História de Bianca Gomes e Heitor Mazzoco – Jornal Estadão
Diante de um ginásio lotado, Pablo Marçal tentou
operar um milagre: fazer uma mulher em cadeira de rodas voltar a andar.
Durante quase 10 minutos, o então coach messiânico assumiu papel de
líder espiritual, orientando a mulher a se imaginar “dançando com o
Senhor” e a repetir mantras como “eu aceito a cura”. Com o auxílio de
dois homens, Marçal ergueu a mulher, insistindo para que ela encontrasse
“força nos nervos” para caminhar, mas ela não conseguiu e quase foi ao
chão. “Concentra, tire esse estado de curiosidade”, insistiu Marçal,
percebendo que o milagre não se concretizava. Após minutos de tentativas
frustradas, ele devolveu a mulher à cadeira de rodas e, sem reconhecer a
falha, perguntou: “Você se sente culpada?”, referindo-se ao acidente
que a deixou sem os movimentos nas pernas.
O fato ocorreu em 2021, num evento em Goiânia, cidade natal de
Marçal, e é só um na extensa lista de polêmicas que compõem a história
do agora ex-coach de 37 anos que aspira a ser o próximo prefeito de São
Paulo. Descrito por pessoas de sua convivência como alguém “ensimesmado”
e que se vê como “o ungido”, Marçal também possui um currículo criminal
variado, que tem desde investigação por homicídio privilegiado (quando
cometido ou tentado sob fortes emoções) até condenação por furto.
Questionado nesta sexta-feira, 23, sobre o episódio envolvendo a
mulher em cadeira de rodas, ele respondeu: “Sou cristão e jamais me
arrependerei de orar por alguém. A fé move montanhas. A minha
preocupação agora é fazer São Paulo voltar a andar”.
Em 2021, diante de um ginásio lotado em Goiânia (GO), Marçal tenta,
sem sucesso, fazer mulher em cadeira de rodas voltar a andar Foto:
Reprodução Youtube
De operador de som de igreja a sucesso milionário nas redes
Dono de uma fortuna declarada de R$ 169,5 milhões e
um engajado exército de seguidores nas redes sociais — só no Instagram
são 12,9 milhões —, Marçal se tornou conhecido por vender palestras e
infoprodutos de autoajuda, com títulos sobre “como tomar o governo da
sua própria vida” e “como fazer pelo menos 6 mil por mês do zero”.
O candidato conta que seu primeiro emprego formal foi na Igreja
Videira, aos 16 anos, como operador de som. Depois, segundo pessoas
próximas, ele trabalhou na Brasil Telecom por um período de quase seis
anos. Procurada, a empresa disse que Marçal trabalhou de dezembro de
2007 a junho de 2013 no call center da antiga BRT. “Foi contratado como
instrutor de treinamento e saiu da companhia na função de gerente de
operação”, informou a Oi, que comprou a BRT em maio de 2009.
Após sair da Brasil Telecom, ele deu início à sua transição de
carreira e conquistou o primeiro milhão com investimentos imobiliários
em Goiás, participando da construção de diversos prédios, relatam
aliados. Paralelamente, Marçal começou a ministrar treinamentos, sendo o
primeiro deles o Método IP (MIP), um curso de inteligência emocional
baseado em Programação Neurolinguística (PNL), que, segundo aliados,
formou 145 turmas.
Inicialmente, os treinamentos eram presenciais, limitando o
faturamento do ex-coach, mas com a migração para o formato online Marçal
ampliou seus ganhos e adquiriu outras empresas, diversificando seus
negócios. Hoje, conforme relatos de pessoas próximas, suas empresas de
tecnologia, que oferecem automação de ferramentas de marketing digital e
streaming de vídeos, são as mais valiosas de seu portfólio.
De acordo com dados da Receita Federal, Marçal está vinculado a 21 empresas,
incluindo sociedades e participações administrativas. As áreas de
atuação vão de incorporação imobiliária até consultoria empresarial,
escola e resort de férias. Além das empresas e conteúdos digitais,
Marçal escreveu diversos livros.
Resgate na montanha e morte na maratona
Em janeiro de 2022, o ex-coach, que afirma ser formado em Direito,
foi parar nos noticiários nacionais após liderar uma expedição ao Pico
dos Marins, na Serra da Mantiqueira, no interior de São Paulo, que
terminou com o resgate de 32 pessoas pelo Corpo de Bombeiros e uma ordem judicial proibindo-o de realizar expedições similares sem prévia autorização.
Em junho do ano seguinte, voltou novamente aos holofotes após a morte de um funcionário que sofreu uma parada cardiorrespiratória em
uma “maratona surpresa” realizada pelo seu grupo empresarial. O trecho
tinha 42 quilômetros, e o rapaz de 26 anos passou mal no 15°. Marçal
afirma que não apoiou, não organizou e não estava na corrida —estava em
casa dormindo.
Em janeiro de 2022, Marçal foi parar no noticiário nacional após
liderar uma expedição ao Pico dos Marins (SP) que terminou com o resgate
de 32 pessoas pelo Corpo de Bombeiros Foto: Reprodução via Instagram/
@pablomarcal1
Marçal chega à eleição paulistana numa situação similar à vivida pelo
ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) em 2018: filiado a um partido de
pouca expressão, o PRTB, sem tempo de televisão ou dinheiro do fundo partidário.
Suas redes sociais se tornaram seu maior trunfo na campanha, levando
adversários a recalcular suas estratégias e até a desistir de participar
de debates, temendo cair em armadilhas virais do ex-coach.
Um exemplo disso foi o episódio com o deputado federal e candidato do
PSOL à prefeitura de São Paulo, Guilherme Boulos, a quem Marçal “exorcizou” com uma carteira de trabalho após ser comparado ao Padre Kelmon, figura folclórica da eleição presidencial passada.
Marçal se apresenta no ambiente digital como uma pessoa que não mede
esforços para atingir qualquer objetivo a que se proponha, narrando
histórias improváveis e de superação que cativam seu público, mas que
por vezes viram chacota. Foi o caso do vídeo em que ele ensina como se
defender de um ataque de tubarão. Ou daquele em que relata ter
identificado uma pane em um helicóptero e acalmado o piloto. A lista
inclui ainda a história de como ele aprendeu a nadar em uma única noite
e, no dia seguinte, já estava dando aulas de natação. Não só isso:
apenas 15 dias depois, conquistou o quinto lugar em sua primeira prova
de triatlo.
2022 marca início da vida política
Marçal ingressou na política em 2022, inicialmente como candidato à
Presidência pelo PROS, mas teve sua candidatura barrada pelo Tribunal
Superior Eleitoral (TSE). Depois do revés, foi eleito deputado federal, mas sua candidatura acabou cassada pela mesma Corte.
Impedido de disputar o Palácio do Planalto, ele decidiu aderir à
candidatura de Jair Bolsonaro, apesar de ter criticado o então
presidente durante a campanha eleitoral daquele ano, chegando a
compará-lo com Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Além de participar de uma
transmissão ao vivo com o ex-presidente, Marçal doou R$ 160 mil para a
campanha de Bolsonaro.
O influenciador Pablo Marçal (PRTB) quando recebeu a medalha de
“imbrochável” do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) Foto: @pablomarcal1
via Instagram
O empresário costuma dizer que a sua candidatura à Prefeitura de São Paulo é fruto de um “chamado” de Deus, que surgiu após o fracasso da candidatura do deputado federal bolsonarista Ricardo Salles,
preterido pelo PL. Seu discurso combina a retórica bolsonarista — que
traz à tona temas como o combate ao comunismo e à ideologia de gênero —
com uma reedição do discurso de João Doria em 2016, apresentando-se como
um outsider bem-sucedido no mundo empresarial. Tudo isso é reforçado
por uma narrativa religiosa e de superação pessoal: o filho de faxineira
e funcionário público que se tornou um empresário bem-sucedido.
Ao Estadão, o ex-coach afirmou que sua candidatura
não é uma escolha pessoal, mas uma necessidade do “povo”. “A eleição
iria ficar entre dois esquerdistas e eu não vou deixar isso acontecer.
Nós somos um povo conservador que não merece isso. Quero mudar o País a
partir de São Paulo.”
Marçal resgatou, nesta campanha, o discurso da antipolítica, que
ganhou força depois das manifestações de junho de 2013. Em uma
transmissão ao vivo no Instagram na última quinta-feira, o empresário
chegou a afirmar que é preciso “se livrar dos políticos tradicionais”.
“Pablo Marçal é um candidato antissistema com uma narrativa própria
da era do espetáculo. Ele ultrapassa o conceito de extrema direita, onde
Bolsonaro é o líder”, analisa o cientista político Renato Dorgan, CEO
do Instituto Travessia.
Segundo Dorgan, enquanto Bolsonaro cria uma sinergia de identificação
pessoal com o brasileiro comum de classe média, e Lula com o brasileiro
comum das massas, numa espécie de espelhamento, Marçal consegue ir
além.
“Ele representa o sonho brasileiro da grande maioria do eleitorado:
ser um rico emergente, inteligente, com sucesso familiar, fama e
seguidores nas redes. Ele simboliza, em sua propaganda de sucesso
pessoal, a esperança de grande parte do brasileiro comum, criando uma
conexão imediata e messiânica de que ele pode resolver todas as mazelas
da política”, analisa Dorgan.
Clã Bolsonaro em guerra declarada contra o ex-coach
A entrada de Marçal bagunçou a disputa municipal de São Paulo,
que tinha como favoritos o prefeito Ricardo Nunes (MDB) e Guilherme
Boulos (PSOL). O amplo alcance das redes sociais do empresário assustou
os adversários, assim como sua postura provocativa e de franco-atirador,
marcada por acusações sem provas contra os demais concorrentes.
Marçal alega que o debate é o pouco de exposição que ele tem na
televisão. “Eu preciso usar para rodar a minha estratégia. Quem quiser,
pode encontrar nossas propostas nas minhas redes, além é claro, no site
do TRE [Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo] e do TSE [Tribunal
Superior Eleitoral], onde meu plano de governo está disponível”,
sustenta ele.
Marçal durante convenção partidária do PRTB que confirmou a sua candidatura à Prefeitura de São Paulo Foto: Tiago Queiroz/Estad
Nas últimas semanas, Marçal se dedicou a capturar o eleitorado
bolsonarista da cidade que não se identifica com Ricardo Nunes. O
prefeito é apoiado formalmente pelo ex-presidente e pelo governador de
São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos). Para isso, Marçal passou a mimetizar Bolsonaro. Na convenção que oficializou sua candidatura,
Leonardo Avalanche, presidente nacional do PRTB, repetiu o slogan
“Deus, Pátria e Família”, utilizado na campanha de Bolsonaro. O ex-coach
se refere aos seus filhos da mesma maneira que Bolsonaro, utilizando
números para identificá-los.
O sucesso de Marçal em atrair parte do eleitorado bolsonarista sem o apoio do ex-presidente virou motivo de incômodo para o clã Bolsonaro, que passou a mirar sua artilharia em Marçal. O ex-presidente usou o seu canal no WhatsApp na última quinta-feira, 22, para compartilhar um vídeo reunindo diferentes momentos em que Marçal fez declarações contrárias a ele,
inclusive comparando-o a Lula. No Instagram, o ex-presidente também
alfinetou o ex-coach ao reagir, com ironia, a um comentário em que
Marçal dizia: “Pra cima, capitão. Como você disse: eles vão sentir
saudades de nós”. Bolsonaro respondeu: “Nós? Um abraço”.
Sem jamais ter ocupado um cargo público, Marçal adota uma abordagem
eleitoral que rompe com os padrões tradicionais. Embora tenha consultado
renomados marqueteiros, decidiu não contratar ninguém para liderar sua
campanha, convencido de que ele mesmo é a melhor pessoa para desempenhar
essa função. O ex-coach faz questão de afirmar, sempre que pode, que é
seu “próprio marqueteiro”.
O estilo do empresário chama a atenção até dos adversários, que se
surpreendem ao receber mensagens do ex-coach no WhatsApp com feedbacks —
alguns até positivos — sobre suas participações em entrevistas. Esse
comportamento inusitado é parte da estratégia singular de Marçal, que,
durante a pré-campanha, também procurou aconselhamento de políticos como
o ex-presidente Michel Temer (MDB), o ex-governador João Doria (sem
partido) e até Bolsonaro.
Doria e Marçal em encontro na pré-campanha Foto: @pablomarcal1/Reprodução
Embora aprecie a interação com todos, até mesmo com concorrentes,
aliados de Marçal afirmam que ele dá ouvidos a poucas pessoas e
geralmente segue a sua própria intuição. O ex-coach nega ter um estilo
centralizador, afirmando que essa percepção é de quem não o conhece. “Eu
treino delegação, sou profissional nisso. Uma cidade do tamanho de São
Paulo precisa de gente competente em todas as áreas e eu sei recrutar,
treinar e cobrar resultados”, afirmou ele.
O empresário mantém um círculo de confiança bastante restrito. O
advogado Tassio Renam, que trabalha com Marçal há mais de quatro anos, é
considerado seu “homem de confiança”. Ele conheceu o ex-coach em 2019,
após participar de seus cursos. Em 2020, Renam começou a atuar nas
empresas de Marçal como especialista em leilões e ascendeu rapidamente
até se tornar CEO do grupo Marçal, cargo do qual se afastou para atuar
como conselheiro e coordenador da campanha.
Filipe Sabará (Republicanos), além de coordenador do plano de
governo, é uma das poucas pessoas com acesso a Marçal e tem feito a
ponte entre o ex-coach e o mundo político. Sabará foi secretário de
Doria na Prefeitura e no governo de São Paulo, mas depois rompeu com o
tucano e se aproximou do bolsonarismo, virando secretário-executivo de
Desenvolvimento Social do governo Tarcísio de Freitas e presidente do
Fundo Social, cargo do qual foi exonerado em fevereiro deste ano.
Condenado por furto qualificado, investigado pela Civil e PF
O maior problema de Marçal com a Justiça ocorreu nos anos 2000,
quando foi acusado e, em 2010, condenado a quatro anos e cinco meses de
prisão por integrar um bando que desviava dinheiro de contas bancárias. O caso ocorreu em Goiânia. Ao Estadão, Marçal disse que todo mundo tem problemas na vida e todo mundo de sucesso tem um passado que precisa ser explicado.
“Essa história é sobre uma grande e antiga injustiça que aconteceu
comigo. O processo é de quase 20 anos atrás. Eu apenas consertava
computadores para um pastor da minha igreja, alguém em que eu confiava
pela autoridade que exercia na minha vida. Nunca me beneficiei disso e a
própria sentença confirma que não obtive lucro”, afirmou ele.
A sentença condenatória foi citada em debates e entrevistas de
adversários do ex-coach na disputa eleitoral deste ano. Um recurso do
caso foi apreciado em 2018 pelo Tribunal Regional Federal (TRF-1), em
Brasília. Com a demora entre sentença e análise recursal, a pena
prescreveu. O Código Penal brasileiro prevê prescrição pela metade do
tempo para pessoas com 21 anos ou menos ou acima de 70 anos. No caso de
Marçal, o crime ocorreu quando ele tinha 18 anos.
De acordo com as investigações da época, Marçal atuava na captura de
e-mails de correntistas. Depois, o bando utilizava as informações para
enviar programas maliciosos aos clientes das instituições financeiras,
como Caixa Econômica e Banco do Brasil. A partir do momento em que as
vítimas abriam os e-mails e clicavam no programa, os dados eram
roubados.
Marçal também é investigado por tentativa de homicídio privilegiado por conta da escalada do Pico dos Marins,
em janeiro de 2022. O empresário chegou a afirmar, nas redes sociais,
que aquele havia sido o pior dia de sua vida. A postagem foi apagada.
Marçal se defendeu dizendo que não organizou e nem obrigou nenhuma
pessoa a subir a montanha.
A investigação é conduzida pela Polícia Civil de Piquete, a 208 km da
capital paulista. Em julho último, a Justiça local autorizou a
prorrogação do prazo de investigação por mais 90 dias. Sem necessidade
de mais tempo, o caso será concluído em meados de outubro, mês em que
Marçal será testado nas urnas.
Foi nessa investigação que o Ministério Público de Piquete pediu apuração sobre suposta quebra de cumprimento de medida cautelar por parte de Marçal.
A defesa nega nos autos desrespeito ao decidido em juízo. O então coach
foi proibido pela Justiça de realizar “qualquer atividade externa na
natureza (seja em montanhas, picos, rios, lagos, mares ou em locais
correlatos), por si ou por interposta pessoa sem prévia e expressa
autorização”.
No entanto, o MP afirmou ter tomado conhecimento do programa “La Casa
Digital”, reality show com participação de Marçal, em maio deste ano.
Um dos integrantes diz ter sofrido maus-tratos durante o programa e ter
sido submetido a testes físicos intensos.
Em petição recente, o advogado Matheus da Silva Carvalho, que
representa Luiz Gabriel Godoy, afirma que os participantes do reality
foram acordados às 5h para participar do evento em maio último. “É
evidente que, para exigir tal esforço físico de pessoas que há muito
tempo não praticavam esportes como o presente manifestante, era de se
esperar que no mínimo fosse feito um exame atestando condição para tais
atividades. Após três horas de exercícios intensos, os participantes
foram submetidos a duas provas em um lago da fazenda de quase 50 metros
de comprimento”, cita o advogado.
A Polícia Federal também mantém inquérito aberto para apurar se Marçal cometeu crime de lavagem de dinheiro durante a campanha eleitoral de 2022.
Há dois anos, o ex-coach despejou junto de seu sócio Marcos Oliveira R$
1,7 milhão em suas campanhas. Porém, a verba foi utilizada com gastos
registrados com empresas de Marçal.
O valor exorbitante e a forma de gasto chamaram atenção de
investigadores para supostas ações de lavagem de capitais e apropriação
indébita. O caso corre em sigilo. Marçal também negou irregularidades.
Um partido sob a mira da polícia
O partido de Marçal está imerso em polêmicas, enfrentando uma série
de acusações sobre uma possível ligação de seus integrantes com o crime
organizado. Nesta semana, o Estadão mostrou que antigos aliados do presidente nacional do PRTB e articuladores informais da legenda de Pablo Marçal são acusados de trocar carros de luxo por cocaína para o Primeiro Comando da Capital (PCC), financiando o tráfico de drogas e dividindo os seus lucros.
“Se há bandidos no meu partido como dizem, me ajudem a limpá-lo. Não
compactuo com corrupção e não tenho rabo preso com ninguém. Estou sem
aliança partidária justamente porque não cedi a esse jogo de
‘loteamento’”, disse Marçal.