domingo, 3 de novembro de 2024

ANTUÉRPIA CIDADE BELGA É O MAIOR ENTREPOSTO COMERCIAL DE DIAMANTES BRUTOS DO MUNDO

 

História de Vivienne Walt – Jornal Estadão

Por mais de um século, a Antuérpia tem sido um centro crucial para uma indústria global de US$ 100 bilhões (R$ 583 bilhões) – um setor que praticamente define amor e compromisso e que tem alimentado guerras cruéis e uma exploração terrível. A cidade belga é o maior entreposto comercial de diamantes brutos do mundo: cerca de 40% do suprimento anual de gemas do mundo passa pelo Diamantkwartier (centro de comércio de diamentes) da Antuérpia em sua jornada sinuosa da mina à joalheria.

O distrito de diamantes, três ruas estreitas perto da estação de trem, não reflete exatamente o glamour e o brilho do produto acabado. Mas os prédios modestos do bairro escondem um negócio de alto nível em seu interior. No andar de cima de um prédio de comércio de diamantes, em uma tarde recente de setembro, um engenheiro estava sentado olhando para uma pedra do tamanho de uma bola de golfe em sua mesa.

“É a primeira vez que vejo um diamante desse tamanho, e eu trabalho há 17 anos no setor”, disse o engenheiro, Narshi Kalsariya, estudando uma imagem em 3D de suas intrincadas facetas em seu monitor. Escavada no solo a mais de 7 mil milhas de distância, no país de Botswana, no sul da África, a pedra pesa mais de 1 mil quilates (200 gramas), ou cerca de sete onças.

O tamanho por si só é notável: apenas cerca de 10 diamantes com qualidade de gema desse tamanho já foram encontrados desde que os seres humanos começaram a escavá-los há mais de 2 mil anos.

Mas igualmente notável é a empresa que atualmente controla esse raro achado. Não se trata da De Beers, a potência do setor sediada em Londres que extrai e comercializa quase um terço dos diamantes do mundo (a maioria deles de Botswana). Em vez disso, trata-se de uma pequena empresa iniciante chamada HB Antwerp, lançada há apenas quatro anos por três cofundadores belgo-israelenses: Rafael Papismedov, Shai de Toledo e Oded Mansori.

Um engenheiro nos escritórios da HB Antwerp examina um diamante excepcionalmente grande para planejar como ele pode ser lapidado para diversas peças de joalheria. Foto: Vivienne Walt/Fortune

Um engenheiro nos escritórios da HB Antwerp examina um diamante excepcionalmente grande para planejar como ele pode ser lapidado para diversas peças de joalheria. Foto: Vivienne Walt/Fortune

Papismedov e de Toledo, que se conheceram enquanto deixavam os filhos na escola belga, lançaram a empresa com o que parecia ser uma meta absurda: derrubar o modelo de negócios de 130 anos do comércio de diamantes. Há muito tempo, o setor é insular, cujas habilidades e redes de comércio opacas são passadas de geração em geração, de pais para filhos, como segredos de família.

Os dois amigos queriam transferir o controle e os lucros de centros como Londres, Antuérpia e Tel Aviv para os países onde os diamantes são realmente encontrados. Eles argumentam que Botswana, com apenas 2,6 milhões de habitantes e vastas reservas de diamantes (e elefantes que atraem turistas), não tem recebido sua parte justa desde que as empresas ocidentais começaram a extrair suas pedras preciosas há quase 60 anos.

Em muitos aspectos, Botswana tem se beneficiado enormemente. Era um dos países mais pobres do mundo quando os diamantes foram descobertos no final da década de 1960, mas o Banco Mundial agora classifica Botswana como um país de renda média-alta. No entanto, o país ainda sofre com o alto índice de desemprego e a profunda desigualdade, graças à sua enorme dependência do comércio global de diamantes – um recurso natural que um dia se esgotará.

Embora o modelo da HB faça pouco para diminuir essa dependência de um único setor, os políticos de Botswana o têm visto como uma forma de impulsionar a criação de empregos e de criar uma manufatura doméstica, além de manter mais lucros do setor no país. A participação de Botswana no mercado de diamantes aumentou este ano, pois os EUA e a Europa começaram a bloquear os diamantes da Rússia, o maior produtor do mundo; esse crescimento está dando ao modelo um teste crucial.

Essas circunstâncias colocaram a HB Antwerp no centro de um debate turbulento sobre se as empresas ocidentais estão roubando os países africanos ricos em recursos – inclusive aqueles com minerais essenciais como o cobalto, que é essencial para os semicondutores – e se essas empresas aprofundam a divisão entre regiões ricas e pobres. Essas questões ganharam um foco mais nítido desde que a pandemia da covid causou estragos nas cadeias de suprimentos e à medida que os consumidores mais jovens buscam cada vez mais produtos que reflitam seus valores sociais.

Para muitos críticos, os diamantes são o epítome dessa controvérsia. E os fundadores da HB Antwerp se incluem entre os detratores.

“Tudo está errado com esse setor”, diz Papismedov, sentado em sua sede no topo do antigo prédio da bolsa de diamantes da Antuérpia. Durante décadas, diz ele, as empresas de mineração extraíram o maior número possível de diamantes brutos, o mais rápido possível, a fim de recuperar as despesas de capital, e depois os leiloaram em massa para os negociantes de diamantes, que os poliram e lapidaram em joias.

Os países africanos não são os únicos que sofrem com essa extração incessante: o mercado de diamantes também está sofrendo. “Eles estão fabricando coisas que ninguém lhes pediu para fabricar”, diz Papismedov. “É um mercado para apostadores”. Depois de um boom de gastos pós-pandemia, a demanda por diamantes tem caído constantemente desde 2022, com a desaceleração da economia chinesa e o aumento da inflação. As receitas da De Beers caíram 21% no primeiro semestre deste ano, em comparação com o mesmo período do ano passado, e essa queda ocorreu após uma queda acentuada em 2023.

Os negociantes de diamantes estão agora depositando suas esperanças no esbanjamento dos americanos nesta época de Natal. “Todos nós esperamos que a temporada americana seja positiva”, disse Isi Morsel, presidente do Conselho Mundial de Diamantes da Antuérpia, a principal organização comercial, e CEO da Dali Diamond, à Fortune. “Os preços são os mais baixos desde antes da pandemia. Quase metade dos anéis de noivado vendidos nas joalherias dos EUA agora não são feitos com diamantes naturais – rochas com bilhões de anos, formadas a centenas de quilômetros sob a Terra -, mas com diamantes sintéticos cultivados em laboratório, que custam cerca de um décimo do preço do diamante real.”

Para atacar esses problemas, Papismedov e de Toledo queriam inverter o modelo comercial do setor. Em vez de pagar ao governo de Botswana por lotes de diamantes brutos, eles ofereceram uma parte do preço final de mercado das gemas polidas, dando ao país uma parcela muito maior da receita total. “É muito simples”, diz Papismedov, descrevendo a proposta da HB para o governo de Botswana: “Tiramos 20% do topo. Quanto mais eu conseguir vender, maior será minha margem. Os outros 80% são seus”. Em seguida, a HB Antwerp contratou os engenheiros da Microsoft para criar uma infraestrutura de blockchain que pudesse fazer seu plano funcionar, rastreando a procedência das gemas acabadas – e a receita que elas geravam – com precisão exata.

A receita da HB Antwerp no ano passado foi de cerca de US$ 181 milhões (R$ 1,051 bilhão) e sua receita projetada para este ano é de US$ 200 milhões (R$ 1,162 bilhão). Isso ainda é minúsculo em comparação com a De Beers, que efetivamente inventou o mercado global de diamantes – juntamente com o slogan “Diamonds are forever” (Os diamantes são para sempre), idealizado por um redator da De Beers no final da década de 1940. Além disso, ao obter todos os seus diamantes de uma única e pequena mina em Botswana, especializada na detecção de pedras enormes, a HB Antwerp agora tem alguns dos maiores diamantes já encontrados.

Mas o impacto da HB supera em muito seu balanço patrimonial. A startup já ajudou Botswana a aumentar significativamente sua receita com diamantes. E já pressionou o gigante do setor a alterar seus próprios termos comerciais. Agora, alguns fãs da HB Antwerp acreditam que sua abordagem poderia revolucionar outros setores de mineração que têm um impacto muito maior sobre a economia global.

Desafiando o gigante dos diamantes De Beers

No salão de comércio de diamantes no térreo dos escritórios da HB, as fotos de maus pagadores e vigaristas são exibidas em um quadro de avisos. Os infratores foram todos condenados em tribunais especiais de diamante em Antuérpia, e sua presença nesse quadro os exclui efetivamente da indústria.

O quadro de fotos é um verdadeiro símbolo do isolamento da comunidade — e os fundadores da HB Antwerp afirmam que sentiram um tratamento igualmente frio dos veteranos em Antuérpia, que viam a abordagem da startup como uma ideia absurda inventada por forasteiros com pouco entendimento do negócio. “Quando começamos, eles riram de nós”, diz Papismedov. “Eles nos encontravam no elevador e nos diziam que estaríamos falidos em dois dias.”Negociantes de diamantes apostam no Natal dos americanos para melhorar as vendas de diamantes Foto: Mark Johnson/Adobe Stock

Negociantes de diamantes apostam no Natal dos americanos para melhorar as vendas de diamantes Foto: Mark Johnson/Adobe Stock

Ninguém está rindo agora. A startup provocou uma discussão acirrada entre produtores e comerciantes de diamantes, e até complicou a parceria de décadas da De Beers com Botswana, cujo governo agora vislumbra a possibilidade de partilha mais generosa de lucros. “É uma pequena gota no oceano”, diz de Toledo. “Mas uma vez que você entende o que sai de cada pedra, você começa a duvidar de tudo o mais.”

No ano passado, enquanto Botswana negociava um novo contrato com a De Beers, o presidente Mokgweetsi Masisi insistiu em uma maior participação nos lucros, dizendo: “Não devemos ser escravizados”. (Masisi enfrentou uma dura batalha por um segundo mandato de cinco anos nas eleições nacionais realizadas na quarta-feira; ele reconheceu a derrota nessa sexta-feira e disse que se demitiria. Políticos da oposição dizem que o governo falhou em aliviar a pobreza ou a taxa de desemprego de 28% em Botswana — problemas que pioraram com a retração do comércio global de diamantes.)

A De Beers, que obtém cerca de 73% de seus diamantes de Botswana, acabou concordando em dobrar a participação do governo em sua produção (e, portanto, receitas) de diamantes brutos na próxima década, para 50% de 25%. A diretora de pessoas da De Beers, Malebogo Mpugwa, disse à Fortune que a empresa também está investindo em programas para diversificar a economia de Botswana; 80% das receitas externas do país vêm de suas exportações de diamantes. “Embora os diamantes sejam para sempre, as minas de diamantes não são”, diz ela.

Talvez, também não seja o poder da De Beers. No início deste ano, a empresa foi colocada à venda por sua proprietária, a gigante mineradora com sede em Londres Anglo American. Mas, sem ofertas relatadas até agora, alguns analistas expressam dúvidas sobre seu futuro. “O império da De Beers está por um triz?” perguntou o boletim especializado Africa Intelligence no final de setembro — uma questão que pareceria impensável até recentemente. “A HB Antwerp é um verdadeiro desafio à dominação da De Beers, minando-a no momento mais inoportuno”, escreveu a publicação. (O chefe de comunicações estratégicas da De Beers, David Johnson, descartou a previsão sombria, dizendo à Fortune, “Vemos muitas oportunidades.”)

A questão é, quão amplamente adaptável é o modelo da HB Antwerp? Um porta-voz da Microsoft disse por e-mail que a startup está sendo vista como um modelo para o uso da tecnologia blockchain Azure SQL da Microsoft em setores como serviços financeiros e saúde. Da mesma forma, poderia ser um modelo para a comercialização de commodities como ouro ou platina, nos quais empresas globais, não os países de origem, obtêm grandes lucros dos produtos finais.

É difícil prever quando esse futuro chegará. Mas Papismedov e de Toledo já provaram um ponto: uma nova ideia, se ousada o suficiente, pode desafiar as práticas enraizadas até mesmo de multinacionais enormes. “O passo que eles deram é realmente pequeno, mas ninguém nunca o deu”, diz Stuart Krusell, diretor sênior de programas globais na Escola de Negócios Sloan do MIT, cujos alunos viajaram para Botswana no ano passado para pesquisar as operações da HB Antwerp, em uma viagem parcialmente financiada pela HB.

Krusell acredita que jogadores da indústria como a De Beers se acomodaram depois de décadas de dominação do setor — deixando-os profundamente vulneráveis à disrupção, especialmente o boom dos diamantes cultivados em laboratório, mesmo enquanto a inflação e a guerra na Ucrânia abalaram o mercado. Ele compara a De Beers com a “General Motors no final dos anos 60?, quando a maior montadora dos EUA perdeu a ameaça iminente de novatos como a Toyota. “Você é um monopólio e tem contratos que pensou que nunca mudariam”, diz ele. “Então, por que fazer algo diferente?”

Uma “árvore genealógica” para cada pedra

De Toledo cresceu vendo seu pai, um talhador de diamantes, trabalhar em um negócio fechado com comerciantes envelhecidos. Ele diz que quando a equipe da HB Antwerp lançou a empresa em janeiro de 2020, o mantra deles era: “Esta é uma nova cadeia de suprimentos. Esqueça tudo o que foi feito até agora. Vamos construir uma nova.”

Seu objetivo era eliminar quase todos os intermediários da indústria, que normalmente se estendem da África a Israel, Índia e Europa, e substituí-los por um processo simplificado, da mina à joalheria. Isso inclui treinar polidores e cortadores de diamantes locais em Botswana, em vez de exportar pedras brutas em massa para a Índia. A HB abriu uma fábrica de diamantes em Botswana no ano passado, com 45 moradores locais treinados em Antuérpia trabalhando em empregos qualificados bem remunerados. A ideia é eventualmente transferir muitas mais operações para o país. “Nossos únicos clientes são as pessoas de onde os diamantes vêm”, diz de Toledo.

A cadeia de suprimentos também é vastamente simplificada, já que a HB Antwerp até agora compra todos os seus diamantes de uma única mina, Karowe, de propriedade da empresa canadense de Vancouver, Lucara Diamond — outra startup. Nos termos de seu acordo, a HB tem direitos exclusivos e prioritários sobre todos os diamantes maiores que 10,8 quilates.

Os resultados surpreenderam o mundo dos diamantes. Nada menos que sete dos 10 maiores diamantes já encontrados foram descobertos na pequena Karowe — um ponto ínfimo no mapa — e todos, exceto dois, foram adquiridos pela HB Antwerp. As enormes descobertas surgiram graças a uma tecnologia alemã de alta varredura chamada XRT, que a Lucara implementou em Karowe. Ela detecta diamantes profundamente no subsolo, para que possam ser trazidos à superfície intactos — uma diferença marcante de outras minas, onde montes de terra são escavados e depois peneirados à procura de diamantes. E, em contraste com o mercado volátil para diamantes pequenos, diamantes gigantes são tão raros que cada um pode valer dezenas de milhões de dólares.

Em agosto, a operação Karowe da Lucara encontrou o segundo maior diamante já descoberto, quase batendo um recorde que perdura desde 1905 (pedaços dessa pedra mais antiga, chamada de Diamante Cullinan, acabaram nas joias da coroa britânica); em setembro, a Lucara encontrou outra pedra gigante. “Essas descobertas enviaram ondas de choque através de nossa indústria”, diz Grant Mobley, um gemologista e editor no Conselho do Diamante Natural, uma organização comercial. “É inacreditável. Ninguém esperava isso.”

Mas para que a HB Antwerp possa pagar a Botswana 80% do preço da gema polida, os diamantes precisam ser completamente rastreáveis, até a compra pelo consumidor — algo que agora é possível, graças à blockchain. (A De Beers tem um sistema proprietário similar, chamado TRACR, que a empresa implementou em larga escala em 2022, dois anos após o lançamento da HB. O porta-voz da empresa, Johnson, diz que agora rastreia cerca de dois terços de seus diamantes.)

A tecnologia é crucial para todas as partes do trabalho da HB Antwerp. Em seus escritórios, um dia em setembro, quatro engenheiros e cientistas de dados sentaram-se a uma mesa acompanhando em um monitor de parede o progresso de cada diamante sendo trabalhado pela empresa, em tempo real, tanto em Botswana quanto na Bélgica, detalhando o que cada funcionário estava fazendo. O livro-razão coleta mais de 3 mil pontos de dados, atualizado a cada 15 minutos, criando o que de Toledo chama de “uma auditoria interna que busca constantemente por brechas”.

Nenhum diamante pode ser tocado sem estar conectado a uma “cápsula HB”, uma pequena caixa que fica em cada mesa no prédio. A caixa rastreia a transferência de cada pedra de uma pessoa para outra e conecta essa transição à rede. À medida que cada pedra é cortada em diamantes cada vez menores, um fluxograma exibe as origens e conexões — “uma árvore genealógica, com pais e irmãos”, como de Toledo chama.

A partir do próximo ano, a HB planeja criar “certidões de nascimento” para os consumidores, permitindo que comprem uma peça de joalheria com diamantes com um documento mostrando exatamente onde e quando a gema ou gemas foram encontradas, e quantos irmãos elas têm. Especialistas acreditam que esse tipo de narrativa é especialmente importante à medida que a demanda por diamantes diminui. “Os consumidores se importam cada vez mais com a origem de uma pedra”, diz Mobley, acrescentando que o processo de rastreamento diferencia ainda mais os diamantes naturais das versões cultivadas em laboratório, que cada vez mais se assemelham aos reais. “Um é feito na Terra bilhões de anos atrás, o outro é feito em uma fábrica em duas semanas na Índia ou China”, diz ele. “Quando você pode contar uma história sobre a origem de um diamante, uma pessoa se apaixona por essa pedra.”

Os fundadores da HB esperam que isso seja verdade. Já, dizem eles, sua blockchain oferece aos investidores informações raras e confiáveis sobre o potencial de mercado dos diamantes, facilitando a captação de capital para a startup. “A qualquer momento, eles sabem qual é o valor das pedras, e isso está associado àquela dívida”, diz de Toledo.

Isso poderá determinar se a HB é capaz de replicar seu negócio em outros lugares — por exemplo, na vizinha República Democrática do Congo, lar de gigantescas reservas de cobre, tântalo e outros minerais, e onde três quartos do cobalto do mundo são minerados. O presidente desse país, Félix Tshisekedi, visitou a operação da HB em Botswana no ano passado para estudar seu modelo.

De Toledo vê esse interesse como um sinal de que a empresa pode desempenhar um papel maior à frente. “O objetivo da HB não é estar na indústria de diamantes”, diz ele. “É mostrar ao mundo da mineração como uma cadeia de suprimentos deve parecer.”

Este conteúdo foi traduzido com o auxílio de ferramentas de Inteligência Artificial e revisado por nossa equipe editorial. Saiba mais em nossa Política de IA.

A GERAÇÃO Z ESTÁ COMEÇANDO A ENTRAR NUM MERCADO DE TRABALHO QUE NÃO ESTÁ PREPARADO PARA ELA

 

História de Imane El Atillah – Euronews Português

As empresas estão a despedir trabalhadores da Geração Z devido à crescente insatisfação com os recém-licenciados

As empresas estão a despedir trabalhadores da Geração Z devido à crescente insatisfação com os recém-licenciados© Canva

A Geração Z está a começar a entrar num mercado de trabalho que não está totalmente preparado para ela.

Uma vez que muitos recém-licenciados se deparam com queixas sobre a sua integração no local de trabalho, os empregadores revelam uma hesitação crescente em contratá-los, de acordo com um relatório recente da plataforma de aconselhamento sobre educação e carreira, Intelligent.

O relatório, que se baseou num inquérito a cerca de 1.000 gestores de contratação, concluiu que um em cada seis empregadores estava relutante em contratar trabalhadores da Geração Z, principalmente devido à sua reputação de arrogantes e facilmente ofendidos.

Além disso, mais de metade disse que esta geração, que se refere a pessoas nascidas entre 1997 e o início da década de 2010, carece de uma forte ética de trabalho, tem dificuldades de comunicação, não lida bem com o feedback e, em geral, não está preparada para as exigências do mercado de trabalho.

Holly Schroth, professora sénior da Haas School of Business da Universidade da Califórnia, em Berkeley, explicou que o facto de a Geração Z se concentrar em atividades extracurriculares para aumentar a sua competitividade na faculdade, em vez de ganhar experiência profissional, conduziu a “expetativas irrealistas” sobre o local de trabalho e a forma de lidar com os chefes.

“A Geração Z não conhece as competências básicas de interação social com clientes, colegas de trabalho, nem a etiqueta no local de trabalho”, disse Schroth à Euronews Next, por e-mail.

Por conseguinte, cabe à empresa integrar corretamente o novo empregado e dar-lhe uma formação adequada. Além disso, o patrão deve atuar como treinador e também como gestor”.

Porque é que tantas empresas estão a despedir trabalhadores da Geração Z?

Cerca de seis em cada dez empresas incluídas no inquérito referiram ter despedido um recém-licenciado universitário que contrataram este ano.

Algumas das razões citadas por detrás destas decisões incluem a falta de motivação dos empregados, falta de profissionalismo e fracas capacidades de comunicação, entre outras.

“Muitos recém-licenciados podem ter dificuldades em entrar no mercado de trabalho pela primeira vez, uma vez que pode ser um enorme contraste com aquilo a que estão habituados ao longo do seu percurso académico. Muitas vezes, não estão preparados para um ambiente menos estruturado, para a dinâmica cultural do local de trabalho e para a expetativa de trabalho autónomo”, afirmou Huy Nguyen, consultor principal da Intelligent para a educação e o desenvolvimento de carreiras, numa declaração.

“Embora possam ter alguns conhecimentos teóricos da faculdade, muitas vezes não têm a experiência prática, do mundo real e as competências transversais necessárias para serem bem sucedidos no ambiente de trabalho”, acrescentou.

Os responsáveis de recursos humanos inquiridos também referiram que alguns dos seus trabalhadores da Geração Z tinham dificuldade em gerir a sua carga de trabalho, chegavam frequentemente atrasados e não se vestiam nem falavam de forma adequada.

Um outro relatório de abril revelou que os trabalhadores da Geração Z dependiam demasiado do apoio dos pais durante a procura de emprego.

De acordo com o inquérito realizado pela ResumeTemplates e que incluiu respostas de cerca de 1.500 jovens à procura de emprego, 70% admitiram pedir ajuda aos pais no processo de procura de emprego.

Outros 25% até levaram os pais a entrevistas, enquanto muitos outros pediram aos pais que apresentassem candidaturas a empregos e redigissem currículos por eles.

Como conseguir um emprego para um recém-licenciado?

Para aumentar as suas hipóteses de contratação, os empregadores sublinharam que algumas das principais qualidades que procuram são a iniciativa e uma atitude positiva.

Os gestores também valorizam a experiência no mundo real, seja através de estágios ou empregos e, em menor grau, ter uma presença adequada nas redes sociais e evitar discussões políticas.

“Os recém-licenciados que estão a começar o seu primeiro emprego devem demonstrar profissionalismo, não se conformando com normas ultrapassadas, mas sendo respeitosos e empenhados no seu trabalho”, disse Nguyen.

Schroth acrescentou que, embora os empregadores estejam atualmente hesitantes em contratar a Geração Z devido a uma taxa mais elevada de despedimentos e a desafios na sua integração na força de trabalho, esta geração ainda representa mais de 25% da força de trabalho.

“Como resultado, as empresas precisam de gastar mais dinheiro e tempo na formação e a sua Geração Z irá prosperar”, concluiu.

LÍDERES ACHAM MUITO DESAFIADOR INTEGRAR A GERAÇÃO Z NO AMBIENTE DE TRABALHO

 

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Muitos líderes estão achando desafiador integrar a Geração Z (nascidos entre 1997 e 2010) no ambiente de trabalho. Veja quais são as principais críticas na hora de contratar.

Foto: Pexels

Muitos líderes estão achando desafiador integrar a Geração Z (nascidos entre 1997 e 2010) no ambiente de trabalho. 

Entre as principais críticas na hora de contratar, de acordo com uma pesquisa recente, estão:

  • 65% dos gestores apontam que essa geração demonstra um senso de superioridade
  • 63% dizem que eles se ofendem facilmente
  •  55% acreditam que há uma falta de ética de trabalho
  • 54% afirmam que eles não lidam bem com feedbacks
  • 53% consideram que estão pouco preparados para o mercado

Além disso, a pesquisa levantou que:

  • 75% das empresas afirmam que alguns ou todos os recém-formados que contrataram este ano foram insatisfatórios.
  •  6 em cada 10 empresas demitiram um recém-formado contratado este ano
  • 1 em cada 6 gestores que recrutam estão hesitantes em contratar Gen Zs.
  • Gestores dizem que recém-formados não estão preparados para o mercado de trabalho, não conseguem lidar com a carga de trabalho e demonstram falta de profissionalismo.
  •  1 em cada 7 empresas pode evitar contratar recém-formados no próximo ano.
  • 9 em cada 10 gestores acreditam que recém-formados deveriam passar por treinamentos de etiqueta no ambiente de trabalho.

Muitos gestores relataram que os jovens da Geração Z não estão prontos para o volume de trabalho, apresentam falta de profissionalismo e têm dificuldade em lidar com a autonomia no ambiente de trabalho.

O que os especialistas sugerem?

Para evitar esses problemas, empresas podem investir em programas de integração formal, que expliquem claramente a cultura da empresa e as expectativas, além de oferecer mentoria para apoiar o desenvolvimento desses profissionais.

20 coisas que eu gostaria de saber aos 20 anos (mas tive que aprender sozinho)

Karen Nimmo – Psicóloga

“Espírito primeiro. Porque isso é o mais importante. Não é o quão bem você pode executar ou quanto dinheiro você pode ganhar. Mas se você não é o ser humano que deveria ser, você não está fazendo isso corretamente.” — Gladys Knight.

Uma jovem cliente que estava terminando sua terapia tinha um pedido final.

Ela queria alguns conselhos genéricos de vida: que tal 20 coisas para 2020? ela disse, lançando um desafio.

Eu não tive que pensar sobre isso por muito tempo. Quanto mais velho você fica, mais você vê, mais você erra, mais você tem a dizer.

MAS…

Quanto mais medo você tem de dizer isso, porque sabe que não existe uma estratégia de tamanho único para a vida – que cada um de nós precisa seguir seu próprio caminho.

Ainda assim, eu estava pronto para o desafio. Aqui estão algumas coisas para ponderar.

20 coisas que eu gostaria de ter sabido nos meus vinte anos

1. Bons amigos valem ouro.

Ao longo da vida, apenas algumas pessoas realmente “pegarão” você. E alguns deles também não ficarão por aqui. Portanto, cuide de quem o faz. Mas também vale a pena saber que a amizade (e o amor) se desenvolve em lugares surpreendentes, em todas as idades e fases. Fique aberto a isso.

2. Ninguém se importa com o que você faz da sua vida.

Bem, alguns fazem um pouco – espero que isso inclua seus pais. Mas a maioria das pessoas está muito ocupada trilhando seus próprios caminhos para se preocupar com o que você está fazendo no seu. No final, até seus pais só querem que você seja feliz e autossuficiente. Aponte para isso.

3. A paixão por hambúrgueres com queijo e batatas fritas tem consequências.

Apenas dizendo.

4. A vida não dura para sempre.

Certa vez, tive um colega de apartamento cujo resumo da experiência humana era o seguinte: “você nasce, vive um pouco e depois morre”. Achei que ele era um Bisonho; Acontece que ele estava certo. Espero que você tenha um longo intervalo entre o começo e o fim. Mas nenhum de nós sabe o que está por vir. Use bem o seu tempo.

5. Nem o planeta.

Você não pode salvar tudo sozinho, mas pode fazer a sua parte.

6. A vida às vezes é entediante – precisa ser.

Tente viver em altas rotações 24 horas por dia, 7 dias por semana, e você saberá o que quero dizer. Tempo de inatividade, manchas planas, tédio – como você quiser chamar – é necessário para recuperar e recarregar, pensar e criar – e fazer mudanças.

O tédio crônico é um problema, portanto, se você se encontrar lá, faça tudo o que puder para mudá-lo.

7. Sua saúde mental é um trabalho em andamento.

Humores e emoções não são consistentes. É mais difícil do que você pensa ficar em um bom espaço mentalmente. Haverá altos e baixos, dias bons e ruins, então você precisa aprender ferramentas e estratégias para lidar com ambos. E você precisa continuar usando-os.

8. Assim como sua saúde física.

Os corpos também não se cuidam. Eles brincam, ficam doentes, precisam de remédios, exames de saúde e manutenção regular. Quanto mais velho você fica, mais alto “use-o ou perca-o” soa em seus ouvidos. Quanto mais cedo você prestar atenção nisso, melhor.

9. Mentiras são corredores rápidos.

Uma vez ouvi dizer: uma mentira pode dar meia volta ao mundo antes mesmo de a verdade calçar seus sapatos de salto alto. É verdade. As mentiras se espalham rapidamente – e machucam. Pense nisso por um tempo.

10. Você precisa usar tanto as mãos quanto a cabeça.

Passar muito tempo em sua cabeça o deixará louco – e fará de você um insone. Fazer coisas é a melhor maneira de combatê-lo – tira você da cabeça e o leva para o corpo. Isso é bom pra você.

11. A maioria das pessoas está fazendo o melhor que pode. Mas alguns não são.

Verdadeiramente, a maioria das pessoas está se esforçando com o que tem. A maioria das pessoas quer ser um ser humano bom, gentil e que contribui. Algumas pessoas são idiotas, e mesmo que tenham uma razão válida para isso, você precisa ficar longe delas.

12. Poder regular tudo é tudo.

Comida, álcool, substâncias, pornografia/sexo, humores, emoções, reações – ter propriedade sobre isso é possuir sua própria vida. NB: Não espere muito em breve, leva tempo e prática.

13. Tentar fazer os outros felizes é perda de tempo.

Você não pode. Você pode apoiá-los e estar lá para eles, mas criar uma vida boa é o trabalho deles. Assim como criar o seu é seu.

14. Ficar sozinho é legal. Estar sozinho é difícil.

Estar sozinho, para experimentar, pensar e sonhar, sustentará e até fortalecerá sua saúde mental. Mas sentir-se isolado o levará para o outro lado. Faça o possível para se manter conectado – com as pessoas, com os vizinhos, com os animais de estimação, com o caixa do supermercado. E se você não está sozinho, fique de olho nos que estão. Uma palavra gentil faz uma grande diferença.

15. O arrependimento é bom; pendurar no passado é ruim.

Ter arrependimentos mostra que você está ciente dos erros que cometeu, das maneiras não tão boas como tratou os outros ou a si mesmo. Apegar-se a coisas que você não pode mudar irá destruí-lo, então treine seus olhos na estrada à sua frente.

16. O luto é uma merda.

As pessoas que você ama e se preocupam estarão perdidas para você, e você terá que encontrar maneiras de lidar com isso. Leva muito mais tempo do que você pensa, às vezes para sempre. Mas você precisa saber que pode viver uma vida boa, até ótima, ao lado dela.

17. As pessoas são criaturas de hábitos E incrivelmente imprevisíveis. Incluindo você.

Abandone suas elevadas expectativas em relação às pessoas. Até de si mesmo.

18. Você vai se machucar — mas não precisa se agarrar a isso.

Mágoa, rejeição e dor fazem parte do trato humano. Mas continue aprendendo a deixar ir, ou pelo menos afrouxar seu controle sobre isso.

19. Coisas ruins acontecem com pessoas boas.

Sim, eles fazem. E grandes coisas acontecem para significar pessoas. Vai saber.

20. A diversão também está em toda parte – mas às vezes está escondida.

Para citar os atemporais Desiderata de Max Ehrmann: “Apesar de toda a sua farsa, labuta e sonhos desfeitos, ainda é um mundo lindo.”

Nem sempre parece assim, eu sei. Às vezes parece que a beleza foi sugada dele. Mas há muita coisa boa no mundo. Faça da sua missão continuar procurando por ele.

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sábado, 2 de novembro de 2024

COREIA DO NORTE MANDOU MILHARES DE SOLDADOS À RÚSSIA PARA LUTAREM NA GUERRA NA UCRÂNIA

 

História de Nina Werkhäuser, Peter Hille – DW Brasil

Coreia do Norte mandou milhares de soldados à Rússia, e acredita-se que parte das tropas já esteja na fronteira com a Ucrânia. Como a participação de Pyongyang nos combates mudaria o conflito?

Em breve no campo de batalha? Soldados norte-coreanos em registro feito em Pyongyang (foto de arquivo)

Em breve no campo de batalha? Soldados norte-coreanos em registro feito em Pyongyang (foto de arquivo)© Ed Jones/AFP/AFP/Getty Images

Quantos soldados a Coreia do Norte enviou à Rússia?

Fontes dos governos da Ucrânia, Coreia do Sul e Estados Unidos afirmam que a Coreia do Norte enviou ao menos 10 mil soldados para a Rússia. Alguns relatos falam em até 12 mil homens.

O presidente russo Vladimir Putin diz que não descarta usar essas tropas no campo de batalha. “É nossa decisão soberana.”

A Coreia do Norte, que inicialmente negou o envio de tropas, posteriormente passou a defender a ideia como coerente com o direito internacional.

Nesta sexta-feira (01/11), a ministra norte-coreana do Exterior, Choe Son Hui, prometeu durante encontro em Moscou que seu país ajudará a Rússia na guerra “até o dia da vitória”.

A Ucrânia e países aliados criticaram o envio de tropas norte-coreanas. O temor é de uma nova escalada da guerra.

Onde os soldados norte-coreanos estão?

As tropas foram inicialmente enviadas ao leste da Rússia para treinamento. Alguns veículos de imprensa relatam que os soldados usam uniforme russo e estão aprendendo comandos militares na língua estrangeira.

Uma parte dessas tropas teria chegado a Kursk, região russa na fronteira com a Ucrânia, e que em agosto chegou a ser parcialmente tomada pelas tropas de Kiev. O Exército russo quer reassumir o controle da região, e pode recorrer à ajuda de soldados norte-coreanos.

Imprensa sul-coreana divulgou fotos que mostrariam soldados norte-coreanos na Rússia

Imprensa sul-coreana divulgou fotos que mostrariam soldados norte-coreanos na Rússia© Ahn Young-joon/AP/picture alliance

Por que Putin precisa de soldados da Coreia do Norte?

A guerra na Ucrânia impôs grandes perdas à Rússia. Segundo a inteligência militar britânica, Moscou perdeu só em setembro 1.271 soldados, mortos em batalha ou gravemente feridos. Desde o início da guerra seriam mais de 600 mil baixas.

O secretário geral da Otan, Mark Rutte, afirma que, com isso, a Rússia já “não tem mais condições de manter seu ataque contra a Ucrânia sem ajuda estrangeira”.

Putin precisa urgentemente de mais soldados. Observadores, porém, se questionam se 10 mil homens norte-coreanos são o bastante diante das numerosas perdas de Moscou.

Como os norte-coreanos poderiam participar do conflito?

O serviço secreto da Coreia do Sul presume que as tropas norte-coreanas enviadas à Rússia são unidades especiais altamente treinadas. Mas não sabe como e onde exatamente elas vão operar.

“Os militares norte-coreanos foram preparados para treinar na península coreana, e não para serem enviados ao exterior”, frisa Mark Cancian, conselheiro chefe do programa para segurança internacional do think tank americano CSIS. Cancian diz supor que essa seja a primeira vez que os soldados saem da Coreia do Norte.

O analista acredita que os norte-coreanos poderiam ser encarregados de tarefas especiais, por exemplo na área de logística ou associados aos mísseis norte-coreanos que Pyongyang entregou à Rússia.

O presidente ucraniano Volodimir Zelenski insiste que as tropas foram enviadas ao front. Emissários de seu governo afirmam que os soldados foram misturados às unidades russas para ocultar sua presença. “A Ucrânia será forçada a lutar contra a Coreia do Norte dentro da Europa.”

O que o direito internacional diz sobre a presença de soldados norte-coreanos na guerra contra a Ucrânia?

Ao guerrear contra a Ucrânia, a Rússia atenta contra o princípio de não agressão. Caso a Coreia do Norte apoie esse ataque com seus próprios soldados, “então também a Coreia do Norte estaria violando o direito internacional”, argumenta Claus Kress, professor de direito penal e internacional na Universidade de Colônia.

Segundo ele, tanto faz se os soldados de Pyongyang estão na região russa de Kursk, em áreas ucranianas anexadas pela Rússia ou em território de domínio ucraniano – em todas essas hipóteses, a Coreia do Norte estaria pelo menos contribuindo para uma ação violenta proibida pelo direito internacional.

Para Claus Kress, professor de direito penal e internacional na Universidade de Colônia, participação de soldados de Pyongyang na guerra na Ucrânia seria violação do direito internacional

Para Claus Kress, professor de direito penal e internacional na Universidade de Colônia, participação de soldados de Pyongyang na guerra na Ucrânia seria violação do direito internacional© Pascal Buenning

A presença de soldados norte-coreanos faz do país parte no conflito?

Isso, segundo Kress, dependeria da cadeia de comando sobre os soldados norte-coreanos. “Se só estiverem subordinados à Rússia, a ação desses soldados seria, do ponto de vista do direito internacional, atribuível apenas à Rússia” – ainda que, ressalta o professor, esses militares participassem diretamente de hostilidades no conflito.

“A situação seria outra se a Coreia do Norte mantiver o controle sobre os seus soldados, independente de ela comandá-los sozinha ou junto com a Rússia”, afirma. Tal cenário faria do país asiático parte do conflito.

Num caso desses, se a violência se intensificasse a ponto de caracterizar um ataque armado da Coreia do Norte à Ucrânia, Kress afirma que Kiev poderia se defender atacando território norte-coreano, a milhares de quilômetros dali, desde que “dentro dos critérios de proporcionalidade e necessidade”.

O que a Coreia do Norte ganha servindo a Putin?

Com 1,3 milhão de soldados, a Coreia do Norte tem um dos maiores exércitos do mundo e poderia se beneficiar taticamente da experiência de batalha, algo que tornaria o país mais ameaçador para a vizinha Coreia do Sul.

Antes de enviar soldados à Rússia, Pyongyang já acudiu o regime de Vladimir Putin com munição aos milhares e mísseis balísticos. Em troca, acredita-se que tenha recebido alimentos, combustíveis e tecnologia de satélites.

Em troca dos soldados, o ditador Kim Jong-un agora poderia tentar obter outras vantagens de Putin, especula Victor Cha, do think tank CSIS. “Kim não é burro. Ele sabe que Putin precisa tanto da munição quanto das tropas da Coreia do Norte. Então, por que não cobrar um preço mais caro por isso?”

Segundo Cha, Kim tem muito interesse em tecnologia militar de ponta, principalmente para mísseis intercontinentais e submarinos atômicos; se Putin cederá ou não, é outra história.

O que une Rússia e Coreia do Norte?

Os dois países mantiveram relações estreitas nos tempos da Guerra Fria. Essa amizade está sendo revivida por Putin e Kim desde o início da guerra na Ucrânia.

O apoio da Coreia do Norte à Rússia tornou-se evidente quando o país foi um dentre cinco países em toda a comunidade internacional a votar contra a resolução da Assembleia Geral da ONU, em março de 2022, que condenava o ataque russo à Ucrânia.

Ao se alinhar à Rússia, a Coreia do Norte, que enfrenta isolamento internacional, assegurou seu acesso a bens e tecnologia de que necessitava em troca de munição e armas para Putin.

A colaboração culminou em junho de 2024 com um pacto de defesa mútua.

Lado a lado: os autocratas Kim Jong-un e Vladimir Putin numa das raras viagens internacionais do chefe do Kremlin desde o início da guerra na Ucrânia (foto de arquivo)

Lado a lado: os autocratas Kim Jong-un e Vladimir Putin numa das raras viagens internacionais do chefe do Kremlin desde o início da guerra na Ucrânia (foto de arquivo)© Vladimir Smirnov/POOL/TASS/dpa/picture alliance

Como a Otan reage aos soldados norte-coreanos?

“A Otan exige que Rússia e Coreia do Norte interrompam essas ações imediatamente”, afirmou em 28 de outubro o secretário geral da entidade, Mark Rutte. Ele classificou o envio de tropas norte-coreanas como “uma violação adicional das resoluções do Conselho de Segurança da ONU e uma perigosa escalada da guerra russa”.

Para Rutte, o posicionamento de tropas norte-coreanas em Kursk é “um sinal do crescente desespero de Putin”. Ele frisou que a Otan manterá seu apoio à Ucrânia.

Destroços de um míssil em Kiev: segundo a Ucrânia, a arma veio da Coreia do Norte

Destroços de um míssil em Kiev: segundo a Ucrânia, a arma veio da Coreia do Norte© Kyodo/picture alliance

O que isso significa para a Europa?

A eurodeputada alemã Marie-Agnes Strack-Zimmermann (FDP) chamou o envio de tropas norte-coreanas de “provocação inimaginável”. “O Eixo do Mal está ativo. Quem nos garante que, em alguns anos, soldados norte-coreanos não serão empregados no Báltico ou que os chineses não os comprarão para atacar Taiwan?”

Cha, do think tank CSIS, diz que a cooperação de Pyongyang com a Rússia terá efeitos duradouros.

“A Europa era tradicionalmente o portão da Coreia do Norte para o Ocidente e era considerada por Pyongyang mais ‘neutra’ que os EUA”, afirma. Ele acrescenta que há diplomatas norte-coreanos na maioria das capitais europeias, e “a decisão da Coreia do Norte de enviar tropas para matar europeus não será esquecida tão cedo nessas capitais”.

Autor: Nina Werkhäuser, Peter Hille

A COBRANÇA DE PEDÁGIO FREE FLOW USARÁ PÓRTICOS COM CÂMERAS CAPAZES DE IDENTIFICAR AS PLACAS DE VEÍCULOS EM MOVIMENTO OU O SINAL DAS TAGS

 

História de FÁBIO PESCARIN – Folha de S. Paulo

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O Contran (Conselho Nacional de Trânsito) regulamentou no último dia 14 de outubro a cobrança de pedágio eletrônico em sistema de livre passagem (free flow).

Com base no texto, a Senatran (Secretaria Nacional de Trânsito) irá produzir uma portaria para organizar a cobrança. Assim que ela for publicada no Diário Oficial da União, as concessionárias que operarem no novo modelo, ou governos, terão até 180 dias para se adaptarem à legislação.

Por esse modelo, em vez de uma praça de pedágio, são usados pórticos com câmeras capazes de identificar as placas de veículos em movimento ou o sinal das tags (do mesmo tipo usado em pedágios convencionais e estacionamentos de acesso sem parada).

Para veículos com tags válidas, a cobrança é feita automaticamente pela operadora contratada.

Quem não conta com esse dispositivo colado no para-brisa tem até 30 dias para fazer o pagamento —o prazo (antes era de até 15 dias) é uma das novidades da resolução.

Responsáveis pelas rodovias devem criar canais digitais, como sites e aplicativos, ou mesmo locais físicos, para que o usuário consiga fazer o pagamento do pedágio, o que ainda não existe em São Paulo, por exemplo.

A legislação ainda permite que os responsáveis pelas estradas possam permitir que usuários cadastrem cartões de crédito para débito.

Segundo a Senatran, até o primeiro semestre do ano que vem, o aplicativo CDT (Carteira Digital de Trânsito) deverá ser uma alternativa para se fazer o pagamento do pedágio e para consultar registros no sistema. A ideia é que o motorista receberá notificação por celular do valor, prazo e as formas de pagamento da tarifa.

Deverá ser criada uma nova aba no aplicativo, com informações sobre o trecho de pedágio que será cobrado.

Para centralizar as informações sobre os pedágios eletrônicos, todas as transações serão captadas pela Senatran, órgão do Ministério dos Transportes, e consolidadas em um único sistema, que será gerido pelo Serpro, empresa de tecnologia do governo federal.

O governo federal afirma que o modelo proporciona maior justiça tarifária, pois permite o pagamento da tarifa de forma proporcional ao trecho percorrido.

Atualmente o sistema é usado em três pontos da rodovia federal BR-101 (Rio-Santos) no Rio de Janeiro —em Paraty, Mangaratiba e Itaguaí.

Em estradas estaduais, o free flow é adotado em Minas Gerais e no Rio Grande do Sul.

No estado de São Paulo, o modelo passou a ser usado em 4 de setembro na SP-333 (rodovia Carlos Tonanni), em Itápolis. Uma segunda praça passa a funcionar na mesma rodovia nesta sexta-feira (1º) em Jaboticabal. Nos dois casos, a concessionária EcoNoroeste dá desconto de 5% para quem usar tags e há redução progressiva no valor do pedágio de acordo com o número de viagens feitas pelo mesmo veículo (de passeio) durante o mês.

A passagem livre também deverá ser implantada a partir de 17 de novembro no contorno sul da rodovia dos Tamoios, nova estrada que vai ligar as cidades de Caraguatatuba e São Sebastião, no litoral norte paulista, com expectativa de ser inaugurada nesta data. Não está previsto nenhum tipo de desconto e a cobrança será nos dois sentidos.

TIRE AS PRINCIPAIS DÚVIDAS SOBRE O FREE FLOW

IDENTIFICAÇÃO

– Segundo o Contran, os caracteres da placa de identificação veicular são verificados por meio de sistema de OCR (Reconhecimento Óptico de Caracteres), ou por imagem ou vídeo da passagem do veículo pelo pedágio eletrônico, em caso de falha do OCR

– É obrigação do proprietário do veículo manter sua placa de identificação em condições de visibilidade e legibilidade, alerta a resolução

COMO PAGAR

Tags

– A tarjeta é lida por sistemas de câmeras e a cobrança é feita diretamente pela operadora contratada

Avulso

– O usuário tem até 30 dias para fazer o pagamento.

– O gestor da estrada deve disponibilizar meios físicos, como totens de autoatendimento distribuídos na via, e digitais —aplicativos e sites— para que seja paga a tarifa

Cadastro em cartão

– Segundo o governo, a concessionária pode disponibilizar um contrato prévio para cadastro em cartão de crédito para cobrança automática mensal, como já ocorre com as tags

QUEM NÃO PAGAR

Se não for efetuado o pagamento no período estipulado é emitida pelos órgãos de trânsito multa grave no valor de R$ 195,23 e o dono do veículo soma 5 pontos na CNH (Carteira Nacional de Habilitação)

ONDE RECLAMAR

Deverão ser disponibilizados canais para contestação das passagens ou dos valores cobrados que o usuário julgar indevidos

VEÍCULOS COM PLACAS DE OUTROS PAÍSES

Os veículos registrados no exterior que possuírem débitos relacionados à tarifa por passagem em pedágios eletrônicos não poderão deixar o país antes de o pagamento ser efetuado, estando sujeitos à retenção pela autoridade competente, até a regularização das pendências

SINALIZAÇÃO

É obrigatória a instalação e manutenção de placas de sinalização vertical de indicação nos principais acessos e ao longo da via, de forma a garantir a informação prévia ao usuário de que o trecho é dotado de sistemas de livre passagem no pedágio e não confundir o free flow com radares de velocidade, por exemplo

CARTEIRA DIGITAL DE TRÂNSITO

– O aplicativo CDT (Carteira Digital de Trânsito) e o Portal de Serviços, ambos mantidos pela Senatran (Secretaria Nacional de Trânsito), passarão a ser alternativas para fazer o pagamento do pedágio e a consulta de registros no sistema

– O motorista receberá a notificação por celular do valor, prazo e as formas de pagamento da tarifa

– Segundo a secretaria, por causa de especificações técnicas, a disponibilização plena dessa nova funcionalidade deve ocorrer somente no primeiro semestre de 2025

MOTO TAMBÉM PAGA?

– Há tecnologia disponível capaz de efetuar a leitura da placa traseira dos veículos, que é o caso das motocicletas

– Estados poderão fazer a cobrança e não cabe ao Contran ou à Senatran disciplinar essa questão

– Em São Paulo, o valor cobrado das motocicletas é a metade da tarifa básica dos automóveis

– Motos ainda não podem usar tags

PREÇOS EM SÃO PAULO

Rodovia Carlos Tonanni (SP-333) – km 179, em Itápolis

Início de operação em 4/9

– Veículo de passeio: R$ 8,90 (R$ 8,45 com tag).

– ⁠Moto: R$ 4,40

– No caso de veículos comerciais, como caminhões e ônibus, o valor da tarifa será multiplicado por eixo

Rodovia Carlos Tonanni (SP-333) – km 179, em Jaboticabal

Início de operação em 1/11

– Veículo de passeio: R$ 16 (R$ 15,20 com tag)

– ⁠Moto: R$ 8

– No caso de veículos comerciais, como caminhões e ônibus, o valor da tarifa será multiplicado por eixo

Descontos

– Nas duas praças de pedágio da rodovia há DUF (desconto de usuário frequente) para veículos de passeio

– Ele é aplicado apenas para quem usa tag no para-brisa e funciona a partir da segunda passagem por uma mesma praça de pedágio, no mesmo sentido e dentro do mesmo mês

– Esse benefício concede uma redução adicional e progressiva sobre o valor da última tarifa, que pode variar de 5 a 96%

– Ao chegar a 30ª passagem, o valor com o desconto permanece fixo

Como pagar tarifa avulsa

– Pela internet: é preciso fazer um cadastro. Clique aqui para acessar o serviço

– Pelo aplicativo EcoNoroeste (disponível para iOS e Android)

– Por mensagem de WhatsApp pelo número 0800-326-3663

– Presencialmente nas três bases do SAU (serviço de atendimento ao usuário) da SP-333: em Barrinha, no km 100, sentido Sertãozinho-Jaboticabal; em Taquaritinga, no km 139, sentido Jaboticabal-Itápolis; em Itápolis, no km 197, sentido Borborema-Itápolis

Contorno sul da rodovia dos Tamoios (SP-99), km 13,5, em Caraguatatuba

Início de operação previsto para 17/11

– Veículo de passeio: R$ 5 (cobrança nos dois sentidos)

– ⁠Moto: R$ 2,50

– No caso de veículos comerciais, como caminhões e ônibus, o valor da tarifa será multiplicado por eixo

Como pagar tarifa avulsa

– Pela internet: clique aqui para acessar o serviço, ainda em desenvolvimento

– Por aplicativo da concessionária Tamoios (disponível para iOS e Android)

Fontes: Senatran, ANTT, Artesp, EcoNoroeste e Tamoios

A INOVAÇÃO TROUXE A CNH E OUTROS DOCUMENTOS OBRIGATÓRIOS PARA A TELA DO CELULAR

História de Paquito Journey, com assessoria de imprensa – 33 giga

Quando a Carteira Digital de Trânsito (CDT) foi lançada, há exatos sete anos, rapidamente se tornou uma revolução no dia a dia dos motoristas brasileiros. A inovação trouxe a CNH – e outros documentos obrigatórios – para a tela do celular, simplificando a rotina de milhões de condutores e liderando o caminho da identificação digital no país.

Hoje, a CDT vai além da simples digitalização de documentos, oferecendo serviços como:

  • a indicação do real infrator,
  • desconto de até 40% no pagamento de multas,
  • venda digital de veículos,
  • avisos de recall e muitos outros.

Com esse conjunto de funcionalidades, ela conquistou sucesso de público e crítica, tornando-se uma tecnologia multipremiada e amplamente elogiada pelos seus usuários.

Números que fazem a diferença

Para se ter uma ideia da importância da CDT no cotidiano da população, basta saber que o aplicativo acumulou, apenas nestes últimos 12 meses, mais de 6,9 bilhões de acessos. Isso representa uma média de quase 120 acessos para cada um dos atuais 58 milhões de usuários do app, ou 10 usos mensais da solução.

Entre os serviços oferecidos, destacam-se a emissão de CNH digital, com 47,7 milhões de habilitações em uso no momento; as 307 mil credenciais de estacionamento eletrônico atualmente válidas, e o Certificado de Registro e Licenciamento de Veículos (CRLV) eletrônico, que conta com mais de 39 milhões de documentos emitidos. Além disso, a plataforma já possibilitou mais de 923 mil vendas digitais de veículos e mais de 88 milhões de notificações via Sistema de Notificação Eletrônica (SNE).

As notificações eletrônicas de multa via SNE, inclusive, configuram um dos grandes benefícios da CDT, pois oferecem descontos de até 40% no valor das multas, além da possibilidade da indicação simples e rápida do real infrator, caso uma determinada infração tenha sido cometida por um terceiro que não o dono do veículo.

Reconhecimento

Mais importante do que os indicadores de uso, a opinião dos usuários é o que realmente conta para saber se uma tecnologia tem impacto positivo na vida das pessoas. E a CDT passa com louvor nesse quesito, sendo um dos aplicativos mais bem avaliados nas lojas de apps, com 4,9 estrelas tanto na plataforma Android quanto na iOS.

Além disso, a solução é uma recordista em premiações feitas por júri técnico e popular. Em 2020, ela foi eleita a melhor iniciativa em Serviços de Governo no Brasil pelo voto popular no Prêmio iBest. Nos três anos seguintes (2021 a 2023), a CDT figurou entre as Top 3 melhores aplicações digitais de governo pelo mesmo prêmio.

E no ano passado, a CDT recebeu o prêmio de projeto inovador no serviço público, durante o 1º Congresso do Instituto Brasileiro de Governança Pública. Na ocasião, a solução ficou em segundo lugar entre 15 projetos na categoria de órgãos federais, atrás apenas do Pix.

Para o secretário Nacional de Trânsito, Adrualdo Catão, a maior prova do sucesso da CDT é sua adesão em massa pelo motorista brasileiro. “As pessoas que a usam no celular já praticamente abandonaram o documento físico. Ela tem uma série de serviços importantes e nossa ideia é aprimorar isso e sempre incluir novos serviços”, indica.

Segundo ele, a Senatran tem uma lista de novidades a ser lançadas em breve.

“Esse ano, o aplicativo vai ficar ainda mais robusto. Um exemplo é o serviço de obtenção de segunda via de CNH, que vamos inserir na CDT, em coparticipação com os órgãos estaduais, para facilitar a vida do cidadão”, anuncia.

Um canal centralizado para o trânsito

“A CDT representa um marco na transformação digital do Brasil. Ela não só traz comodidade aos cidadãos, mas também promove uma maior integração entre os órgãos do Sistema Nacional de Trânsito (SNT), oferecendo soluções inovadoras que simplificam a vida do usuário e garantem maior transparência e governança nos serviços prestados”, destaca Diego Migliavacca, gerente de Soluções Digitais para Trânsito do Serpro.

Segundo ele, a CDT tem a missão de ser um ponto central de contato digital entre o cidadão e o Sistema Nacional de Trânsito.

“A integração com os Detrans e outros órgãos do SNT garante que a plataforma não só agilize o atendimento, mas também ofereça uma gama completa de serviços que antes exigiam múltiplos deslocamentos e interações presenciais”, avalia. “É a tecnologia transformando, para melhor, a vida das pessoas”, completa o gerente do Serpro.

 

DESEMPÉNHO DA ESQUERDA NAS ELEIÇÕES MUNICIPAIS FOI O PIOR DA HISTÓRIA

 

História de Bianca Gomes – Jornal Estadão

Os partidos de esquerda tiveram o seu pior desempenho nos maiores colégios eleitorais do País desde 2000. PTPSB PDT vão governar, juntos, apenas 9,7% das cidades com mais de 200 mil eleitores.

O presidente Lula (PT) durante evento do Dia Mundial da Alimentação, no Planalto, em 16 de outubro Foto: Wilton Junior/Estadão

O presidente Lula (PT) durante evento do Dia Mundial da Alimentação, no Planalto, em 16 de outubro Foto: Wilton Junior/Estadão

Os dados, obtidos com exclusividade pelo Estadão, foram levantados pelo cientista político Murilo Medeiros, da Universidade de Brasília (UnB), que analisou a performance histórica dos partidos no “G103?, grupo que reúne as 103 cidades brasileiras com mais de 200 mil habitantes, onde há possibilidade de segundo turno.

Esses municípios, apelidados de “PIB eleitoral” pelo pesquisador especialista em estudos eleitorais e legislativos, concentram 40% do eleitorado do País e funcionam como uma vitrine para projetar lideranças e forças partidárias no quadro político nacional, com repercussão nas eleições proporcionais.

“Observamos um estreitamento partidário nesse conjunto de cidades. Em 2020, eram 19 partidos com representantes nas cidades com mais de 200 mil eleitores. Em 2024, o número de legendas caiu para 13, uma redução de 31,5%”, afirma Medeiros.

Segundo ele, o retrato eleitoral desta eleição revela que o centro e a direita dominam os grandes centros urbanos do País, enquanto a esquerda ficou com capilaridade reduzida nos municípios de grande porte.

Entre os partidos de esquerda, o PT, partido do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, teve o melhor resultado: conquistou seis cidades com mais de 200 mil habitantes, entre elas Fortaleza (CE), única capital que será governada pelo partidoMauá, no ABC paulistaJuiz de Fora (MG) e Pelotas, no Rio Grande do Sul. Há 24 anos, a legenda de Lula tinha nomes à frente de 22 grandes cidades. O PSB, sigla do vice-presidente Geraldo Alckmin, e o PDT só governarão dois municípios do G103.

“A esquerda, além de enfrentar um apagão de lideranças, perdeu conexão com segmentos importantes da sociedade nos grandes centros urbanos, como evangélicos, moradores da periferia e o público jovem”, analisa Murilo Medeiros.

Para ele, a falta de atualização programática do campo progressista, com escassez de diálogo com pautas modernas e pouca comunicação em relação aos problemas que afetam o cotidiano dos brasileiros, colaborou para a desilusão do eleitor.

“Os partidos de esquerda, ancorados no discurso identitário e no ideário sindicalista dos anos 1980, deixaram de conversar com o Brasil mais religioso e com a nova classe C, que emerge no seio da sociedade em torno de um futuro mais empreendedor e com menos amarras estatais”, acrescenta ele.

PL, partido do ex-presidente Jair Bolsonaro, se consolidou como a legenda com o maior número de prefeituras no G103. Em relação ao último pleito, de 2020, o partido liderado por Valdemar Costa Neto multiplicou por oito seu número de prefeitos no grupo, passando de 2 para 16 cidades, melhor desempenho da sigla nos últimos anos. Até então, o resultado mais expressivo do Partido Liberal havia sido registrado em 2016, com a conquista de 4 cidades.

PSD, partido de Gilberto Kassab, garantiu o comando de 15 dos maiores municípios, incluindo São José dos Campos, no interior de São Paulo.

Em seguida, vem o União Brasil, com 14 prefeitos eleitos, atingindo seu melhor desempenho nesse grupo de cidades desde as últimas seis eleições municipais. O União Brasil superou, inclusive, a performance do antigo PFL, de acordo com o levantamento de Medeiros.

PP e Republicanos, também do campo conservador, mostraram crescimento significativo: o Republicanos dobrou sua presença, enquanto o PP avançou 37,5% em número de cidades governadas na comparação com o último pleito. Já o Novo, pela primeira vez em sua história, administrará dois municípios no G103: Joinville (SC) e Taubaté, no interior paulista. A melhora no desempenho eleitoral do Novo ocorre após o partido anunciar o uso do Fundo Eleitoral nas eleições.

PROPOSTA DE LULA PARA GUERRA NA UCRÂNIA IGNORA CONCENSO OCIDENTAL

História de MARIANNA HOLANDA – Folha de S. Paulo

BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) propôs, nesta sexta-feira (1º), um referendo para definir os rumos da Guerra da Ucrânia. Em seu argumento, seria mais justo deixar o povo da região decidir.

Lula disse ainda que a reunião do G20, que ocorre neste mês no Rio de Janeiro, não é fórum para discutir nem este conflito nem o do Oriente Médio.

“A Rússia diz que os territórios que eles estão ocupando são russos. A Ucrânia diz que é deles. Mas por que, em vez de guerra, não faz um referendo para saber com quem o povo quer ficar? Seria muito mais simples, muito mais democrático e muito mais justo. Vamos deixar o povo decidir. Vamos consultar o povo para saber se ele quer”, disse, em entrevista à TV francesa TF1.

O que o presidente não mencionou, no entanto, é que seu homólogo russo, Vladimir Putin, em 2022 fez referendos de anexação para nas regiões ocupadas na Ucrânia, o que foi considerado uma farsa por lideranças do Ocidente.

A legislação ucraniana também vai na contramão do referendo russo. Em relação à Constituição do país, em vigor desde 1996, as votações realizadas por Moscou sob forte presença militar em áreas conquistadas na guerra contrariam o artigo que define que “questões relacionadas a alterações no território serão resolvidas exclusivamente com um referendo que envolva todo o país”.

Nos referendos, participaram somente as populações dos locais a serem anexados —as autoproclamadas repúblicas de Donetsk e Lugansk, no Donbass, além das províncias de Kherson e Zaporíjia, áreas que somam 15% do território do país.

O processo de anexação vai também de encontro à Carta da ONU, texto-base do direito internacional há mais de meio século. O documento diz: “Todos os membros deverão evitar em suas relações internacionais a ameaça ou o uso da força contra a integridade territorial ou a independência política de qualquer Estado”.

Lula já falou diversas vezes sobre o conflito que se desenrola no Leste Europeu. Em muitos casos, ele foi criticado ao equiparar as responsabilidades de Moscou e de Kiev, apesar de a invasão territorial ter partido da Rússia.

“O presidente Putin não toma a iniciativa de parar. [O presidente ucraniano, Volodimir] Zelenski não toma a iniciativa de parar. A Europa e os EUA continuam contribuindo para a continuação desta guerra. Temos que sentar à mesa e dizer para eles: ‘basta'”, disse ele no ano passado, por exemplo.

Nesta sexta, Lula falou ainda sobre a importância de se criar estruturas com maior credibilidade das Nações Unidas para a discussão de conflitos, e que o G20, presido pelo Brasil neste ano, não tem esse propósito.

“Queremos discutir outras coisas importantes para humanidade, e não transformar o G20 uma discussão sobre a guerra, seja Israel, seja da Ucrânia e da Rússia”, afirmou. Lula disse ainda que não convidou Zelenski para o encontro e que Putin não virá.

Lula conversou com o presidente russo, em setembro, sobre proposta para encerrar a guerra na região. Segundo o Planalto, eles falaram sobre o plano conjunto de Brasil e China para encerrar o conflito, que tem como um dos pontos principais a realização de uma conferência internacional com a participação de Moscou e Kiev, atuando de forma igualitária.

Durante a semana da Assembleia-Geral da ONU, a reunião para discutir um processo de paz na Ucrânia contou com a presença de 15 países, além de Brasil e China. Ao final do encontro, porém, quatro deles não assinaram o documento negociado no encontro.

A iniciativa é rejeitada por Zelenski e considerada por Estados Unidos e aliados no Ocidente como favorável à Rússia.

Nesta sexta-feira (27), Amorim minimizou a ausência de Rússia e Ucrânia da reunião. De acordo com ele, as partes diretamente envolvidas no conflito se juntarão à proposta “quando o momento certo chegar”.

“É natural, vocês já estudaram história. Quantas vezes um país achava que ia ganhar guerra com facilidade e depois ficou difícil? Às vezes tem que chegar esse momento e ainda não chegou, mas vai chegar. Estamos conversando. E, quando chegar, vamos dizer: ‘olha, tem um caminho para voltar à paz'”, disse Amorim, ao final do encontro.

 

PROPOSTA DE SEGURANÇA DE LULA DESAGRADOU OS GOVERNADORES

História de Juliano Galisi – Jornal Estadão

Uma proposta de emenda à Constituição (PEC) que reformula a política de segurança pública do País foi apresentada pelo governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nesta quinta-feira, 31, aos governadores das 27 unidades da federação.

A medida amplia a atuação da Polícia Federal (PF) e converte a Polícia Rodoviária Federal (PRF) em um novo efetivo, chamado de Polícia Ostensiva Federal (POF), que terá atribuições ampliadas em relação à PRF. A criação de um fundo para o custeio de políticas de segurança pública também está previsto no anteprojeto;

Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em reunião com os governadores dos Estados e do DF; no encontro, o governo federal apresentou medida para reformular política de segurança pública do País, mas projeto gera receio nos governos locais Foto: Wilton Junior/Estadão

Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em reunião com os governadores dos Estados e do DF; no encontro, o governo federal apresentou medida para reformular política de segurança pública do País, mas projeto gera receio nos governos locais Foto: Wilton Junior/Estadão

O projeto, segundo a justificativa apresentada pelo governo federal, pretende aprimorar a coordenação do Sistema Único de Segurança Pública (SUSP), o “SUS da Segurança”, ampliando as competências da União.

O intuito da PEC é expandir a atuação do governo federal na segurança pública, uma das áreas de pior avaliação do governo Lulacomo indicam pesquisas de opiniãoO texto, porém, não foi bem recebido por todos os governadores estaduais. O receio de parte deles é de que a medida reduza a influência das polícias estaduais nas políticas de segurança.

Confira a íntegra da proposta que o governo Lula apresentou aos governadores e os principais pontos do texto:

Mudanças na Polícia Federal

A Polícia Federal, por ora, atua em crimes de competência federal. O projeto do governo Lula prevê que a corporação também possa atuar em casos de repercussão interestadual, ou seja, entre dois ou mais Estados. A PF também passaria a agir nos ilícitos “em matas, florestas, áreas de preservação, ou unidades de conservação”.

Polícia Ostensiva Federal (POF)

A Polícia Rodoviária Federal seria convertida na Polícia Ostensiva Federal (POF). O novo órgão incorporaria as atribuições da PRF e, além dessas, contaria com um escopo de atuação ampliado. A principal mudança é para que o policiamento ostensivo passe a ser feito não só no modal rodoviário, mas também em ferrovias e hidrovias.

A POF também poderia ser destinada à proteção de “bens, serviços e instalações federais”, além de “prestar auxílio, emergencial e temporário, às forças de segurança estaduais ou distritais”, se requisitada.

Fundo Nacional de Segurança Pública e Política Penitenciária

A PEC também cria um novo fundo para o custeio das corporações e de programas na área de segurança pública, denominado de Fundo Nacional de Segurança Pública e Política Penitenciária. O fundo, segundo o projeto, não poderia ter os seus recursos contingenciados.

 

AS ARMADILHAS DA INTERNET E OS FOTÓGRAFOS NÃO NOS DEIXAM TRABALHAR

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