quinta-feira, 22 de agosto de 2024

TODOS OS PODERES SAIRAM GANHANDO SOBRE EMENDAS PARLAMENTARES

 

História de Da CNN

Saiba por que todos Poderes saíram ganhando com acordo sobre emendas parlamentares

Saiba por que todos Poderes saíram ganhando com acordo sobre emendas parlamentares

Um acordo histórico sobre as emendas parlamentares foi selado nesta terça-feira (20) entre os três Poderes da República, resultando em um cenário onde todos saíram ganhando. O entendimento, que ocorreu durante um almoço na sede do Supremo Tribunal Federal (STF), abordou questões cruciais sobre a distribuição e o controle desses recursos. O diretor da CNN em Brasília, Daniel Rittner, analisou o acordo e explicou por que cada um dos Poderes obteve vantagens com a nova resolução. Segundo ele, “dependendo da interpretação, dá pra gente concluir, sim, que todos saíram ganhando, ou que tudo mudou pra nada mudar”. O Supremo Tribunal Federal saiu fortalecido desse encontro. A Corte demonstrou sua capacidade de interferir na vida pública e foi reconhecida pelos demais Poderes como um ator fundamental nesse processo de negociação. O Congresso Nacional conseguiu manter as emendas parlamentares na quantidade atual. Rittner destacou que “elas saíram da ordem de R$ 5 bilhões para R$ 50 bilhões. Não é preciso falar em crescer mais, basta manter como já estamos”. Benefícios para o Executivo O governo federal também comemorou o resultado do acordo. Ficou combinado que as emendas de comissão serão deslocadas para as emendas de bancada, destinadas a projetos mais estruturantes. Rittner explicou que “tudo isso é PAC, PAC que tem carecido de falta de recursos, que tem sido dependente de emendas parlamentares”. Essa nova configuração permitirá que o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), principal vitrine do governo, conte com mais recursos provenientes das emendas parlamentares. Isso poderá viabilizar a construção de pontes, duplicação de rodovias e construção de hospitais, entre outros projetos de infraestrutura. Apesar do aparente consenso, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), levantou alguns questionamentos sobre os termos do acordo. No entanto, a expectativa é que essas dúvidas sejam esclarecidas nos próximos dias, sem comprometer o entendimento geral alcançado entre os Poderes.

NOVA REGRA PARA HERANÇA E DIVÓRCIO

 

História de Giovanna Castro – Jornal Estadão

O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) aprovou na terça-feira, 20, que inventários, partilhas de bens e divórcios podem ser feitos em cartório mesmo quando há menores de idade e pessoas incapazes no processo – desde 2007, esses trâmites já podiam ocorrer sem passar pela Justiça, desde que não envolvessem menores e incapazes. A nova regra implica em uma possível redução no tempo e no custo desses processos. Em alguns casos, a economia pode ser superior a 50%.

De acordo com a advogada especialista em Direito da Família Marina Dinamarco, sócia e fundadora do escritório que leva seu nome, considerando a tabela de valores do ano de 2024 para custas de cartório e de Justiça de São Paulo (os valores podem mudar de Estado para Estado), a formalização de uma partilha de bens avaliados em R$ 5 milhões teria um custo de cerca de R$ 106 mil via Justiça e R$ 37 mil via cartório. Isso sem considerar honorários advocatícios e impostos de transmissão de bens.

Tramite legal para transferência de bens e oficialização de divórcio fica mais fácil com a nova regra. Foto: Freedomz/Adobe Stock

Tramite legal para transferência de bens e oficialização de divórcio fica mais fácil com a nova regra. Foto: Freedomz/Adobe Stock

Flávia Andrade, sócia do TozziniFreire Advogados e responsável pela área de sucessão patrimonial do escritório, aponta que o valor dos honorários advocatícios tende a ser menor nos processos via cartório por levarem menos tempo. “Não dá para afirmar que vai ser mais barato e rápido o processo via cartório, pois depende da complexidade do caso e das taxas aplicadas em cada Estado. Mas, eu diria que a probabilidade (de ser menos custoso e demorado pelo cartório) é bem grande.”

O estudo “Cartório em Números”, do Colégio Notarial do Brasil (CNB/CF), mostra que, desde que a regra foi aprovada para maiores de idade e pessoas capazes de responderem por si próprias, em 2007, o tempo médio para a emissão de divórcios em casos de comum acordo caiu de um ano para um dia. Já processos de inventários que levavam até 15 anos na Justiça passaram a ser feitos em cerca de 15 dias.

“Trata-se de uma decisão muito importante para a sociedade brasileira e para o cidadão, principalmente (…) Um procedimento extremamente ágil e desburocratizado em relação ao processo judicial, com economia aos cofres públicos e desobstrução do Judiciário”, afirma Giselle Oliveira de Barros, presidente do Colégio Notarial do Brasil. As escrituras públicas de inventários, divórcios e partilhas podem ser feitas de forma online pela plataforma e-Notariado.

A sugestão de estender a regra a processos envolvendo menores e incapazes foi feita pelo Instituto Brasileiro de Direito da Família (IBDFAM), que alega que a medida vai ajudar a desafogar o sistema judiciário, além de promover “aumento da celeridade” e “padronização do entendimento em cenário nacional”.

O Poder Judiciário conta, atualmente, com mais de 80 milhões de processos em tramitação, segundo o Conselho Nacional de Justiça.

Divórcio é uma coisa, filhos são outra

De acordo com o CNJ, para divórcios nos quais os casais tenham filhos menores de idade ou incapazes, a guarda da criança, bem como a visitação e o pagamento de pensão deverão ser acordados na Justiça.

Para Flávia, a medida separa o divórcio das questões que envolvem os filhos, agilizando a partilha dos bens entre o casal e deixando as definições que dizem respeito às crianças para um outro processo – este, necessariamente judicial, por ser considerado sensível.

“A gente pode imaginar que a maioria ou uma grande parte de processos de divórcio envolve filhos menores de idade. Então, isso vai tirar essa sobrecarga do Judiciário e possibilitar uma alternativa”, afirma a advogada.

Como funciona e o que precisa pagar para repartir bens em cartório ou na Justiça?

  • Partilha via cartório só pode ser feita quando em comum acordo entre as partes. Quando envolve menores de idade e/ou incapazes, o Ministério da Justiça avalia se os direitos dessas partes estão sendo cumpridos. A regra permite ainda que, caso identifiquem algo suspeito, os tabeliães dos cartórios também possam encaminhar os trâmites ao juiz;
  • É preciso seguir pela via Judicial se não houver acordo entre os herdeiros ou se o desejo não for de partilha literal e, por isso, considerado injusto pelo Ministério Público (é literal quando os valores dos bens recebidos por cada herdeiro são idênticos e/ou proporcionais à sua parte da herança ou quando todos passam a ser proprietários de cada um dos bens, nas porcentagens correspondentes à suas partes na herança, sendo necessário assim mantê-los em grupo ou vendê-los para repartir os valores);
  • Custo via cartório: é preciso pagar os honorários do advogado (é necessária a representação de um profissional em ambos os tipos de processos), o imposto de sucessão de bens (ITCMD, que em São Paulo é de 4% do valor do bem) e a taxa do cartório, que é tabelada de acordo com a complexidade do processo e não pelo valor total do patrimônio;
  • Custo via Justiça: é preciso pagar os honorários do advogado, o imposto de ITCMD e o imposto pago ao judiciário, calculado de acordo com o valor do patrimônio a ser dividido – ou seja, quanto maior o patrimônio, maior é a taxa.
  • Divórcio é a separação de um casal, que pode implicar em partilha de bens, de acordo com o modelo definido no ato do casamento, ou em modelo de “comunhão parcial de bens”, se não tiver sido acordada em cartório a união;
  • Inventário é um relatório de bens de uma pessoa falecida, que deve ser feito quando não há testamento, para posterior partilha de bens (herança).

A INSTRUMENTALIZAÇÃO DA EDUCAÇÃO

 

História de Eduardo Doege Mello – DW Brasil

Cada vez mais se discute como a educação é política e, sendo assim, pode ser instrumentalizada. Mas a quem interessa instrumentalizar a educação brasileira na atualidade?

Perspectivas sobre a instrumentalização da educação brasileira

Perspectivas sobre a instrumentalização da educação brasileira© Cecília Bastos/Jornal USP

A natureza da educação é, sem dúvidas, política. Pensar a educação como desatrelada da política é descolar-se da realidade, é impossibilitar qualquer exame sóbrio sobre o ensino. Ao menos no meio acadêmico (e cada vez mais fora dele), a concepção de uma educação neutra entrou em profunda decadência e desuso, por mais que ainda persistam pequenos círculos que defendam este entendimento. Como já colocava Paulo Freire, a meu ver o maior educador da história do Brasil, a política está impressa na forma como se pensa e se constrói a educação, tornando evidente a inevitável parcialidade de todas as dimensões de uma escola ou do próprio ensino.

Mas percebo que, necessariamente, surge desta acepção uma consequência que não deve ter sua importância minimizada, a de que, portanto, a educação pode ser instrumentalizada. Quando falo em instrumentalização, me refiro a operacionalização da educação em favor de certos interesses correspondentes a um determinado grupo. Tendo posto isso, cabe a seguinte pergunta: a quem interessa instrumentalizar a educação brasileira a serviço de projetos como o Novo Ensino Médio?

Em um tenebroso documento de nove páginas publicado no segundo semestre de 2024, o movimento Todos Pela Educação (TPE) faz um balanço sobre a aprovação do Projeto de Lei do Novo Ensino Médio no Congresso Nacional, destacando suas “perspectivas promissoras para o Ensino Médio brasileiro”. Esta organização atuante a quase 20 anos é mantida e composta por empresas e entidades como a Fundação Lemann, Itaú, Bradesco, iFood e Vale. Mas quais os seus interesses para a educação brasileira? Seria tolo pensar que se preocupam com a formação completa da juventude ao passo que, sem pudor algum, sufocam o povo com juros altíssimos, no caso dos bancos; oferecem trabalho altamente precarizado, no caso do iFood; são responsáveis por catástrofes humanitárias e ambientais por negligência, no caso da Vale; sem falar nos demais associados.

Não é a primeira vez que esta entidade entra em evidência no cenário nacional, visto que ganharam notoriedade em 2019 após uma fala esdrúxula de sua presidente executiva, Priscilla Cruz, afirmando que não era necessário gastar mais de R$ 5 mil anualmente por aluno para se garantir a qualidade do ensino.

Instrumentalização da educação

Para se ter noção da influência nociva do TPE, suas propostas de redução de mais de 20% de gastos anuais por aluno foram incorporadas pelo Ministério da Educação sob gestão de Abraham Weintraub – o ministro conhecido pelo “contingenciamento” (sic) de 30% de recursos destinados às universidades federais e por ter alegado que nestes locais haveria plantações ostensivas de maconha e a produção de metanfetaminas. Ademais, segundo relatório publicado pela Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE) em 2023, o Brasil, entre outros 42 países, investe menos da metade da média, que é de 10 mil dólares. É uma barbaridade levar em consideração a diminuição de orçamento destinado a manutenção de estudantes quando, na realidade, deveríamos claramente discutir sua ampliação.

É a partir de um discurso delicadamente afável que esses lobos em pele de cordeiro instrumentalizam a educação para servir a seus próprios interesses políticos, ideológicos e econômicos. Falam abstratamente em aumentar os investimentos em favor de uma educação de qualidade enquanto defendem a retirada de mais de R$ 1 bilhão de escolas estaduais e municipais no Nordeste. Desde sempre estiveram em correspondência com o MEC do governo que eles insinuavam ser catastrófico para a educação, o governo Bolsonaro, escancarando que não há diferenças ideológicas, mas apenas fazem questão de fingir neutralidade.

Como dito anteriormente, a educação é instrumental por se tratar de um meio para se atingir a um determinado fim, mas qual fim? Para o TPE e Banco Mundial (que defende projetos privatistas para a educação brasileira), trata-se de sustentar seus interesses e nada mais. Coloco que é necessário reassumir um projeto de educação que não esteja em acordo com os objetivos imediatos do mercado financeiro, e sim alinhado com os interesses nacionais, que assegure a formação completa de cidadãos politicamente atuantes e capazes de incorporar as virtudes das atividades intelectuais e práticas.

Projetos como o Novo Ensino Médio aprofundam a polarização do conhecimento científico e do saber prático, reduzindo a educação a um ambiente fabril e tecnicista voltado a produção de mão de obra. É preciso resgatar Paulo Freire e Anísio Teixeira no lugar de Todos pela Educação, Banco Mundial e companhia.

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Vozes da Educação é uma coluna semanal escrita por jovens do Salvaguarda, programa social de voluntários que auxiliam alunos da rede pública do Brasil a entrar na universidade. Revezam-se na autoria dos textos o fundador do programa, Vinícius De Andrade, e alunos auxiliados pelo Salvaguarda em todos os estados da federação. Siga o perfil do Salvaguarda no Instagram em @salvaguarda1.

Este texto foi escrito por Eduardo Doege Mello, estudante de Filosofia na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), e reflete a opinião do autor, não necessariamente a da DW.

Autor: Eduardo Doege Mello

TEMA ESPINHOSO PARA A CAMPANHA DOS CANDIDATOS A PRESIDENTE DO EUA QUE SÃO OS IMIGRANTES

História de AFP

Imigrantes do Equador vendem mercadorias nas ruas de Chicago, Illinois, em 20 de agosto de 2024, durante a Convenção Nacional Democrata

Imigrantes do Equador vendem mercadorias nas ruas de Chicago, Illinois, em 20 de agosto de 2024, durante a Convenção Nacional Democrata© CHRISTIAN MONTERROSA

Os milhares de democratas que desembarcaram em Chicago para sua convenção nacional esta semana se depararam nas ruas com um tema espinhoso para a campanha presidencial de Kamala Harris: migrantes à procura de trabalho ou dormindo em barracas precárias.

No entanto, o tema migratório, que muitos eleitores consideram decisivo na eleição presidencial de novembro, só foi abordado nesta quarta-feira, no terceiro dia da Convenção Nacional Democrata. Na quinta-feira, espera-se que Kamala faça um discurso aceitando ser a candidata democrata contra o republicano Donald Trump.

Placas indicam o estacionamento do tribunal de imigração em Chicago, Illinois, em 20 de agosto de 2024

Placas indicam o estacionamento do tribunal de imigração em Chicago, Illinois, em 20 de agosto de 2024© CHRISTIAN MONTERROSA

A deputada por Texas, Veronica Escobar, o senador Chris Murphy e o influenciador uruguaio Carlos Eduardo Espina, entre outros porta-vozes, subiram ao palco do United Center para falar sobre a fronteira.

Os porta-vozes defenderam a imagem de Kamala como a opção necessária para garantir a segurança da fronteira, além de promover uma reforma no sistema migratório.

A migração tornou-se um assunto problemático para a gestão do presidente Joe Biden, de 81 anos. Pressionado por críticas à sua idade avançada e isolado por seu partido, o presidente desistiu de buscar a reeleição no mês passado para dar lugar à vice-presidente.

Por outro lado, Trump conseguiu canalizar o descontentamento ao esboçar uma plataforma anti-imigração que promete o fechamento da fronteira e deportações em massa, algo aplaudido até por alguns eleitores latinos.

A desproporção de hispânicos na lista de oradores dos primeiros dois dias da Convenção Nacional Democrata não passou despercebida para os líderes dessa comunidade.

“Algo que me deixa muito decepcionado é: onde estão nossas vozes nesta convenção?”, disse Rey Gonzalez, presidente da El Valor, uma organização sem fins lucrativos.

“Há vários estados nesta eleição que serão extremamente importantes para os democratas, como Nevada e Arizona”, acrescentou.

– ‘Não funciona’ –

Situada às margens do lago Michigan, Chicago recebeu cerca de 46 mil migrantes nos últimos dois anos. Muitos deles chegaram em ônibus enviados pelo governador do Texas, o republicano Greg Abbott.

O governador de Illinois (estado onde fica Chicago), J.B. Pritzker, foi uma das vozes democratas que, no ano passado, na medida em que o fluxo aumentava, confrontou Washington e pediu medidas: “Isto é insustentável”, disse ele a Biden em outubro.

Johanna, uma venezuelana que não quis dar seu sobrenome, foi uma das muitas pessoas que chegaram dessa maneira. Em junho de 2023, atravessou a fronteira sul dos Estados Unidos proveniente do país sul-americano junto com seus quatro filhos.

“Subimos em um ônibus sem saber para onde iríamos. E chegamos aqui”, contou esta mulher de 36 anos. 

Impedida de trabalhar enquanto resolve sua situação legal, Johanna vende empanadas e arepas (pão feito de milho típico dos países do norte da América do Sul) nas ruas, sempre fugindo da polícia que a expulsa das calçadas.

Outros imigrantes oferecem frutas cortadas em carrinhos de comida ou aguardam do lado de fora das lojas de material de construção à espera de conseguir um emprego. Outros pedem dinheiro. 

Génesis Arteaga, uma equatoriana de 20 anos, se senta nas calçadas movimentadas da cidade com sua filha de menos de um ano e um cartaz pedindo doações. Enquanto isso, seu esposo, de 22, busca trabalhos temporários na construção.

“Tentei trabalhar com limpeza, mas não me deixam por causa da menina, então não me resta mais do que isso”, disse Arteaga.

Os imigrantes têm que esperar meses para pedir uma permissão de trabalho, e seus casos levam cada vez mais tempo devido à saturação do sistema migratório. Isso aumenta a pressão nos governos locais, que precisam empregar recursos para abrigar os recém-chegados.

“Todas essas grandes incertezas e a incapacidade de trabalhar dentro do sistema para conseguir um nível básico de sobrevivência faz com que algo além disso seja impensável”, considerou a ativista Alejandra Oliva, que ajudou imigrantes a navegar pelo sistema jurídico no ápice da crise.

Oliva sustenta que, ao concentrar os esforços em uma política repressiva, de fechamento de fronteira, Washington – historicamente – perde tempo e recursos. 

“Este sistema incrivelmente punitivo não funciona”, acrescentou.

– ‘Tem que ganhar’ –

Para os recém-chegados, a eleição presidencial de novembro parece ser algo alheio e distante. Dizem saber pouco ou nada sobre Kamala Harris, mas se preocupam com uma eventual vitória de Donald Trump.

“Ele [Trump] continua dizendo que vai nos deportar”, disse a também venezuelana Luisa Pacheco, que vende frutas no centro de Chicago nos fins de semana. “Essa Kamala tem que ganhar”, opinou.

Pesquisas recentes revelam que o sentimento anti-imigração ganhou espaço na sociedade americana.

Contudo, para Oliva, isso é apenas a forma com que os americanos estão drenando sua insatisfação com a economia.

“É mais fácil culpar os imigrantes do que responsabilizar os políticos que falharam com as pessoas”, frisou.

 

TERMINOU EM UM TÍPICO ACORDÃO A CRISE ENTRE GOVERNO E CONGRESSO E STF

 

História de Notas & Informações – Jornal Estadão

Terminou em um típico “acordão” a crise entre governo e Congresso sobre as emendas parlamentares. Mediado pelo Supremo Tribunal Federal (STF), o pacto promete dar transparência às indicações orçamentárias feitas por deputados e senadores a seus redutos eleitorais, mas não proporciona a efetiva retomada do controle do Orçamento pelo Executivo.

Para começar, foram mantidas as “emendas Pix”, que configuram mera transferência de recursos da União para o caixa de prefeituras e governos estaduais. O Congresso se comprometeu a fazer o mínimo e indicar como o dinheiro enviado deverá ser utilizado pelos prefeitos e governadores. Os recursos deverão priorizar obras inacabadas, o que não garante sua melhor aplicação.

Nada disso sana o vício de origem das transferências especiais. Embora existam desde 2019, as “emendas Pix” sempre foram inconstitucionais, como descreveu a tardia Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR) há duas semanas. Elas ofendem o pacto federativo, a separação dos Poderes e os direitos e garantias individuais. Perpetuá-las desmoraliza a atuação de uma corte cuja função primordial é defender a Constituição.

O acordo não enfrentou o caráter impositivo das emendas. As emendas individuais só deixarão de ser executadas se houver algum impedimento de ordem técnica. Quanto às emendas de bancada, elas só poderão ser destinadas a “projetos estruturantes” – seja lá o que isso signifique.

Releitura das antigas emendas de relator, as emendas de comissão – as únicas que não têm caráter obrigatório – também foram preservadas. Deverão priorizar projetos de “interesse nacional ou regional”, a serem definidos em conjunto entre o governo e o Congresso. Seu principal problema, a falta de identificação do autor da indicação, não foi resolvido.

O pacto tampouco enfrentou o patamar que as emendas assumiram no Orçamento, de cerca de R$ 50 bilhões. Com a Emenda Constitucional da Transição, as individuais passaram a corresponder a 2% da Receita Corrente Líquida; e as de bancada, a 1%. Agora, elas não poderão crescer mais que os 2,5% reais impostos pelo arcabouço fiscal, mas não serão reduzidas.

O pagamento das emendas permanecerá suspenso pelo STF até que os termos do acordo sejam regulamentados, o que, à primeira vista, parece reduzir a força que o Legislativo conquistou nos últimos anos. Mas tudo dependerá da regulamentação dos termos desse pacto, que sairá nos próximos dez dias e será controlada com mão de ferro pela cúpula do Congresso.

Para o governo, a situação melhorou um pouco. Incapaz de convencer os parlamentares a utilizar as emendas para apadrinhar obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) voluntariamente, talvez agora o Executivo consiga arrancar um naco dos recursos para seus projetos prioritários.

Convém não subestimar a capacidade do Legislativo de defender seus interesses. O diabo mora nos detalhes, que podem ser facilmente escamoteados nas vírgulas de emendas constitucionais, leis e resoluções. Regras escritas, quando aplicadas, revelam a distância abissal entre teoria e prática.

O presidente do STF, Luís Roberto Barroso, disse que se chegou ao “consenso possível”, entendimento que consolida a atuação política de uma corte que parece muito mais preocupada em mediar crises do que em proteger a Constituição.

A mera existência do acordo expressa a manutenção de uma disfuncionalidade. Afinal, para impedir retaliações contra si e o Executivo, o Supremo atuou para apaziguar os ânimos, quando em tempos não tão remotos caberia ao Congresso apenas cumprir uma decisão judicial referendada por unanimidade pela Corte.

Nesse contexto, o incômodo demonstrado por Arthur Lira (PP-AL) mais parece encenação, enquanto o STF celebra os desvios de sua função e a perda de sua autoridade e o governo canta vitória antes da hora. Como disse o senador Alessandro Vieira (MDB-SE), a montanha pariu um rato, e a tendência é de que tudo – as emendas parlamentares e a relação desequilibrada entre os Poderes – continue como está.

MANEJO SUSTENTÁVEL DO PEIXE PIRARUCU EM RORAIMA

 

História de Adenilson Florentino/Secom/Gov-RO – Newsrondonia

Com o objetivo de atender às demandas dos comunitários da Reserva Extrativista Estadual do Rio Cautário (Resex), no município de Costa Marques, o governo de Rondônia desenvolve metodologia de manejo para controle e erradicação do Pirarucu, no interior da unidade. O projeto teve início em 2021, envolvendo as unidades de conservação estaduais de uso sustentável Resex do Rio Pacaás Novos e Resex do Rio Cautário, propondo a captura de controle da espécie nas áreas onde ela não é considerada nativa.

O projeto é desenvolvido pela Secretaria de Estado do Desenvolvimento Ambiental (Sedam), através da Coordenadoria de Unidades de Conservação (CUC) e Coordenadoria de Monitoramento e Licenciamento Ambiental (Colmam), em parceria com o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e a Universidade Federal de Rondônia (Unir), por meio do Grupo de Pesquisa em Pesca, Aquicultura e Ecologia de Peixes Interiores (GPPAEPAI).

Além da captura para o comércio dos animais, os exemplares passam por análises científicas que visam compreender melhor a dinâmica de ocupação desses animais nos habitats onde se estabeleceram, bem como os reais impactos que provocam sobre os ecossistemas de Rondônia.

Para o governador de Rondônia, Marcos Rocha, a contagem do Pirarucu é uma ação importante para o controle da espécie, já que, além de marcar uma fase indispensável ao plano de manejo, a ação é importante pela parceria entre órgãos e população das comunidades tradicionais. “Desde o início das atividades, mais de 300 pirarucus já foram manejados e inseridos no comércio nacional. Com isso, as comunidades ribeirinhas envolvidas movimentaram mais de 150 mil reais”, salientou.

ATIVIDADES AMBIENTAIS

De acordo com a analista ambiental da Sedam, Chirlaine Varão, neste ano, o projeto celebra seu terceiro ano de execução na Resex do Rio Cautário, sendo a atividade licenciada pela secretaria. “Durante o mês de agosto, o tamanho de um dos pirarucus capturados no manejo chamou a atenção da equipe técnica do projeto, pois os extrativistas capturaram um pirarucu medindo dois metros e trinta e dois centímetros e pesando 121 kg”, destacou.

O objetivo é atender às demandas dos comunitários da Reserva Extrativista Estadual do Rio Cautário

O objetivo é atender às demandas dos comunitários da Reserva Extrativista Estadual do Rio Cautário

Segundo o Secretário da Sedam, Marco Antonio Lagos, além de promover o controle dos animais que, na condição de invasores, provocam desequilíbrio ambiental, o projeto gera renda direta às comunidades tradicionais envolvidas. “Estamos acompanhando o projeto de manejo do Pirarucu para verificar o potencial de geração de renda direta para as comunidades tradicionais envolvidas, e expandi-lo a outras áreas de nossa competência. O objetivo é erradicar o quantitativo de pirarucus dentro da Unidade de Conservação, e esse trabalho mostra que estamos no caminho certo”, afirmou.

OS HORIZONTES DA INOVAÇÃO AJUDAM A TRAÇAR OS PANORAMAS PARA CONVERTER ESTRATÉGIAS DE INOVAÇÃO

 

Thomaz Gomes – Jornalista StartSe

Uma das mais conhecidas metodologias para criar roadmaps de novos produtos e modelos de negócio, os Horizontes da Inovação ajudam a traçar os panoramas mais adequados para converter estratégias de inovação em planos de ação. Saiba mais sobre.

Foto: Pexels

Uma das mais conhecidas metodologias para criar roadmaps de novos produtos e modelos de negócio, os Horizontes da Inovação ajudam a traçar os panoramas mais adequados para converter estratégias de inovação em planos de ação. 

Inspirada pelo modelo clássico da McKinsey, a versão desenvolvida pela StartSe adiciona duas etapas à jornada de amadurecimento tecnológico percorrida por cada organização.  

Para entender melhor, veja primeiro a figura abaixo, começando pela avaliação dos três horizontes clássicos: H1 (Projetos), H2 (Experimentos) e H3 (Investigação).

HORIZONTE 1 (NOW) – CORE BUSINESS

Horizonte que reúne fontes atuais de geração de receitas — e os projetos de melhoria de processos, margens e fluxo de vendas.

HORIZONTE 2 (NEXT) – NEGÓCIOS EMERGENTES 

Iniciativas focadas na expansão do modelo de negócio principal, orientadas pela exploração de novos produtos e mercados com algum nível de previsibilidade.  

HORIZONTE 3 (NEW): NOVOS NEGÓCIOS 

Busca por elementos inéditos e soluções com potencial para disruptar indústrias. Marcado pela incerteza, trata-se de um horizonte que pode levar à reinvenção total da organização.

Estes são os três elementos essenciais de planejamentos de inovação. Mas, para que a teoria não fique apenas no papel, sugerimos adicionar as camadas abaixo ao plano de ação. 

HORIZONTE –1 (ABRIR MÃO) 

Este é o horizonte negativo, que mostra os projetos, processos e produtos que devem ser encerrados ou pivotados, mesmo que gerem receita no curto prazo. Uma decisão difícil, mas necessária para abrir espaço para a inovação. 

HORIZONTE ZERO (IMEDIATO) 

A primeira ação que cada indivíduo pode fazer para contribuir para a evolução da jornada de inovação da empresa — e gerar resultados eficazes em meio ao excesso de opções, complexidade de cenários e urgências do dia-a-dia. 

ABORDAGEM INTEGRADA

É importante lembrar que os Horizontes de Inovação não devem ser explorados separadamente. A metodologia tem como principal função definir os níveis de esforço e investimentos dedicados a cada frente de exploração, de acordo com a realidade de cada organização. 

A abordagem mais utilizada prevê a proporção 70:20:10 para o H1, H2 e H3. Mas, dependendo do setor ou do nível de risco assumido, pode-se redefinir os parâmetros para 60:20:20, por exemplo. 

A abordagem integrada também prevê a conexão com outras ferramentas de inovação. No caso da StartSe, os Horizontes fazem parte de uma jornada que combina o seu uso com Radares de SinaisLicenças Estratégicas.

Assim como qualquer estratégia de inovação, trata-se de uma metodologia que tem como base a formação de uma cultura de ambidestria, iteração e capacidade de adaptação.  

Antes mesmo de pensar na grande solução que irá disruptar o mercado (e a sua própria organização), o mais importante é COMEÇAR a sua jornada de transformação. 

O ponto de partida é descobrir a ideia que você pode testar ainda hoje.  

Você já sabe qual é a sua? 

STARTUP VALEON UMA HOMENAGEM AO VALE DO AÇO

Moysés Peruhype Carlech

Por que as grandes empresas querem se aproximar de startups? Se pensarmos bem, é muito estranho pensar que um conglomerado multibilionário poderia ganhar algo ao se associar de alguma forma a pequenos empresários que ganham basicamente nada e tem um produto recém lançado no mercado. Existe algo a ser aprendido ali? Algum valor a ser capturado? Os executivos destas empresas definitivamente acreditam que sim.

Os ciclos de desenvolvimento de produto são longos, com taxas de sucesso bastante questionáveis e ações de marketing que geram cada vez menos retorno. Ao mesmo tempo vemos diariamente na mídia casos de jovens empresas inovando, quebrando paradigmas e criando novos mercados. Empresas que há poucos anos não existiam e hoje criam verdadeiras revoluções nos mercados onde entram. Casos como o Uber, Facebook, AirBnb e tantos outros não param de surgir.

E as grandes empresas começam a questionar.

O que estamos fazendo de errado?

Por que não conseguimos inovar no mesmo ritmo que uma startup?

Qual a solução para resolver este problema?

A partir deste terceiro questionamento, surgem as primeiras ideias de aproximação com o mundo empreendedor. “Precisamos entender melhor como funciona este mundo e como nos inserimos!” E daí surgem os onipresentes e envio de funcionários para fazer tour no Vale e a rodada de reuniões com os agentes do ecossistema. Durante esta fase, geralmente é feito um relatório para os executivos, ou pelas equipes de inovação ou por uma empresa (cara) de consultoria, que entrega as seguintes conclusões:

* O mundo está mudando. O ritmo da inovação é acelerado.

* Estes caras (startups) trabalham de um jeito diferente, portanto colhem resultados diferentes.

* Precisamos entender estas novas metodologias, para aplicar dentro de casa;

* É fundamental nos aproximarmos das startups, ou vamos morrer na praia.

* Somos lentos e burocráticos, e isso impede que a inovação aconteça da forma que queremos.

O plano de ação desenhado geralmente passa por alguma ação conduzida pela área de marketing ou de inovação, envolvendo projetos de aproximação com o mundo das startups.

Olhando sob a ótica da startup, uma grande empresa pode ser aquela bala de prata que estávamos esperando para conseguir ganhar tração. Com milhares de clientes e uma máquina de distribuição, se atingirmos apenas um percentual pequeno já conseguimos chegar a outro patamar. Mas o projeto não acontece desta forma. Ele demora. São milhares de reuniões, sem conseguirmos fechar contrato ou sequer começar um piloto.

Embora as grandes empresas tenham a ilusão que serão mais inovadoras se conviverem mais com startups, o que acaba acontecendo é o oposto. Existe uma expectativa de que o pozinho “pirlimpimpim” da startup vá respingar na empresa e ela se tornará mais ágil, enxuta, tomará mais riscos.

Muitas vezes não se sabe o que fazer com as startups, uma vez se aproximando delas. Devemos colocar dinheiro? Assinar um contrato de exclusividade? Contratar a empresa? A maioria dos acordos acaba virando uma “parceria”, que demora para sair e tem resultados frustrantes. Esta falta de uma “estratégia de casamento” é uma coisa muito comum.

As empresas querem controle. Não estão acostumadas a deixar a startup ter liberdade para determinar o seu próprio rumo. E é um paradoxo, pois se as empresas soubessem o que deveria ser feito elas estariam fazendo e não gastando tempo tentando encontrar startups.

As empresas acham que sabem o que precisam. Para mim, o maior teste é quando uma empresa olha para uma startup e pensa: “nossa, é exatamente o que precisamos para o projeto X ou Y”.

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quarta-feira, 21 de agosto de 2024

SENADO APROVA DESONERAÇÃO DA FOLHA DE PAGAMENTOS DE 17 SETORES E MUNICÍPIOS

 

História de Gabriel Hirabahasi e Giordanna Neves – Jornal Estadão

BRASÍLIA – O Senado aprovou nesta terça-feira, 20, o projeto de lei que prorroga a desoneração da folha de pagamentos de 17 setores e dos pequenos e médios municípios. A votação foi simbólica, ou seja, sem que o voto dos congressistas fosse computado, fruto do acordo do governo com a oposição. A negociação em torno da proposta levou meses e causou uma série de desgastes ao Palácio do Planalto, até o texto final ser formulado em acordo entre o governo, setores econômicos, prefeitos e parlamentares. O texto agora segue para a Câmara dos Deputados.

O novo relatório da proposta foi apresentado pelo senador Jaques Wagner (PT-BA) nesta terça-feira, 20, e seguiu o acordo firmado com os setores produtivos e os prefeitos ao propor uma reoneração gradual para as empresas e para os municípios até 2027.

Nesta terça-feira, para viabilizar a votação do projeto, Wagner decidiu retirar um dispositivo que aumentava a cobrança do Imposto de Renda sobre Juros sobre Capital Próprio (JCP) — um tipo de remuneração da empresa aos acionistas — de 15% para 20% como compensação da perda de receitas pela desoneração. A implementação da medida exigiria um período de noventena (90 dias para passar a valer) e só valeria a partir do ano que vem. Por isso, era encarada pelo governo como uma “garantia”, mas mesmo assim a oposição criticou o aumento de imposto, o que levou o relator a abrir mão do dispositivo.

Na reta final das negociações, Wagner também abriu mão do dispositivo que delegava o julgamento do Imposto Territorial Rural (ITR) para os municípios que optarem por essa medida. A proposta, com o programa de cadastro de benefícios fiscais, havia sido incluída na medida provisória do PIS/Cofins, que teve sua parte principal devolvida pelo presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, e deve caducar (perder a validade).

Wagner endurece regras de adesão e atualização de cadastros de benefícios do governo federal Foto: Pedro França/Agência Senado

Wagner endurece regras de adesão e atualização de cadastros de benefícios do governo federal Foto: Pedro França/Agência Senado

Além do JCP, o parlamentar incluiu em seu texto vários capítulos com medidas de compensação que vão repor a perda de R$ 25 bilhões aos cofres da União este ano. Ele não detalhou, no entanto, o potencial de arrecadação de receitas de cada proposta.

Segundo o relator, as medidas devem gerar mais R$ 25 bilhões a R$ 26 bilhões aos cofres públicos e resolvem especificamente o buraco fiscal nas contas de 2024, já que muitas dessas propostas são limitadas e não trarão efeitos nos exercícios seguintes. Em relação ao rombo no orçamento causado pela desoneração no ano que vem, o senador reiterou que o assunto deverá ser discutido no Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA), que deve ser enviado ao Congresso no dia 31 de agosto.

Número de trabalhadores

Wagner reduziu mais uma vez o quantitativo de trabalhadores que as empresas teriam de se comprometer a manter para serem beneficiadas com a alíquota sobre a receita bruta, em vez da taxação sobre a folha.

Em vez de se comprometerem a manter o mesmo quantitativo ou aumentar o número de funcionários, as empresas serão obrigadas a manter ao menos 75% dos empregados. Isso significa que uma redução de até 25% do quadro de funcionários não significará a perda do direito à desoneração por parte dessas empresas. Na primeira versão do parecer, Wagner havia determinado que o porcentual seria de 100%. Depois, reduziu para 90%, mas ainda assim enfrentou resistência por parte dos senadores.

Esse trecho foi incluído de última hora por Wagner em seu relatório na semana passada e foi alvo de contestação por diversos senadores. Desde a divulgação do parecer, o petista se mostrou disposto a negociá-lo.

O relator incluiu em seu texto vários capítulos com medidas de compensação que vão repor a perda de R$ 25 bilhões aos cofres da União este ano, dentre elas: atualização de bens no Imposto de Renda; repatriação de ativos mantidos no exterior; renegociação de multas aplicadas por agências reguladoras; pente-fino no INSS e programas sociais; uso de depósitos judiciais esquecidos; uso de recursos esquecidos; e o programa de cadastro dos benefícios fiscais concedidos pelo governo.

Segundo o relator, as medidas devem gerar entre R$ 25 bilhões a R$ 26 bilhões aos cofres públicos e resolvem especificamente o buraco fiscal nas contas de 2024, já que muitas dessas propostas são limitadas e não trarão efeitos nos exercícios seguintes. Em relação ao rombo no orçamento causado pela desoneração no ano que vem, Wagner reiterou que o assunto deverá ser discutido no Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA), que deve ser enviado ao Congresso na sexta-feira, 30.

Como funciona a desoneração

O texto da desoneração da folha de pagamentos segue o acordo já firmado com os setores produtivos, que prevê uma reoneração gradual a partir do ano que vem e até 2027. A desoneração em 2024 substitui a contribuição previdenciária patronal de 20% sobre a folha de salários por uma taxação de 1% a 4,5% sobre a receita bruta. A partir do ano que vem, os empresários passarão por uma cobrança híbrida, que misturará uma parte da contribuição sobre a folha de salários com a taxação sobre a receita bruta.

  • Em 2025, as empresas pagarão 80% da alíquota sobre a receita bruta e 25% da alíquota sobre a folha.
  • Em 2026, as empresas pagarão 60% da alíquota sobre a receita bruta e 50% da alíquota sobre a folha.
  • Em 2027, as empresas pagarão 40% da alíquota sobre a receita bruta e 75% da alíquota sobre a folha.
  • A partir de 2028, as empresas retomarão integralmente o pagamento da alíquota sobre a folha, sem o pagamento sobre a receita bruta.

No novo parecer, o relator reduziu o quantitativo de trabalhadores que as empresas terão de se comprometer a manter para serem beneficiadas com a alíquota sobre a receita bruta, em vez da taxação sobre a folha.

Em vez de se comprometerem a manter o mesmo quantitativo ou aumentar o número de funcionários, as empresas serão obrigadas a manter ao menos 75% dos empregados. Isso significa que uma redução de até 25% do quadro de funcionários não significará a perda do direito à desoneração por parte dessas empresas.

Na primeira versão do parecer, Wagner havia determinado que o porcentual seria de 100%. Depois, reduziu para 90%, mas ainda assim enfrentou resistência por parte dos senadores.

Esse trecho foi incluído de última hora pelo senador em seu relatório na semana passada e foi alvo de contestação por diversos parlamentares. Desde a divulgação do parecer, o petista se mostrou disposto a negociá-lo.

No caso dos municípios, o texto também estabelece uma “escada”. Neste ano, está mantido a alíquota previdenciária de 8% aprovada no ano passado pelo Congresso. Em 2025, esse imposto será de 12%. Em 2026, de 16%. Em 2027, por fim, voltará a ser de 20%.

Revisão de gastos

O parecer também prevê um endurecimento nas regras de adesão e atualização de cadastros do Benefício de Prestação Continuada (BPC) e do seguro-defeso, auxílio pago a pescadores artesanais durante o período em que ficam proibidos de exercer a pesca. Ambos programas são alvos do pente-fino do governo federal para aliviar em R$ 25,9 bilhões a peça orçamentária de 2025.

Na nova versão do parecer, divulgada nesta terça-feira, 20, Wagner também endureceu as normas para revisão de benefícios sociais por parte do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), permitindo um bloqueio cautelar dos recursos em caso de fraudes. O texto estabelece que, após identificados indícios de irregularidades na concessão dos benefícios administrados pelo INSS, o valor poderá ser bloqueado por ato do Poder Executivo se não houver ciência do beneficiário em até 30 dias após notificação do órgão.

O que é a desoneração da folha

A desoneração da folha de pagamentos foi instituída em 2011 para setores intensivos em mão de obra. Juntos, eles incluem milhares de empresas que empregam 9 milhões de pessoas. A medida substitui a contribuição previdenciária patronal de 20% incidente sobre a folha de salários por alíquotas de 1% a 4,5% sobre a receita bruta. Ela resulta, na prática, em redução da carga tributária da contribuição previdenciária devida pelas empresas.

Por decisão do Congresso, em votações expressivas, a política de desoneração foi prorrogada até 2027, mas acabou suspensa por uma decisão liminar do STF em ação movida pelo governo federal. A alegação é que o Congresso não previu uma fonte de receitas para bancar o programa e não estimou o impacto do benefício nas contas públicas. O Legislativo, porém, argumenta que medidas foram aprovadas para aumentar as receitas da União e que a estimativa de impacto estava descrita na proposta aprovada. O ministro da Fazenda anunciou, então, um acordo para manter a desoneração em 2024 e negociar uma cobrança gradual a partir do próximo ano.

O cerne da discussão passou a girar em torno das compensações da desoneração da folha de pagamentos. A equipe econômica insiste em uma medida que represente receitas para os próximos anos.

Ela vale para 17 setores da economia. Confira abaixo quais são:

  • confecção e vestuário
  • calçados
  • construção civil
  • call center
  • comunicação
  • empresas de construção e obras de infraestrutura
  • couro
  • fabricação de veículos e carroçarias
  • máquinas e equipamentos
  • proteína animal
  • têxtil
  • TI (tecnologia da informação)
  • TIC (tecnologia de comunicação)
  • projeto de circuitos integrados
  • transporte metroferroviário de passageiros
  • transporte rodoviário coletivo
  • transporte rodoviário de cargas

ACORDO ENTRE OS PODERES DEFINE CRITÉRIOS DE TRANSPARÊNCIA, RASTRABILIDADE E CORREÇÃO DO DINHEIRO PÚBLICO DESTINADO ÀS EMENDAS PÁRLAMENTARES

História de Gabriel de Sousa – Jornal Estadão

BRASÍLIA – O Supremo Tribunal Federal (STF) chegou a um acordo com o Congresso Nacional e o Palácio do Planalto nesta terça-feira, 20, para assegurar “critérios de transparência, rastreabilidade e correção” do dinheiro público destinado para as emendas parlamentares. O consenso deve substituir a decisão do ministro Flávio Dino, que suspendeu todos os repasses após apontar uma perduração do “orçamento secreto”, que foi considerado inconstitucional pela Corte em dezembro de 2022.

Ministros do STF, representantes do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e chefes do Congresso Nacional se reuniram nesta terça-feira, 20 Foto: Gustavo Moreno/STF

Ministros do STF, representantes do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e chefes do Congresso Nacional se reuniram nesta terça-feira, 20 Foto: Gustavo Moreno/STF

Na semana passada, todos os ministros da Corte avalizaram a decisão de Dino de suspender as emendas impositivas. Essas transferências são recursos indicados por deputados e senadores no Orçamento da União que o governo federal deve pagar conforme a livre escolha dos congressistas.

As emendas estão previstas na Constituição e são aprovadas no Orçamento da União, mas o STF entendeu que os repasses não cumprem requisitos da própria Constituição e da lei orçamentária.

O acordo feito entre os Poderes ocorreu em um almoço na sede do STF em Brasília. Na conversa, foi decidido que as emendas impositivas poderão voltar a ser direcionadas, desde que critérios de transparência sejam seguidos pelo Congresso e o Planalto. A expectativa agora é que Dino reconsidere a decisão da semana passada e apresente um novo despacho. Até lá, a liminar, avalizada por unanimidade na Corte, continuará valendo.

Como vão ficar as emendas Pix?

As emendas Pix são emendas individuais indicadas por cada deputado e senador. Atualmente, não há transparência sobre o que foi feito com os recursos e o gasto não é fiscalizado pelo Tribunal de Contas da União (TCU). Isso acontece porque o dinheiro cai direto na conta da prefeitura e pode ser gasto com qualquer coisa, menos com despesas de pessoal.

O acordo entre os Poderes determinou que o Congresso terá que identificar, antecipadamente, o que será feito com o dinheiro (se é para asfaltar uma rua ou bancar um show artístico, por exemplo). Foi acordado também que a transferência dos recursos será feita mediante prestação de contas ao Tribunal de Contas da União (TCU).

Foi decidido que outras modalidades de emendas parlamentares serão mantidas. O Congresso, porém, deverá respeitar uma nova regra para limitar o valor global desses gastos segundo o crescimento da parcela do Orçamento destinada a verbas discricionárias (não obrigatórias) como investimentos.

Como vão ficar as emendas de bancada?

Na teoria, as emendas de bancada, indicadas pelo conjunto de parlamentares de cada Estado, devem ser destinadas para obras estruturantes como rodovias, pontes e hospitais. Na prática, a norma, no entanto,

Conforme revelou o Estadão, deputados e senadores passaram a dividir as emendas de bancada em pequenos montantes, a serem enviados para prefeituras e entidades. Os recursos foram tratados como se fossem de emendas individuais. Ofícios obtidos por meio da Lei de Acesso à Informação (LAI) mostram o “racha” do dinheiro entre os congressistas, com nomes e valores da “cota” de cada um.

Na conversa entre os poderes, ficou definido que essas emendas deverão seguir o fundamento para qual foram criadas. Ou seja, Dino exigiu que os recursos sejam destinados apenas para projetos estruturantes, conforme a definição feita pelas bancadas.

Como vão ficar as emendas de comissão?

As emendas de comissão são indicadas pelas comissões da Câmara e do Senado para cada área de atuação, como saúde, educação e desenvolvimento regional. Na teoria, elas deveriam ser destinadas para ações de abrangência nacional, como a universalização do ensino e o PAC. O mecanismo, porém, é um dos herdeiros do orçamento secreto, com recursos pagos sem transparência e de forma fatiada entre parlamentares.

Com o acordo firmado entre os Poderes, essas emendas deverão ser destinadas somente após cumprir critérios que deverão ser definidos em um acordo entre o Legislativo e o Executivo. Um dos requisitos é que os recursos devem ser destinados para projetos de “interesse nacional ou regional”. Não houve decisão sobre a transparência dos parlamentares que apadrinham os repasses.Quer se manter informado, ter acesso a mais de 60 colunistas e reportagens exclusivas?Assine o Estadão aqui!

BRASÍLIA – O Supremo Tribunal Federal (STF) chegou a um acordo com o Congresso Nacional e o Palácio do Planalto nesta terça-feira, 20, para assegurar “critérios de transparência, rastreabilidade e correção” do dinheiro público destinado para as emendas parlamentares. O consenso deve substituir a decisão do ministro Flávio Dino, que suspendeu todos os repasses após apontar uma perduração do “orçamento secreto”, que foi considerado inconstitucional pela Corte em dezembro de 2022.

Ministros do STF, representantes do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e chefes do Congresso Nacional se reuniram nesta terça-feira, 20 Foto: Gustavo Moreno/STF

Ministros do STF, representantes do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e chefes do Congresso Nacional se reuniram nesta terça-feira, 20 Foto: Gustavo Moreno/STF

Na semana passada, todos os ministros da Corte avalizaram a decisão de Dino de suspender as emendas impositivas. Essas transferências são recursos indicados por deputados e senadores no Orçamento da União que o governo federal deve pagar conforme a livre escolha dos congressistas.

As emendas estão previstas na Constituição e são aprovadas no Orçamento da União, mas o STF entendeu que os repasses não cumprem requisitos da própria Constituição e da lei orçamentária.

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O acordo feito entre os Poderes ocorreu em um almoço na sede do STF em Brasília. Na conversa, foi decidido que as emendas impositivas poderão voltar a ser direcionadas, desde que critérios de transparência sejam seguidos pelo Congresso e o Planalto. A expectativa agora é que Dino reconsidere a decisão da semana passada e apresente um novo despacho. Até lá, a liminar, avalizada por unanimidade na Corte, continuará valendo.

Como vão ficar as emendas Pix?

As emendas Pix são emendas individuais indicadas por cada deputado e senador. Atualmente, não há transparência sobre o que foi feito com os recursos e o gasto não é fiscalizado pelo Tribunal de Contas da União (TCU). Isso acontece porque o dinheiro cai direto na conta da prefeitura e pode ser gasto com qualquer coisa, menos com despesas de pessoal.

O acordo entre os Poderes determinou que o Congresso terá que identificar, antecipadamente, o que será feito com o dinheiro (se é para asfaltar uma rua ou bancar um show artístico, por exemplo). Foi acordado também que a transferência dos recursos será feita mediante prestação de contas ao Tribunal de Contas da União (TCU).

Foi decidido que outras modalidades de emendas parlamentares serão mantidas. O Congresso, porém, deverá respeitar uma nova regra para limitar o valor global desses gastos segundo o crescimento da parcela do Orçamento destinada a verbas discricionárias (não obrigatórias) como investimentos.

Como vão ficar as emendas de bancada?

Na teoria, as emendas de bancada, indicadas pelo conjunto de parlamentares de cada Estado, devem ser destinadas para obras estruturantes como rodovias, pontes e hospitais. Na prática, a norma, no entanto, já foi violada e falta transparência.

Conforme revelou o Estadão, deputados e senadores passaram a dividir as emendas de bancada em pequenos montantes, a serem enviados para prefeituras e entidades. Os recursos foram tratados como se fossem de emendas individuais. Ofícios obtidos por meio da Lei de Acesso à Informação (LAI) mostram o “racha” do dinheiro entre os congressistas, com nomes e valores da “cota” de cada um.

Na conversa entre os poderes, ficou definido que essas emendas deverão seguir o fundamento para qual foram criadas. Ou seja, Dino exigiu que os recursos sejam destinados apenas para projetos estruturantes, conforme a definição feita pelas bancadas.

Como vão ficar as emendas de comissão?

As emendas de comissão são indicadas pelas comissões da Câmara e do Senado para cada área de atuação, como saúde, educação e desenvolvimento regional. Na teoria, elas deveriam ser destinadas para ações de abrangência nacional, como a universalização do ensino e o PAC. O mecanismo, porém, é um dos herdeiros do orçamento secreto, com recursos pagos.

Com o acordo firmado entre os Poderes, essas emendas deverão ser destinadas somente após cumprir critérios que deverão ser definidos em um acordo entre o Legislativo e o Executivo. Um dos requisitos é que os recursos devem ser destinados para projetos de “interesse nacional ou regional”. Não houve decisão sobre a transparência dos parlamentares que apadrinham os repasses.

 

PROJETO DE LEI EM DISCUSSÃO NO SENADO GERA RISCOS DE ALTERAÇÃO DE MANDATOS E VAI CRIAR UM CAOS POLÍTICO

 

História de Redação – IstoÉ Dinheiro

Um projeto de lei em discussão no Senado gera risco de alteração de mandatos e pode implicar em um ‘caos político’. O alerta é de um grupo de oito advogados eleitoralistas, capitaneados por Márlon Reis, um dos criadores da Lei da Ficha Limpa. Em manifesto, eles avaliam que os parlamentares estão tentando afrouxar inelegibilidades “de maneira nítida e acentuada”, atingindo o ‘coração’ da lei criada em 2010 para afastar a candidatura de condenados por crimes graves.

Os fundadores da Associação Brasileira de Eleitoralistas pedem que os senadores “dignifiquem o mandato recebido pelo voto popular” e votem contra a proposta.

Segundo eles, reverter a Lei da Ficha Limpa “atenta contra a soberania popular, contraria o interesse público e serve apenas para dar livre acesso à candidatura a cargos eletivos a indivíduos que deveriam estar fora do processo político”.

O grupo reage ao Projeto de Lei Complementar nº 192/2023, que voltou a ser discutido na Comissão de Constituição e Justiça do Senado. A proposta consta como primeiro item da pauta da sessão desta quarta-feira, 21. O relator do texto é o senador Weverton (PDT-MA), que deu parecer favorável às alterações no prazo das inelegibilidades.

Segundo Weverton, as mudanças visam “coibir distorções que hoje ocorrem, em que um detentor de mandato sofre pena determinada, e suas implicações sobre inelegibilidade incidem de forma desigual, e assim, afrontam o princípio constitucional da isonomia”.

Para o senador, algumas inelegibilidades acabam por decretar a “morte política da pessoa”.

Para os eleitoralistas, o projeto discutido pelos senadores representa “gravíssimos retrocessos” para as normas que regem o pleito. Uma das principais críticas é feita ao dispositivo que prevê a inelegibilidade, por oito anos, após o cumprimento da pena em processos criminais e em ações de improbidade. O novo texto estabelece que o prazo seja contado somente a partir da condenação em segundo grau.

Segundo a Associação Brasileira de Eleitoralistas, a proposta acaba por abrir uma fenda para a redução drástica do prazo de inelegibilidade de condenados por homicíido, estupro, tráfico de drogas e organização criminosa.

“Em alguns casos, indivíduos condenados por tais crimes nem mesmo ficariam inelegíveis, pois ao contar o prazo de 8 anos da condenação por órgão colegiado, e não do término da pena, esses indivíduos, ao término da pena, já teriam cumprido o prazo de inelegibilidade”, alertam os advogados.

Eles também criticam severamente a intenção dos parlamentares de unificar inelegibilidades em um limite máximo de 12 anos. A entidade vê ofensa ao princípio da isonomia, vez que condenados reincidentes sejam tratados de forma semelhante do que aqueles que tiveram uma intercorrência.

Também vê possibilidade de tal trecho no projeto abrir caminho para “situações anômalas e absurdas” e até mesmo incentivar novos ilícitos, já que eles não provocariam mais inelegibilidade.

“Caso determinada pessoa, durante os oito anos de inelegibilidade, inclusive no sétimo ano, cometa diversos outros crimes ou ilícitos que geram inelegibilidade, terá sua restrição eleitoral limitada em apenas 12 anos. Ou mesmo, no décimo ou 11º ano de inelegibilidade cometa novos ilícitos, ainda assim, terá sua inelegibilidade limitada a 12 anos, o que é absurdo”, advertem.

De acordo com os eleitoralistas, o ponto mais grave do texto é o fato de ele prever a aplicação das regras ainda em debate a processos em curso e com condenações definitivas, incidindo sobre eleições já concluídas.

Marlon Reis e seus pares veem “enorme risco de alteração dos mandatos em curso”.

“A reversão de registros indeferidos importaria na recontagem de votos, alteração dos quocientes partidário e eleitoral, maiores médias e a retotalização dos resultados, com a substituição de parlamentares federais, estaduais e municipais, causando um verdadeiro caos político e insegurança institucional e jurídica”, alertam.

EUTANÁSIA DO ESCRITOR BRASILEIRO ANTONIO CICERO NA SUÍÇA

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