História de Gabriel de Sousa, Karina Ferreira e Rubens Anater – Jornal Estadão
BRASÍLIA – Um dos temas centrais da manifestação bolsonarista na Avenida Paulista ocorrida neste sábado, 7, foi a anistia aos golpistas condenados pelos ataques aos Três Poderes, em 8 de janeiro de 2023. O benefício, que garante um perdão aos criminosos que vandalizaram os prédios públicos, foi defendido pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), pelo governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), e por outras figuras que discursaram no evento.
Uma proposta de lei que defende o perdão dos condenados pelos atos
antidemocráticos, conhecida como “PL da Anistia”, já tramita no
Congresso. Aliada próxima de Bolsonaro, a presidente da Comissão de
Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara, Caroline de Toni (PL-SC)
colocou o tema na pauta da sessão da próxima terça-feira, 10. No mesmo
dia, outra sessão da CCJ deve votar um pacote de Propostas de Emendas à
Constituição que limitam poderes do Supremo Tribunal Federal (STF) – que
também foi alvo prioritário durante a manifestação deste sábado, principalmente com ataques ao ministro Alexandre de
“Quis Deus que eu me ausentasse do País no dia 30 de dezembro. Algo
ia acontecer. Eu tinha esse pressentimento, mas não sabia que seria
aquilo”, afirmou Bolsonaro, classificando o episódio de depredação como
uma “catarse”. “Aquilo jamais foi um golpe de Estado e estamos vendo
pessoas ainda serem julgadas e condenadas como integrantes de um grupo
armado que visava mudar o nosso Estado Democrático de Direito. E eu
lamento por essas pessoas presas”, concluiu o ex-presidente, reforçando a
necessidade de a Câmara aprovar a anistia aos presos no 8 de janeiro.
Outros aliados de Bolsonaro que discursaram no sábado também abordaram o tema, como o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP),
que citou o empresário baiano Cleriston Pereira da Cunha, que morreu
após passar mal na prisão, e Débora Rodrigues dos Santos, denunciada ao
STF por ser flagrada escrevendo a frase “Perdeu, mané” na estátua da
Justiça, durante ataques antidemocráticos em Brasília.
O tema também estava presente na camiseta de aliados, como os senadores Flávio Bolsonaro (PL-RJ) e Magno Malta (PL-ES), que estampavam a frase “Anistia já! Presos 8 de Janeiro”.
Até o início deste ano, o projeto de lei que tramita na CCJ era relatado pela deputada Sâmia Bomfim (PSOL-SP),
que já havia divulgado parecer pela rejeição da anistia. No entanto, a
parlamentar ficou fora da Comissão este ano e a relatoria passou para o
deputado Rodrigo Valadares (União-SE), por indicação de Caroline de Toni.
Como mostrou o Estadão, a escolha de Valadares foi parte de uma articulação do líder do União Brasil na Câmara, Elmar Nascimento (BA), como gesto de aproximação aos bolsonaristas em meio à sua campanha para suceder Arthur Lira (PP-AL)
na presidência da Casa. Valadares é apoiador de Bolsonaro, mas também
um expoente de um partido do Centrão, com facilidade para transitar até
mesmo entre partidos da base do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O deputado ainda não apresentou parecer.
O que é anistia?
Prevista no Código Penal brasileiro, a anistia é uma forma de
extinção da punibilidade de um crime. Ou seja, é a concessão de um
perdão a um delito cometido por um brasileiro ou grupo de brasileiros.
A Constituição brasileira prevê que os crimes que não podem ser
anistiados são os hediondos. Neste rol, estão delitos como homicídio,
tráfico de crianças, estupro, genocídio, tortura, tráfico de drogas e o
terrorismo.
Os vândalos que já foram condenados pelo 8 de Janeiro tiveram a pena
imputada a partir de associação criminosa armada, abolição violenta do
Estado Democrático de Direito, tentativa de golpe de Estado, dano
qualificado e deterioração de patrimônio tombado. Nenhum destes é
considerado hediondo, o que abre margem à proposta discutida na Câmara e
defendida pelos bolsonaristas no ato de sábado.
Como a anistia é aprovada?
Para valer, a anistia aos condenados pelo 8 de Janeiro precisa ser
avalizado pelo Congresso Nacional. Primeiro, o tema deve passar pela Câmara e depois pelo Senado. Aprovado pelas duas casas, é necessário ainda passar pela sanção do presidente da República.
A anistia não é incomum na história política brasileira. Em 1979, o ex-presidente João Figueiredo, o último da ditadura militar (1964-1985),
assinou um perdão que afetou 4.650 pessoas. Os beneficiados foram
aqueles que cometeram crimes políticos, de motivação política ou
eleitoral, além de crimes comuns relacionados a crimes políticos, no
período de 2 de setembro de 1961 a 15 de agosto de 1979. A regalia se
estendeu para militares que cometeram crimes de tortura e assassinato
durante o regime.
De acordo com o professor de direito constitucional Felippe Mendonça,
o processo político necessário para a aprovação de uma anistia, que
envolve o aval do Congresso e a sanção do presidente, torna improvável a
possibilidade do benefício ser concedido.
“Mesmo se tivéssemos um presidente de direita, ele provavelmente só
daria a anistia nesse caso no último dia de mandato, para evitar
desgaste político”, disse.
Quando a democrata Kamala Harris e o republicano Donald Trump se
posicionarem nos púlpitos do estúdio da rede de TV americana ABC News,
na Filadélfia, nesta terça-feira (10/9) às 21 horas locais, será a
primeira vez que os dois se encontrarão pessoalmente como candidatos à
Presidência dos EUA.
Munidos apenas de papel, caneta e água, ambos protagonizarão um dos
eventos mais aguardados das eleições de 2024, o segundo debate de TV da
campanha. Considerando que o primeiro dos confrontos dinamitou a
candidatura à reeleição do presidente Joe Biden, alguns analistas
políticos já veem a atual temporada eleitoral como a mais impactada
pelos debates televisivos desde o pleito de 1960.
Aquela disputa, há 64 anos, entrou para a História não só por inaugurar o gênero do embate político televisivo nos EUA.
Foi o confronto diante das câmeras entre um jovial, sorridente e
maquiado John F. Kennedy e o então experiente vice-presidente Richard
Nixon — que se apresentou gripado, com a barba por fazer, e o olhar
abaixo da linha da câmera —, que definiu a apertada corrida em favor do
democrata.
“Por Deus, eu não entendi direito (o que estava em jogo) em 1960. Eu
odiava fazer programas de televisão. E eu estava totalmente errado”,
reconheceu Nixon, anos mais tarde, quando já era um consenso entre os
republicanos que o despreparo dele para o confronto televisivo com
Kennedy, cujo pai era um produtor de Hollywood, custou-lhes o pleito.
“É razoável dizer que esta é uma eleição comparável a de 1960 em
importância dos debates. Ali tivemos uma diferença de cem mil votos em
favor do vencedor (Kennedy venceu por 112.827 votos). Agora, ninguém
espera uma diferença maior do que algumas dezenas de milhares de votos,
em uma situação já muito polarizada e com uma candidata entrando no jogo
muito tarde, e em decorrência precisamente do mau desempenho do
presidente atual em um debate”, afirmou à BBC News Brasil Aaron Kall,
diretor de Debates da Michigan University.
Mais de 51 milhões de pessoas — ou o equivalente a um em cada seis
habitantes — assistiram ao vivo, em junho, os momentos que selaram o
destino de Biden como o primeiro presidente em 56 anos a não concorrer à
reeleição nos EUA. No confronto com Trump, ele titubeou, demonstrou
fragilidade e teve dificuldades de articular ideias e de responder às
perguntas.
Seu desempenho levou doadores de campanha e correligionários
democratas a uma intensa pressão para que Biden se retirasse da disputa,
o que aconteceu no final de julho. E embora o partido tenha sido
relativamente rápido para se aglutinar em torno do nome de Kamala
Harris, sobrou a ela apenas 107 dias para convencer os eleitores de que
merece ocupar a Casa Branca — é a campanha mais curta na história
recente americana.
“A fórmula consagrada de obter votos é no engajamento pessoal,
conversa um a um, candidato e voluntários literalmente batendo na porta
dos eleitores”, afirmou à BBC News Brasil Michael Cornfield, professor
de estratégias de campanha política na George Washington University.
Embora relembre que historicamente debates costumam ter um impacto
“mínimo” na conquista de novos votos, Cornfield reconhece que o evento
entre Harris e Trump é “sem precedentes” justamente pela limitação da
agenda de viagens da democrata e por ser a primeira oportunidade dela,
diante de uma plateia bipartidária, de “se apresentar aos eleitores,
formular sua mensagem e tentar aumentar sua preferência junto a eles”.
Por isso mesmo, a candidata democrata desistiu de tentar alterar
regras do debate já estabelecidas entre Trump e Biden e das quais ela
discordava — como ter o microfone desligado quando o oponente estiver
com a palavra. A equipe de Trump chegou a sugerir que ele poderia
desistir do embate caso houvesse mudanças nas regras, algo que a
campanha de Harris afirmou querer evitar.
A candidata tem usado o bordão “Diga na minha cara” (“Say it to my
face”, no original) ao responder comentários ou críticas de Trump sobre
ela feitas a terceiros, como uma forma de provocá-lo a participar de
todos os três debates previstos até 5 de novembro.
“Temos agora menos de 60 dias até o dia da eleição, em alguns
estados-pêndulo os eleitores já começaram a votação antecipada e não
haverá outros grandes eventos capazes de amealhar uma audiência
comparável à do Super Bowl (a final do campeonato de futebol americano).
Então o debate se tornou absolutamente crucial até para que Kamala explique a que veio. Eu não me surpreenderia se esse debate tivesse recorde de audiência”, afirma Kall.
Se o anedotário político sugere que é improvável ganhar uma enxurrada
de votos por boa performance em debate de TV, o exemplo de Nixon, em
1960, e de Biden, em 2024, mostram que há muitos riscos em jogo.
Pesquisas eleitorais feitas após o último embate entre Trump e Biden,
em junho, e antes da desistência do presidente, mostraram que o
republicano chegou a abrir 5 pontos percentuais de vantagem em estados
chave no pleito, como Pensilvânia e Michigan. “Harris e Trump tem muito a
perder se seus desempenhos não forem bons”, diz Cornfield.
Segundo ele, os efeitos do debate se arrastarão por muito mais do que
os 90 minutos em que o programa durará. “Os cortes reverberam por
muitos dias ou mesmo semanas nas redes sociais e vão consolidando votos
ou fragilizando os candidatos. Por isso, vemos as duas campanhas
tentando freneticamente discutir as regras e definir os temas e
perguntadores, para garantir bom material para o pós-debate”, diz
Cornfield.
Ainda assim, a campanha de Harris aposta muito nos programas, e não
só porque o tempo de corpo a corpo da candidata é muito limitado. A
mensagem entre os democratas é a de que o confronto de ideias estaria no
DNA dela, por sua trajetória profissional. “Harris foi promotora,
procuradora no estado da Califórnia. O palco do debate é sua arena
natural, era o que ela fazia ao levar réus a julgamento”, disse à BBC
News Brasil Thomas Whalen, analista político da Boston University.
Nos EUA, cargos como o de procurador ou o de xerife são definidos por
meio do voto. Em 2010, Harris conquistou o posto de procuradora, que a
catapultaria como uma estrela democrata, por uma margem de 0,85% dos
votos.
Sem ser favorita no pleito, segundo o jornal The New York Times, que
recentemente entrevistou os envolvidos naquela disputa, Harris selou sua
vitória ao responder com ironia — e sua característica gargalhada — à
afirmação do oponente de que ele pretendia acumular o salário de
procurador com uma pensão pública. “Você merece”, ela disparou. O trecho
do debate, que não fora televisionado, viralizou. E Harris venceu. É
exatamente repetir esta história que os democratas desejam.
Harris, porém, enfrentará pela primeira vez o palco de um debate
presidencial contra um oponente extremamente experiente. Além de ter
atuado como apresentador de televisão, Trump debaterá pela sétima vez —
um recorde na política recente americana. E deve confrontá-la com
aspectos impopulares da gestão na qual ela é vice-presidente: a inflação
e a crise migratória na fronteira com o México são flancos da
democrata.
“Resta saber também como ela lidará com um oponente que mente e
insulta”, diz Whalen. Entre outras coisas, Trump já disse que ela tem
uma risada de “louca” e “doida” e sugeriu que ela devia seu sucesso no
início da carreira política a um relacionamento amoroso.
E, segundo a BBC Verify, Trump fez uma série de afirmações falsas
contra Biden no último debate: disse que o democrata presidia sob o
maior déficit da história (enquanto que o pior dado é da gestão Trump), o
acusou de estar por trás da condenação criminal do republicano em NY
(instância judicial totalmente separada do governo federal) e afirmou
que ele planejava quadruplicar impostos no país (algo que Biden não fez
nem prometeu).
Em menor quantidade, Biden também falseou a realidade ou errou dados.
Para Kall, o pior cenário para Harris seria perder a paciência com o
republicano. “Ela terá a oportunidade de fazer um fact-checking de
Trump, mas tem que evitar passar para o eleitorado uma imagem de
agressiva, descontrolada”, diz ele.
Já Trump enfrenta o desafio de atualizar seu arsenal contra uma nova
oponente, depois de passar boa parte dos últimos meses formulando uma
mensagem para derrotar Biden. Muito antes que o debate de TV revelasse a
debilidade do candidato democrata, Trump o apelidara de “Sleepy Joe”,
em referência à sua falta de energia pela idade avançada (81 anos), e
seus aliados republicanos espalharam à exaustão em redes sociais clipes
de Biden tropeçando, tendo atitudes aparentemente desconexas ou
cometendo gafes, para sugerir que ele apresentava sinais de demência
senil.
Aos 78 anos e com Biden fora do jogo, é Trump agora quem enfrenta
questionamentos sobre sua boa forma intelectual e física. Em um evento
em NY na semana passada, ao responder sobre como tornar creches mais
baratas e acessíveis para famílias americanas, Trump deu uma longa
explicação considerada como “incompreensível, na melhor das hipóteses”
pelo apresentador que o questionava no palco. E viralizaram imagens nas
quais Trump parece estar dormindo durante convenção republicana —
segundo sua campanha, eram momentos de oração.
“Também é preciso ver se ele se comportará de forma disciplinada,
estruturando a mensagem em torno de suas políticas, o que atrai o
eleitorado, ou se vai se deixar levar por piadas e caracterizações
negativas de inimigos políticos, algo que costuma espantar eleitores
indecisos”, afirma Kall.
Atualmente, a maioria das pessoas está mantendo seus smartphones por mais tempo em vez de atualizá-los regularmente, e há muitos motivos para isso.
No início da era dos smartphones, talvez você fizesse o upgrade para
um novo dispositivo a cada poucos anos para garantir que tivesse os
recursos mais recentes e indispensáveis ou porque o contrato da sua
operadora subsidiava a compra do modelo mais novo. Mas esse não é mais o
caso, pois a tecnologia dos smartphones amadureceu e as inovações se
tornaram mais incrementais, e os modelos de preços das operadoras
mudaram.
Há também uma pressão ambiental para manter os telefones antigos fora
dos aterros sanitários, já que o lixo eletrônico se torna uma questão
maior de sustentabilidade. Atualmente, os smartphones também são mais
resistentes e mais capazes de sobreviver a quedas e choques.
“Desde que você cuide do seu telefone e o mantenha atualizado, você
terá pelo menos quatro ou cinco bons anos de uso”, disse Chris Hauk, do
Pixel Privacy, um site de tecnologia. Alguns proprietários de aparelhos
se gabam em fóruns on-line de que seus telefones duram mais de sete
anos.
E se você está pagando muito dinheiro pelo seu smartphone,
provavelmente vai querer que ele dure o máximo possível. Aqui estão
algumas dicas para prolongar a vida útil de seu celular Apple ou Android:
Cuidados com a bateria
Um dos maiores fatores na vida útil do seu telefone é a bateria. A
idade química de uma bateria recarregável não está relacionada à época
em que foi fabricada. Em vez disso, ela se baseia em uma mistura
complexa de fatores, incluindo “histórico de temperatura e padrão de
carregamento”, de acordo com a Apple.
“À medida que as baterias de íons de lítio envelhecem quimicamente, a
quantidade de carga que elas podem reter diminui, resultando em redução
da vida útil da bateria e do desempenho máximo”, afirma a fabricante do
iPhone.
A empresa afirma que sua tecnologia de otimização de carregamento foi
projetada para melhorar a vida útil da bateria, e que é seguro para os
usuários do iPhone carregar seus telefones durante a noite.
Saiba Qual É A Porcentagem Ideal Para Carregar O Celular
A Samsung,
por sua vez, diz que suas baterias de íons de lítio funcionam melhor
quando mantidas acima de 50% de carga. Ela desaconselha o esgotamento da
bateria.
“Permitir repetidamente que a bateria se esgote totalmente pode
encurtar sua vida útil e diminuir sua capacidade geral”, diz a empresa
em um guia online. “Se isso acontecer, você precisará carregar a bateria
com mais frequência e ela poderá durar apenas algumas horas antes de
precisar de uma carga, por exemplo.”
Evite temperaturas extremas
A Apple diz que as baterias esquentam à medida que são carregadas, o
que pode reduzir sua vida útil. Ela adverte que não se deve usar o
telefone ou carregá-lo em temperaturas muito quentes, acima 35° C por
exemplo, “o que pode reduzir permanentemente a vida útil da bateria”.
A Samsung também afirma que o calor ou o frio extremos podem
danificar as baterias e adverte as pessoas a não deixarem, por exemplo,
seus telefones no porta-luvas do carro quando estiver muito quente ou
frio. E também não coloque seu telefone em um freezer, pois é um mito
que isso pode prolongar a vida útil da bateria. “Isso não é correto e
pode danificar sua bateria”, diz a Samsung.
O Google,
que fabrica o sistema operacional Android e os telefones Pixel, diz que
as baterias quentes se esgotam mais rapidamente, mesmo quando não estão
em uso, e isso pode danificar a bateria.
Ajuste suas opções de energia
Ajuste as configurações do seu dispositivo para que os aplicativos ou
recursos usem menos energia, o que aumenta a vida útil diária da
bateria e o tempo entre os ciclos de carregamento.
Você pode diminuir o brilho da tela do seu telefone, ativar o tema
escuro e reduzir o tempo de desligamento da tela. Ative o recurso de
brilho automático, que ajusta o brilho da tela de acordo com o nível de
luz ambiente. Verifique também o uso da bateria em suas configurações
para ver se há algum aplicativo que consome muita energia que possa ser
desativado ou desinstalado.
Se o nível de energia cair abaixo de 10%, os usuários do iPhone podem
ativar o modo de baixo consumo de energia para prolongar a vida útil da
bateria antes que ela precise ser recarregada. Os telefones Android da
Samsung têm um “modo de economia de energia” semelhante. Você também
pode deixá-lo ligado o tempo todo, mas isso pode afetar o desempenho do
seu telefone.
A Samsung diz que os usuários podem desligar o Bluetooth ou o Wi-Fi
se não estiverem sendo usados, embora a Apple recomende deixá-los
ligados porque consomem pouca energia quando não estão conectados.
Proteja o aparelho
Os telefones são cápsulas elegantes, mas a superfície brilhante
significa que eles podem escorregar facilmente da sua mão. Portanto, nem
é preciso dizer que você deve adquirir uma capa protetora resistente
para ajudar a amortecer o golpe quando o deixar cair acidentalmente.
Não se esqueça de um protetor de tela. As versões de plástico são a
opção mais barata, mas podem arranhar facilmente, de acordo com o site
de reparos de dispositivos iFixit, que recomenda as versões feitas com
filme TPU – como as de silicone – ou vidro temperado, que oferecem
melhor proteção contra arranhões e quedas.
Mantenha seu dispositivo limpo
Manter o telefone no bolso ou na bolsa significa que suas portas e
soquetes podem acumular fiapos e outros detritos que você precisará
limpar.
“Pegue um palito de dente e use-o para remover os resíduos”, disse
Hauk. “As grades do alto-falante e do microfone dos telefones também
ficam sujas”, portanto, use uma escova de dentes para limpá-las, disse
ele. Certifique-se apenas de que você esteja afastando os detritos do
telefone em vez de empurrá-los para dentro dos pequenos orifícios.
Atualize seu dispositivo
O software é outro fator importante na vida útil de um telefone. Os
especialistas aconselham manter o sistema operacional e os aplicativos
atualizados para que tenham os recursos mais recentes de privacidade,
segurança e gerenciamento de bateria.
Isso será mais fácil de fazer à medida que seu telefone envelhece,
pois alguns fabricantes de dispositivos têm estendido o prazo para
fornecer atualizações.
A Samsung estendeu suas atualizações do sistema operacional para sete anos, começando com seu principal dispositivo, o Galaxy S24,
lançado no início deste ano. A Apple não explica por quanto tempo
oferecerá suporte a atualizações do iOS para dispositivos, embora
dispositivos mais antigos, como o iPhone 6s lançado em 2014 e o iPhone
8, ainda estivessem recebendo atualizações de segurança este ano.
“Que isto fique muito claro para todos: Edmundo lutará desde o
exterior, junto à nossa diáspora, e eu seguirei lutando aqui, junto a
vós”, escreveu Machado na rede social X, antiga Twitter, na mesma altura
em que Urrutia aterrissava em Madrid para pedir asilo político a
Espanha.
O candidato à presidência da Venezuela pela Plataforma Unitária
Democrática (PUD) saiu do país porque “a sua vida corria perigo” e por
causa das “crescentes ameaças”, depois de uma ordem de prisão contra si e
de acusações sobre a publicação de resultados eleitorais online que
supostamente comprovam a derrota de Nicolás Maduro nas eleições
presidenciais de julho.
“Perante esta realidade brutal, é necessário para a nossa causa
mantê-lo em liberdade, e preservar a sua integridade e a sua vida”,
afirmou Machado, citada pela agência espanhola de notícias, a Efe,
concluindo que “as tentativas de chantagem e de coação de que foi vítima
mostram que o regime não tem escrúpulos nem limites na sua obsessão de
silenciá-lo e tentar vergá-lo”.
O avião da Força Aérea Espanhola que transportou o candidato da
oposição às eleições presidenciais da Venezuela Edmundo González Urrutia
aterrissou na Base Aérea de Torrejón de Ardoz, em Madrid, por volta das
16:00 (hora local) deste domingo (8).
Líder da oposição na Venezuela fugiu para Espanha
Segundo o Ministério dos Negócios Estrangeiros, González Urrutia, que
viaja acompanhado da mulher e do secretário de Estado dos Negócios
Estrangeiros e Globais, Diego Martínez Belío, foi recebido pela
secretária de Estado para a América Latina e Espanhol no Mundo, Susana
Sumelzo.
“A partir de agora terão início os procedimentos para o pedido de
asilo, cuja resolução será favorável no interesse do compromisso de
Espanha com os direitos políticos e a integridade física de todos os
venezuelanos, especialmente dos líderes políticos”, diz a nota do
Ministério.
O Alto Representante da União Europeia para os Assuntos Externos,
Josep Borrell, disse que o líder da PUD “teve que pedir asilo político”
face à “repressão, perseguição política e ameaças diretas contra a sua
segurança e liberdade”, depois de “ter estado na residência dos Países
Baixos em Caracas desde 05 de setembro”.
A roda, o dinheiro e a luz artificial foram apenas algumas das
invenções inovadoras que transformaram o mundo – e podem inspirar você.
Lâmpadas (foto: Unsplash)
A humanidade já conseguiu enviar sondas e foguetes para fora do
sistema solar, curar algumas das mais pesadas doenças e criar uma rede
de comunicação instantânea que liga os pontos mais remoto dos do planeta
Terra.
Contudo, essa tecnologia não veio do dia para noite. Pelo contrário, foram milênios de inovação que nos trouxeram até aqui.
Desde o primeiro homem da caverna que percebeu que o fogo servia para
alguma coisa, até o inventor daquele aplicativo sensacional da última
semana.
E ainda há muito, muito mais: ainda falta muito para atingirmos o
transporte interestelar, para a cura de todas as doenças ou para
colonizarmos Marte, Vênus e outras regiões do sistema solar. Muita coisa
ainda vai ser inventada nos próximos anos e merecerá entrar neste
ranking: caso você tenha ideias, transforme em startup.
Confira as 13 maiores inovações da história (em ordem de criação):
1 – A Roda
Antes da invenção da roda em 3.500 A.C (antes de Cristo), a
humanidade não tinha ferramenta nenhuma para transporte de produção e
tinha suas capacidades severamente limitadas ao que cada pessoa podia.
Conseguir fazer um objeto circular que rodava não foi bem o grande problema: criar um eixo funcional, sim. Feito isso, a humanidade começou a poder carregar muito mais, incentivando comércio entre comunidades pela 1ª vez, além de viabilizar diversas maneiras de transporte.
A roda é tão importante que ela está presente em milhares de
inovações humanas: carros, aviões, relógios. Ela é a base do transporte e
do funcionamento de muitas máquinas ao longo de toda a história.
2 – O Dinheiro
Dinheiro surgiu logo depois da invenção da roda, fruto do aumento do
comércio por conta dele, 3.000 anos antes de cristo, na Mesopotâmia.
O dinheiro foi importantíssimo para o desenvolvimento de
economias complexas, acumulação de capital e uma série de outras
questões. Permite que sociedades surjam sem basear no fato de
que alguém que presta um serviço precisa conhecer a pessoa para a qual
está prestando o serviço (ou ser um escravo).
Crédito, ele nasce para representar alguma coisa (ouro, por exemplo),
mas hoje não é lastreado. Ele é a base da economia de mercado que
vivemos atualmente e que foi o único tipo a prosperar no planeta.
Dinheiro em moedas (foto: Michael Longmire on Unsplash)
3 – A Lei
O surgimento de sociedades complexas começou a criar uma necessidade por forças que as organizassem de maneira mais eficiente. A
primeira lei que se tem notícia surge nesta época, no Egito Antigo – um
conjunto de 12 livros que compunham o código civil da época.
Ur-Nammu, imperador da Suméria, porém, no século XXII antes de Cristo
cria o primeiro código que funciona em condicionais, no estilo “Se X
acontecer, Y deverá ser aplicado”. Logo depois, na Babilônia, Hamurabi
cria o Código de Hamurabi, famoso até hoje.
4 – O prego
Já o prego foi inventado cerca de 2.500 anos antes do nascimento de
Cristo, conforme a humanidade aprendeu a manipular metal e dar forma a
ele. Ele foi melhorado significativamente pelo grego Arquimedes no
século III antes de cristo, que o transformou em um parafuso.
A importância do prego é gigantesca para a construção de estruturas de madeira: facilitou que casas fossem feitas e que muita gente passasse a ter um teto pela 1ª vez na humanidade. Antes, a ideia de construção era juntar pedaços que se complementavam.
Novas tecnologias foram surgindo (como o cimento na Roma Antiga) para
o setor de construção, mas o prego foi a primeira significativa delas.
5 – Bússola
Navegantes só conseguiam navegar durante a noite (desde que não
tivessem nuvens) sem o compasso. Portanto, viajar para muito longe de
terra firme era impossível: de dia, você não ia ter noção de onde você
estava e se a noite estivesse fechada, adeus.
A criação da bússola na China (entre os séculos IX e XI) resolve esse problema. Europeus
e árabes logo receberam essa nova tecnologia e passaram a navegar muito
mais longe, permitindo até mesmo o descobrimento de um novo continente
ao oeste que provavelmente você já ouviu falar…
Bússola (foto: Anastasia Petrova on Unsplash)
6 – A prensa móvel
Ela foi inventada em 1440 por Gutenberg e logo se tornou uma das
inovações mais sensacionais da história. Permitiu que livros, textos
fossem impressos em largas escalas (e deve ter deixado muito monge
copista sem emprego) pela 1ª vez na história.
Isso garantiu que o pensamento e conhecimentos fossem fortemente disseminados,
com mais de 20 milhões de livros impressos em apenas 20 anos. Permitiu
que a reforma atingisse em cheio a Igreja Católica na Europa, criando os
países “protestantes”.
7 – O motor
A revolução industrial não tido início se não tivessem inventado o
motor. Movido a vapor e carvão em seus primórdios, o motor foi evoluindo
até a versão moderna que usa derivados de petróleo, como a gasolina.
Foi a primeira vez que podemos começar a mecanizar uma série de produções, aumentando e muito a produtividade e garantindo prosperidade material pela 1ª vez na história
(prosperidade que, nos anos subsequentes começou a ser melhor
distribuída). A Revolução Industrial nasceu desta invenção, assim como
carros e aviões.
Motor de automóvel (fofo: Garett Mizunaka on Unsplash)
8 – Luz artificial
Quando tudo que você tem é luz natural, seu dia acaba quando as horas
de sol acabam. A luz artificial mudou isso, graças a invenção da
eletricidade e da lâmpada, no começo do século XIX.
Thomas Edison melhorou a lâmpada e logo depois ela estava presente em todas as grandes cidades. Ficar acordado trabalhando ficou muito mais fácil e a vida ficou mais produtiva.
9 – O telégrafo
Em 1840, a humanidade começou a fazer uma coisa muito interessante:
mandar informações e mensagens complexas em grandes distâncias, em
pouquíssimo tempo.
15 palavras por minuto conseguiam ser transmitidas entre Nova York e
Londres (antes, uma carta demorava cerca de 12 dias para ser transmitida
pelo Atlântico).
Governantes começaram a ter noção do que acontecia em tempo
real, pessoas conseguiam mandar comunicações complexas em pouquíssimo
tempo. Até a Western Union surgiu para transferir dinheiro
entre pessoas em regiões (ou países) distantes. Foi o telegrafo que
permitiu que a era da comunicação começasse.
10 – O carro
Até o final do século XIX, o principal meio de locomoção humano era o
cavalo. As cidades eram verticalizadas e você precisava fazer
praticamente tudo a pé. Uma viagem curta entre uma cidade e outra
demorava dias e a maioria das pessoas não saía de um raio de 200
quilômetros de onde elas tinham nascido.
O carro surgiu e mudou essa lógica completamente, principalmente nos
países desenvolvidos (como os Estados Unidos) – depois da adoção dos
primeiros carros populares, como o Ford T. As cidades passaram a ser mais horizontais e as pessoas começaram a fazer deslocamentos cada vez maiores.
Carro de competição (foto: Spencer Davis on Unsplash)
11 – Penicilina
Alexander Fleming descobriu a penicilina por acaso, mas acabou mudando toda a humanidade por conta disso, em 1928. Os antibióticos formaram o primeiro tratamento eficaz contra uma série de doenças.
Isso permitiu um aumento significativo da população humana no século
XX e a cura de várias doenças. Os antibióticos avançaram e muito o
desenvolvimento da medicina.
12 – Transistores
A criação dos transistores na década de 1940 foi fundamental para que
tivéssemos uma revolução de eletrônica nas próximas décadas.
Computadores, televisões, celulares, tudo veio por conta dos
transistores inventados por John Bardeen e Walter Houser Brattain.
Ele é altamente usado em todo tipo de indústria, até em geladeiras
(inclusive, substituiu sistemas mecânicos dentro destas e as barateou na
segunda metade do século XX).
Transistores estão presentes em todos os eletrônicos e permitiram que a tecnologia realizasse grandes saltos nas últimas décadas. Sem transistores, você não estaria lendo esta matéria (apenas se o StartSe fosse uma revista impressa).
13 – A Internet
A última grande invenção desta lista é o que você está vendo agora: a
internet. Uma rede que junta milhares de computadores, celulares,
aparelhos de televisão, videogames…
Não é preciso nem falar quantas coisas mudaram na sua vida desde que a internet foi inventada
na década de 60 e popularizada para uso civil na década de 90. Você
começou a trocar correspondência digital (e-mail), começou a comprar sem
sair de casa, falar com os amigos. Até fotos bobas com frases de efeito
você começou a ver por causa da internet.
STARTUP VALEON – CONSIDERAÇÕES IMPORTANTES
Olá tudo bem?
Você empresário que já escolheu e ou vai escolher anunciar os seus
produtos e promoções na Startup ValeOn através do nosso site que é uma
Plataforma Comercial Marketplace aqui da região do Vale do Aço em Minas
Gerais, estará reconhecendo e constatando que se trata do melhor veículo
de propaganda e divulgação desenvolvido com o propósito de solucionar e
otimizar o problema de divulgação das empresas daqui da região de
maneira inovadora e disruptiva através da criatividade e estudos
constantes aliados a métodos de trabalho diferenciados dos nossos
serviços e conseguimos desenvolver soluções estratégicas conectadas à
constante evolução do mercado.
Ao entrar no nosso site você empresário e consumidor terá a
oportunidade de verificar que se trata de um projeto de site
diferenciado dos demais, pois, “tem tudo no mesmo lugar” e você poderá
compartilhar além dos conteúdos das empresas, encontrará também:
notícias, músicas e uma compilação excelente das diversas atrações do
turismo da região.
Insistimos que os internautas acessem ao nosso site (https://valedoacoonline.com.br/)
para que as mensagens nele vinculadas alcancem um maior número de
visitantes para compartilharem algum conteúdo que achar conveniente e
interessante para os seus familiares e amigos.
A ValeOn é uma caixinha de possibilidades. Você pode moldar
ela em torno do negócio. O que é muito importante. O nosso propósito é
colocar o consumidor no centro e entender o que ele precisa. A ValeOn
possibilita que você empresário consiga oferecer, especificamente para o
seu consumidor, a melhor experiência. A ValeOn já é tradicional e
reconhecida no mercado, onde você empresário pode contar com a
experiência e funcionalidades de uma tecnologia corporativa que atende
as principais operações robustas do mundo essencial e fundamental. A
ValeOn além de trazer mais segurança e credibilidade para o seu negócio,
também resulta em muita troca de conhecimento e ótimos resultados para
ambos os lados, como toda boa parceria entre empresas deve ser.
Lembrem-se que a Valeon é uma Startup Marketplace de Ipatinga-MG que tem
a responsabilidade de levar o cliente até à sua empresa e que temos
potencial para transformar mercados, impactar consumidores e revirar
empresas e indústrias onde nossos produtos e serviços têm capacidade de
escala e de atrair os investimentos corretos para o nosso crescimento.
Nos orgulhamos de tê-los como parceiros esse tempo todo e contamos com o apoio e a presença de vocês também agora em 2021.
O QUE OFERECEMOS E VANTANGENS COMPETITIVAS
Fazemos anúncios de publicidade para vários tipos de Empresas, Serviços e para Profissionais Liberais;
A nossa Plataforma Comercial ValeOn permite total
flexibilidade de anúncios, promoções e de produtos, além de oferecer
serviços de divulgação de Ofertas de Supermercados e de Veículos;
Os resultados são mensurados através de métricas diária/mensal;
O seu negócio estará disponível para milhares de Internautas
através de uma vitrine aberta na principal avenida do mundo, 24 horas
por dia, 7 dias da semana;
A sua empresa fica visível para milhares de pessoas que nem sabiam que ela existe;
Somos altamente comprometidos com os nossos clientes no
atendimento de suas demandas e prazos e inteiramente engajados para
aumentar as suas vendas.
Essa é uma forma de fortalecer nossa comunidade em torno de um
propósito muito forte: despertar as pessoas para serem melhores e
ajudarem a nossa comunidade empresarial para progredir cada vez mais com
um comércio da região fortalecido e pujante.
A introdução da nossa Startup nessa grande empresa, vai
assegurar modelos de negócios com métodos mais atualizados, inovadores e
adaptáveis, características fundamentais em tempos de crise, porque
permite que as empresas se reinventem para continuarem as suas
operações.
História de Hugo Henud, Heitor Mazzoco, Adriana Victorino e Bianca Gomes – Jornal Estadão
O ato realizado por apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL)
na Avenida Paulista, na tarde deste sábado, 7 de setembro, contou com
discursos mais duros em relação ao ministro Alexandre de Moraes, do
Supremo Tribunal Federal, à própria Corte e ao presidente do Senado,
Rodrigo Pacheco (PSD-MG). Ao contrário do ato de fevereiro, quando o
ex-presidente barrou a utilização de faixas e cartazes contra as
instituições, dessa vez não houve qualquer pedido. O ato recebeu 45 mil
pessoas, contra 185 mil das manifestações de fevereiro, segundo o
Monitor do debate política no Meio digital da USP.
O próprio Bolsonaro, em seu discurso, foi mais incisivo do que nas ocasiões anteriores, chamando Moraes de ditador e pedindo que se “bote um freio” nas ações do ministro.
Além de Bolsonaro, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas
(Republicanos) também discursou. O prefeito Ricardo Nunes, embora
presente, não teve a palavra no evento.
“Devemos botar freio, através dos dispositivos constitucionais,
naqueles que saem, que rompem o limite das quatro linhas da nossa
Constituição. E eu espero que o Senado Federal bote um freio em
Alexandre de Moraes, esse ditador que faz mais mal ao Brasil que o
próprio Luiz Inácio Lula da Silva”, discursou o ex-presidente, que
criticou a condenação que levou à sua inelegibilidade.
Bolsonaro chegou por volta das 14h na Avenida Paulista, em São Paulo, para participar do ato, organizado pelo pastor Silas Malafaia, cujo principal mote foi o impeachment do ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes. Mais cedo, Bolsonaro passou mal e precisou ser levado ao hospital, mas compareceu à manifestação e fez um discurso emocionado ao relembrar a facada que sofreu em 2018.
Bolsonaro ainda atacou o ministro Alexandre de Moraes,
acusando-o de conduzir as eleições de 2022 de maneira “parcial” e de
“escolher seus alvos”. “Eles, para evitar que eu tivesse chance de
voltar, decretaram a minha inelegibilidade”, disse o ex-presidente.
Ato na Avenida Paulista marca esse dia 7 de Setembro e conta com a
presença do ex-presidente Jair Bolsonaro. Foto Foto: Tiago
Queiroz/Estadão
O governador de São Paulo pediu anistia aos presos pelos atos golpistas de 8 de janeiro,
mas não mencionou o Moraes em seu discurso. “A nossa causa hoje é a
liberdade, é a anistia para aqueles apenados de forma desproporcional,
de forma cruel. Anistia, sim”.
As menções ao ministro do STF ficaram a cargo de bolsonaristas, como o deputado federal Nikolas Ferreira, que se referiu ao ministro como um “tirano” e “criminoso”, e o pastor Silas Malafaia, que defendeu o impeachment e a prisão de Moraes.
Além das cores verde e amarela já tradicionais em manifestações de
direita, os grupos trouxeram, desta vez, cartazes e camisas contra
Moraes, o STF e também o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG).
No último grande ato realizado na Paulista, em fevereiro deste ano, o
ex-presidente pediu que os manifestantes não levassem recados nesse
sentido. Desta vez, não houve o mesmo pedido e o deputado federal Sóstenes Cavalcante (PL-RJ) chegou a afirmar ao Estadão que faixas pedindo o impeachment do ministro estavam “liberadíssimas”.
Houve desde cartazes improvisados com pedidos de “Fora STF”, camisas
com imagens simulando o ministro preso e pedidos de anistia para os
presos pelos atos golpistas de 8 de Janeiro, quando os prédios dos Três
Poderes foram invadidos e destruídos. Também tiveram pedidos de “voto
impresso”.
Manifestantes pedem ‘contagem pública de votos’ e impeachment de
Alexandre de Moraes durante ato na Avenida Paulista Foto: Tiago
Queiroz/Estadão
A manifestação também foi utilizada por candidatos, inclusive de
outras cidades, e seus apoiadores. Em grande destaque entre os produtos
vendidos por ambulantes estavam itens com a marca, o número e o rosto
de Pablo Marçal (PRTB), candidato à Prefeitura de São Paulo. Ao mesmo tempo, o prefeito Ricardo Nunes (MDB),
candidato à reeleição com o apoio oficial de Bolsonaro, esteve
presente, embora não houve propaganda dele vista no ato. Já Marçal
chegou ao final do ato e caminhou entre os manifestantes.
Bandeiras vendidas na manifestação exibem Bolsonaro, Pablo Marçal e Elon Musk Foto: Taba Benedicto/ Estadão
Bonecos representando Bolsonaro e o ex-presidente norte-americano Donald Trump e até um sósia de Javier Milei com um carro pintado nas cores da Argentina também apareceram no local.
Houve ainda manifestações a favor do empresário Elon Musk. O bilionário dono do X (antigo Twitter) protagonizou um embate com Moraes que levou a plataforma a ser suspensa na dia 30 de agosto, por determinação do ministro. A ordem de suspensão ocorreu após o X fechar seu escritório no Brasil e
desobedecer à determinação de que indicasse um representante legal para
responder sobre as atividades da empresa em território nacional. A
empresa descumpriu uma série de determinações do ministro para bloqueio
de perfis e conteúdos com disseminação de discurso de ódio.
Bonecos de Trump e Bolsonaro em frente a um balão inflável que diz
‘Supremo Tirano Federal’, em crítica ao STF Foto: Heitor Mazzoco/Estadão
No trio elétrico do evento, também discursaram: os deputados federais
Bia Kicis (PL-DF), Gustavo Gayer (PL-GO), Julia Zanatta (PL-SC) e o
senador Magno Malta (PL-ES). Bia Kicis e Julia Zanatta aproveitaram as
falas para criticar Rodrigo Pacheco, dizendo que deputados e senadores irão obstruir todos os trabalhos do Congresso até que Rodrigo Pacheco receba o pedido de impeachment contra Moraes.
Já Gustavo Gayer fez um discurso inflamado e cobrou os parlamentares que
não assinaram o pedido de impeachment do ministro e Magno Malta afirmou
que há um “consórcio de perversos” no País, referindo-se ao Supremo
Tribunal Federal.
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Elon Musk tem pouco a perder no Brasil,
avaliam especialistas ouvidos pela Folha. A Tesla, seu principal
negócio, não vende carros aqui e importa lítio de outros países, e o X é
irrelevante porque só dá prejuízo. A Starlink, com 7,5% dos seus
clientes em território nacional, é única a empresa que mantém relações
comerciais expressivas por aqui.
O Brasil, por outro lado, se tornou dependente da conexão via
satélite da companhia em áreas críticas como postos de saúde e escolas
em locais isolados, as Forças Armadas e o policiamento de fronteiras e
de estradas.
Antena da Starlink na vila de Manakeiaway, do povo indígena Marubo,
localizada no Acre Victor Moriyama NYT A imagem mostra uma cena rural
com uma pessoa caminhando por uma ponte de madeira, enquanto ao fundo se
observa uma casa simples e vegetação abundante.
Parte desses contratos foi feita com dispensa de licitação pelo
“serviço sem par” da SpaceX, mostram documentos no Portal Nacional de
Contratações Públicas Portal Nacional de Contratações Públicas.
Porém mesmo o maior negócio do bilionário tem pouca atividade, de
fato, no Brasil. Mantém uma sede em território nacional apenas para fins
contábeis e regulatórios, sob responsabilidade legal, desde a
terça-feira (3), do escritório Pacaembu Serviços, com sede na rua Líbero
Badaró, no centro de São Paulo.
A operação brasileira da empresa negocia seus serviços por meio de
sete representantes comerciais autorizados. A companhia está em
atividade no Brasil desde janeiro de 2022, após comprar uma licença da
Anatel por R$ 102 mil no fim de 2021.
O sócio-fundador da Starlink Brazil, Vitor Urner, outro especialista
em abrir representações no país para estrangeiros, pediu para deixar a
empresa após o embate judicial envolvendo o X. “Não falo mais pela
empresa e não dou entrevistas”, disse Urner à reportagem.
Musk ainda teria recomendado que os funcionários da SpaceX que atuam
no Brasil deixassem o país, segundo comunicado interno obtido pelo
jornal americano The Wall Street Journal.
Procurada via email e redes sociais, a companhia aeroespacial não
respondeu ao pedido de entrevista da Folha de S.Paulo. Os escritórios
Demarest Advogados e Veirano Advogados, que defendem a empresa em ações
no STF, também não comentaram.
Embora a empresa tenha 224,5 mil clientes no Brasil, cerca de 0,5% do
total do mercado de internet banda larga, segundo dados da Anatel,
quase um terço deles está na região Norte, que tem um histórico de
restrição de conexão. A companhia também tem forte presença no
Centro-Oeste, com impulso de clientes no agronegócio.
“A Starlink tem antenas instaladas em 90% dos municípios da Amazônia e
esse número só tende a crescer”, diz o professor e pesquisador no
Departamento de Estudos de Mídia da Universidade da Virgínia David
Nemer.
A empresa tem concorrentes, mas oferece a conexão via satélite mais
barata e com menor latência [tempo de atraso entre o comando e a
resposta na internet], de acordo com o fundador da empresa de negócios
aeroespaciais Airvantis, Lucas Fonseca.
A assinatura residencial da Starlink custa a partir de R$ 184 mensais
mais impostos, fora o investimento inicial na compra de uma antena.
Além de 52 concorrentes habilitados pela Anatel –sendo os principais a
HughesNet, a Viasat e Telebras, com serviços mais caros–, Fonseca
lembra que o Brasil tem o próprio satélite geoestacionário, o SGDC
(Satélite Geoestacionário de Defesa e Comunicações Estratégicas), capaz
de fornecer internet.
“Foi lançado após a descoberta da espionagem do governo brasileiro
pela NSA [Agência de Segurança Nacional dos EUA]”, recorda. Segundo ele,
porém, é difícil contratar o serviço, hoje vendido pela ViaSat.
A latência do SGDC, que orbita a quase 36 mil km da Terra, é bem
maior do que a da constelação de satélites da Starlink, situados em
baixa altitude -de 540 km a 1.325 km. “Mas é viável no dia a dia, e
poderia ser usado desde que a pessoa compre uma antena específica”, diz.
A expansão global da Starlink dá a Musk poder político, diz o
professor de relações internacionais da Fecap (Fundação Escola de
Comércio Álvares Penteado) Alcides Peron, que é especialista em
políticas tecnológicas.
“Musk passa a ser quem determina quais conteúdos podem ser
veiculados, uma vez que controla a circulação de dados –isso é
viabilizado pelo controle da infraestrutura comunicacional”, diz.
O bilionário assumiu esse papel na esteira da mudança na política
aeroespacial americana, que reduziu o papel da Nasa, para priorizar
empresários dispostos a atuar no setor.
Hoje, a receita da SpaceX se divide entre contratos com o governo
americano e os serviços da Starlink, segundo documentos obtidos pela
agência Bloomberg -a expectativa é faturar US$ 15 bilhões (R$ 85
bilhões) em 2024.
Em publicação no X enviada à reportagem, a Starlink afirmou que,
diferentemente do que informa a Anatel, teria 250 mil clientes no Brasil
-segundo a empresa, seriam 3,3 milhões de assinantes do serviço em 99
países
O número não é vital para a Starlink, mas o Brasil não deixa de ser
um local estratégico para a empresa, na avaliação de especialistas.
Uma vez que o X é hoje inviável como negócio, o bilionário não hesita
em usá-lo para gerar confusão, mesmo sem ter um ganho político ou
econômico claro, de acordo com o professor da Universidade da Virginia.
“Ao apoiar esses políticos mais conservadores do bolsonarismo, o que
Musk ganha é um compromisso desses políticos para tentar barrar qualquer
tipo de regulação das big techs.”
Por sua vez, o principal negócio do bilionário, a Tesla, nunca
esboçou intenção de entrar no mercado brasileiro. O país nunca foi
mencionado em documentos da empresa protocolados junto à comissão de
valores mobiliários americana, a SEC, ou em balanços da empresa.
A única aproximação da empresa com o Brasil foi um flerte com a
possibilidade de comprar a mineradora e processadora de lítio Sigma
Lithium. O negócio, porém, nunca avançou.
Hoje, os principais fornecedores do minério da Tesla estão em China e
Austrália. A Bolívia, por sua vez, tem, de longe, a maior reserva de
lítio, com 23 milhões de toneladas, bem acima da reserva brasileira de
800 mil toneladas, de acordo com relatório da Bloomberg.
RAIO-X DAS EMPRESAS DE MUSK
Tesla
Atua no Brasil: Não
Fundação: julho de 2003
Valor de mercado: US$ 701,45 bi
Receita: US$ 96,77 bi em 2023
Número de funcionários: 140.473
Área de atuação: Carros elétricos e energia solar
Concorrentes: BYD
SpaceX
Atua no Brasil: Sim, por meio do serviço Starlink
Fundação: março de 2002
Valor de mercado: estimado em US$ 180 bilhões
Receita: Não revelada
Número de funcionários: Não revelado
Área de atuação: Setor aeroespacial e internet via satélite
Concorrentes: Amazon
X Corp
Atua no Brasil: Até ser bloqueada pelo STF na última sexta (30)
Fundação: março de 2006, adquirida por Musk em outubro de 2022
Valor de mercado: US$ 11,88 bi
Receita: Não revelada
Número de funcionários: Musk disse que empresa tem cerca de 2.300
Área de atuação: Rede social e publicidade
Concorrentes: Meta, TikTok
Neuralink
Atua no Brasil: não
Fundação: junho de 2016
Valor de mercado: US$ 3,5 bi
Receita: Não revelada
Número de funcionários: Não revelado
Área de atuação: Saúde e neurotecnologia
Concorrentes: Synchron
Boring Company
Atua no Brasil: não
Fundação: dezembro de 2016
Valor de mercado: US$ 5,7 bi
Receita: Não revelada
Número de funcionários: Não revelado
Área de atuação: Transporte e construção de túneis
Concorrentes: Hyperloop
Musk Foundation
Atua no Brasil: não
Fundação mantida por Musk junto ao irmão Kinball Musk, que oferece
bolsa para pesquisas nos ramos de energia renovável, exploração
espacial, pediatria, educação em ciências e engenharias e
desenvolvimento de inteligência artificial.
“A indústria da eletricidade no
Brasil é um setor econômico importante, seja porque a energia é um fator
estruturante da sociedade e por isso somos dependentes, também porque
os valores de geração de eletricidade e os recursos financeiros
produzidos são de grande monta”, diz o Professor Doutor Artur de Souza Moret.
Físico pela Universidade Federal Fluminense (UFF), mestre em Ensino
de Ciências – Modalidade Física e Química pela Universidade de São Paulo
(USP) e doutor em Planejamento de Sistemas Energéticos pela
Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), ele atua na
Coordenação-Geral de Planejamento Acadêmico, Pesquisa e Inovação da
Secretaria de Educação Superior do MEC e nos assessora quanto ao tema. O
Brasil teve um salto significativo de produção nos últimos 100 anos.
Em 1930, a capacidade era de 380 MW; na industrialização, chegamos a
3.500 MW em 1950. Em 1980, a potência instalada era de 29.000 MW; em
2000, saltamos para 70.000 MW; e em 2024, alcançamos 204.500 MW, com um
crescimento de 6.500.000 MW somente neste ano, com contribuição
importante da Geração Descentralizada, fortemente impulsionada por
fontes renováveis. Especialistas já defendem há décadas que a Geração
Descentralizada (GD) é importante para o Brasil. Nos últimos anos, a GD,
e sobretudo a solar, tem tido crescimento expressivo, principalmente em
decorrência da Resolução ANEEL 482/2012, que permitiu a instalação de
sistemas solares e que a sobra pudesse ser injetada na rede. No entanto,
a principal característica é que os auto-geradores não têm permissão
para vender a sobra de eletricidade. Em alguns países, como é o caso da
Alemanha, já é possível vender o excedente. No Brasil, o potencial de
implementação da GD é muito significativo. Como exercício, no Brasil
temos 21 milhões de Micro e Pequenas Empresas.
Coluna do Simpi: As Micro e Pequenas podem salvar a oferta de eletricidade no Brasil – News Rondônia
Se cada uma dessas empresas gerasse 1.000 kWh, o montante total seria
de 21.000 GWh. Comparando aos 85.000 GWh gerados pela Usina de Itaipu, o
valor chega a ¼ do consumo; as UHEs de Jirau e Santo Antônio, em
Rondônia, produzem 16.000 GWh e 14.000 GWh, respectivamente. Ou seja,
individualmente, as gerações das Micro e Pequenas Empresas geram mais do
que as duas UHEs. Onde está o imbróglio? Eu já levantei acima que o
problema é que o auto-gerador não pode comercializar a eletricidade
gerada.
Neste exercício, propomos um modelo de negócio em que tanto as Micro
Empresas quanto as distribuidoras pudessem ser proprietárias da geração
de energia elétrica em percentuais acertados em contrato, com
financiamento e juros adequados. Assim, as empresas compensariam o
consumo, e as distribuidoras comercializariam as sobras. Um negócio
importante para todas as partes: micro empresas, distribuidoras e
geradoras, além da indústria nacional. Só para finalizar, temos um
potencial enorme de Geração Descentralizada, que pode servir de
referência para a agregação de potência com energia limpa, transição
elétrica e desenvolvimento sustentável.
Em uma vitória expressiva para os Microempreendedores Individuais
(MEIs), Micro e Pequenas Empresas, a Feempi/Simpi, representada pelo
renomado advogado tributarista Rafael Duck, obteve uma importante
liminar que suspende a cobrança do ICMS na entrada de mercadorias
provenientes de outros estados, conhecida como DIFAL. Essa decisão,
proferida em primeira instância, representa um marco significativo na
luta pela justiça tributária para os pequenos negócios. A cobrança do
DIFAL, que impacta diretamente o fluxo de caixa e a competitividade das
empresas de menor porte, havia se tornado uma preocupação crescente
entre os empresários que operam no regime do Simples Nacional. Com a
confirmação da suspensão do ICMS DIFAL, as micro e pequenas empresas,
assim como os MEIs, ganham um fôlego financeiro em um momento crucial,
permitindo que continuem suas atividades com menos encargos tributários
e, consequentemente, maior capacidade de investimento e crescimento. A
medida beneficia diretamente os associados da Federação das Entidades de
Micro e Pequenas Empresas como o associados do SIMPEC e do SIMPI,
destacando a importância de ações judiciais bem-sucedidas em prol dos
pequenos negócios. Essa vitória também serve como um importante
precedente jurídico, fortalecendo a posição dos Micro e Pequenos
Empresários na discussão sobre a carga tributária no Brasil. A liminar
conquistada pela Feempi/Simpi demonstra a relevância da advocacia
especializada e o impacto que decisões judiciais podem ter na vida dos
pequenos empreendedores, que já enfrentam inúmeros desafios no cenário
econômico atual. Em suma, a suspensão do ICMS DIFAL é um grande alívio
para os MEIs e Pequenas Empresas, que agora podem continuar suas
operações com maior tranquilidade, contribuindo para o desenvolvimento
econômico do país e a geração de empregos. Essa conquista reforça a
importância da mobilização e do acesso à justiça para garantir condições
mais justas e favoráveis ao crescimento dos pequenos negócios no
Brasil.
“Pressa é inimiga da perfeição”. Frase atribuída ao escritor Machado
de Assis, que a cunhou de uma forma mais culta, pode se aplicar ao atual
cenário mundial. Os carros elétricos despertaram atenções, programas
apetitosos de incentivos governamentais e ocuparam parte relevante (em
torno de 40%) do maior mercado de veículos do planeta, o chinês, do alto
de seu 1,4 bilhão de habitantes.
Entretanto, há claros sinais de recuo em vários países da Europa e
uma “meia-trava” nos EUA, segundo maior mercado mundial. A maioria dos
fabricantes parece ter concluído, somente agora, que a transição precisa
ser feita com menos açodamento. Alguns deles foram pegos de surpresa
aos apostaram tudo numa rápida transição e sem terem dado a devida
atenção aos semi-híbridos, híbridos e híbridos plugáveis.
Boa parte dessa falha estratégica foi patrocinada por um regime de
estímulos inadequado. Países europeus refizeram as contas por afetar o
equilíbrio fiscal. O Brasil até que não errou tanto, embora isso se deva
em parte à oferta de motores flex que diminuem as emissões de CO2,
quando se abastece o tanque com etanol. Embora estes respondam por 80%
das vendas, apenas 30% usam regularmente o combustível de origem
vegetal. Ainda falta, portanto, avançar e os híbridos deveriam receber
uma atenção maior.
Conjunto híbrido consiste a atuação conjunta entre os motores
elétrico e combustão para reduzir consumo e emissões (Foto: Stellantis |
Divulgação)
De qualquer forma os semi-híbridos e híbridos crescerão aqui a partir
de lançamentos neste e nos próximos anos. É preciso dar tempo até a
chegada dos híbridos plugáveis. E investir em uma rede de recarga
rodoviária para elétricos, o que exige altos investimentos e um retorno
financeiro muito baixo em um país de grande extensão territorial como o
Brasil.
GM anuncia investimentos de R$ 5,5 bilhões em São Paulo
Este montante responde por quase 80% do total que a empresa
desembolsará entre 2024 e 2028. Dois executivos da matriz, em Detroit
(EUA), Rory Harvey e Shilpan Amin, vieram ao País para confirmar o
investimento no Estado. Para completar os R$ 7 bilhões já anunciados, R$
1,2 bilhão vai para a fábrica de Gravataí (RS) e R$ 300 milhões para a
unidade de motores em Joinville (SC). Santiago Chamorro, presidente da
GM do Brasil, confirmou que dois modelos híbridos “leves” (tecnicamente
semi-híbridos) estrearão em breve, sem citar datas.
Fábrica de São Caetano do Sul receberá aporte para produção de modelos híbridos nacionais (Foto: GM | Divulgação)
É possível que pelo menos o primeiro deles estreie em janeiro de
2025, quando a fabricante completa um século de atuação no País.
Provavelmente caberá ao Tracker e ao Onix, nesta ordem, a primazia.
Também um novo SUV compacto está previsto para Gravataí. Ainda em 2024 é
esperada a importação do México do elétrico Equinox, em outubro
próximo, que complementará o Blazer VE apresentado em julho passado e
com preço a ser anunciado nos próximos dias.
Também chegará a vez dos híbridos flex, uma tecnologia mais cara,
ainda sem previsão de data. Híbridos plugáveis a gasolina ficarão para o
final do atual ciclo de investimentos ou do próximo.
Agosto apontou leve queda de vendas em cenário ainda bom
Estatísticas de comercialização do mês passado foram afetadas por um
dia útil a menos do que julho. Foi um recuo de apenas 1,6%. Ainda assim,
o acumulado de vendas de janeiro a agosto de veículos leves e pesados
atingiu 1,622 milhão de unidades ou 13,4% a mais que o mesmo período de
2023. José Andreta Jr., presidente da Fenabrave, apesar de manter o
otimismo ressalva que “alguns fatores ainda podem movimentar o setor,
como as taxas de juros, que se aumentarem podem impactar nos
financiamentos de veículos como automóveis e comerciais leves”.
A consultoria brasileira Bright, em relatório apresentado no recente
Congresso Fenabrave, apontou algumas tendências em curso com uma visão
geral positiva. Algumas delas:
Atrasos na definição da reforma fiscal e no programa Mover geram
insegurança nos fabricantes quanto ao rumo tecnológico, com a definição
do imposto seletivo sobre automóveis tendo sido novamente adiada.
Depois de fortes aumentos nos últimos anos, o preço médio deve crescer de forma mais lenta de agora em diante.
Maior adoção de semi-híbridos prevista para 2025, à medida que o mercado brasileiro se ajusta a novas tecnologias sustentáveis.
Devido à preferência mercadológica e capacidade de absorver o custo
incremental de equipamentos regulatórios, SUVs continuam em ascensão.
Sedãs em tendência de descontinuação, com poucas opções disponíveis no mercado.
Picapes correspondem a um em cada cinco veículos vendidos.
Por conta das dimensões continentais do Brasil, híbridos plugáveis passam a ter relevância.
Itamaraty assegura permanência da representação brasileira
até que seja definido outro país para ocupar missão diplomática da
Argentina. “Não pode haver revogação unilateral da custódia”, diz órgão.
O Ministério das Relações Exteriores informou neste sábado (07/09)
que o Brasil seguirá representando os interesses da Argentina na
Venezuela, apesar de o governo do presidente Nicolás Maduro revogar a
autorização para que o país mantenha a custódia da representação
diplomática argentina.
A embaixada argentina em Caracas está sob cerco desde
a noite de sexta-feira. Após a expulsão da missão diplomática do
governo de Javier Milei, em 1º de agosto, o local está sob a custódia do
Brasil, que também é responsável por seis refugiados da oposição no
local.
Neste sábado, a Venezuela anunciou a revogação da autorização para o
governo brasileiro representar os interesses da Argentina no país. “A
República Bolivariana da Venezuela tomou a decisão de revogar de maneira
imediata a aprovação concedida pelo governo da República Federativa do
Brasil para exercer a representação dos interesses da República
Argentina e de seus nacionais em território venezuelano”, diz o governo
venezuelano, em nota.
A Venezuela alegou que foi obrigada a tomar essa decisão em razão de
provas sobre o suposto uso da embaixada para o planejamento de
“atividades terroristas” e tentativas de homicídio contra Maduro e a
vice-presidente Delcy Rodríguez. O governo venezuelano disse estar
cumprindo os preceitos da Justiça do país e que age em conformidade com
as Convenções de Viena.
“Não pode haver revogação unilateral”
O Itamaraty reagiu à decisão venezuelana afirmando que, de acordo com
o Ministério das Relações Exteriores (MRE), “não pode haver revogação
unilateral da custódia”.
Um comunicado divulgado pelo órgão afirma que “o governo brasileiro
recebeu com surpresa a comunicação do governo venezuelano de que
tenciona revogar o seu consentimento para que o Brasil proteja os
interesses da Argentina na Venezuela.”
Através do Ministério das Relações Exteriores, o governo “informou
que seguirá representando os interesses da Argentina na Venezuela até
que seja designado um substituto”. “Enquanto não se designar outro país
para representar os interesses argentinos, a situação permanece como
está”, disse o Itamaraty.
“De acordo com o que estabelecem as Convenções de Viena sobre
Relações Diplomáticas e sobre Relações Consulares, o Brasil permanecerá
com a custódia e a defesa dos interesses argentinos até que o governo
argentino indique outro Estado aceitável para o governo venezuelano para
exercer as referidas funções”. A nota do Itamaraty destaca ainda que
essas mesmas convenções garantem a inviolabilidade da embaixada
argentina.
Oposicionistas abrigados na embaixada
A denúncia do cerco à embaixada foi feita inicialmente pelo partido
de oposição Vente Venezuela (VV), que, na noite de sexta-feira, alertou
que a sede diplomática da Argentina em Caracas estava sob “cerco” de
homens encapuzados. Sob a custódia do Brasil, a missão diplomática
argentina também abriga seis refugiados da oposição venezuelana.
De acordo com o VV, liderado por María Corina Machado, que foi impedida de concorrer às eleições presidenciais de julho pelo regime chavista, a ação foi ordenada por Maduro.
“Patrulhas com agentes do regime continuam chegando à sede da
embaixada da Argentina em Caracas. Consideramos Nicolás Maduro
responsável por esse cerco contra nossos líderes em asilo”, escreveu na
rede social X.
Anteriormente, o coordenador internacional do VV, Pedro Urruchurtu –
um dos refugiados – afirmara que agentes da Direção de Ações
Estratégicas e Táticas (DAET) da Polícia Nacional Bolivariana (PNB) e do
Serviço Bolivariano de Inteligência (SEBIN), juntamente com
“funcionários encapuzados e armados”, cercavam o local.
O ex-deputado Omar González, também asilado, denunciou o corte no
fornecimento de eletricidade à residência, que agora está abastecida por
gerador de energia.
Além de Urruchurtu e González, estão na embaixada Magalli Meda, que
foi gerente de campanha para a eleição presidencial; Claudia Macero,
coordenadora de comunicações do VV; Humberto Villalobos, coordenador
eleitoral do Comando de Campanha do VV; e o ex-ministro Fernando
Martínez Mottola, assessor da Plataforma Unitária Democrática (PUD), o
principal bloco de oposição.
Argentina aciona TPI
O governo da Argentina pediu a um procurador do Tribunal Penal
Internacional (TPI) para que solicite à Câmara de Questões Preliminares
da Corte “a emissão de ordens de detenção contra Nicolás Maduro” e
outras lideranças do governo venezuelano.
O secretário-geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), Luis
Almagro, afirmou em postagem no X que “ameaças e ações são completamente
contrárias ao Direito e não são aceitáveis de nenhuma forma pela
comunidade internacional”.