quinta-feira, 29 de agosto de 2024

GOVERNO VAI ENCERRAR MINISTÉRIO NO RIO GRANDE DO SUL

 

História de CATIA SEABRA E JULIA CHAIB – Folha de S. Paulo

BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – Sob forte cobrança em seu domicílio eleitoral, o ministro Paulo Pimenta (PT) reassumirá em setembro a Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República após quatro meses à frente da Secretaria Extraordinária criada para a resposta à tragédia das chuvas no Rio Grande do Sul.

O retorno de Pimenta está previsto para 12 de setembro, pouco antes do fim da vigência da medida provisória que criou a pasta durante o período de calamidade pública provocada pelas enchentes no estado.

A extensão do prazo exigiria a abertura de uma negociação com o Congresso Nacional. Pimenta assumiu o cargo no dia 15 de maio. A MP é válida até 11 de setembro, quando a medida é automaticamente extinta, caso não seja aprovada.

Há algumas semanas, o ministro admitiu a aliados que preferia retomar o cargo no Planalto, independentemente da vigência da medida provisória que o designou.

A leitura de aliados de Pimenta é que ele ficou em meio a um fogo cruzado no estado, entre opositores e aliados do governo, o que vai piorar até outubro, com a campanha eleitoral.

Com um desempenho considerado tímido na pasta do RS, o ministro volta ao Palácio do Planalto sob críticas também ao seu trabalho na Secom. Por isso seu retorno desagrada alguns integrantes do governo.

Hoje a Secom é interinamente ocupada pelo jornalista Laércio Portela. Segundo relatos, tem recebido elogios do presidente Lula (PT), mas não a ponto de garantir sua permanência na função.

A ideia do presidente é transformar o órgão que trata do Rio Grande do Sul, hoje com status de ministério, em uma secretaria subordinada à Casa Civil. O desenho da nova secretaria ainda não está concluído, mas, segundo integrantes do governo, a expectativa é que incorpore os cargos constituídos no ministério extraordinário.

A secretaria será criada no dia 12 de setembro e deve ser extinta em 20 de dezembro deste ano. Até lá, a previsão é que ela incorpore todas as competências da pasta hoje comandada por Pimenta, assim como os cargos.

No estado, onde tem projetos eleitorais, Pimenta tem sido cobrado pelas dificuldades de execução dos planos federais para o estado. Recaem sobre ele as críticas ao ritmo de realização das promessas do governo Lula, como reabertura do aeroporto Salgado Filho e do sistema de trens urbanos.

Segundo interlocutores, como representante do governo, o ministro ouve reclamações de empresários e produtores rurais. Entre as queixas dos empresários, está a dificuldade de acesso a crédito para retomada de empreendimentos e para manutenção de empregos.

Os produtores rurais reclamam das exigências apresentadas para a renegociação de dívidas. O governo atribui as dificuldades de acesso a crédito a casos particulares referentes, por exemplo, a dívidas passadas de empresários e produtores.

E, apesar das cobranças, no governo há uma avaliação positiva sobre a criação do ministério e a necessidade da presença de um propagador das ações federais no estado.

Já na origem a criação da secretaria extraordinária causou incômodo na equipe do governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB). Na época, o tucano nem agradeceu nominalmente Lula pela criação do órgão durante seu anúncio, junto com um pacote de ações federais para superação da crise no estado.

A ausência de um agradecimento direto a Lula não passou despercebida por integrantes do Palácio do Planalto e foi interpretada como demonstração de contrariedade do tucano com a nomeação de Pimenta.

Aliados do governador admitiram o incômodo com a designação de um político com pretensões eleitorais no estado. O governador queixou-se ainda à época de ter sido informado pela imprensa sobre a nomeação de Pimenta, como mostrou a coluna Painel, da Folha.

Lula foi acusado por opositores de tentar capitanear eleitoralmente com a tragédia do Rio Grande do Sul e dar uma plataforma eleitoral a Pimenta, um dos seus principais aliados. A reclamação foi grande também no Congresso. Em maio, uma ala do governo temia que a medida provisória de criação do ministério fosse derrotada pelos parlamentares.

Por isso, cogitavam naquele momento aguardar que ela caducasse —isto é, perdesse a vigência— para evitar uma derrota. Quando anunciou a criação do ministério, Lula afirmou que ele ficaria em funcionamento até fevereiro.

Em maio, o próprio Pimenta disse que pretendia permanecer de quatro a seis meses no estado. “Eu quero [ficar] de quatro a seis meses, ter todo o processo de convênios firmados entre todas as áreas de atuação do governo federal concluídos. E, a partir disso, cada um dos ministérios acompanha a execução”, afirmou em entrevista à Folha de S.Paulo.

Integrantes do governo questionaram se o deslocamento de Pimenta poderia ser o início de uma reforma ministerial, o que não se confirmou.

Colegas de Esplanada do ministro o acusam de cometer gafes e causar ruídos desnecessários em anúncios da governo. As reclamações são de que Pimenta age por conta própria e acaba por gerar deslizes evitáveis.

Em uma ocasião, em 2023, Pimenta deu declarações desencontradas a respeito da saída da então ministra do Turismo Daniela Carneiro (União Brasil) e provocou um princípio de crise na articulação política. O caso é frequentemente lembrado por opositores de Lula

Em outro momento, Pimenta anunciou que o novo presidente do IBGE seria o economista Marcio Pochmann, antes do próprio Lula anunciá-lo e antes que o presidente conversasse com a ministra Simone Tebet (Planejamento), a quem o órgão é ligado. O anúncio feito por Pimenta gerou a avaliação entre aliados de Tebet e outras alas do governo de que a ministra foi vítima de uma “bola nas costas”.

DECRETO COM REGRAS PARA O ALISTAMENTO MILITAR FEMININO VOLUNTÁRIO

 

História de Juliano Galisi – Jornal Estadão

O governo federal publicou no Diário Oficial da União (DOU) desta quarta-feira, 28, um decreto com regras para o alistamento militar feminino. A norma prevê o recrutamento de voluntárias e foi assinada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e por José Múcio, ministro da Defesa. A pasta prevê o início do recrutamento já em 2025. Serão ofertadas 1.500 vagas para voluntárias.

Apenas 6% do efetivo do Exército Brasileiro é formado por mulheres Foto: Reprodução/Exército Brasileiro

Apenas 6% do efetivo do Exército Brasileiro é formado por mulheres Foto: Reprodução/Exército Brasileiro© Fornecido por Estadão

Novas regras

Segundo o decreto, o serviço militar feminino será possível às mulheres que se apresentarem voluntariamente para o recrutamento. Ao contrário do que ocorre com recrutas do sexo masculino, a apresentação às Forças Armadas é facultativa, e não obrigatória.

A seleção ocorrerá durante o primeiro semestre do ano em que a voluntária completar 18 anos de idade e, tal como ocorre entre homens, conterá etapas de avaliação física e de saúde. O decreto estabelece que, após a incorporação ao serviço militar, o cumprimento das funções passa a ser obrigatório e o regramento igual ao dos homens.

Apesar de regulamentar a entrada nas Forças Armadas, o decreto editado nesta quarta apresenta desvantagens às mulheres que optarem pela carreira militar. Está previsto que as voluntárias não terão estabilidade no serviço militar e, após serem desligadas do serviço ativo, passarão a compor a reserva das Forças Armadas.

Pedido de José Múcio

A regulamentação do alistamento de mulheres atende a um pedido de José Múcio. Em junho, o ministro solicitou um estudo sobre a viabilidade da medida e os eventuais impactos econômicos da alteração na lei.

Como mostrou o Estadãoapenas 10% dos efetivos de Exército, Marinha e Aeronáutica é composto por mulheres: dos 355.483 membros das corporações, as mulheres são 36.698. A maior disparidade está no Exército, onde apenas 6,3% dos militares da ativa são do sexo feminino. Já a menor diferença, ainda assim significativa, é na Força Aérea Brasileira (FAB), na qual dos 68.401 membros ativos, 14.830 são mulheres, representando 21,7% de participação feminina.

Isso ocorre pois, atualmente, mulheres só são admitidas nas Forças Armadas por meio dos cursos de formação de suboficiais e oficiais, que exigem qualificação no ensino superior. Com o decreto publicado nesta quarta, passa a ser possível também a entrada de mulheres com o alistamento aos 18 de idade.

Nesta quarta-feira, a partir das 11h30, Lula e Múcio participam de cerimônia de aniversário de 25 anos da pasta de Defesa. O evento será sediado no Clube do Exército, em Brasília (DF), e deve contar com um lançamento simbólico da regulamentação.

O ESTABELECIMENTO DE METAS PODE SER NECESSÁRIO MAS NÃO É SUFICIENTE PARA O SUCESSO

 

Redação StartSe

James Clear, autor de Hábitos Atômicos, dá dicas sobre começar aos poucos

Para ele, o estabelecimento de metas pode ser necessário, mas não é suficiente para o sucesso. Confira!

Capa Hábitos Atômicos (Foto de Nubelson Fernandes na Unsplash)

O Ghost Interview é um formato proprietário do Morse que recria narrativas em forma de entrevista para apresentar personalidades do mundo dos negócios, tecnologia e inovação. 

James Clear é autor de Hábitos Atômicos e palestrante especializado em hábitos, tomada de decisão e aprimoramento contínuo. Seu trabalho já apareceu em diversas mídias, como New York Times, Entrepreneur, Time e no programa da CBS, This Morning. Seu site recebe milhões de visitantes por mês e centenas de milhares de pessoas assinam sua popular newsletter. É palestrante em empresas Fortune 500 e seu trabalho é utilizado em times da NFL, NBA e MLB. James é nosso convidado do Ghost Interview de hoje: 

Em seu livro, você fala sobre como começou a construir bons hábitos na faculdade, fazendo coisas realmente pequenas que fizeram uma grande diferença. Quais foram algumas dessas coisas e como elas afetaram você no longo prazo, especialmente quando você estava saindo de uma lesão que mudou sua vida e que aconteceu no ensino médio?

Sim, sofri uma lesão muito grave no ensino médio: fui atingido no rosto por um taco de beisebol. Discuto toda a história na introdução de Hábitos Atômicos. Basicamente, depois disso, eu estava tentando recuperar algum controle sobre minha vida. Muitas vezes, quando algo desafiador acontece com você, parece que aconteceu com você e não porque você queria.

Você está procurando uma maneira de recuperar o controle, então pequenos hábitos como arrumar a cama todas as manhãs ou ter certeza de que estudei de forma consistente, ou eu tinha essa regra de não fazer nenhum dever de casa depois da meia-noite. Se eu não tivesse aprendido até meia-noite, iria para a cama – na verdade, esse é um hábito de dormir. Os hábitos de treinamento de força também eram importantes para mim naquela época. E eventualmente, ao longo de três, quatro anos, comecei a ver muito progresso. Então, foi uma chance para eu implementar algumas dessas ideias e tentar melhorar apenas um por cento a cada dia, que é o tema central do livro. Foi uma oportunidade para eu experimentar isso e, eventualmente, perceber como pequenas mudanças podem ser poderosas.

Alguém que faça essas pequenas mudanças pode pensar que elas não terão importância no longo prazo, mas você argumenta que elas certamente terão. Por que é importante começar aos poucos?

Gosto de me referir aos hábitos como o interesse composto do autoaperfeiçoamento e gosto dessa frase porque é o caminho o dinheiro se multiplica por meio de juros compostos: os efeitos dos seus hábitos se multiplicam com o tempo. Em qualquer dia, é fácil ignorar essas coisas, certo? Qual é a diferença entre estudar espanhol por uma hora esta noite ou não estudar? Não muito – você ainda não aprendeu o idioma. 

O problema dos hábitos é que eles parecem insignificantes no momento. Mas uma vez que você aumenta isso ao longo de dois, cinco ou dez anos, você muda uma década depois e pensa: “Uau, essas pequenas escolhas realmente importam”. Eles acabam criando a margem entre quem você é e quem você poderia ser. 

Esse é um dos princípios fundamentais dos Hábitos Atômicos: o tempo amplia a margem entre o sucesso e o fracasso. Se você tem bons hábitos, o tempo é seu aliado. Se você tem maus hábitos, o tempo é seu inimigo. Na verdade, trata-se de dominar essas pequenas escolhas de um por cento. Um por cento melhor ou um por cento pior a cada dia não parece muito no momento, mas acaba sendo significativo no longo prazo.

Então, fale um pouco sobre metas e sistemas. É ótimo ter objetivos, mas você escreve que a verdadeira mudança é feita através da alteração de sistemas, certo?

Este é outro dos princípios fundamentais do livro, que é que você não sobe ao nível de seu objetivos – você cai ao nível de seus sistemas. Qualquer um pode chegar a uma meta impressionante, e isso vem de alguém que estabeleceu metas por muitos anos. 

Estabeleci metas para as notas que queria na escola, os pesos que queria levantar na academia, o sucesso que queria que meu negócio tivesse, todo tipo de coisa. Às vezes eu conseguia isso, mas na maioria das vezes não. Em algum momento, você começa a perceber que definir a meta não pode ser o que está fazendo a diferença. 

E vemos isso na maioria dos domínios: se olharmos para os vencedores e perdedores, por assim dizer, em qualquer campo, eles muitas vezes têm os mesmos objetivos. Todo candidato que se candidata a um emprego deseja conseguir o emprego. Todo atleta olímpico quer ganhar a medalha de ouro. Todos eles têm o mesmo objetivo.

Você acredita que o sistema é mais relevante que o objetivo/metas então?

O estabelecimento de metas pode ser necessário, mas não é suficiente para o sucesso. Não sou totalmente anti-objetivos; Acho que eles têm um propósito, mas o objetivo é fornecer clareza e senso de direção. Depois de saber em que direção você está se movendo e o que é importante para você, é mais útil metaforicamente colocar a meta na prateleira e focar no sistema.

Então, por exemplo: se você é treinador de basquete, seu objetivo pode ser ganhar o campeonato no final do ano, mas seu sistema é como você recruta assistentes técnicos e novos jogadores, o que você faz em pratica todos os dias, como você ensina os jogadores a se recuperarem e melhorarem após o treino, quais exercícios você faz. Na verdade, é o sistema que determina se você avança ou não nessa meta. Há um livro escrito por um técnico da NFL chamado Bill Walsh, que ganhou três Super Bowls; chama-se A pontuação cuida de si mesma. A ideia é que você queira ter a melhor pontuação no placar ao final do jogo, mas seria ridículo passar o jogo todo olhando o placar. Só pensar no objetivo não adianta nada.

Acho que isso é verdade em um sentido mais amplo sobre praticamente qualquer hábito – uma meta pode fornecer clareza, mas o sistema é como você realmente progride. Por alguma razão, tendemos a supervalorizar as metas e subestimar os sistemas. Acho que tem algo a ver com a forma como a sociedade é projetada. As coisas só são dignas de notícia quando há algum desfecho ou resultado, certo? Você nunca verá uma notícia do tipo: “Mulher come salada no almoço hoje”.

Existem dois tipos de hábitos que acho que as pessoas desejam mudar. Eles podem querer parar de fazer algo ruim – como fumar ou roer as unhas – ou começar a fazer algo bom, como comer melhor ou fazer exercícios. A metodologia é a mesma para construir bons hábitos e quebrar os maus?

A resposta curta é que é um pouco diferente, mas em muitos casos é instrutivo pensar por que os maus hábitos se formam tão facilmente porque eles podem nos contar como construir bons hábitos com mais facilidade. 

Uma coisa que mantém os maus hábitos é o fato de que o resultado imediato costuma ser favorável. Você pode pensar em praticamente qualquer comportamento como tendo múltiplos resultados ao longo do tempo. Então, o resultado imediato de comer um donut é ótimo. É açucarado, é saboroso, é agradável. O resultado final se você repetir esse hábito todos os dias durante um ano será desfavorável.

Com bons hábitos, muitas vezes acontece o contrário. O resultado imediato de ir à academia é que exige esforço e exige algum sacrifício. Você trabalha um pouco. Não é tão divertido. Mas o resultado final daqui a um ano é favorável. 

A lição aqui – isso é algo que chamo de regra fundamental de mudança de comportamento no livro – é que os comportamentos que são imediatamente recompensados ​​são repetidos, e os comportamentos que são imediatamente punidos são evitados. Você pode olhar para seus maus hábitos e dizer: uau, muitos deles me recompensam rapidamente. 

Uma maneira de tornar um bom hábito mais atraente é descobrir como adicionar algum tipo de satisfação imediata a ele ou focar em uma parte diferente do comportamento que seja satisfatória. 

Pode ser verdade que indo para a academia as recompensas atrasem, mas você pode se concentrar em outra parte do processo – posso ver alguns dos meus amigos na academia ou vou escolher uma forma diferente de exercício isso é divertido para mim, em vez de apenas sentir que preciso levantar pesos. 

Ou o fato de me sentir bem quando mexo meu corpo. Se você se concentrar em como você se sente e não no resultado que deseja, você pode aproveitar o momento, e isso permite que você hackeie um pouco e encontre algum motivo para aparecer.

Fonte: Penguin Random House, Brené Brown, Masterclass  

CARACTERÍSTICAS DA VALEON

Perseverança

Ser perseverante envolve não desistir dos objetivos estipulados em razão das atividades, e assim manter consistência em suas ações. Requer determinação e coerência com valores pessoais, e está relacionado com a resiliência, pois em cada momento de dificuldade ao longo da vida é necessário conseguir retornar a estados emocionais saudáveis que permitem seguir perseverante.

Comunicação

Comunicação é a transferência de informação e significado de uma pessoa para outra pessoa. É o processo de passar informação e compreensão entre as pessoas. É a maneira de se relacionar com os outros por meio de ideias, fatos, pensamentos e valores. A comunicação é o ponto que liga os seres humanos para que eles possam compartilhar conhecimentos e sentimentos. Ela envolve transação entre pessoas. Aquela através da qual uma instituição comunica suas práticas, objetivos e políticas gerenciais, visando à formação ou manutenção de imagem positiva junto a seus públicos.

Autocuidado

Como o próprio nome diz, o autocuidado se refere ao conjunto de ações que cada indivíduo exerce para cuidar de si e promover melhor qualidade de vida para si mesmo. A forma de fazer isso deve estar em consonância com os objetivos, desejos, prazeres e interesses de cada um e cada pessoa deve buscar maneiras próprias de se cuidar.

Autonomia

Autonomia é um conceito que determina a liberdade de indivíduo em gerir livremente a sua vida, efetuando racionalmente as suas próprias escolhas. Neste caso, a autonomia indica uma realidade que é dirigida por uma lei própria, que apesar de ser diferente das outras, não é incompatível com elas.

A autonomia no trabalho é um dos fatores que impulsionam resultados dentro das empresas. Segundo uma pesquisa da Page Talent, divulgada em um portal especializado, 58% dos profissionais no Brasil têm mais facilidade para desenvolver suas tarefas quando agem de maneira independente. Contudo, nem todas as empresas oferecem esse atributo aos colaboradores, o que acaba afastando profissionais de gerações mais jovens e impede a inovação dentro da companhia.

Inovação

Inovar profissionalmente envolve explorar novas oportunidades, exercer a criatividade, buscar novas soluções. É importante que a inovação ocorra dentro da área de atuação de um profissional, evitando que soluções se tornem defasadas. Mas também é saudável conectar a curiosidade com outras áreas, pois mesmo que não represente uma nova competência usada no dia a dia, descobrir novos assuntos é uma forma importante de ter um repertório de soluções diversificadas e atuais.

Busca por Conhecimento Tecnológico

A tecnologia tornou-se um conhecimento transversal. Compreender aspectos tecnológicos é uma necessidade crescente para profissionais de todas as áreas. Ressaltamos repetidamente a importância da tecnologia, uma ideia apoiada por diversos especialistas em carreira.

Capacidade de Análise

Analisar significa observar, investigar, discernir. É uma competência que diferencia pessoas e profissionais, muito importante para contextos de liderança, mas também em contextos gerais. Na atualidade, em um mundo com abundância de informações no qual o discernimento, seletividade e foco também se tornam grandes diferenciais, a capacidade de analisar ganha importância ainda maior.

Resiliência

É lidar com adversidades, críticas, situações de crise, pressões (inclusive de si mesmo), e ter capacidade de retornar ao estado emocional saudável, ou seja, retornar às condições naturais após momentos de dificuldade. Essa é uma das qualidades mais visíveis em líderes. O líder, mesmo colocando a sua vida em perigo, deve ter a capacidade de manter-se fiel e com serenidade em seus objetivos.

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quarta-feira, 28 de agosto de 2024

DECISÕES DE REPERCUSSÃO DO STF PASSA PELAS MÃOS DE ASSESSORES E MINISTROS

 

História de Mariana Schreiber – Da BBC News em Brasília – BBC News Brasil

Caso envolvendo Alexandre de Moraes e seus assessores ganhou destaque nos últimos dias

Caso envolvendo Alexandre de Moraes e seus assessores ganhou destaque nos últimos dias© Getty Images

Decisões de grande repercussão do Supremo Tribunal Federal (STF) passam não só pelas mãos dos onze ministros, mas de assessores que trabalham muito próximo a eles.

Essa dinâmica, ainda pouco conhecida do público em geral, ganhou visibilidade nas últimas semanas com o vazamento de mensagens privadas trocadas por assessores do ministro do STF e ex-presidente do Tribunal Superior Eleitoral Alexandre de Moraes.

As conversas, tornadas públicas pelo jornal Folha de S.Paulo, mostraram Airton Vieira, juiz instrutor de Moraes no STF, orientando, a pedido do ministro, a produção de relatórios no TSE sobre suspeitos de propagar desinformação sobre o processo eleitoral e ataques a ministros da Corte.

A conduta levantou críticas de que Moraes teria agido fora do rito processual e de forma parcial, ao solicitar relatórios que foram, depois, usados em inquéritos criminais para fundamentar decisões como bloqueio de contas em redes sociais, suspensão de passaporte e congelamento de contas bancárias.

Já outros especialistas dizem que o ministro atuou dentro do poder de polícia da Justiça Eleitoral e apenas solicitou relatórios sobre informações públicas divulgadas nas redes sociais — argumentos que o próprio magistrado usou em declarações públicas para justificar sua atuação.

A BBC News Brasil conversou com quatro ex-assessores de ministros do STF sobre como funcionam os gabinetes na Corte. Os entrevistados evitaram entrar no mérito da atuação de Airton Vieira e Moraes, mas ajudaram a entender melhor a dinâmica dessas equipes de assessoramento.

A reportagem ouviu o advogado Davi Tangerino, professor da Fundação Getúlio Vargas (FGV) e da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) que assessorou o ministro aposentado Ricardo Lewandowski, atual ministro da Justiça e Segurança Pública; com o advogado Felipe Fonte, professor da FGV que atuou no gabinete do ministro aposentado Marco Aurélio Mello; e com o magistrado Leandro Galluzzi, que foi juiz instrutor dos ministro Cezar Peluso, já aposentado, e Teori Zavascki, falecido em 2017.

Também foi entrevistada uma advogada que atuou no gabinete de um ministro que ainda está na Corte, mas que preferiu não ser identificada na reportagem.

Segundo os entrevistados, são os auxiliares de maior confiança que costumam escrever, sob orientação e revisão dos ministros, as decisões de maior impacto dos gabinetes.

Eles também supervisionam os funcionários em postos mais baixos nos casos mais simples, o grosso dos milhares de processos ou recursos analisados anualmente – decisões que, muitas vezes, nem passam pelos olhos do ministro.

“Se alguém disser que os ministros leem 100% do que eles assinam, é mentira”, afirma Davi Tangerino.

Os ex-assessores também contam como é importante estar bem relacionado, sobretudo em meios acadêmicos do Direito, para conseguir participar das seleções para os gabinetes.

Uma linha jurídica semelhante à do ministro também é esperada. Reconhecido por ser duro em ações penais, Moraes já fez piada pública sobre a falta de garantismo – corrente do Direito que valoriza os direitos dos acusados – do seu juiz instrutor, Aírton Vieira.

Não há quarentena para defensores assumirem casos no STF após deixarem os gabinetes

Não há quarentena para defensores assumirem casos no STF após deixarem os gabinetes© Getty Images

Os entrevistados também revelam um ritmo de trabalho intenso. A ex-assessora que conversou com a reportagem diz que o ambiente é “muito desafiador e estimulante intelectualmente”, mas também “estressante e competitivo”.

“Você trabalha 100% do tempo”, disse ela, lembrando que os assessores aproveitam as portas abertas pelo cargo para publicar livros e artigos.

O cargo também pode alavancar carreiras dos que voltam ao mercado da advocacia após um período nos gabinetes, nota Tangerino. Não há quarentena para defensores assumirem casos no STF, após deixarem os gabinetes, ficando ao critério do ministro se declarar ou não suspeito para julgar processos desse profissional.

“É uma oportunidade incrível de aprendizado. Alguns advogados depois vão abrir um escritório e capitalizar em torno disso. Existe um jeito absolutamente republicano de capitalizar que é dizer [aos clientes]: ‘Eu tenho essa experiência, eu conheço o Tribunal por dentro'”, afirma.

“Mas também tem a turma que pode passar a vender acesso [ao gabinete]. Então, quanto mais público for isso [quem são os assessores dos ministros], mais se consegue controlar”, defende.

Entenda a seguir, em três pontos, o funcionamento dos gabinetes, como os assessores são selecionados e qual o perfil desse time.

O funcionamento dos gabinetes

O STF produz um volume enorme de decisões, em comparação a outros tribunais constitucionais.

A Suprema Corte americana, por exemplo, não costuma superar cem decisões ao ano. Já o STF concedeu 101.970 decisões em 2023, sendo 17.320 colegiadas, tomadas pelo plenário e as duas turmas da Corte, e 84.650 individuais, proferidas pelos ministros isoladamente.

Para dar conta desse volume, cada gabinete tem de 30 a 40 pessoas para assessorar os ministros na condução dos processos e na produção dos votos.

Parte da equipe é composta por servidores concursados do STF, que ocupam os cargos de analistas e técnicos judiciários, e parte por profissionais de fora da Corte, selecionados pelos ministros, que podem ser advogados, acadêmicos do Direito ou servidores de outros órgãos públicos cedidos ao Supremo, principalmente do próprio Poder Judiciário.

Desses profissionais convidados a integrar os gabinetes, ao menos três são juízes de primeira instância ou desembargadores, que exercem as funções de juiz instrutor — que atuam nas ações criminais — ou juiz auxiliar — que atuam nos demais casos.

Um dos cargos de confiança é ocupado pelo chefe de gabinete, que gerencia seu funcionamento.

Mas as funções consideradas mais importantes, dizem os entrevistados, são desempenhadas pelos juízes e os assessores de ministro (dez em cada gabinete).

Parte das vagas de assessores é ocupada por servidores concursados do STF, que recebem uma comissão, mas a maioria costuma ficar com os profissionais de fora da Corte.

O criminalista Davi Tangerino atuou entre 2007 e 2008 — época do recebimento da denúncia do escândalo do Mensalão — como assessor de Lewandowski, que deixou a Corte em 2023.

Ex-assessor de Lewandowski contou à BBC News Brasil como era o trabalho nos bastidores do STF

Ex-assessor de Lewandowski contou à BBC News Brasil como era o trabalho nos bastidores do STF© Getty Images

Ele divide o trabalho da equipe dos ministros em dois grupos principais. Um deles, composto pelos servidores concursados do próprio Supremo, costuma cuidar do grosso dos processos, aqueles casos que não demandam uma atenção aprofundada dos ministros porque já têm jurisprudência consolidada.

Nestes casos, os servidores replicam decisões já conhecidas dos ministros em julgamentos anteriores semelhantes. Ainda assim, esse trabalho tem a supervisão de algum assessor de confiança do ministro.

O outro grupo — formado pelos assessores e juízes convocados — cuida das ações mais complexas e sensíveis.

Esses auxiliares costumam ser divididos por tipos de ações, como processos criminais ou as ações originárias (que começam no STF) que abordam controle de constitucionalidade (por exemplo, se determinada lei ou conduta fere um direito previsto na Constituição).

“E qual é o nosso papel? Analisar o caso e propor uma decisão para o ministro. Agora, o jeito de fazer isso é muito diferente de um gabinete para o outro. Tem ministro que realiza reuniões com a equipe para debater os casos”, nota Tangerino

“O Lewandowski adiantava o que ele estava entendendo provisoriamente, e eu rascunhava o voto naquele sentido. Com o tempo, você vai entendendo o jeitão de decidir em alguns temas, e aí fica até desnecessário [a conversa prévia]. O bom assessor tenta espelhar o ministro, é quase um ghost writer”, ressalta.

O juiz instrutor, cargo que passou a existir apenas em 2009, tem uma função mais específica. Ele sempre cuida de investigações e ações penais originárias — ou seja, casos criminais que iniciam sua tramitação no próprio Supremo, como os inquéritos das Fake News, que apura ataques mentirosos à Corte, e das Milícias Digitais, que investiga milícias digitais antidemocráticas e seu financiamento, ambos presididos por Moraes.

Este juiz realiza as ações necessárias para o andamento de um processo criminal, como colher o depoimento de suspeitos, réus e de testemunhas; autorizar diligências para colheita de provas; e fixar prazos para o cumprimento das etapas do caso.

Antes da criação desse cargo, a instrução processual era feita por cartas de ordem, em que os ministros determinavam a juízes de todo o país que fizessem a coleta de provas nas comarcas onde residiam testemunhas ou réus.

“Os assessores próximos aos ministros, em geral, ocupam a segunda hierarquia mais alta nos gabinetes, só perde para o do próprio ministro. Esses assessores normalmente coordenam suas áreas”, ressalta o magistrado Leandro Galluzzi, que atuou nos gabinetes de Peluso e Zavascki de 2011 até o início 2014, principalmente como juiz instrutor.

“O juiz instrutor acaba sendo responsável também pelos assessores e analistas [judiciários] que cuidam da parte penal. Não cuida só das ações grandes, cuida também daquele habeas corpus que chega de Pindamonhangaba. Sempre refletindo aquilo que já conhece do [modo de decidir do] ministro”, acrescenta.

A criação do juiz instrutor veio em um contexto de alta das ações penais contra autoridades no STF, após o escândalo do Mensalão (2005), com objetivo de otimizar o funcionamento dos gabinetes.

Um dos primeiros a ocupar o cargo foi o hoje senador Sergio Moro (União-PR). Ele atuou no gabinete da ministra aposentada Rosa Weber e depois foi o juiz de primeira instância responsável por julgar os casos derivados da operação Lava Jato.

Como os assessores são escolhidos?

Para ser assessor de um ministro do STF, não é preciso conhecê-lo previamente, mas é importante estar bem conectado para que seu nome possa chegar até ele ou ela. Estudar nas mais renomadas universidades também costuma abrir portas.

O advogado Felipe Fonte, por exemplo, se tornou assessor do ministro aposentado Marco Aurélio em 2011, por indicação dos professores da Uerj, onde havia feito, até então, graduação e mestrado.

Ele conta que uma das filhas do ministro estava cursando disciplinas do mestrado na universidade e disse que o pai procurava pessoas qualificadas para o cargo de assessor.

“Eu mandei meu currículo através dos professores, fiz uma entrevista, e nosso santo bateu”, conta.

Fonte lembra que Marco Aurélio tinha alguns ritos próprios no seu gabinete. Ele nunca quis o auxílio de juízes, pois preferia ser o único magistrado em sua equipe.

Outra curiosidade é que o ministro não escrevia votos — em vez disso, gravava suas decisões oralmente, que eram depois transcritas por um setor de degravação do gabinete.

Marco Aurélio (à direita) não queria auxílio de juízes, pois preferia ser o único magistrado em sua equipe

Marco Aurélio (à direita) não queria auxílio de juízes, pois preferia ser o único magistrado em sua equipe© Getty Images

Isso nem sempre era necessário. Se havia casos repetidos, em que a posição do ministro já era sabida, os assessores redigiam os votos e enviavam para ele assinar.

“Se não [fosse um caso já conhecido], eu escrevia um texto sugerindo argumentos e vendo como ele queria que fosse encaminhado. Às vezes, ele pedia para que a gente redigisse uma minuta, que sempre voltava para ele mexer. O resultado prático disso é que o ministro Marco Aurélio era o ministro com mais processos [acumulados] no gabinete”, recorda.

O juiz Leandro Galluzzi, do Tribunal de Justiça de São Paulo, também foi trabalhar com o ministro aposentado Cezar Peluso em 2011 pela indicação de colegas de faculdade, no caso dele, da Universidade de São Paulo (USP).

Antes de ser juiz, ele havia trabalhado no Ministério da Justiça, com Márcio Thomaz Bastos, nos primeiros governos Lula, o que também valorizou seu currículo.

“Peluso não queria convocar um juiz que fosse conhecido dos seus filhos, pois ele tem dois filhos juízes em São Paulo, para não parecer proteção. Então, amigos que trabalhavam no gabinete dele e foram da minha turma na faculdade me recomendaram, e eu fiz uma entrevista com o ministro.”

Na ocasião, Peluso presidia o STF e o Conselho Nacional de Justiça (CNJ), órgão que fiscaliza o Judiciário, e Galluzzi foi nomeado por lá inicialmente, embora sua função principal fosse apoiar o trabalho do ministro no Supremo.

Na época, recorda, não havia uma vaga disponível para trabalhar no STF, porque os ministros tinham direito a dois juízes apenas (um auxiliar e um instrutor), número que subiu para três em 2017.

Gabinetes com maior volume de trabalho na área penal, porém, têm, excepcionalmente, mais auxiliares. Edson Fachin, principal relator da operação Lava Jato no STF, tem cinco (um auxiliar e quatro instrutores). Já Moraes, presidente de diferentes inquéritos criminais, tem quatro (três auxiliares e um instrutor).

Depois, quando Peluso deixou a presidência do STF e do CNJ, Galluzi se tornou juiz instrutor no seu gabinete no Supremo. Com a aposentadoria do ministro em 2012, continuou por mais um ano com seu sucessor, Teori Zavascki.

Galluzzi lembra que os dois tinham estilos muito diferentes.

“O Peluso era um estilo mais aberto, de reunir a equipe toda, várias vezes, juiz e assessor. Com ele, as coisas eram menos hierarquizadas. Com o Teori, havia uma hierarquia maior, inclusive em relação ao próprio ministro com os juízes, os juízes com os assessores, os assessores com os analistas”, conta.

“Eu tinha até mais poder com o Teori do que eu tinha com o Peluso, embora a minha relação fosse muito mais próxima com o Peluso nas reuniões que fazia com a equipe toda.”

Perfil dos assessores

Os ministros, ressaltam os entrevistados ouvidos pela BBC News Brasil, tendem a valorizar assessores com visões e trajetórias próximas às suas, além de profissionais dos seus Estados de origem.

Edson Fachin, por exemplo, que é do Paraná, tem boa parte dos seus assessores de confiança cedido por órgãos daquele Estado, enquanto o ministro Flávio Dino montou sua equipe com vários nomes do Maranhão, seu Estado natal.

Moraes, que é paulista, tem muitos assessores vindos de São Paulo. Conhecido por ter posições consideradas mais rigorosas na área penal, ele buscou esse perfil ao escolher como seu juiz instrutor Airton Vieira, magistrado que já se declarou, inclusive, a favor da pena de morte.

Ao discursar na cerimônia de posse de Vieira como desembargador no Tribunal de Justiça de São Paulo, o ministro destacou “a sua serenidade, a sua competência, a sua tecnicalidade”, antes de brincar: “Eu só não posso dizer aqui o seu garantismo [linha jurídica que valoriza os direitos dos acusados], porque aí eu estaria mentindo demais. Nem um semigarantismo existiria no Airton”.

Segundo os entrevistados, assessores que vêm da iniciativa privada, como advogados, tendem a ter uma rotatividade maior nos gabinetes. Isso porque a remuneração desse grupo não é alta quando comparada ao que ganham advogados bem-sucedidos em seus escritórios.

Segundo o Portal da Transparência do STF, a remuneração mais comum paga em maio (dado mais recente disponível) a assessores de ministros sem vínculo com a Corte ou outro órgão público era de R$ 14.539,41 brutos. O valor mais alto era de R$ 18.683,14.

Já servidores concursados da Corte que chegam ao mesmo cargo receberam, em média, R$ 30.422 brutos no mesmo mês, segundo cálculo da reportagem a partir dos dados do STF.

Assessores cedidos de outros órgãos públicos mantêm seus salários originais e recebem um adicional. O valor bruto mais comum pago pelo Supremo em maio era de R$ 9.450,62.

Ex-assessores do STF dizem que o ambiente de trabalho é rico intelectualmente e abre portas no mercado da advocacia e na área acadêmica

Ex-assessores do STF dizem que o ambiente de trabalho é rico intelectualmente e abre portas no mercado da advocacia e na área acadêmica© Getty Images

Juízes também mantêm seu salário normal mais um adicional, cujo valor mais comum em maio era de R$ 4.076,29. Além disso, ganham diárias por estarem fora dos seu Estado de origem, que costumam somar mensalmente R$ 10.653,50.

Para além da remuneração, o ambiente é descrito como rico intelectualmente e uma experiência que abre portas no mercado da advocacia e na área acadêmica, com mais oportunidades para publicar artigos e livros. O ritmo de trabalho, recorda, é intenso.

“É um ambiente de disputa [entre os assessores] pela atenção [do ministro] e de sarrafo bem alto. É muito desafiador e estimulante intelectualmente. Nas reuniões, era comum um perguntar ao outro: ‘O que você vai escrever nessas férias?'”, recorda.

Por outro lado, ressalta a advogada, “é um ambiente muito estressante, você trabalha 100% do tempo”, o que torna difícil “conciliar com outros aspectos da vida pessoal”.

Na sua avaliação, isso tende a atrair pessoas mais jovens e cria desafios extras para mulheres que são mães, por exemplo, embora existam assessoras com filhos em cargos importantes.

Esse contexto, aliado “ao ambiente muito masculino do Poder Judiciário”, contribui para a maioria de homens nos cargos de confiança, afirma.

“O Judiciário é um ambiente muito masculino, em geral, e, no Supremo, tem esse ambiente de competição, de exaustão, de desafio, que torna isso mais forte. Porque, socialmente, homens tendem a se colocar de forma mais assertiva”, acredita.

“Isso é um desafio para muitas mulheres. Então, já tem um viés de seleção de que tem que ser alguém que tem esse perfil, ou que adquira esse perfil, para conseguir se manter.”

ALTERAR O HINO NACIONAL COMO NO COMÍCIO DE BOULOS GERA MULTA

 

História de Guilherme Naldis – Jornal Estadão

O Hino Nacional é considerado um dos quatro símbolos nacionais, que também incluem a Bandeira, o Selo e as Armas Nacionais. Fazer qualquer tipo de alteração nesses símbolos é considerado contravenção, ou seja, uma infração penal com menos gravidade que um crime. A pena pode variar de R$ 4.537 a R$ 18.148. No caso de reincidência, a multa pode ser dobrada, chegando a até R$ R$ 36.296, segundo especialistas ouvidos pelo Estadão nesta terça-feira, 27/08.

A pena para alterações no hino foi lembrada depois do comício de Guilherme Boulos (PSOL), candidato à Prefeitura de São Paulo, em que uma cantora mudou trechos da letra para adequá-la à “linguagem neutra” (“verás que es filhes teus não fogem à luta”) no último sábado, 24 de agosto.

Políticos de direita têm argumentado que a alteração é uma violação à lei dos Símbolos Nacionais, e o próprio Boulos excluiu o vídeo das suas redes depois da repercussão negativa. Sua campanha alegou que as alterações no hino foram de responsabilidade da empresa contratada para produzir o evento.

Segundo a advogada constitucionalista Vera Chemim, o critério para determinar o tamanho da multa por alterações no Hino Nacional vai depender da análise feita pelo juiz que julgar o caso. Não há, entretanto, parâmetro para a aplicação das faixas da penalidade.

“A multa varia com a interpretação do magistrado. Se ele emprestar uma maior ou menor gravidade ao ato, a multa vai corresponder”, disse a advogada.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva participa de comício dos candidatos a prefeito e vice-prefeita, Guilherme Boulos (PSOL) e Marta Suplicy (PT), no sábado, 24, no bairro do Campo Limpo, na zona sul da capital paulista. Foto: Werther Santana/Estadão

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva participa de comício dos candidatos a prefeito e vice-prefeita, Guilherme Boulos (PSOL) e Marta Suplicy (PT), no sábado, 24, no bairro do Campo Limpo, na zona sul da capital paulista. Foto: Werther Santana/Estadão

A norma que regula os símbolos nacionais é a Lei nº 5.700 de 1971, do Código Civil. “É uma lei bastante antiga, da época da ditadura. O bem jurídico tutelado pela lei é o respeito à federação e à simbologia nacional”, afirma Raphael Blaselbauer, sócio da RBKO Advogados.

A postura perante a execução do hino também é prevista na lei. Além de prever como a canção deve ser tocada e apresentada, a lei determina, por exemplo, que homens não utilizem chapéus ou bonés enquanto o hino é executado. Também é proibido bater palmas após a execução da canção, seja em versão instrumental ou com canto.

SHOW DO ROCK RIO VAI TER ÁGUA DE GRAÇA

 

História de admin3 – IstoÉ

A partir desta terça-feira, 27, grandes eventos como shows e festivais terão de distribuir água de graça para o público até o fim do ano. Foi o que decidiu o Governo Federal em uma Portaria assinada pela Secretaria Nacional do Consumidor, órgão do Ministério da Justiça e Segurança Pública. A decisão é válida por 120 dias.

A resolução foi motivada pelas ondas de calor extremo que atingiram o Brasil nos últimos anos. Conforme a Portaria, eventos de grande porte deverão permitir o acesso de garrafas de uso pessoal – feitas de materiais que não comprometam a segurança – e instalar “ilhas de hidratação” gratuitas e de fácil acesso para que os presentes possam reabastecer os recipientes.

Shows e festivais também terão de incluir pontos de vendas de comidas e bebidas, além das “ilhas de hidratação”, em pontos estratégicos. Em caso de intercorrências relacionadas à saúde dos participantes dos eventos, o espaço físico e a estrutura para o resgate rápido também devem ser pensados estrategicamente.

A decisão não proíbe que haja venda de água, mas a comercialização não deve ser feita a preços abusivos. A fiscalização dos valores da água mineral vendida em grandes eventos fica a cargo dos órgãos estaduais e municipais. Ao fim da validade, a Portaria será reavaliada conforme as condições climáticas.

A discussão sobre a distribuição gratuita de água em eventos foi motivada pela morte da jovem Ana Clara Benevides, de 23 anos, em novembro do ano passado. O laudo da morte apontou que Ana Clara sofreu uma exaustão térmica causada pelo calor, segundo o G1. Ela assistia ao show da cantora Taylor Swift no Estádio Nilton Santos, no Rio de Janeiro – na data, a cidade registrou máxima de 40ºC com sensação térmica de quase 60ºC.

No dia do ocorrido, o ministro Flávio Dino anunciou uma outra Portaria que determinava que espetáculos teriam de permitir a entrada de garrafas de água, além de garantir as “ilhas de hidratação”. “A medida vale imediatamente. A Portaria será editada em, no máximo, 1 hora. Será postada aqui para conhecimento dos detalhes”, escreveu à época.

Em junho, a Assembleia Legislativa de São Paulo aprovou o Projeto de Lei (PL) 1600/2023, do deputado Enio Tatto (PT), que institui a Lei Ana Clara Benevides. O PL prevê que eventos como shows e festivais devem garantir o acesso de garrafas de uso pessoal ou distribuição de embalagens com água gratuitamente.

O próximo grande evento de música no País ocorre no próximo mês. O Rock in Rio será realizado nos dias 13, 14, 15, 19, 20, 21 e 22 de setembro. A edição é comemorativa dos 40 anos do festival e trará nomes como Imagine Dragons, Avenged Sevenfold, Ed Sheeran, Katy Perry, Cyndi Lauper e Mariah Carey.

RÚSSIA AMEAÇA EUA COM TERCEIRA GUERRA

 

História de Por Guy Faulconbridge e Vladimir Soldatkin – REUTERS

Chanceler russo Sergei Lavrov em Moscou  27/8/2024  REUTERS/Evgenia Novozhenina

Chanceler russo Sergei Lavrov em Moscou 27/8/2024 REUTERS/Evgenia Novozhenina© Thomson Reuters

Por Guy Faulconbridge e Vladimir Soldatkin

MOSCOU (Reuters) – A Rússia disse que o Ocidente está brincando com fogo ao considerar a possibilidade de permitir que a Ucrânia ataque profundamente a Rússia com mísseis ocidentais e advertiu os Estados Unidos na terça-feira que a Terceira Guerra Mundial não se limitaria à Europa.

A Ucrânia atacou a região de Kursk, no oeste da Rússia, em 6 de agosto, e conquistou uma fatia do território no maior ataque estrangeiro à Rússia desde a Segunda Guerra Mundial. O presidente Vladimir Putin disse que haverá uma resposta digna da Rússia ao ataque.

Sergei Lavrov, que atuou como ministro das Relações Exteriores de Putin por mais de 20 anos, disse que o Ocidente estava tentando aumentar a guerra na Ucrânia e “pedindo problemas” ao considerar os apelos ucranianos para afrouxar as restrições ao uso de armas fornecidas por estrangeiros.

Desde a invasão da Ucrânia em 2022, Putin tem alertado repetidamente sobre o risco de uma guerra muito mais ampla envolvendo as maiores potências nucleares do mundo, embora tenha dito que a Rússia não quer um conflito com a aliança Otan liderada pelos EUA.

“Agora estamos confirmando mais uma vez que brincar com fogo – e eles são como crianças pequenas brincando com fósforos – é algo muito perigoso para tios e tias adultos a quem foram confiadas armas nucleares em um ou outro país ocidental”, afirmou Lavrov a repórteres em Moscou.

“Os americanos associam inequivocamente as conversas sobre a Terceira Guerra Mundial como algo que, Deus nos livre, se acontecer, afetará exclusivamente a Europa”, disse Lavrov.

Lavrov acrescentou que a Rússia estava “esclarecendo” sua doutrina nuclear.

A doutrina nuclear russa de 2020 estabelece quando seu presidente consideraria o uso de uma arma nuclear: em termos gerais, como resposta a um ataque com armas nucleares ou outras armas de destruição em massa ou armas convencionais “quando a própria existência do Estado é colocada sob ameaça”.

O presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskiy, disse neste mês que o ataque à região russa de Kursk mostrou que as ameaças de retaliação do Kremlin eram um blefe.

Zelenskiy afirmou que a Ucrânia, devido às restrições impostas pelos aliados, não podia usar as armas à sua disposição para atingir alguns alvos militares russos. Ele pediu aos aliados que fossem mais ousados em suas decisões sobre como ajudar Kiev na guerra.

A Rússia afirmou que armamentos ocidentais, incluindo tanques britânicos e sistemas de foguetes dos EUA, foram usados pela Ucrânia em Kursk. Kiev confirmou o uso de mísseis Himars dos EUA para derrubar pontes em Kursk.

Washington diz que não foi informada sobre os planos da Ucrânia antes da incursão surpresa em Kursk. Os Estados Unidos também afirmaram não ter participado da operação.

O chefe da inteligência estrangeira de Putin, Sergei Naryshkin, disse na terça-feira que Moscou não acreditava nas afirmações ocidentais de que não tinha nada a ver com o ataque a Kursk. O vice-ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Ryabkov, disse que o envolvimento dos Estados Unidos era “um fato óbvio”.

ORTEGA TEM COISINHAS DE LULA PARA CONTAR

 

História de admin3 – IstoÉ

MANÁGUA, 27 AGO (ANSA) – O presidente da Nicarágua, Daniel Ortega, atacou o seu homólogo brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, devido à crise na Venezuela.   

O Brasil e outros países da América Latina, como a Colômbia, não reconhecem a vitória de Nicolás Maduro proclamada nos últimos dias pelo Tribunal Supremo de Justiça (TSJ) por conta da não apresentação das atas eleitorais.   

“Pobre [Gustavo] Petro [presidente da Colômbia], está em competição com Lula para ver quem será o líder que representará os yankees [os Estados Unidos] na América Latina”, ironizou Ortega durante a 11ª Cúpula Extraordinária da Aliança Bolivariana Para os Povos da Nossa América (Alba), fundada por Hugo Chávez, ex-presidente venezuelano.   

Ortega também criticou diretamente o chefe de Estado brasileiro. “Se você quer respeito, me respeite, Lula. Se você quer que o povo bolivariano te respeite, respeite a vitória do presidente Maduro e não se deixe levar [pelos Estados Unidos]”, disse.   

O líder sandinista ainda lembrou os escândalos de corrupção envolvendo o governo Lula no passado, como o da Lava Jato. ” Não foi o governo mais limpo, lembre-se bem, Lula, porque eu poderei contar várias coisinhas”, ameaçou Ortega.   

No último dia 8 de agosto, a Nicarágua expulsou o embaixador brasileiro Breno de Souza Brasil Dias da Costa por este não ter comparecido às celebrações pelo 45º aniversário da Revolução Sandinista. Em resposta, o Brasil expulsou a embaixadora nicaraguense Fulvia Castro. (ANSA).  

INVESTIGAÇÕES QUE ENVOLVEM PLABO MARÇAL

 

História de Karina Ferreira – Jornal Estadão

Envolto em polêmicas e problemas com a Justiça, o empresário e candidato à Prefeitura de São Paulo Pablo Marçal (PRTB) tem seu nome envolvido em investigações criminais, ações na Justiça Eleitoral e é processado até por supostamente não cumprir uma promessa.

Pablo Marçal, candidato a prefeito de São Paulo Foto: Werther Santana/Estadão

Pablo Marçal, candidato a prefeito de São Paulo Foto: Werther Santana/Estadão

Além disso, o empresário já foi preso temporariamente em 2005, quando tinha 18 anos, na investigação que apurou ações de criminosos condenados por desviar dinheiro de contas bancárias. Em 2010, ele foi condenado a quatro anos e cinco meses de reclusão por furto qualificado. Embora considerado culpado, ele não chegou a cumprir a pena, que prescreveu pela demora do tribunal em apreciar o caso. Procurado, Marçal não se manifestou sobre o episódio.

Atualmente, o ex-coach é alvo de inquéritos da Polícia Federal (PF), da Polícia Civil de Piquete (SP), e tem abertas contra ele 22 ações na Justiça Eleitoral.

Investigação da Polícia Federal por suspeita de lavagem de dinheiro

Marçal é investigado pelos supostos crimes de falsidade ideológica eleitoral, apropriação indébita eleitoral e lavagem de capitais nas eleições de 2022, quando lançou sua candidatura ao Planalto. A PF suspeita que o ex-coach e seu sócio Marcos Oliveira tenham feito doações de R$ 1,7 milhão à campanha e gastado o dinheiro com serviços de suas próprias empresas. O caso tramita em sigilo.

Na tentativa de concorrer à Presidência, Marçal foi barrado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em meio a disputas pela liderança do PROS, sua sigla na época. Depois disso, ele concorreu a uma vaga na Câmara, mas teve o registro indeferido após o pleito. A PF chegou a cumprir diligências na casa do empresário em julho do ano passado. Marçal rebateu em suas redes sociais, afirmando que era vítima de “perseguição política”.

Pablo Marçal (PRTB) foi condenado em 2010, mas pena prescreveu Foto: Tiago Queiroz/Estadão

Pablo Marçal (PRTB) foi condenado em 2010, mas pena prescreveu Foto: Tiago Queiroz/Estadão

Investigação da Polícia Civil por suspeita de homicídio privilegiado tentado

O empresário é investigado pela Polícia Civil por colocar em risco a vida de 32 pessoas em uma expedição ao Pico dos Marins, na divisa de São Paulo com Minas Gerais, em janeiro de 2022. O grupo liderado por ele foi resgatado pelos bombeiros, após a incursão na montanha de 2.420 metros de altitude – mesmo com o alerta da Defesa Civil sobre as más condições meteorológicas naquela ocasião.

À época, Marçal afirmou que não mandou ninguém subir a montanha e que cada um foi responsável pelos próprios atos. Ele tentou no Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) trancar o inquérito conduzido no interior, em Piquete (SP), a 208 quilômetros da capital paulista, mas não conseguiu.

No final de julho, a Vara Única da cidade concedeu mais 90 dias para a Polícia Civil local investigar o caso. Além disso, uma ordem judicial proíbe que ele realize novas expedições similares sem autorização prévia da Polícia Militar.

Investigação do Ministério Público por descumprimento de medida judicial

O Ministério Público de São Paulo (MP-SP) foi autorizado pela Justiça no final de junho a investigar se Marçal descumpriu uma medida cautelar imposta a ele após o caso do Pico dos Marins. Na ocasião, o então coach foi proibido pelas autoridades de realizar “qualquer atividade externa na natureza (seja em montanhas, picos, rios, lagos, mares, ou em locais correlatos), por si ou por interposta pessoa, sem prévia e expressa autorização” dos órgãos competentes, “sob o pretexto de sua atividade de coach ou em programas motivacionais”.

Porém, em maio deste ano, o candidato participou de um reality show, criado por ele, chamado “La Casa Digital”, que reúne participantes para receberem mentoria sobre marketing digital. Um dos participantes afirmou ao portal jurídico Migalhas ter enfrentado situações de desrespeito e maus tratos durante sua participação, tendo sido, inclusive, submetido a “treinamentos físicos intensos”.

O caso está sendo investigado pela Delegacia de Polícia de Itu, em São Paulo. Além de Marçal, Rafael Francelli e Marcos Antônio Fergutz, organizadores do programa, também estão sendo investigados.

Em nota, a defesa do ex-coach nega o descumprimento de quaisquer medidas judiciais. “Não colocamos nenhum participante em risco físico durante o evento”, diz Marçal por meio de sua assessoria de imprensa. “Vale ressaltar que minha participação no evento foi meramente como apresentador, não sendo eu o organizador.” Além disso, ele alega que não participou de atividades externas, como a medida cautelar proíbe, e que o programa não era relacionado ao coaching ou a questões motivacionais, mas sim exclusivamente ao marketing digital.

Processo cobrando R$ 51 milhões por não cumprir promessa

Marçal é cobrado na Justiça por uma promessa que fez durante uma entrevista ao programa Pânico, da Jovem Pan. Na ocasião, o empresário disse que pagaria US$ 1 milhão para a pessoa que encontrasse algum processo movido por ele, independentemente de pessoa física ou pessoa jurídica.

Um advogado encontrou nove processos e um habeas corpus de autoria do ex-coach, e cobra na Justiça quantia de cerca de R$ 51 milhões do pré-candidato. Em uma palestra, Marçal chamou a atitude do advogado de o “ápice do fracassado” e, em nota na época, disse que não vai propor “qualquer negociação ou acordo”. O caso segue na 2ª Vara Cível de Barueri.

Ação no Tribunal Superior Eleitoral sobre acordo no PRTB

Embora não cite nominalmente Marçal, uma ação destravada pela ministra Cármen Lúcia, presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), pode acabar com a candidatura do ex-coach. A ação é movida por Aldineia Fidelix, viúva de Levy Fidelix, ex-presidente do PRTB, que alega que Leonardo Avalanche, atual presidente nacional da sigla, desrespeitou um acordo que havia sido acertado em fevereiro para definir a divisão de poder dentro do partido após a morte de Levy.

Segundo a autora da ação, Avalanche manteve uma comissão provisória alinhada a ele que chancelou o nome de Marçal como candidato da sigla, ato que pode ser cancelado se a viúva vencer o processo. A ministra pediu que o Ministério Público Eleitoral dê um parecer sobre o caso e determinou que Avalanche se manifeste em três dias.

Ação no TSE contra presidente da sigla

Há outra ação na Corte Eleitoral movida contra Avalanche, presidente do partido de Marçal, em que o dirigente é acusado de filiar 77 adversários em outro partido, para evitar oposição incômoda dentro do PRTB, além de vender candidaturas e ameaçar uma mulher de morte.

As acusações foram protocoladas por uma ala do partido contrária ao dirigente, que pede sua destituição do comando da sigla. Procurado, por meio de assessoria, Avalanche não respondeu até o momento. Na ação, a defesa afirmou que os fatos estão desprovidos de elementos mínimos de confiabilidade. A ministra Cármen Lúcia rejeitou o pedido de afastamento do presidente da sigla, mas o mérito do processo ainda será analisado.

Marçal também foi procurado para se manifestar sobre a acusação contra o presidente de seu partido e padrinho político na legenda, mas não retornou os contatos até o momento.

Processos na Justiça Eleitoral

Entre representações, notícia-crime, pedidos de direito de resposta, cumprimento provisório de sentença e pedidos de investigação eleitoral, Marçal possui 21 processos abertos contra ele na Justiça Eleitoral – 15 deles movidos pelo candidato Guilherme Boulos (PSOL) ou pela coligação da qual faz parte.

Um deles, a pedido da campanha de Tabata Amaral (PSB), resultou na medida liminar que determinou o bloqueio dos perfis do candidato das redes sociais neste sábado, 24.

O juiz Antonio Maria Patiño Zorz, da 1ª Zona Eleitoral, menciona indícios de abuso de poder econômico e uso indevido dos meios de comunicação na remuneração de usuários para produzir “cortes” e divulgá-los nas redes – o que, segundo o magistrado, parece provocar desequilíbrio em relação aos demais candidatos.

Marçal abriu uma live em seu Instagram para comentar a decisão, afirmando que sofre perseguição política e que a decisão “não tem fundamento”. Tabata também pediu a quebra dos sigilos fiscal e bancário das empresas de Marçal, mas o juiz negou.

Empresário Pablo Marçal (PRTB) chegando ao debate organizado pela Veja Foto: Werther Santana/Estadão

Empresário Pablo Marçal (PRTB) chegando ao debate organizado pela Veja Foto: Werther Santana/Estadão

Pedido de suspensão provisória feito pelo MP Eleitoral

Outro entre os processos que tramitam na Justiça Eleitoral teve um desdobramento nesta terça-feira, 27, com a negativa do Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo (TRE-SP) de suspender o registro de candidatura do influenciador.

O pedido liminar foi apresentado pelo Ministério Público Eleitoral (MPE), alegando que Marçal usou estratégias ilegais de financiamento de campanha ao recrutar colaboradores para divulgar seu conteúdo online em troca de ganhos financeiros.

Outros processos na Justiça comum

Marçal também responde a pelo menos outros oito processos na Justiça comum, entre eles sete na Justiça paulista e um no Tribunal de Justiça do Distrito Federal – movido pelo deputado federal Kim Kataguiri (União-SP), que pede indenização por dano moral.

Segundo os autos da ação movida pelo deputado, em duas entrevistas durante o mês de agosto, Marçal insinuou que Kataguiri e o Movimento Brasil Livre (MBL), do qual é um dos criadores, teriam recebido dinheiro do atual prefeito para “se curvar”, ou seja, apoiá-lo em sua candidatura à reeleição. O deputado pede R$ 50 mil em indenização, e que Marçal se retrate em seu perfil no X (antigo Twitter) e em seu canal no YouTube.

No total, seis das ações fazem pedidos referentes a supostos danos morais causados por Marçal. Em outra delas, movida por Boulos, o deputado alega que o ex-coach “afirmou, de forma absolutamente leviana e sem qualquer prova, que o autor seria organizador de um esquema criminoso” durante uma entrevista a um podcast. A ação pede o pagamento de R$ 50 mil em indenização e a exclusão do vídeo e das postagens referentes a ele.

A assessoria do empresário foi procurada para comentar os casos, mas não respondeu até a publicação deste texto.

MORAES PROÍBE EX-ASSESSOR DE BOLSONARO DAR ENTREVISTAS

História de Redação – Jornal Estadão

No “Estadão Analisa” desta quarta-feira, 28, Carlos Andreazza fala sobre a decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes de proibir que Filipe Martins, ex-assessor especial de Jair Bolsonaro, conceda entrevista à Folha de S. Paulo. A informação foi divulgada pelo jornal na noite desta terça-feira, 27.

De acordo com o veículo, a entrevista violaria uma das medidas cautelares impostas por Moraes para a soltura de Martins no início do mês. Ele foi preso na operação Tempus Veritatis – investigação sobre suposta tentativa de golpe de Estado – e, ao ser solto, não poderia se comunicar com outros investigados pelo STF, entre eles o ex-presidente Jair Bolsonaro.

Martins, além de usar a tornozeleira eletrônica, está proibido de usar redes sociais sob pena de multa de R$ 20 mil por publicação. Moraes ainda cancelou o passaporte de Martins e determinou que ele se apresente semanalmente à Justiça.

O colunista discute porque o deputado federal Guilherme Boulos (PSOL-SP), candidato à Prefeitura de São Paulo, apagou o vídeo em que aparecia com o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), enquanto o Hino Nacional era cantado em linguagem neutra. A gravação era de um comício do psolista no último sábado, 24, em que a intérprete cantou “verás que es filhes teus não fogem à luta”, em vez de “os filhos”, conforme a versão tradicional.

 

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