domingo, 26 de janeiro de 2025

A ARGENTINA PASSOU A SER O PAÍS MAIS CARO DA AMÉRICA LATINA

 

História de Ayelén Oliva – BBC News Mundo – BBC News Brasil

O fortalecimento da moeda local influenciou o turismo internacional na Argentina.

O fortalecimento da moeda local influenciou o turismo internacional na Argentina.© Getty Images

“A Argentina está cara em dólares”, contou Manuel, empresário gastronômico de 37 anos, durante minha última visita à capital do país, Buenos Aires, no mês de dezembro. “Você que veio dos Estados Unidos vai perceber rapidamente.”

Já no meu primeiro dia na cidade, confirmo a observação de Manuel no preço do café.

Em Palermo, bairro turístico da capital, uma xícara de café custa 3,3 mil pesos – US$ 3,20 pelo câmbio oficial (cerca de R$ 19), cotado a poucos centavos a menos que o paralelo, que os argentinos chamam de “dólar blue“.

Costumo pagar um dólar a menos pelo café na mesma rede de cafeterias em Miami, nos Estados Unidos.

Mas não são só os lugares frequentados pelos estrangeiros que estão caros em dólares. A mesma situação se repete em locais menos turísticos e com produtos mais procurados pelos argentinos. Vemos o mesmo no pão fatiado, que custa US$ 4 (R$ 23,70), ou na manteiga a US$ 3 (R$ 17,80).

E também nos produtos importados. Um copo térmico Stanley, por exemplo, custa em Buenos Aires US$ 140 (R$ 830). Nos Estados Unidos, o mesmo copo não passa de US$ 30 (R$ 178).

Segundo o índice de preços Big Mac do McDonald’s, criado pela revista The Economist em 1986, o preço do hambúrguer na Argentina é o mais alto da América Latina (US$ 7,37, cerca de R$ 43,70) e o segundo maior do mundo, atrás da Suíça.

Um ano atrás, o Big Mac custava na Argentina a metade do preço atual, em dólares.

Estimativas do Banco de Compensações Internacionais (BIS, na sigla em inglês) indicam que o peso argentino aumentou de valor em 40%, em termos reais, entre dezembro de 2023 e outubro do ano passado.

Mas este avanço não se traduziu em aumento do poder aquisitivo da população. Afinal, os salários permaneceram congelados e as chamadas correções do governo Javier Milei geraram forte recessão, que provocou queda do consumo.

“Não estamos nem melhor, nem pior. Temos problemas diferentes do ano passado”, conta o dono de uma padaria com mais de 30 anos no setor, questionado sobre o efeito da valorização da moeda local sobre suas vendas. Ele votou em Milei e continua apoiando o presidente.

O impacto da queda da inflação argentina (a maior conquista de Milei no seu primeiro ano na presidência), aliada à valorização da moeda local, surpreende qualquer pessoa que não tenha visitado o país no último ano.

Mas por que a Argentina passou a ser “cara em dólares”, depois de ter sido um dos países mais baratos da América Latina? E quais os impactos na sua economia?

O ‘superpeso’

“Para viver na Argentina, preciso hoje de mais dólares do que um ano atrás”, conta o programador brasileiro Thiago. Ele cobra por seus serviços na moeda americana e, há dois anos, decidiu morar na Argentina, com o câmbio favorável na época.

Desde que o peso se fortaleceu no país e o real caiu no Brasil, liderando a queda das moedas latino-americanas, Thiago pensa em voltar para São Paulo. “Lá, vivo melhor com menos dólares”, ele conta.

Thiago não é o único. Em agosto de 2024, a BBC News Brasil noticiou que uma onda de brasileiros estava deixando a Argentina porque era “inviável” para eles permanecer no país.

O presidente Milei desvalorizou a moeda argentina em 54% logo após a sua posse. Um ano depois, ela se transformou no que os meios de comunicação do país chamam de “superpeso”. Como isso

aconteceu?Javier Milei conseguiu reduzir o ritmo da inflação na Argentina.

Javier Milei conseguiu reduzir o ritmo da inflação na Argentina.© Reuters

O motivo é a estratégia adotada por Milei para baixar a inflação, sua principal meta ao assumir a presidência. Afinal, em 2023, a inflação argentina atingiu 211%, segundo o Instituto Nacional de Estatística e Censos do país (Indec).

Milei empregou um instrumento que os economistas chamam de “âncora inflacionária”. O preço do dólar oficial foi “ancorado”, aumentando sua cotação – ou seja, desvalorizando o peso – pelo nível fixo de 2% ao mês, muito abaixo do índice mensal de inflação.

Esta medida, aliada à “âncora fiscal”, que reduziu fortemente os gastos públicos, e à “âncora monetária”, com a suspensão da emissão de dinheiro para financiar o Tesouro, foi fundamental para que a Argentina fechasse 2024 com inflação anual de 118% – uma redução de 44,5% em um ano.

O lado negativo é que, enquanto o peso se fortalecia ao ser desvalorizado abaixo da inflação, o dólar oficial ficou atrasado em relação ao custo de vida, perdendo grande parte da sua capacidade de compra.

Como resultado, surgiu um novo fenômeno para os argentinos: a inflação em dólares. Estimativas de diversos economistas locais indicam que ela superou 70% no ano passado.

Ou seja, um produto que custava US$ 100 um ano atrás, hoje, custa US$ 170.

‘Dólar blue’

Não foi apenas o dólar oficial, controlado pelo governo, que perdeu seu poder de compra. O dólar paralelo, livre ou de mercado também está em níveis similares aos da época da posse de Milei, mesmo com a inflação de mais de 100% no período.

O economista Lorenzo Sigaut Gravina, da consultoria argentina Equilibra, atribui principalmente o fato a uma iniciativa bem sucedida do governo, que fez com que os argentinos introduzissem no sistema financeiro do país os dólares em espécie guardados em casa ou depositados no exterior e não declarados.

Na primeira etapa, a Argentina conseguiu o ingresso de US$ 19,023 bilhões (cerca de R$ 112,7 bilhões), segundo a Agência de Arrecadação e Controle Alfandegário (ARCA, na sigla em espanhol).

Este sucesso conteve o dólar paralelo, que se manteve a uma taxa levemente superior ao câmbio oficial – diferentemente dos anos anteriores, quando a margem era muito ampla.

Efeitos na Argentina

O “peso forte” traz pontos positivos e negativos para o país. Por um lado, o governo destaca que os salários aumentaram em dólar.

Um relatório da plataforma de empregos online Bumeran indica que o salário médio pretendido na Argentina é de US$ 1.234 (cerca de R$ 7,3 mil), acima da média regional. Um ano atrás, era um dos mais baixos da América Latina.

Mas a valorização da moeda local também gerou redução do número de turistas estrangeiros que visitam o país e aumento dos argentinos que aproveitam o “dólar achatado” para viajar para o exterior.

Dados do Indec demonstram que o número de turistas internacionais no país registrou uma redução de 19,2% em novembro passado, em relação ao mesmo mês de 2023.

Os salários na Argentina, que antes estavam entre os mais baixos da América Latina, hoje estão acima da média regional.

Os salários na Argentina, que antes estavam entre os mais baixos da América Latina, hoje estão acima da média regional.© Getty Images

A consequência mais preocupante do peso valorizado para muitos moradores locais se concentra em setores como a indústria. Agora, produzir ficou mais caro, tanto para o mercado local quanto para o exterior, o que reduz a competitividade da indústria e do setor agrícola argentino.

Some-se a isso a abertura das importações realizada pelo governo para incentivar a concorrência e reduzir os preços locais. E, como resultado, “será cada vez mais barato recorrer a produtos importados e cada vez será mais cara a produção nacional”, segundo Sigaut Gravina.

Por isso, o setor industrial alertou que esta situação poderia gerar queda da produção, com consequente redução dos postos de trabalho.

Os críticos mais fortes ao governo chegam a alertar sobre um possível “industricídio”, como ocorreu no país na década de 1990. Na época, o peso argentino estava vinculado ao dólar e muitas empresas acabaram fechando.

‘Não haverá desvalorização’

Um dos economistas que alertaram sobre os efeitos negativos do “superpeso” foi Domingo Cavallo, ex-ministro da Economia entre 1991 e 1996, durante o mandato do presidente Carlos Menem (1930-2021). Cavallo foi apelidado na Argentina de “pai da convertibilidade“.

O ex-ministro declarou em dezembro que a atual “valorização real exagerada do peso” é “similar” à que ocorreu no final de 1990 – “uma deflação muito onerosa porque transformou a recessão iniciada no fim de 1998 em uma verdadeira depressão econômica”.

Na Argentina, a impressão de que o peso está artificialmente alto em comparação com seu valor real no mercado internacional vem aumentando entre a opinião pública e incomoda o presidente. Milei garante que seus críticos estão errados.

“Do meu ponto de vista, o câmbio não está atrasado”, garantiu ele, em entrevista à Rádio El Observador de Buenos Aires, no início de janeiro. “É irritante e afrontosa a estupidez declarada [por Cavallo].”

A valorização do peso traz dificuldades para o setor produtivo na Argentina.

A valorização do peso traz dificuldades para o setor produtivo na Argentina.© Getty Images

Para o presidente argentino, a pouca margem entre a cotação do dólar oficial e paralelo, aliada ao valor acumulado pelo Banco Central em reservas com a cotação atual (cerca de US$ 25 bilhões, ou R$ 148 bilhões), comprova que não existe atraso. “E ainda há o equilíbrio fiscal”, destacou ele.

A economia do país, na leitura de Milei, não deve ganhar competitividade enfraquecendo o peso, mas desregulamentando a economia, reduzindo os impostos e melhorando o acesso ao crédito.

Para Sigaut Gravina, as palavras de Milei procuram conter a pressão para que o governo volte a desvalorizar a moeda argentina.

“Se todos nós tivermos a impressão de que existe um atraso cambial significativo, todos irão pensar que o peso, desta forma, não se sustenta”, explica ele.

Mas o economista ressalta que “o principal ativo do governo atualmente é a queda da inflação – e desvalorizar implica, como efeito imediato, aumento inflacionário”.

O Banco Central argentino anunciou que, a partir de fevereiro, irá reduzir a desvalorização mensal do câmbio oficial de 2% para 1% ao mês, fortalecendo ainda mais o peso.

Espera-se que esta estratégia ajude a continuar baixando a inflação, que atingiu 2,7% ao mês em dezembro passado. Mas muitos se perguntam qual será o prejuízo se o país continuar sendo “caro em dólares”.

De qualquer forma, o que realmente poderia definir a cotação do dólar é o que irá ocorrer quando Milei suspender o controle de capitais, que hoje restringe o acesso à moeda americana, e deixar flutuar o peso – uma medida que o presidente prometeu tomar em 2025.

GOVERNO QUER REDUZIR O PREÇO DOS ALIMENTOS

 

História de Secretaria de Comunicação – Newsrondonia

Governo discute estratégias para reduzir preços dos alimentos com foco no estímulo à produção nacional

Governo discute estratégias para reduzir preços dos alimentos com foco no estímulo à produção nacional

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva se reuniu nesta sexta-feira, 24 de janeiro, com ministros para discutir estratégias a fim de conter a alta dos alimentos. Durante o encontro, foram avaliadas possíveis medidas, como a redução da alíquota de importação de alimentos que estiverem com preços mais elevados no mercado interno em relação ao mercado internacional.

“Quero reafirmar taxativamente: nenhuma medida heterodoxa será adotada, não haverá congelamento de preço, tabelamento, fiscalização, não terá rede estatal de supermercado ou de lojas para vender produtos, isso não existe, isso sequer foi apresentado nesta reunião ou em qualquer outra”

Rui Costa

Ministro da Casa Civil

O ministro da Casa Civil, Rui Costa, destacou a preocupação do presidente Lula com o acesso da população a alimentos a preços justos. “Os produtos que estejam com preço interno maior do que o preço externo, nós atuaremos na redução de alíquota para forçar o preço a vir, pelo menos, para o patamar internacional. Não justifica nós estarmos com preços acima do patamar internacional. Não tem a menor explicação para isso, já que o Brasil se constitui como um dos maiores produtores de alimentos de grãos do mundo”, explicou.

De acordo com o ministro, o governo seguirá buscando soluções dentro dos parâmetros técnicos e de mercado, e descartou a ideia de adoção de medidas intervencionistas ou heterodoxas, que fujam das práticas convencionais de mercado. “Quero reafirmar, taxativamente: nenhuma medida heterodoxa será adotada, não haverá congelamento de preço, tabelamento, fiscalização, não terá rede estatal de supermercado ou de lojas para vender produtos, isso não existe, isso sequer foi apresentado nesta reunião ou em qualquer outra”, frisou Rui Costa.

PERSPECTIVAS PARA 2025 — O governo espera uma melhora no cenário econômico devido ao aumento da produção agrícola esperado para este ano. Rui Costa afirmou que o impacto positivo da supersafra deverá contribuir para a redução dos preços. “A expectativa é extremamente positiva de uma supersafra este ano. A nossa expectativa é que na lei de mercado uma maior oferta leve a um menor preço”, argumentou.

O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, destacou que o Brasil se consolida como um grande produtor de alimentos e que, em 2025, o aumento da produção fará com que a estabilidade de preços dos alimentos possa ser estabelecida. “É importante dizer que o presidente determinou que a gente já comece a discutir medidas de estímulo, um novo Plano Safra que estimule mais, principalmente os produtos que chegam à mesa da população. E é a partir disso então que nós vamos nos debruçar”, pontuou.

“É importante dizer que o presidente determinou que a gente já comece a discutir medidas de estímulo, um novo Plano Safra que estimule mais, principalmente os produtos que chegam à mesa da população. E é a partir disso então que nós vamos nos debruçar”

Carlos Fávaro

Ministro da Agricultura

CESTA BÁSICA — A pedido do presidente Lula, será dada maior atenção à definição de políticas públicas e recursos já existentes para o estímulo da produção, com foco em produtos que fazem parte da cesta básica. “Nós também vamos dialogar com o mercado, vamos chamar aqui reuniões de produtores para dialogar com eles sugestões de como reduzir os preços, aumentar a produção, vamos chamar mais uma vez a rede de supermercados, vamos chamar os frigoríficos grandes para conversar, os frigoríficos pequenos e médios, dialogando portanto com o mercado, que é onde o preço se realiza. Medidas que a gente pode somar no mercado mais as medidas institucionais de estímulos para a produção”, disse Rui Costa.

“Fazer com que esses alimentos cheguem à mesa do povo, de uma maneira que caiba no salário do povo brasileiro, essa é a preocupação central do presidente e acho que nossa tarefa é apoiar o produtor com crédito acessível e barato. Então nós lançamos dois Planos Safras que foram recordes, que aumentaram o valor e aumentaram o subsídio no Plano Safra”, frisou o ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, Paulo Teixeira.

“O segundo esforço é concentrar na produção de alimentos da cesta básica. Esses créditos têm que ir para a produção de alimentos e estímulos, nós diminuímos os juros para os alimentos, além de aumentar a produtividade do agricultor, do pequeno e médio agricultor, para que ele tenha um resultado melhor e que esse alimento chegue mais barato na mesa do povo”, elucidou.

COMMODITIES — O ministro Rui Costa destacou o impacto de fatores como o preço das commodities e o valor do dólar para o comércio de alimentos. “Num passado recente, o Brasil era grande exportador de produtos in natura, e hoje o Brasil vem se tornando o que os economistas chamam de supermercado do mundo, o que é positivo, porque gera emprego, porque nós passamos a processar esses alimentos e vender alimentos processados para o mundo inteiro”, afirmou, ao pontuar que o país tem se consolidado como uma referência positiva no contexto econômico. “Vocês podem constatar isso na balança de exportação já de 2023, 2024, o crescimento da exportação brasileira de processamento de alimentos”.

Participaram da reunião os ministros Rui Costa (Casa Civil), Fernando Haddad (Fazenda), Carlos Fávaro (Agricultura e Pecuária), Esther Dweck (Gestão e da Inovação em Serviços Públicos) e Paulo Teixeira (Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar), e o diretor-presidente da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), Edegar Pretto. Também estavam presentes o secretário-executivo do Ministério da Indústria e Comércio, Márcio Elias Rosa; a secretária-executiva do Ministério do Desenvolvimento Agrário, Fernanda Machiaveli; e o secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Guilherme Mello.

TRUMP QUER SER CHAMADO O HOMEM DAS TARIFAS A EXEMPLO DE OUTRO PRESIDENTE

 

História de The Economist – Jornal Estadão

A nomeação de montanhas acabou se tornando uma prioridade curiosamente alta para Donald Trump. Poucas horas após sua posse, o presidente assinou uma ordem executiva para mudar o nome do pico mais alto dos Estados Unidos de Denali, de origem indígena do Alasca, para Monte McKinley, como era oficialmente conhecido até a intervenção de Barack Obama, em 2015. O novo nome reflete mais do que apenas o habitual pingue-pongue de guerra cultural. Assim como Trump, William McKinley era um “homem de tarifas”.

Como congressista e, mais tarde, presidente, ele levou os Estados Unidos ao protecionismo no final do século XIX. “O presidente McKinley tornou nosso país muito rico por meio de tarifas e de talento”, disse Trump em seu discurso de posse. Mais de um século depois, Trump espera realizar o mesmo truque.

Sua série de ordens executivas do primeiro dia não instituiu novas tarifas, concentrando-se nas montanhas, em uma emergência na fronteira, na perfuração de petróleo e na interrupção dos programas DEI (Diversidade, Igualdade e Inclusão, na sigla em inglês). Mas o presidente ainda encontrou tempo para ameaçar com uma tarifa de 10% sobre a China, bem como uma tarifa de 25% sobre o Canadá e o México, a ser introduzida já em 1º de fevereiro. Ele também propôs uma “tarifa suplementar global”, que se aplicaria a qualquer mercadoria importada do exterior, independentemente do país de origem.

Trump acredita que a implementação de tarifas vai impulsionar a produção americana e financiar cortes de impostos a um custo baixo para o cidadão comum Foto: Mandel Ngan/MANDEL NGAN

Trump acredita que a implementação de tarifas vai impulsionar a produção americana e financiar cortes de impostos a um custo baixo para o cidadão comum Foto: Mandel Ngan/MANDEL NGAN

Tarifas mais altas, dizem Trump e seus apoiadores, impulsionarão a produção americana e financiarão cortes de impostos a um custo baixo para o cidadão comum, com os estrangeiros pagando a conta. Essas justificativas são fracas, assim como eram na época de McKinley. Para começar, as empresas geralmente repassam as tarifas aumentando os preços. Durante a última investida de Trump contra a manufatura chinesa em 2018-19, os preços dos itens afetados subiram aproximadamente na proporção de um para um com as tarifas mais altas.

Os assessores mais ponderados de Trump, como Scott Bessent, indicado para secretário do Tesouro, e Stephen Miran, para presidente do Conselho de Assessores Econômicos, aceitam essa dinâmica. Mas eles enfatizam que as tarifas também fortalecem o dólar, levando os americanos a comprar menos do exterior. Isso aumenta seu poder de compra e, portanto, deve ajudar a anular os preços mais altos. As taxas de câmbio dependem de muito mais do que o comércio de mercadorias, portanto, o efeito das tarifas durante o primeiro mandato de Trump foi pequeno. Em 2018 e 2019, por exemplo, elas explicam, no máximo, um quinto da variação do dólar no período, de acordo com Olivier Jeanne e Jeongwon Son, da Universidade Johns Hopkins. Tarifas maiores teriam efeitos maiores.

No entanto, mesmo que o dólar suba, a dor simplesmente se transfere para os exportadores, cujos produtos se tornam mais caros para os compradores internacionais (e é por isso que Trump geralmente favorece um dólar mais fraco). Por sua vez, Miran argumentou em um artigo recente que a popularidade do dólar impõe “externalidades” à economia dos Estados Unidos, uma vez que a demanda por ativos puxa o dólar acima de seu valor justo, prejudicando os exportadores no processo.

Essa teoria é questionável por seus próprios méritos. Os grandes déficits que as administrações recentes tiveram não poderiam ter sido financiados de forma tão barata sem uma fila de estrangeiros comprando títulos do Tesouro. Além disso, se Miran conseguisse o que quer, qualquer estímulo ao dólar decorrente das tarifas seria de curta duração: uma desvalorização do dólar faria com que as famílias enfrentassem novamente preços mais altos.

Os que aumentam as tarifas também minimizam as chances de outros países responderem da mesma forma. E a paciência, mesmo entre os aliados, já está se esgotando. “Uma tarifa seria seguida por outra”, alertou Claudia Sheinbaum, presidente do México, em novembro. Justin Trudeau, o primeiro-ministro do Canadá, prometeu uma retaliação “robusta e rápida”. Tais medidas puxariam o dólar em direções opostas: a demanda americana por importações do exterior cairia, mas também cairia a demanda estrangeira por exportações americanas.

Portanto, as tarifas aumentam os preços. Isso significa que elas causam uma inflação dolorosa? Não necessariamente. Um aumento pontual nos preços pode criar apenas um aumento de curto prazo na inflação, não um aumento sustentado. As tarifas corroem o poder de compra geral dos consumidores, e a queda no consumo de produtos produzidos em casa gera uma desinflação compensatória ao longo do tempo. No entanto, há pelo menos o perigo de que um choque único desencadeie uma espiral ascendente de preços e salários. Após vários anos de inflação alta, esse risco agora é mais acentuado.

Problemas montanhosos

Pior ainda, as tarifas também prejudicam o crescimento econômico ao criar uma “perda de peso morto”, pois a demanda é desviada para as empresas nacionais, mesmo quando elas são menos eficientes. Como consequência, os recursos são desperdiçados em uma produção que é mais cara do que seria de outra forma. O resultado é uma grande distorção econômica e uma renda menor em toda a economia.

Esse efeito é exacerbado pelo fato de que as tarifas induzem as empresas a inovar menos e a se comportar de forma mais inadequada. Protegidas de rivais estrangeiros mais bem administrados, as empresas têm menos incentivo para produzir produtos superiores e mais baratos. Alla Lileeva, da Universidade de York, e Daniel Trefler, da Universidade de Toronto, descobriram que as reduções nas tarifas americanas no final dos anos 1980 e 1990 levaram as fábricas canadenses, antes menos produtivas, a inovar mais, adotar tecnologia avançada e, consequentemente, aumentar a produtividade de seus funcionários.

Os regimes tarifários também tendem a ser repletos de isenções, que as empresas mais experientes aprendem a explorar, ao mesmo tempo em que seus lobistas buscam mais exceções. O gosto de Trump por distribuir favores pode causar um problema específico nesse sentido.

No decorrer de sua carreira política, o entusiasmo de McKinley pelo protecionismo diminuiu. Embora o 25º presidente dos Estados Unidos nunca tenha se transformado em um defensor do livre comércio do tipo da The Economist, ele passou a apreciar os benefícios de acordos comerciais mutuamente vantajosos com países amigos. “Não devemos nos apoiar em uma segurança fantasiosa de que podemos vender tudo e comprar pouco ou nada para sempre”, anunciou ele em Buffalo, Nova York, em 1901, antes de acrescentar que ‘guerras comerciais não são lucrativas’. O 45º e 47º presidente dos Estados Unidos talvez não tenha aprendido as lições corretas com seu antecessor.

TRUMP E O MUNDO TRECNOLÓGICO E A ABOLIÇÃO DA CENSURA NOS ESTADOS UNIDOS

 

História de João Pedro Adania – Jornal Estadão

O segundo mandato de Donald Trump mal completou uma semana, porém, a contar pelas mudanças que ele já promoveu em relação ao mundo tecnológico, o mandato do republicano será bastante agitado. Entre as principais ordens que envolvem tecnologia estão a revogação da lei que tentava mitigar os riscos da inteligência artificial (IA), o decreto para adiar o bloqueio do TikTok e a ordem para acabar com a “censura governamental” nas redes sociais.

Relembre como foi a primeira semana tecnológica de Trump no poder.

Chefões da tecnologia lado a lado na posse de Trump

Os CEOs de gigantes da tecnologia Mark Zuckerberg (Meta), Jeff Bezos (Amazon), Sundar Pichai (Google), Elon Musk (X e Tesla) e Tim Cook (Apple) estiveram em destaque na cerimônia de posse de Donald Trump.

As lideranças do Vale do Silício ficaram na primeira fileira, inclusive à frente de integrantes importantes do governo, como ministros e secretários.

Os CEOs de gigantes da tecnologia Mark Zuckerberg (Meta), Jeff Bezos (Amazon), Sundar Pichai (Google), Elon Musk (X e Tesla) e Tim Cook (Apple) estiveram em destaque na cerimônia de posse de Donald Trump Foto: Shawn Thew/AP

Os CEOs de gigantes da tecnologia Mark Zuckerberg (Meta), Jeff Bezos (Amazon), Sundar Pichai (Google), Elon Musk (X e Tesla) e Tim Cook (Apple) estiveram em destaque na cerimônia de posse de Donald Trump Foto: Shawn Thew/AP

E os flashes estavam atentos a esses bilionários porque desde a vitória do republicano, em novembro, as principais empresas de tecnologia iniciaram um processo de rápida aproximação com Trump.

Mandou recado no discurso

Elon Musk fez sinal de joinha quando Trump citou as missões espaciais para “crescer o território e colocar nossa bandeira no planeta Marte” no discurso de posse. Por mais de duas décadas, Elon Musk concentrou a SpaceX, sua empresa de foguetes, no objetivo de toda uma vida de chegar a Marte. Ainda em 2023, ele intensificou o trabalho sobre o que acontecerá se chegar lá.

Inclusive, Musk já orientou equipes e funcionários a se aprofundarem no projeto e nos detalhes de uma cidade marciana, de acordo com fontes ouvidas pelo New York Times.

Elon Musk fez sinal de joinha quando Trump citou as missões espaciais no discurso Foto: Saul Loeb/AP

Elon Musk fez sinal de joinha quando Trump citou as missões espaciais no discurso Foto: Saul Loeb/AP

Acabou com a lei que tentava mitigar riscos da IA

Trump foi do Capitólio à Casa Branca para dar e revogar decretos. Um deles foi o que buscava limitar os riscos causados pela inteligência artificial (IA) para consumidores, trabalhadores e a segurança nacional.

Assinada por Joe Biden em outubro de 2023, ordem era sustentada pela Lei de Produção para a Defesa e exigia que desenvolvedores de sistemas movidos a IA compartilhassem resultados dos testes de segurança com o governo dos EUA.

Quando a ordem foi assinada por Biden, legisladores americanos não conseguiam aprovar uma legislação definitiva para formar diretrizes para o desenvolvimento da IA. As regras exigiam que as empresas informassem ao governo se criassem modelos poderosos de IA que pudessem afetar a segurança nacional, a economia ou a saúde pública.

A novela TikTok

Ninguém sabia ao certo quando e se o aplicativo e vídeos curtos iria sair do ar. No fim das contas, ele ficou off menos de 48 horas e já ganhou sobrevida patrocinado por uma canetada presidencial.

Na segunda-feira, 20, Trump adiou em 75 dias o bloqueio do TikTok no país. Essa decisão, na prática, significa que o Departamento de Justiça dos EUA está impedido de mover ações legais ou penalizar a empresa no período. O texto do decreto argumenta que a revogação dará ao novo governo tempo “para buscar uma resolução que proteja a segurança nacional enquanto salva uma plataforma usada por 170 milhões de americanos”.

Agora, a rede social chinesa deve ser palco de uma disputa entre bilionários. Em frente às câmeras Trump disse que aprovaria a compra do app por Elon Musk e depois sugeriu que seu amigo e dono da OracleLarry Ellison, também pudesse ser dono da rede.

Na frente das câmeras Trump sugeriu que seu amigo e dono da Oracle, Larry Ellison, também pudesse ser dono da rede Foto: Haiyun Jiang/NYT

Na frente das câmeras Trump sugeriu que seu amigo e dono da Oracle, Larry Ellison, também pudesse ser dono da rede Foto: Haiyun Jiang/NYT

ByteDance, empresa com sede na China dona do app, poder a oferta que mais lhe agrade, como a do bilionário Frank McCourt do Project Liberty e do youtuber MrBeast, que recentemente demonstrou intenção de compra. Inclusive, o grupo de investidores por trás do criador recebe consultoria jurídica de um escritório ligado ao novo procurador-geral dos EUA, Matt Gaetz.

Ordem que põe fim à “censura governamental” nas redes sociais

Um outro decreto de Trump tem a intenção de “parar imediatamente toda a censura governamental” nas redes sociais. Ou seja: agora, oficiais do governo federal americano estão proibidos de adotar qualquer conduta – que em tese – “infrinja de forma inconstitucional a liberdade de expressão de qualquer cidadão americano”. O decreto também veta o uso de recursos de impostos para os mesmos motivos.

Na prática, a ação deve abafar esforços de combater a proliferação de informação falsa ou enganosa online.

Conservadores justificaram a decisão com a tese de que os esforços para limitar a disseminação de fake news, mesmo que sobre saúde pública e o processo eleitoral, seja censura.

Money, money, money para construir a Stargate

Junto a OpenAI, a Oracle e o Softbank, o republicano se comprometeu, nesta terça-feira, 21, a investir em uma infraestrutura de inteligência artificial (IA) nos EUA. O anúncio prevê a destinação de até US$ 500 bilhões nos próximos anos em um projeto de data center de IA chamado Stargate.

“Construiremos data centers colossais que empregarão muitas pessoas”, disse o presidente dos EUA. Depois acrescentou que o país terá de produzir muita eletricidade e que seu governo tornará isso possível.

O projeto Stargate tem financiamento inicial da Oracle, OpenAI e Softbank. Além disso parceiros de investimentos também devem entrar, como o MGX, com sede em Abu Dhabi. A Arm, a Microsoft, a Nvidia, além de OpenAI e Oracle, serão os principais colaboradores tecnológicos do projeto. O governo não vai destinar fundos ao projeto.

Desmanche do Comitê de Revisão de Segurança Cibernética

Departamento de Segurança Interna dos EUA (DHS) dispensou membros de vários de sues comitês executivos. Essa medida inclui o desmanche do Comitê de Revisão de Segurança Cibernética (CSRB), que é responsável por investigar incidentes de cibersegurança.

Segundo um documento assinado na segunda-feira, 20, pelo secretário interino Benjamine C. Huffman, as demissões são justificadas como parte de uma iniciativa de cortar gastos da agência. “Alinhado ao compromisso do Departamento de Segurança Interna em eliminar o mau uso de recursos e garantir que as atividades do DHS priorizem nossa segurança nacional, estou direcionando o fim de todas as atuais participações em comitês consultivos dentro do DHS, com efeito imediato”.

O Departamento de Segurança Interna dos Estados Unidos (DHS) dispensou membros de vários de seus comitês consultivos Foto: Valerie Plesch/NYT

O Departamento de Segurança Interna dos Estados Unidos (DHS) dispensou membros de vários de seus comitês consultivos Foto: Valerie Plesch/NYT

A onda de desligamentos vai interromper uma investigação conduzida pela agência sobre ataques a empresas de telecomunicações americanas por um grupo hacker chinês, conhecido como Salt Typhoon (ou Tufão de Sal, em português). Entre as pessoas que tiveram metadados coletados estão Donald Trump, J.D Vance (vice-presidente) e outros funcionários de alto escalão no governo.

Liberdade para Ross Ulbricht, símbolo de crimes na deep web perdoado por Trump

O criador do mercado digital Silk Road, que vendia drogas e outros crimes na deep web, Ross Ulbricht recebeu perdão “total e irrestrito” de Donald Trump na terça-feira, 21.

Ulbricht se tornou herói cult no universo das criptomoedas e dos libertários por criar o primeiro ambiente digital onde era possível fazer transações com bitcoin. O Departamento de justiça chegou a descrever sua invenção como o “mercado criminoso mais sofisticado e abrangente da internet”.

Ross Ulbricht, recebeu perdão de Trump Foto: Reprodução

Ross Ulbricht, recebeu perdão de Trump Foto: Reprodução

Celebrado em todas as feiras e convenções libertárias, Trump abraçou a causa de Ulbricht durante a conferência anual de bitcoin realizado em Nashville, onde reafirmou o compromisso de libertar o dito herói. Após a vitória do republicano, uma publicação no perfil de Ulbricht no dizia que ser “imensamente grato a todos que votaram no presidente Trump em meu nome”.

Fim do home office

A ordem para que todos os funcionários públicos federais dos EUA retornem ao serviço presencial teve muita influência de Elon Musk. Ainda em 2022, durante a pandemia, o czar do governo Trump havia ordenado aos funcionários da Tesla voltar do trabalho remoto.

“Os chefes de todos os departamentos e agência do Poder Executivo deve retomar todas as medidas necessárias para encerrar os acordos de trabalho remoto e exigir que os funcionários retornem ao trabalho presencial em seus respectivos postos de trabalho em tempo integral” diz parte do texto assinado pelo presidente.

Trump determinou o fim do home office para servidores federais Foto: Matt Rourke/AP

Trump determinou o fim do home office para servidores federais Foto: Matt Rourke/AP

Esse movimento é reflexo de medidas tomadas por várias empresas do setor privado. Em dezembro, a Amazon decidiu acabar com o home office, mas não tinha cadeiras o bastante para acomodar todos os funcionários.

Programas de diversidade estão ameaçados

A ordem presidencial dizia que todos os funcionários do governo federal que atuam em programas de diversidade, equidade e inclusão fossem afastados na quarta-feira, 22. Os escritórios dos programas também serão fechados, conforme afirma um memorando enviado pelo Escritório de Gestão Pessoal do governo americano.

O presidente considera políticas de D&I como “radicais e perdulárias”. Além de demissões, a diretriz vai causar a transferência de vários funcionários. Os chefes dos escritórios também foram instruídos a apresentar até sexta-feira, 24, um plano para “executar uma ação de redução de força”, o que significa mais demissões.

CHINA ACEITA FAZER NEGOCIAÇÃO COM OS ESTADOS UNIDOS

 

História de Redação – Jornal Estadão

O tom ameno visto nesta semana entre o presidente dos Estados UnidosDonald Trump, e a China vem ajudando a tirar o ímpeto do dólar globalmente. No Brasil, a moeda americana registrou nesta sexta-feira, 24, nova queda, vista como um alívio pelo governo Lula diante da preocupação com a inflação dos alimentos, conforme recentes falas do vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Geraldo Alckmin, e do ministro da Fazenda, Fernando Haddad.

Sob a pressão da disparada nos preços dos alimentos, Haddad ressaltou, na quinta-feira, 23, que as matérias-primas (commodities) estão associadas à variação do dólar e que, por isso, esperava que um recuo na moeda americana, associado à esperada supersafra deste ano, viessem aliviar a inflação na mesa dos brasileiros — embora especialistas como o pesquisador Felippe Serigati, do Centro de Agronegócios da Fundação Getulio Vargas (FGV Agro), relativizem o efeito de uma queda do dólar como freio para a disparada de preços.

Nesta sexta-feira, 24, o dólar recuou no mercado à vista, pelo sexto dia seguido, e fechou a R$ 5,9186, com queda de 0,12%. O tom mais brando do republicano ameniza receios com a inflação americana e global, ao mesmo tempo que Trump já está pressionando o Federal Reserve (Fed, o Banco Central americano) a continuar baixando juros, explicam especialistas (leia análises mais abaixo).

Dólar recuou no mercado à vista e fechou nesta sexta-feira a R$ 5,9186, com queda de 0,12% Foto: Epitacio Pessoa/Estadão

Dólar recuou no mercado à vista e fechou nesta sexta-feira a R$ 5,9186, com queda de 0,12% Foto: Epitacio Pessoa/Estadão

Na quinta-feira, 23, ao discursar por vídeo no Fórum Econômico Mundial, em Davos, na Suíça, o presidente americano disse querer uma relação comercial justa com o regime de Pequim e garantiu que terá uma boa convivência com o presidente Xi Jinping.

Nesta sexta-feira, 24, a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Mao Ning, afirmou que a cooperação comercial e econômica entre os dois países é “mutuamente benéfica e vantajosa para ambos os lados” e destacou o potencial de diálogo para resolver as diferenças, sinalizando uma abertura para negociação com o presidente dos Estados Unidos.

“A China nunca buscou deliberadamente um superávit comercial com os EUA. Apesar das diferenças e fricções, os dois países têm grandes interesses comuns e amplo espaço para cooperação, o que pode ser fortalecido por meio de diálogo e consultas”, ressaltou Mao Ning.

A China tem mostrado disposição em negociar com Trump, apesar das ameaças do presidente americano. Após falar em tarifa de 10% sobre os importados chineses, Trump reiterou, em entrevista à Fox News, na quinta, a ameaça de elevar a taxação sobre itens fabricados no país asiático, mas amenizou o discurso ao dizer que preferiria não impor a punição comercial.

Uma possível adoção de tarifas sobre importados da China pelos EUA deve tornar bem mais difícil para o país oriental repetir em 2025 o crescimento de 5% registrado em 2024. Tais taxas deverão prejudicar as exportações da China, sobretudo de manufaturados, que foram extremamente importantes para a expansão do seu Produto Interno Bruto (PIB) nos últimos 12 meses.

Economistas entrevistados pelo Estadão/Broadcast em Hong Kong e Sydney estimam que o PIB da China deve subir ao redor de 4,5% em 2025. Tal patamar indica que, se o governo de Xi Jinping decidir manter a meta de crescimento do país de 5% neste ano, precisará adotar medidas bem mais audaciosas nas áreas fiscal e monetária para estimular o consumo doméstico, muito afetado pela forte crise do setor imobiliário que já dura quatro anos.

Por que o dólar está caindo, na visão de especialistas

O mercado de câmbio acompanha a fragilidade da moeda americana no exterior após os mais recentes comentários de Trump. Nesta sexta, o dólar voltou a recuar ante a maioria das moedas e perdeu força, principalmente, frente ao euro.

“Trump adotou um discurso mais brando em relação à China, sabendo da dependência dos Estados Unidos de produtos importados e do impacto de aumento de tarifas sobre a política monetária americana”, avalia o superintendente da mesa de derivativos do BS2, Ricardo Chiumento, para quem o Fed, dependendo das ações de Trump, pode ter espaço para redução adicional da taxa de juros nos Estados Unidos. “No caso do real, é positivo o fato de Trump não ter citado o Brasil como alvo da política de aumento de tarifas”, acrescenta.

O economista Gustavo Rostelato, da Armor Capital, afirma que o recuo recente do dólar reflete, em grande parte, desmonte de posições compradas na moeda americana por investidores estrangeiros, dada a melhora do apetite ao risco no exterior.

Assim, a moeda americana caiu ante a grande maioria das moedas, com efeito no câmbio doméstico. Os dados mais positivos do setor externo brasileiro em dezembro colaboram para fortalecer a moeda local. /Com Antonio Perez, Caroline Aragaki, Luís Eduardo Leal, Pedro Lima e Ricardo Leopoldo

TRUMP PLANEJA INICIAR LIMPEZA NA FAIXA DE GAZA

 

História de IstoÉ News

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, apresentou no sábado (25) uma iniciativa para “limpar” a Faixa de Gaza e disse querer que Egito e Jordânia recebam os palestinos deste território como forma de alcançar a paz no Oriente Médio.

“Estamos falando de 1,5 milhão de pessoas, e simplesmente limparemos tudo isso”, disse Trump à imprensa, referindo-se a Gaza como um “local de demolição”. Ele disse que a medida poderia ser “temporária ou de longo prazo”.

O republicano afirmou que havia conversado com o rei Abdullah II da Jordânia e esperava falar com o presidente egípcio Abdel Fatah al Sissi no domingo.

“Gostaria que o Egito levasse as pessoas e gostaria que a Jordânia levasse as pessoas”, disse Trump a bordo do Air Force One.

A maioria dos 2,4 milhões de habitantes de Gaza foi deslocada, alguns deles várias vezes, devido à guerra na Faixa de Gaza desencadeada pelo ataque do movimento islamista Hamas ao sul de Israel em 7 de outubro de 2023.

BOLSONARO E ALIADOS FAZEM EMBATES RUMO A 2026

 

História de Leonardo Rodrigues – IstoÉ

Jair Bolsonaro (PL) protagonizou embates com colegas de partido e personagens relevantes da direita em declarações concedidas nesta semana.

Os gestos sinalizam que, mesmo inelegível até 2030, o ex-presidente não desistirá de recuperar seus direitos políticos e passa a atuar pela restrição a lideranças do próprio campo em preparação para uma disputa contra Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ou outro representante de seu governo na próxima eleição. Neste texto, o site IstoÉ recapitula os movimentos de Bolsonaro.

Acordos prioritários

Já no início da semana, o senador Marcos Pontes (PL-SP), que comandou o Ministério da Ciência e Tecnologia no governo Bolsonaro, entrou na mira do ex-mandatário.

Depois de levar uma bronca pública do ex-chefe pela decisão de se lançar candidato à presidência do Senado à revelia da bancada, que definiu apoio a Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), Pontes reforçou a cisão com Bolsonaro ao publicar, no X (antigo Twitter), um vídeo em que dizia que “pessoas arrogantes acham que já sabem de tudo, que são melhores que os outros, desprezam opiniões e ignoram

sentimentos”.Embates com aliados marcam nova estratégia de Bolsonaro rumo a 2026

Embates com aliados marcam nova estratégia de Bolsonaro rumo a 2026

Davi Alcolumbre: franco favorito à presidência do Senado, o parlamentar tem apoio do PL de Bolsonaro

O cálculo do ex-presidente tem pouco a ver com as “opiniões e sentimentos” do aliado. Em franca campanha pela aprovação de um projeto de anistia no Congresso, que poderia livrá-lo de crimes ligados aos atos antidemocráticos de 8 de janeiro de 2023 e impedi-lo de ser preso, Bolsonaro precisa de amplo apoio político em Brasília.

No mandato do senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG) à frente do Senado, ele não viu esse plano avançar. Ainda que tenha uma bancada expressiva (14 senadores, a segunda maior da Casa), o PL fez frente à candidatura do mineiro ao lançar Rogério Marinho (RN) e travou um embate mais acirrado do que as projeções iniciais apontavam — Pacheco foi reeleito por 49 votos a 32.

O saldo para a legenda foi negativo, com espaço restrito na Mesa Diretora e pouca disposição do presidente em abraçar pautas caras ao bolsonarismo — não só a anistia, mas também os pedidos de impeachment de ministros do STF (Supremo Tribunal Federal). Para não repetir a receita, o grupo abraçou o pragmatismo e caminhou com o pleno favoritismo de Alcolumbre. O sonho de Pontes coloca a estratégia em risco.

De olho em 2026

A anistia é o caminho mais palpável para Bolsonaro recuperar a elegibilidade a tempo da próxima eleição — ainda que as chances sejam baixas, segundo avaliam profissionais do direito.

Para isso, ele aposta em colocar em dúvida os mecanismos que o deixam longe das urnas. Em entrevista ao canal CNN Brasil na quinta-feira, 23, comparou uma eleição sem ele ao que ocorreu na Venezuela, onde Nicolás Maduro foi eleito pela terceira vez após um Judiciário aparelhado cassar os direitos políticos de sua principal opositora.

Além da movimentação pelos acordos, o ex-presidente ainda atua para obstruir a fileira de potenciais candidatos a herdar seus votos em 2026, ao contrário ao que prega Valdemar Costa Neto, presidente do PL.

Ainda à CNN Brasil, foi pouco elogioso ao tratar do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), de São Paulo — a quem o próprio dirigente, mesmo mantendo a aposta em Bolsonaro, se referiu como um bom nome para concorrer ao Planalto em caso de manutenção da inelegibilidade –, e aos também governadores Romeu Zema (Novo-MG) e Ronaldo Caiado (União Brasil-GO). As críticas mais duras foram reservadas a Pablo Marçal (PRTB), em quem disse não ser capaz de confiar.

Embates com aliados marcam nova estratégia de Bolsonaro rumo a 2026

Embates com aliados marcam nova estratégia de Bolsonaro rumo a 2026

O ex-presidente ao lado da esposa, Michelle Bolsonaro: elogiada para disputa ao Planalto

Por outro lado, distribuiu bênçãos eleitorais aos filhos, o senador Flávio (PL-RJ) e o deputado Eduardo (PL-SP) e à esposa Michelle (PL), de quem disse que poderia ser “ministro da Casa Civil”, mantendo as alternativas de sucessão em seu círculo íntimo.

Na sexta, 24, Eduardo se afirmou à disposição para o “sacrifício” de ser escolhido pelo pai para substituí-lo. “Se ele mandar, eu apoio qualquer um. [Mas] meu plano A, B e C segue sendo Jair Bolsonaro”, disse ao jornal O Globo.

O congestionamento da direita é bom para Bolsonaro e sua família, e ruim para outras lideranças do campo. A estratégia é prolongar essa escolha até os momentos finais. Neste cenário, a dispersão tende a favorecer aquele que ostentar esse sobrenome em pesquisas e viabilizá-lo eleitoralmente”, disse ao site IstoÉ Renato Dorgan, cientista político e proprietário do Instituto Travessia.

Implosão partidária?

Enquanto o ex-presidente ditava cenários, aliados ditos “ideológicos”, como o deputado Nikolas Ferreira (PL-MG), buscavam endossar sua posição. Questionado sobre a chance de concorrer ao Planalto se uma proposta para reduzir a 30 anos a idade mínima para se candidatar for aprovada (é a idade que ele terá em 2026), o parlamentar disse que há três planos para o cargo: “Jair, Messias e Bolsonaro”.

Mas o destaque obtido com o vídeo que ajudou o governo Lula a recuar em uma medida de fiscalização das transferências por Pix também serviu para o mineiro entrar na mira do líder da direita. Durante a semana, Bolsonaro disse haver políticos “de pequena idade, que estão se lançando já. ‘Eu sou candidato, eu vou resolver’, na base da lacração”.

Embates com aliados marcam nova estratégia de Bolsonaro rumo a 2026

Embates com aliados marcam nova estratégia de Bolsonaro rumo a 2026

Nikolas Ferreira: ‘queridinho do bolsonarismo’, ouviu indiretas do líder

Em outro momento de crítica a um correligionário, o ex-mandatário desautorizou o senador Wilder Morais, presidente do PL em Goiás, quanto à escolha de candidatos da sigla no estado. “Wilder, não é quem você quer. Tudo vai passar por mim e, se eu puder falar com o Valdemar [Costa Neto], pelo Valdemar também. Não é um Senado em que a gente quer perseguir ninguém, mas para falar ‘opa, alguém tá passando do limite’”, disse,  em entrevista ao canal Auriverde Brasil no YouTube.

Há uma ala do PL goiano próxima ao governador Ronaldo Caiado, que se diz pré-candidato à Presidência no da oposição ao PT em 2026 e se transformou em um desafeto de Bolsonaro. Sem maiores esclarecimentos, o ex-presidente usou Goiás para demonstrar que montará palanques fiéis e ainda mais ideológicos em 2026.

As posturas dele e de seus filhos quanto a aliados que hesitam em abraçar todas as suas pautas ou se aproximam de forças desalinhadas da direita radical são conhecidas. Mas os objetivos de povoar o Parlamento com pessoas dispostas a livrar Bolsonaro de punições e a mudar a composição do Supremo parecem estar ainda mais cristalizados.

UM DOS MAIORES DESAFIOS ENFRENTADOS PELOS TRABALHADORES DO TRABALHO INTERMITENTE É A INSTABILIDADE FINANCEIRA

 

Marília dos Santos Lira, pós-graduada em Direito e Processo Penal na Escola Superior de Advocacia de Pernambuco (ESA-PE), bacharela em Direito pela Universidade Salgado de Oliveira/PE, Advogada Trabalhista no Vigna Advogados

Introdução

De proêmio, vale lembrar que o trabalho intermitente foi regulamentado pela Reforma Trabalhista de 2017, retratando uma nova modalidade de vínculo empregatício que objetiva flexibilizar as relações de trabalho. Nesse modelo, o trabalhador é convocado pelo empregador para prestar serviços de uma forma eventual, ou seja, ele não tem uma carga horária fixa, sendo remunerado apenas pelos períodos trabalhados. Esta modalidade pode ser vantajosa para empregadores e para trabalhadores em determinados contextos, mas também apresenta desafios significativos que merecem atenção de ambos os lados.

·        Conceito e Regulamentação do Trabalho Intermitente

O trabalho intermitente foi introduzido pela Lei nº 13.467/2017, que permitiu ao empregador contratar um trabalhador para períodos esporádicos de trabalho, com intervalo de inatividade entre as convocações. O colaborador é remunerado pelas horas trabalhadas, sem a obrigatoriedade de uma jornada regular. Além disso, a legislação estabelece que o contrato de trabalho intermitente seja formalizado por escrito e que o trabalhador tenha direito a férias, 13º salário, FGTS e repouso semanal remunerado proporcionais ao tempo trabalhado.

Em 13/12/2024, por maioria, os ministros do Supremo Tribunal Federal concluíram que o chamado contrato de trabalho intermitente é constitucional.

·        Desafios para os Trabalhadores

Insegurança na Renda: Um dos maiores desafios enfrentados pelos trabalhadores no modelo intermitente é a instabilidade financeira. Como o trabalhador só é remunerado pelos períodos em que é convocado, a renda mensal pode ser imprevisível, o que atrapalha o planejamento financeiro pessoal.

Ausência de Benefícios Fixos: Embora o trabalhador intermitente tenha direito a benefícios proporcionais, ele não tem acesso a benefícios como assistência médica corporativa, vale-refeição e outros benefícios que são comumente oferecidos a trabalhadores com jornada fixa. A falta de uma carga horária regular também pode acarretar em dificuldades para obter crédito ou financiamento, já que a renda variável é mais difícil de comprovar.

Dificuldade de Conciliar Múltiplos Empregos: Diversos trabalhadores intermitentes tentam complementar sua renda com mais de um contrato intermitente, o que pode até gerar sobrecarga e comprometer a qualidade de vida. A falta de previsibilidade das convocações também pode dificultar a gestão do tempo entre diferentes contratos.

Vulnerabilidade Jurídica: A contratação intermitente ainda é uma modalidade recente e apresenta lacunas legais em sua aplicação, o que pode gerar insegurança jurídica para o trabalhador. Em alguns casos, a caracterização do vínculo empregatício pode ser questionada, e o trabalhador pode acabar sendo explorado em relação à carga de trabalho ou ao tempo de descanso.

·        Desafios para as Empresas

Custos de Gestão e Logística: Para as empresas, a gestão de trabalhadores intermitentes pode ser desafiadora, pois é necessário organizar uma estrutura administrativa que permita o controle de convocações e pagamento dos serviços prestados. A falta de previsibilidade sobre a quantidade de trabalho também pode levar a dificuldades no planejamento de recursos humanos.

Riscos de Abuso e Problemas Trabalhistas: O modelo intermitente, se mal aplicado, pode resultar em abusos por parte do empregador, como a convocação constante do trabalhador sem a devida compensação. Esse tipo de prática pode levar a disputas jurídicas, incluindo o reconhecimento de vínculo empregatício permanente ou o pagamento de verbas rescisórias de forma retroativa.

Imagem da Empresa e Responsabilidade Social: Muitas empresas enfrentam críticas sociais e de imagem por adotar o trabalho intermitente de maneira abusiva. Há uma percepção de que a modalidade precariza as condições de trabalho e desrespeita os direitos dos trabalhadores, o que pode afetar a reputação da empresa, principalmente em mercados mais competitivos.

·        Oportunidades para os Trabalhadores

Flexibilidade de Horários: Para os trabalhadores que buscam mais flexibilidade, como estudantes, pessoas que necessitam de cuidados familiares ou profissionais que têm outras fontes de renda, o trabalho intermitente oferece a possibilidade de ajustar os horários de acordo com suas necessidades pessoais. A flexibilidade é uma das maiores vantagens dessa modalidade.

Possibilidade de Diversificação de Fontes de Renda: O trabalho intermitente pode permitir que o trabalhador tenha contratos com diferentes empregadores, aumentando suas oportunidades de geração de renda. Isso é particularmente vantajoso para profissionais autônomos que não têm uma fonte de receita fixa.

Acesso a Benefícios Proporcionais: Mesmo com a natureza eventual do trabalho intermitente, os trabalhadores têm direito a benefícios proporcionais, como férias, 13º salário e FGTS. Esses direitos podem proporcionar um maior equilíbrio financeiro, especialmente em relação a trabalhadores autônomos que não têm acesso a esses benefícios.

·        Oportunidades para as Empresas

Redução de Custos Fixos: O trabalho intermitente oferece uma vantagem para as empresas ao permitir a contratação de trabalhadores conforme a demanda, sem a necessidade de manter uma equipe fixa. Isso pode ser vantajoso para setores que apresentam variações de produção ou serviços sazonais, como turismo, hotelaria e eventos.

Maior Flexibilidade Operacional: As empresas podem adaptar sua força de trabalho conforme a demanda, sem os custos de um contrato de trabalho tradicional. Isso também pode contribuir para uma maior agilidade nas operações e redução de custos em períodos de baixa atividade.

Aumento da Produtividade: Ao contratar trabalhadores intermitentes, as empresas podem contar com profissionais motivados, que atuam apenas durante os períodos de maior necessidade. Esse aumento de flexibilidade pode resultar em uma força de trabalho mais produtiva e engajada, que não está sobrecarregada com tarefas repetitivas.

·        Considerações Finais

O trabalho intermitente, embora apresente diversas oportunidades tanto para trabalhadores quanto para empresas, também levanta questões que precisam ser cuidadosamente abordadas. Para os trabalhadores, a principal vantagem é a flexibilidade, mas os desafios relacionados à incerteza financeira e à falta de benefícios fixos precisam ser melhor regulamentados. Para as empresas, o trabalho intermitente oferece redução de custos e maior flexibilidade, mas é importante garantir que as condições de trabalho sejam justas para evitar problemas jurídicos e de imagem.

Assim, é essencial que tanto empregadores quanto trabalhadores estejam bem informados sobre seus direitos e responsabilidades, e que as políticas públicas se ajustem para garantir que o trabalho intermitente não se transforme em um modelo de precarização das condições de trabalho, mas sim em uma alternativa legítima e vantajosa para ambos os lados.

A Startup Valeon reinventa o seu negócio

Moysés Peruhype Carlech – Founder da Valeon

Enquanto a luta por preservar vidas continua à toda, empreendedores e gestores de diferentes áreas buscam formas de reinventar seus negócios para mitigar o impacto econômico da pandemia.

São momentos como este, que nos forçam a parar e repensar os negócios, são oportunidades para revermos o foco das nossas atividades.

Os negócios certamente devem estar atentos ao comportamento das pessoas. São esses comportamentos que ditam novas tendências de consumo e, por consequência, apontam caminhos para que as empresas possam se adaptar. Algumas tendências que já vinham impactando os negócios foram aceleradas, como a presença da tecnologia como forma de vender e se relacionar com clientes, a busca do cliente por comodidade, personalização e canais diferenciados para acessar os produtos e serviços.

Com a queda na movimentação de consumidores e a ascensão do comércio pela internet, a solução para retomar as vendas nos comércios passa pelo digital.

Para ajudar as vendas nos comércios a migrar a operação mais rapidamente para o digital, lançamos a Plataforma Comercial Valeon. Ela é uma plataforma de vendas para centros comerciais que permite conectar diretamente lojistas a consumidores por meio de um marketplace exclusivo para o seu comércio.

Por um valor bastante acessível, é possível ter esse canal de vendas on-line com até mais de 300 lojas virtuais, em que cada uma poderá adicionar quantas ofertas e produtos quiser.

Nossa Plataforma Comercial é dividida basicamente em página principal, páginas cidade e página empresas além de outras informações importantes como: notícias, ofertas, propagandas de supermercados e veículos e conexão com os sites das empresas, um mix de informações bem completo para a nossa região do Vale do Aço.

Destacamos também, que o nosso site: https://valedoacoonline.com.br/ já foi visto até o momento por mais de 245.000 pessoas e o outro site Valeon notícias: https://valeonnoticias.com.br/ também tem sido visto por mais de 5.800.000 de pessoas, valores significativos de audiência para uma iniciativa de apenas três anos. Todos esses sites contêm propagandas e divulgações preferenciais para a sua empresa.

Temos a plena certeza que o site da Startup Valeon, por ser inédito, traz vantagens econômicas para a sua empresa e pode contar com a Startup Valeon que tem uma grande penetração no mercado consumidor da região capaz de alavancar as suas vendas.

E-Mail: valeonbrasil@gmail.com

Site: https://valedoacoonline.com.br/

Fones: (31) 98428-0590 / (31) 3827-2297

sexta-feira, 24 de janeiro de 2025

GOVERNO LULA DEU AVAL AO GOVERNO DE MADURO AO ENVIAR EMBAIXADORA PARA POSSE

 

História de Gabriela Romão | News Rondônia

A eleição venezuelana, realizada em julho do ano passado, teve o resultado contestado pela população, com repercussão internacional. Pela cópia das atas distribuídas, correspondentes a 80% das urnas apuradas, demonstraram uma esmagadora vitória do candidato oposicionista Gonzalez, com aproximadamente 2/3 dos votos do povo da Venezuela. Isto é fato inequívoco e comprovado.

Tais cópias das atas eram distribuídas aos que estavam fiscalizando as eleições pela oposição. Quando o ditador Maduro percebeu a inviabilidade de uma vitória sua, suspendeu as apurações, a entrega das cópias das atas e se autodeclarou vitorioso, sem exibir as atas de apuração final e sem, até hoje, ter tido a coragem de exibi-las.

Pelas cópias em mãos da oposição, mesmo que o referido tiranete tivesse todos os votos dos outros 20%, já teria perdido com os primeiros 80% dos votos apurados na eleição.

Apesar dos protestos da população que povoou as ruas de Caracas e outros Municípios, Maduro decidiu persegui-los, prendê-los e conseguiu dos Poderes subordinados, a homologação da fraude, tomando posse para um novo mandato que não conquistou nas urnas, mas exclusivamente com o apoio de seus asseclas espalhados pelos diversos escalões da administração do país.

Todas as nações democráticas denunciaram a fraude, não reconhecendo sua inexistente vitória. O próprio presidente Lula declarou que sem a exibição das atas não poderia reconhecer a vitória, tendo sugerido uma nova eleição.

Ocorre que, curiosamente, o governo brasileiro enviou sua embaixadora à posse, o que, a meu ver, representou o reconhecimento da farsa venezuelana.

As nações democráticas, como por exemplo Argentina, Estados Unidos e Chile, não foram à posse do fraudulento auto outorgado presidente e somente as ditaduras tiveram expressiva presença na degradante solenidade.

Tenho a impressão que a esmagadora maioria da população brasileira considera Maduro um criminoso, como aliás assim o condenou o Tribunal Penal Internacional e, à evidência, não está de acordo com a presença da embaixadora brasileira, avalizando a posse do ditador.

O que mais me preocupa, todavia, é que a imagem do Brasil no concerto internacional fica desfigurada. Já pagamos um preço elevado, por pretendermos encerrar a guerra da conquista da Rússia contra a Ucrânia, aceitando uma paz que representaria a cessão de 20% do território ucraniano às forças invasoras. Pior ainda, é o apoio indireto dado aos próprios terroristas do Hamas e Hezbollah, que pretendem eliminar o Estado de Israel, que teve na figura do brasileiro Oswaldo Aranha, em 1946, o seu artífice para a criação.

É, por outro lado, inequívoco o apoio à ditadura cubana cujos empréstimos feitos pelo Brasil, à época da direção de seu partido, continuam sem ser pagos, como aqueles também à Venezuela. E a busca do Brasil de optar, não pelo mundo democrático ocidental, mas pelo mundo oriental no “sul global” sob o comando da China é outra opção, a meu ver também equivocada.

Creio que nunca a diplomacia brasileira, que desde Rio Branco foi um exemplo para o mundo, foi tão desfigurada por conta das opçõesdeste governo.

Com todo o respeito que sempre tive por todos os presidentes brasileiros e que tenho pelo presidente Lula, creio que estamos trilhando rotas incertas e inseguranças, que poderão prejudicar o desenvolvimento nacional e o futuro do país.Fotos: Andreia Tarelow

Fotos: Andreia Tarelow

Ives Gandra da Silva Martins é professor emérito das universidades Mackenzie, Unip, Unifieo, UniFMU, do Ciee/O Estado de São Paulo, das Escolas de Comando e Estado-Maior do Exército (Eceme), Superior de Guerra (ESG) e da Magistratura do Tribunal Regional Federal – 1ª Região, professor honorário das Universidades Austral (Argentina), San Martin de Porres (Peru) e Vasili Goldis (Romênia), doutor honoris causa das Universidades de Craiova (Romênia) e das PUCs PR e RS, catedrático da Universidade do Minho (Portugal), presidente do Conselho Superior de Direito da Fecomercio -SP, ex-presidente da Academia Paulista de Letras (APL) e do Instituto dos Advogados de São Paulo (Iasp).

AS ARMADILHAS DA INTERNET E OS FOTÓGRAFOS NÃO NOS DEIXAM TRABALHAR

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