quarta-feira, 21 de agosto de 2024

SENADO APROVA DESONERAÇÃO DA FOLHA DE PAGAMENTOS DE 17 SETORES E MUNICÍPIOS

 

História de Gabriel Hirabahasi e Giordanna Neves – Jornal Estadão

BRASÍLIA – O Senado aprovou nesta terça-feira, 20, o projeto de lei que prorroga a desoneração da folha de pagamentos de 17 setores e dos pequenos e médios municípios. A votação foi simbólica, ou seja, sem que o voto dos congressistas fosse computado, fruto do acordo do governo com a oposição. A negociação em torno da proposta levou meses e causou uma série de desgastes ao Palácio do Planalto, até o texto final ser formulado em acordo entre o governo, setores econômicos, prefeitos e parlamentares. O texto agora segue para a Câmara dos Deputados.

O novo relatório da proposta foi apresentado pelo senador Jaques Wagner (PT-BA) nesta terça-feira, 20, e seguiu o acordo firmado com os setores produtivos e os prefeitos ao propor uma reoneração gradual para as empresas e para os municípios até 2027.

Nesta terça-feira, para viabilizar a votação do projeto, Wagner decidiu retirar um dispositivo que aumentava a cobrança do Imposto de Renda sobre Juros sobre Capital Próprio (JCP) — um tipo de remuneração da empresa aos acionistas — de 15% para 20% como compensação da perda de receitas pela desoneração. A implementação da medida exigiria um período de noventena (90 dias para passar a valer) e só valeria a partir do ano que vem. Por isso, era encarada pelo governo como uma “garantia”, mas mesmo assim a oposição criticou o aumento de imposto, o que levou o relator a abrir mão do dispositivo.

Na reta final das negociações, Wagner também abriu mão do dispositivo que delegava o julgamento do Imposto Territorial Rural (ITR) para os municípios que optarem por essa medida. A proposta, com o programa de cadastro de benefícios fiscais, havia sido incluída na medida provisória do PIS/Cofins, que teve sua parte principal devolvida pelo presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, e deve caducar (perder a validade).

Wagner endurece regras de adesão e atualização de cadastros de benefícios do governo federal Foto: Pedro França/Agência Senado

Wagner endurece regras de adesão e atualização de cadastros de benefícios do governo federal Foto: Pedro França/Agência Senado

Além do JCP, o parlamentar incluiu em seu texto vários capítulos com medidas de compensação que vão repor a perda de R$ 25 bilhões aos cofres da União este ano. Ele não detalhou, no entanto, o potencial de arrecadação de receitas de cada proposta.

Segundo o relator, as medidas devem gerar mais R$ 25 bilhões a R$ 26 bilhões aos cofres públicos e resolvem especificamente o buraco fiscal nas contas de 2024, já que muitas dessas propostas são limitadas e não trarão efeitos nos exercícios seguintes. Em relação ao rombo no orçamento causado pela desoneração no ano que vem, o senador reiterou que o assunto deverá ser discutido no Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA), que deve ser enviado ao Congresso no dia 31 de agosto.

Número de trabalhadores

Wagner reduziu mais uma vez o quantitativo de trabalhadores que as empresas teriam de se comprometer a manter para serem beneficiadas com a alíquota sobre a receita bruta, em vez da taxação sobre a folha.

Em vez de se comprometerem a manter o mesmo quantitativo ou aumentar o número de funcionários, as empresas serão obrigadas a manter ao menos 75% dos empregados. Isso significa que uma redução de até 25% do quadro de funcionários não significará a perda do direito à desoneração por parte dessas empresas. Na primeira versão do parecer, Wagner havia determinado que o porcentual seria de 100%. Depois, reduziu para 90%, mas ainda assim enfrentou resistência por parte dos senadores.

Esse trecho foi incluído de última hora por Wagner em seu relatório na semana passada e foi alvo de contestação por diversos senadores. Desde a divulgação do parecer, o petista se mostrou disposto a negociá-lo.

O relator incluiu em seu texto vários capítulos com medidas de compensação que vão repor a perda de R$ 25 bilhões aos cofres da União este ano, dentre elas: atualização de bens no Imposto de Renda; repatriação de ativos mantidos no exterior; renegociação de multas aplicadas por agências reguladoras; pente-fino no INSS e programas sociais; uso de depósitos judiciais esquecidos; uso de recursos esquecidos; e o programa de cadastro dos benefícios fiscais concedidos pelo governo.

Segundo o relator, as medidas devem gerar entre R$ 25 bilhões a R$ 26 bilhões aos cofres públicos e resolvem especificamente o buraco fiscal nas contas de 2024, já que muitas dessas propostas são limitadas e não trarão efeitos nos exercícios seguintes. Em relação ao rombo no orçamento causado pela desoneração no ano que vem, Wagner reiterou que o assunto deverá ser discutido no Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA), que deve ser enviado ao Congresso na sexta-feira, 30.

Como funciona a desoneração

O texto da desoneração da folha de pagamentos segue o acordo já firmado com os setores produtivos, que prevê uma reoneração gradual a partir do ano que vem e até 2027. A desoneração em 2024 substitui a contribuição previdenciária patronal de 20% sobre a folha de salários por uma taxação de 1% a 4,5% sobre a receita bruta. A partir do ano que vem, os empresários passarão por uma cobrança híbrida, que misturará uma parte da contribuição sobre a folha de salários com a taxação sobre a receita bruta.

  • Em 2025, as empresas pagarão 80% da alíquota sobre a receita bruta e 25% da alíquota sobre a folha.
  • Em 2026, as empresas pagarão 60% da alíquota sobre a receita bruta e 50% da alíquota sobre a folha.
  • Em 2027, as empresas pagarão 40% da alíquota sobre a receita bruta e 75% da alíquota sobre a folha.
  • A partir de 2028, as empresas retomarão integralmente o pagamento da alíquota sobre a folha, sem o pagamento sobre a receita bruta.

No novo parecer, o relator reduziu o quantitativo de trabalhadores que as empresas terão de se comprometer a manter para serem beneficiadas com a alíquota sobre a receita bruta, em vez da taxação sobre a folha.

Em vez de se comprometerem a manter o mesmo quantitativo ou aumentar o número de funcionários, as empresas serão obrigadas a manter ao menos 75% dos empregados. Isso significa que uma redução de até 25% do quadro de funcionários não significará a perda do direito à desoneração por parte dessas empresas.

Na primeira versão do parecer, Wagner havia determinado que o porcentual seria de 100%. Depois, reduziu para 90%, mas ainda assim enfrentou resistência por parte dos senadores.

Esse trecho foi incluído de última hora pelo senador em seu relatório na semana passada e foi alvo de contestação por diversos parlamentares. Desde a divulgação do parecer, o petista se mostrou disposto a negociá-lo.

No caso dos municípios, o texto também estabelece uma “escada”. Neste ano, está mantido a alíquota previdenciária de 8% aprovada no ano passado pelo Congresso. Em 2025, esse imposto será de 12%. Em 2026, de 16%. Em 2027, por fim, voltará a ser de 20%.

Revisão de gastos

O parecer também prevê um endurecimento nas regras de adesão e atualização de cadastros do Benefício de Prestação Continuada (BPC) e do seguro-defeso, auxílio pago a pescadores artesanais durante o período em que ficam proibidos de exercer a pesca. Ambos programas são alvos do pente-fino do governo federal para aliviar em R$ 25,9 bilhões a peça orçamentária de 2025.

Na nova versão do parecer, divulgada nesta terça-feira, 20, Wagner também endureceu as normas para revisão de benefícios sociais por parte do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), permitindo um bloqueio cautelar dos recursos em caso de fraudes. O texto estabelece que, após identificados indícios de irregularidades na concessão dos benefícios administrados pelo INSS, o valor poderá ser bloqueado por ato do Poder Executivo se não houver ciência do beneficiário em até 30 dias após notificação do órgão.

O que é a desoneração da folha

A desoneração da folha de pagamentos foi instituída em 2011 para setores intensivos em mão de obra. Juntos, eles incluem milhares de empresas que empregam 9 milhões de pessoas. A medida substitui a contribuição previdenciária patronal de 20% incidente sobre a folha de salários por alíquotas de 1% a 4,5% sobre a receita bruta. Ela resulta, na prática, em redução da carga tributária da contribuição previdenciária devida pelas empresas.

Por decisão do Congresso, em votações expressivas, a política de desoneração foi prorrogada até 2027, mas acabou suspensa por uma decisão liminar do STF em ação movida pelo governo federal. A alegação é que o Congresso não previu uma fonte de receitas para bancar o programa e não estimou o impacto do benefício nas contas públicas. O Legislativo, porém, argumenta que medidas foram aprovadas para aumentar as receitas da União e que a estimativa de impacto estava descrita na proposta aprovada. O ministro da Fazenda anunciou, então, um acordo para manter a desoneração em 2024 e negociar uma cobrança gradual a partir do próximo ano.

O cerne da discussão passou a girar em torno das compensações da desoneração da folha de pagamentos. A equipe econômica insiste em uma medida que represente receitas para os próximos anos.

Ela vale para 17 setores da economia. Confira abaixo quais são:

  • confecção e vestuário
  • calçados
  • construção civil
  • call center
  • comunicação
  • empresas de construção e obras de infraestrutura
  • couro
  • fabricação de veículos e carroçarias
  • máquinas e equipamentos
  • proteína animal
  • têxtil
  • TI (tecnologia da informação)
  • TIC (tecnologia de comunicação)
  • projeto de circuitos integrados
  • transporte metroferroviário de passageiros
  • transporte rodoviário coletivo
  • transporte rodoviário de cargas

ACORDO ENTRE OS PODERES DEFINE CRITÉRIOS DE TRANSPARÊNCIA, RASTRABILIDADE E CORREÇÃO DO DINHEIRO PÚBLICO DESTINADO ÀS EMENDAS PÁRLAMENTARES

História de Gabriel de Sousa – Jornal Estadão

BRASÍLIA – O Supremo Tribunal Federal (STF) chegou a um acordo com o Congresso Nacional e o Palácio do Planalto nesta terça-feira, 20, para assegurar “critérios de transparência, rastreabilidade e correção” do dinheiro público destinado para as emendas parlamentares. O consenso deve substituir a decisão do ministro Flávio Dino, que suspendeu todos os repasses após apontar uma perduração do “orçamento secreto”, que foi considerado inconstitucional pela Corte em dezembro de 2022.

Ministros do STF, representantes do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e chefes do Congresso Nacional se reuniram nesta terça-feira, 20 Foto: Gustavo Moreno/STF

Ministros do STF, representantes do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e chefes do Congresso Nacional se reuniram nesta terça-feira, 20 Foto: Gustavo Moreno/STF

Na semana passada, todos os ministros da Corte avalizaram a decisão de Dino de suspender as emendas impositivas. Essas transferências são recursos indicados por deputados e senadores no Orçamento da União que o governo federal deve pagar conforme a livre escolha dos congressistas.

As emendas estão previstas na Constituição e são aprovadas no Orçamento da União, mas o STF entendeu que os repasses não cumprem requisitos da própria Constituição e da lei orçamentária.

O acordo feito entre os Poderes ocorreu em um almoço na sede do STF em Brasília. Na conversa, foi decidido que as emendas impositivas poderão voltar a ser direcionadas, desde que critérios de transparência sejam seguidos pelo Congresso e o Planalto. A expectativa agora é que Dino reconsidere a decisão da semana passada e apresente um novo despacho. Até lá, a liminar, avalizada por unanimidade na Corte, continuará valendo.

Como vão ficar as emendas Pix?

As emendas Pix são emendas individuais indicadas por cada deputado e senador. Atualmente, não há transparência sobre o que foi feito com os recursos e o gasto não é fiscalizado pelo Tribunal de Contas da União (TCU). Isso acontece porque o dinheiro cai direto na conta da prefeitura e pode ser gasto com qualquer coisa, menos com despesas de pessoal.

O acordo entre os Poderes determinou que o Congresso terá que identificar, antecipadamente, o que será feito com o dinheiro (se é para asfaltar uma rua ou bancar um show artístico, por exemplo). Foi acordado também que a transferência dos recursos será feita mediante prestação de contas ao Tribunal de Contas da União (TCU).

Foi decidido que outras modalidades de emendas parlamentares serão mantidas. O Congresso, porém, deverá respeitar uma nova regra para limitar o valor global desses gastos segundo o crescimento da parcela do Orçamento destinada a verbas discricionárias (não obrigatórias) como investimentos.

Como vão ficar as emendas de bancada?

Na teoria, as emendas de bancada, indicadas pelo conjunto de parlamentares de cada Estado, devem ser destinadas para obras estruturantes como rodovias, pontes e hospitais. Na prática, a norma, no entanto,

Conforme revelou o Estadão, deputados e senadores passaram a dividir as emendas de bancada em pequenos montantes, a serem enviados para prefeituras e entidades. Os recursos foram tratados como se fossem de emendas individuais. Ofícios obtidos por meio da Lei de Acesso à Informação (LAI) mostram o “racha” do dinheiro entre os congressistas, com nomes e valores da “cota” de cada um.

Na conversa entre os poderes, ficou definido que essas emendas deverão seguir o fundamento para qual foram criadas. Ou seja, Dino exigiu que os recursos sejam destinados apenas para projetos estruturantes, conforme a definição feita pelas bancadas.

Como vão ficar as emendas de comissão?

As emendas de comissão são indicadas pelas comissões da Câmara e do Senado para cada área de atuação, como saúde, educação e desenvolvimento regional. Na teoria, elas deveriam ser destinadas para ações de abrangência nacional, como a universalização do ensino e o PAC. O mecanismo, porém, é um dos herdeiros do orçamento secreto, com recursos pagos sem transparência e de forma fatiada entre parlamentares.

Com o acordo firmado entre os Poderes, essas emendas deverão ser destinadas somente após cumprir critérios que deverão ser definidos em um acordo entre o Legislativo e o Executivo. Um dos requisitos é que os recursos devem ser destinados para projetos de “interesse nacional ou regional”. Não houve decisão sobre a transparência dos parlamentares que apadrinham os repasses.Quer se manter informado, ter acesso a mais de 60 colunistas e reportagens exclusivas?Assine o Estadão aqui!

BRASÍLIA – O Supremo Tribunal Federal (STF) chegou a um acordo com o Congresso Nacional e o Palácio do Planalto nesta terça-feira, 20, para assegurar “critérios de transparência, rastreabilidade e correção” do dinheiro público destinado para as emendas parlamentares. O consenso deve substituir a decisão do ministro Flávio Dino, que suspendeu todos os repasses após apontar uma perduração do “orçamento secreto”, que foi considerado inconstitucional pela Corte em dezembro de 2022.

Ministros do STF, representantes do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e chefes do Congresso Nacional se reuniram nesta terça-feira, 20 Foto: Gustavo Moreno/STF

Ministros do STF, representantes do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e chefes do Congresso Nacional se reuniram nesta terça-feira, 20 Foto: Gustavo Moreno/STF

Na semana passada, todos os ministros da Corte avalizaram a decisão de Dino de suspender as emendas impositivas. Essas transferências são recursos indicados por deputados e senadores no Orçamento da União que o governo federal deve pagar conforme a livre escolha dos congressistas.

As emendas estão previstas na Constituição e são aprovadas no Orçamento da União, mas o STF entendeu que os repasses não cumprem requisitos da própria Constituição e da lei orçamentária.

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O acordo feito entre os Poderes ocorreu em um almoço na sede do STF em Brasília. Na conversa, foi decidido que as emendas impositivas poderão voltar a ser direcionadas, desde que critérios de transparência sejam seguidos pelo Congresso e o Planalto. A expectativa agora é que Dino reconsidere a decisão da semana passada e apresente um novo despacho. Até lá, a liminar, avalizada por unanimidade na Corte, continuará valendo.

Como vão ficar as emendas Pix?

As emendas Pix são emendas individuais indicadas por cada deputado e senador. Atualmente, não há transparência sobre o que foi feito com os recursos e o gasto não é fiscalizado pelo Tribunal de Contas da União (TCU). Isso acontece porque o dinheiro cai direto na conta da prefeitura e pode ser gasto com qualquer coisa, menos com despesas de pessoal.

O acordo entre os Poderes determinou que o Congresso terá que identificar, antecipadamente, o que será feito com o dinheiro (se é para asfaltar uma rua ou bancar um show artístico, por exemplo). Foi acordado também que a transferência dos recursos será feita mediante prestação de contas ao Tribunal de Contas da União (TCU).

Foi decidido que outras modalidades de emendas parlamentares serão mantidas. O Congresso, porém, deverá respeitar uma nova regra para limitar o valor global desses gastos segundo o crescimento da parcela do Orçamento destinada a verbas discricionárias (não obrigatórias) como investimentos.

Como vão ficar as emendas de bancada?

Na teoria, as emendas de bancada, indicadas pelo conjunto de parlamentares de cada Estado, devem ser destinadas para obras estruturantes como rodovias, pontes e hospitais. Na prática, a norma, no entanto, já foi violada e falta transparência.

Conforme revelou o Estadão, deputados e senadores passaram a dividir as emendas de bancada em pequenos montantes, a serem enviados para prefeituras e entidades. Os recursos foram tratados como se fossem de emendas individuais. Ofícios obtidos por meio da Lei de Acesso à Informação (LAI) mostram o “racha” do dinheiro entre os congressistas, com nomes e valores da “cota” de cada um.

Na conversa entre os poderes, ficou definido que essas emendas deverão seguir o fundamento para qual foram criadas. Ou seja, Dino exigiu que os recursos sejam destinados apenas para projetos estruturantes, conforme a definição feita pelas bancadas.

Como vão ficar as emendas de comissão?

As emendas de comissão são indicadas pelas comissões da Câmara e do Senado para cada área de atuação, como saúde, educação e desenvolvimento regional. Na teoria, elas deveriam ser destinadas para ações de abrangência nacional, como a universalização do ensino e o PAC. O mecanismo, porém, é um dos herdeiros do orçamento secreto, com recursos pagos.

Com o acordo firmado entre os Poderes, essas emendas deverão ser destinadas somente após cumprir critérios que deverão ser definidos em um acordo entre o Legislativo e o Executivo. Um dos requisitos é que os recursos devem ser destinados para projetos de “interesse nacional ou regional”. Não houve decisão sobre a transparência dos parlamentares que apadrinham os repasses.

 

PROJETO DE LEI EM DISCUSSÃO NO SENADO GERA RISCOS DE ALTERAÇÃO DE MANDATOS E VAI CRIAR UM CAOS POLÍTICO

 

História de Redação – IstoÉ Dinheiro

Um projeto de lei em discussão no Senado gera risco de alteração de mandatos e pode implicar em um ‘caos político’. O alerta é de um grupo de oito advogados eleitoralistas, capitaneados por Márlon Reis, um dos criadores da Lei da Ficha Limpa. Em manifesto, eles avaliam que os parlamentares estão tentando afrouxar inelegibilidades “de maneira nítida e acentuada”, atingindo o ‘coração’ da lei criada em 2010 para afastar a candidatura de condenados por crimes graves.

Os fundadores da Associação Brasileira de Eleitoralistas pedem que os senadores “dignifiquem o mandato recebido pelo voto popular” e votem contra a proposta.

Segundo eles, reverter a Lei da Ficha Limpa “atenta contra a soberania popular, contraria o interesse público e serve apenas para dar livre acesso à candidatura a cargos eletivos a indivíduos que deveriam estar fora do processo político”.

O grupo reage ao Projeto de Lei Complementar nº 192/2023, que voltou a ser discutido na Comissão de Constituição e Justiça do Senado. A proposta consta como primeiro item da pauta da sessão desta quarta-feira, 21. O relator do texto é o senador Weverton (PDT-MA), que deu parecer favorável às alterações no prazo das inelegibilidades.

Segundo Weverton, as mudanças visam “coibir distorções que hoje ocorrem, em que um detentor de mandato sofre pena determinada, e suas implicações sobre inelegibilidade incidem de forma desigual, e assim, afrontam o princípio constitucional da isonomia”.

Para o senador, algumas inelegibilidades acabam por decretar a “morte política da pessoa”.

Para os eleitoralistas, o projeto discutido pelos senadores representa “gravíssimos retrocessos” para as normas que regem o pleito. Uma das principais críticas é feita ao dispositivo que prevê a inelegibilidade, por oito anos, após o cumprimento da pena em processos criminais e em ações de improbidade. O novo texto estabelece que o prazo seja contado somente a partir da condenação em segundo grau.

Segundo a Associação Brasileira de Eleitoralistas, a proposta acaba por abrir uma fenda para a redução drástica do prazo de inelegibilidade de condenados por homicíido, estupro, tráfico de drogas e organização criminosa.

“Em alguns casos, indivíduos condenados por tais crimes nem mesmo ficariam inelegíveis, pois ao contar o prazo de 8 anos da condenação por órgão colegiado, e não do término da pena, esses indivíduos, ao término da pena, já teriam cumprido o prazo de inelegibilidade”, alertam os advogados.

Eles também criticam severamente a intenção dos parlamentares de unificar inelegibilidades em um limite máximo de 12 anos. A entidade vê ofensa ao princípio da isonomia, vez que condenados reincidentes sejam tratados de forma semelhante do que aqueles que tiveram uma intercorrência.

Também vê possibilidade de tal trecho no projeto abrir caminho para “situações anômalas e absurdas” e até mesmo incentivar novos ilícitos, já que eles não provocariam mais inelegibilidade.

“Caso determinada pessoa, durante os oito anos de inelegibilidade, inclusive no sétimo ano, cometa diversos outros crimes ou ilícitos que geram inelegibilidade, terá sua restrição eleitoral limitada em apenas 12 anos. Ou mesmo, no décimo ou 11º ano de inelegibilidade cometa novos ilícitos, ainda assim, terá sua inelegibilidade limitada a 12 anos, o que é absurdo”, advertem.

De acordo com os eleitoralistas, o ponto mais grave do texto é o fato de ele prever a aplicação das regras ainda em debate a processos em curso e com condenações definitivas, incidindo sobre eleições já concluídas.

Marlon Reis e seus pares veem “enorme risco de alteração dos mandatos em curso”.

“A reversão de registros indeferidos importaria na recontagem de votos, alteração dos quocientes partidário e eleitoral, maiores médias e a retotalização dos resultados, com a substituição de parlamentares federais, estaduais e municipais, causando um verdadeiro caos político e insegurança institucional e jurídica”, alertam.

REGIÃO DA AMÉRICA LATINA NA VENEZUELA TEM MAIS PETRÓLEO QUE TODA A ARÁBIA SAUDITA

 sil e Mundo Petróleo e Gás Valeon

Existe uma região da América Latina que tem mais petróleo que toda a Arábia Saudita, mas produz 12 vezes menos

Byvaleon

Ago 21, 2024

História de Ketlyn Ribeiro – IGN Brasil

A Venezuela abriga uma região que contém um tesouro maior do que o de qualquer outra nação do mundo. Estamos nos referindo ao Cinturão Petrolífero do Orinoco, no leste do país sul-americano. No entanto, vários obstáculos, tanto políticos quanto tecnológicos, impedem que essa região atinja todo o seu potencial.

No início deste ano, a estatal Petróleos de Venezuela (PDVSA) informou que as reservas comprovadas de petróleo da Venezuela chegam a 300,878 bilhões de barris, a maior do mundo. Em segundo lugar está a Arábia Saudita, com 267 bilhões de barris. Isso significa que a primeira supera a segunda em quase 34 bilhões de barris.

Existe uma região da América Latina que tem mais petróleo que toda a Arábia Saudita, mas produz 12 vezes menos

Existe uma região da América Latina que tem mais petróleo que toda a Arábia Saudita, mas produz 12 vezes menos

Para esclarecer, as reservas comprovadas são as quantidades estimadas de petróleo que são conhecidas por serem atualmente recuperáveis, tanto tecnológica quanto comercialmente.

Apesar dessa vantagem numérica, a verdade é que a Venezuela pode produzir atualmente apenas 770 mil barris por dia, quando em seus melhores anos a média era de 3 milhões de barris por dia. Isso nos leva a questionar os fatores que levaram a Venezuela a ocupar o 21º lugar na produção de petróleo, ficando atrás de países como Colômbia, México e Brasil.

De suas vastas reservas, 90% são encontradas no Cinturão Petrolífero do Orinoco (Faja Petrolera del Orinoco). Essa região, que abrange 55.314 km², é rica em petróleo bruto pesado e extrapesado. Esse é um dos maiores problemas para o setor petrolífero venezuelano, pois o petróleo bruto pesado exige processos de extração e refino muito mais caros e complexos. Jorge Navarro, vice-presidente da Associação Espanhola de Geólogos e Geofísicos de Petróleo (AGGEP), explicou isso ao jornal elEconomista:

“Por ser um óleo pesado a extrapesado, com alta viscosidade e baixo teor de gás, ele resulta em baixa recuperação de volume de óleo in situ. Sua produção apresenta grandes desafios e exige o uso de métodos não convencionais, como a injeção de vapor ou o uso de diluentes. Ao mesmo tempo, esse petróleo bruto viscoso geralmente precisa ser misturado com óleos mais leves para transporte, comercialização e refino”.

Um relatório do think tank Global Americans explica que, como o petróleo pesado é mais caro de produzir, transportar e refinar, os venezuelanos são duramente atingidos pelos custos de produção mais altos, pois seu petróleo é vendido às refinarias a um preço mais baixo em comparação com o petróleo leve. “Os produtores venezuelanos também precisam pagar pelos diluentes – agentes químicos projetados para diluir o petróleo pesado e facilitar seu transporte para as refinarias”.A esperança está no exterior?

Em 2023, o governo dos EUA suspendeu as sanções ao setor petrolífero da Venezuela por seis meses, trazendo lentamente as empresas estrangeiras de volta ao Cinturão do Orinoco. Isso mostrou que longos anos de negligência, corrupção e crise econômica colocaram o setor de petróleo em uma situação em que somente o investimento estrangeiro poderia ajudá-lo a modernizar a infraestrutura com a qual extrai e processa petróleo bruto pesado e extrapesado.

Talvez a boa notícia seja que, apesar de em abril passado o governo Biden ter restabelecido as sanções contra a Venezuela como medida de pressão contra o governo de Nicolás Maduro, as empresas estrangeiras agora têm a oportunidade de obter licenças individuais para investir no Cinturão Petrolífero do Orinoco, o que torna a situação um pouco mais favorável para o petróleo venezuelano.

A verdade é que a Venezuela tem muitos desafios pela frente se quiser recuperar o potencial econômico do Cinturão Petrolífero do Orinoco. Para isso, o país precisa modernizar sua infraestrutura, atrair investimentos estrangeiros e estabilizar sua economia.

*Texto adaptado e traduzido do site parceiro Xataka.

GOVERNO LULA ACABOU COM AS PRIVATIZAÇÕES NO PAÍS E O CEAGESP É UMA DELAS

 

História de MARIANA BRASIL – Folha de S. Paulo

BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – O governo Lula (PT) retirou a Ceagesp (Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo) do programa que privatizava estatais do país.

A estatal havia sido incluída no PND (Programa Nacional de Desestatização), em 2019, pelo então presidente Jair Bolsonaro (PL).

A Companhia, vinculada ao Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, é responsável pelo armazenamento de produtos agrícolas de atacadistas, varejistas, produtores rurais e outros representantes da área, dando apoio na infraestrutura do setor no estado.

Além da retirada do programa, o decreto publicado nesta terça-feira (20) no Diário Oficial da União também revoga sua qualificação no âmbito do PPI (Programa de Parcerias de Investimentos), que previa parcerias público-privadas.

A ordem pela retirada das estatais da lista de privatizações foi um dos primeiras movimentações do terceiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), feita ainda no dia 2 de janeiro de 2023, logo após a posse, em assinatura das primeiras medidas na área econômica.

A retirada da EBC e dos Correios foi oficializada em abril do ano passado. Na época, o decreto também removia da lista a Dataprev (Empresa de Tecnologia e Informações da Previdência), Nuclep (Nuclebrás Equipamentos Pesados S.A), a Serpro (Serviço Federal de Processamento de Dados), a ABGF (Agência Brasileira Gestora de Fundos Garantidores e Garantias) e a Ceitec (Centro Nacional de Tecnologia Eletrônica Avançada).

Desde sua eleição, Lula já havia afirmado que as privatizações iriam acabar no país, o que provocou reações no mercado financeiro do período.

Em fevereiro deste ano, o presidente também anunciou a retirada de 19 unidades de conservação florestal do PND. A medida abarcava duas florestas nacionais, a de Brasília, no Distrito Federal, e a de Ipanema, localizada na região de Sorocaba (SP).

As áreas constavam no PND também a partir de decisão do governo Bolsonaro, inclusas na lista de privatizações por meio de quatro decretos assinados entre 2019 e 2022.

O decreto de Lula atendia a uma recomendação do CPPI (Conselho do Programa de Parcerias de Investimentos) de dezembro de 2023 para manutenção das unidades de conservação apenas no PPI “para fins apenas de concessão da prestação dos serviços públicos de apoio à visitação”. No entanto, outras áreas de conservação permaneceram na lista do programa.

No caso de áreas de conservação ambiental, a concessão da prestação do serviço público à iniciativa privada deve prever o custeio de ações de apoio à conservação, à proteção e à gestão das unidades.

VOCÊ ACREDITA EM ÓVNIS? QUE ELES EXISTEM, EXISTEM!

 

História de Ralph Blumenthal e Leslie Kean – Jornal Estadão

Luis Elizondo ganhou as manchetes em 2017 quando renunciou ao cargo de alto funcionário de inteligência à frente de um obscuro programa do Pentágono que investigava óvnis. Ele denunciou publicamente o sigilo excessivo, a falta de recursos e a oposição interna que, segundo ele, estavam atrapalhando os esforços.

As revelações de Elizondo criaram uma sensação. Elas foram reforçadas por vídeos explosivos e depoimentos de pilotos da Marinha sobre fenômenos aéreos inexplicáveis, ocasionando inquéritos no Congresso, novas legislações e uma audiência da Câmara em 2023, na qual um ex-oficial de inteligência dos Estados Unidos testemunhou que o governo federal havia recuperado objetos acidentados de origem não humana.

Luis Elizondo, autor de 'Imminent: Inside the Pentagon’s Hunt for UFOs', é ex-funcionário do Pentágono Foto: Michael A. Mccoy/NYT

Luis Elizondo, autor de ‘Imminent: Inside the Pentagon’s Hunt for UFOs’, é ex-funcionário do Pentágono Foto: Michael A. Mccoy/NYT

Agora Elizondo, 52 anos, foi ainda mais longe em um novo livro de memórias. No livro, ele afirma que um programa de recuperação de acidentes com óvnis vem operando há décadas como um guarda-chuva supersecreto formado por autoridades do governo que trabalham com empresas terceirizadas do setor aeroespacial e de defesa. Ao longo dos anos, escreveu ele, esse programa recuperou desses acidentes tecnologias e restos biológicos de origem não humana.

“A humanidade não é, de fato, a única vida inteligente no universo – e nem é a espécie alfa”, escreveu Elizondo.

O livro, Imminent: Inside the Pentagon’s Hunt for UFOs [algo como “Iminente: Por dentro da caçada do Pentágono por óvnis”, em tradução direta], está sendo publicado pela HarperCollins após uma longa análise de segurança por parte do Pentágono.

A autorização do Pentágono não implica endosso. O New York Times obteve uma cópia antecipada de Iminent sob embargo.

O programa do Pentágono que atualmente trabalha para lidar com avistamentos de óvnis – ou UAPs, sigla em inglês para “fenômenos anômalos não identificados”, como são chamados agora – “continua sua análise do registro histórico dos programas de UAPs do governo americano”, disse Sue Gough, porta-voz do Departamento de Defesa.

Até o momento, acrescentou Gough, o programa “não descobriu nenhuma informação verificável que comprove as alegações de que qualquer programa relacionado à posse ou à engenharia reversa de materiais extraterrestres tenha existido no passado ou exista atualmente”.

Por anos, Elizondo foi oficial de inteligência militar de alto escalão e dirigiu programas altamente confidenciais tanto para a Casa Branca quanto para o Conselho de Segurança Nacional. Em 2009, ele foi recrutado para o Programa Avançado de Identificação de Ameaças Aeroespaciais, que investigava relatos de OVNIs.

Em Imminent, Elizondo descreveu sua luta para investigar os fenômenos dentro do programa e seus esforços, desde sua demissão em 2017, para pressionar por maior transparência sobre o que se sabe oficialmente sobre UAPs. Ele também escreveu sobre encontros pessoais com UAPs – orbes verdes que, segundo ele, visitaram sua casa na época em que ele trabalhava para o Departamento de Defesa.

No livro, ele expressou preocupação com o potencial perigo para a humanidade representado pela existência de tecnologias que, segundo ele, excedem em muito o que os Estados Unidos ou outros países têm ou conseguem explicar.

Elizondo escreveu que as naves e “a inteligência não humana que as controla apresentam, na melhor das hipóteses, uma questão de segurança nacional muito séria e, na pior, a possibilidade de uma ameaça existencial à humanidade”.

Em prefácio ao livro, Christopher Mellon, ex-subsecretário adjunto de defesa para inteligência, escreveu que, se não fosse por Elizondo, “o governo americano ainda estaria negando a existência de UAPs e deixando de investigar um fenômeno que pode muito bem ser a maior descoberta da história humana”.

O programa liderado por Elizondo investigou avistamentos, quase acidentes e outros encontros entre UAPs e jatos da Marinha. E também coletou dados de incidentes envolvendo operações militares e de inteligência, inclusive imagens de manobras extraordinárias que foram capturadas repetidas vezes por sensores sofisticados.

Dentro do programa, disse Elizondo, ele ficou sabendo que veículos com “tecnologias além da próxima geração” vêm sendo observados desde a década de 1940. No começo da década de 1950, quando os óvnis se tornaram uma preocupação de segurança nacional da Guerra Fria, estabeleceu-se um sigilo rigoroso. “Quem controlasse essa tecnologia poderia controlar o mundo”, escreveu Elizondo.

Muitas das informações coletadas por esse programa continuam confidenciais, mas dois vídeos não confidenciais da Marinha sobre UAPs foram liberados para divulgação pública a pedido de Elizondo e publicados pelo Times quando o jornal divulgou a notícia sobre a unidade secreta de OVNIs do Pentágono, em dezembro de 2017.

Em entrevista, Elizondo disse que tinha conhecimento em primeira mão sobre o que estava dizendo, mas que suas autorizações de segurança o impediam de explicar a fonte de seu conhecimento. Ele obteve aprovação do Pentágono para publicar seu livro, mas precisou atribuir algumas das informações a outras fontes cujos comentários haviam sido autorizados anteriormente.

Elizondo também disse que não obteve autorização para falar sobre seu envolvimento em outros projetos secretos além do programa que ele liderava.

A trajetória de Luis Elizondo

Sem nenhum interesse prévio por óvnis, Elizondo cresceu na Flórida, filho de mãe americana e pai cubano que lutou ao lado de Fidel Castro, mas depois rompeu com ele e participou da invasão da Baía dos Porcos, em 1961.

Ele aprendeu a atirar, dirigir motocicletas e pilotar aviões com o pai. Depois foi para a faculdade e se alistou no Exército. Serviu no Afeganistão e também comandou missões antiterrorismo contra o Estado Islâmico, a Al Qaeda e o Hezbollah. Mais tarde, liderou programas secretos na base naval e na prisão da Baía de Guantánamo.

Em 2007, a Agência de Inteligência da Defesa lançou o Programa de Aplicações do Sistema de Armas Aeroespaciais Avançadas, financiado com US$ 22 milhões escondidos em um orçamento não declarado e garantido por Harry Reid, que na época era o líder da maioria no Senado.

Emblema do Pentágono, em Washington Foto: Lisa Ferdinando/Departamento de Defesa dos Estados Unidos

Emblema do Pentágono, em Washington Foto: Lisa Ferdinando/Departamento de Defesa dos Estados Unidos

Em 2009, Elizondo se tornou o oficial sênior responsável pela execução do sucessor desse programa, o Programa Avançado de Identificação de Ameaças Aeroespaciais, juntamente com James Lacatski e Jay Stratton. Lacatski, cientista de foguetes da Agência de Inteligência da Defesa, e Stratton, funcionário da inteligência do Comando Estratégico dos Estados Unidos, faziam parte do programa precursor.

Frustrado com o que ele descreveu como oposição interna e falta de recursos para lidar com o que ele considerava uma grave ameaça à segurança nacional, Elizondo pediu demissão e decidiu levar suas preocupações à comunidade de inteligência mais ampla, ao Congresso e ao público.

“Ainda existe uma necessidade vital de determinar a capacidade e a intenção desses fenômenos, para o benefício das forças armadas e da nação”, escreveu ele a James Mattis, então secretário de Defesa, em sua carta de demissão, datada de 4 de outubro de 2017.

Depois da saída de Elizondo, o programa fez a transição para se tornar a Força-Tarefa de UAP. Em 2022, essa força-tarefa se transformou no Escritório de Resolução de Anomalias em Todos os Domínios, ou AARO, na sigla em inglês, encarregado pelo Congresso de estudar relatos de UAP e divulgar informações ao público.

Elizondo disse que se reuniu com o diretor do AARO e sua equipe por três horas em uma instalação segura no dia 2 de fevereiro de 2023 e lhes deu informações confidenciais sobre a história do programa de recuperação de acidentes.

Elizondo continua tendo as mais altas autorizações de segurança e prestando consultoria para o governo.

Harold E. Puthoff, cientista veterano com autorização de segurança máxima que Elizondo cita no livro, fez parte do programa de óvnis liderado por Elizondo. Físico e engenheiro com doutorado pela Universidade de Stanford, Puthoff trabalhou como cientista-chefe em projetos altamente confidenciais para o governo durante 50 anos, muitas vezes se reportando diretamente ao chefe da CIA e a assessores da Casa Branca.

Elizondo “nos trouxe informações que parecem ter sido obtidas em primeira mão e não tenho motivos para duvidar delas”, disse Puthoff em entrevista. “Ele com certeza tinha autorização para obter informações primárias”.

Orbes verdes brilhantes em casa

Elizondo também escreveu em seu livro de memórias sobre encontros pessoais com UAPs, descrevendo orbes verdes brilhantes do tamanho de uma bola de basquete que invadiram sua casa repetidas vezes por mais de sete anos. Os objetos eram capazes de atravessar paredes e se comportavam como se estivessem sob controle inteligente, escreveu ele.

Os orbes também foram vistos por sua esposa, duas filhas e seus vizinhos, escreveu ele.

Quanto aos “nossos amigos de fora”, eles não parecem ser benevolentes, escreveu ele. Talvez sejam neutros. Ou talvez sejam uma ameaça à humanidade.

“Não podemos mais tapar o sol com a peneira”, escreveu ele. “Sabemos que não estamos sozinhos.”

Leia também

Este artigo foi originalmente publicado no New York Times. / TRADUÇÃO DE RENATO PRELORENTZOU

UM DOS CONFLITOS INTERNACIONAIS MAIS PROVÁVEIS DOS PRÓXIMOS ANOS ENVOLVE O TERRITÓRIO DE TAIWAN

História de Nilton Kleina – TecMundo

Um dos conflitos internacionais mais prováveis dos próximos anos envolve o território de Taiwan. Sede da maior fabricante de semicondutores do mundo, a ilha pode ser invadida pela China por volta de 2027, ao menos de acordo com estimativas dos Estados Unidos.

Localizada a cerca de 180 km da China, a ilha tem mecanismos de defesa para um eventual ataque ordenado pelo presidente chinês Xi Jinping. Eles incluem até o chamado “Escudo de Silício”, que não é uma proteção de verdade, mas a garantia de que uma guerra no local prejudicaria a fabricação de eletrônicos em especial no país asiático.

Só que os próprios EUA já estão planejando a estratégia para defender Taiwan — e elas incluem um ataque massivo de tecnologia militar na tentativa de impedir a ofensiva antes mesmo de ela chegar ao ponto mais crítico.Drones na linha de frente

O jornal The Washington Post conversou com o almirante Samuel Paparo, comandante da divisão da Marinha dos EUA na região do Indo-Pacífico. Para ele, a única solução contra um ataque chinês que ele considerá iminente é “transformar o Estreito de Taiwan em um cenário infernal sem tripulação humana, usando uma série de capacidades sigilosas“.

Plano dos EUA envolve construir modelos em tempo recorde para o combate. (Ima...

Plano dos EUA envolve construir modelos em tempo recorde para o combate. (Ima…

Segundo detalhes revelados nos últimos meses, o plano chamado de Hellscape envolve construir e enviar para combate “milhares de novos drones” para o Estreito de Taiwan, que fica no Mar da China Meridional e já foi palco de várias disputas.

Os drones seriam não apenas aeronaves pequenas e armadas, como é o mais comum atualmente, mas também submarinos e veículos marinhos de superfície.

Criando um ‘inferno’

O objetivo do Pentágono, porém, não é que esses veículos não tripulados participem sozinhos do combate. Os drones seriam usados como “linha de frente“, uma espécie de distração contra os militares chineses até que outros veículos e as divisões de soldados humanos cheguem ao local.

Além disso, a ideia é poupar perdas de soldados humanos dos EUA e de aliados vizinhos, ao menos nesse primeiro momento. Parte da inspiração do novo plano está na guerra entre Rússia e Ucrânia: a defesa de territórios nos últimos anos do conflito inclui usos criativos e inéditos de drones por parte dos ucranianos.

EUA planeja usar drones para além dos modelos aéreos. (Imagem: Getty Images)

EUA planeja usar drones para além dos modelos aéreos. (Imagem: Getty Images)

Paparo fala em “tornar a vida deles [China] completamente miserável por um mês“, até que tudo esteja pronto. O almirante, porém, não deu mais detalhes da estratégia, apesar de dizer que ela “é real e pode ser entregue“. Ao menos US$ 1 bilhão (cerca de R$ 5,4 bilhões na cotação atual) foi repassado em março pelo Departamento de Defesa ao projeto, mas essa verba só deve viabilizar parte do o programa.

O Estreito de Taiwan, posição marítima estratégica entre os dos territórios. ...

O Estreito de Taiwan, posição marítima estratégica entre os dos territórios. …

Chamada de Replicator, a iniciativa envolve a construção massiva de sistemas autônomos controlados por IA em até 24 meses.

A principal preocupação dos EUA no momento esta na diferença entre os exércitos. A China teria uma frota de drones significativamente maior do que as defesas atuais de Taiwan e isso já a colocaria em vantagem considerável — ao menos segundo as estimativas mais pessimistas dos norte-americanos.

 

A VOZ HUMANA É UM DOS INSTRUMENTOS MAIS PODEROSOS NA COMUNICAÇÃO

 

Priscila Schmidt – Colunista StartSe

A voz humana é um dos instrumentos mais poderosos na comunicação. Não se trata apenas das palavras que usamos, mas de como as dizemos. Saiba como isso pode impactar a sua forma de liderar.

Foto: Pexels

Imagine entrar em uma sala de reuniões e, antes de dizer uma palavra, sua presença já comunica algo. Mas é quando você fala que a verdadeira magia acontece. 

A voz, frequentemente subestimada, impacta profundamente como somos percebidos e a eficácia da nossa liderança. Wendy LeBorgne, em seu TED Talk, explora como a voz molda nossa imagem comunicacional, oferecendo insights valiosos para líderes que desejam aprimorar sua presença vocal.

O Poder da Voz

A voz humana é um dos instrumentos mais poderosos na comunicação. Não se trata apenas das palavras que usamos, mas de como as dizemos. Intensidade, entonação, ritmo, frequência e a qualidade vocal trabalham juntos para criar a marca que sua voz deixará em quem te ouve, além de transmitir emoções e intenções que podem reforçar ou minar a mensagem. Para líderes, essa consciência é crucial. Uma voz forte e clara pode inspirar confiança e autoridade, enquanto uma voz hesitante ou monótona pode transmitir desinteresse ou insegurança.

Branding Vocal: Uma Ferramenta de Liderança

O conceito de “branding vocal” introduzido por LeBorgne envolve a construção deliberada de uma identidade vocal que reflete seus valores e objetivos. A voz é como a sua impressão digital, determinando a forma como as pessoas te percebem e como se sentem em relação a você. Líderes podem desenvolver um branding vocal estratégico que ressoe com suas equipes e stakeholders.

Assim como cores, fontes e traços caracterizam uma marca comercial, o branding vocal é caracterizado por cinco elementos principais:

  1. Intensidade: A força que colocamos na voz pode influenciar a percepção de agressividade ou entusiasmo.
  2. Entonação: A variação na entonação torna a fala mais interessante e evita a monotonia.
  3. Ritmo: A velocidade da fala pode transmitir urgência ou condescendência. A variação no ritmo é fundamental para reter a atenção.
  4. Frequência: Graves e agudos podem afetar percepções de autoridade e inteligência. Uma voz grave tende a transmitir mais autoridade.
  5. Qualidade: As características únicas da sua voz, como rouquidão ou suavidade, contribuem significativamente para a identidade vocal.

Autenticidade e Adaptabilidade

Além desses elementos, é vital que os líderes sejam autênticos em sua voz, evitando imitações. A autenticidade cria conexão e confiança. Também é essencial ajustar o tom e o estilo conforme a situação e o público. Flexibilidade é chave para uma comunicação eficaz.

Práticas para Aprimorar seu Branding Vocal

LeBorgne sugere algumas práticas para líderes que desejam fortalecer seu branding vocal:

  1. Treinamento vocal: Assim como um atleta treina seu corpo, a voz também pode ser treinada. Exercícios vocais regulares podem melhorar a clareza, alcance e resistência vocal.
  2. Feedback: Buscar feedback honesto sobre como sua voz é percebida. Gravar discursos e ouvir com atenção pode revelar áreas de melhoria.
  3. Conexão emocional: Usar a voz para transmitir empatia e emoção. Uma voz calorosa e envolvente pode fortalecer relacionamentos e motivar equipes.

Impacto na Liderança

Uma voz bem trabalhada não só melhora a comunicação, mas também fortalece a presença de liderança. Líderes com um branding vocal forte são mais eficazes em inspirar e engajar suas equipes. 

Eles conseguem transmitir sua visão com clareza e paixão, criar um ambiente de confiança e promover uma cultura de comunicação aberta.

Em um mundo onde a comunicação é fundamental para o sucesso, investir no desenvolvimento vocal pode ser um diferencial significativo para líderes em todos os setores. Ao adotar as práticas de branding vocal, você não só aprimora sua própria comunicação, mas também influencia de forma intencional a percepção que os outros têm de você. 

Quando pensamos em marca pessoal, consideramos uma série de aspectos da nossa imagem, mas você já havia pensado como sua voz pode ser estratégica na construção da sua marca pessoal e da sua liderança?

Leitura recomendada 

Priscila Schmidt é professora do WLP, Formação Internacional de Impacto, que desenvolve habilidades, competências e perspectivas necessárias para uma Liderança Feminina Transformadora, em posições estratégicas de mercados altamente competitivos.

As 3 características de uma mente inovadora

Igor Lopes – Innova

Primeiro, inovar não é sobre criar coisas novas, mas também encontrar soluções que, embora já existentes, nunca foram adotadas em seu projeto.

Um caso real que comprova a minha tese é o Sr. Valdir Novaki, conhecido como “O pipoqueiro mais famoso do Brasil”.

Valdir era um pipoqueiro como os outros, mas ele sentia que precisava inovar em seu mercado.

Diante disso, Sr. Valdir adotou medidas de higiene e atendimento que ninguém fazia, mas que impactava diretamente na experiência do consumidor:

• Quem chegava no carrinho de pipoca do Valdir recebia uma dose de álcool em gel nas mãos antes de pegar a pipoca.

• Ele também limpava toda a bancada (de inox) do carrinho com álcool na frente dos clientes, deixando tudo impecável.

• Em cada dia da semana Sr. Valdir utilizava um uniforme (impecavelmente branco e limpo) do qual havia um bordado sinalizando o dia da semana.

• Ao receber a pipoca, os clientes de Valdir ganhavam uma balinha de brinde, para refrescar o hálito após o lanche.

Perceba que ele inovou, sem reinventar a roda, mas apenas trazendo abordagens simples que seus concorrentes não ousavam fazer.

Por conta disso, digo que a primeira e maior característica de uma mente inovadora é questionar o tempo todo.

Afinal, ao questionar situações e circunstâncias você encontra:

• Novos problemas;

• Oportunidades;

• E soluções.

Esse loop cria um mecanismo de descobertas que leva você (e o seu projeto) a novos resultados no caminho da inovação.

No entanto, trilhar este caminho não é fácil, por isso, toda mente inovadora tem a habilidade de ser constante, sem perder o ânimo.

Sem isso, é impossível levantar todos os dias e garimpar soluções em meio às frustrações causadas pelos fracassos que surgem no caminho da inovação.

Se olharmos para a história do Sr. Valdir, você notará que o sucesso dele não foi repentino. Mesmo inovando, as coisas levaram tempo para acontecer.

Por fim, a última característica de uma mente inovadora é o desconforto.

Imagina só:

Se homens como Steve Jobs, Jeff Bezos, Elon Musk e Sr. Valdir fossem pessoas satisfeitas e confortáveis com seus resultados, será que eles teriam conquistado tudo o que conseguiram?

Provavelmente não. Sr. Valdir, por exemplo, não só recebeu a alcunha de “Pipoqueiro Mais Famoso do Brasil”, como também já viajou boa parte do país dando palestras sobre empreendedorismo.

Ok, sabemos que não inovar é ruim.

Agora, será que inovar em excesso é bom?

Os limites da inovação

Pela minha experiência empreendendo no campo da tecnologia, esses são os dois maiores erros quando o assunto é inovação:

01 – Tentar reinventar a roda.

02 – Omissão.

Quem não se lembra do Google Glass, um típico exemplo de quem tentou inovar demais e precisou recuar.

Ou então a Playstation com o PS Vita, um videogame portátil que prometia grande desempenho e resolução, mas, no final, não teve adesão dos grandes desenvolvedores e, consequentemente, dos clientes.

Ainda no mundo dos games, a Microsoft lançou o Xbox Kinect, um sensor de movimentos exclusivo que prometia substituir os controles tradicionais do videogame.

Após alguns anos de insistência e baixa adesão dos desenvolvedores e gamers, o Kinect foi descontinuado pela Microsoft.

Inovação demais, utilidade de menos.

Por outro lado, temos alguns exemplos clássicos de empresas omissas que esperaram demais e perderam o bonde.

Blackberry

A primeira empresa de celulares a proporcionar conexão Wireless em seus aparelhos, dando origem à era dos Smartphones — uma inovação que acertaram de mão cheia.

Há 20 anos, ter um Blackberry era mais exclusivo, chique e estiloso do que ter um iPhone de última geração.

Na boa, sempre gostei dessa marca.

Realmente é uma pena que a empresa mãe dos smartphones tenha ficado para trás e hoje não ser nem a sombra do que já foi.

Também temos os exemplos clássicos, né? Nokia, Kodak, etc. Que você já cansou de ver por aí.

Todas essas foram empresas que, por arrogância, excesso de confiança ou medo, ficaram na mesma e sumiram do mapa por não inovar.

Mas, há também as empresas que inovaram na medida certa:

• Microsoft: vendia software de caixinha e hoje é uma potência tecnológica tanto em produtos como em serviços.

• Toyota: uma empresa tradicional do mercado automotivo, mas que nunca perde o timming em inovação. Da era do motor a combustão aos motores híbridos, a Toyota sempre está no topo do ranking em qualidade, confiabilidade, tecnologia e conforto.

• Amazon: de e-commerce de garagem a uma potência de varejo e tecnologia.

• Nvidia: a empresa que surfou a onda dos games (quando ainda era uma marola ignorada por todos), aproveitou o boom das criptomoedas e hoje é a maior fabricante de GPUs utilizadas no desenvolvimento de IAs.

Sabe o que todas essas empresas têm em comum?

Elas não inovaram por moda, mas para resolver problemas concretos na vida de seus consumidores.

Você não pediu, mas eu dou: minha opinião

Sabe qual é o grande problema desse papo de inovação?

Ela é uma faca de dois gumes que pode:

• Fazer você se perder em meio ao vício de inovar.

• Fazer você perder pela falta de inovação.

Então, fica a pergunta:

Como inovar mesmo que você não tenha uma mente inovadora?

Tenha dados e informações concretas na sua mão. Sempre.

Se você tem dados, você enxerga gargalos que precisam ser resolvidos. Se você enxerga os gargalos, você precisa de soluções — e é aqui onde a inovação se esconde.

Na maioria das vezes, inovar é ser como o Sr. Valdir, e não necessariamente como Elon Musk.

VOCÊ CONHECE A ValeOn?

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A Valeon é uma caixinha de possibilidades. Você pode moldar ela em torno do negócio. O que é muito importante. O nosso é colocar o consumidor no centro e entender o que ele precisa. A ValeOn possibilita que você empresário consiga oferecer, especificamente para o seu consumidor, a melhor experiência. A ValeOn já é tradicional e reconhecida no mercado, onde você empresário pode contar com a experiência e funcionalidades de uma tecnologia corporativa que atende as principais operações robustas do mundo essencial e fundamental. A ValeOn além de trazer mais segurança e credibilidade para o seu negócio, também resulta em muita troca de conhecimento e ótimos resultados para ambos os lados, como toda boa parceria entre empresas deve ser. Lembrem-se que a ValeOn é uma Startup Marketplace de Ipatinga-MG que tem a responsabilidade de levar o cliente até à sua empresa e que temos potencial para transformar mercados, impactar consumidores e revirar empresas e indústrias onde nossos produtos e serviços têm capacidade de escala e de atrair os investimentos corretos para o nosso crescimento.

Apresentamos o nosso site que é uma Plataforma Comercial Marketplace que tem um Product Market Fit adequado ao mercado do Vale do Aço, agregando o mercado e seus consumidores em torno de uma proposta diferenciada de fazer Publicidade e Propaganda online, de forma atrativa e lúdica a inclusão de informações úteis e necessárias aos consumidores como:

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  • Informações detalhadas dos Shoppings de Ipatinga;
  • Elaboração e formação de coletâneas de informações sobre o Turismo da nossa região;
  • Publicidade e Propaganda das Empresas das 27 cidades do Vale do Aço, destacando: Ipatinga, Cel. Fabriciano, Timóteo, Caratinga e Santana do Paraíso;
  • Ofertas dos Supermercados de Ipatinga;
  • Ofertas de Revendedores de Veículos Usados de Ipatinga;
  • Notícias da região e do mundo;
  • Play LIst Valeon com músicas de primeira qualidade e Emissoras de Rádio do Brasil e da região;
  • Publicidade e Propaganda das Empresas e dos seus produtos em cada cidade da região do Vale do Aço;
  • Fazemos métricas diárias e mensais de cada consulta às empresas e seus produtos.

terça-feira, 20 de agosto de 2024

ALEXANDRE DE MORAES ABUSOU DO PODER DE PRESIDENTE DO TSE PARA PERSEGUIR POLÍTICOS ALIADOS DE BOLSONARO?

 

História de Mariana Schreiber – Da BBC News Brasil em Brasília

Moraes foi presidente do TSE durante as eleições de 2022

Moraes foi presidente do TSE durante as eleições de 2022© Antonio Augusto/Secom/TSE

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) está no centro dos questionamentos a decisões do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), contra políticos e aliados bolsonaristas, alvo de inquéritos que tramitam em seu gabinete.

O TSE, que tem como função principal realizar eleições a cada dois anos e garantir que elas ocorram de forma íntegra, produziu, a pedido de Moraes, relatórios sobre suspeitos de propagar desinformação sobre o processo eleitoral e de ter realizado ataques a autoridades. Isso foi alvo de críticas alegando que não teriam sido obervadas as etapas processuais normalmente esperadas neste caso.

Depois, os relatórios foram usados por Moraes em decisões tomadas no STF, como bloqueio de contas em redes sociais, suspensão de passaporte e congelamento de contas bancárias.

Moraes esteve à frente do TSE em um contexto de fortes ataques ao processo eleitoral, que culminaram no 8 de janeiro de 2023, quando apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) insatisfeitos com a eleição do presidente Luís Inácio Lula da Silva (PT) invadiram e depredaram o Palácio do Planalto, o Congresso e o STF.

O ministro justificou sua atuação argumentando que era presidente do TSE e, portanto, tinha poder de polícia para solicitar os relatórios.

Conforme revelou o jornal Folha de S.Paulo, esses documentos foram produzidos pela Assessoria Especial de Enfrentamento à Desinformação (AEED), órgão ligado à presidência da Corte eleitoral.

Segundo mensagens privadas trocadas entre assessores de Moraes no STF e no TSE, o ministro teria orientado o teor dos relatórios, já mirando determinados alvos e visando determinadas punições.

A BBC News Brasil procurou o TSE por meio da sua assessoria, mas a Corte não respondeu sobre críticas à atuação do ministro.

A atual presidente da Corte, a ministra do STF Cármen Lúcia, disse na quinta-feira (15/8) que Moraes foi “um grande ex-presidente [do TSE], que cumpriu um enorme papel, como é de conhecimento geral do país, nas eleições de 2022”.

Moraes, por sua vez, refuta que tenha cometido qualquer ilegalidade e disse, em uma nota, que “todos os procedimentos foram oficiais, regulares e estão devidamente documentados nos inquéritos e investigações em curso no STF, com integral participação da Procuradoria Geral da República”.

Ele também argumentou que, “no exercício do poder de polícia, tem competência para a realização de relatórios sobre atividades ilícitas, como desinformação, discursos de ódio eleitoral, tentativa de golpe de Estado e atentado à Democracia e às Instituições”.

O episódio levantou questionamentos sobre os limites da atuação do TSE. Especialistas em direito eleitoral ouvidos pela BBC News Brasil explicam quais, afinal, são os poderes desse tribunal – e divergem sobre se houve abusos no uso da Corte eleitoral por Alexandre de Moraes.

Entenda a seguir, em três pontos, o que faz a Justiça Eleitoral, o que é seu poder de polícia e qual a atuação da Assessoria Especial de Enfrentamento à Desinformação – órgão criado em 2022 e chamado de “obscuro” por críticos do ministro.

1. O que faz a Justiça Eleitoral?

A Justiça Eleitoral tem natureza diferente de outros braços do Poder Judiciário, como as Justiças Estaduais, Federal ou do Trabalho, conforme ressaltam a advogada Carolina Lobo, integrante da Academia Brasileira de Direito Eleitoral e Político (Abradep), e o advogado Horácio Neiva, professor do Instituto de Ensino Superior (iCEV).

Para além de julgar processos eleitorais, sua principal função é executar eleições a cada dois anos e garantir que o processo eleitoral ocorra de forma íntegra, sem favorecimentos a um ou outro concorrente.

Para cumprir essa missão, o TSE tem atuação legislativa, ao aprovar resoluções com regras para o processo eleitoral. Essas resoluções regulamentam leis aprovadas pelo Congresso ou criam novas diretrizes quando não há legislação ainda, como foi feito este ano com a adoção de restrições ao uso de inteligência artificial na campanha eleitoral.

Além disso, a Justiça Eleitoral tem atuação administrativa, ao executar e fiscalizar as eleições. Isso, explica Neiva, permite a criação de órgãos, como a Assessoria Especial de Enfrentamento à Desinformação, e dá aos juízes um papel mais pró-ativo na tomada de algumas decisões.

“Usualmente, associamos a atuação da Justiça àquela ideia de ter um processo judicial, em que o juiz só atua quando é demandado por alguém”, nota Neiva.

“Mas a Justiça Eleitoral tem funções tipicamente administrativas. Talvez tenha mais funções administrativas do que propriamente jurisdicionais, porque cabe a esses juízes, inclusive ao presidente do TSE, organizar as eleições e fiscalizar o processo eleitoral.”

É nesse contexto, acrescenta o professor do iCEV, que é dado poder de polícia aos juízes eleitorais para coibir de maneira célere ilegalidades no processo eleitoral. Mas esse poder também tem limites, ressalta Neiva.

Cármen Lúcia estará à frente da Justiça Eleitoral nas eleições municipais desse ano, enquanto as eleições de 2026 ocorrerão na presidência do ministro André Mendonça.

O TSE tem composição rotativa e é sempre formado por sete integrantes, sendo três ministros do TSE, dois do Superior Tribunal de Justiça (STJ) e dois advogados nomeados pelo presidente da República, a partir de uma lista formada pelo Supremo.

A presidência do TSE é sempre exercida por um ministro do STF.

2. O que é o poder de polícia? Houve abuso por Moraes?

Moraes votando em 2022; a atual presidente do TSE, a ministra Cármen Lúcia, defendeu o colega por sua atuação na eleição geral

Moraes votando em 2022; a atual presidente do TSE, a ministra Cármen Lúcia, defendeu o colega por sua atuação na eleição geral© Antonio Augusto/Secom/TSE

O poder de polícia, explicam os especialistas, é quando órgãos do Estado têm poder para fiscalizar e garantir o cumprimento de normas no seu âmbito de atuação. Isso é mais comum no Poder Executivo.

“Então, órgãos sanitários têm poder de polícia em relação a medicamentos e à limpeza de ambientes públicos. A guarda municipal, em muitos municípios, têm poder de polícia relativo ao trânsito”, exemplifica João Pedro Pádua, professor de direito processual penal da Universidade Federal Fluminense (UFF).

No caso do Poder Judiciário, a Justiça Eleitoral é a única com poder de polícia, ressalta a advogada Carolina Lobo, integrante da Academia Brasileira de Direito Eleitoral e Político (Abradep).

Para alguns analistas, esse poder está previsto de forma ampla no artigo 35 do Código Eleitoral, que prevê que compete aos juízes “fazer as diligências que julgar necessárias à ordem e presteza do serviço eleitoral”. “O juiz pode agir de ofício para cessar práticas ilegais”, afirma Lobo.

“Se estiver acontecendo, no dia da eleição [quando não é permitido fazer campanha], uma passeata de um candidato, uma aglomeração enorme de pessoas, o juiz eleitoral pode determinar, por exemplo, a apreensão dessas pessoas.”

Já outros entendem que o poder de polícia está restrito à atuação contra a propaganda eleitoral irregular, porque isso está previsto expressamente no artigo 41 da legislação eleitoral. Mas própria Lei Eleitoral, porém, estabelece limitações a esse poder, nota Horácio Neiva.

“O poder de polícia se restringe às providências necessárias para inibir práticas ilegais, vedada a censura prévia sobre o teor dos programas a serem exibidos na televisão, no rádio ou na internet”, diz trecho do artigo 41.

Além disso, a súmula 18 do TSE também estabelece que esse poder de polícia não permite aplicação de multa por propaganda eleitoral em decisão de ofício.

Para alguns especialistas, como Horácio Neiva, a atuação de Moares teria extrapolado esse poder de polícia.

Neiva ressalta que a jurisprudência do TSE alargou o conceito de propaganda ilegal para abarcar também a disseminação de desinformação no contexto eleitoral.

Na sua visão, porém, Moraes não poderia usar esse poder de polícia para bloquear contas nas redes sociais ou aplicar multas de ofício, nem tomar decisões em inquéritos criminais, ou seja, fora do âmbito da Justiça Eleitoral.

“Algumas decisões não estavam sendo tomadas no âmbito de questões afetas à propaganda eleitoral. Elas estavam sendo tomadas no âmbito de inquéritos criminais, que estão em tramitação no Supremo Tribunal Federal”, ressalta.

“E, não só para determinar retirada de conteúdo das redes, como o poder de polícia autoriza. Eram decisões que extrapolam os limites desse poder de polícia, que é uma aplicação de multa e também bloqueio de perfis.”

Moraes comentou as reportagens do jornal Folha de S.Paulo na quarta-feira (14/8), durante sessão do STF.

“Como presidente [do TSE], tenho poder de polícia e posso, pela lei, determinar a feitura dos relatórios”, argumentou o ministro.

Ele disse ainda que não acionou a Polícia Federal (PF), porque a instituição não estaria colaborando com as investigações.

A fala parece uma referência ao período do governo Bolsonaro (2019-2022), já que o presidente tem poder de nomear a direção da PF. O órgão do TSE, porém, continuou sendo acionado em 2023, já durante o governo Lula, segundo a reportagem da Folha de S. Paulo.

“Obviamente, o caminho mais eficiente da investigação naquele momento era solicitação ao TSE, uma vez que a Polícia Federal, lamentavelmente, num determinado momento, pouco colaborava com as investigações”, disse.

Para Neiva, o TSE não tem poder de substituir a PF: “O TSE não é um órgão de investigação. A omissão da PF não pode ser suprida por um órgão do Tribunal. Tanto é que, em casos de crimes eleitorais, o inquérito é conduzido pela PF, e não pela própria Justiça Eleitoral”.

3. O que é a Assessoria Especial de Enfrentamento à Desinformação?

O TSE adotou, nos últimos anos, novas normas e estruturas para lidar com a disseminação de informações falsas e ataques ao sistema eleitoral brasileiro, principalmente no ambiente digital.

O objetivo era tanto combater possíveis conteúdos ilegais das campanhas, como coibir ataques falsos ao sistema eleitoral, como alegações infundadas de que as urnas eletrônicas não seriam seguras.

Uma portaria do TSE criou em 2019 o Programa de Enfrentamento à Desinformação, tornado depois uma política permanente, em 2021, em outra portaria.

Já em 2022, quando o TSE era presidido pelo ministro Edson Fachin, a AEED foi criada por meio da resolução TSE nº 23.683, que reorganizou vários órgãos internos da Corte.

Não há, porém, um documento oficial que preveja as atribuições da AEED, órgão diretamente ligado à presidência da Corte eleitoral.

De acordo com a assessoria do TSE, “a unidade é responsável por coordenar as ações promovidas para conter o impacto negativo das notícias falsas sobre as urnas eletrônicas, o processo eleitoral e os integrantes da Justiça Eleitoral”.

Segundo a BBC News Brasil apurou, a AEED tinha uma função mais analítica na gestão do Fachin. Foi na gestão Moraes que ganhou um caráter investigativo.

As mensagens reveladas pelo jornal mostram que servidores do gabinete de Moraes no STF passaram a acionar diretamente Eduardo Tagliaferro, então chefe da AEED, com pedidos de informações.

Nos últimos anos, TSE adotou novas medidas para combater ataques ao sistema eleitoral, como alegações infundadas de que as urnas eletrônicas não seriam seguras

Nos últimos anos, TSE adotou novas medidas para combater ataques ao sistema eleitoral, como alegações infundadas de que as urnas eletrônicas não seriam seguras© Antonio Augusto/Secom/TSE

As conversas teriam ocorrido entre agosto de 2022 e maio de 2023 — ou seja, durante e depois da campanha eleitoral que levou à vitória de Lula e à derrota de Bolsonaro.

Airton Vieira, juiz instrutor dos inquéritos no STF, solicitava, informalmente, por meio de mensagens, relatórios sobre investigados nos inquéritos das chamadas fake news e das milícias digitais.

Algumas mensagens reveladas mostram, por exemplo, que Moraes e assessores pediram a produção de um relatório sobre o economista Rodrigo Constantino, apoiador de Bolsonaro, a partir de publicações dele nas redes sociais.

Em novembro de 2022, Airton Vieira encaminhou para Tagliaferro uma captura de tela de conversa com Moraes na qual o ministro pediria: “Peça para o Eduardo analisar as mensagens desse [Constantino] para vermos se dá para bloquear e prever multa”. Vieira pediu para Tagliaferro “caprichar” no relatório.

Segundo a Folha de S.Paulo, em nenhum dos casos havia a formalização de que os relatórios do TSE teriam sido produzidos a pedido de Moraes ou do STF.

No caso de Constantino, uma decisão do início de janeiro de 2023 ordenou a quebra de sigilo bancário do investigado, bem como o cancelamento de seus passaportes, bloqueio de suas redes sociais e intimações para que fosse ouvido pela Polícia Federal.

Essa decisão mencionava “ofício encaminhado pela Assessoria Especial de Desinformação Núcleo de Inteligência do Tribunal Superior Eleitoral”, sem esclarecer que o pedido partira do gabinete do ministro no STF.

Outras mensagens entre assessores do ministro reveladas pelo jornal mostram que a AEED teria sido acionada, também, para checar ameaças a Moraes e seus familiares e, ainda, para verificar a ficha criminal de um prestador de serviço que faria uma obra em sua casa.

A BBC News Brasil questionou a assessoria de imprensa do TSE sobre as críticas ao funcionamento da AEED, mas não obteve uma resposta.

A reportagem apurou que o comando da Corte entende que não houve qualquer desvio no uso do órgão, porque é sua função também contribuir para a segurança dos integrantes do TSE.

Para a advogada Carolina Lobo, não houve uso irregular da AEED, porque o órgão foi usado apenas para produzir relatórios sobre conteúdo ilegal que estava público, como mensagens inverídicas sobre o processo eleitoral.

“E o poder de polícia dá ao juiz eleitoral o dever de fazer cessar práticas ilegais, então ele [Moraes] se restringe a essas providências, de inibição de práticas Ilegais”, argumenta.

Já críticos do ministro, como o ex-procurador da Lava Jato e ex-deputado federal Deltan Dallagnol, dizem que o órgão seria “obscuro”.

Em abril, quando a rede social X disponibilizou ao Congresso dos Estados Unidos notificações para derrubar conteúdos por ordem de Moraes, Dallagnol criticou o fato do Ministério Público não ser acionado previamente às decisões de Moraes fundamentadas nos relatórios.

“Os arquivos do Congresso dos EUA mostram que o órgão alertava Moraes, que mandava censurar, e só depois pedia opinião do MP [Ministério Público]”, escreveu em sua conta no X.

Para Horácio Neiva, não há qualquer problema em a AEED produzir relatórios. Ele considera questionável, porém, que o órgão produza documentos visando conclusões solicitadas previamente por Moraes.

“Por exemplo, o juiz eleitoral, no município em que ele está atuando, pode todos os dias passear pela cidade para ver se tem algum ato ilícito. Isso está dentro do poder de polícia dele. Então, esse órgão fazer monitoramento de redes sociais também não tem nada necessariamente ilícito”, compara.

“A grande questão não é se o órgão estava fazendo um monitoramento de forma imparcial, verificando atos ilícitos, e sim se ele estava sendo direcionado para produzir relatórios com vistas a dar uma aparência de legitimidade a decisões de ofício do ministro Alexandre de Moraes no Supremo.”

AUMENTAR OS IMPOSTOS DE IMPORTAÇÃO DE PRODUTOS QUÍMICOS NÃO É UMA BOA SOLUÇÃO DEVIDO O ENCARECIMENTO DOS PRODUTOS FABRICADOS NO BRASIL

 

História de Eduardo Leão, João Carlos da Silva, José Jorge Junior, Luciano Dias, Luiz Cornacchioni, Maurício Borges, Paulo Engler, Paulo H. Rangel Teixeira e Roberto Petrini – Jornal Estadão

Foi proposto recentemente ao governo um aumento nas tarifas de importação de várias matérias-primas de base química, visando a incentivar e proteger a produção nacional. Consideramos que essa não é uma boa solução e, por isso, recomendamos o diálogo com todos os envolvidos e defendemos que essa proposta seja avaliada com muito cuidado.

O Brasil carece de produção qualificada e suficiente de muitos insumos químicos essenciais, o que leva à necessidade de importação de matérias-primas para a fabricação, no País, de inúmeros produtos, muitos dos quais incluídos na cesta básica ou utilizados na construção civil e em outras atividades essenciais.

As importações são necessárias para termos acesso a insumos de alta qualidade e tecnologia avançada, muitas vezes não disponíveis localmente, cumprindo também papel vital na sofisticação da produção nacional e na ampliação da nossa inserção internacional.

Com a elevação das tarifas, os custos dessas matérias-primas aumentam, o que pode gerar um efeito cascata em diversos setores, resultando em preços mais altos e menor atratividade para investidores. A qualidade dos produtos pode ser prejudicada, afetando a satisfação dos consumidores e a sua confiança nos produtos nacionais.

Importação é um caminho importante para a indústria química nacional ter acesso a insumos de qualidade Foto: Daniel Teixeira / AE

Importação é um caminho importante para a indústria química nacional ter acesso a insumos de qualidade Foto: Daniel Teixeira / AE

Neste momento, precisamos de instrumentos de política industrial que não impactem de forma negativa as importações, e sim que estimulem a inovação e o desenvolvimento da indústria doméstica. Entre eles, incentivos fiscais para pesquisa e desenvolvimento, parcerias público-privadas com foco em investimentos em infraestrutura, capacitação tecnológica e programas de apoio à exportação.

Propostas de elevação tarifária devem ser revisadas com critérios técnicos, concorrenciais e econômicos adequados. Preferencialmente, devem ser rejeitadas em favor de políticas que promovam a inovação e a competitividade da indústria, combatendo efetivamente os danos ao mercado e à livre concorrência. É preciso lembrar que, com a justificativa de proteger o setor químico nacional, se pode prejudicar inúmeras indústrias, que fabricam produtos tão variados como argamassas, brinquedos, colchões, cremes hidratantes, defensivos agrícolas, detergentes, embalagens de aço, geladeiras, inseticidas, máquinas de lavar, não tecidos, perfumes, produtos plásticos, revestimentos cerâmicos, tintas, ventiladores, entre muitos outros.