segunda-feira, 2 de dezembro de 2024

CORTE DE GASTOS DO GOVERNO LULA NÃO AGRADAM A MARINHA

 

História de Daniel Weterman – Jornal Estdão

BRASÍLIA – A Marinha divulgou um vídeo questionando se há “privilégios” no órgão, após entrar na mira do pacote de corte de gastos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

O governo apresentou o pacote na última semana. Uma das propostas é estabelecer uma idade mínima para a aposentadoria especial das Forças Armadas, além de acabar com outras regras classificadas pela equipe econômica como “privilégios”.

Na peça publicitária, aparecem militares em treinamento, trabalhando em enchentes, estudando, mergulhando e encenando uma situação em que um navio afunda, enquanto outras pessoas fazem festa, aproveitam a praia, viajam e comemoram aniversário com a família.

O vídeo encerra com uma militar falando: “Privilégios? Vem para a Marinha!”

A peça foi produzida em alusão ao Dia do Marinheiro, que é comemorado no dia 13 de dezembro. Procurado, o órgão não se manifestou.

A cúpula da Marinha há havia divulgado um comunicado em que questiona a idade mínima para a reserva remunerada proposta pelo governo, conforme o Estadão revelou. O pacote prevê idade mínima de 55 anos. Atualmente, o critério é apenas pelo tempo de serviço, de 35 anos.

O governo anunciou o corte de gastos com quatro medidas que atingem os militares: a idade mínima; a extinção da transferência de pensão; a remuneração fixa de 3,5% para o Fundo de Saúde; e o fim da morte ficta (fictícia), que é a pensão para famílias de militares expulsos.

A proposta para as Forças Armadas foi enquadrada pela equipe econômica como um item de “equilíbrio fiscal e fim de iniquidades” na apresentação feita à imprensa.

O objetivo, de acordo com o governo Lula, é “corrigir distorções existentes em benefícios no poder público em relação ao resto da sociedade”. A equipe do Poder Executivo calcula que será possível economizar R$ 1 bilhão por ano com as mudanças nas forças militares.

PROBLEMAS DE MERCADO ENFRENTADO PELA VOLKSWAGEN E OUTRAS MONTADORAS NA EUROPA

 

História de The Economist – Jornal Estadão

Os painéis dos carros têm uma série de indicadores que se acendem para avisar sobre problemas. Se as salas de reuniões das montadoras da Europa tivessem sistemas semelhantes, estariam iluminadas como um mercado de Natal. A Volkswagen (VW), o maior do grupo em termos de vendas, está se preparando para greves a partir de 1º de dezembro em resposta ao seu plano de fechar três fábricas na Alemanha e cortar salários.

A Northvolt, uma startup sueca de baterias, outrora promissora, na qual a VW e a BMW investiram, entrou em colapso e foi à falência. Enquanto isso, do outro lado do Atlântico, Donald Trump está ameaçando acabar com as cadeias de suprimentos ao impor uma tarifa de 25% sobre as importações do México e do Canadá.

Esses problemas ocorrem em meio a um ano já difícil para o setor automobilístico da Europa. Desde abril, o valor de mercado combinado das cinco maiores montadoras do continente em termos de vendas – VW, StellantisRenault, BMW e Mercedes despencou de mais de € 300 bilhões (US$ 320 bilhões) para menos de € 200 bilhões, já que uma série de previsões de lucros sombrias assustou os investidores.

Na Europa, a demanda diminuiu e a concorrência das empresas chinesas de veículos elétricos (EV) está se intensificando. “A torta ficou menor e temos mais convidados à mesa”, disse Oliver Blume, chefe da VW. Ao mesmo tempo, os negócios no exterior das montadoras europeias estão em um beco sem saída.

As vendas na China caíram, e os lucros nos Estados Unidos também estão ameaçados. Philippe Houchois, do banco Jefferies, descreve o fato como “uma recessão como nenhuma outra”. No entanto, os esforços para reduzir os custos em casa para manter a competitividade estão enfrentando forte resistência de sindicatos e políticos.

Empresas europeias estão tendo dificuldade na China Foto: Pedro Danthas/VW

Empresas europeias estão tendo dificuldade na China Foto: Pedro Danthas/VW

Não faz muito tempo, as montadoras europeias estavam em alta. A escassez de microchips durante a pandemia os ajudou a seguir uma estratégia de “valor sobre volume”, pois priorizaram a colocação de chips escassos em seus veículos mais lucrativos. A VW bateu seu recorde de lucro operacional a cada ano de 2021 a 2023.

A Stellantis (cujo maior acionista, a Exor, é uma das proprietárias da empresa controladora da The Economist) gerou sua maior receita e lucro de todos os tempos em 2023. A BMW e a Mercedes também tiveram anos de sucesso. Um programa de reestruturação na Renault também começou a dar resultados.

Ultimamente, no entanto, o cenário ficou mais sombrio. A demanda por carros na Europa estagnou e pode estar caminhando para um declínio estrutural. A Europa nunca mais voltará ao seu patamar pré-pandêmico de 16 milhões de vendas por ano, admite Arno Antlitz, diretor financeiro da VW. Em 2023, as vendas totais foram de pouco mais de 11,5 milhões de veículos, um aumento em relação ao ano anterior, mas bem abaixo de seu pico. Este ano, espera-se que elas sejam menores, e poucos no setor preveem um grande crescimento no próximo ano.

Com o fim da escassez de chips, a produção voltou a se concentrar em carros menos lucrativos. É provável que as margens diminuam ainda mais se houver guerras de preços para atender às novas e rígidas metas de emissão no caminho da UE para proibir as vendas de carros a gasolina até 2035. Regras mais rígidas no próximo ano exigirão que uma parcela maior dos veículos vendidos pelo setor seja de veículos elétricos, que atualmente são menos lucrativos do que os que consomem muito combustível.

As montadoras europeias também estão sendo pressionadas pelos concorrentes chineses em termos de preço no mercado interno. Embora tenha havido uma pequena queda após a introdução de tarifas sobre veículos elétricos importados pela União Europeia em outubro, as montadoras chinesas ainda são responsáveis por uma em cada dez vendas de veículos elétricos novos na Europa, de acordo com a Schmidt Automotive Research, uma consultoria. Essa participação aumentará ainda mais. A BYD e a Chery, duas montadoras chinesas, estão instalando fábricas na Europa para atender diretamente ao continente.

Enquanto isso, na China, as empresas europeias estão perdendo para as rivais nacionais. O maior mercado de automóveis do mundo foi, por muito tempo, uma importante fonte de lucro para o setor automotivo da Europa. Esses dias estão chegando ao fim. De acordo com o banco UBS, a participação de mercado das marcas estrangeiras despencou de 63% em 2020 para 37% atualmente, com as montadoras chinesas provando ser melhores em equipar seus veículos com a tecnologia sofisticada que os consumidores do país exigem. A VW foi atingida de forma especialmente dura. Outrora a maior empresa automobilística da China, sua participação de mercado caiu de 19% em 2019 para 14% atualmente. Ela pode cair para um único dígito até 2030, diz o UBS.

Os negócios na China também estão ficando mais difíceis para as empresas alemãs de alto nível. A BMW e a Mercedes obtêm 48% e 37% de seu lucro operacional, respectivamente, no país. Embora até agora tenham perdido apenas alguns pontos porcentuais de participação de mercado, ambas dependem muito de carros a gasolina em um país onde metade das vendas agora são elétricas. As vendas na China da Porsche, outra marca europeia de luxo, caíram 27% desde 2022.

A Stellantis, que se retirou em grande parte da China, está, no entanto, em uma batalha com concorrentes chineses na América do Sul e no Oriente Médio, ambas regiões importantes para a empresa. Seu maior problema, no entanto, é a queda de seus lucros na América do Norte. Uma decisão equivocada de aumentar os preços de suas picapes e utilitários esportivos, para aproximá-los dos preços da Ford e da General Motors, saiu pela culatra, pois os clientes se afastaram. No mês passado, a empresa anunciou que sua receita na América do Norte caiu 42%, ano a ano, no trimestre de julho a setembro. O aumento dos estoques levou a empresa a cortar a produção e fechar temporariamente as fábricas.

O mercado americano deve se tornar ainda mais espinhoso para as montadoras europeias sob o comando de Trump. A VW importa quase dois quintos dos carros que vende nos Estados Unidos de norte a sul da fronteira, assim como a Stellantis. Se Trump também cobrar tarifas sobre as importações da UE, isso agravaria o problema. Embora dois terços dos carros que a BMW vende nos Estados Unidos sejam fabricados lá, o restante é importado da UE, de acordo com o banco Berenberg.

Tudo isso aponta para um doloroso período de reajuste para as montadoras da Europa, que precisará começar com o combate ao excesso de capacidade interna. Os esforços para isso, no entanto, já estão encontrando resistência. Os sindicatos da VW não são os únicos a entrar em ação industrial. No mês passado, os trabalhadores italianos do setor automotivo fizeram uma paralisação de um dia, sua primeira greve nacional em 20 anos. As greves também atingiram fornecedores de automóveis na França e foram ameaçadas em duas fábricas de pneus que devem fechar até 2026.

Os políticos também estão tendo uma visão negativa do fechamento de fábricas. “Possíveis decisões erradas de gestão do passado não devem ser tomadas às custas dos funcionários”, disse Olaf Scholz, o chanceler da Alemanha, em relação aos fechamentos planejados pela VW. Carlos Tavares, chefe da Stellantis, foi repreendido pelo governo italiano por enviar empregos para países de baixo custo. Mas, a menos que as empresas automobilísticas europeias consigam lidar com o aumento dos custos e a queda nas vendas, sua situação só piorará. As luzes de advertência estão piscando com mais urgência agora.

Este conteúdo foi traduzido com o auxílio de ferramentas de Inteligência Artificial e revisado por nossa equipe editorial. Saiba mais em nossa Política de IA.

EXEMPLO FISCAL DA ARGENTINA PARA O BRASIL

 

História de Notas & Informações – Jornal Estadão

Uma onda de otimismo tem varrido a Argentina nos últimos meses. O índice S&P Merval teve o melhor desempenho em dólares entre as 20 principais bolsas de valores no mundo, e um fundo de índice (ETF) que acompanha o movimento das ações das principais empresas argentinas negociadas em Nova York registra entradas recordes desde o início do ano. Os investidores perseguem prêmios maiores e alguma segurança, e é isso que Javier Milei tem oferecido.

Em novembro de 2023, a Argentina enfrentava a pior crise econômica das últimas décadas. O ultraliberal foi eleito prometendo zerar o déficit fiscal. Sem maioria no Congresso, Milei começou mal e comprou briga com os governadores, mas cedeu e conseguiu aprovar seu pacote.

Os cortes de gastos começaram a dar resultados. Em janeiro, as contas públicas tiveram saldo positivo pela primeira vez em 12 anos; em outubro, o país registrou o 10.º superávit primário consecutivo. E, pela primeira vez na história argentina, houve saldo suficiente para pagar também o custo dos juros da dívida.

No dia 15 de novembro, a Fitch elevou a nota de crédito da Argentina de CC para CCC, classificação que ainda mantém o país entre aqueles com alto risco de inadimplência, mas a um degrau da categoria de grau especulativo – uma escala ampla na qual o Brasil se encontra, com a nota BB. O risco país, por sua vez, está no nível mais baixo desde 2019.

As taxas de juros estão em 35% ao ano e, somadas à redução dos subsídios nas contas de água, energia, gás e transporte e às demissões no setor público, fizeram o consumo despencar. Em recessão, o PIB recuou 1,7% no segundo trimestre, depois de cair 2,2% no primeiro trimestre e 1,4% no último trimestre de 2023.

O processo, portanto, não tem sido indolor. No primeiro semestre deste ano, nada menos que 15,7 milhões de pessoas viviam abaixo da linha de pobreza, ou 52,9% da população, de acordo com o Instituto Nacional de Estatísticas e Censos (Indec). Desde o segundo semestre do ano passado, eram 12,3 milhões, o equivalente a 41,7% da população.

A popularidade de Milei, em queda desde que assumiu o governo, voltou a subir nos últimos meses. E mais recentemente, a despeito das manifestações nas ruas, Milei conseguiu evitar a derrubada de seus vetos à recomposição das aposentadorias e do financiamento às universidades públicas, fundamentais para seu plano fiscal.

Milei sabia que a economia iria piorar muito antes de melhorar e, por isso, apostou todas as suas fichas no controle da inflação. A inflação subiu 2,7% em outubro, taxa mais baixa para o mês dos últimos três anos, e, no acumulado de 12 meses, registrou alta de 193%. É um nível elevadíssimo, mas foi a primeira vez, em meses, que a inflação ficou abaixo dos 200% na Argentina.

Há dúvidas sobre a sustentabilidade desse ajuste no longo prazo. Depois da forte desvalorização do peso no início de seu mandato, o país tem feito uma depreciação controlada, mas a diferença entre a cotação oficial do dólar e a do dólar paralelo (blue) está aumentando, em vez de se aproximar.

Mesmo com o peso sobrevalorizado, a Argentina ainda não conseguiu recompor reservas internacionais. Abandonar o câmbio fixo depende da suspensão do controle de capitais – e é o que o mercado deseja –, mas Milei não pretende fazer nada disso tão cedo. Uma rodada de negociação com o Fundo Monetário Internacional, a quem a Argentina deve mais de US$ 40 bilhões, é dada como certa.

É inegável que Milei tem se esforçado para mostrar que a Argentina mudou. A economia deve recuar 3,5% neste ano, mas deve crescer 5% em 2025, segundo o Banco Mundial. Com tantas dificuldades, o país deu passos corajosos na direção correta, uma atitude que contrasta com a hesitação do governo de Lula da Silva.

A escala e a diversificação da economia brasileira não se comparam às da Argentina. Também por isso, o ajuste fiscal de que o Brasil necessita teria magnitude bem menor e consequências muito mais brandas que as vivenciadas pela população do país vizinho. Neste momento, a Argentina ensina algo ao Brasil: quanto mais se adia o reequilíbrio fiscal, mais amargo é o remédio a ser adotado.

AS FRAGILIDADES DO PACOTE FISCAL DO GOVERFNO

 

História de João Nakamura – CNN Brasil

Entenda em 5 pontos as fragilidades do pacote fiscal do governo

Entenda em 5 pontos as fragilidades do pacote fiscal do governo

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou na quarta-feira (27) um pacote de contenção de fiscal cuja expectativa do governo é gerar uma economia de mais de R$ 70 bilhões ao longo dos próximos dois anos. Além das medidas de corte de gastos, Haddad enviou ao Congresso uma das principais promessas de campanha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT): o projeto de isenção do Imposto de Renda (IR) aos contribuintes que ganhem até R$ 5 mil. O anúncio como um todo, porém, gerou um mal estar generalizado no mercado, de modo que o dólar fechou um pregão pela primeira vez na história acima do patamar de R$ 6. Olhando para o resto do mundo, nota-se que o real teve o pior desempenho cambial na semana do anúncio. A seguir, entenda em cinco pontos as fragilidades que desagradaram os investidores em relação ao pacote fiscal. Comunicação O primeiro atrito no diálogo foi a própria maneira como foi iniciado. A divulgação em rede nacional às 20h30 de uma quarta-feira foi visto mais como um “vídeo de campanha” política, do que um anúncio efetivo de medidas econômicas. “Ao invés de vender isso como um ajuste necessário, especialmente no ambiente externo bastante pior do que se imaginava, fica essa bagunça, esse saco de gastos de medidas”, avaliou Tony Volpon, ex-diretor do Banco Central (BC) e colunista do CNN Money, após o anúncio. A falta de detalhamento incomodou o mercado, mas o governo já havia planejado uma coletiva de imprensa para explicar as medidas no dia seguinte. Porém, mesmo com os esclarecimentos, a dúvida seguiu no ar, segundo Helena Veronese, economista-Chefe da B.Side Investimentos. “Apesar de reforçar na sua fala que a medida pressupõe uma neutralidade tributária, já que viria acompanhada de uma compensação, não está claro, em números, como isso aconteceria. Além disso, esta neutralidade conta com uma aprovação no Congresso tanto da isenção para quem ganha até R$ 5mil, quanto do aumento de impostos para quem ganha acima de R$ 50 mil, uma questão delicada e que pode, sim, resultar em menos receita para o governo”, escreveu em nota pós-coletiva. O maior detalhamento viria com a divulgação dos textos, após o encaminhamento ao Legislativo. “Tem pouca explicação de cada item. A falta de informação alimenta a desconfiança. E há itens ali que não tratam de ajuste fiscal, como a DRU”, avalia Zeina Latif, sócia-diretora da Gibraltar Consulting. Ainda que o pacote tenha incluído algumas medidas avaliadas como “de fato estruturais” por Veronese e outros analistas, a comunicação continuava falha para lidar com um dos elefantes na sala. Isenção do Imposto de Renda “A nosso ver, o governo errou ao misturar dois assuntos que deveriam ter sido apresentados em momentos distintos: após longas semanas de espera por um anúncio de corte de gastos, este anúncio veio acompanhado e ofuscado pela desoneração do IR para quem ganha até R$ 5 mil, ou seja, por uma medida que implica em abrir mão de receita. A impressão que se passa é a de um governo pouco comprometido com a austeridade das contas públicas”, explica a economista-Chefe da B.Side Investimentos. A medida divide opiniões entre quem a defende pela isonomia que pode trazer à tributação às pessoas físicas do país, e quem avalia que este não era o momento para anunciar uma proposta de renúncia fiscal. “Em meio à desconfiança crescente do mercado sobre a condução da política econômica, sobremodo a fiscal, novas camadas de incerteza sobre a solidez das contas públicas foram lançadas”, pontua Murilo Viana, economista da Finance Consultoria. “A medida terá um custo fiscal muito elevado, entre mais de R$ 40 bilhões e cerca de R$ 100 bilhões ao ano, a depender se a ampliação da faixa de isenção resultará também na correção das outras faixas da tabela do IRPF”, conclui o especialista em contas públicas. Pacote tímido e superestimado Dentre as medidas apresentadas pelo chefe da equipe econômica, foi contemplada a limitação do crescimento do salário mínimo ao intervalo permitido pelo arcabouço fiscal, uma das principais demandas do mercado a fim de se assegurar a sustentabilidade da nova regra de gastos. O novo marco, aprovado em 2023, deu fim ao teto de gastos. A partir de então, as despesas do governo podem crescer entre 0,6% – em períodos de retração – e 2,5% – em momentos de expansão – acima da receita do ano anterior e com valores corrigidos pela inflação. Dentro da banda, os gastos poderão crescer até 70% da variação da receita do ano anterior. Porém, valores como os do salário mínimo e outras despesas do governo vêm crescendo a um ritmo maior que o permitido pela regra fiscal, de modo a pressionar os gastos discricionários – os investimentos – no orçamento federal. Outras propostas incluídas foram: Reajuste no abono salarial; Adequar o crescimento dos gastos com as emendas parlamentares ao limite do arcabouço (2,5% ao ano); Mudanças na idade mínima para aposentadoria dos militares; Limitação de transferência de pensões. Apesar de o pacote atender algumas medidas pleiteadas pelo mercado, a avaliação é de que a execução dessas demandas não foi adequada e que o conjunto da obra não foi arrojado o suficiente, aponta Rafaela Vitória, economista-chefe do Inter. “A revisão do abono e a limitação do reajuste do salário mínimo vão na linha correta, assim como o uso de emendas para cumprir o piso de gastos da saúde, o que deve limitar o crescimento mais acelerado dessas despesas, mas com impacto tímido pelas regras anunciadas”, afirma Vitória. Mas, mesmo que algumas medidas sejam acertadas, o que se aponta é que a economia apontada pelo governo (R$ 71,9 bilhões) é superestimada. “A Fazenda com frequência exagera no impacto das medidas. Então, para além do equívoco de discutir tributação agora (o que foi afastado pelo Congresso), o valor em si do impacto fiscal seria insuficiente e, pior, provavelmente menor do que o estimado”, enfatiza Zeina Latif. De acordo com estimativa do BTG Pactual, a quantia que deve ser economizada nos próximos anos é R$ 26 bilhões menor que a apontada pela equipe econômica do Executivo. Com essa fraqueza das medidas em mente, Luiz Fernando Figueiredo, ex-diretor de Política Monetária do BC e presidente do Conselho de Administração da Jive Mauá, acredita que a alta da Selic, a taxa de juros básica do país, deve acelerar a 0,75 ponto percentual na próxima e última reunião de 2024 do Comitê de Política Monetária (Copom), marcada para os dias 10 e 11 de dezembro. Já a equipe de analistas do Itaú estima uma defasagem de R$ 19 bilhões. “Mantemos nossa avaliação geral de um pacote aquém do esperado e com poucas mudanças estruturais. A escolha da mudança de regra do salário-mínimo traz ganhos inferiores aos ideais no longo prazo (em 10 anos de R$ 80 bi vs R$ 300 bi se a regra fosse equivalente a 70% do PIB t-2, assumindo PIB médio de 2% a frente, por exemplo)”, explica Pedro Schneider, economista do Itaú Unibanco. “A diferença frente às estimativas do governo vêm principalmente de uma menor expectativa de ganhos com reforço de medidas antifraude e do governo esperar uma economia com a prorrogação da DRU. O Ministro da Fazenda também anunciou que os programas pé-de-meia e vale-gás estarão dentro do orçamento e das estatísticas fiscais, o que , se implementado, ajudaria a diminuir parte das preocupações com criatividades contábeis, embora sem implicar em economia fiscal.” Sustentabilidade da dívida pública Apesar deste último ponto, alguns economistas avaliam que as medidas possam ser suficientes para dar fôlego ao arcabouço, pelo menos até o final deste mandato de Lula. “Mesmo que não confessem, o objetivo da equipe econômica é dar um fôlego ao arcabouço até 2026, evitar que colapse antes. Depois um novo governo toca isso ou vai ter que rever”, aponta Maílson da Nóbrega, ex-ministro da Fazenda e sócio da Tendências Consultoria. Porém, Jeferson Bittencourt, head de macroeconomia do ASA, avalia que este já era um ponto que deveria estar claro e ser garantido, uma vez que trata da questão do governo atender a regra que ele próprio estabeleceu e não furar com a lei de responsabilidade fiscal. “E como a média do mercado, de acordo com o Prisma Fiscal, tem uma projeção de despesa crescendo em linha com o arcabouço, apenas garantir esta trajetória não deveria ser um fato novo positivo”, indaga Bittencourt. O que seria positivo seria o pacote levar a dívida pública bruta do país à estabilização e, em seguida, à sua retração. “Não víamos as medidas individuais de cortes de despesas como um fator que contribui para a sustentabilidade fiscal de longo prazo, porque a intenção do governo era viabilizar o limite de despesa do arcabouço”, diz o analista do ASA. Aqui, Samuel Pessôa, pesquisador da Fundação Getulio Vargas (FGV) e chefe de pesquisa do Julius Baer Brasil, retoma a questão da isenção do IR. “Qual é o problema estrutural que mais incomoda o mercado financeiro? É haver regras que obrigam que o gasto público cresça mais rapidamente que a economia. Agora, o governo anunciou um pacote econômico que o ponto mais importante é uma desoneração de R$ 50 bilhões”, afirmou Pessôa em entrevista ao WW. O pesquisador da FGV indica que a medida pode pressionar ainda mais a situação da dívida pública brasileira. Ele aponta que Lula pode encerrar seu terceiro mandato deixando o país com um endividamento cujo valor é equivalente a 86% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro – a soma de todas as riquezas geradas no país. Caso concretizada a previsão, isso significaria um buraco 14 pontos percentuais maior que o recebido do governo anterior, de Jair Messias Bolsonaro (PL), que encerrou seu mandato com uma dívida de 72% do PIB. “A minha impressão é de que a equipe econômica se deu conta de que não é possível estabilizar a relação dívida/PIB e nem reduzi-la sem mudanças estruturais muito profundas”, conclui Maílson da Nóbrega. “O pacote tem medidas na direção correta, mas perdeu credibilidade na partida. E assim, mesmo com coisa boa não, resolve o problema do crescimento da relação dívida/PIB. Pode adiar a crise, mas o encontro com o colapso de expectativas ainda está posto no horizonte.” Embate político Por fim, o cenário político não parece ser o mais favorável para a tramitação do pacote. Com menos de um mês até o recesso parlamentar, o Executivo espera que as medidas sejam aprovadas ainda este ano, mesmo com outras agendas travando a fila. Além disso, o mercado teme que o pacote, que já é frágil, seja ainda mais enfraquecido ao passar pelas mãos do Legislativo. “Entendemos que há detalhes ainda em aberto e que há riscos de tramitação no Congresso, como, por exemplo, na definição do que será contabilizado como renda tributável e riscos de aumento da elisão fiscal, com os contribuintes buscando formas de evitar o aumento de tributação”, conclui Schneider, do Itaú. Por conta da resistência da própria base do governo a algumas medidas fiscais que mexem com programas sociais, Maílson da Nóbrega acredita que “não há ambiente político para fazer essa reforma”. O diagnóstico final de Rafaela Vitória, do Inter, é de que as medidas anunciadas devem acabar sendo insuficientes para zerar inclusive o déficit de 2025. O governo trabalha com o objetivo de fechar as contas no “zero a zero”, mas com uma margem para primário de 0,25% do PIB, equivalente a cerca de R$ 28,8 bilhões. A estimativa do Inter, porém, é de que os gastos do governo acabem em R$ 110 bilhões em 2025, ou 0,9% do PIB. “O corte estimado de apenas R$ 30 bilhões em 2025 e R$ 70 bilhões em 2026 é baixo considerando o crescimento de gastos de mais de R$ 400 bilhões entre 2024 e 2025 e mostra a dificuldade política do governo em enfrentar a necessidade de revisão mais ampla dos gastos, incluindo programas sociais que tiveram crescimento acelerado e pró-cíclicos nos últimos dois anos”, afirma Vitória.

CARROS HÍBRIDOS OU ELÉTRICOS?

Blogo do Pedro Côrtes – CNN Brasil

No Brasil, a transição energética já começou. Mas esse é um cenário que muda rapidamente com a evolução tecnológica. Precisamos manter isso em nosso radar

O Brasil descarta anualmente cerca de 40 milhões de celulares, cujas baterias equivalem ao impacto ambiental de pelo menos 20 mil baterias de carros elétricos
O Brasil descarta anualmente cerca de 40 milhões de celulares, cujas baterias equivalem ao impacto ambiental de pelo menos 20 mil baterias de carros elétricos • Pexels

No Brasil, a transição energética começou na década de 1930 com a mistura de etanol nacional à gasolina, inicialmente para reduzir a dependência de combustíveis importados. Ganhou força com o Proálcool em 1975, programa criado para aproveitar o excedente de cana-de-açúcar e que ganhou relevância para mitigar nossa dependência de petróleo importado.

A evolução tecnológica levou ao desenvolvimento dos veículos flex, capazes de usar gasolina e etanol em diferentes proporções.

Mais recentemente, a hibridização da frota tem sido vista como uma solução para intensificar a transição energética do país, especialmente com o uso do etanol. Há, entretanto, questionamentos sobre a longevidade dessa tecnologia.

Carros elétricos

A China investiu em carros elétricos para superar a desvantagem competitiva em relação aos veículos convencionais europeus e norte-americanos e reduzir a poluição nas grandes cidades. Aplicando os princípios estratégicos de Michael Porter, buscou diferenciação ao competir em um segmento onde os líderes não tinham supremacia e aproveitou o vasto mercado interno para obter economia de escala e praticar preços competitivos no exterior.

Combinando custos baixos, inovações e design avançado, as montadoras chinesas alcançaram liderança em custos e conseguiram destaque em diferenciação tecnológica. Aplicaram os conceitos clássicos de estratégias competitivas de Porter, algo estudado nos cursos de graduação em Administração. O pior inimigo das montadoras tradicionais se materializou em competidores que nem estavam no radar.Play Video

Europa

A Europa incentivou os carros elétricos por meio de políticas governamentais, apesar de parte de sua energia ainda ser gerada por fontes fósseis, o que pode parecer contraditório. No entanto, a descarbonização da matriz energética europeia está em curso, com países como Portugal utilizando basicamente fontes renováveis, a França utilizando energia nuclear, e iniciativas para eliminar carvão na geração elétrica como fizeram a Inglaterra e a Itália.

Esse processo torna a adoção de veículos elétricos ambientalmente mais justificável, beneficiando toda a frota à medida que a geração de energia se torna mais limpa.
Questões ambientais

Embora se critique o impacto ambiental das baterias de carros elétricos, os celulares, que têm um descarte muito mais frequente, raramente recebem a mesma atenção. O Brasil descarta anualmente cerca de 40 milhões de celulares, cujas baterias equivalem ao impacto ambiental de pelo menos 20 mil baterias de carros elétricos.

Além disso, as baterias veiculares podem ser reaproveitadas em sistemas de armazenamento de energia solar ou eólica, enquanto as de celulares, integradas aos aparelhos, têm reuso mais complicado, apesar da possibilidade de recuperação de metais nobres se descartadas corretamente. Não se ouvem críticas ao descarte de baterias de telefones celulares, especialmente por aqueles que criticam o impacto ambiental das baterias dos carros elétricos.

Há tecnologias que permitem a recuperação de baterias automotivas, ampliando sua vida útil e reduzindo a necessidade de troca. Como são baterias facilmente destacáveis, podem entrar em sistemas de recuperação de componentes e metais nobres.

A tecnologia híbrida

Os veículos híbridos combinam um motor à combustão com um ou mais motores elétricos, recuperando e armazenando em baterias a energia desperdiçada na frenagem, por exemplo.

Com isso, mesclam o uso de motores a combustão com o uso de motores elétricos e conseguem reduzir o consumo e as emissões de gases de efeito estufa.
No Brasil, os híbridos que utilizam etanol se destacam por emissões praticamente neutras, já que o CO2 emitido é reabsorvido pela fotossíntese durante o cultivo da cana.

Apesar de emissões remanescentes devido ao uso de diesel no transporte e produção do biocombustível, essa tecnologia é vista como uma solução promissora para a mobilidade sustentável no país.

A longevidade da tecnologia híbrida

Apesar da aposta brasileira nos veículos híbridos, seu futuro pode ser limitado. Segundo matéria publicada pelo The Economist (Why the hype for hybrid cars will not last), normas na Califórnia e em outros 16 estados americanos permitirão apenas 20% de vendas de híbridos até 2035, enquanto a União Europeia planeja proibir a venda de todos os carros a gasolina, incluindo híbridos, no mesmo ano.

Temos o domínio do uso do etanol automotivo, mas dependemos de tecnologia e suprimentos das matrizes das montadoras para continuar a utilizar carros híbridos. Em dez anos, talvez as matrizes das montadoras não tenham tanto interesse em continuar produzindo esses veículos. O preço das baterias dos carros elétricos tem diminuído, assim como o tempo de recarga.

Em uma década, elas poderão atingir um preço que torne os carros elétricos muito mais acessíveis. Redes de recarga serão construídas e o uso, especialmente urbano, será facilitado.

São questões que precisam ser consideradas em nosso planejamento estratégico. Estamos trilhando um caminho muito exitoso em relação à transição energética, mas esse é um cenário que tem se transformado rapidamente com o surgimento de novas tecnologias e sua rápida evolução. Isso tem que estar em nosso radar.

 

DIA DO ADVOGADO CRIMINALISTA E CURIOSIDADES

 

Karla Neto – Colunista Correspondente

Nesta segunda-feira(02), é celebrado o Dia do Advogado Criminalista, é uma área muito importante e exige de seus profissionais muitas habilidades que diferem das exigidas pelos profissionais de outras áreas, como a cível e a trabalhista, por exemplo. 

O Advogado Criminalista tem a função e obrigação de analisar as provas diligentemente, além de verificar se o processo prima pela regularidade perfeita, pois disso depende que seja feita a justiça e é a garantia de que defesa de seu cliente foi realizada de forma primorosa e eficaz.

Os Advogados Criminalistas precisam “ter estômago”, como dizem, serem combativos, guerreiros e corajosos, trazerem consigo um espírito de luta, não só para lutar, dentro do processo criminal a favor de seu cliente, contra as cotas da acusação ou eventuais injustiças das sentenças, mas também para enfrentar a oposição ainda maior da sociedade que muitas vezes não compreende suas ações.

Aquele que escolhe a profissão de Advogado, e criminalista, deve, pois, orgulhar-se das habilidades que possui, de ter escolhido uma profissão digna e de ajudar a manter a ordem social e jurídica do seu País, auxiliando na manutenção da ordem e da paz.

Não por menos, os nomes lembrados e laureados são nomes de Criminalistas consagrados através do tempo, que entram para a História, não ocorrendo o mesmo com grandes civilistas. Aqueles ganham o direito a esta posteridade exatamente por ousar agir em uma causa impopular, enfrentando toda uma sociedade indignada, na defesa do acusado.

Coloca-se, naquele momento ao lado do mais fraco e desafortunado, não porque defende a ação da qual o cliente é acusado, mas por dever ético, profissional e humano. É preceito Constitucional que ninguém pode ser condenado sem defesa.

Ainda que o crime seja nefasto, em nenhum momento o conceito atribuído ao cliente deve se confundir com a reputação do advogado.

Assim, os Advogados Criminalistas sofrerão muitas vezes com os abusos de poder e a pressão da sociedade, que têm início junto aos seus clientes e mistura-se à personalidade do defensor, o que resulta em situações em que os profissionais veem-se forçados a violar o sigilo profissional, através de buscas ilegais em seus escritórios.

Na passagem deste importante dia, rendo homenagens aos éticos, probos e honrados advogados e advogadas criminalistas de todo o Brasil.

CURIOSIDADES  – Karla Neto

Você sabia que o chá da casca de abacaxi combate ataque de asma?

A casca do abacaxi possui diversos benefícios para a saúde:
Rica em vitamina C, que melhora a imunidade, ajuda na digestão, melhora a circulação do sangue, melhora a saúde da visão, previne câncer, retarda o envelhecimento e promove a saúde dos ossos.
Contém bromelina, que ajuda na quebra e digestão de partículas de proteína.

Pode ser consumida como chá para fortalecer o sistema imune, reduzir inflamação e auxiliar na digestão.
Possui antioxidantes que combatem os radicais livres e previnem danos celulares.

Contribui para a saúde do coração e ajuda a evitar cataratas.
Caso sofra de asma, beba o chá de abacaxi antes de se exercitar. A vitamina A presente no Abacaxi libera o betacaroteno, um composto conhecido por reduzir o risco de ataque de asma induzido pelo exercício.

Os benefícios do Abacaxi incluem ainda a capacidade de ajudar aqueles que sofrem de artrite e dores nas articulações, pois a bromelina pode acelerar a cura associada a procedimentos cirúrgicos. O consumo da Casca de Abacaxi também é muito útil para o tratamento de lesões desportivas, incluindo distensões e dores pós-treinos.

A casca contém grandes quantidades de bromelina, um antioxidante que ajuda a tratar lesões – uma excelente dica para os atletas de plantão. A bromelina também protege a imunidade e tem propriedades anticancerígenas, com concentrados níveis de betacaroteno. Para aproveitar as Casca de Abacaxi, prepare um chá. Lave e ferva a Casca de Abacaxi com sua polpa. Deixe o chá esfriar antes de diluí-lo em 1 litro de água

Você sabia que o inseto barbeiro pode transmitir doenças?

O barbeiro é um tipo de percevejo que se alimenta de sangue, podendo transmitir a doença de Chagas através da picada.

A doença de Chagas é uma infecção provocada pelo protozoário Trypanosoma cruzi, adquirida por meio do contato com as fezes do inseto barbeiro. A doença de Chagas é também conhecida pelos nomes: mal de Chagas, chaguismo ou tripanossomíase americana.

É transmitido por insetos conhecidos como barbeiros. Pode levar a complicações cardíacas e digestivas se não tratada. O diagnóstico precoce é crucial para o tratamento curativo. A maioria dos casos da doença de Chagas é transmitido pela picada de um grupo de insetos da família do percevejo, conhecidos como barbeiro.

Durante ou imediatamente após picar uma pessoa, barbeiro defeca sobre sua pele, eliminando grande quantidade do protozoário Trypanosoma cruzi, permitindo que o mesmo penetre no nosso organismo através da ferida da picada. O ato de coçar o local que foi picado aumenta a chance de contaminação. Os barbeiros costumam se alimentar à noite, sendo capazes picar suas vítimas sem as acordar.

Nem todo barbeiro está infectado com o parasita da doença de Chagas. O barbeiro se contamina ao picar animais que estejam infectados pelo Trypanosoma cruzi. Portanto, o barbeiro adquire o parasita picando uma pessoa infectada, permanece com ele em seu intestino pelo resto da vida e o transmite ao picar uma nova vítima.

É importante destacar que o parasita também é capaz de infectar outros animais além do homem, incluindo cães, gatos, porcos, roedores, gambás, morcegos, etc., sendo estes importantes reservatórios para a transmissão da doença de Chagas para humanos.

Os barbeiros costumam viver em folhas de palmeiras ou em casas de construção rudimentar, como as feitas de pau-a-pique. Galinheiros, chiqueiros e ninhos de pássaros também são locais que podem abrigar o inseto. Pessoas que vivem em áreas infestadas pelo barbeiro são as que apresentam maior risco de serem contaminadas pelo Trypanosoma cruzi.

Outras formas de transmissão da doença de Chagas
A transmissão pela picada do barbeiro é a principal via, mas o Trypanosoma cruzi pode ser adquirido também de outras formas, como:
Transfusão de sangue.
Transplante de órgãos de doadores infectados.
Alimentos contaminados por barbeiros, como caldo de cana ou açaí.
Transmissão vertical da mãe para o feto durante a gravidez.
Contato de pele ferida, mucosas ou olhos com sangue de pacientes infectados.
Sintomas

Após a contaminação pelo Trypanosoma cruzi, o período de incubação costuma ser de 1 a 2 semanas. Porém, se contaminação tiver sido provocada por transfusão de sangue, os sintomas podem demorar mais de 40 dias para surgirem.

Os sintomas da doença de Chagas são divididos em fase aguda e fase crônica. Falemos um pouquinho sobre ambas.

DIVULGAÇÃO DE FATOS DA CIÊNCIA E DA LITERATURA

Grupo Público – Marcos Schmidt

Em 1956, enquanto preparava o café da manhã, o físico e engenheiro em elétrica, americano John Bardeen ouviu no rádio a notícia de que havia recebido o Prêmio Nobel de Física, junto com Walter Brattain e William Shockley, “pelas pesquisas sobre semicondutores e pela descoberta do efeito transistor”.

Surpreso, ele deixou cair no chão os ovos que estava cozinhando para sua família!

A cerimônia em Estocolmo foi um desastre: Bardeen apareceu com uma embaraçosa camisa e colete manchados de verde devido a um erro na lavagem da roupa, e o rei da Suécia, Gustavo VI, não gostou do fato do físico ter abandonado a família. atrasado em uma ocasião tão importante, repreendendo-o gentilmente por não ter trazido os três filhos com ele (Bardeen não queria atrapalhar os estudos de seus dois filhos, que estavam ocupados com exames universitários em Harvard, e por isso ele levou apenas seu terceiro e filho mais novo com ele para Estocolmo).

“Vou trazê-los quando ganhar o próximo Nobel”, respondeu Bardeen, tranquilizando o rei.

E não foi uma piada.

Ele manteve a promessa, vencendo novamente em 1972, desta vez com John Schrieffer e Leon Cooper, “pela sua teoria da supercondutividade”.

Nesta ocasião, como havia prometido, ele trouxe os três filhos para a cerimônia de gala!

Atitude de Homem Alpha

O Idiota” de Fyodor Dostoiévski é uma obra-prima imortal, um romance que trata de temas profundos e complexos.

O protagonista, Príncipe Myshkin, retorna à Rússia depois de ficar em um sanatório para tratar sua doença: a epilepsia. Consciente da transitoriedade da vida e da dor que muitas vezes a acompanha, o nosso Príncipe, puro de coração, será gentil e compassivo com todos que encontra, sem pedir nada em troca. Contudo, a bondade muitas vezes faz com que o mundo tire vantagem daqueles que a praticam com convicção. Quando o Príncipe se apaixona perdidamente por Nastas’ja Filippovna, uma bela mulher de reputação duvidosa, a trama se complica. Nastas’ja Filippovna, que se sustenta vivendo no luxo graças aos homens que frequenta, tentará evitar que Myshkin se comprometa por um amor que não é digno dele. O final trágico revela como o frágil equilíbrio entre o bem e o mal pende sempre para este último.

“O Idiota” explora a inocência e a pureza de espírito em um mundo ganancioso e corrupto. O Príncipe Myshkin, com sua bondade desarmante, representa um pássaro raro destinado à derrota. Apesar do pessimismo subjacente, o romance é agradável e fascinante. Dostoiévski pinta uma Rússia corrupta, ambiciosa e cruel, em total contraste com a boa alma de Myshkin.

Uma obra que merece ser lida e refletida. A elegância estilística, a profundidade dos personagens e o tema central fazem deste romance uma obra-prima atemporal.

Fyodor Mikhailovich Dostoiévski nasceu em Moscou em 11 de novembro de 1821. Filho de médico militar e mãe de família nobre e muito religiosa, Dostoiévski estava destinado à carreira militar. No entanto, sua verdadeira paixão era a literatura. Após concluir os estudos em engenharia militar, desistiu da carreira e escreveu seu primeiro romance, “Pobre Gente”, que obteve grande sucesso. Ao longo de sua vida, Dostoiévski produziu uma série de obras psicológicas que exploraram as complexidades da condição humana. Entre suas obras-primas mais conhecidas estão “Crime e Castigo”, “Os Irmãos Karamazov” e “O Idiota”. A sua vida foi marcada por desafios pessoais, incluindo crises epilépticas e um período de exílio na Sibéria. Apesar destas dificuldades, Dostoiévski continua a ser um dos maiores romancistas da literatura russa.

 

EMPATIA, INTEGRIDADE E MUDANÇAS CULTURAIS MOLDAM A CONFIANÇA EM TEMPOS DE TECNOLOGIA E INOVAÇÃO

 

Raquel Botsman – StartSe

Rachel Botsman revela como empatia, integridade e mudanças culturais moldam a confiança em tempos de tecnologia e inovação, explicando como ela se distribui e impacta as relações organizacionais

Reprodução: Morse

O Ghost Interview é um formato proprietário do Morse que recria narrativas em forma de entrevista para apresentar personalidades do mundo dos negócios, tecnologia e inovação. 


Rachel Botsman viveu em quatro continentes, proferiu três palestras TED, escreveu dois livros aclamados pela crítica e criou o primeiro curso da Universidade de Oxford sobre confiança no mundo digital na Saïd Business School. Seus livros foram traduzidos para 14 idiomas. O que é meu é seu, previu a ascensão da ‘economia compartilhada’ e foi aclamado pela revista TIME como uma das “10 ideias que mudarão o mundo”. Em quem você pode confiar?, explora as profundas formas como a confiança está mudando; foi elogiado por grandes nomes e eleito um dos melhores livros do ano pela WIRED.

Você pode explicar a ideia de confiança distribuída?

Meu primeiro livro, What’s Mine Is Yours, analisou como a tecnologia pode nos fazer adotar comportamentos que anteriormente poderiam ter sido considerados arriscados, como abrir nossas casas e carros para estranhos. Também ouvi esta narrativa de que a confiança estava a diminuir nas instituições – na política, nos meios de comunicação social e nos bancos. Isto levou à ideia de que talvez a confiança não esteja a diminuir ou a diminuir, mas sim a mudar de forma. A tecnologia pega a confiança que fluiu para cima e era muito hierárquica e a distribui às pessoas de novas maneiras, por meio de redes, plataformas e mídias sociais.

Como isso se relaciona com as organizações?

É um erro pensar na confiança como uma marca que funciona como uma pirâmide, gerida pelas equipas de marketing e comunicação, e muito nas mãos da liderança. Isso não é mais verdade. Se você observar o relacionamento entre o funcionário e o empregador, e entre o cliente, o consumidor e a empresa, a confiança realmente está nas mãos das pessoas.

A confiança pode ser construída?

Existe um mito em torno da confiança, especialmente nos serviços profissionais, de que ela pode ser construída. A confiança é algo dado a você. Você não pode dizer que vai construir mais confiança comigo: tenho que lhe dar minha confiança, você tem que conquistá-la. Não existe marca, campanha ou produto que possa manifestar confiança; você tem que ser confiável. Portanto, está na cultura e nos comportamentos.

Como uma organização pode ser mais confiável?

Existem dois conjuntos de características: capacidade e caráter. Os traços de capacidade incluem competência (como você faz algo) e capacidade de resposta (seu respeito pelo tempo). Mas o verdadeiro pó de ouro da confiança reside no caráter, que se baseia essencialmente na empatia – um sentimento de que a organização se preocupa e entende de onde você vem e respeita seus pontos de vista e perspectivas, mesmo que sejam completamente diferentes dos seus.

E há a integridade, que é a característica mais difícil de ser dimensionada por todas as organizações. Muitas vezes as pessoas pensam que a integridade pode ser falsificada, com coisas como programas de RSC, sustentabilidade ou caridade, mas integridade tem a ver com seus motivos, com perguntar se suas intenções estão alinhadas com o melhor interesse do consumidor ou usuário.

A geração Y tem uma atitude diferente em relação à confiança?

Acho que a geração millennials é mais cética em alguns aspectos. A geração dos meus pais era bastante respeitosa com especialistas e líderes, e até mesmo com marcas. Com a geração Millennials, a mentalidade é totalmente diferente: há um ceticismo sincero.

Quanto as pessoas confiam nos chatbots?

Os bots de atendimento ao cliente ainda têm um longo caminho a percorrer. Freqüentemente, as pessoas vão ao atendimento ao cliente com um problema – e os bots não conseguem ter empatia por alguém que está frustrado ou chateado. Lido muito com fintechs e fico louco quando elas não têm um departamento de atendimento ao cliente. O dinheiro é seu e você realmente não quer falar com Susie Chatbot; você quer um ser humano porque precisa acreditar imediatamente que essa pessoa entende seu problema.

Existe algo que as organizações possam fazer para recuperar a confiança depois de perdê-la?

A maioria das crises de confiança se resume à integridade. As empresas afirmam que é um problema de capacidade: “Vamos consertar o sistema, colocar mais bots nele ou qualquer que seja a solução tecnológica.” Mas, na verdade, é um problema cultural: são as pessoas que dizem que não acreditam que os interesses da empresa sejam alinhados com os deles. Esse é um lugar realmente difícil para uma empresa voltar.

A Samsung é um bom exemplo. A empresa passou por uma crise de confiança devido a problemas com seu smartphone Galaxy Note 7. A Samsung admitiu que era sobre o telefone, mas também disse o que havia de errado com seus sistemas e os corrigiu.

Você falou sobre a transparência não ser a resposta.

As pessoas falam da transparência como uma cura mágica, mas não é. Acho que a transparência é uma ferramenta. A remuneração baseada no género é um bom exemplo. Se conseguirmos obter informações precisas e acessíveis sobre a remuneração por género, poderemos criar algumas mudanças em torno disso. Mas a transparência total não é a forma de criar mais confiança.

Em primeiro lugar, não creio que nenhuma empresa possa prometer a verdadeira transparência, por isso tudo o que se obtém é a divulgação superficial. Não estou dizendo que mais transparência no setor bancário seja ruim: ser claro em relação às taxas de juros, aos termos e condições e aos cronogramas de pagamento é absolutamente fundamental. Mas esta ideia de que mais transparência aumenta a confiança não é assim que funciona. Se eu realmente confiasse no banco, acreditaria no que diziam sobre as taxas de juros; Eu não precisaria saber.

Quem deveria assumir a responsabilidade pela criação de uma estrutura de confiança?

Depende do contexto. O centro de vendas deve assumir a responsabilidade por certas coisas. Se estamos falando de diversidade na contratação, isso é uma questão de RH. Se falamos de boa governação, essa é uma questão jurídica. Portanto, é contextual.
Quando as pessoas falam sobre confiança, muitas vezes falam sobre responsabilidade: quem deve ser responsável quando as coisas dão errado? E grande parte da raiva, do medo e da falta de confiança em torno dos grandes sistemas – especialmente das instituições financeiras – deve-se à falta de responsabilidade e responsabilização quando as coisas correm mal.

Qual é uma boa prática que você faz diariamente que ajuda nos negócios e na rotina?

Todas as manhãs, quando meus pés tocam o chão, me pergunto: “Por que estou fazendo isso? Pelo que sou grato? O que eu quero alcançar hoje?” Essa é a minha atenção plena de um minuto. E você volta ao final do dia e pensa: “Eu fiz isso? Eu consegui isso? Quão desequilibrado eu estava?” Para mim, tem sido uma forma de autorreflexão. Se você continuar perdendo isso, provavelmente há algo físico ou baseado no tempo que você precisa resolver. Talvez você não tenha apoio suficiente ou esteja comendo errado; seja o que for, há algo estruturalmente que você provavelmente pode mudar.

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O desejo de mudar, de transformar, de acreditar, são fundamentais para irmos além. São agentes propulsores da realização de sonhos. Já o empreendedorismo está presente no DNA dos brasileiros e nossa história trouxe essa capacidade que temos de nos reinventar e de nos conectarmos com você internauta e empresários que são a nossa razão de existir.

E todos esses elementos combinados e levados ao território da internet, torna o que era bom ainda melhor. Na internet e através do Site da Valeon, podemos proporcionar o início do “virar de chaves” das empresas da região para incrementar as suas vendas.

Assim, com inovação e resiliência, fomos em busca das mudanças necessárias, testamos, erramos, adquirimos conhecimento, desenhamos estratégias que deram certo para atingirmos o sucesso, mas nada disso valeria se não pudéssemos compartilhar com vocês essa fórmula.

Portanto, cá estamos! Na Plataforma Comercial Marketplace da VALEON para suprir as demandas da região no que tange à divulgação dos produtos e serviços de suas empresas com uma proposta diferenciada dos nossos serviços para a conquista cada vez maior de mais clientes e público.

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O Site desenvolvido pela Startup Valeon, focou nas necessidades do mercado e na falta de um Marketplace para resolver alguns problemas desse mercado e em especial viemos para ser mais um complemento na divulgação de suas Empresas e durante esses três anos de nosso funcionamento procuramos preencher as lacunas do mercado com tecnologia, inovação com soluções tecnológicas que facilitam a rotina das empresas. Temos a missão de surpreender constantemente, antecipar tendências, inovar. Precisamos estar em constante evolução para nos manter alinhados com os desejos do consumidor. Por isso, pensamos em como fazer a diferença buscando estar sempre um passo à frente.

 

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domingo, 1 de dezembro de 2024

ALERTA DE GUERRA NA EUROPA PREOCUPA O MUNDO

 

BBC News Brasil

A preocupação em relação a um conflito expandido na Europa cresceu após a escalada no conflito na Ucrânia nos últimos dias

A preocupação em relação a um conflito expandido na Europa cresceu após a escalada no conflito na Ucrânia nos últimos dias© Getty Images

Alertas feitos por autoridades europeias sobre a necessidade de o continente se preparar para um possível conflito têm elevado os níveis de tensão na região.

Na segunda-feira (25/11), um oficial da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) instou empresas na Europa a se prepararem para um cenário de guerra e a ajustarem suas linhas de produção e distribuição, a fim de ficarem menos vulneráveis ​​à chantagem de países como Rússia e China.

“Se pudermos garantir que todos os serviços e bens cruciais possam ser entregues, não importa o que aconteça, isso será uma parte fundamental da nossa dissuasão”, disse o presidente do comitê militar da Otan, o almirante holandês Rob Bauer, segundo a agência Reuters.

Em um evento em Bruxelas, Bauer se mostrou preocupado sobre uma possível dependência europeia em relação à China e à Rússia em áreas como fornecimento de energia e metais raros e medicamentos.

Segundo o militar, é inocência pensar que os governos russo e chinês não podem usar essa dependência como vantagem em um cenário de guerra.

“Embora sejam os militares que vençam batalhas, são as economias que vencem as guerras”, disse.

Ameaça ‘séria e real’ de guerra global

A preocupação em relação a um conflito expandido na Europa cresceu após a escalada no conflito na Ucrânia nos últimos dias.

O presidente Vladimir Putin anunciou em novembro uma mudança no protocolo russo sobre o uso de armas nucleares, relaxando os critérios para o emprego desse tipo de armamento em um conflito.

Pouco antes, Estados Unidos e Reino Unido cruzaram (outra) linha vermelha traçada por Putin, ao permitirem que a Ucrânia dispare contra a Rússia mísseis de longo alcance fornecidos pelo Ocidente.

E tudo isso aconteceu na mesma semana em que Putin ameaçou o Reino Unido, os EUA e qualquer outro país que estiver suprindo a Ucrânia com esse tipo de arma e para esse tipo de propósito.

“Nos consideramos no direito de usar nossas armas contra bases militares nestes países que permitirem o uso de armas contra nossas bases”, disse o líder russo, em um pronunciamento à nação na quinta-feira (21/11).

Desde o começo da guerra, governos ocidentais já ultrapassaram diversas “linhas vermelhas” da Rússia: fornecendo tanques, sistemas de mísseis avançados e caças F16 à Ucrânia. E as “consequências” citadas pelo Kremlin nunca se materializaram.'Os eventos das últimas dezenas de horas mostram que esta ameaça é realmente séria e real em termos de um conflito global', disse premiê polonês

‘Os eventos das últimas dezenas de horas mostram que esta ameaça é realmente séria e real em termos de um conflito global’, disse premiê polonês© Getty Images

Diante desses acontecimentos, o primeiro-ministro da Polônia, Donald Tusk, fez um alerta sobre uma ameaça “séria e real” de guerra global.

A invasão em larga escala da Ucrânia pela Rússia “está entrando em uma fase decisiva”, disse Tusk em um discurso ao Sindicato dos Professores Poloneses na sexta-feira (22/11).

“Todos nós sabemos, sentimos que o desconhecido está se aproximando. Nenhum de nós sabe o fim deste conflito, mas sabemos que ele está assumindo dimensões muito dramáticas no momento”, afirmou.

“Os eventos das últimas dezenas de horas mostram que esta ameaça é realmente séria e real em termos de um conflito global”.

‘Se houver crise ou guerra’

Localizados em uma área de risco e temendo as consequências de suas movimentações geopolíticas recentes, países escandinavos também têm instruído suas populações sobre como agir em caso de um conflito.

Em novembro, milhões de suecos começaram a receber um panfleto que orienta a população sobre como se preparar e lidar com a situação em caso de guerra ou outras crises inesperadas.

Intitulado “Se houver crise ou guerra”, o panfleto é uma versão atualizada de uma edição distribuída há seis anos, devido ao que o governo de Estocolmo chama de piora na situação de segurança — em outras palavras, à invasão em grande escala da Rússia na Ucrânia. O livreto tem o dobro do tamanho da versão anterior.

Finlândia, país vizinho, também publicou online suas novas orientações sobre “preparação para incidentes e crises”.

E os noruegueses receberam recentemente um panfleto pedindo que se preparem para se virar sozinhos por uma semana em caso de condições meteorológicas extremas, guerra e outras ameaças.

Suecos começaram a receber pelo correio o panfleto 'Se houver crise ou guerra'

Suecos começaram a receber pelo correio o panfleto ‘Se houver crise ou guerra’© TT News Agency/AFP

Durante o verão no hemisfério norte, a agência de gestão de emergências da Dinamarca disse que estava enviando por e-mail aos adultos dinamarqueses detalhes sobre água, alimentos e medicamentos de que necessitariam para ultrapassar uma crise durante três dias.

Suécia e Finlândia são os mais recentes países a aderirem à Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan).

A decisão das duas nações de abandonarem sua posição de neutralidade foi um revés para Vladimir Putin, que condena a expansão da Otan e lista os movimentos da aliança como um dos motivos para a sua invasão da Ucrânia.

A Finlândia compartilha uma fronteira 1.340 km com a Rússia e solicitou formalmente a adesão à Otan com a Suécia em maio de 2021 por causa da guerra. Já Noruega e Dinamarca fazem parte dos membros fundadores da aliança militar.

O que esperar?

Steve Rosenberg, editor de Rússia da BBC News, diz que é difícil saber o que esperar de Vladimir Putin e do futuro do conflito.

Para ele, talvez nem mesmo o presidente russo saiba seus próximos passos, o que deixa tudo mais grave.

Rosenberg afirma que Putin tem usado constantemente nos últimos anos a escalada de tensões como método para atingir suas metas — neste caso, o controle sobre a Ucrânia ou a paz nos termos da Rússia.

“Há muitos exemplos de Putin escalando a guerra: a invasão de grande escala da Ucrânia, a decisão de declarar quatro territórios ucranianos como parte da Rússia, o envio de soldados norte coreanos para a região de Kursk, a decisão de atacar a cidade de Dnipro com um novo míssil balístico hipersônico de alcance médio na quinta-feira e as ameaças de atacar o Ocidente”, diz.

“Uma vez eu descrevi Putin como um carro sem marcha ré ou freio, voando baixo em uma estrada, com o acelerador no máximo. Pelo visto, pouco mudou.”

Segundo o editor da BBC, a escalada é uma possibilidade clara e a Ucrânia deve estar se preparando para mais ataques russos, com bombardeios ainda mais pesados.

Por outro lado, Rosenberg vê a mudança de governo nos Estados Unidos, com Donald Trump assumindo a presidência em 2025, como um evento que pode mudar o rumo atual do conflito.

Trump tem expressado ceticismo sobre assistência militar americana à Ucrânia e críticas em relação à aliança militar Otan. Ele também disse recentemente que conversar com Vladimir Putin seria “algo inteligente”

“Tudo isso deve soar como música aos ouvidos de Putin”, diz Rosenberg. “O que significa que apesar das mais recentes ameaças e alertas, o Kremlin pode decidir evitar uma grande escalada agora.”

“Isso se o Kremlin estiver calculando que Trump vai ajudar pôr um fim à guerra em termos que beneficiam a Rússia. Se esse cálculo mudar, a resposta de Moscou também pode mudar.”

INCIAMENTO POLÍTICO DE BOLSONARO ANTECPA ELEIÇÃO DE 2026

 

História de Guilherme Caetano – Jornal Estadão

BRASÍLIA – O indiciamento de Jair Bolsonaro (PL) e outras 36 pessoas pela Polícia Federal (PF) por tentativa de golpe de Estado tem antecipado cálculos eleitorais para a próxima eleição presidencial e gerado temor de que generais delatem aliados.

A tensão cresceu no círculo íntimo de Bolsonaro. Uma pessoa próxima a ele afirma “não duvidar” que os militares de alta patente possam fechar acordos de colaboração com o Ministério Público Federal (MPF) para prejudicar o ex-presidente, e que os “generais são inconsequentes”. A preocupação tem lastro no caso do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro e um de seus homens mais leais, cuja delação abasteceu as investigações.

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) é um dos 37 indiciados pela PF por tentativa de golpe de Estado Foto: Wilton Junior/Estadão

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) é um dos 37 indiciados pela PF por tentativa de golpe de Estado Foto: Wilton Junior/Estadão

Após o relatório de 884 páginas da PF ser tornado público pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, na última terça-feira, 26, pessoas no entorno de Bolsonaro passaram a colocar a disputa presidencial de 2026 como suposta motivação oculta por trás das investigações contra o ex-presidente.

Na quarta-feira, bolsonaristas mudaram o foco da defesa dos aliados, usando como subsídio uma pesquisa eleitoral indicando vantagem numérica de Bolsonaro contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) num eventual duelo pelo Palácio do Planalto. O discurso aposta num eventual cenário em que o cerco sobre Bolsonaro poderia turbinar sua imagem de perseguido pelo sistema, e fortalecer seu capital eleitoral.

“A trama midiática contra @jairbolsonaro tem um único objetivo: tirar da corrida eleitoral o único nome capaz de derrotar Lula”, diz o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) em suas redes sociais, sendo endossado por outros parlamentares. “A nova estratégia da esquerda é deixar seus oponentes inelegíveis. Sem prender ou assassinar seus rivais políticos, eles visam manter ares de democracia no país dominado”, escreve seu irmão, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP).

O reposicionamento do discurso, que antes focava na questão processual — o deputado federal Paulo Bilysnkyj (PL-SP) vinha dizendo que “no relatório da PF não existe prova da participação de Bolsonaro em nenhum fato”, e o comunicador Leandro Ruschel, que “não há evidências concretas de uma tentativa de golpe” —, se dá junto da torcida de que a eleição brasileira espelhe mais uma vez a americana.

Nos Estados Unidos, Donald Trump manteve sua popularidade e se elegeu numa vitória avassaladora no último mês, retornando à Casa Branca a despeito de estar condenado criminalmente e responder como réu em três processos, um deles por tentar interferir no resultado da eleição de 2020, quando perdeu para Joe Biden.

O vereador eleito Gilson Machado Filho (PL-PE), filho do ex-ministro do Turismo de Bolsonaro que acompanhou Eduardo e o pai à mansão de Trump na Flórida na noite em que ele foi confirmado presidente eleito, aposta nisso. Na semana passada, Bolsonaro passou uma semana de férias na companhia da família Machado em São Miguel dos Milagres.

“Eu acredito que (essa perseguição) só fortalece. Para a direita até vai ser bom prender Bolsonaro injustamente, porque o povo se comove com isso. Vai acontecer igual houve com Donald Trump”, ele diz.

O senador Rogério Marinho (PL-RN), secretário-geral do PL e principal interlocutor entre Bolsonaro e o presidente do partido, Valdemar Costa Neto, que estão impedidos pela Justiça de se comunicar, mantém o mesmo discurso: “Isso só fortalece o presidente (Bolsonaro), porque quado você exagera e persegue um grupo político desta forma, isso se reflete na população”, afirma.

Se o líder do Partido Republicano é inspiração para Bolsonaro, Lula pode igualmente ser. Isso porque há conversas no entorno do ex-presidente para ele repetir a estratégia petista em 2018, quando Lula estava preso e foi inscrito como cabeça de chapa presidencial mesmo assim. Com o ex-presidente petista impedido de concorrer, o então vice Fernando Haddad assumiu o seu lugar, beneficiando-se da transferência de votos do aliado e chegando ao segundo turno.

No caso do PL, os nomes de Flávio e Eduardo são cogitados para a empreitada similar, se Bolsonaro continuar impedido de concorrer. Em 2023, ele foi condenado à inelegibilidade por oito anos pela Justiça Eleitoral por ataques à democracia.

A direita, no entanto, se vê numa situação desconfortável: dois dos três nomes melhor posicionados para enfrentar o PT daqui a dois anos estão enroscados em ações que resultam em inelegibilidade. Além de Bolsonaro, Pablo Marçal (PRTB) responde a processos que podem tirar seu direito de disputar eleições, principalmente no caso de um documento inverídico divulgado por suas redes sociais contra Guilherme Boulos (PSOL) na reta final da campanha à Prefeitura de São Paulo.

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), por sua vez, também sob uma ameaça, ainda que considerada leve. Nesta semana, o ministro Kassio Nunes Marques arquivou uma notícia-crime aberta por Boulos contra Tarcísio que poderia deixá-lo inelegível.

AS ARMADILHAS DA INTERNET E OS FOTÓGRAFOS NÃO NOS DEIXAM TRABALHAR

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