sexta-feira, 4 de outubro de 2024

MILHÕES DOADOS AOS CANDIDATOS PARA GANHAR AS ELEIÇÕES

 

História de Matheus Lara – Jornal Estadão

Candidatos a prefeito em São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Fortaleza são os que mais receberam, até esta quinta-feira, 3, recursos públicos do Fundo Especial de Financiamento de Campanha (FEFC), que para as eleições de 2024 distribui R$ 4,9 bilhões aos 29 partidos brasileiros. Os dados são do DivulgaCandContas, plataforma do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Guilherme Boulos (PSOL) foi o candidato que mais recebeu recursos do Fundão na corrida municipal de 2024 Foto: Taba Benedicto/Estadao

Guilherme Boulos (PSOL) foi o candidato que mais recebeu recursos do Fundão na corrida municipal de 2024 Foto: Taba Benedicto/Estadao

Guilherme Boulos (PSOL), candidato em São Paulo, é até aqui o mais beneficiado pelo fundão. Ele recebeu R$ 65 milhões em recursos – R$ 35 milhões de sua sigla e R$ 30 milhões doados pelo PT do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Adversário de Boulos na capital e candidato à reeleição, Ricardo Nunes (MDB) recebeu R$ 43,7 milhões do fundão. Esse montante é a soma das doações feita por sete siglas: PL do ex-presidente Jair Bolsonaro (R$ 17 milhões), MDB (R$ 15 milhões), Progressistas e Podemos (R$ 3 milhões cada), PRB e PSD (R$ 2 milhões cada). Ambos disputam vaga no 2º turno de acordo com as mais recentes pesquisas de intenção de voto.

Distante do pelotão de frente nas pesquisas, Tabata Amaral (PSB) também aparece na lista das campanhas com mais recursos públicos, com R$ 14,2 milhões doados por seu partido.

Briga no Rio também envolve candidatos com recursos do fundão

Em uma campanha com R$ 26 milhões do fundão, Alexandre Ramagem (PL) tenta se aproximar de Eduardo Paes (PSD) nas pesquisas e ir para o segundo turno no Rio. O adversário, que concorre à reeleição e mira a vitória no primeiro turno, recebeu R$ 21,3 milhões de seu partido para a empreitada.

embolada disputada pela prefeitura de Fortaleza, onde quatro candidatos aparecem com chances de avançar ao segundo turno, tem três nomes na lista dos que mais receberam verba do fundão em 2024: José Sarto (PDT), com R$ 15 milhões; André Fernandes (PL), R$ 13,2 milhões; e Capitão Wagner (União), R$ 12, 2 milhões.

Candidatos em Belo Horizonte, Bruno Engler (PL) e Fuad Noman (PSD) também estão entre os mais beneficiados pela verba pública. O bolsonarista recebeu R$ 15 milhões; seu adversário, que tenta a reeleição, R$ 13,6 milhões.

Veja o Top 10 dos candidatos que mais receberam verba do fundão em 2024*:

  • Guilherme Boulos (PSOL) – São Paulo/SP – R$ 65 milhões
  • Ricardo Nunes (MDB) São Paulo/SP – R$ 43,7 milhões
  • Alexandre Ramagem (PL) – Rio de Janeiro/RJ – R$ 26 milhões
  • Eduardo Paes (PSD) – Rio de Janeiro/RJ – R$ 21,3 milhões
  • José Sarto (PDT) – Fortaleza/CE – R$ 15 milhões
  • Bruno Engler (PL) – Belo Horizonte/MG – R$ 15 milhões
  • Tabata Amaral (PSB) – São Paulo/SP – R$ 14,2 milhões
  • Fuad Noman (PSD) – Belo Horizonte/MG – R 13,6 milhões
  • André Fernandes (PL) – Fortaleza/CE – R$ 13,2 milhões
  • Capitão Wagner (União) – Fortaleza/CE – R 12,2 milhões

*Dados atualizados no DivulgaCandContas até 3/10.

LULA CRIA MAIS UMA ESTATAL

 

História de MARIANNA HOLAND – Folha de S. Paulo

BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) assinou nesta quinta-feira (3) projeto de lei que propõe a criação da Alada, uma estatal aeroespacial que seria subsidiária de uma outra estatal, a NAV Brasil, criada por Jair Bolsonaro (PL).

O projeto será encaminhado para o Congresso. Sua assinatura ocorreu durante encontro fora da agenda no Palácio do Planalto com o ministro José Múcio (Defesa) e o comandante da Aeronáutica, Marcelo Damasceno.

A medida foi anunciada pela Secom (Secretaria de Comunicação da Presidência). O projeto de lei em si e a estimativa de custo ainda não foram divulgados.

“O objetivo é explorar economicamente a infraestrutura e navegação aeroespaciais e as atividades relacionadas ao desenvolvimento de projetos e equipamentos aeroespacial”, diz o texto do governo.

Quando assumiu terceiro mandato, Lula reverteu privatizações e cancelou outras que estavam em andamento por Bolsonaro, mas a Alada seria a primeira estatal criada por ele.

Bolsonaro, por sua vez, tinha equipe econômica com postura liberal, com política de privatizar o máximo possível das estatais do governo. Apesar disso, também criou uma estatal vinculada aos militares, a NAV Brasil, cedendo à pressão da Aeronáutica.

Desde a gestão da ex-presidente Dilma Rousseff (PT), os militares pleiteavam a criação da estatal. A empresa concentra a atividade de navegação aérea do país.

Vinculada ao Ministério da Defesa por meio do Comando da Aeronáutica, a NAV Brasil recebeu aval para ser criada em novembro de 2019, em lei sancionada pelo então presidente.

A criação da Alada é uma demanda antiga da Aeronáutica. Em 2018, a FAB tinha nos planos tirar a empresa do papel, com custo inicial de R$ 1 milhão.

A ideia à época era ter maior agilidade para fechar contratos com estrangeiros, arrecadar as taxas e reinvestir o valor no programa espacial, reduzindo a burocracia e evitando a lei de licitações.

PARTE DO GOVERNO VÊ RISCO DE JUDICIALIZAÇÃO DEPOIS DA LISTA DE ATUALIZAÇÃO DAS BETS

História de CÉZAR FEITOZA E MARIANNA HOLANDA – Folha de S. Paulo

BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – Uma ala do governo Lula (PT) vê risco de uma judicialização com a portaria do ministro Fernando Haddad (Fazenda) que criou uma “lista positiva” dos sites de apostas esportivas online, as chamadas bets.

O ato, publicado em 17 de setembro, alterou prazos dentro do processo de regulamentação que tem sido tocado pelo governo Lula (PT) desde o ano passado. O texto determinou que apenas empresas que tivessem manifestado interesse em se regulamentar poderiam continuar a operar no país.

Assim, antecipou a proibição de bets consideradas irregulares de janeiro de 2025 para outubro. Sites que não estão na lista, divulgada nesta terça-feira (1º), começarão a ser derrubados por ordem do governo a partir do dia 11 deste mês.

A portaria surgiu em meio a denúncias recentes envolvendo casas de apostas, reações do Congresso contra as bets e pressões dos setores bancário e do varejo.

No mesmo dia da publicação, Haddad falou que o fenômeno das bets “virou um problema social” e ressaltou que isso é um dos efeitos causados pelo fato de o governo Jair Bolsonaro (PL) não ter regulamentado o mercado nos quatro anos de mandato —a lei que liberou as bets no país, de 2018, previa que isso ocorresse nesse período.

A medida do Ministério da Fazenda, contudo, enfrenta críticas inclusive de integrantes do governo. Para eles, o processo ocorreu de forma açodada e pode gerar ações na Justiça de empresa em busca de continuar operando —a portaria já havia sido criticada por representantes do setor de apostas, de forma reservada.

A percepção sobre judicialização do tema foi reforçada por uma decisão judicial, do mesmo dia da divulgação da lista, em benefício da Loterj (Loteria do Estado do Rio de Janeiro). Uma liminar suspendeu os efeitos dessa portaria da Fazenda, e de outras duas, para empresas registradas na Loterj.

Como a Loterj tem credenciado no Rio empresas para atuarem em todo o país, o que ocorre após um drible em regras federais e no entendimento judicial, a decisão permite que todas as casas de lá possam continuar a funcionando em todo território nacional.

A VaideBet, empresa investigada pela Polícia Civil de Pernambuco por lavagem de dinheiro e jogo ilegal, ficou de fora da lista da Fazenda, mas teve aval de credenciamento da Loterj nesta quarta (2).

A operação policial que envolveu a VaideBet levou à prisão da influenciadora e advogada Deolane Bezerra e ao indiciamento do sertanejo Gusttavo Lima.

Segundo relatos feitos à reportagem, o mercado tem entendimento, mesmo entre as empresas já cadastradas para a regulamentação, de que houve mudança nas regras com o jogo rolando a partir a publicação da portaria.

Integrantes da Fazenda tem negado essas avaliações, e defendem o ato como necessário. A AGU (Advocacia-Geral da União), por sua vez, analisa essa possibilidade, assim como outros desdobramentos de propostas do governo para conter o endividamento dos mais pobres.

O tema foi debatido por ministros do governo em reunião convocada pelo presidente no Palácio do Planalto para esta quinta-feira (3), às 15h.

Participaram integrantes de ao menos seis ministérios: Desenvolvimento Social, Saúde, Esportes, Fazenda, AGU e Casa Civil. O encontro deveria ter ocorrido na quarta-feira, mas foi adiado após a falha no avião de Lula, em retorno do México.

O presidente Lula demonstrou indignação ao se deparar com a notícia do impacto das bets nas contas da população mais pobres e alta de endividamento. Análise técnica do Banco Central mostrou que, somente em agosto, pessoas atendidas pelo Bolsa Família gastaram R$ 3 bilhões em bets por meio de pagamentos com Pix.

O ministro do Desenvolvimento Social, Wellington Dias, disse à Folha de S.Paulo que Lula pediu “urgentes providências” sobre o tema. A pasta é responsável pelo programa.

Uma das alternativas na mesa é vetar para as bets o cartão do Bolsa Família, que pode ser usado para compras no débito e outras movimentações, como saque do benefício, segundo o ministro.

O monitoramento por CPF está previsto na regulação do setor no Brasil. “Você vai ter CPF por CPF de quem está apostando, tudo sigiloso, mas ele vai abrir essa conta. Vamos poder ter um sistema de alerta em relação às pessoas que estão revelando uma certa dependência psicológica do jogo”, detalhou o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, na quarta-feira (25).

Outra alternativa na mesa seria fazer o controle por meio do CadÚnico, cadastro de beneficiários, ao qual só o governo tem acesso. A ideia seria avaliar quem está gastando com bets, e então suspender o CPF ou trocar o benefício de titularidade.

Essa possibilidade poderia expor menos quem recebe o Bolsa Família, mas está em estudo assim como as demais.

Há uma ala do governo que fala em uma regulação mais ampla e não apenas focada nos beneficiários. A ideia seria tentar diminuir os efeitos nocivos do vício no jogo em todos, não apenas nos mais pobres.

 

A CONTÍNUA ESCALADA DA VIOLÊNCIA NO ORIENTE MÉDIO LEVA TODO A MUNDO EXPRESSAR SEU TEMOR DE GUERRA TOTAL

BBC News Brasil

Bombardeio israelense no Sul do Líbano nesta quinta-feira (03/10)

Bombardeio israelense no Sul do Líbano nesta quinta-feira (03/10)© Reuters

guerra na Faixa de Gaza está longe do fim.

Israel está invadindo o sul do Líbano por terra e o Irã já lançou quase 200 mísseis em direção a Israel, que também bombardeou os rebeldes houthis no Iêmen.

A contínua escalada da violência levou políticos e analistas de todo o mundo a expressar seu temor de uma guerra total no Oriente Médio.

Por isso, perguntamos aos correspondentes da BBC na região quais as possibilidades de que isso venha a acontecer e se uma guerra maior na região poderia desencadear um conflito global.

Nawal Al-Maghafi, repórter de investigações internacionais

Menino de bicicleta observa os escombros de um edifício destruído em Hod HaSharon, no centro de Israel, após um ataque de mísseis iranianos no dia 2 de outubro de 2024

Menino de bicicleta observa os escombros de um edifício destruído em Hod HaSharon, no centro de Israel, após um ataque de mísseis iranianos no dia 2 de outubro de 2024© AFP

Para descrever a situação atual no Oriente Médio, é comum recorrer à expressão “à beira do precipício”.

Mais de 40 mil vidas já foram perdidas em Gaza e mais de 1 mil mortes ocorreram no Líbano em apenas uma semana.

O custo humanitário é colossal. Milhões de pessoas foram deslocadas e áreas inteiras estão em ruínas. A perspectiva de cair naquele precipício é assustadora.

Estamos presenciando uma das mais perigosas crises verificadas na região nas últimas décadas.

Na semana passada, houve comemorações em Israel após a morte do líder do Hezbollah, Hassan Nasrallah. A eliminação de Nasrallah e de Ismail Haniyeh, líder do Hamas, pode ter trazido satisfação momentânea para as pessoas que desejam destruir o chamado Eixo da Resistência do Irã, mas as comemorações, sem dúvida, são prematuras.

É inegável que Israel causou baixas significativas para o Hezbollah em seus ataques dirigidos que eliminaram líderes importantes.

A campanha contra o Hamas já dura um ano e gerou impactos devastadores para milhões de pessoas na Faixa de Gaza. Ela reduziu significativamente as capacidades do grupo, mas é improvável que venha a marcar o fim do Hamas como importante força política e militar.

Nem todos concordam neste ponto. Mas as pessoas que discordam não percebem como esses grupos constroem e sustentam seu alcance e sua influência. São movimentos profundamente institucionalizados e indissociavelmente incorporados ao tecido social e político no qual eles operam.

A morte de Nasrallah e a reação do Irã deixaram a região perigosamente próxima de uma guerra total.

A retórica dos líderes israelenses após o ataque dos mísseis iranianos sugere que a intensificação do conflito é inevitável, envolvendo diretamente os dois inimigos, além das forças apoiadas pelo Irã no Líbano, Síria, Iêmen e Iraque, bem como os aliados de Israel no Ocidente, incluindo os EUA e o Reino Unido.

Agora, a questão iminente é como Israel irá retaliar o ataque.

“Esta é a maior oportunidade de mudar a face do Oriente Médio dos últimos 50 anos”, declarou no X, antigo Twitter, o ex-primeiro-ministro de Israel, Naftali Bennett. Ele sugere que Israel ataque as instalações nucleares iranianas para “inviabilizar totalmente aquele regime terrorista”.

Se as suas palavras forem indicações das intenções oficiais, podemos estar à beira de algo realmente sem precedentes e devastador para a região.

Desde o início da guerra em Gaza, os esforços diplomáticos para reduzir o conflito falharam repetidamente. As principais potências se mostraram incapazes de refrear ou até mesmo de influenciar significativamente os combates.

Este fracasso contínuo chama a atenção para uma ordem global profundamente fraturada, incapaz de se reunir para fazer valer a legislação internacional ou as próprias regras vigentes de combate. Esta fratura parece destinada a se aprofundar ainda mais, com consequências desastrosas para a região e seu povo.

Nisrine Hatoum, correspondente da BBC News Árabe em Beirute, no Líbano

Os libaneses não suportam mais conflitos e não existe disposição para a guerra no país

Os libaneses não suportam mais conflitos e não existe disposição para a guerra no país© Reuters

Os libaneses não estão preparados para enfrentar uma guerra total.

É claro que estão aumentando os temores de uma guerra total nos países vizinhos, como a Síria, Irã, Iraque, Iêmen e, talvez, na Jordânia. Estes temores se multiplicaram depois dos ataques de mísseis do Irã contra Israel na terça-feira (1/10) e com a possibilidade de novos ataques iranianos.

Se o Irã atacar novamente, os Estados Unidos e outros países ocidentais que apoiam Israel poderão intervir, aumentando ainda mais as possibilidades de uma guerra total.

Israel está atacando o grupo militante Hezbollah no Líbano, não o exército libanês. E a posição oficial libanesa é de tentar evitar uma guerra maior.

Aqui, as autoridades estão trabalhando 24 horas por dia, com esforços diplomáticos liderados pela França, para chegar a um acordo de cessar-fogo. Todo o trabalho tem como objetivo implementar a Resolução 1701 das Nações Unidas, que respalda e dá poder ao exército libanês, deslocando-o para o sul do Líbano.

Internamente, persistem os esforços para eleger um presidente e ativar as instituições constitucionais.

Aqui no Líbano, nunca houve disposição para a guerra. As pessoas estão cansadas de conflitos, principalmente agora que enfrentam uma longa crise econômica, que persiste desde outubro de 2019.

A maioria das pessoas deseja viver em paz e evitar a guerra. Alguns libaneses acreditam que foram arrastados para uma guerra que não é sua.

Muitos acreditam que chegou a hora de interromper o conflito árabe-israelense, para poderem viver em paz de forma permanente.

Só será possível evitar uma guerra total por meio de esforços diplomáticos, para que o Líbano não entre em colapso.

As guerras anteriores comprovaram que as operações militares não forneceram soluções duradouras e que recorrer ao diálogo e aos meios diplomáticos pode pôr fim ao conflito de forma mais eficaz.

Se olharmos para trás, em 2006, a guerra contra Israel durou apenas 34 dias, em circunstâncias diferentes. Não havia uma guerra em Gaza, nem envolvimento da Síria, Iraque, Irã e Iêmen.

Não podemos esquecer que, ao contrário do que aconteceu durante a guerra de 2006, existem agora diversas forças regionais envolvidas. E o Líbano, oficialmente, é um Estado fraco, com um exército incapaz de assumir o controle.

Muhannad Tutunji, correspondente da BBC News Árabe em Jerusalém

O Irã lançou centenas de ataques aéreos contra Israel no último mês de abril

O Irã lançou centenas de ataques aéreos contra Israel no último mês de abril© EPA-EFE/REX/Shutterstock

O Oriente Médio vem presenciando eventos sem precedentes, que podem potencialmente resultar em um conflito regional significativo ou até mesmo global.

A atual escalada entre Israel e o Hezbollah, ou até mesmo o Irã, indica a possibilidade de que ocorra uma guerra total em algum momento.

Os recentes eventos significativos – como o assassinato do líder político do Hamas, Ismail Haniyeh, e o assassinato por parte de Israel do secretário-geral do Hezbollah, Hassan Nasrallah, e de importantes líderes políticos e militares das duas organizações – não levaram a uma guerra regional no Oriente Médio.

Como jornalistas que acompanham os acontecimentos em Israel e suas guerras do passado contra o Hezbollah, suspeitamos que o assassinato de Hassan Nasrallah poderia gerar imediatamente uma guerra total que talvez envolvesse o Irã. Mas isso não aconteceu.

As forças regionais sempre lutam para evitar que esses eventos deem início a uma guerra regional e os Estados Unidos desempenham um papel significativo neste particular.

Estes esforços podem ter tido sucesso no curto prazo, mas permanece a questão se os ataques recíprocos em andamento entre Israel e o Irã poderão gerar uma guerra total irreversível.

O gatilho para uma guerra regional, que poderia gerar um conflito global, está entre Israel e o Irã. Ele quase foi disparado em abril, quando Israel atacou o consulado iraniano na Síria, levando o Irã a lançar do seu território centenas de ataques aéreos contra Israel.

Mas os Estados Unidos conseguiram conter a situação.

Na época, relatamos uma conversa entre o presidente americano Joe Biden e o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu. O contato se deu em um momento de “emoções exacerbadas” pouco depois do ataque, que incluiu cerca de 100 mísseis balísticos disparados simultaneamente em direção a Israel.

Durante a ligação, os dois líderes discutiram “como desacelerar e examinar as coisas”. Os Estados Unidos também declararam que não apoiariam Israel em nenhum ataque retaliatório.

Mas a atual série de eventos, incluindo os assassinatos de Haniyeh e Nasrallah e os ataques dirigidos por Israel ao Hezbollah, trouxeram de volta ao Irã o dilema de reagir diretamente, com mais força do que antes.

reação de Israel, como alertaram suas autoridades, permanece um fator fundamental para determinar a possibilidade desta escalada dos confrontos.

A principal questão é se Israel realmente pretende atacar o Irã e arrastar o país para uma guerra total, possivelmente para se aproveitar da situação e atingir as instalações nucleares iranianas. Este é um objetivo de Israel há muito tempo.

Alguns podem recear que os ataques iranianos contra Israel, embora possam ser contidos por causarem danos materiais e não humanos, venham a alterar a dinâmica das possíveis intenções de Israel.

Benjamin Netanyahu tenta criar mudanças significativas no Oriente Médio. Ele acredita que este é um objetivo impossível sem atacar o Irã, que Israel descreve como a “cabeça da cobra”.

Existe uma sensação de euforia em Israel, desde suas conquistas contra o Hezbollah. Alguns podem acreditar que Israel poderia tomar medidas maiores contra o Irã, que não possam ser contidas.

Esta decisão geraria uma guerra regional. E, se o Irã for significativamente atingido, a guerra poderá envolver outros países, potencialmente gerando um conflito global.

A intenção de Israel de pôr fim ao programa nuclear iraniano pode ser o motivo desta guerra maior. E os ataques diretos do Irã contra Israel poderão servir de pretexto para o conflito.

Mas a grande questão é: os Estados Unidos irão permitir que Israel siga adiante?

Eman Eriqat, correspondente da BBC News Árabe nos territórios palestinos

Jovens palestinos em Ramallah, na Cisjordânia ocupada, inspecionam um projétil caído depois que o Irã lançou uma barreira de mísseis contra Israel no dia 1º de outubro de 2024

Jovens palestinos em Ramallah, na Cisjordânia ocupada, inspecionam um projétil caído depois que o Irã lançou uma barreira de mísseis contra Israel no dia 1º de outubro de 2024© AFP

Uma mescla de alegria e medo pode ser a descrição do sentimento geral dos palestinos na terça-feira (1/10) à noite, quando o Irã lançou cerca de 200 mísseis em direção a Israel.

Muitas pessoas aguardavam este momento desde o início da guerra na Faixa de Gaza. Eles acreditavam na importância da interferência externa para apoiar Gaza e os territórios palestinos.

Os locais da queda dos mísseis iranianos nos territórios palestinos se transformaram em cenário de fotos para a posteridade. Os palestinos acreditam que esta pode se tornar uma guerra total.

O assassinato do líder do Hezbollah, Hassan Nasrallah, após a morte do líder do Hamas, Ismail Haniyeh, em julho, criaram o cenário para uma guerra maior.

Aqui, o estado de espírito fez com que muitos palestinos revivessem as lembranças da primeira e da segunda Intifada. Mesmo os que vivenciaram a “Nakba” em 1948 dizem que a história está se repetindo.

A Nakba ocorreu em 14 de maio de 1948, quando Israel declarou sua independência. No dia seguinte, começava uma guerra que fez com que até 750 mil palestinos que moravam naquelas terras fugissem ou fossem expulsos de suas casas.

Nos territórios palestinos hoje em dia, muitas pessoas acreditam que a situação atual indica que a ofensiva de Israel atingiu um novo nível, que poderá ser muito mais sangrento.

Por muitos anos, a Autoridade Palestina destacou a importância de:

  • Promover soluções políticas que suspendam as operações militares.
  • Não entrar em conflitos e buscar soluções políticas que protejam e favoreçam a implementação da solução de dois Estados.

Eles acreditam que este caminho ofereceria aos palestinos um Estado dentro das fronteiras de 1967, ao lado de Israel.

Desde 7 de outubro de 2023, data de início da mais recente guerra na Faixa de Gaza, o presidente palestino Mahmoud Abbas convocou a comunidade internacional a intervir e anunciar um cessar-fogo imediato.

Seus apelos receberam apoio internacional, mas, em terra, as operações militares continuam, reforçando em muitos palestinos a crença de que a possibilidade de uma guerra total na região é muito maior do que as chances de retomada do processo de paz.

Kasra Naji, correspondente da BBC News Persa

A decisão de atacar Israel diretamente do Irã com cerca de 200 mísseis balísticos não foi uma decisão fácil para o Líder Supremo do Irã, Ali Khamenei.

Ele normalmente não toma decisões rápidas sem consideração adequada. Khamenei prefere o que ele próprio chama de “paciência estratégica”.

Mas ele e seu governo sofreram intensa pressão dos seus próprios políticos de linha dura e dos membros das suas milícias aliadas na região, para reagir militarmente à eliminação da liderança do Hezbollah por parte de Israel.

Os políticos de linha dura também pressionaram para que o país reagisse à morte de um importante general da Guarda Revolucionária, em um ataque em massa ao seu esconderijo no sul de Beirute.

O Irã sofreu perdas importantes de prestígio em julho, por não reagir ao assassinato do líder do Hamas, Ismail Haniyeh, na capital iraniana, Teerã. Acredita-se que a explosão que o matou tenha sido resultado do trabalho das operações de inteligência de Israel no Irã.

Mas o líder supremo do Irã sabe que seu país não é capaz de enfrentar uma guerra maior.

Militarmente, o Irã não é páreo para Israel, que detém superioridade quase completa sobre o Irã em poderio aéreo. O espaço aéreo do Irã, em grande parte, é aberto para os aviões israelenses.

Economicamente, o Irã está de joelhos, após muitos anos de sanções dos Estados Unidos e de outros países. E, politicamente, o governo é muito impopular entre o povo iraniano.

Poucos cidadãos iranianos apoiariam uma guerra contra Israel, com tantos outros problemas domésticos importantes. Eles reconhecem que a guerra poderia gerar mais sanções e aumento das dificuldades econômicas. Muitos não veem Israel como inimigo.

Mas o líder supremo precisou correr o risco, na esperança de que um ataque controlado contra alvos militares e de inteligência possa causar apenas uma reação similar, que, segundo seus cálculos, o Irã poderá absorver.

 

DIA DA NATUREZA

 da Natureza

Hoje, sexta-feira (04), celebra o Dia da Natureza

Byvaleon

Out 4, 2024

Karla Neto – Colunista correspondente

Nesta sexta-feira (04), é celebrado dia da natureza, data representa um momento para a reflexão sobre o impacto das ações humanas no meio ambiente, uma vez que a importância da natureza está na preservação, no cuidado com o próximo e na garantia do futuro.

Desse modo, é importante destacar que a tecnologia pode reduzir seu impacto ambiental, promovendo uma convivência mais harmoniosa com a natureza, com o implemento de energias renováveis (painéis solares e turbinas eólicas); monitoramento ambiental (utilização de sensores, satélites e drones); reciclagem e gestão de resíduos; agricultura sustentável; transporte inteligente (veículos elétricos e sistemas de transporte público eficientes); monitoramento de biodiversidade, entre outras.

É da natureza que retiramos os recursos necessários para a nossa sobrevivência, tais como alimento e água. É ela também que garante o nosso desenvolvimento econômico, fornecendo-nos as matérias-primas necessárias para a construção de nossas obras, casas, máquinas etc. A natureza, portanto, é essencial para o estabelecimento do homem no planeta.

Apesar de o homem reconhecer a importância da natureza, a exploração exagerada e sem nenhum controle coloca em risco a qualidade e a quantidade de recursos naturais disponíveis no planeta. A poluição, a contaminação e a extinção de espécies são apenas alguns dos exemplos dos impactos gerados pela ação do homem.

Plante uma árvore – As árvores são um dos elementos mais importantes no desenvolvimento de um ecossistema, seja por auxiliarem na reabsorção de gases de efeito estufa por meio da fotossíntese ou ainda por ajudarem na manutenção da umidade como parte do ciclo da chuva.

Economize água – A água potável é um bem essencial para todas as formas de vida, mas que também é naturalmente limitado. Por isso, o uso consciente da água é essencial para garantir as gerações futuras. Pequenas atitudes no dia a dia podem ser muito úteis nesse processo, como tomar banhos mais curtos, armazenar água da chuva, se certificar de que torneiras estão sempre fechadas e reutilizar água da máquina de lavar para outros propósitos.

ESTADOS COM E SEM PROIBIÇÃO DA LEI SECA

 

Em seis deles, medida vale para todo o estado – Agência Brasil

Pelo menos nove estados brasileiros proibirão a venda de bebidas alcoólicas no dia das eleições municipais, marcadas para o próximo domingo (6). Em seis deles, a medida valerá em todo o estado: Acre, Amapá, Pará, Piauí, Maranhão e Alagoas.

Em outros três, a medida será restrita a zonas eleitorais específicas. No Tocantins, serão quatro zonas, enquanto em Mato Grosso serão três, segundo informações dos tribunais regionais eleitorais (TREs). Em Goiás, o TRE não informou sobre as zonas que terão a chamada Lei Seca, mas pelo menos uma delas anunciou que adotará a proibição.

A proibição da venda de bebidas alcoólicas durante as eleições é decidida localmente pelas autoridades de segurança pública e eleitorais. A ideia é reduzir os riscos de desordem que prejudiquem o processo eleitoral. Em alguns estados, a decisão coube às secretarias de Segurança, como foi o caso dos estados do Piauí, Maranhão e de Alagoas.

No Acre, a decisão coube aos juízes eleitorais de primeira instância. Os responsáveis pelas nove zonas eleitorais do estado expediram portarias decretando a Lei Seca em suas respectivas áreas. Nos estados de Mato Grosso, do Tocantins e de Goiás, a definição também ficou por conta dos magistrados de cada zona.

Já no Pará, as regras da Lei Seca serão definidas em comum acordo entre os juízes eleitorais e a Polícia Civil dos municípios, “avaliando as especificidades, o contexto e a situação de cada localidade. Porém, a publicação de portaria com as normas para todo o estado é de responsabilidade da Secretaria estadual de Segurança Pública, por meio da Delegacia Geral de Polícia Civil. A partir desse documento, os juízes eleitorais podem definir os horários da Lei Seca, de acordo com a realidade dos municípios”.

O TRE do Amapá informou em nota, na noite de terça-feira (1º), que os juízes cumprirão rigorosamente a Portaria da Lei Seca, “garantindo a ordem e a segurança nos dias que antecedem e no próprio dia das eleições”, sem indicar quem seria o responsável pela decisão.

Estados sem proibição

Entre os estados que confirmaram à Agência Brasil que não haverá Lei Seca durante as eleições, estão Minas Gerais, o Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro e Santa Catarina. No caso do Paraná e de Pernambuco, os TREs informaram que a decisão caberia às secretarias de Segurança, mas que não haviam recebido qualquer notificação até essa quarta-feira (2).

No caso do Espírito Santo, ocorreu o oposto. A Secretaria de Segurança informou que a decisão caberia ao TRE e que não tinha recebido nenhuma notícia de aplicação da Lei Seca. Na Bahia e no Ceará, as secretarias de Segurança informaram que a decisão caberia aos TREs e solicitaram que a Agência Brasil procurasse os respectivos tribunais, os quais não responderam ao questionamento.

Nos demais estados, nem o TRE nem a Secretaria de Segurança responderam à Agência Brasil. A Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel), entidade que se posiciona contra a Lei Seca nas eleições, informou que, além do RS, de MG, PE, do PR, ES e RJ, os estados de São Paulo, Sergipe, da Paraíba, Bahia e do Rio Grande do Norte decidiram não fazer qualquer restrição à venda de bebidas alcoólicas no dia da eleição. “Nos estados que ainda tèm lei seca, a Abrasel tem recorrido para derrubá-la”, informou a assessoria de imprensa da associação.

VOCÊ JÁ PENSOU NA RETENÇÃO DE TALENTOS DA SUA EMPRESA?

 

Tiago Forjaz – Redação StartSe

Nesta coluna, Tiago Forjaz traz dicas para lideranças engajar o time. Confira!

Pessoas trabalhando no escritório (Foto: Canva)

Você já pensou em retenção de talentos? Pois veja só: retenção é uma palavra gasta e desadequada, talvez por isso nem sempre conquiste a atenção suficiente.

Parece ter uma intenção ilegítima de convencer alguém a ficar na nossa companhia, contra a sua vontade ou dando algo em troca, transformando a relação numa transação.

Nas nossas relações pessoais não pensamos nisso, não conseguimos conceber a ideia de ter que dar algo para alguém ficar na nossa companhia.

Aí celebramos as bodas, as datas, as viagens, os frutos e feitos da relação. Assim deveria ser nas relações de trabalho.

Essa filosofia, essa cultura é um momento linear, não acontece de forma instantânea, num único momento ou movimento. É preciso tempo. No final de contas é esse que a gente vai contar.

Mas na minha perspectiva as pessoas só querem duas coisas da vida: aprender e amar.

Aí está a chave da resposta que usualmente dou à pergunta: como reter as pessoas? Quanto vocês estão aprendendo em conjunto? Quanto amor está nessa relação? Como a gente se cuida.

Vivemos na era da personalização do trabalho

O trabalho é cada vez mais importante para a identidade das pessoas. Ele é uma fonte de realização pessoal, de conexão com os outros e de aprendizado. Por isso, as pessoas estão buscando cada vez mais trabalhos que sejam personalizados, que se adaptem aos seus valores, interesses e habilidades.

Para recrutar, desenvolver e reter talentos, acredito que é preciso manter essas cinco dimensões atendidas de forma constante:


1 – A função e a missão

  • Quais são as tarefas e responsabilidades que você tem e gostaria de ter?
  • O que é que você pode fazer com a sua experiência?
  • Para quê que você existe?
  • Qual é o seu talento?
  • O que você faz bem e é valorizado pelos demais?

2 – A cultura

  • Quais são os aspectos culturais que você mais aprecia?
  • Pense nos rituais, hábitos e costumes que acontecem nas empresas que você admira
  • Como é que você pode construir essa cultura aqui nessa empresa?

3 – O propósito

  • Para quê que você existe?
  • Como gostaria de ser conhecido ou referido?
  • Como é que você se vê? Tem algum “role model” que você segue ou personifica?

4 – As pessoas

  • Quem são as pessoas com quem gosta ou gostou de trabalhar? Porquê?
  • Que critérios tem para escolher o tipo de pessoas com quem gosta de trabalhar?

5 – Os aprendizados

  • O que é que você aprendeu nos últimos 3 meses?
  • O que gostaria de deixar de fazer na sua função? O que gostaria de fazer no futuro?
  • Que skills você quer desenvolver?
  • Com quem você quer trabalhar mais?

(Imagem: Pexels)

Cada vez temos mais frameworks e ferramentas de facilitação destas conversas

Os tempos mudaram, e por isso diria que hoje existem ferramentas para ajudar a reter as pessoas, numa era em que todo mundo quer e precisa de aprender e ter consciência do que está aprendendo.

As pessoas querem ser vistas, querem ter conversas sobre o seu potencial e como estão a aprender, não tanto sobre a sua performance e como podem melhorar.

Cada vez mais existem ferramentas que permitem compreender as pessoas e as suas preferências de forma a permitir esculpir o seu trabalho e descobrir a forma como melhor contribuem, porque não existe o “one size fits all”.

As pessoas querem ser autoras, querem ser envolvidas na construção e evolução do trabalho. Para facilitar esse diálogo existem novas ferramentas que são muito mais efetivas e divertidas do que fazer um questionário fechado. Aqui ficam algumas das ferramentas que mais gosto e uso.

5 ferramentas para desenvolver talentos

1 – Job Crafting

O Job Crafting é um framework de perguntas que ajuda você a compreender as tarefas, os tempos, os talentos, as pessoas e a sua visão da sua função. Com base nessa compreensão, você pode desenhar a sua função ideal e fazer com que ela evolua.

2 – Why Do You Stay?

Existe uma ferramenta desenvolvida pelo Dr. John O. Burdet da Orchestra que permite inverter a entrevista de saída. Na realidade é um jogo que permite entender quais os aspectos mais valorizados na sua empresa e porque as pessoas decidem ficar. Com base nessa informação você pode envolver as pessoas na construção de uma proposta de valor melhor para o trabalho.

3 – Feedback vídeo

É comum que as pessoas peçam referências dos candidatos que recrutam, mas é menos comum que os candidatos peçam referências dos seus futuros chefes. Você pode pedir às pessoas que trabalham com você para gravar um vídeo de referência para você, que pode ser enviado aos candidatos que você está considerando. Isso é uma ótima maneira de demonstrar transparência e autenticidade, e também permite que os candidatos tenham uma ideia melhor de como seria trabalhar com você.

4 – Epic Talent Cards

Muitas vezes as pessoas não sabem dizer quais os seus talentos. Fica difícil construir um pitch e vender os seus talentos sem ter um “diretório” ou menu dos talentos mais relevantes no mundo do trabalho. Por isso a Epic Talent Society desenvolveu um baralho de 70 cartas que ajuda as pessoas a conhecerem e apresentarem os seus 5 maiores talentos.

5 – Jogo “Quem é Você”?

Num jogo simples de 2 minutos, você pode explorar 13 perguntas que definem muito melhor a pessoa. Com esse jogo simples você descobre afinidades, desenvolve empatia, admiração e grava uma melhor percepção sobre a pessoa. Essa ferramenta é fundamental no dia a dia para apresentar pessoas que vão trabalhar em times, não serve só para recrutamento.

Esses jogos e ferramentas permitem humanizar o trabalho e deixar a perspectiva dos recursos humanos, porque não somos meros recursos e todos somos responsáveis por construir a melhor experiência de trabalho (isso não é responsabilidade exclusiva dos RH).

Por que importa?


Por fim, ser líder significa ter pessoas de qualidade trabalhando no seu time. Eu gosto de pensar que as pessoas que deixam de trabalhar comigo vão para melhores posições e oportunidades, porque estão preparadas para tudo e aprenderam mais comigo do que em qualquer outro lugar. Minha reputação melhora a delas e vice-versa.

Leitura recomendada

Tiago Forjaz é professor do xBA, programa executivo internacional, da StartSe em parceria com a Nova SBE, que foi eleito o mais inovador do mundo.

Mindset correto é o que vai fazer você alcançar (ou não) o sucesso

Junior Borneli, co-fundador do StartSe

Mulher negra e sorridente segurando um IPad e olhando para frente (Fonte: Getty Images)

Mindset é a sua programação mental, é como você encara tudo que está ao teu redor

Mindset. Você já ouviu essa palavinha algumas vezes aqui no StartSe. Ela é importante, talvez uma das coisas mais importantes para “chegar lá” (seja lá onde for que você quiser chegar).

É sua habilidade de pensar o que você precisa para ter sucesso. E como a maioria das coisas que você possui dentro de você, ela é uma espécie de programação do seu ser. Tanto que é possível que você adquira outro mindset durante a vida, convivendo com as pessoas corretas, conhecendo culturas diferentes.

Algumas pessoas dizem que é isso das pessoas que faz o Vale do Silício ser a região mais inovadora do mundo. Eu, pessoalmente, não duvido. Fato é: você precisa de ter a cabeça no lugar certo, pois a diferença entre um mindset vencedor e um perdedor é o principal fator entre fracasso e sucesso.

Para isso, é importante você começar do ponto inicial: um objetivo. “Todo empreendedor precisa ter um objetivo. Acordar todos os dias e manter-se firme no propósito de fazer o máximo possível para chegar lá é fundamental”, diz Junior Borneli, co-fundador do StartSe e uma das pessoas mais entendidas de mindset no ecossistema brasileiro.

De lá, é importante você fazer o máximo que puder e não perder o foco, mantendo-se firme. “Não importa se no final do dia deu tudo certo ou errado. O importante é ter a certeza de que você fez tudo o que foi possível para o melhor resultado”, avisa.

Com a atitude certa, é capaz que você sempre consiga canalizar as coisas como positivas. “Você sempre tem duas formas de olhar um a mesma situação: aquela em que você se coloca como um derrotado e a outra onde você vê os desafios como oportunidades. Escolha sempre o melhor lado das coisas, isso fará com que sua jornada seja mais leve”, alerta o empreendedor.

Esses tipo de sentimento abre espaço para uma característica importantíssima dos principais empreendedores: saber lidar com grandes adversidades. “Um ponto em comum na maioria os empreendedores de sucesso é a superação”, destaca Junior Borneli.

Saber lidar com essas adversidades vai impedir que você pare no primeiro problema (ou falência) que aparecer na sua frente. “São muito comuns as histórias de grandes empresários que faliram várias vezes, receberam diversos ‘nãos’ e só venceram porque foram persistentes”, afirma.

É importante ter esse mindset resiliente, pois, nem sempre tudo será fácil para você – na verdade, quase nunca será. “Empreender é, na maior parte do tempo, algo muito doloroso. Até conseguir algum resultado expressivo o empreendedor passa por muitos perrengues. A imensa maioria fica pelo caminho”, diz.

É como uma luta de boxe, onde muitas vezes, para ganhar, você terá que apanhar e apanhar e apanhar até conseguir desferir o golpe (ou a sequência) certo. “Na minha opinião, não há melhor frase que defina a trajetória de um empreendedor de sucesso do que aquela dita por Rocky Balboa, no cinema: ‘não importa o quanto você bate, mas sim o quanto aguenta apanhar e continuar. É assim que se ganha’”, ilustra.

O problema talvez seja que alguns aspectos do empreendedorismo tenham glamour demais. “Empreender não é simplesmente ter uma mesa com super-heróis e uma parede cheia de post-its coloridos. Você vive numa espécie de montanha russa de emoções, onde de manhã você é ‘o cara’ e à tarde não tem dinheiro pro café”, salienta.

Vale a pena, porém, perseverar neste caminho. “Para aqueles que são persistentes e têm foco, a jornada será difícil, mas o retorno fará valer a pena!,” destaca o empreendedor.

DERROTA TAMBÉM ENSINA

Um ponto importante do sucesso é saber lidar com o fracasso e, de lá, tomar algumas lições para sair mais forte ainda. “Toda derrota nos ensina algumas lições e assim nos tornamos mais fortes a cada nova tentativa. A cultura do fracasso, aqui no Brasil, é muito diferente dos Estados Unidos”, afirma Junior.

No Vale do Silício, falhar é encarado algo bom, na verdade – e aumenta suas chances de sucesso futuro. “Por lá, empreendedor que já falhou tem mais chances de receber investimentos porque mostrou capacidade de reação e aprendeu com os erros”, conta o empreendedor.

Mas ao pensar sobre fracasso, você precisa ter o filtro correto para não deixar a ideia escapar. “Encarar os erros como ensinamentos e entender que falhar é parte do jogo torna as coisas mais fáceis e suportáveis”, salienta.

Foco é a palavra de ordem para você conseguir alcançar os objetivos traçados no caminho, mesmo que em alguns momentos pareça que está tudo dando errado. “Por fim, buscar o equilíbrio mental e o foco são fundamentais. Nas vitórias, tendemos a nos render à vaidade e ao orgulho. E nas derrotas nos entregamos ao desânimo e a depressão. Mentalize seus objetivos, foque nos caminhos que vão leva-lo até eles e siga firme em frente”, afirma.

É importante que você tenha noção de que para ser uma exceção, você não pode pensar da maneira comodista que a maior parte das pessoas. “Se você quer chegar onde poucos chegaram, precisará fazer o que poucos têm coragem e disposição para fazer”, completa.

                   O “não” do cliente a uma proposta. Por quê?                   

Moysés Peruhype Carlech

Fiquei pensando e ao mesmo tempo preocupado com o seu “não”, sem nenhuma explicação, à nossa proposta de divulgação da sua loja e de resto todas as lojas dessa cidade no Site da nossa Plataforma Comercial da Startup Valeon.

Esse “não” quer dizer, estou cheio de compromissos para fazer pagamentos mensais, não estou faturando o suficiente para cobrir as minhas despesas, a minha loja está vendendo pouco e ainda me vem mais uma “despesa” de publicidade da Startup Valeon?

Pergunto: como vou comprar na sua loja? Se não sei qual é a sua localização aí no seu domicílio? Quais os produtos que você comercializa? Se tem preços competitivos? Qual a sua interação online com os seus clientes? Qual o seu telefone de contato? Qual é o seu WhatsApp?

Hoje em dia, os compradores não têm tempo suficiente para ficarem passeando pelos Bairros e Centros da Cidade, vendo loja por loja e depois fazendo a decisão de compra, como antigamente.

A pandemia do Covid-19 trouxe consigo muitas mudanças ao mundo dos negócios. Os empresários precisaram lutar e se adaptar para sobreviver a um momento tão delicado como esse. Para muitos, vender em Marketplace como o da Startup Valeon se mostrou uma saída lucrativa para enfrentar a crise. Com o fechamento do comércio durante as medidas de isolamento social da pandemia, muitos consumidores adotaram novos hábitos para poder continuar efetuando suas compras. Em vez de andar pelos corredores dos shoppings centers, bairros e centros da cidade, durante a crise maior da pandemia, os consumidores passaram a navegar por lojas virtuais como a Plataforma Comercial Valeon. Mesmo aqueles que tinham receio de comprar online, se viram obrigados a enfrentar essa barreira. Se os consumidores estão na internet, é onde seu negócio também precisa estar para sobreviver à crise e continuar prosperando.

É importante você divulgar a sua loja na internet com a ajuda do Site da Startup Valeon, que no caso não é uma despesa a mais e sim um investimento para alavancar as suas vendas. Desse modo, o seu processo de vendas fica muito mais profissional, automatizado e eficiente.  Além disso, é possível a captação de potenciais compradores e aumentar o engajamento dos seus clientes.

Não adianta pensar dessa forma: “Eu faço assim há anos e deu certo, porque eu deveria fazer diferente? Eu sei o que preciso fazer”. – Se você ainda pensa assim, essa forma de pensar pode representar um grande obstáculo para o crescimento do seu negócio, porque o que trouxe você até aqui é o que você já sabe e não será o que levará você para o próximo nível de transformação.

O que funcionava antes não necessariamente funcionará no futuro, porque o contesto está mudando cada vez mais rápido, as formas como os negócios estão acontecendo são diferentes, os comportamentos dos consumidores está se alterando, sem contar que estão surgindo novas tecnologias, como a da Startup Valeon, que vão deixar para trás tudo aquilo que é ineficiente.

Aqui, na Startup Valeon, nós sempre questionamos as formas de pensar e nunca estamos totalmente satisfeitos com o que sabemos justamente por entender que precisamos estar sempre dispostos a conhecer e aprender com o novo, porque ele será capaz de nos levar para onde queremos estar.

Mas, para isso acontecer, você precisa estar disposto a absorver novas formas de pensar também e não ficar amarrado só ao que você já sabe.

Se este for seu caso, convido você a realizar seu novo começo por meio da nossa forma de anunciar e propagar a sua empresa na internet.

Todos eles foram idealizados para você ver o seu negócio e a sua carreira de uma forma completamente diferente, possibilitando levar você para o próximo nível.

Aproveite essa oportunidade para promover a sua próxima transformação de vendas através do nosso site.

Então, espero que o seu “não” seja uma provocação dizendo para nós da Startup Valeon – “convença-me”.

E-Mail: valeonbrasil@gmail.com

Site: https://valedoacoonline.com.br/

Fones: (31) 98428-0590 / (31) 3827-2297

quinta-feira, 3 de outubro de 2024

CONHEÇA O AEROLULA QUE DEU PANE

 

História de Rayanderson Guerra – Jornal Estadão

RIO – O avião reserva da Presidência da República com Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pousou em Brasília às 10h12 desta quarta-feira, 2, após a aeronave presidencial oficial, VC-1 Airbus A319CJ, conhecida como Aerolula, ter apresentado problemas técnicos e sobrevoado o espaço aéreo mexicano por cerca de cinco horas.

O Aerolula foi comprado em 2004 por US$ 56,7 milhões (cerca de US$ 91,7 milhões, em valores atualizados, cerca de R$ 500 milhões). O avião presidencial pertence ao Grupo de Transporte Especial (GTE), com sede em Brasília, e é usado para as viagens de longa distância.

Segundo a FAB, o VC-1 Airbus A319CJ comporta até 40 passageiros. A suíte do casal presidencial está montada imediatamente adiante da asa e logo atrás do gabinete de despachos. Não há uma cama solta, mas uma espécie de sofá duplo, acoplado a uma das laterais.

Suíte presidencial da aeronave VC-1 Foto: Divulgação/Agência Brasil

A mesa de refeições é recolhida em um espaço no chão. Há ainda duas poltronas de couro, reclináveis, e uma televisão. Dobrada, a porta de um dos dois armários vira tábua de passar roupa. O espelho do banheiro foi montado sobre uma bancada pequena de três gavetas, com tomadas independentes para o secador de cabelo e o barbeador. O frigobar é dotado de máquina para produzir cubos de gelo.

Ambiente interno da aeronave presidencial VC-1 Foto: Divulgação/Agência Brasil

A FAB equipou a aeronave com recursos eletrônicos de defesa, como a possibilidade de impedir o rastreamento ou a escuta de suas comunicações e de emitir sinais destinados a confundir eventuais agressores.

BETS CONHECIDAS FICARAM DE FORA DA LISTA DE LEGALIZAÇÃO DO GOVERNO FEDERAL

 

História de Redação – IstoÉ Dinheiro

O Ministério da Fazenda divulgou nesta terça-feira, 1º, uma lista com as empresas de apostas online que pediram à pasta, no prazo de 17 setembro, autorização para operar no País e foram consideradas em conformidade com a legislação. Na lista, que traz 193 marcas de 89 empresas, chama a atenção a ausência de alguns nomes conhecidos entre apostadores e também nos universos do futebol e da música.

Entre esses ausentes na lista, estão duas plataformas de apostas que figuram entre as maiores do mercado nacional, a F12.bet, e a 1×001, retratadas na reportagem Bets: quais são as maiores empresas de apostas que atuam no Brasil?, publicada em 13 de setembro e que desde então ainda não deram retorno aos pedidos de entrevista do Estadão.

Também chama a atenção a ausência da Esportes da Sorte e da Vai de Bet (esta plataforma, porém, tem autorização para funcionar, uma vez que liminar da Justiça Federal autorizou que empresas de apostas online credenciadas pela Loteria do Estado do Rio de Janeiro), que nas últimas semanas foram ligadas a uma investigação da Polícia Civil de Pernambuco que, na Operação Integration, apura um suposto esquema de lavagem de dinheiro oriundo de jogos ilegais.

Procurada na noite de terça-feira, 1º, a Vai de Bet disse que ainda não tinha uma posição oficial sobre não constar na lista das reconhecidas pelo ministério. A empresa afirmou que cumpriu com as exigências da portaria e buscará entender a situação na Secretaria de Prêmios e Apostas do ministério.

A Esportes da Sorte afirma que procurou a Secretaria de Prêmios e Apostas (SPA) para “retificação”, já que diz ter cumprido todas as exigências da portaria 1.475/2024 – que estabelece os prazos de adequação das bets. O Corinthians, patrocinado pela empresa, reiterou que a Esportes da Sorte atendeu as demandas necessárias para a regularização desde o dia 20 de setembro – porém, embora a portaria dê até o dia 30 de setembro prazo para indicação de marcas em atividade e os respectivos domínios de internet onde cada bet atua, isso vale apenas para aquelas que já tenham apresentado requerimento de autorização até 17 de setembro, data de publicação da portaria.

Abaixo, saiba um pouco mais sobre cada uma destas ausentes da lista:

Esportes da Sorte

A Esportes da Sorte tem ampla atuação no mundo do futebol e patrocina clubes de diferentes divisões do Brasil. Na Série A do Campeonato Brasileiro, Corinthians, Grêmio, Athletico-PR e Bahia recebem investimentos da empresa.

O time feminino do Palmeiras também é patrocinado pela Esportes da Sorte. Além destes, a marca apoia Ceará, da Série B, Náutico e ABC, da Série C, e Santa Cruz, da Série D. O patrocínio com o Corinthians foi assinado em julho, com um total de R$ 309 milhões por três anos de contrato. É o maior valor pago entre os oito clubes que a marca apoia. O acordo conta com cláusulas contratuais e não é dividido igualmente pelos três anos. Somando os demais clubes da Série A, a empresa desembolsa cerca de R$ 80 milhões anuais. Destes, somente o Grêmio não expõe a logo como patrocínio máster.

No Corinthians, a Esportes da Sorte se dispôs, inclusive, a bancar a contratação de maior impacto no futebol brasileiro no ano, a do holandês Memphis Depay.

Vai de Bet

A Vai de Bet patrocinava o Corinthians, em acordo de R$ 370 milhões por três anos, mas rescindiu unilateralmente o contrato após escândalo – na ocasião, a Vai de Bet negou envolvimento com as irregularidades, como o pagamento a “empresas laranjas”, e rescindiu o contrato sob o argumento de que não manteria a parceria diante das suspeitas.

Além do meio do futebol, o seu nome recentemente foi ligado ao da música sertaneja. Em live em seu perfil do Instagram, o cantor Gusttavo Lima afirmou que não é sócio da casa de apostas online Vai de Bet. Ele chegou a ter um mandado de prisão preventiva decretado, revogado no dia seguinte. A afirmação de que o artista teria uma participação societária consta no inquérito policial da Polícia Civil de Pernambuco, que comanda a Operação Integration, e apura suposta lavagem de dinheiro com uso de empresas de apostas.

F12.bet

Alessandro Rosa Vieira, o famoso ex-jogador de futsal conhecido como Falcão, é o sócio na F12 Entertainment, hoje responsável pela operação da F12.bet. Após sua aposentadoria do esporte, Falcão se tornou empresário e iniciou um canal no YouTube, mostrando dicas e truques de futebol.

Em 2022, fundou a F12 Entertainment, ingressando nos negócios de apostas esportivas e cassino online. Diferentemente do que ocorre com outras casas de apostas online, Falcão não esconde estar ligado ao negócio. Em vez disso, Falcão é garoto-propaganda da F12.bet, com sua imagem estampada no site da empresa.

Assim como outras bets, a F12 é registrada em Curaçao e tem seus pagamentos processados pela plataforma Paysafe Group.

BRASIL É UMA MINA DE OURO PARA CASAS DE APOSTAS

 

História de Alice de Souza – DW Brasil

Prestes a regulamentar o setor, país tem cerca de 2 mil sites em operação e mais de 180 pedidos de licença. Ministério da Fazenda pretende divulga lista de casas online autorizadas a funcionar no Brasil.

Ministério da Fazenda está solicitando a retirada do ar de centenas de sites em operação no país

Ministério da Fazenda está solicitando a retirada do ar de centenas de sites em operação no país© Jens Krick/Flashpic/picture alliance

Entre as décadas de 1930 e 1940, o Brasil era como um paraíso dos cassinos. Mais de 70 casas funcionavam no país, e os jogos de azar faziam parte da cultura nacional. No dia 30 de abril de 1946, entretanto, essa realidade mudou abruptamente. Pelo menos de forma legal. Sob o argumento de que esse mercado feria a “tradição moral, jurídica e religiosa” do brasileiro, o então presidente Eurico Gaspar Dutra assinou um decreto proibindo a prática.

Quase 80 anos depois, o cenário é outro. Mesmo diante de um Congresso considerado conservador, o Brasil reabriu as portas para o mundo das apostas, legalizadas em 2018, com a Lei 13.756. Desde então, o país vive um novo “boom” desse mercado, agora de apostas online.

O setor deve ser regulamentado e fiscalizado a partir de janeiro de 2025. O Ministério da Fazenda já tem 182 pedidos de empresas interessadas em obter licença para operar no país, de acordo com o Sistema de Gestão de Apostas. Somente entre setembro e o primeiro dia de outubro, foram 70 novos pedidos.

O interesse é de empresas nacionais e multinacionais da área, como MGM Grand e Caesars Palace, que atuam no mercado de cassinos físicos em Las Vegas, nos Estados Unidos.

Na outra ponta, as apostas online estão fincando raízes na rotina da população. Uma pesquisa do Instituto DataSenado, publicada nesta terça-feira (01/10), mostra que 13% dos brasileiros com 16 anos ou mais, cerca de 22 milhões de pessoas, declararam ter participado de “bets” no último mês.

Outro levantamento da Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo (SBVC) já havia mostrado que 63% de quem aposta no país compromete a renda para jogar. Já um levantamento do Banco Central (BC) revelou que inscritos no Bolsa Família teriam direcionado cerca de R$ 3 milhões para as bets apenas via Pix em agosto.

Esse último estudo vem sofrendo contestação, porém todos esses dados são termômetro da nova onda que já posiciona o Brasil, de acordo com a empresa especializada em análise de dados Comscore, como o terceiro mercado mundial em consumo de casas de apostas, atrás apenas dos Estados Unidos e do Reino Unido.

Pesquisadores e integrantes do setor creditam a atratividade do mercado de apostas brasileiro a uma série de fatores, entre eles o apelo a uma paixão nacional, o futebol; o atraso em regulamentar a área; a possibilidade turística para cassinos físicos; o tamanho da população economicamente ativa; e a desigualdade social existente no país.

“O Brasil não é só um mercado interessante, ele é considerado uma das joias da coroa do mercado de aposta mundial, principalmente se levarmos em consideração que o país está sem jogo legalizado há quase 80 anos”, defende Magno José, presidente do Instituto Brasileiro Jogo Legal (IJL).

Jogo do Tigrinho virou febre nacional e está sendo associado a vício de jogadores

Jogo do Tigrinho virou febre nacional e está sendo associado a vício de jogadores© Iolanda Paz/DW

Sites deverão sair do ar em dez dias

Nesta terça-feira (01/10), o Ministério da Fazenda publicou uma lista com todas as empresas de bets e apostas aptas a operar no Brasil até dezembro. A lista inclui 89 empresas com respectivamente 193 bets (marcas) que vão continuar operando no país. O governo federal também solicitou informações aos estados, que registraram seis empresas com respectivamente seis bets.

Todos os outros sites que não foram incluídos na lista não poderão mais divulgar ofertas e serão proibidos no país. Eles permanecerão no ar por dez dias, para facilitar o pedido de devolução do dinheiro de apostadores. A partir de 11 de outubro, eles começarão a ser derrubados, com auxílio da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel).

Aqueles que não pediram autorização de licença ao ministério passarão a ser classificados como ilegais. Quem solicitou atuar no Brasil, mas não estava funcionando ainda, deverá aguardar até 2025. Até lá, a pasta analisará todos os pedidos de licenciamento.

“A medida proporciona mais segurança para a sociedade e para as empresas que querem operar adequadamente no Brasil. Com isso, protegemos a saúde mental e financeira dos jogadores”, ressaltou Regis Dudena, secretário de Prêmios e Apostas do ministério, em nota.

O peso da falta de regulamentação

A lei de 2018 previa uma regulamentação para o setor de apostas entre dois a no máximo quatro anos, mas apenas em fevereiro de 2023 o país começou a estabelecer as regras de funcionamento das bets esportivas e jogos similares.

Para tanto foi criada uma agenda regulatória, que incluiu a publicação de 11 portarias até setembro deste ano com normas para licenciamento, marketing, fiscalização, entre outras.

O governo federal havia estabelecido que a partir de janeiro iria banir as empresas que não tivessem a licença de operação concedida, mas pesquisas apontando o dano financeiro e de saúde na população, bem como investigações sobre lavagem de dinheiro envolvendo o mundo das bets e influenciadores digitais, anteciparam a medida.

Representantes do setor, Magno José, defendem que a ausência de regulamentação foi o que catapultou o Brasil no mercado internacional de jogos de azar. Ele estima que haja mais de 2 mil sites em funcionamento. Para José, os recursos que poderiam ter sido investidos na compra de outorgas e gerar tributos ao Estado acabaram direcionados para publicidade e marketing, o que tornou o mercado selvagem e nocivo, além de permeado por sites ilegais.

De acordo com o professor do Departamento de Sociologia e Metodologia e Ciências Sociais da Universidade Federal Fluminense (UFF) Marcelo Pereira de Mello, a ausência de regras no mínimo facilitou uma corrida para abrir empresas da área. “Uma regulamentação frouxa e a falta de experiência da gestão pública serviram como estímulo para a criação de muitas empresas de fundo de quintal”, afirma.

O interesse político

O Brasil vive historicamente uma relação de amor e ódio com os jogos de azar. Tanto que a proibição de Dutra, em 1946, não foi a única a ocorrer no país. Por outro lado, a inexistência dos cassinos online nunca limitou totalmente os jogos de azar, que permaneceram ocorrendo por vias lícitas ou ilícitas, seja na loteria federal ou com o jogo do bicho.

De acordo Mello, do ponto de vista sociocultural não há nada que faça o brasileiro ser mais propenso a jogar em comparação a outros mercados mundiais. “Aqui se joga como em qualquer outro país. Os jogos de aposta são uma tradição das sociedades humanas, de maneira geral”, diz.

Autor do livro Criminalização dos Jogos de Azar – A História Social dos Jogos de Azar no Rio de Janeiro, Mello ressalta inclusive que o Brasil sempre viu os jogos de azar pela perspectiva conservadora. Contudo, ele lembra também que esse tipo de negócio sempre esteve vinculado a políticos.

“Pode parecer um paradoxo, mas isso é explicado por outra característica da política brasileira, que é o fisiologismo. Houve uma intensa atuação de lobbies relacionados a apostas, com promessas de favorecimento a diversos grupos dentro do Congresso Nacional”, acrescenta.

Marcas de bet patrocinam grandes clubes brasileiros, como o Fluminense

Marcas de bet patrocinam grandes clubes brasileiros, como o Fluminense© AMR ABDALLAH DALSH/REUTERS

Paixão nacional como motor

Outro fator apontado como importante nessa equação é a paixão do brasileiro por futebol, já que as apostas em eventos esportivos representam parte significativa desse mercado. Empresas do setor começaram a realizar propaganda em diversos eventos desde 2018 e patrocinam pelo menos 30 clubes das séries A e B do Campeonato Brasileiro, incluindo Flamengo e Corinthians.

“É um mercado novo, que explora uma paixão nacional. As pessoas podem pensar que aquilo não é um jogo de azar, mas de conhecimento técnico sobre o esporte, o time, os jogadores”, afirma Mello. De acordo com José, 80% dos apostadores brasileiros são considerados recreativos, ou seja, que apostam em pequenas quantias. “É aquela coisa de mandar no grupo de amigos que apostei no time que ganhou”, diz.

Daniel Dias, professor da FGV Direito Rio de Janeiro, lembra, contudo, que faltam dados comparativos com outros países para cravar se a paixão do brasileiro por futebol move mais apostas do que em outros países onde acontece o mesmo fenômeno.

“Independentemente disso, é uma novidade, e tudo o que é novo atrai atenção. Além disso, o mundo das bets está entrando com muita publicidade agressiva”, diz Dias.

Com a regulamentação do mercado, as bets vão precisar ter sede no Brasil e licenciamento para seguir patrocinando os times de futebol e outros eventos esportivos. Em outros países, como no Reino Unido, o patrocínio das casas de apostas foi proibido de ser estampado nas camisas dos clubes a partir de 2026.

“A gente vê grandes jogadores de futebol, da seleção, vinculando suas imagens às apostas esportivas. Além disso, a gente tem anúncio em tudo quanto é canto, num ambiente sem categorização de idade”, afirma Rodrigo Machado, psiquiatra e coordenador do Grupo de Dependências Tecnológicas do Instituto de Psiquiatria da Universidade de São Paulo (USP).

Congresso Naciona discute a volta dos casinos físicos. Empresas com operação em Las Vegas já operam no mercado de bets online brasileiro.

Congresso Naciona discute a volta dos casinos físicos. Empresas com operação em Las Vegas já operam no mercado de bets online brasileiro.© Michael Bihlmayer/CHROMORANGE/picture alliance

Espaços físicos em locais paradisíacos

Em 1920, o então presidente Epitácio Pessoa chegou a liberar os cassinos, mas só em balneários, para fomentar o turismo e custear o saneamento básico no interior. Mas tanto os estados quanto o Governo Federal fecharam vários dos hotéis-cassinos, que só voltaram a ser estimulados a partir de 1930, durante o governo de Getúlio Vargas.

Agora, com o mercado online efervescente, há a expectativa de que o país também volte a aceitar os espaços físicos de apostas. E ter um litoral vasto é considerado um ativo interessante para a eventual instalação de cassinos físicos.

O Congresso discute um projeto de lei para regulamentar o jogo do bicho, a corrida de cavalo e os cassinos. O texto do PL 2.234, de 2022, é uma versão do PL 442, que tramitava desde 1991 e foi aprovado na Câmara dos Deputados em 2022. O documento está em tramitação no Senado, com última movimentação no início de agosto deste ano.

Representantes de empresas com atuação em Las Vegas, como o presidente da Caesars Sportsbook no Brasil, André Feldman, têm realizado encontros com senadores e integrantes da Secretaria de Prêmios e Apostas do Ministério da Fazenda.

Segundo a ferramenta Agenda Transparente, da Agência Fiquem Sabendo, Feldman realizou pelo menos três encontros com representantes do Executivo e Legislativo desde 2023. A última delas no dia 4 de setembro, com o senador Rogério Carvalho (PT/SE) e integrantes do MF. Já Alex Pariente, vice-presidente sênior do Hard Rock International para hoteis e cassinos, encontrou-se em maio com representantes do MF.

“Estamos num país que tem muitas belezas naturais, então, se forem aprovados os cassinos presenciais, é um mercado fantástico para instalar resorts e cassinos e fomentar o jogo de azar presencialmente”, lamenta Machado.

Desigualdade social como pano de fundo

A pesquisa do DataSenado mostra que o perfil principal de apostadores no Brasil são pessoas do sexo masculino, entre 16 e 39 anos, que ganham até dois salários-mínimos. Entre as pessoas que apostaram, cerca de 58% estão com dívidas em atraso há mais de 90 dias.

Os dados corroboram as pesquisas já divulgadas pela SBCV e o Banco Central sobre o perfil de quem está se tornando consumidor nesse mercado. Para os pesquisadores entrevistados pela DW, são estatísticas que revelam o papel da desigualdade social na proliferação das bets.

“A camada social mais pobre é mais vulnerável a esse tipo de atividade, pois são pessoas que muitas vezes estão endividadas ou querendo fazer uma grana extra, que estão com a corda no pescoço”, afirma Dias.

Mello ressalta também as desigualdades educacionais como fato. “No Brasil, os mais pobres são também os que têm menos escolaridade formal. Essas empresas prometem enriquecimento, mudança de padrão de vida a uma população desesperançada. Então, a expectativa de ascensão social se dá por esse meio”, diz.

Autor: Alice de Souza