, vale dizer, com registro de presença física, mas votação pelo celular. Já às quintas-feiras, tanto a presença como a votação serão totalmente remotas, o que é um convite para que os deputados já deixem Brasília na quarta-feira à noite.

A essência da democracia reside no livre debate entre os representantes da sociedade no locus apropriado, o Parlamento. É dessa interação real entre deputados favoráveis ou contrários a determinada matéria, por vezes acalorada por estarem uns diante dos outros no plenário, confrontando argumentos, que emergem textos mais equilibrados e ajustados às reais necessidades do País.

MILEI TRANSFORMA A ARGENTINA EM GRANDE EXPERIMENTO LIBERAL O MAIOR DO MUNDO

 

História de João Nakamura – CNN Brasil

Milei transforma Argentina em grande experimento liberal, dizem economistas

Milei transforma Argentina em grande experimento liberal, dizem economistas

Falar das particularidades e controvérsias da economia argentina já virou um lugar comum. Ao longo das décadas, a capital Buenos Aires passou da “Paris da América do Sul” para palco de protestos massivos, com multidões batendo panelas contra a degradação das condições de vida. Um novo capítulo dessa história começou em dezembro de 2023, com a ascensão do economista Javier Milei ao comando do país e a transformação da combalida economia argentina em um grande laboratório de experimentos liberais. Economistas ouvidos pela CNN ressaltam o otimismo que as propostas do atual presidente da Argentina promovem, por conta de resultados como o equilíbrio das contas públicas, valorização do câmbio em termos reais e o controle da inflação. “É um grande experimento liberal que é ainda maior que o da [ex-primeira-ministra do Reino Unido, Margaret] Thatcher. Ela estava só focada na economia, e o Milei em uma série de outras coisas. Está sendo uma verdadeira revolução”, diz Roberto Luis Troster, sócio da Troster & Associados e ex-economista-chefe da Federação Brasileira de Bancos (Febraban). Comparando a gestão de Milei com a de seus antecessores, Tony Volpon, ex-diretor do Banco Central (BC) para Assuntos Internacionais, professor-adjunto na Universidade de Georgetown e colunista do CNN Money, observa que o atual mandatário “está tendo mais sucesso e talvez tenha sucesso em realizar uma reforma mais duradoura”. Há décadas, a Argentina enfrenta uma crise econômica generalizada. Inflação, câmbio deteriorado e falta de dólares nos cofres públicos são alguns dos fatores que limitaram a economia argentina nos últimos anos. E no cerne de todos esses problemas, um fator em comum: gastos públicos elevados. Para manter o nível de suas reservas, a Argentina ainda contraiu uma dívida bilionária com o Fundo Monetário Internacional (FMI). O empréstimo, porém, também se tornou uma das pedras no sapato dos argentinos à medida que o país foi encontrando dificuldades para honrar o compromisso. Sucessivos governos passaram pela Casa Rosada sem conseguir solucionar o problema. E quando Alberto Fernández, ex-presidente da Argentina, indicou seu então ministro da Economia, Sergio Massa, para ser seu sucessor, a nomeação não caiu nas graças do eleitorado argentino. Quem ficou sob os holofotes na última corrida presidencial argentina, em 2023, foi o libertário Javier Milei. O outsider político do partido La Libertad Avanza (“a liberdade avança”, em tradução livre) venceu Massa com cerca de 55% dos votos. “Milei chegou em um ponto no qual a sociedade vivia uma desordem em função de uma exaustão de um estilo de governança de esquerda. Houve a opção de fazer algo radical e sair da mesmice, que em poucos anos de governo está tendo um sucesso acima do esperado”, avalia Volpon. “Grande experimento liberal” Milei prometeu uma agenda liberal que causaria um “choque econômico” na Argentina por meio de robusto corte de gastos e desregulamentações. Desde que assumiu o cargo, em dezembro de 2023, o libertário chamou a atenção de diversos agentes econômicos, com sua agenda sendo chamada de “experimento extraordinário” pela revista The Economist. Pouco antes de Milei completar um ano no cargo, a publicação britânica afirmou que o argentino está conduzindo um dos mais radicais e extraordinários experimentos de liberalismo econômico desde a primeira-ministra do Reino Unido, Margaret Thatcher, que liderou o país de 1979 a 1990. Em entrevista ao CNN Money, o ex-ministro da Fazenda, Maílson da Nóbrega, observa que está ocorrendo “uma das experiências mais incríveis deste século” ao olhar para a grama do vizinho. “Me surpreende a dimensão das medidas, a maioria, ou quase, todas na direção correta. Precisa livrar a Argentina do peso do populismo e da irresponsabilidade que têm caracterizado o país pelos últimos 70 anos. A Argentina é o único caso [recente] no mundo em que o país rico empobrece, e Milei está indo na direção correta”, pontuou da Nóbrega. https://www.youtube.com/watch?v=zL7Ot-Ay2T4 Mas, no fim das contas, quais são as “experiências” que ocorrem neste “laboratório” de políticas liberais? Terapia de choque A Argentina colheu seus primeiros resultados superavitários em anos ao longo de 2024 graças à política de austeridade fiscal de Milei. Ao cortar gastos com programas sociais, reduzir a quantidade de ministros em seu gabinete e buscar se desfazer de estatais, o presidente argentino afirma estar promovendo uma maior “eficiência estatal”. “Como sempre, o mercado entende que quanto mais liberalizado e desregulamentado melhor para a atividade econômica. Menor intervenção do governo e maior restrição fiscal geram crescimento, maiores lucros e, no fim, é melhor para a bolsa”, pontua Mauro Rochlin, professor da Fundação Getulio Vargas (FGV). Elena Landau, economista e advogada sócia da Sergio Bermudes Advogados, ressalta que “o investidor privado não quer intervenção da economia e não quer ser parceiro do Estado. A não ser o ineficiente, que precisa de subsídio”. “Milei mostrou para a América Latina que quando você quer, você pode mudar a cultura de dependência do Estado. É um rompimento cultural, de mudar a relação da sociedade com o Estado, um rompimento da carona que a elite leva no Estado”, pontua Landau ao CNN Money. https://www.youtube.com/watch?v=6SEj7uKK6Ow A advogada e Tony Volpon destacam a agenda, ainda em andamento, de desregulamentações e privatizações proposta por Milei. O presidente da Argentina adiantou nesta terça-feira (4) ao jornal La Nación que está trabalhando num decreto que fechará ou realizará a fusão de 50 agências do governo. O entusiasmo do mercado é claramente refletido no desempenho do índice Merval, a bolsa de valores argentina. Como efeito da “terapia de choque” de Milei, os superávits obtidos pelos cofres públicos argentinos já impactam em uma estabilização da inflação e da disparidade entre os câmbios oficial e o do mercado paralelo — o chamado dólar blue. Em detrimento aos resultados positivos, porém, a pobreza e o desemprego cresceram na Argentina após o corte de financiamento a diversos programas sociais. “Assim como em toda revolução, há ganhadores e perdedores. Mas, na média, a economia do país está melhorando. A Argentina tem uma economia muito diferente, com uma crise contínua, país crescendo pouco, inflação em alta, corrupção e Estado inchado. Por tanto, é necessária essa reforma radical invés de um gradualismo”, avalia Troster. “Mas quando você está preso num túnel e vê que a fila do lado começa a andar, você se entusiasma. Se não está andando para todos, está para alguns e isso dá entusiasmo para o resto”, conclui o ex-Febraban. Volpon relembra que houve opções mais moderadas de ruptura, como a gestão do empresário Mauricio Macri, que presidiu a Argentina entre 2015 e 2019. O início de seu governo foi um casamento com o mercado, ao promover ajustes fiscais que trouxeram um fôlego no primeiro momento. O divórcio veio com a falta de sustentabilidade da política de Macri, que enfrentou problemas políticos na metade final de seu mandato e saiu do governo mal avaliado. “Houve opções mais moderadas, mas o povo [argentino agora disse] ‘vamos tentar algo mais radical já que o mais moderado fracassou’. É um risco, mas também havia o risco de ficar tudo na mesmice. Apostas tem que ser feitas”, indaga o ex-BC. Troster e Maílson da Nobréga ressaltam o fato de que, em detrimento do aumento da pobreza e do desemprego no país, a população argentina continua resiliente ao lado do presidente eleito em 2023. “Para minha surpresa, a paciência do povo argentino é grande. Apesar de ter havido um aumento da pobreza, a popularidade dele aumentou. Isso mostra como o povo argentino se cansou dos efeitos desastrosos do partido peronista na economia”, enfatiza o ex-ministro da Fazenda do Brasil. Com a política adotada por Milei, a inflação acumulada da Argentina encerrou o ano passado em 117,8%, após atingir um pico de 289,4% em abril de 2024. Enquanto isso, em um ano, os resultados mensais caíram de uma alta de preços de dois dígitos (25,5% em dezembro de 2023) para menos de 3%. Por outro lado, o dólar valorizou 27,4% na cotação oficial do país, enquanto o dólar blue cerca de 25%. Apesar da desvalorização nominal – comparando quanto a divisa abriu e fechou no ano -, se corrigido pela inflação, o câmbio argentino registrou um resultado positivo ao crescer menos que os preços do país, o que, deste ponto de vista, significa que valorizou. Com isso, Volpon argumenta que Milei “claramente está entregando o que prometeu na campanha”. Armadilha cambial Porém, os economistas ouvidos pela CNN acendem alertas, além do campo social, para uma potencial armadilha cambial na qual o país pode cair — e já observa sinais no seu cotidiano. Com essa “desvalorização controlada” do câmbio, que ganha da inflação do país, os produtos comercializados por lá acabam ficando mais caros na moeda norte-americana. No caso do brasileiro que vai ao país vizinho, o efeito é ainda mais drástico tendo em vista a desvalorização do real vista no final do ano passado. Contudo, apesar de parecer positiva num primeiro momento, a valorização do peso argentino comparada à inflação pode acabar se tornando um problema para o país. “A apreciação do câmbio gera uma perda de competitividade das exportações e aumenta o incentivo à importação. Além disso, inibe o investimento”, afirma Patrícia Krause, economista-chefe da Latin América Coface. Ao olhar para o cenário atual, Mauro Rochlin, da FGV, relembra o período em que Carlos Menem comandou a Argentina, na década de 1990. À época, Menem buscou conter a inflação no país intervindo no câmbio e pareando os valores do peso argentino e do dólar norte-americano. O período ficou popularmente conhecido pelos argentinos como uno a uno (“um por um”, em tradução livre). Logo em seus primeiros dias de mandato, Milei jogou o valor do câmbio oficial para as alturas, de modo que ficasse mais próximo do dólar blue e buscando, dessa maneira, equilibrar as duas cotações. “Naquela ocasião que ele [Menem] adotou um câmbio fixo de um para um, aconteceu uma coisa parecida com esse cenário que eu estou descrevendo [que pode ocorrer agora]. A inflação foi controlada e, paulatinamente, a valorização do câmbio tirou competitividade da exportação e reduziu a entrada de dólares”, explica Rochlin. “O país se viu em situação de escassez de dólar e não conseguiu segurar a paridade. A coisa explodiu”, conclui. Caso o cenário se concretize, a Argentina voltaria a viver a espiral de falta de dólares com a qual já teve de conviver. O economista da FGV aponta que, se de fato chegar-se a esse ponto, pode ser muito complicado de reverter o cenário pelas incertezas que ele impõe. “Se de fato a inflação for controlada, com uma política fiscal restritiva, e isso inspirar maior confiança, a Argentina pode, paulatinamente, retornar ao mercado financeiro internacional e receber dólares por investimentos estrangeiros, assim aliviando essa saída que ocorreria pelo lado comercial. Mas não sei, é muito incerto, não é uma coisa que a ‘cartilha preveja'”, ironiza. Para Patricia Krause, a solução seria saber a hora de puxar o freio. “Encontrar o momento certo para levantar os controlos cambiais e de capitais [cepo] é um grande desafio para 2025. Seria importante constituir reservas cambiais antes da remoção do cepo para poder fazer face a uma possível pressão de uma depreciação da taxa de câmbio. Este último poderia reacender a inflação e comprometer todo o plano econômico”, pontua a economista-chefe da Latin América Coface. “O governo atualmente está em negociações com o FMI para um novo acordo, visando aumentar as reservas para facilitar a retirada dos controles. Logo, os laços mais estreitos com os Estados Unidos poderiam tornar mais fácil para a Argentina chegar a um novo acordo, uma vez que o país tem o maior poder de voto na instituição.” Na terça-feira, Milei reforçou que deve encerrar as intervenções no câmbio ainda em 2025. Em uma publicação no X, realizada já no domingo (2), o presidente argentino respondeu a um usuário que “em 2026, não haverá mais cepo [na Argentina]”. En 2026 no habrá más CEPO. — Javier Milei (@JMilei) February 2, 2025 “O câmbio livre na Argentina tem muita importância. O dólar é quase um fetiche na Argentina. O argentino viu no dólar um porto seguro contra intervenções, confiscos do governo. Provavelmente isso vai esfriar e colocar um fim à bolha da adoração ao dólar na Argentina”, afirmou Maílson da Nóbrega ao CNN Money. Perspectivas O que os economistas ouvidos pela CNN apontam é que o maior desafio de Milei é se ele conseguirá garantir a sustentabilidade de seus feitos. “O grande problema e solução é Javier Milei. Têm brigas desnecessárias que jogam contra Milei. Mas, na média, está conseguindo fazer. Se a democracia e o congresso ajudarem, a Argentina tem grandes chances de dar certo. Mas ainda estamos na metade do primeiro tempo, tem chão pela frente”, afirma Roberto Luis Troster. “Se fracassar, pode se esquecer de reformas e revoluções por pelo menos muito tempo. Se der certo, é razoável esperar mudanças aqui e na América Latina. Até agora tem conseguido, mas o jogo ainda não acabou. Para dar certo, precisa diminuir o nível de desemprego; lidar com a questão do cepo para abrir a economia (depende muito de acordo com o FMI); e continuar com o apoio popular”, conclui o ex-Febraban.

AS ARMADILHAS DA INTERNET E OS FOTÓGRAFOS NÃO NOS DEIXAM TRABALHAR

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