segunda-feira, 2 de setembro de 2024

PAGAMENTO DE CACHÊS DE PALESTRAS DE MINISTROS

História de Redação – Jornal Estadão

Reportagem publicada pelo Estadão neste domingo, 1º, revelou que ministros de tribunais superiores e desembargadores federais têm operado uma indústria de palestras e chegam a receber até R$ 50 mil por uma hora de exposição. A prática tem gerado ganhos financeiros extras para os magistrados, que estão entre os que recebem as maiores remunerações no serviço público do País.

A reportagem mapeou e reuniu cachês recebidos por dez magistrados para palestrar em 17 eventos realizados por entidades empresariais e órgãos públicos, de junho de 2021 até agosto deste ano. Procurados pelo Estadão, os tribunais afirmaram que a lei permite a atividade.

Na maioria dos casos levantados, os magistrados receberam os pagamentos por meio de pessoas jurídicas. Na prática, a empresa ou entidade que promove a palestra paga para uma outra companhia que faz a intermediação dos valores, transferindo-os para os ministros, o que reduz a cobrança de impostos sobre os cachês. Em muitas das situações, o próprio ministro que recebe os valores é sócio da empresa em questão, em uma prática que tem se espalhado na cúpula do Judiciário. Há ainda casos de pagamento feito diretamente ao palestrante.

Eventos rendem ganhos financeiros extras de até R$ 50 mil por hora de palestra para profissionais que já recebem as maiores remunerações no serviço público do País. Foto: Wilton Junior/Estadão

Eventos rendem ganhos financeiros extras de até R$ 50 mil por hora de palestra para profissionais que já recebem as maiores remunerações no serviço público do País. Foto: Wilton Junior/Estadão

Especialistas consultados pelo Estadão veem problemas na cobrança de cachê pelos magistrados. O primeiro deles é o pagamento em si aos juízes e os possíveis conflitos de interesse. Em segundo lugar, está a falta de transparência sobre os valores que os ministros ganham por esses serviços. Finalmente, é problemático o recebimento por meio de empresas das quais os ministros são sócios, o que é vedado pela Constituição.

“Mesmo que (esse ofício) não fosse remunerado, há uma questão enorme de conflito de interesses real, objetivo e potencial porque esses eventos, em geral, são disfarces para lobby. Isso é muito elementar”, avaliou o professor de direito constitucional Conrado Hubner Mendes, da Universidade de São Paulo (USP).

“Quando tem remuneração, você adiciona uma camada de problema. Quando não tem transparência na remuneração, adiciona uma segunda camada. Quando se faz por meio de pessoa jurídica, tem uma terceira camada e todas elas, obviamente, violam a Constituição”, afirmou.

Walter Maierovitch, jurista e desembargador aposentado, corrobora a avaliação de que os magistrados distorcem a lei ao equiparar palestras à atividade de magistério e ao receber os pagamentos por essas atividades por meio de institutos privados. “Ele (juiz) não pode abrir um negócio. E o que se faz com relação a essas empresas de palestras é um negócio”, afirmou.

Entre as principais empresas promotoras de eventos estão o Instituto Justiça e Cidadania (IJC)Instituto de Estudos Jurídicos Aplicados (IEJA) e a Academia Brasileira de Formação e Pesquisa (ABFP) – esta última, chegou a pagar valores que somam mais de R$ 175 mil a ministros em eventos. Procuradas, as empresas não se manifestaram.

A Constituição Federal impede os juízes de exercerem qualquer outra atividade além de julgar e dar aulas. Já a Lei Orgânica da Magistratura (Loman), herdada da ditadura militar (1964-1985), permite a juízes, desembargadores e ministros realizar atividades empresariais, desde que na condição de sócios cotistas.

Já realização de palestras por magistrados só é possível graças à flexibilização de normas no Conselho Nacional de Justiça (CNJ), que em 2016, sob a presidência do atual ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, equiparou a prática à atividade de professor – única permitida na Constituição aos ministros como “extra”, além dos seus postos nos tribunais.

As regras atuais do CNJ desobrigam os ministros de informarem eventuais valores recebidos de empresas privadas, que também não têm obrigação de publicar os pagamentos, o que faz com que não haja transparência sobre o tamanho real do mercado das palestras para os juízes.

 

JOGO DE PODER ENTRE MUSK E MORAES

 

Sofia Fernandes – DW Brasil

STF decide se mantém suspensão do X, bloqueado por Alexandre de Moraes. Medida ocorreu porque o dono da rede social, Elon Musk, não cumpriu determinações da Corte de remoção de conteúdos e pagamento de multas.

A primeira turma do Supremo Tribunal Federal (STF) analisa desde a meia-noite desta segunda-feira (02/09) se mantém ou não a suspensão do X no Brasil, determinada pelo ministro Alexandre de Moraes. O colegiado decide em plenário virtual até as 23:59 e a expectativa é de que a maior parte dos ministros endosse o bloqueio à rede social do bilionário Elon Musk.

Na sexta-feira passada, o Moraes havia ordenado a derrubada “imediata, completa e integral” do X no Brasil. Segundo o portal g1, o magistrado impôs ainda multa de R$ 50 mil diária a qualquer pessoa ou empresa que use qualquer subterfúgio (como VPNs) para acessar a rede social.

Um dia antes, o X (ex-Twitter) anunciou que não cumpriria a ordem judicial do STF para indicar um representante legal no Brasil. Na própria quinta-feira, Musk viu outra empresa sua, a Starlink, ter suas contas bloqueadas por ordem do ministro Alexandre de Moraes. 

As medidas foram justificadas por Moraes diante do descumprimento do X de ordens judiciais anteriores para remoção de conteúdos da plataforma.

Ao X também foram impostas multas, daí o bloqueio de contas da Starlink, para assegurar que elas serão quitadas.

Segundo o g1, a Starlink recorreu da decisão na sexta-feira alegando não ser parte do processo contra o X, e queixando-se de não ter tido seu direito à ampla defesa e ao devido processo legal respeitado.

A Starlink é um braço da SpaceX, empresa de exploração espacial de Musk, e fornece serviços de conexão à internet em áreas remotas via satélite.

STF intimou Musk pelo X

Antes do bloqueio, na quarta-feira, Moraes havia dado prazo de 24h a Musk para indicar um representante legal do X no Brasil, sob pena de “imediata suspensão” da plataforma em caso de descumprimento e não pagamento das multas. O prazo venceu na noite de quinta.

A intimação havia sido postada pela conta do STF no próprio X, em resposta a uma postagem de 17 de agosto da equipe de relações governamentais internacionais da empresa, que anunciava o fechamento do escritório no Brasil e acusava Moraes de não “respeitar a lei ou o devido processo legal”.

Na ocasião, a plataforma afirmou que a decisão foi uma resposta ao que chamou de “ameaça” e “censura” por parte do ministro, que cobrava a plataforma pelo não cumprimento de ordens judiciais anteriores que impunham à plataforma a retirada de conteúdos da rede social.

Algumas das contas alvo de bloqueio judicial eram de bolsonaristas, como o senador Marcos do Val (Podemos-ES).

O fechamento do escritório do X no Brasil, porém, não impactou o funcionamento da plataforma.

É a primeira vez que o STF intima alguém via redes sociais, segundo informado pelo próprio tribunal ao portal g1.

Musk acusa há meses Moraes de ser autoritário em decisões para retirada de perfis da plataforma. O ministro, por sua vez, alega que age para conter a disseminação de discursos de ódio e de movimentos golpistas que ameaçam a democracia no país, como foi visto nas vésperas dos ataques de 8 de janeiro de 2023.

Disputa ganhou nova dimensão com relatório no Congresso americano

A disputa entre Musk e Moraes se intensificou em abril, com a publicação de um relatório do Congresso americano que lista uma série de “demandas de censura” de Moraes.

O relatório, produzido por uma comissão presidida pelo deputado republicano Jim Jordan, ligado ao ex-presidente Donald Trump, foi elaborado com base em documentos internos da plataforma disponibilizados por Musk, e que revelariam supostos abusos em decisões do ministro. 

Segundo o documento, o STF e o TSE (Tribunal Superior Eleitoral), ambos presidido por Moraes, pediram à plataforma X que suspendesse ou removesse quase 150 contas de críticos do governo brasileiro.

Moraes supostamente ordenou que as plataformas de mídia social removessem postagens e contas mesmo quando “muito do conteúdo não violava as regras [das empresas]” e “muitas vezes sem dar uma razão”, aponta o relatório.

O texto afirma ainda que a “censura dirigida” não é um problema restrito aos governos “em terras distantes”, e acusa a administração de Joe Biden de silenciar os críticos do governo.

O relatório foi divulgado a menos de sete meses das eleições presidenciais nos Estados Unidos. Trump é o candidato republicano 
As eleições presidenciais nos Estados Unidos estão marcadas para novembro, e Trump é o candidato republicano à Casa Branca. Pelo Partido Democrata, a candidata é a vice de Biden, Kamala Harris.

Milícias digitais

Em abril, Moraes determinou a inclusão de Musk como investigado no inquérito que apura a ação de milícias digitais que atentam contra a democracia. O magistrado apontou que viu indícios de obstrução de Justiça e incitação ao crime nas ações de Musk e determinou multa diária de R$ 100 mil para cada perfil que a empresa reativar de forma irregular.

Musk usou a sua plataforma para chamar o ministro de “ditador brutal” e afirmou que iria descumprir ordens judiciais brasileiras de bloqueio de perfis criminosos na rede social. A plataforma voltou a mostrar publicações de perfis bloqueados por ordem judicial, como o da juíza aposentada Ludmila Grilo e do apresentador Monark, conforme informou a agência de checagem Aos Fatos

O perfil no X do canal Terça Livre, do ativista de extrema direita Allan dos Santos, recebeu o selo dourado na rede, mesmo com uma ordem judicial que havia determinado o bloqueio da conta em  setembro de 2021.

Articulação internacional

No início de março, o deputado federal Eduardo Bolsonaro conduziu uma comitiva de deputados brasileiros para Washington (EUA), onde conversaram com parlamentares republicanos sobre como o Brasil se tornou uma “ditadura de esquerda”.

Eles foram convidados para participar em uma audiência na Comissão Tom Lantos de Direitos Humanos na Câmara dos Representantes, mas tiveram que mudar os planos quando o democrata James P. McGovern, um dos dois copresidentes da comissão, vetou o evento.

Em nota à Agência Pública, McGovern afirmou que os republicanos estariam “usando o Congresso dos Estados Unidos para apoiar os negacionistas eleitorais da extrema direita que tentaram dar um golpe no Brasil”.

O que está por trás da briga 

As suspensões desses perfis haviam sido determinadas em 2022, ano da campanha à presidência da República, e em 2023, quando houve osatos golpistas de 8 de janeiro, em Brasília. 

Em 2022, a Justiça brasileira tomou medidas mais proativas para conter ameaças à democracia. Alexandre de Moraes virou a face mais conhecida desse processo porque era o relator do inquérito sobre as milícias digitais antidemocráticas e é o atual presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE)

O ministro determinou, no âmbito das investigações, que as redes sociais bloqueassem alguns alvos desses inquéritos, afirmando que esses investigados utilizavam as plataformas para práticas irregulares.

Perto do segundo turno, o TSE publicou resolução determinando que as plataformas digitais deveriam remover conteúdos inverídicos em até duas horas, sob pena de multa de R$ 100 mil por hora, um fato sem precedentes na Justiça brasileira. 

Essas decisões jurídicas de dois ou três anos atrás receberam críticas por terem uma redação muitas vezes ambígua, que não deixa clara a extensão do poder de polícia da Justiça Eleitoral.  

Não há informações públicas sobre todas as ações judiciais que motivaram as críticas de Musk contra Moraes. O X informou que havia sido proibido de informar quais contas foram retidas e qual tribunal ou juiz emitiu a ordem, mas em agosto publicou na rede social alguns documentos que chamou de “ordens secretas” de Moraes.

VPN e Starlink

Musk ainda sugeriu como burlar um eventual bloqueio da rede social no Brasil, o que não seria um fato inédito no país. Em 2015 e em 2016, por exemplo, juízes de primeira instância determinaram o bloqueio do Whatsapp depois que a empresa se negou a conceder informações para investigações policiais. O mesmo aconteceu com o Telegram no ano passado. 

“Para garantir que você ainda pode ter acesso à plataforma X, baixe um VPN”, disse o empresário em uma publicação. “Usar um VPN é muito fácil”, completou.  

Ferramentas de Virtual Private Network (VPN) são serviços que mascaram a origem do acesso à internet. Ele faz com que usuários pareçam estar outro país, driblando bloqueios locais. 

Caso a Justiça brasileira determine o bloqueio do X, outra questão se impõe. Musk também é dono da Starlink, empresa de internet via satélite que tem no Brasil um de seus principais mercados. 

Segundo levantamento feito pela BBC News Brasil, a empresa é líder entre os provedores de banda larga fixa por satélite na Amazônia legal, com antenas instaladas em ao menos 90% municípios da região. 

O professor da Universidade do Estado do Rio de Janeiro Carlos Affonso Souza, diretor do Instituto de Tecnologia e Sociedade, alertou ao podcast Café da Manhã que esse seria “um segundo debate, que a gente ainda não enfrentou no Brasil, que é um provedor de internet descumprir ordens de bloqueios de plataformas.” 

Reações 

Todo o embate ocorre enquanto o Congresso discute um projeto de lei para regulamentar as plataformas digitais, o chamado PL das Fake News, retirado da pauta da Câmara por falta de acordo entre parlamentares e pressão das plataformas. A União Europeia já aprovou uma norma desse tipo, que entrou em vigor em janeiro.

A briga aumentou a pressão pela regulamentação das redes sociais no Congresso. O relator do projeto de lei, deputado Orlando Silva, afirmou, em sua conta no X: “É impossível continuarmos no estado de coisas atual. As Big Techs se arrogam poderes imperiais. Descumprir ordem judicial, como ameaça Musk, é ferir a soberania do Brasil. Isso não será tolerado! A regulação torna-se imperativa ao Parlamento.”

O presidente do STF, Luís Roberto Barroso, divulgou nota para afirmar que decisões judiciais podem ser objeto de recursos, mas jamais de descumprimento deliberado. 

Barroso diz que é público e notório que “travou-se recentemente no Brasil uma luta de vida e morte pelo Estado democrático de Direito e contra um golpe de Estado, que está sob investigação nesta corte com observância do devido processo legal”.

 “O inconformismo contra a prevalência da democracia continua a se manifestar na instrumentalização criminosa das redes sociais”, afirmou.

DEIXEM OS CÃES FAREJAR TUDO DURANTE OS SEUS PASSEIOS

 

História de Vivian de Souza Campos – Mega Curioso

Durante as caminhadas diárias, é comum que os cães parem a cada passo para farejar o ambiente ao redor. Embora essa prática possa parecer trivial para muitos donos, ela é fundamental para o bem-estar do animal. Deixar seu amigo peludo farejar durante os passeios é uma prática que promove a saúde mental, emocional e física do seu animal de estimação.

A importância do olfato para os cães

O nariz do cão permite captar informações detalhadas sobre o ambiente. (Fonte: Getty Images/Reprodução)

O nariz do cão permite captar informações detalhadas sobre o ambiente. (Fonte: Getty Images/Reprodução)

Os cães processam o mundo de maneira diferente dos humanos. Enquanto nós confiamos principalmente na visão e no som para entender o que nos cerca, eles dependem do olfato. O nariz de um cão é uma ferramenta poderosa, capaz de captar cheiros de forma muito mais eficiente do que o nosso.

Com mais de 300 milhões de receptores olfativos, os peludos possuem uma capacidade olfativa muito maior do que a dos humanos, que lhes permite coletar informações detalhadas sobre outros animais, pessoas e objetos no ambiente. Além disso, o nariz deles é projetado para otimizar essa função.

Enquanto respiram, uma parte do ar inalado é desviada para uma área específica do nariz, dedicada exclusivamente ao processamento de cheiros. Isso permite que eles analisem minuciosamente os odores e tenham uma visão detalhada do mundo ao seu redor. Impedir seu cão de farejar durante as caminhadas significa limitar essa forma natural de interação e compreensão do ambiente.

Benefícios de deixar seu cão cheirar à vontade

Farejar é fundamental para o bem-estar mental e emocional do peludo. (Fonte: Getty Images/Reprodução)

Farejar é fundamental para o bem-estar mental e emocional do peludo. (Fonte: Getty Images/Reprodução)

Permitir que seu cão fareje durante os passeios vai além de uma simples questão de comportamento da espécie; trata-se de uma necessidade essencial para o equilíbrio mental e emocional do animal.

Ao farejar, os cães obtêm informações valiosas que ajudam a reduzir a ansiedade e a agressividade, pois estão constantemente coletando dados sobre o que está acontecendo ao seu redor. Esse processo é mentalmente estimulante e pode ser tão desgastante quanto uma atividade física, resultando em um cão mais calmo e menos propenso a comportamentos destrutivos.

Além disso, como o ato de farejar proporciona prazer, ao permitir que seu pet se delicie com os cheiros do ambiente, você está contribuindo para sua felicidade e satisfação, fortalecendo o vínculo entre vocês.

Então, a próxima vez que sair para passear, lembre-se de que esses momentos de exploração olfativa são fundamentais para o bem-estar do seu cão, resista à tentação de focar apenas nos aspectos físicos da atividade e deixe que ele explore o ambiente ao seu próprio ritmo. Afinal, um cão feliz e satisfeito faz com que a convivência seja ainda mais harmoniosa e gratificante.

VINAGRE E BICARBONATO DE SÓDIO SÃO BONS NA LIMPEZA?

 

História de Marina Marques – Cláudia

Vinagre na faxina

Vinagre na faxina© ThamKC/Reprodução

Se você é antenado quando o assunto são as misturinhas de produtos para a limpeza da casa, com certeza já se deparou com dicas para misturar vinagre e bicarbonato de sódio como a promessa de um produto milagroso na hora de remover sujeiras difíceis. Inclusive, essa mistura é uma das mais populares em redes como o TikTok.

Mas será que essa combinação é infalível mesmo? Para entender melhor o assunto, conversamos com Priscila Castro, especialista em limpeza da Ecoville em Resende (RJ), para solucionar as principais dúvidas sobre a famosa misturinha na hora da faxina.

Bicarbonato de sódio e vinagre realmente funcionam para a limpeza da casa?

Misturar esses dois produtos pode não ser tão útil quanto você imagina. Isso porque misturar vinagre e bicarbonato de sódio pode até ser eficaz para uma limpeza superficial, mas não é a combinação ideal para lidar com gordura pesada, por exemplo. E mais, ainda pode resultar numa combinação perigosa e não recomendada por especialistas.

“Na nossa cultura é muito comum ver misturas para limpeza e até mesmo é tentador fazer algumas delas, mas nenhuma mistura deveria ser utilizada. As misturas acabam combinando diferentes componentes químicos que podem causar alergias, intoxicações e danos nas superfícies utilizadas”, alerta a especialista.

A reação entre vinagre e bicarbonato

Quando misturados, o vinagre (ácido acético) e o bicarbonato de sódio (um alcalino) reagem e formam dióxido de carbono, água e acetato de sódio. Essa reação efervescente pode ajudar a soltar sujeiras e resíduos, mas a mistura em si não é especialmente eficaz contra gordura pesada.

Como a mistura causa uma efervescência, acabamos tendo a impressão de que está fazendo efeito, mas a verdade é que não funciona. Além disso, a combinação de vinagre e bicarbonato de sódio pode ser perigosa.

“O bicarbonato é um tipo de sal, sua fórmula é composta de sódio, hidrogênio, carbono e oxigênio, com isso ele tem uma função abrasiva, ou seja, pode remover o brilho das superfícies nas quais é aplicado”, explica Priscila Castro. “Já o vinagre é um produto ácido. A mistura desses dois produtos podem causar danos e manchas irreversíveis nas superfícies onde são aplicadas.”

Qual a melhor maneira de usar o bicarbonato de sódio na limpeza?

Conforme explica a especialista em limpeza, o bicarbonato de sódio funciona muito bem na neutralização de odores: “Então, o ideal é utilizar dentro do sapato para acabar com o mau cheiro, ou colocar em um pote na geladeira para neutralizar odores”.

Quais os produtos mais eficazes para a limpeza de gordura?

Já que eliminados a possibilidade da misturinha caseira para essa função, fica a dúvida: como remover a sujeira mais pesada? Conforme recomenda a especialista, o limpador multiuso com peróxido de hidrogênio – elemento comum nos principais multiusos encontrados no mercado, é possível identificar na embalagem – é uma excelente opção para a remoção de gorduras sem amarelar utensílios.

Segundo Priscila, ele pode ser usado puro ou diluído, dependendo da intensidade da sujeira: “É importante usar luvas ao lidar com produtos que contenham peróxido de hidrogênio, pois ele pode ser corrosivo”.

Qual o produto ideal para limpar o box do banheiro?

O box do banheiro costuma ficar com o vidro opaco devido ao acúmulo do resíduo de sabonetes, shampoo, condicionador e a própria gordura corporal, então o ideal para realizar essa limpeza é utilizar um desengordurante.

“Desengordurantes com amoníaco na sua formulação são excelentes para esse tipo de limpeza pois conseguem remover bem os resíduos. Aplique preferencialmente com uma esponja não abrasiva para não causar arranhões nos vidros e remover a sujeira mais facilmente”, recomenda.

Qual deixar as roupas mais brancas?

Enxague bem as roupas após utilizar alvejante“, a especialista dá a dica. Segundo ela, quando não há o enxague correto e as roupas brancas são expostas ao sol, pode ocorrer o amarelamento do tecido devido ao resíduo do alvejante que ficou.

Outra dica bem-vinda é para remover manchas de desodorante que ficam nas camisas: utilize um desengordurante com base de amoníaco. “Esses resíduos acontecem devido ao acúmulo do alumínio presente no desodorante em reação com o suor.”

Vinagre de álcool pode substituir amaciante?

Apesar de ser outra recomendação muito comum nas redes sociais, a especialista não recomenda o uso. Segundo ela, o problema está no mito de que quanto mais amaciante, mais a roupa fica macia: “De jeito nenhum!”, reitera.

A especialista explica que, quando você usa uma quantidade de amaciante maior do que o necessário, você deixa a roupa mais gordurosa e faz com que ela absorva menos água após secarem, por isso, ela tende a ficar dura. Sendo assim, basta utilizar a quantidade adequada de amaciante para a roupa ficar macia.

Qual o papel da água sanitária na limpeza? Misturas com ela podem ser perigosas?

A água sanitária tem o papel de limpeza e desinfecção, ela é muito utilizada principalmente para limpeza de banheiro e limpeza de panos de prato. Uma prática muito comum é utilizar ela no piso para limpar, porém em pisos como porcelanato ela pode causar manchas. “A água sanitária é excelente aliada no combate ao mosquito da dengue, devendo ser colocada pura nos ralos e vasos sanitários”, reforça Priscila.

Sua dica é não misturar a água sanitária com nenhum outro produto em hipótese alguma, pois quando misturada com outros produtos, ela libera gases tóxicos que são extremamente irritantes quando entram em contato com a pele e olhos.

Dicas para facilitar a faxina

Por fim, agora que sabemos que lidar com as famosas misturinhas exige muita cautela, Priscila Castro deixa algumas dicas para facilitar a faxina em casa:

  • Muitas vezes o menos é mais – Uma boa dica é ficar atento ao modo de uso contido no rótulo dos produtos. Siga corretamente as orientações do fabricante e, claro, também não faça misturas entre eles. Cada produto foi pensado para atender uma necessidade e misturá-los com outros pode causar uma intoxicação.
  • Detergente neutro: versatilidade para todas as superfícies – O detergente neutro é um produto versátil que pode ser usado em diversas superfícies: como pisos, azulejos, bancadas, móveis, eletrodomésticos, etc. Ele é indicado para limpezas leves e cotidianas, e pode ser diluído em água para evitar resíduos pegajosos.
  • Respeite o tempo de ação do produto – Isso é fundamental para que o produto aja corretamente na superfície e cada um tem seu prazo. Leia atentamente a embalagem e siga as instruções. Não deixe nem mais e nem mesmo tempo.
  • Dilua o produto da maneira correta – Quando você dilui muito o produto, prejudica a eficácia da limpeza; e quando usa muito concentrado, pode danificar a superfície. Muitas pessoas acham, por exemplo, que num piso antiderrapante o produto pode ser aplicado mais concentrado para aumentar o poder da limpeza. Isso é mito e pode causar danos ao piso. Para evitar transtornos, confira sempre a diluição no rótulo da embalagem e siga a orientação do fabricante.

BOA LEITURA PARA OS EMPREENDEDORES É UMA DAS MELHORES E MAIS EFICAZES FONTES DE CONHECIMENTO

 

Redação StartSe

Uma boa leitura é, para muitos empreendedores, uma das melhores e mais eficazes fontes de conhecimento. Confira as dicas!

Foto: Getty Images

Muito mais do que entretenimento, os livros também podem ser uma excelente forma de ganhar repertório. Seja para acompanhar tendências, estudar as estratégias que levaram uma empresa ao sucesso (ou fracasso), aprender sobre determinado tema ou até mesmo conhecer uma história de resiliência, uma boa leitura é, para muitos empreendedores, uma das melhores e mais eficazes fontes de conhecimento.

Pensando nisso, o Startups conversou com executivos que são referência no mercado de inovação e para entender quais são as obras que, de alguma forma, marcaram suas trajetórias e os ajudaram a construir uma jornada de sucesso.

Veja, a seguir, as dicas de leitura de sete fundadores de startups, livros que também podem te inspirar como empreendedor:

Fabrício Bloisi, CEO do iFood

Livro: O novo Iluminismo: Em defesa da razão, da ciência e do humanismo
Autor: Steven Pinker

“O Novo Iluminismo é um dos meus livros preferidos. Ele trás uma visão de psicologia da humanidade — como estamos avançando, como funciona a sociedade e como enfrentamos problemas complexos, como guerras, desinformação. É um livro otimista, que mostra que estamos progredindo com muitos dados, apesar de tantas dificuldades. É um livro bem longo, mas vale muito ler!”

Mariana Dias, CEO e cofundadora da Gupy

Livro: Faça Acontecer
Autor: Sheryl Sandberg

“Este livro foi essencial no meu aprendizado sobre os desafios enfrentados por mulheres no mundo corporativo. Liderando uma scale-up, encontrei insights valiosos para superar obstáculos. A abordagem direta de Sheryl trouxe uma nova perspectiva sobre as barreiras enfrentadas por mulheres nos negócios, que são muitos.

Destacando a pressão social e desafiando a ideia de sacrifícios pessoais para o sucesso profissional, o livro é uma mistura inspiradora e prática. Recomendo a leitura para todas as lideranças que buscam promover um ambiente mais inclusivo nas suas empresas. E para as CEOs mulheres em busca de orientação, os insights de Sheryl são uma bússola valiosa para enfrentar desafios específicos. O livro é uma fonte pessoal de inspiração para moldar um ambiente corporativo mais equitativo e inclusivo.”

Fabiano Cruz, CEO e cofundador da Zoop

Livro: Cartas a um Jovem Terapeuta
Autor: Contardo Calligaris

“É uma obra que reflete sobre a prática da psicoterapia através de uma série de cartas escritas a um jovem colega. Nestas cartas, Calligaris compartilha sua experiência, oferecendo insights sobre a complexidade das relações humanas, a importância da escuta ativa e a capacidade de se manter aberto e questionador. Ele discute o desafio de equilibrar empatia e distanciamento, além de enfatizar a relevância da autocompreensão e do desenvolvimento contínuo, tanto pessoal quanto profissional.

Traçando um paralelo com a vida de um empreendedor, a obra de Calligaris ressalta competências essenciais também para o sucesso nos negócios. Assim como um terapeuta, um empreendedor precisa ser um bom ouvinte, capaz de entender e responder às necessidades dos outros (sejam clientes, parceiros ou colaboradores). A capacidade de se adaptar, aprender continuamente e manter uma mente aberta são fundamentais em ambos os campos. Além disso, o equilíbrio entre empatia e assertividade, crucial na terapia, é igualmente importante no empreendedorismo, onde a gestão de relações e a tomada de decisões assertivas são chaves para o sucesso.”

Francisco Pereira, CEO e fundador da Trademaster

Livro: The Speed of Trust
Autor: Stephen M. R. Covey

“O livro mostra, por meio de uma visão prática e convincente, de como a confiança não é apenas um valor intangível, mas sim a chave para atingir metas mais ambiciosas e duradouras, além de propiciar o  florescimento de relacionamentos sólidos e equipes coesas. É uma leitura essencial para líderes que buscam não apenas sucesso imediato, mas também uma base sólida para o crescimento sustentável de suas equipes e organizações”.

Gonzalo Parejo, CEO e cofundador da Kamino

Livro: Responsabilidade extrema: como os Navy Seals lideram e vencem
Autores: Jocko Willink e Leif Babin

“A obra inspirou minha jornada e oferece princípios poderosos de liderança derivados de experiências militares altamente aplicáveis ao contexto empreendedor. O conceito central do livro é justamente a ideia de que os líderes devem assumir responsabilidade pelos fracassos e sucessos de sua equipe, promovendo uma cultura em que a culpa não é transferida e os desafios são enfrentados de frente. Também ensina os CEOs a se concentrarem nas questões mais críticas primeiro, tomando decisões e executando-as de maneira eficaz, melhorando assim a produtividade e a tomada de decisões sob pressão. Para além disso, o livro apresenta a liderança como uma habilidade que pode ser desenvolvida e refinada com estratégias práticas para aprimorar a a coesão da equipe e desempenho geral da empresa.”

Tatiana Pimenta, CEO e fundadora da Vittude

Livro: The Hard Thing About Hard Things
Autor: Ben Horowitz

“Vou recomendar um livro que já li três vezes: uma bem no começo, quando a vittude tinha 1 mês; depois novamente quando levantamos o seed; e última vez logo depois que captamos a rodada Série A. Um ponto principal é que ele mostra que a vida empreendedora, apesar de gratificante, é extremamente desafiadora. O autor compartilha vários momentos de sofrimento e desafios, tanto nas captações, como também com a gestão de pessoas. Ele narra um episódio onde precisa desligar um dos seus amigos, que trabalhava com ele, pensando no bem da empresa. Empreender parece lindo para quem vê de fora, mas a realidade é que é solitário, sofrido e exige uma bela resiliência. Ao ler o livro, sinto que não estou tão sozinha.”

Pablo Cavalcanti, CEO e cofundador da Inmetrics

Livro: A marca da vitória
Autor: Phil Knight

“Eu gosto muito dessa história sobre coragem, persistência e sonho. Primeiro, porque é belíssima! A forma como foi escrita, é emocionante, parece um filme. Phil Knight, co-fundador e ex-CEO da Nike, é um empreendedor inspirador. Trabalha duro, é muito persistente, tem uma série de revezes, traições. Enfim, passa por muitas dificuldades, mas é um cara que não desiste do sonho, que criou uma cultura simples de trabalho, de inovação, escrito no Manifesto da Nike, que é uma obra-prima sobre cultura organizacional. Os valores que estão lá são incríveis e têm tudo a ver com os meus valores pessoais e os que quero na cultura da Inmetrics.”

COMO DEVEM SER OS PARCEIROS NOS NEGÓCIOS

“Parceiros chegam de várias formas. Se juntam por diferentes motivos”.

Eu sei, é clichê, rss. E se a frase fosse minha eu acrescentaria: “O que eles tem em comum é o fato de acreditarem no que nós acreditamos”.

Parceria é a arte de administrar conflitos de interesses e conexões de interesses, visando resultados benéficos para ambas as empresas”.

É por isso que eu costumo comparar parceria com casamento. Quem é casado sabe que administrar conflitos é fundamental para ambos terem resultados nessa aliança.

Assim como no casamento, o parceiro não precisa ser igual a nós, mas tem que ter o nosso ‘jeitão’! Nas parcerias eu defendo que o parceiro precisa ter o DNA de inovação, a inquietude pra sair da zona de conforto e uma preocupação muito grande com o cliente, não apenas no discurso, mas na prática. É claro que no processo de análise do possível parceiro, nós avaliamos o potencial financeiro e de escala da aliança, a estrutura e o tamanho da empresa. Mas, tem um fator humano que não pode ser desconsiderado, já que empresas são, na sua essência, pessoas. É por isso, que normalmente, os parceiros   são empresas formadas por pessoas do bem, pessoas com propósito, que tem tanto o caráter quanto a lealdade de continuar de mãos dadas, mesmo nos momentos mais difíceis. É como um casamento mesmo!

É importante também que os parceiros tenham know how e competências complementares, que potencializem nossas fragilidades e deem mais peso aos nossos pontos fortes. E como eu acredito que o primeiro approach de uma boa parceria acontece no plano humano (onde existe emoção), e não no corporativo, eu gosto muito da histórica da parceria entre Steve Jobs Steve Wozniak. Os dois Steves tornaram-se amigos durante um emprego de verão em 1970. Woz estava ocupado construindo um computador e Jobs viu o potencial para vendê-lo. Em uma entrevista de 2006 ao Seattle Times, Woz, explicou:

“Eu só estava fazendo algo em que era muito bom, e a única coisa que eu era bom acabou por ser a coisa que ia mudar o mundo… Steve (Jobs) pensava muito além. Quando eu projetava coisas boas, às vezes ele dizia: ‘Nós podemos vender isso’. E nós vendíamos mesmo. Ele estava pensando em como criar uma empresa, mas talvez ele estivesse mesmo pensando: ‘Como eu posso mudar o mundo?’”.

Por que essa parceria deu certo? Habilidades e competências complementares.

As habilidades técnicas de Woz juntamente com a visão de Jobs fizeram dos dois a parceria perfeita nos negócios.

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domingo, 1 de setembro de 2024

O QUE VAI ACONTECER COM PROCESSOS BASEADOS EM PUBLICAÇÕES DO X (TWITTER)

 

História de Karina Ferreira – Jornal Estadão

A rede social X (antigo Twitter), conhecida por ser palco de trocas de farpas e ofensas públicas, está suspensa no Brasil por ordem do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Já os processos movidos em decorrência de postagens na plataforma, usada em diversas ocasiões para “xingar muito”, não perdem o objeto da ação e seguem valendo na Justiça, avaliam especialistas ouvidos pelo Estadão. Em alguns casos, entretanto, a determinação judicial imposta pode não ser cumprida.

O primeiro ponto a ser observado, segundo o professor de Direito e coordenador do Instituto de Tecnologia e Sociedade, João Victor Archegas, é que a decisão de Moraes, baseada no Marco Civil da Internet, não bloqueia a rede social no Brasil, mas sim, suspende temporariamente as atividades da plataforma. Ou seja, embora o conteúdo não esteja disponível no momento, ele não foi apagado.

“Em tese, entre várias aspas, esse bloqueio é temporário, até o X passar a cumprir as ordens da Justiça brasileira; por isso, é preciso considerar o fato de que, eventualmente, a rede pode voltar ao ar”, pontua o professor.

Nos casos de ações movidas na Justiça cível ou na eleitoral, pedindo indenizações por danos morais por conteúdos postados na rede social, por exemplo, a suspensão da plataforma não encerra a apuração e não encerra a ilegalidade do fato, mas pode dificultar a verificação do fato.

Essa é a análise do coordenador do curso de Direito da ESPM, Marcelo Crespo. “É claro que tem toda uma questão do autor da ação ter feito as provas de que aquilo estava publicado, então o fato da plataforma não existir pode eventualmente complicar um pouco mais na apuração destas provas”, explica o professor, afirmando que os processos continuam tendo o aspecto criminal, já que o ato de xingar alguém, por exemplo, já ocorreu.

O que pode variar, segundo Crespo, é a decisão em casos em que se pede que uma pessoa deixe de ter um comportamento específico na rede social, como voltar a caluniar o autor da ação. Nesse caso, não existindo mais a rede social, a ação perde o objeto.

Bilionário Elon Musk se recusou a cumprir determinação do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes em indicar representante legal da plataforma X no Brasil Foto: Trevor Cokley/Força Aérea dos EUA e Pedro Kirilos/Estadão

Bilionário Elon Musk se recusou a cumprir determinação do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes em indicar representante legal da plataforma X no Brasil Foto: Trevor Cokley/Força Aérea dos EUA e Pedro Kirilos/Estadão

Na Justiça Eleitoral, os casos de crimes contra a honra, em que supostas calúnias, injúrias e difamação contra algum candidato são investigadas, a lógica é a mesma. O que pode variar, no entanto, é o cumprimento das determinações judiciais do direito de resposta, explica o advogado e professor de Direito Eleitoral da Escola Paulista de Direito Alberto Rollo.

“Se o autor da ação tem as provas robustas dos fatos sabidamente inverídicos, que são motivadores do direito de resposta, não é mais preciso ter acesso à rede social. Se a ação for julgada procedente, no entanto, haverá o problema na hora da execução, porque a rede social não está mais disponível”, explica o professor. Nesses casos, a pessoa poderá se declarar vitoriosa, ou seja, a Justiça reconheceu que ela de fato foi ofendida, porém, o espaço para a retratação oficial não estará disponível.

A lei eleitoral garante que o direito de resposta precisa ser executado na mesma rede social em que a postagem que o originou foi publicada. Rollo pontua, entretanto, que as postagens atualmente são replicadas nas diversas redes sociais do mesmo candidato, o que faria com que ele continue sendo obrigado a se retratar nas outros perfis, caso o processo também os cite.

Um exemplo desses casos, mas que tramita na Justiça comum, é movido pelo deputado federal Kim Kataguiri (União-SP), que pede indenização por dano moral ao empresário e candidato à Prefeitura de São Paulo Pablo Marçal (PRTB).

Segundo os autos da ação movida pelo deputado, em duas entrevistas durante o mês de agosto, Marçal insinuou que Kataguiri e o Movimento Brasil Livre (MBL), do qual é um dos criadores, teriam recebido dinheiro do atual prefeito para “se curvar”, ou seja, apoiá-lo em sua candidatura à reeleição.

O deputado pede R$ 50 mil em indenização, e que Marçal se retrate em seu perfil no X (antigo Twitter) e em seu canal no YouTube – a ação é de antes das redes sociais do ex-coach terem sido suspensas por ordem da justiça eleitoral. A assessoria do empresário foi procurada para comentar o caso, mas não respondeu.

DECISÃO DE MORAES SOBRE X SERÁ AVALIADA EM PLENÁRIO DO STF

 

História de JULIA CHAIB – Folha de S. Paulo

BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – Integrantes do STF (Supremo Tribunal Federal) defendem que o ministro Alexandre de Moraes submeta a decisão de suspender o X (ex-Twitter) ao julgamento dos demais magistrados no plenário da corte.

Ao menos cinco ministros avaliam ser ideal que uma determinação desse porte passe pelo crivo do colegiado. Um dos objetivos é proteger a instituição e o próprio Moraes de eventuais acusações de abuso de poder e dar segurança à decisão.

Um ministro ouvido pela reportagem diz acreditar que a maioria da corte concorda com a suspensão do X, por isso ela deverá ser confirmada. Quatro magistrados já indicaram internamente ser a favor da ordem e ao menos um discorda.

Moraes determinou nesta sexta-feira (30) a derrubada “imediata, completa e integral” do funcionamento da rede.

O ministro estava em um evento em São Paulo ao lado de diversas autoridades quando sua ordem foi divulgada.

O magistrado recebeu o colar do mérito institucional do Ministério Público do Estado de São Paulo. Estavam na solenidade o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), o ex-presidente Michel Temer (MDB), que indicou Moraes ao STF, e o vice-presidente da República, Geraldo Alckmin (PSB).

A decisão do ministro do STF vale até que todas as ordens judiciais relacionadas à ferramenta sejam cumpridas, as multas devidamente pagas e seja indicada, em juízo, a pessoa física ou jurídica representante em território nacional.

A partir das 0h deste sábado (31), a rede social saiu do ar no Brasil em diversos dispositivos.

Na própria sexta, Moraes reviu um trecho de sua decisão ligado a lojas virtuais e acesso VPN (rede virtual privada).

Inicialmente, o ministro havia determinado à Apple e ao Google que inviabilizassem o uso do aplicativo por usuários do sistema Android (Google) e IOS (Apple). O magistrado também ordenou a retirada do aplicativo das lojas virtuais de ambos os sistemas. No fim do dia ele cancelou esta parte da decisão.

O ministro também recuou na determinação de que provedoras de serviço de internet (Algar, Telecom, Oi, Sky, Live Tim, Vivo, Claro, Net Virtua e GVT) inviabilizassem o acesso ao X por VPN.

Moraes justificou a mudança na ordem alegando que o próprio X poderia atender a essas limitações se cumprisse a determinação, “evitando eventuais transtornos desnecessários e reversíveis a terceiras empresas”.

O ministro manteve, porém, outro trecho polêmico de sua ordem, que fixou multa diária de R$ 50 mil às pessoas naturais e jurídicas que tentarem acessar o X por meio de subterfúgios tecnológicos, tais como o uso de VPN, além de outras sanções civis e criminais.

Moraes havia intimado o dono do X, o empresário Elon Musk, a indicar em 24 horas um novo representante legal no Brasil, e afirmou que suspenderia a rede caso isso não acontecesse. A intimação ocorreu na quarta-feira (28) em postagem na página oficial do Supremo do próprio X, na qual o perfil do empresário e do Global Government Affairs da rede social foram marcados.

Na quinta (29), sete minutos após o fim do prazo determinado por Moraes, a rede social publicou uma mensagem afirmando que não cumpriria as ordens do magistrado.

Em 17 de agosto o X acusou Moraes de ameaçar de prisão seus funcionários e, diante disso, anunciou o fechamento do escritório no Brasil.

Embora a maioria do STF respalde a decisão do ministro de suspender a rede social X após o descumprimento de ordens judiciais, uma outra determinação de Moraes no caso provoca controvérsias: o bloqueio das contas da Starlink, determinado na quinta-feira (29).

Como mostrou a coluna Mônica Bergamo, integrantes da corte divergem da decisão e esperam que Moraes reveja a própria decisão.

A Starlink também pertence a Elon Musk, mas é independente do X. A empresa provê serviços de internet via satélite para cerca de 250 mil assinantes.

O receio de ministros, como informou a coluna, é que a medida poderia gerar insegurança jurídica.

MAR DO NORTE PRETENDE SE TORNAR UMA POTÊNCIA DE ENERGIA RENOVÁVEL

 

By Niels Anner – Siemens Energy

Como se tornar uma potência de energia renovável? Ao realizar vários e diversos projetos de energia limpa, o Mar do Norte se tornou um ponto de acesso para inovação verde e um modelo para a descarbonização em muitas outras partes do mundo.

A cada hora em Kassø, perto da fronteira dinamarquesa-alemã, a desenvolvedora de energia renovável European Energy produzirá uma tonelada de hidrogênio livre de carbono para descarbonizar as rotas marítimas. A leste do mar, as pás da usina eólica de Moray West devem girar na costa escocesa e se conectar por meio de subestações de ar condicionado offshore à costa, fornecendo eletricidade suficiente para abastecer o equivalente a 1,3 milhão de residências. Enquanto isso, o maior interconector HVDC do mundo, o Viking Link, com 765 km, permitirá a troca de energia através das fronteiras, funcionando como uma superestrada elétrica conectando as redes elétricas britânica e dinamarquesa.

O Mar do Norte, um ambiente desafiador com ondas altas e ventos cortantes, está se tornando uma vitrine para uma mistura diversificada de tecnologia verde em geração de energia renovável, infraestrutura e Power-to-X. E se a transição energética pode ser realizada aqui, isso mostra que pode ser alcançada em qualquer lugar do mundo. 

O Brasil, por exemplo, poderia conectar gigawatts de potencial eólico offshore inexplorado ao longo do Atlântico à rede. As planícies altas, no Texas, sozinhas poderiam fornecer energia eólica suficiente para abastecer 9 milhões de residências nos EUA. E os desertos ocidentais da China, ricos em vento e sol, poderiam ajudar o país a parar de adicionar novas emissões de gases de efeito estufa até 2030, apesar do aumento no consumo de energia.

Triplicando a capacidade mundial de energia renovável até 2030

Os próximos cinco anos são críticos para a ação climática. As emissões de gases de efeito estufa devem ser reduzidas em 43% até 2030 (em comparação com os níveis de 2019) para limitar o aquecimento global a 1,5°C, de acordo com o IPCC. Em resposta, 118 governos na COP28 se comprometeram a triplicar a capacidade mundial de energia renovável até então, e as principais indústrias se comprometeram a aumentar os combustíveis de emissão zero derivados do hidrogênio verde para 11 milhões de toneladas.

Em todo o mundo, a perspectiva de dez anos do Conselho Global de Energia Eólica detalha que, com a estrutura regulatória correta, 410 gigawatts de capacidade eólica offshore podem ser implantados até 2033. Mas a rápida expansão da energia eólica offshore “deve ser construída sobre uma colaboração crescente entre a indústria e o governo e a criação de políticas e estruturas regulatórias simplificadas e eficazes”. E a transição energética não termina com a geração; Como segundo passo, a eletricidade e o hidrogênio precisam ser transportados para onde são necessários. 

Os projetos no Mar do Norte são um excelente exemplo de como a colaboração pode ajudar a alcançar esses objetivos. Em 2022, os governos da Bélgica, Dinamarca, Alemanha e Holanda assinaram a Declaração de Esbjerg, iniciando uma colaboração transfronteiriça para tornar a região “a usina verde da Europa”. No ano passado, juntamente com os líderes da França, Noruega, Reino Unido e Luxemburgo, eles aumentaram as metas de energia eólica offshore de 30 gigawatts hoje para 120 gigawatts até 2030 e até 300 gigawatts até 2050, cobrindo mais da metade da capacidade renovável necessária para tornar a UE neutra em termos climáticos.

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Capacidade eólica offshore até 2030

120 GW

no Mar do Norte

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Capacidade de armazenamento de CO2

440 Gt

sob o Mar do Norte

Mitigando as mudanças climáticas com a conexão de energia verde

Para o Mar do Norte, vários fatores-chave o tornam um centro de energia completo. O noroeste da Europa, com sua longa costa, tempestades ferozes e ondas gigantescas, pode ser um ambiente hostil, mas “é um ótimo lugar para a energia eólica offshore”, diz Lottie Edwards, gerente de pacotes de plataforma da Siemens Energy. “É um dos lugares mais ventosos do planeta.” Águas rasas facilitam a instalação de turbinas, além da geologia que manteve o gás natural no local por milhões de anos é o lugar perfeito para enterrar dióxido de carbono.

Edwards é responsável pela instalação e comissionamento do equipamento de transmissão para o projeto Moray West, uma usina eólica de 882 megawatts a 22,5 quilômetros da costa da Escócia. “Quando concluído, o projeto compensará 1,1 milhão de toneladas de emissões de CO2 a cada ano”, diz Edwards, “e fornecerá eletricidade renovável suficiente para o equivalente a 1,3 milhão de residências”. A Siemens Energy está fornecendo a subestação offshore composta por Módulos de Transformadores Offshore (OTMs) para o projeto e a subestação onshore, enquanto a parceira Siemens Gamesa é responsável pelas turbinas eólicas e pás.

North Sea energy Moray WestPlay Video

“Os países ao redor do Mar do Norte estão em uma ótima posição para fazer a transição para um mix de energia mais verde”, diz Lottie Edwards, gerente de pacotes de plataforma da Siemens Energy. 

Quer ajudar Lottie a virar a maré das mudanças climáticas?

Garantindo a troca de energia transfronteiriça

O Viking Link é outro projeto que ilustra como a colaboração transfronteiriça é fundamental para a construção de centros de energia verde: um interconector HDVC de 765 quilômetros ligando a Dinamarca e o Reino Unido. Esta superestrada bidirecional permite que a eletricidade seja transmitida entre os dois países em ambas as direções.

Esses interconectores ajudam a otimizar o uso do excesso de energia renovável, diz Peter Weinreich-Jensen, diretor administrativo da Siemens Energy na Dinamarca. “Podemos enviar energia eólica para a Dinamarca. Então, depois de algumas horas, quando os ventos sopram na Dinamarca, podemos enviar energia de volta para o Reino Unido, explorando o excesso de energia e estabilizando a rede.

Os interconectores atuam como um caminho de etapas, permitindo que os países se conectem com seus vizinhos para enviar energia excedente através das fronteiras, para onde é necessário e vice-versa. Por exemplo,a rede elétrica dinamarquesa também está conectada à alemã, acrescenta Weinreich-Jensen, e permite que a eletricidade seja comercializada em toda a Europa, impactando positivamente a transição para a energia verde do continente e aumentando sua segurança energética. 

North Sea energy – Viking LinkPlay Video

Peter Weinreich-Jensen, Diretor Administrativo da Siemens Energy na Dinamarca e Jørgen Holgaard, Gerente Sênior de Projetos da Siemens Energy na estação conversora do Viking Link, interconector HVDC. 

Acelerando o transporte marítimo verde com hidrogênio

O Mar do Norte oferece mais uma forma de usar energia renovável com a produção e armazenamento de hidrogênio verde por meio de eletrólise. Em Kassø, na Dinamarca, está sendo construída a maior planta de produção de e-metanol do mundo, que produzirá 42.000 toneladas de e-metanol anualmente, sintetizado a partir de hidrogênio e CO2 capturado. “A eletricidade para a usina eletrolisadora de 50 megawatts virá de um parque solar local e energia eólica do mar”, diz Holger Riess, gerente de projetos da Siemens Energy em Kassø. O projeto usa a tecnologia de eletrolisador da Siemens Energy para produzir hidrogênio. Isso é alimentado em um processo de síntese onde é combinado com dióxido de carbono para produzir e-metanol.

A maior parte do e-Metanol será fornecida ao grupo de transporte dinamarquês Maersk para alimentar seus navios porta-contêineres. O combustível verde é visto como crucial para a transição energética no transporte marítimo, que responde por 3% das emissões globais de gases de efeito estufa. “Existem cerca de 55.000 navios no setor marítimo que funcionam com combustíveis fósseis, e o e-metanol é visto como uma das soluções mais importantes para tornar esses navios neutros em carbono”, diz Riess.

O hidrogênio não é apenas procurado para o transporte, mas também será usado para reduzir as emissões de siderúrgicas, refinarias e indústria química. No entanto, isso exigirá milhões de toneladas de combustíveis verdes. Para a transição verde, o mundo precisará de muitos centros de energia como o Mar do Norte – com produção em larga escala de energia a partir de fontes renováveis, redes interconectadas e usinas poderosas para produzir combustíveis limpos. 

North Sea Kasso Video FinalPlay Video

Holger Riess, Gerente de Projetos, Siemens Energy e Andres Brendstrup, Chefe de EPC, European Energy A/S na fazenda solar para produção de hidrogênio em Kassø, Dinamarca.

Investindo na transição energética: empregos verdes e crescimento econômico

Para atingir emissões líquidas zero até meados do século, relata a Agência Internacional de Energia em seu Net Zero até 2050, “o investimento anual em energia limpa em todo o mundo precisará mais do que triplicar até 2030, para cerca de US$ 4 trilhões. Isso criará milhões de novos empregos, aumentará significativamente o crescimento econômico global e alcançará o acesso universal à eletricidade e à cozinha limpa em todo o mundo até o final da década.”

Não é surpresa que a criação de um centro de energia verde no Mar do Norte esteja atraindo interesse global. Atores políticos de países como Austrália, Japão e Vietnã passaram a ver o que é preciso para estabelecer um sistema integrado que traga não apenas energia limpa, mas também empregos verdes. “Os países ao redor do Mar do Norte estão em uma ótima posição para fazer a transição para uma matriz energética mais verde”, diz Lottie Edwards.

Criar um padrão para esses novos projetos é importante, diz Edwards, acrescentando que trazer a experiência da construção de instalações semelhantes e usar os projetos padrão desenvolvidos em projetos anteriores faz com que o processo seja executado de maneira suave e eficiente. Além disso, a experiência pode ser aplicada a projetos em outras partes do mundo: “Se pudermos fazer isso aqui”, diz Edwards, “podemos fazer em qualquer lugar”.

Interconector HVDC Viking Link interno

Infraestruturas como a interligação Viking Link são vitais para combater os objetivos de emissões e garantir a segurança energética.

Sobre o autor: Niels Anner é um jornalista independente baseado em Copenhague, que escreve sobre negócios, ciência, tecnologia e sociedade no norte da Europa.

Créditos combinados de imagem e vídeo: Siemens Energy

CNI É CONTRA A SANHA ARRECADATÓRIA DO GOVERNO FEDERAL

 

História de Gabriel Vasconcelos – Jornal Estadão

RIO – A Confederação Nacional da Indústria (CNI) afirmou em nota que as associações setoriais da indústria decidiram se posicionar “terminantemente contra” um novo aumento de carga tributária conforme proposto no projeto de lei 3.394/2024 e disse que o setor vai trabalhar para frear a “sanha arrecadatória pela qual passa o País recentemente”. O PL foi enviado na sexta-feira, 30, pelo governo federal ao Congresso Nacional.

Segundo a entidade, o aumento da alíquota de Contribuição Social sobre Lucro Líquido (CSLL) e da alíquota do Imposto de Renda Retido na Fonte (IRRF) sobre Juros sobre Capital Próprio (JCP), proposto pelo projeto, pressionará ainda mais os custos das empresas, retirando-lhes competitividade.

“Muitos projetos de investimento serão desestimulados, o que comprometerá o crescimento da economia brasileira, com reflexos negativos sobre a geração de empregos e renda”, diz a CNI no documento.

Segundo a CNI, Executivo e Congresso devem construir o PLOA de 2025 com foco em medidas capazes de elevar a arrecadação, mas que não gerem ônus tributário incremental sobre as empresas Foto: Marcos de Paula/ Estadão

Segundo a CNI, Executivo e Congresso devem construir o PLOA de 2025 com foco em medidas capazes de elevar a arrecadação, mas que não gerem ônus tributário incremental sobre as empresas Foto: Marcos de Paula/ Estadão

“Todo o aumento de carga tributária recente acaba retirando competitividade do setor produtivo nacional e, em alguma medida, é repassado à população. A solução para o equilíbrio das contas públicas não pode mais ser o aumento da arrecadação. O cumprimento do resultado primário do governo federal, em 2025, deve ser alcançado com redução das despesas previstas no orçamento”, continua a entidade.

Impacto

Em relação à CSLL, pontua, a medida representaria aumento de tributação para as empresas de R$ 14,93 bilhões, em 2025, e R$ 1,35 bilhão, em 2026. No que se refere ao JCP, a medida levará a um aumento na tributação das empresas de R$ 6,01 bilhões, em 2025, R$ 4,99 bilhões, em 2026, e R$ 5,28 bilhões, em 2027.

“O aumento de 1 ponto porcentual na alíquota geral da CSLL, em 2025, levaria a tributação sobre a renda corporativa dos atuais 34%, já destoantes da prática internacional, para 35%, levando à tributação sobre a renda corporativa no Brasil ao patamar de uma das maiores do mundo, juntamente com a da Argentina, Colômbia e Cuba, e atrás apenas de Comores, Porto Rico e Suriname”, compara a CNI.

“Além disso, os 35% distanciariam ainda mais o Brasil da tributação da renda corporativa média dos países membros da OCDE, de 23,6%”, continua.

Já no caso das instituições financeiras, o aumento na alíquota da CSLL seria de 2 pontos porcentuais, elevando a tributação sobre a renda delas (IRPJ/CSLL) de 45% para 47%. “Dada a capacidade de repasse de custos dos bancos a seus clientes, esse aumento da CSLL significará spread bancário mais alto e crédito mais caro ao tomador final, prejudicando o consumo e os investimentos”, afirma a CNI.

Paralelamente, afirmam os representantes da indústria, o aumento da alíquota do IRRF de 15% para 20% sobre JCP, a partir de 2025, enfraqueceria um instrumento fundamental para as empresas realizarem investimentos produtivos. Isso porque o JCP busca aproximar o tratamento tributário entre o financiamento das empresas via endividamento, cujos juros pagos são dedutíveis na apuração do lucro tributável para fins de IRPJ/CSLL, e via aporte de capital dos sócios e acionistas, cuja remuneração presumida pode ser deduzida com o JCP.

Alternativas

Segundo a CNI, Poder Executivo e o Congresso Nacional devem construir o PLOA do próximo ano com foco em medidas capazes de elevar a arrecadação, mas que não gerem ônus tributário incremental sobre as empresas. “É preciso criar meios de se cobrar impostos dos contribuintes que ainda não pagam ou pagam aquém do que deveriam”, sugere.

Em termos práticos, a CNI sugere medidas presentes no PL 1.847/2024, aprovado recentemente no Senado Federal, como o uso de recursos “esquecidos” nos bancos (R$ 8,4 bilhões, em 2024); renegociação de dívidas com as agências reguladoras (R$ 3 bilhões para 2024 e 2025); repatriação de ativos remetidos ou mantidos no exterior, que não tenham sido declarados previamente ao fisco ou que foram declarados com incorreções (R$ 1,7 bilhão em 2025); e criação de regime para contribuintes regularizarem ou atualizarem o valor de seu patrimônio (R$ 611,0 milhões, em 2025).

Outro caminho, ainda, seria prever menos despesas públicas em 2025, tendo como “passos iniciais” o contingenciamento de R$ 15 bilhões nas despesas federais em 2024 e anúncio de corte de R$ 26 bilhões nas despesas obrigatórias do orçamento federal de 2025. Como terceira opção para aumentar a arrecadação sem mais impostos, a CNI lista o combate ao mercado ilegal.

“Apenas em 2022, o mercado ilegal ocasionou ao Brasil ônus de R$ 453,5 bilhões, a maior parte relativa a prejuízos diretos com os impostos que deixaram de ser arrecadados, de R$ 136 bilhões”, detalha a CNI.

ALEXANDRE DE MORAES É UM ANIMAL POLÍTICO

exandre de Moraes é um "animal político"" Brasil e Mundo

Alexandre de Moraes, o poderoso ministro com a mira em Musk

Byvaleon

Set 1, 2024

História de AFP

O ministro do STF, Alexandre de Moraes, em 22 de junho de 2023 em Brasília

O ministro do STF, Alexandre de Moraes, em 22 de junho de 2023 em Brasília© EVARISTO SA

Com uma infinidade de investigações, Alexandre de Moraes tem sido implacável contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Agora, na sua cruzada contra a desinformação on-line, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) ganhou outro adversário, o bilionário Elon Musk. 

O empresário Elon Musk em 22 de janeiro de 2024 em Cracóvia (Polônia)

O empresário Elon Musk em 22 de janeiro de 2024 em Cracóvia (Polônia)© Sergei GAPON

Com semblante severo nas audiências, mas com fama de humorista nos bastidores, o ministro, de 55 anos, trava uma batalha com o dono da rede X (antigo Twitter), da Tesla e da SpaceX.

Musk, que não esconde suas ideias conservadoras, ameaçou neste mês desobedecer às ordens do magistrado de bloquear contas de usuários na rede X – muitos deles aliados de Bolsonaro – e o chamou de “ditador”.

Moraes determinou a suspensão do X, antes conhecido como Twitter, na sexta-feira, decisão que começou a valer na madrugada deste sábado para alguns usuários que não conseguiam acessar a plataforma. 

O bloqueio, a pouco mais de um mês da realização das eleições municipais, responde a um ultimato dado por Moraes na quarta-feira para que a plataforma nomeie um representante legal local sob pena de seu fechamento. 

Musk reagiu com raiva à ordem do juiz, acusando-o de “tentar destruir a democracia no Brasil” e de ter “motivação política”.

“Xandão”, como Moraes é conhecido, incluiu o magnata em uma investigação por “instrumentalização criminosa” de redes sociais. 

A extrema direita aproveitou para pedir mais uma vez a destituição do ministro, que considera um vilão, símbolo de uma suposta censura e abuso do Poder Judiciário.

Mas, em um Brasil polarizado, muitos também veem este homem, que também preside o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), como um herói que salvou a democracia das explosões do bolsonarismo contra as instituições.

– ‘Animal político’ –

Sua ascensão como inimigo dos conservadores não era o destino mais esperado para este advogado constitucionalista e professor de Direito da Universidade de São Paulo (USP), que ascendeu na política pelas mãos de organizações de centro-direita e direita. 

Foi secretário de Segurança do estado de São Paulo, onde foi acusado de ter mão de ferro na repressão aos movimentos sociais. 

Chegou ao Supremo Tribunal Federal (STF) em 2017, indicado pelo ex-presidente conservador Michel Temer (2016-2018), de quem já havia sido ministro da Justiça.

“A carreira dele, embora também tenha sido muito rápida, meteórica, tem um lado jurista. Mas o que botou ele no STF e a carreira de 99% é uma carreira política. Ele é um animal político”, disse à AFP o especialista constitucional Antonio Carlos de Freitas. 

E “ele navega bem por vários ambientes, inclusive nas Forças Armadas”, afirmou à AFP uma funcionária do TSE.

– ‘Canalha’ –

Entre as disputas judiciais de Bolsonaro (2019-2022), Moraes está a cargo da maior dor de cabeça do ex-presidente: uma investigação sobre sua participação em uma suposta trama golpista para impedir o retorno ao poder do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Ele também é investigado como suposto instigador do ataque às sedes dos Três Poderes em Brasília em 8 de janeiro de 2023, por seus apoiadores, insatisfeitos com a vitória eleitoral de Lula. 

Durante o agitado mandato de Bolsonaro, Moraes também ordenou a abertura de investigações contra aliados e suas ações irritaram tanto o então presidente que o chamou de “canalha”. 

“O bolsonarismo encontrou nele um inimigo, na medida em que Alexandre de Moraes foi o que mais impôs derrotas a ele, o STF foi o que mais impediu o crescimento de fakenews”, disse Freitas.

No ano passado, Bolsonaro foi declarado inelegível por oito anos por mentir sobre o sistema eleitoral. 

Muitos não estão surpresos que o suposto plano golpista do ex-presidente tenha planejado a captura de Moraes, segundo a polícia.

– Contra a desinformação –

Moraes também se tornou onipresente durante as eleições presidenciais de 2022, principalmente na contenção da desinformação eleitoral. 

Desde então, ele ordenou o bloqueio de contas de figuras influentes de direita e extrema direita nas redes sociais, restrições que Musk ameaçou suspender, chamando-as de “censura”.

– Presidente? –

Pouco acostumado a dar entrevistas ou a escrever na sua conta da rede X, “@Alexandre”, com um milhão de seguidores, recorre frequentemente ao púlpito do tribunal para se posicionar. 

“A liberdade de expressão não é liberdade de agressão, não é liberdade para a proliferação do ódio, do racismo, da misoginia, da homofobia. A liberdade de expressão não é liberdade de defesa da tirania”, disse ele. 

No topo do Poder Judiciário, pode permanecer, pelo menos por lei, até os 75 anos, mas o ministro, casado e com três filhos, “ainda tem pretensões políticas”, disse à AFP uma fonte próxima. 

Por exemplo, “ele tem desejos políticos de ser presidente”, embora Moraes não tenha mencionado isso publicamente.

 

AS ARMADILHAS DA INTERNET E OS FOTÓGRAFOS NÃO NOS DEIXAM TRABALHAR

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