O governo apresentou o pacote na última semana. Uma das propostas é
estabelecer uma idade mínima para a aposentadoria especial das Forças
Armadas, além de acabar com outras regras classificadas pela equipe
econômica como “privilégios”.
Na peça publicitária, aparecem militares em treinamento, trabalhando
em enchentes, estudando, mergulhando e encenando uma situação em que um
navio afunda, enquanto outras pessoas fazem festa, aproveitam a praia,
viajam e comemoram aniversário com a família.
O vídeo encerra com uma militar falando: “Privilégios? Vem para a Marinha!”
A peça foi produzida em alusão ao Dia do Marinheiro, que é comemorado
no dia 13 de dezembro. Procurado, o órgão não se manifestou.
O governo anunciou o corte de gastos com quatro medidas que atingem
os militares: a idade mínima; a extinção da transferência de pensão; a
remuneração fixa de 3,5% para o Fundo de Saúde; e o fim da morte ficta
(fictícia), que é a pensão para famílias de militares expulsos.
A proposta para as Forças Armadas foi enquadrada pela equipe
econômica como um item de “equilíbrio fiscal e fim de iniquidades” na
apresentação feita à imprensa.
O objetivo, de acordo com o governo Lula, é “corrigir distorções
existentes em benefícios no poder público em relação ao resto da
sociedade”. A equipe do Poder Executivo calcula que será possível
economizar R$ 1 bilhão por ano com as mudanças nas forças militares.
Os painéis dos carros têm uma série de indicadores que se acendem
para avisar sobre problemas. Se as salas de reuniões das montadoras da
Europa tivessem sistemas semelhantes, estariam iluminadas como um
mercado de Natal. A Volkswagen (VW),
o maior do grupo em termos de vendas, está se preparando para greves a
partir de 1º de dezembro em resposta ao seu plano de fechar três
fábricas na Alemanha e cortar salários.
A Northvolt, uma startup sueca de baterias, outrora promissora, na qual a VW e a BMW investiram, entrou em colapso e foi à falência. Enquanto isso, do outro lado do Atlântico, Donald Trump está ameaçando acabar com as cadeias de suprimentos ao impor uma tarifa de 25% sobre as importações do México e do Canadá.
Esses problemas ocorrem em meio a um ano já difícil para o setor
automobilístico da Europa. Desde abril, o valor de mercado combinado das
cinco maiores montadoras do continente em termos de vendas – VW, Stellantis, Renault, BMW e Mercedes despencou
de mais de € 300 bilhões (US$ 320 bilhões) para menos de € 200 bilhões,
já que uma série de previsões de lucros sombrias assustou os
investidores.
Na Europa, a demanda diminuiu e a concorrência das empresas chinesas de veículos elétricos (EV) está
se intensificando. “A torta ficou menor e temos mais convidados à
mesa”, disse Oliver Blume, chefe da VW. Ao mesmo tempo, os negócios no
exterior das montadoras europeias estão em um beco sem saída.
As vendas na China caíram, e os lucros nos Estados Unidos também
estão ameaçados. Philippe Houchois, do banco Jefferies, descreve o fato
como “uma recessão como nenhuma outra”. No entanto, os esforços para
reduzir os custos em casa para manter a competitividade estão
enfrentando forte resistência de sindicatos e políticos.
Empresas europeias estão tendo dificuldade na China Foto: Pedro Danthas/VW
Não faz muito tempo, as montadoras europeias estavam em alta. A
escassez de microchips durante a pandemia os ajudou a seguir uma
estratégia de “valor sobre volume”, pois priorizaram a colocação de
chips escassos em seus veículos mais lucrativos. A VW bateu seu recorde
de lucro operacional a cada ano de 2021 a 2023.
A Stellantis (cujo maior acionista, a Exor, é uma das proprietárias da empresa controladora da The Economist)
gerou sua maior receita e lucro de todos os tempos em 2023. A BMW e a
Mercedes também tiveram anos de sucesso. Um programa de reestruturação
na Renault também começou a dar resultados.
Ultimamente, no entanto, o cenário ficou mais sombrio. A demanda por
carros na Europa estagnou e pode estar caminhando para um declínio
estrutural. A Europa nunca mais voltará ao seu patamar pré-pandêmico de
16 milhões de vendas por ano, admite Arno Antlitz, diretor financeiro da
VW. Em 2023, as vendas totais foram de pouco mais de 11,5 milhões de
veículos, um aumento em relação ao ano anterior, mas bem abaixo de seu
pico. Este ano, espera-se que elas sejam menores, e poucos no setor
preveem um grande crescimento no próximo ano.
Com o fim da escassez de chips, a produção voltou a se concentrar em
carros menos lucrativos. É provável que as margens diminuam ainda mais
se houver guerras de preços para atender às novas e rígidas metas de
emissão no caminho da UE para proibir as vendas de carros a gasolina até
2035. Regras mais rígidas no próximo ano exigirão que uma parcela maior
dos veículos vendidos pelo setor seja de veículos elétricos, que
atualmente são menos lucrativos do que os que consomem muito
combustível.
As montadoras europeias também estão sendo pressionadas pelos
concorrentes chineses em termos de preço no mercado interno. Embora
tenha havido uma pequena queda após a introdução de tarifas sobre
veículos elétricos importados pela União Europeia em outubro, as
montadoras chinesas ainda são responsáveis por uma em cada dez vendas de
veículos elétricos novos na Europa, de acordo com a Schmidt Automotive
Research, uma consultoria. Essa participação aumentará ainda mais. A BYD
e a Chery, duas montadoras chinesas, estão instalando fábricas na
Europa para atender diretamente ao continente.
Enquanto isso, na China, as empresas europeias estão perdendo para as
rivais nacionais. O maior mercado de automóveis do mundo foi, por muito
tempo, uma importante fonte de lucro para o setor automotivo da Europa.
Esses dias estão chegando ao fim. De acordo com o banco UBS, a
participação de mercado das marcas estrangeiras despencou de 63% em 2020
para 37% atualmente, com as montadoras chinesas provando ser melhores
em equipar seus veículos com a tecnologia sofisticada que os
consumidores do país exigem. A VW foi atingida de forma especialmente
dura. Outrora a maior empresa automobilística da China, sua participação
de mercado caiu de 19% em 2019 para 14% atualmente. Ela pode cair para
um único dígito até 2030, diz o UBS.
Os negócios na China também estão ficando mais difíceis para as
empresas alemãs de alto nível. A BMW e a Mercedes obtêm 48% e 37% de seu
lucro operacional, respectivamente, no país. Embora até agora tenham
perdido apenas alguns pontos porcentuais de participação de mercado,
ambas dependem muito de carros a gasolina em um país onde metade das
vendas agora são elétricas. As vendas na China da Porsche, outra marca europeia de luxo, caíram 27% desde 2022.
A Stellantis, que se retirou em grande parte da China, está, no
entanto, em uma batalha com concorrentes chineses na América do Sul e no
Oriente Médio, ambas regiões importantes para a empresa. Seu maior
problema, no entanto, é a queda de seus lucros na América do Norte. Uma
decisão equivocada de aumentar os preços de suas picapes e utilitários
esportivos, para aproximá-los dos preços da Ford e da General Motors,
saiu pela culatra, pois os clientes se afastaram. No mês passado, a
empresa anunciou que sua receita na América do Norte caiu 42%, ano a
ano, no trimestre de julho a setembro. O aumento dos estoques levou a
empresa a cortar a produção e fechar temporariamente as fábricas.
O mercado americano deve se tornar ainda mais espinhoso para as
montadoras europeias sob o comando de Trump. A VW importa quase dois
quintos dos carros que vende nos Estados Unidos de norte a sul da
fronteira, assim como a Stellantis. Se Trump também cobrar tarifas sobre
as importações da UE, isso agravaria o problema. Embora dois terços dos
carros que a BMW vende nos Estados Unidos sejam fabricados lá, o
restante é importado da UE, de acordo com o banco Berenberg.
Tudo isso aponta para um doloroso período de reajuste para as
montadoras da Europa, que precisará começar com o combate ao excesso de
capacidade interna. Os esforços para isso, no entanto, já estão
encontrando resistência. Os sindicatos da VW não são os únicos a entrar
em ação industrial. No mês passado, os trabalhadores italianos do setor
automotivo fizeram uma paralisação de um dia, sua primeira greve
nacional em 20 anos. As greves também atingiram fornecedores de
automóveis na França e foram ameaçadas em duas fábricas de pneus que
devem fechar até 2026.
Os políticos também estão tendo uma visão negativa do fechamento de
fábricas. “Possíveis decisões erradas de gestão do passado não devem ser
tomadas às custas dos funcionários”, disse Olaf Scholz,
o chanceler da Alemanha, em relação aos fechamentos planejados pela VW.
Carlos Tavares, chefe da Stellantis, foi repreendido pelo governo
italiano por enviar empregos para países de baixo custo. Mas, a menos
que as empresas automobilísticas europeias consigam lidar com o aumento
dos custos e a queda nas vendas, sua situação só piorará. As luzes de
advertência estão piscando com mais urgência agora.
Este conteúdo foi traduzido com o auxílio de ferramentas de Inteligência Artificial e revisado por nossa equipe editorial. Saiba mais em nossa Política de IA.
Uma onda de otimismo tem varrido a Argentina nos últimos meses. O
índice S&P Merval teve o melhor desempenho em dólares entre as 20
principais bolsas de valores no mundo, e um fundo de índice (ETF) que
acompanha o movimento das ações das principais empresas argentinas
negociadas em Nova York registra entradas recordes desde o início do
ano. Os investidores perseguem prêmios maiores e alguma segurança, e é
isso que Javier Milei tem oferecido.
Em novembro de 2023, a Argentina enfrentava a pior crise econômica
das últimas décadas. O ultraliberal foi eleito prometendo zerar o
déficit fiscal. Sem maioria no Congresso, Milei começou mal e comprou
briga com os governadores, mas cedeu e conseguiu aprovar seu pacote.
Os cortes de gastos começaram a dar resultados. Em janeiro, as contas
públicas tiveram saldo positivo pela primeira vez em 12 anos; em
outubro, o país registrou o 10.º superávit primário consecutivo. E, pela
primeira vez na história argentina, houve saldo suficiente para pagar
também o custo dos juros da dívida.
No dia 15 de novembro, a Fitch elevou a nota de crédito da Argentina
de CC para CCC, classificação que ainda mantém o país entre aqueles com
alto risco de inadimplência, mas a um degrau da categoria de grau
especulativo – uma escala ampla na qual o Brasil se encontra, com a nota
BB. O risco país, por sua vez, está no nível mais baixo desde 2019.
As taxas de juros estão em 35% ao ano e, somadas à redução dos
subsídios nas contas de água, energia, gás e transporte e às demissões
no setor público, fizeram o consumo despencar. Em recessão, o PIB recuou
1,7% no segundo trimestre, depois de cair 2,2% no primeiro trimestre e
1,4% no último trimestre de 2023.
O processo, portanto, não tem sido indolor. No primeiro semestre
deste ano, nada menos que 15,7 milhões de pessoas viviam abaixo da linha
de pobreza, ou 52,9% da população, de acordo com o Instituto Nacional
de Estatísticas e Censos (Indec). Desde o segundo semestre do ano
passado, eram 12,3 milhões, o equivalente a 41,7% da população.
A popularidade de Milei, em queda desde que assumiu o governo, voltou
a subir nos últimos meses. E mais recentemente, a despeito das
manifestações nas ruas, Milei conseguiu evitar a derrubada de seus vetos
à recomposição das aposentadorias e do financiamento às universidades
públicas, fundamentais para seu plano fiscal.
Milei sabia que a economia iria piorar muito antes de melhorar e, por
isso, apostou todas as suas fichas no controle da inflação. A inflação
subiu 2,7% em outubro, taxa mais baixa para o mês dos últimos três anos,
e, no acumulado de 12 meses, registrou alta de 193%. É um nível
elevadíssimo, mas foi a primeira vez, em meses, que a inflação ficou
abaixo dos 200% na Argentina.
Há dúvidas sobre a sustentabilidade desse ajuste no longo prazo.
Depois da forte desvalorização do peso no início de seu mandato, o país
tem feito uma depreciação controlada, mas a diferença entre a cotação
oficial do dólar e a do dólar paralelo (blue) está aumentando, em vez de
se aproximar.
Mesmo com o peso sobrevalorizado, a Argentina ainda não conseguiu
recompor reservas internacionais. Abandonar o câmbio fixo depende da
suspensão do controle de capitais – e é o que o mercado deseja –, mas
Milei não pretende fazer nada disso tão cedo. Uma rodada de negociação
com o Fundo Monetário Internacional, a quem a Argentina deve mais de US$
40 bilhões, é dada como certa.
É inegável que Milei tem se esforçado para mostrar que a Argentina
mudou. A economia deve recuar 3,5% neste ano, mas deve crescer 5% em
2025, segundo o Banco Mundial. Com tantas dificuldades, o país deu
passos corajosos na direção correta, uma atitude que contrasta com a
hesitação do governo de Lula da Silva.
A escala e a diversificação da economia brasileira não se comparam às
da Argentina. Também por isso, o ajuste fiscal de que o Brasil
necessita teria magnitude bem menor e consequências muito mais brandas
que as vivenciadas pela população do país vizinho. Neste momento, a
Argentina ensina algo ao Brasil: quanto mais se adia o reequilíbrio
fiscal, mais amargo é o remédio a ser adotado.
Entenda em 5 pontos as fragilidades do pacote fiscal do governo
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou na quarta-feira (27)
um pacote de contenção de fiscal cuja expectativa do governo é gerar
uma economia de mais de R$ 70 bilhões ao longo dos próximos dois anos.
Além das medidas de corte de gastos, Haddad enviou ao Congresso uma das
principais promessas de campanha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva
(PT): o projeto de isenção do Imposto de Renda (IR) aos contribuintes
que ganhem até R$ 5 mil. O anúncio como um todo, porém, gerou um mal
estar generalizado no mercado, de modo que o dólar fechou um pregão pela
primeira vez na história acima do patamar de R$ 6. Olhando para o resto
do mundo, nota-se que o real teve o pior desempenho cambial na semana
do anúncio. A seguir, entenda em cinco pontos as fragilidades que
desagradaram os investidores em relação ao pacote fiscal. Comunicação O
primeiro atrito no diálogo foi a própria maneira como foi iniciado. A
divulgação em rede nacional às 20h30 de uma quarta-feira foi visto mais
como um “vídeo de campanha” política, do que um anúncio efetivo de
medidas econômicas. “Ao invés de vender isso como um ajuste necessário,
especialmente no ambiente externo bastante pior do que se imaginava,
fica essa bagunça, esse saco de gastos de medidas”, avaliou Tony Volpon,
ex-diretor do Banco Central (BC) e colunista do CNN Money, após o
anúncio. A falta de detalhamento incomodou o mercado, mas o governo já
havia planejado uma coletiva de imprensa para explicar as medidas no dia
seguinte. Porém, mesmo com os esclarecimentos, a dúvida seguiu no ar,
segundo Helena Veronese, economista-Chefe da B.Side Investimentos.
“Apesar de reforçar na sua fala que a medida pressupõe uma neutralidade
tributária, já que viria acompanhada de uma compensação, não está claro,
em números, como isso aconteceria. Além disso, esta neutralidade conta
com uma aprovação no Congresso tanto da isenção para quem ganha até R$
5mil, quanto do aumento de impostos para quem ganha acima de R$ 50 mil,
uma questão delicada e que pode, sim, resultar em menos receita para o
governo”, escreveu em nota pós-coletiva. O maior detalhamento viria com a
divulgação dos textos, após o encaminhamento ao Legislativo. “Tem pouca
explicação de cada item. A falta de informação alimenta a desconfiança.
E há itens ali que não tratam de ajuste fiscal, como a DRU”, avalia
Zeina Latif, sócia-diretora da Gibraltar Consulting. Ainda que o pacote
tenha incluído algumas medidas avaliadas como “de fato estruturais” por
Veronese e outros analistas, a comunicação continuava falha para lidar
com um dos elefantes na sala. Isenção do Imposto de Renda “A nosso ver, o
governo errou ao misturar dois assuntos que deveriam ter sido
apresentados em momentos distintos: após longas semanas de espera por um
anúncio de corte de gastos, este anúncio veio acompanhado e ofuscado
pela desoneração do IR para quem ganha até R$ 5 mil, ou seja, por uma
medida que implica em abrir mão de receita. A impressão que se passa é a
de um governo pouco comprometido com a austeridade das contas
públicas”, explica a economista-Chefe da B.Side Investimentos. A medida
divide opiniões entre quem a defende pela isonomia que pode trazer à
tributação às pessoas físicas do país, e quem avalia que este não era o
momento para anunciar uma proposta de renúncia fiscal. “Em meio à
desconfiança crescente do mercado sobre a condução da política
econômica, sobremodo a fiscal, novas camadas de incerteza sobre a
solidez das contas públicas foram lançadas”, pontua Murilo Viana,
economista da Finance Consultoria. “A medida terá um custo fiscal muito
elevado, entre mais de R$ 40 bilhões e cerca de R$ 100 bilhões ao ano, a
depender se a ampliação da faixa de isenção resultará também na
correção das outras faixas da tabela do IRPF”, conclui o especialista em
contas públicas. Pacote tímido e superestimado Dentre as medidas
apresentadas pelo chefe da equipe econômica, foi contemplada a limitação
do crescimento do salário mínimo ao intervalo permitido pelo arcabouço
fiscal, uma das principais demandas do mercado a fim de se assegurar a
sustentabilidade da nova regra de gastos. O novo marco, aprovado em
2023, deu fim ao teto de gastos. A partir de então, as despesas do
governo podem crescer entre 0,6% – em períodos de retração – e 2,5% – em
momentos de expansão – acima da receita do ano anterior e com valores
corrigidos pela inflação. Dentro da banda, os gastos poderão crescer até
70% da variação da receita do ano anterior. Porém, valores como os do
salário mínimo e outras despesas do governo vêm crescendo a um ritmo
maior que o permitido pela regra fiscal, de modo a pressionar os gastos
discricionários – os investimentos – no orçamento federal. Outras
propostas incluídas foram: Reajuste no abono salarial; Adequar o
crescimento dos gastos com as emendas parlamentares ao limite do
arcabouço (2,5% ao ano); Mudanças na idade mínima para aposentadoria dos
militares; Limitação de transferência de pensões. Apesar de o pacote
atender algumas medidas pleiteadas pelo mercado, a avaliação é de que a
execução dessas demandas não foi adequada e que o conjunto da obra não
foi arrojado o suficiente, aponta Rafaela Vitória, economista-chefe do
Inter. “A revisão do abono e a limitação do reajuste do salário mínimo
vão na linha correta, assim como o uso de emendas para cumprir o piso de
gastos da saúde, o que deve limitar o crescimento mais acelerado dessas
despesas, mas com impacto tímido pelas regras anunciadas”, afirma
Vitória. Mas, mesmo que algumas medidas sejam acertadas, o que se aponta
é que a economia apontada pelo governo (R$ 71,9 bilhões) é
superestimada. “A Fazenda com frequência exagera no impacto das medidas.
Então, para além do equívoco de discutir tributação agora (o que foi
afastado pelo Congresso), o valor em si do impacto fiscal seria
insuficiente e, pior, provavelmente menor do que o estimado”, enfatiza
Zeina Latif. De acordo com estimativa do BTG Pactual, a quantia que deve
ser economizada nos próximos anos é R$ 26 bilhões menor que a apontada
pela equipe econômica do Executivo. Com essa fraqueza das medidas em
mente, Luiz Fernando Figueiredo, ex-diretor de Política Monetária do BC e
presidente do Conselho de Administração da Jive Mauá, acredita que a
alta da Selic, a taxa de juros básica do país, deve acelerar a 0,75
ponto percentual na próxima e última reunião de 2024 do Comitê de
Política Monetária (Copom), marcada para os dias 10 e 11 de dezembro. Já
a equipe de analistas do Itaú estima uma defasagem de R$ 19 bilhões.
“Mantemos nossa avaliação geral de um pacote aquém do esperado e com
poucas mudanças estruturais. A escolha da mudança de regra do
salário-mínimo traz ganhos inferiores aos ideais no longo prazo (em 10
anos de R$ 80 bi vs R$ 300 bi se a regra fosse equivalente a 70% do PIB
t-2, assumindo PIB médio de 2% a frente, por exemplo)”, explica Pedro
Schneider, economista do Itaú Unibanco. “A diferença frente às
estimativas do governo vêm principalmente de uma menor expectativa de
ganhos com reforço de medidas antifraude e do governo esperar uma
economia com a prorrogação da DRU. O Ministro da Fazenda também anunciou
que os programas pé-de-meia e vale-gás estarão dentro do orçamento e
das estatísticas fiscais, o que , se implementado, ajudaria a diminuir
parte das preocupações com criatividades contábeis, embora sem implicar
em economia fiscal.” Sustentabilidade da dívida pública Apesar deste
último ponto, alguns economistas avaliam que as medidas possam ser
suficientes para dar fôlego ao arcabouço, pelo menos até o final deste
mandato de Lula. “Mesmo que não confessem, o objetivo da equipe
econômica é dar um fôlego ao arcabouço até 2026, evitar que colapse
antes. Depois um novo governo toca isso ou vai ter que rever”, aponta
Maílson da Nóbrega, ex-ministro da Fazenda e sócio da Tendências
Consultoria. Porém, Jeferson Bittencourt, head de macroeconomia do ASA,
avalia que este já era um ponto que deveria estar claro e ser garantido,
uma vez que trata da questão do governo atender a regra que ele próprio
estabeleceu e não furar com a lei de responsabilidade fiscal. “E como a
média do mercado, de acordo com o Prisma Fiscal, tem uma projeção de
despesa crescendo em linha com o arcabouço, apenas garantir esta
trajetória não deveria ser um fato novo positivo”, indaga Bittencourt. O
que seria positivo seria o pacote levar a dívida pública bruta do país à
estabilização e, em seguida, à sua retração. “Não víamos as medidas
individuais de cortes de despesas como um fator que contribui para a
sustentabilidade fiscal de longo prazo, porque a intenção do governo era
viabilizar o limite de despesa do arcabouço”, diz o analista do ASA.
Aqui, Samuel Pessôa, pesquisador da Fundação Getulio Vargas (FGV) e
chefe de pesquisa do Julius Baer Brasil, retoma a questão da isenção do
IR. “Qual é o problema estrutural que mais incomoda o mercado
financeiro? É haver regras que obrigam que o gasto público cresça mais
rapidamente que a economia. Agora, o governo anunciou um pacote
econômico que o ponto mais importante é uma desoneração de R$ 50
bilhões”, afirmou Pessôa em entrevista ao WW. O pesquisador da FGV
indica que a medida pode pressionar ainda mais a situação da dívida
pública brasileira. Ele aponta que Lula pode encerrar seu terceiro
mandato deixando o país com um endividamento cujo valor é equivalente a
86% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro – a soma de todas as
riquezas geradas no país. Caso concretizada a previsão, isso
significaria um buraco 14 pontos percentuais maior que o recebido do
governo anterior, de Jair Messias Bolsonaro (PL), que encerrou seu
mandato com uma dívida de 72% do PIB. “A minha impressão é de que a
equipe econômica se deu conta de que não é possível estabilizar a
relação dívida/PIB e nem reduzi-la sem mudanças estruturais muito
profundas”, conclui Maílson da Nóbrega. “O pacote tem medidas na direção
correta, mas perdeu credibilidade na partida. E assim, mesmo com coisa
boa não, resolve o problema do crescimento da relação dívida/PIB. Pode
adiar a crise, mas o encontro com o colapso de expectativas ainda está
posto no horizonte.” Embate político Por fim, o cenário político não
parece ser o mais favorável para a tramitação do pacote. Com menos de um
mês até o recesso parlamentar, o Executivo espera que as medidas sejam
aprovadas ainda este ano, mesmo com outras agendas travando a fila. Além
disso, o mercado teme que o pacote, que já é frágil, seja ainda mais
enfraquecido ao passar pelas mãos do Legislativo. “Entendemos que há
detalhes ainda em aberto e que há riscos de tramitação no Congresso,
como, por exemplo, na definição do que será contabilizado como renda
tributável e riscos de aumento da elisão fiscal, com os contribuintes
buscando formas de evitar o aumento de tributação”, conclui Schneider,
do Itaú. Por conta da resistência da própria base do governo a algumas
medidas fiscais que mexem com programas sociais, Maílson da Nóbrega
acredita que “não há ambiente político para fazer essa reforma”. O
diagnóstico final de Rafaela Vitória, do Inter, é de que as medidas
anunciadas devem acabar sendo insuficientes para zerar inclusive o
déficit de 2025. O governo trabalha com o objetivo de fechar as contas
no “zero a zero”, mas com uma margem para primário de 0,25% do PIB,
equivalente a cerca de R$ 28,8 bilhões. A estimativa do Inter, porém, é
de que os gastos do governo acabem em R$ 110 bilhões em 2025, ou 0,9% do
PIB. “O corte estimado de apenas R$ 30 bilhões em 2025 e R$ 70 bilhões
em 2026 é baixo considerando o crescimento de gastos de mais de R$ 400
bilhões entre 2024 e 2025 e mostra a dificuldade política do governo em
enfrentar a necessidade de revisão mais ampla dos gastos, incluindo
programas sociais que tiveram crescimento acelerado e pró-cíclicos nos
últimos dois anos”, afirma Vitória.
No Brasil, a transição energética já começou. Mas esse é um cenário
que muda rapidamente com a evolução tecnológica. Precisamos manter isso
em nosso radar
O
Brasil descarta anualmente cerca de 40 milhões de celulares, cujas
baterias equivalem ao impacto ambiental de pelo menos 20 mil baterias de
carros elétricos • Pexels
No Brasil, a transição energética começou na década de 1930 com a
mistura de etanol nacional à gasolina, inicialmente para reduzir a
dependência de combustíveis importados. Ganhou força com o Proálcool em
1975, programa criado para aproveitar o excedente de cana-de-açúcar e
que ganhou relevância para mitigar nossa dependência de petróleo
importado.
A evolução tecnológica levou ao desenvolvimento dos veículos flex, capazes de usar gasolina e etanol em diferentes proporções.
Mais recentemente, a hibridização da frota tem sido vista como uma
solução para intensificar a transição energética do país, especialmente
com o uso do etanol. Há, entretanto, questionamentos sobre a longevidade
dessa tecnologia.
Carros elétricos
A China investiu em carros elétricos para superar a desvantagem
competitiva em relação aos veículos convencionais europeus e
norte-americanos e reduzir a poluição nas grandes cidades. Aplicando os
princípios estratégicos de Michael Porter, buscou diferenciação ao
competir em um segmento onde os líderes não tinham supremacia e
aproveitou o vasto mercado interno para obter economia de escala e
praticar preços competitivos no exterior.
Combinando custos baixos, inovações e design avançado, as montadoras
chinesas alcançaram liderança em custos e conseguiram destaque em
diferenciação tecnológica. Aplicaram os conceitos clássicos de
estratégias competitivas de Porter, algo estudado nos cursos de
graduação em Administração. O pior inimigo das montadoras tradicionais
se materializou em competidores que nem estavam no radar.Play Video
Europa
A Europa incentivou os carros elétricos por meio de políticas
governamentais, apesar de parte de sua energia ainda ser gerada por
fontes fósseis, o que pode parecer contraditório. No entanto, a
descarbonização da matriz energética europeia está em curso, com países
como Portugal utilizando basicamente fontes renováveis, a França
utilizando energia nuclear, e iniciativas para eliminar carvão na
geração elétrica como fizeram a Inglaterra e a Itália.
Esse processo torna a adoção de veículos elétricos ambientalmente
mais justificável, beneficiando toda a frota à medida que a geração de
energia se torna mais limpa. Questões ambientais
Embora se critique o impacto ambiental das baterias de carros
elétricos, os celulares, que têm um descarte muito mais frequente,
raramente recebem a mesma atenção. O Brasil descarta anualmente cerca de
40 milhões de celulares, cujas baterias equivalem ao impacto ambiental
de pelo menos 20 mil baterias de carros elétricos.
Além disso, as baterias veiculares podem ser reaproveitadas em
sistemas de armazenamento de energia solar ou eólica, enquanto as de
celulares, integradas aos aparelhos, têm reuso mais complicado, apesar
da possibilidade de recuperação de metais nobres se descartadas
corretamente. Não se ouvem críticas ao descarte de baterias de telefones
celulares, especialmente por aqueles que criticam o impacto ambiental
das baterias dos carros elétricos.
Há tecnologias que permitem a recuperação de baterias automotivas,
ampliando sua vida útil e reduzindo a necessidade de troca. Como são
baterias facilmente destacáveis, podem entrar em sistemas de recuperação
de componentes e metais nobres.
A tecnologia híbrida
Os veículos híbridos combinam um motor à combustão com um ou mais
motores elétricos, recuperando e armazenando em baterias a energia
desperdiçada na frenagem, por exemplo.
Com isso, mesclam o uso de motores a combustão com o uso de motores
elétricos e conseguem reduzir o consumo e as emissões de gases de efeito
estufa. No Brasil, os híbridos que utilizam etanol se destacam por
emissões praticamente neutras, já que o CO2 emitido é reabsorvido pela
fotossíntese durante o cultivo da cana.
Apesar de emissões remanescentes devido ao uso de diesel no
transporte e produção do biocombustível, essa tecnologia é vista como
uma solução promissora para a mobilidade sustentável no país.
A longevidade da tecnologia híbrida
Apesar da aposta brasileira nos veículos híbridos, seu futuro pode
ser limitado. Segundo matéria publicada pelo The Economist (Why the hype
for hybrid cars will not last), normas na Califórnia e em outros 16
estados americanos permitirão apenas 20% de vendas de híbridos até 2035,
enquanto a União Europeia planeja proibir a venda de todos os carros a
gasolina, incluindo híbridos, no mesmo ano.
Temos o domínio do uso do etanol automotivo, mas dependemos de
tecnologia e suprimentos das matrizes das montadoras para continuar a
utilizar carros híbridos. Em dez anos, talvez as matrizes das montadoras
não tenham tanto interesse em continuar produzindo esses veículos. O
preço das baterias dos carros elétricos tem diminuído, assim como o
tempo de recarga.
Em uma década, elas poderão atingir um preço que torne os carros
elétricos muito mais acessíveis. Redes de recarga serão construídas e o
uso, especialmente urbano, será facilitado.
São questões que precisam ser consideradas em nosso planejamento
estratégico. Estamos trilhando um caminho muito exitoso em relação à
transição energética, mas esse é um cenário que tem se transformado
rapidamente com o surgimento de novas tecnologias e sua rápida evolução.
Isso tem que estar em nosso radar.
Nesta segunda-feira(02), é celebrado o Dia do Advogado Criminalista, é
uma área muito importante e exige de seus profissionais muitas
habilidades que diferem das exigidas pelos profissionais de outras
áreas, como a cível e a trabalhista, por exemplo.
O Advogado Criminalista tem a função e obrigação de analisar as
provas diligentemente, além de verificar se o processo prima pela
regularidade perfeita, pois disso depende que seja feita a justiça e é a
garantia de que defesa de seu cliente foi realizada de forma primorosa e
eficaz.
Os Advogados Criminalistas precisam “ter estômago”, como dizem, serem
combativos, guerreiros e corajosos, trazerem consigo um espírito de
luta, não só para lutar, dentro do processo criminal a favor de seu
cliente, contra as cotas da acusação ou eventuais injustiças das
sentenças, mas também para enfrentar a oposição ainda maior da sociedade
que muitas vezes não compreende suas ações.
Aquele que escolhe a profissão de Advogado, e criminalista, deve,
pois, orgulhar-se das habilidades que possui, de ter escolhido uma
profissão digna e de ajudar a manter a ordem social e jurídica do seu
País, auxiliando na manutenção da ordem e da paz.
Não por menos, os nomes lembrados e laureados são nomes de
Criminalistas consagrados através do tempo, que entram para a História,
não ocorrendo o mesmo com grandes civilistas. Aqueles ganham o direito a
esta posteridade exatamente por ousar agir em uma causa impopular,
enfrentando toda uma sociedade indignada, na defesa do acusado.
Coloca-se, naquele momento ao lado do mais fraco e desafortunado, não
porque defende a ação da qual o cliente é acusado, mas por dever ético,
profissional e humano. É preceito Constitucional que ninguém pode ser
condenado sem defesa.
Ainda que o crime seja nefasto, em nenhum momento o conceito atribuído ao cliente deve se confundir com a reputação do advogado.
Assim, os Advogados Criminalistas sofrerão muitas vezes com os abusos
de poder e a pressão da sociedade, que têm início junto aos seus
clientes e mistura-se à personalidade do defensor, o que resulta em
situações em que os profissionais veem-se forçados a violar o sigilo
profissional, através de buscas ilegais em seus escritórios.
Na passagem deste importante dia, rendo homenagens aos éticos, probos
e honrados advogados e advogadas criminalistas de todo o Brasil.
CURIOSIDADES – Karla Neto
Você sabia que o chá da casca de abacaxi combate ataque de asma?
A casca do abacaxi possui diversos benefícios para a saúde: Rica
em vitamina C, que melhora a imunidade, ajuda na digestão, melhora a
circulação do sangue, melhora a saúde da visão, previne câncer, retarda o
envelhecimento e promove a saúde dos ossos. Contém bromelina, que ajuda na quebra e digestão de partículas de proteína.
Pode ser consumida como chá para fortalecer o sistema imune, reduzir inflamação e auxiliar na digestão. Possui antioxidantes que combatem os radicais livres e previnem danos celulares.
Contribui para a saúde do coração e ajuda a evitar cataratas. Caso
sofra de asma, beba o chá de abacaxi antes de se exercitar. A vitamina A
presente no Abacaxi libera o betacaroteno, um composto conhecido por
reduzir o risco de ataque de asma induzido pelo exercício.
Os benefícios do Abacaxi incluem ainda a capacidade de ajudar aqueles
que sofrem de artrite e dores nas articulações, pois a bromelina pode
acelerar a cura associada a procedimentos cirúrgicos. O consumo da Casca
de Abacaxi também é muito útil para o tratamento de lesões desportivas,
incluindo distensões e dores pós-treinos.
A casca contém grandes quantidades de bromelina, um antioxidante que
ajuda a tratar lesões – uma excelente dica para os atletas de plantão. A
bromelina também protege a imunidade e tem propriedades
anticancerígenas, com concentrados níveis de betacaroteno. Para
aproveitar as Casca de Abacaxi, prepare um chá. Lave e ferva a Casca de
Abacaxi com sua polpa. Deixe o chá esfriar antes de diluí-lo em 1 litro
de água
Você sabia que o inseto barbeiro pode transmitir doenças?
O barbeiro é um tipo de percevejo que se alimenta de sangue, podendo transmitir a doença de Chagas através da picada.
A doença de Chagas é uma infecção provocada pelo protozoário
Trypanosoma cruzi, adquirida por meio do contato com as fezes do inseto
barbeiro. A doença de Chagas é também conhecida pelos nomes: mal de
Chagas, chaguismo ou tripanossomíase americana.
É transmitido por insetos conhecidos como barbeiros. Pode levar a
complicações cardíacas e digestivas se não tratada. O diagnóstico
precoce é crucial para o tratamento curativo. A maioria dos casos da
doença de Chagas é transmitido pela picada de um grupo de insetos da
família do percevejo, conhecidos como barbeiro.
Durante ou imediatamente após picar uma pessoa, barbeiro defeca sobre
sua pele, eliminando grande quantidade do protozoário Trypanosoma
cruzi, permitindo que o mesmo penetre no nosso organismo através da
ferida da picada. O ato de coçar o local que foi picado aumenta a chance
de contaminação. Os barbeiros costumam se alimentar à noite, sendo
capazes picar suas vítimas sem as acordar.
Nem todo barbeiro está infectado com o parasita da doença de Chagas. O
barbeiro se contamina ao picar animais que estejam infectados pelo
Trypanosoma cruzi. Portanto, o barbeiro adquire o parasita picando uma
pessoa infectada, permanece com ele em seu intestino pelo resto da vida e
o transmite ao picar uma nova vítima.
É importante destacar que o parasita também é capaz de infectar
outros animais além do homem, incluindo cães, gatos, porcos, roedores,
gambás, morcegos, etc., sendo estes importantes reservatórios para a
transmissão da doença de Chagas para humanos.
Os barbeiros costumam viver em folhas de palmeiras ou em casas de
construção rudimentar, como as feitas de pau-a-pique. Galinheiros,
chiqueiros e ninhos de pássaros também são locais que podem abrigar o
inseto. Pessoas que vivem em áreas infestadas pelo barbeiro são as que
apresentam maior risco de serem contaminadas pelo Trypanosoma cruzi.
Outras formas de transmissão da doença de Chagas A transmissão
pela picada do barbeiro é a principal via, mas o Trypanosoma cruzi pode
ser adquirido também de outras formas, como: Transfusão de sangue. Transplante de órgãos de doadores infectados. Alimentos contaminados por barbeiros, como caldo de cana ou açaí. Transmissão vertical da mãe para o feto durante a gravidez. Contato de pele ferida, mucosas ou olhos com sangue de pacientes infectados. Sintomas
Após a contaminação pelo Trypanosoma cruzi, o período de incubação
costuma ser de 1 a 2 semanas. Porém, se contaminação tiver sido
provocada por transfusão de sangue, os sintomas podem demorar mais de 40
dias para surgirem.
Os sintomas da doença de Chagas são divididos em fase aguda e fase crônica. Falemos um pouquinho sobre ambas.
Em 1956, enquanto preparava o café da manhã, o físico e engenheiro em
elétrica, americano John Bardeen ouviu no rádio a notícia de que havia
recebido o Prêmio Nobel de Física, junto com Walter Brattain e William
Shockley, “pelas pesquisas sobre semicondutores e pela descoberta do
efeito transistor”.
Surpreso, ele deixou cair no chão os ovos que estava cozinhando para sua família!
A cerimônia em Estocolmo foi um desastre: Bardeen apareceu com uma
embaraçosa camisa e colete manchados de verde devido a um erro na
lavagem da roupa, e o rei da Suécia, Gustavo VI, não gostou do fato do
físico ter abandonado a família. atrasado em uma ocasião tão importante,
repreendendo-o gentilmente por não ter trazido os três filhos com ele
(Bardeen não queria atrapalhar os estudos de seus dois filhos, que
estavam ocupados com exames universitários em Harvard, e por isso ele
levou apenas seu terceiro e filho mais novo com ele para Estocolmo).
“Vou trazê-los quando ganhar o próximo Nobel”, respondeu Bardeen, tranquilizando o rei.
E não foi uma piada.
Ele manteve a promessa, vencendo novamente em 1972, desta vez com
John Schrieffer e Leon Cooper, “pela sua teoria da supercondutividade”.
Nesta ocasião, como havia prometido, ele trouxe os três filhos para a cerimônia de gala!
Atitude de Homem Alpha
O Idiota” de Fyodor Dostoiévski é uma obra-prima imortal, um romance que trata de temas profundos e complexos.
O protagonista, Príncipe Myshkin, retorna à Rússia depois de ficar em
um sanatório para tratar sua doença: a epilepsia. Consciente da
transitoriedade da vida e da dor que muitas vezes a acompanha, o nosso
Príncipe, puro de coração, será gentil e compassivo com todos que
encontra, sem pedir nada em troca. Contudo, a bondade muitas vezes faz
com que o mundo tire vantagem daqueles que a praticam com convicção.
Quando o Príncipe se apaixona perdidamente por Nastas’ja Filippovna, uma
bela mulher de reputação duvidosa, a trama se complica. Nastas’ja
Filippovna, que se sustenta vivendo no luxo graças aos homens que
frequenta, tentará evitar que Myshkin se comprometa por um amor que não é
digno dele. O final trágico revela como o frágil equilíbrio entre o bem
e o mal pende sempre para este último.
“O Idiota” explora a inocência e a pureza de espírito em um mundo
ganancioso e corrupto. O Príncipe Myshkin, com sua bondade desarmante,
representa um pássaro raro destinado à derrota. Apesar do pessimismo
subjacente, o romance é agradável e fascinante. Dostoiévski pinta uma
Rússia corrupta, ambiciosa e cruel, em total contraste com a boa alma de
Myshkin.
Uma obra que merece ser lida e refletida. A elegância estilística, a
profundidade dos personagens e o tema central fazem deste romance uma
obra-prima atemporal.
Fyodor Mikhailovich Dostoiévski nasceu em Moscou em 11 de novembro de
1821. Filho de médico militar e mãe de família nobre e muito religiosa,
Dostoiévski estava destinado à carreira militar. No entanto, sua
verdadeira paixão era a literatura. Após concluir os estudos em
engenharia militar, desistiu da carreira e escreveu seu primeiro
romance, “Pobre Gente”, que obteve grande sucesso. Ao longo de sua vida,
Dostoiévski produziu uma série de obras psicológicas que exploraram as
complexidades da condição humana. Entre suas obras-primas mais
conhecidas estão “Crime e Castigo”, “Os Irmãos Karamazov” e “O Idiota”. A
sua vida foi marcada por desafios pessoais, incluindo crises
epilépticas e um período de exílio na Sibéria. Apesar destas
dificuldades, Dostoiévski continua a ser um dos maiores romancistas da
literatura russa.
Rachel Botsman revela como empatia, integridade e mudanças culturais
moldam a confiança em tempos de tecnologia e inovação, explicando como
ela se distribui e impacta as relações organizacionais
Reprodução: Morse
O Ghost Interview é um formato proprietário do Morse que recria
narrativas em forma de entrevista para apresentar personalidades do
mundo dos negócios, tecnologia e inovação.
Rachel Botsman
viveu em quatro continentes, proferiu três palestras TED, escreveu dois
livros aclamados pela crítica e criou o primeiro curso da Universidade
de Oxford sobre confiança no mundo digital na Saïd Business School. Seus
livros foram traduzidos para 14 idiomas. O que é meu é seu, previu a ascensão da ‘economia compartilhada’ e foi aclamado pela revista TIME como uma das “10 ideias que mudarão o mundo”. Em quem você pode confiar?,
explora as profundas formas como a confiança está mudando; foi elogiado
por grandes nomes e eleito um dos melhores livros do ano pela WIRED.
Você pode explicar a ideia de confiança distribuída?
Meu primeiro livro, What’s Mine Is Yours, analisou como a tecnologia
pode nos fazer adotar comportamentos que anteriormente poderiam ter sido
considerados arriscados, como abrir nossas casas e carros para
estranhos. Também ouvi esta narrativa de que a confiança estava a
diminuir nas instituições – na política, nos meios de comunicação social
e nos bancos. Isto levou à ideia de que talvez a confiança não esteja a
diminuir ou a diminuir, mas sim a mudar de forma. A tecnologia pega a
confiança que fluiu para cima e era muito hierárquica e a distribui às
pessoas de novas maneiras, por meio de redes, plataformas e mídias
sociais.
Como isso se relaciona com as organizações?
É um erro pensar na confiança como uma marca que funciona como uma
pirâmide, gerida pelas equipas de marketing e comunicação, e muito nas
mãos da liderança. Isso não é mais verdade. Se você observar o
relacionamento entre o funcionário e o empregador, e entre o cliente, o
consumidor e a empresa, a confiança realmente está nas mãos das pessoas.
A confiança pode ser construída?
Existe um mito em torno da confiança, especialmente nos serviços
profissionais, de que ela pode ser construída. A confiança é algo dado a
você. Você não pode dizer que vai construir mais confiança comigo:
tenho que lhe dar minha confiança, você tem que conquistá-la. Não existe
marca, campanha ou produto que possa manifestar confiança; você tem que
ser confiável. Portanto, está na cultura e nos comportamentos.
Como uma organização pode ser mais confiável?
Existem dois conjuntos de características: capacidade e caráter. Os
traços de capacidade incluem competência (como você faz algo) e
capacidade de resposta (seu respeito pelo tempo). Mas o verdadeiro pó de
ouro da confiança reside no caráter, que se baseia essencialmente na
empatia – um sentimento de que a organização se preocupa e entende de
onde você vem e respeita seus pontos de vista e perspectivas, mesmo que
sejam completamente diferentes dos seus.
E há a integridade, que é a característica mais difícil de ser
dimensionada por todas as organizações. Muitas vezes as pessoas pensam
que a integridade pode ser falsificada, com coisas como programas de
RSC, sustentabilidade ou caridade, mas integridade tem a ver com seus
motivos, com perguntar se suas intenções estão alinhadas com o melhor
interesse do consumidor ou usuário.
A geração Y tem uma atitude diferente em relação à confiança?
Acho que a geração millennials é mais cética em alguns aspectos. A
geração dos meus pais era bastante respeitosa com especialistas e
líderes, e até mesmo com marcas. Com a geração Millennials, a
mentalidade é totalmente diferente: há um ceticismo sincero.
Quanto as pessoas confiam nos chatbots?
Os bots de atendimento ao cliente ainda têm um longo caminho a
percorrer. Freqüentemente, as pessoas vão ao atendimento ao cliente com
um problema – e os bots não conseguem ter empatia por alguém que está
frustrado ou chateado. Lido muito com fintechs e fico louco quando elas
não têm um departamento de atendimento ao cliente. O dinheiro é seu e
você realmente não quer falar com Susie Chatbot; você quer um ser humano
porque precisa acreditar imediatamente que essa pessoa entende seu
problema.
Existe algo que as organizações possam fazer para recuperar a confiança depois de perdê-la?
A maioria das crises de confiança se resume à integridade. As
empresas afirmam que é um problema de capacidade: “Vamos consertar o
sistema, colocar mais bots nele ou qualquer que seja a solução
tecnológica.” Mas, na verdade, é um problema cultural: são as pessoas
que dizem que não acreditam que os interesses da empresa sejam alinhados
com os deles. Esse é um lugar realmente difícil para uma empresa
voltar.
A Samsung é um bom exemplo. A empresa passou por uma crise de
confiança devido a problemas com seu smartphone Galaxy Note 7. A Samsung
admitiu que era sobre o telefone, mas também disse o que havia de
errado com seus sistemas e os corrigiu.
Você falou sobre a transparência não ser a resposta.
As pessoas falam da transparência como uma cura mágica, mas não é.
Acho que a transparência é uma ferramenta. A remuneração baseada no
género é um bom exemplo. Se conseguirmos obter informações precisas e
acessíveis sobre a remuneração por género, poderemos criar algumas
mudanças em torno disso. Mas a transparência total não é a forma de
criar mais confiança.
Em primeiro lugar, não creio que nenhuma empresa possa prometer a
verdadeira transparência, por isso tudo o que se obtém é a divulgação
superficial. Não estou dizendo que mais transparência no setor bancário
seja ruim: ser claro em relação às taxas de juros, aos termos e
condições e aos cronogramas de pagamento é absolutamente fundamental.
Mas esta ideia de que mais transparência aumenta a confiança não é assim
que funciona. Se eu realmente confiasse no banco, acreditaria no que
diziam sobre as taxas de juros; Eu não precisaria saber.
Quem deveria assumir a responsabilidade pela criação de uma estrutura de confiança?
Depende do contexto. O centro de vendas deve assumir a
responsabilidade por certas coisas. Se estamos falando de diversidade na
contratação, isso é uma questão de RH. Se falamos de boa governação,
essa é uma questão jurídica. Portanto, é contextual. Quando as
pessoas falam sobre confiança, muitas vezes falam sobre
responsabilidade: quem deve ser responsável quando as coisas dão errado?
E grande parte da raiva, do medo e da falta de confiança em torno dos
grandes sistemas – especialmente das instituições financeiras – deve-se à
falta de responsabilidade e responsabilização quando as coisas correm
mal.
Qual é uma boa prática que você faz diariamente que ajuda nos negócios e na rotina?
Todas as manhãs, quando meus pés tocam o chão, me pergunto: “Por que
estou fazendo isso? Pelo que sou grato? O que eu quero alcançar hoje?”
Essa é a minha atenção plena de um minuto. E você volta ao final do dia e
pensa: “Eu fiz isso? Eu consegui isso? Quão desequilibrado eu estava?”
Para mim, tem sido uma forma de autorreflexão. Se você continuar
perdendo isso, provavelmente há algo físico ou baseado no tempo que você
precisa resolver. Talvez você não tenha apoio suficiente ou esteja
comendo errado; seja o que for, há algo estruturalmente que você
provavelmente pode mudar.
NOSSA MARCA. NOSSO ESTILO!
NÓS DA VALEON COMPARTILHAMOS CONHECIMENTO PARA EXECUTARMOS
COM SUCESSO NOSSA ESTRATÉGIA PARA REVOLUCIONAR O MODO DE FAZER
PROPAGANDA DAS EMPRESAS DO VALE DO AÇO.
O desejo de mudar, de transformar, de acreditar, são
fundamentais para irmos além. São agentes propulsores da realização de
sonhos. Já o empreendedorismo está presente no DNA dos brasileiros e
nossa história trouxe essa capacidade que temos de nos reinventar e de
nos conectarmos com você internauta e empresários que são a nossa razão
de existir.
E todos esses elementos combinados e levados ao território da internet, torna o que era bom ainda melhor. Na internet e através
do Site da Valeon, podemos proporcionar o início do “virar de chaves”
das empresas da região para incrementar as suas vendas.
Assim, com inovação e resiliência, fomos em busca das
mudanças necessárias, testamos, erramos, adquirimos conhecimento,
desenhamos estratégias que deram certo para atingirmos o sucesso, mas
nada disso valeria se não pudéssemos compartilhar com vocês essa
fórmula.
Portanto, cá estamos! Na Plataforma Comercial Marketplace da
VALEON para suprir as demandas da região no que tange à divulgação dos
produtos e serviços de suas empresas com uma proposta diferenciada dos
nossos serviços para a conquista cada vez maior de mais clientes e
público.
Uma das maiores vantagens do marketplace é a redução dos gastos compublicidade e marketing. Afinal, a plataforma oferece um espaço para asmarcas
exporem seus produtos e receberem acessos. Justamente por reunir uma
vasta gama de produtos de diferentes segmentos, o marketplace Valeon
atrai uma grande diversidade evolume de público. Isso
proporciona ao lojista um aumento de visibilidade e novos consumidores
que ainda não conhecem a marca e acabam tendo um primeiro contato por
meio dessa vitrine virtual.
O Site desenvolvido pela Startup Valeon,
focou nas necessidades do mercado e na falta de um Marketplace para
resolver alguns problemas desse mercado e em especial viemos para ser
mais um complemento na divulgação de suas Empresas e durante esses três
anos de nosso funcionamento procuramos preencher as lacunas do mercado
com tecnologia, inovação com soluções tecnológicas que facilitam a
rotina das empresas. Temos a missão de surpreender constantemente,
antecipar tendências, inovar. Precisamos estar em constante evolução
para nos manter alinhados com os desejos do consumidor. Por isso,
pensamos em como fazer a diferença buscando estar sempre um passo à
frente.
A Valeon é uma caixinha de possibilidades. Você pode moldar
ela em torno do negócio. O que é muito importante. O nosso é colocar o
consumidor no centro e entender o que ele precisa. A ValeOn possibilita
que você empresário consiga oferecer, especificamente para o seu
consumidor, a melhor experiência. A ValeOn já é tradicional e
reconhecida no mercado, onde você empresário pode contar com a
experiência e funcionalidades de uma tecnologia corporativa que atende
as principais operações robustas do mundo essencial e fundamental. A
ValeOn além de trazer mais segurança e credibilidade para o seu negócio,
também resulta em muita troca de conhecimento e ótimos resultados para
ambos os lados, como toda boa parceria entre empresas deve ser.
Lembrem-se que a ValeOn é uma Startup Marketplace de Ipatinga-MG que tem
a responsabilidade de levar o cliente até à sua empresa e que temos
potencial para transformar mercados, impactar consumidores e revirar
empresas e indústrias onde nossos produtos e serviços têm capacidade de
escala e de atrair os investimentos corretos para o nosso crescimento.
Colocamos todo esse potencial criativo para a decisão dos senhores donos das empresas e os consumidores.
Alertas feitos por autoridades europeias sobre a necessidade de o
continente se preparar para um possível conflito têm elevado os níveis
de tensão na região.
Na segunda-feira (25/11), um oficial da Organização do Tratado do
Atlântico Norte (Otan) instou empresas na Europa a se prepararem para um
cenário de guerra e a ajustarem suas linhas de produção e distribuição,
a fim de ficarem menos vulneráveis à chantagem de países como Rússia e China.
“Se pudermos garantir que todos os serviços e bens cruciais possam
ser entregues, não importa o que aconteça, isso será uma parte
fundamental da nossa dissuasão”, disse o presidente do comitê militar da
Otan, o almirante holandês Rob Bauer, segundo a agência Reuters.
Em um evento em Bruxelas, Bauer se mostrou preocupado sobre uma possível dependência europeia em relação à China e à Rússia em áreas como fornecimento de energia e metais raros e medicamentos.
Segundo o militar, é inocência pensar que os governos russo e chinês
não podem usar essa dependência como vantagem em um cenário de guerra.
“Embora sejam os militares que vençam batalhas, são as economias que vencem as guerras”, disse.
Ameaça ‘séria e real’ de guerra global
A preocupação em relação a um conflito expandido na Europa cresceu após a escalada no conflito na Ucrânia nos últimos dias.
E tudo isso aconteceu na mesma semana em que Putin ameaçou o Reino
Unido, os EUA e qualquer outro país que estiver suprindo a Ucrânia com
esse tipo de arma e para esse tipo de propósito.
“Nos consideramos no direito de usar nossas armas contra bases
militares nestes países que permitirem o uso de armas contra nossas
bases”, disse o líder russo, em um pronunciamento à nação na
quinta-feira (21/11).
Desde o começo da guerra, governos ocidentais já ultrapassaram
diversas “linhas vermelhas” da Rússia: fornecendo tanques, sistemas de
mísseis avançados e caças F16 à Ucrânia. E as “consequências” citadas
pelo Kremlin nunca se materializaram.
Diante desses acontecimentos, o primeiro-ministro da Polônia, Donald
Tusk, fez um alerta sobre uma ameaça “séria e real” de guerra global.
A invasão em larga escala da Ucrânia pela Rússia “está entrando em
uma fase decisiva”, disse Tusk em um discurso ao Sindicato dos
Professores Poloneses na sexta-feira (22/11).
“Todos nós sabemos, sentimos que o desconhecido está se aproximando.
Nenhum de nós sabe o fim deste conflito, mas sabemos que ele está
assumindo dimensões muito dramáticas no momento”, afirmou.
“Os eventos das últimas dezenas de horas mostram que esta ameaça é realmente séria e real em termos de um conflito global”.
Intitulado “Se houver crise ou guerra”, o panfleto é uma versão
atualizada de uma edição distribuída há seis anos, devido ao que o
governo de Estocolmo chama de piora na situação de segurança — em outras
palavras, à invasão em grande escala da Rússia na Ucrânia. O livreto
tem o dobro do tamanho da versão anterior.
A Finlândia, país vizinho, também publicou online suas novas orientações sobre “preparação para incidentes e crises”.
E os noruegueses receberam recentemente um panfleto pedindo que se
preparem para se virar sozinhos por uma semana em caso de condições
meteorológicas extremas, guerra e outras ameaças.
Durante o verão no hemisfério norte, a agência de gestão de
emergências da Dinamarca disse que estava enviando por e-mail aos
adultos dinamarqueses detalhes sobre água, alimentos e medicamentos de
que necessitariam para ultrapassar uma crise durante três dias.
Suécia e Finlândia são os mais recentes países a aderirem à Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan).
A decisão das duas nações de abandonarem sua posição de neutralidade foi um revés para Vladimir Putin, que condena a expansão da Otan e lista os movimentos da aliança como um dos motivos para a sua invasão da Ucrânia.
A Finlândia compartilha uma fronteira 1.340 km com a Rússia e
solicitou formalmente a adesão à Otan com a Suécia em maio de 2021 por
causa da guerra. Já Noruega e Dinamarca fazem parte dos membros
fundadores da aliança militar.
Para ele, talvez nem mesmo o presidente russo saiba seus próximos passos, o que deixa tudo mais grave.
Rosenberg afirma que Putin tem usado constantemente nos últimos anos a
escalada de tensões como método para atingir suas metas — neste caso, o
controle sobre a Ucrânia ou a paz nos termos da Rússia.
“Há muitos exemplos de Putin escalando a guerra: a invasão de grande
escala da Ucrânia, a decisão de declarar quatro territórios ucranianos
como parte da Rússia, o envio de soldados norte coreanos para a região
de Kursk, a decisão de atacar a cidade de Dnipro com um novo míssil
balístico hipersônico de alcance médio na quinta-feira e as ameaças de
atacar o Ocidente”, diz.
“Uma vez eu descrevi Putin como um carro sem marcha ré ou freio,
voando baixo em uma estrada, com o acelerador no máximo. Pelo visto,
pouco mudou.”
Segundo o editor da BBC, a escalada é uma possibilidade clara e a
Ucrânia deve estar se preparando para mais ataques russos, com
bombardeios ainda mais pesados.
Por outro lado, Rosenberg vê a mudança de governo nos Estados Unidos,
com Donald Trump assumindo a presidência em 2025, como um evento que
pode mudar o rumo atual do conflito.
Trump tem expressado ceticismo sobre assistência militar americana à
Ucrânia e críticas em relação à aliança militar Otan. Ele também disse
recentemente que conversar com Vladimir Putin seria “algo inteligente”
“Tudo isso deve soar como música aos ouvidos de Putin”, diz
Rosenberg. “O que significa que apesar das mais recentes ameaças e
alertas, o Kremlin pode decidir evitar uma grande escalada agora.”
“Isso se o Kremlin estiver calculando que Trump vai ajudar pôr um fim
à guerra em termos que beneficiam a Rússia. Se esse cálculo mudar, a
resposta de Moscou também pode mudar.”
A tensão cresceu no círculo íntimo de Bolsonaro. Uma pessoa próxima a ele afirma “não duvidar” que os militares de alta patente possam fechar acordos de colaboração com o Ministério Público Federal (MPF) para prejudicar o ex-presidente, e que os “generais são inconsequentes”.
A preocupação tem lastro no caso do tenente-coronel Mauro Cid,
ex-ajudante de ordens de Bolsonaro e um de seus homens mais leais, cuja
delação abasteceu as investigações.
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) é um dos 37 indiciados pela PF por tentativa de golpe de Estado Foto: Wilton Junior/Estadão
Após o relatório de 884 páginas da PF ser tornado público pelo
ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, na
última terça-feira, 26, pessoas no entorno de Bolsonaro passaram a
colocar a disputa presidencial de 2026 como suposta motivação oculta por
trás das investigações contra o ex-presidente.
Na quarta-feira, bolsonaristas mudaram o foco da defesa dos aliados,
usando como subsídio uma pesquisa eleitoral indicando vantagem numérica
de Bolsonaro contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) num
eventual duelo pelo Palácio do Planalto. O discurso aposta num eventual
cenário em que o cerco sobre Bolsonaro poderia turbinar sua imagem de
perseguido pelo sistema, e fortalecer seu capital eleitoral.
“A trama midiática contra @jairbolsonaro tem um único objetivo: tirar
da corrida eleitoral o único nome capaz de derrotar Lula”, diz o
senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) em suas redes sociais, sendo endossado
por outros parlamentares. “A nova estratégia da esquerda é deixar seus
oponentes inelegíveis. Sem prender ou assassinar seus rivais políticos,
eles visam manter ares de democracia no país dominado”, escreve seu
irmão, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP).
O reposicionamento do discurso, que antes focava na questão
processual — o deputado federal Paulo Bilysnkyj (PL-SP) vinha dizendo
que “no relatório da PF não existe prova da participação de Bolsonaro em
nenhum fato”, e o comunicador Leandro Ruschel, que “não há evidências
concretas de uma tentativa de golpe” —, se dá junto da torcida de que a
eleição brasileira espelhe mais uma vez a americana.
Nos Estados Unidos, Donald Trump manteve sua popularidade e se elegeu
numa vitória avassaladora no último mês, retornando à Casa Branca a
despeito de estar condenado criminalmente e responder como réu em três
processos, um deles por tentar interferir no resultado da eleição de
2020, quando perdeu para Joe Biden.
O vereador eleito Gilson Machado Filho (PL-PE), filho do ex-ministro
do Turismo de Bolsonaro que acompanhou Eduardo e o pai à mansão de Trump
na Flórida na noite em que ele foi confirmado presidente eleito, aposta
nisso. Na semana passada, Bolsonaro passou uma semana de férias na
companhia da família Machado em São Miguel dos Milagres.
“Eu acredito que (essa perseguição) só fortalece. Para a direita até
vai ser bom prender Bolsonaro injustamente, porque o povo se comove com
isso. Vai acontecer igual houve com Donald Trump”, ele diz.
O senador Rogério Marinho (PL-RN), secretário-geral do PL e principal
interlocutor entre Bolsonaro e o presidente do partido, Valdemar Costa
Neto, que estão impedidos pela Justiça de se comunicar, mantém o mesmo
discurso: “Isso só fortalece o presidente (Bolsonaro), porque quado você
exagera e persegue um grupo político desta forma, isso se reflete na
população”, afirma.
Se o líder do Partido Republicano é inspiração para Bolsonaro, Lula
pode igualmente ser. Isso porque há conversas no entorno do
ex-presidente para ele repetir a estratégia petista em 2018, quando Lula
estava preso e foi inscrito como cabeça de chapa presidencial mesmo
assim. Com o ex-presidente petista impedido de concorrer, o então vice
Fernando Haddad assumiu o seu lugar, beneficiando-se da transferência de
votos do aliado e chegando ao segundo turno.
No caso do PL, os nomes de Flávio e Eduardo são cogitados para a
empreitada similar, se Bolsonaro continuar impedido de concorrer. Em
2023, ele foi condenado à inelegibilidade por oito anos pela Justiça
Eleitoral por ataques à democracia.
A direita, no entanto, se vê numa situação desconfortável: dois dos
três nomes melhor posicionados para enfrentar o PT daqui a dois anos
estão enroscados em ações que resultam em inelegibilidade. Além de
Bolsonaro, Pablo Marçal (PRTB) responde a processos que podem tirar seu
direito de disputar eleições, principalmente no caso de um documento
inverídico divulgado por suas redes sociais contra Guilherme Boulos
(PSOL) na reta final da campanha à Prefeitura de São Paulo.
O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), por
sua vez, também sob uma ameaça, ainda que considerada leve. Nesta
semana, o ministro Kassio Nunes Marques arquivou uma notícia-crime
aberta por Boulos contra Tarcísio que poderia deixá-lo inelegível.