Como tirar o tártaro do dente é uma pergunta
frequente feita por quem percebeu os seus dentes mais amarelados ao
longo do tempo. Se você é uma dessas pessoas, confira oito dicas
práticas de como remover a placa bacteriana para evitar a formação de
tártaro nos dentes.
Mas, lembre-se: dependendo do caso, quando o tártaro já
está formado, é melhor procurar ajuda odontológica, pois o tártaro pode
causar danos irreversíveis na gengiva e na arcada dentária.
O que o tártaro no dente pode causar?
Na odontologia, o tártaro é chamado de cálculo
dental, sendo resultado da mineralização da placa bacteriana ou
biofilme. Após cerca de 21 dias, caso o biofilme bacteriano não seja
removido, há a fixação de uma comunidade de bactérias. Dessa forma,
surge o tártaro, na parte interna e externa da linha da gengiva, na
superfície dos dentes. Além de ser desagradável esteticamente, o tártaro
pode levar à danificação dos dentes e da gengiva se não for removido.
A maneira mais fácil de evitar a formação de tártaro é escovar os dentes pelo
menos duas vezes ao dia e manter uma boa higiene bucal. Você deve usar
uma escova macia que deve ser substituída a cada três meses. Você também
pode considerar o uso de uma escova de dentes elétrica, que pode ser
mais eficiente do que a escova de dentes tradicional. Confira como
evitar ou se livrar do tártaro:
Como tirar o tártaro nos dentes de um jeito caseiro?
Passe o fio dental antes da escovação:
Segure 18 centímetros de fio dental, envolvendo uma extremidade em torno de cada um dos seus dedos do meio;
Segure o fio dental entre os dedos polegares e indicadores e, em seguida, empurre-o suavemente entre dois dentes;
Mova o fio fazendo um formato de C na lateral de um dente;
Esfregue o fio suavemente para cima e para baixo, continuando a pressioná-lo contra o dente;
Repita esse processo em todos os dentes, incluindo os do fundo.
Depois de passar o fio dental, você deve passar dois minutos escovando os dentes:
Coloque uma quantidade de creme dental do tamanho de uma ervilha na sua escova. Para as crianças, a quantidade de pasta de dente deve ser do tamanho de um grão de arroz;
Segure a escova de dentes em um ângulo de 45 graus com a gengiva;
Mova a escova para frente e para trás em movimentos curtos e suaves com a mesma largura de cada um dos seus dentes;
Escove todas as superfícies externas, superfícies internas e superfícies de mastigação, e não esqueça da língua;
Para o interior dos dentes da frente, incline a escova verticalmente e faça pequenos movimentos para cima e para baixo.
Com esses passos, sua saúde dentária certamente estará em bom estado.
Mas, infelizmente, a placa bacteriana se acumula rapidamente após ser
removida. Alguns especialistas recomendam outras receitas caseiras para tirar o tártaro dos dentes, incluindo tratamento com óleo de coco, entre outras dicas, confira:
1. Óleo de coco
Para evitar o tártaro dos dentes, bocheche uma
colher de sopa de óleo de coco durante 20 a 30 minutos. O óleo de coco é
benéfico para saúde bucal porque contém ácidos graxos como o ácido
láurico, uma substância com efeitos anti-inflamatórios e
antimicrobianos.
Um outro estudo publicado pela plataforma PubMed concluiu
que o óleo de coco é um ótimo adjuvante na diminuição da formação de
placa e gengivite induzida por placa – o que o torna um aliado na
higienização bucal diária.
2. Cascas de limão ou laranja
Esfregue a parte interna (o lado branco) das cascas de limão ou
laranja nos dentes por pelo menos dois minutos. As substâncias contidas
nas cascas ajudam a tirar o tártaro. Mas use no máximo duas vezes por semana, enxague e escove bem os dentes após, para tirar qualquer resquício de ácido.
3. Como tirar tártaro dos dentes com vinagre de maçã
O vinagre de maçã é um clareador natural, que ajuda a remover manchas
de café e cigarros, além de promover bem-estar às gengivas. Você pode
escovar os dentes com ele ou misturar um pouco de vinagre em água para
fazer bochecho. Mas é preciso tomar cuidado: o vinagre é um produto
ácido, que pode causar danos ao esmalte dos dentes. Se for usar vinagre
para tirar o tártaro dos dentes, lave bem a boca e escove os dentes com pasta depois.
4. Casca de banana
A casca da banana contém ácidos naturais que ajudam a clarear os dentes, além de conter diversos nutrientes.
A técnica é a mesma usada com cascas de laranja: esfregue a parte
interna da casca de banana nos dentes por alguns minutos. Depois é feita
a limpeza dos dentes mais uma vez.
5. Como tirar tártaro dos dentes com morango e sal
Escove os dentes com uma mistura de três morangos
grandes bem amassados com uma colher (de café) de sal. Seque os dentes
com um lenço e aplique a mistura usando a escova de dente. Deixe agir
por cinco minutos e enxágue. Escove em seguida.
Por ser rico em vitamina C, o morango ajuda a evitar o tártaro, que também afeta a cor dos dentes. Além disso, o fruto contém ácido málico, uma enzima que clareia os dentes.
8. Cúrcuma
A cúrcuma, ou açafrão brasileiro, é uma raiz com propriedades antibióticas e que também ajuda a evitar o tártaro dos dentes.
Apesar de ser amarela, basta escovar os dentes com um pouco de cúrcuma
em pó e na hora já é possível percebê-los ficando mais brancos. Você
também pode fazer uma mistura da cúrcuma com um pouco de óleo de coco,
para obter uma textura mais agradável.
9. Como tirar tártaro dos dentes com bicarbonato de sódio
O bicarbonato de sódio pode prevenir o acúmulo de tártaro nos dentes,
além de contribuir para o seu tratamento. É uma substância levemente
abrasiva e pode ser usada na escovação para a remoção de manchas e
clareamento dos dentes.
Contudo, é importante tomar cuidado para não danificar o esmalte dos
dentes, certificando-se de que não está fazendo muita força. Para tirar o tártaro dos dentes com
auxílio do bicarbonato de sódio, escove os dentes com uma mistura de
bicarbonato de sódio e água ou deixe essa pasta agir por 15 minutos nos
dentes.
O que acontece se não fizer a limpeza de tártaro?
O acúmulo de placa pode ter sérias consequências para a saúde. As bactérias do tártaro criam ácido alimentando-se dos açúcares dos alimentos ingeridos, o que pode danificar os dentes,
causar mau hálito e cáries. As bactérias também produzem toxinas que
podem danificar a gengiva, levando à doença periodontal (doença da
gengiva).
Ao contrário da placa bacteriana, a remoção do tártaro não
ocorre por meio da escovação ou uso do fio dental. Para se livrar dele,
deve ser feita uma visita ao seu ou sua dentista, que usará
instrumentos especiais para removê-lo em uma técnica chamada escamação e
polimento.
Como evitar a formação de tártaro nos dentes
A melhor maneira de evitar a formação de placa bacteriana é manter bons hábitos dentários. Escove os dentes por
dois minutos pelo menos duas vezes por dia (idealmente uma vez pela
manhã e uma vez antes de ir para a cama) e use fio dental pelo menos uma
vez por dia.
Consultas odontológicas regulares também são essenciais para prevenir a formação de tártaro. Seu dentista vai raspar e limpar os dentes para
que fiquem livres da placa e do tártaro. Eles também podem realizar um
tratamento com flúor, que pode prevenir e retardar o crescimento de
bactérias da placa bacteriana e o acúmulo de tártaro nos dentes. Isso
ajuda a prevenir a cárie dentária.
Um estudo sugere
que a goma de mascar adoçada com sorbitol ou xilitol entre as refeições
pode impedir o acúmulo de placa bacteriana. Mas certifique-se de não
adquirir chiclete com açúcar, o que estimula o crescimento de bactérias
nos dentes. Além disso, manter uma dieta saudável com baixo teor de açúcares adicionados também ajuda a prevenir o tártaro e outros problemas de saúde. Certifique-se de comer vegetais frescos e grãos integrais.
Está com aquele catarro irritante na garganta e não
sabe como sumir com ele? Pois saiba que a primeira atitude não deve ser
tomar um remédio, e sim consultar um especialista para descobrir a causa
do problema e entender quais as atitudes corretas para o seu caso.
De acordo com o Dr. Paulo Mendes Jr., otorrinolaringologista do
hospital IPO, as principais doenças que dão esse catarro na garganta são
a faringite e a laringite, além de enfermidades que dão catarro no nariz que pode descer para a garganta, como resfriado e sinusite. Ademais, quando a pessoa tem refluxo gástrico, pode dar essa impressão, pois surge uma secreção na garganta.
Muitas pessoas pensam que, quando esse catarro muda da aparência
clarinha e aquosa para uma amarelada ou esverdeada, é hora de tomar um
antibiótico, pois significaria que é algo bacteriano. Todavia, o médico
desmistifica isso, explicando que quadros virais também podem ter essa
mudança de cor nos seus primeiros 3 a 5 dias, que são os piores.
Somente pode-se suspeitar de bactérias se a coloração durar mais do
que isso e ficar o dia todo, não apenas pela manhã. E, mesmo assim, você
não deve se automedicar, sempre consultar um especialista.
Vale lembrar que um catarro acinzentado pode ter a ver com a infecção
por Streptococcus pneumoniae, a bactéria que é a principal causadora de
pneumonia, como explicado por Dorival Duarte, infectologista e
vice-diretor clínico do Hospital Adventista de São Paulo. Já o catarro
com sangue é sinal de condições mais graves e precisa ser examinado com
maior urgência.
Mas, afinal, o que fazer então para sumir com o catarro na garganta? Veja:
Dicas para sumir com o catarro na garganta
Como já explicado, é essencial a ajuda de um profissional. O
otorrinolaringologista é quem vai poder realizar exames, como a
nasofibroscopia, para descobrir a causa do problema. Somente aí poderá
receitar algum tratamento, já que tomar o remédio errado para a causa
pode até piorar a situação.
Porém, algo que pode ser feito sem muito medo é a lavagem nasal com
soro fisiológico. “Pode ser através do jato contínuo de soro ou
daquelas garrafinhas, que têm um alto volume de soro e conseguem limpar
mais, principalmente na região da maçã do rosto”, explica o Dr. Paulo
Mendes Jr.
Essa lavagem hidrata a mucosa nasal e diminui a secreção, e é bom
realizá-la todos os dias, mesmo que não esteja sentindo sintomas. Quando
o catarro surgir, é recomendável até fazer mais de uma vez por dia.
Vale lembrar que é importante saber fazer bem a lavagem, seguindo
todas as recomendações do médico. No caso da garrafinha, por exemplo,
ela deve ser de alto volume de soro, mas baixa pressão. Ou seja, não se
deve fazer rápido, com muita força.
Outra dica é apostar na inalação com o soro fisiológico e beber
bastante água, pois essas ações fluidificam a secreção. Evite também
pigarrear, por mais que isso possa parecer ajudar no momento.
“Se for repetitivo, o pigarro pode traumatizar a região das cordas
vocais e provocar uma úlcera de contato. Nessa situação, vai ficar muito
incomodativo, o paciente vai fazer mais pigarro e vai ficar um ciclo
vicioso”, diz o especialista.
Por fim, Dorival Duarte diz que outros hábitos podem piorar o catarro
na garganta. “Condições como o hábito de fumar, exposição a ambientes
com presença de ácaros, e ao pólen das flores, contribuem para a piora
da secreção nas vias aéreas superiores”, cita.
Giuliana Tranquilini – Professora e Colunista da StartSe
A jornada de construção de uma Marca Pessoal eficaz envolve a
compreensão de que o fracasso não apenas é inevitável, como essencial.
Foto: Pexels
Tabu, derrota, mancha na imagem profissional. São alguns termos com que o mundo corporativo costumava associar histórias sem “final feliz”. Ainda que todos saibam que ele exista e não haja quem não o enfrente uma hora ou outra, o fracasso é sempre aquele convidado que chega na festa e causa mal estar. É o elefante na sala, se preferirem.
Quando a gente observa uma criança pequena aprender a andar, é fácil
entender que a habilidade real não está em evitar fracassos ou tombos,
mas em como se responde a eles.
Uma abordagem construtiva aos fracassos pode revelar resiliência e a capacidade de adaptação,
qualidades altamente valorizadas em qualquer profissional. Já pensou se
os tombos iniciais fizessem a criança optar por permanecer
engatinhando?
A jornada de construção de uma Marca Pessoal eficaz envolve a
compreensão de que o fracasso não apenas é inevitável, como essencial.
Aqui no Vale do Silício, eu diria até que “errar” sempre esteve em alta. Seja em uma explosão no lançamento da SpaceX, seja no Metaverso de Mark Zuckerberg ou ainda nos “n” produtos da Alphabet (Google) que não dão certo e são descontinuados ou mudam de nome sem aviso prévio.
Por que eu digo isso? Quando a SpaceX lançou a Starship, a nave mais poderosa do mundo que pretende no futuro levar seres humanos até Marte, seu propulsor explodiu três minutos após o lançamento. A empresa do bilionário Elon Musk admitiu que a explosão não era programada, mas argumentou também que o teste tornará a nave mais confiável.
Ou seja, erros precisam acontecer agora para que os
cientistas descubram o que não pode dar errado quando a nave for
finalmente tripulada. Os lançamentos são sempre celebrados, cada vez que
algo dá errado, novas adaptações são feitas. Há quem critique os valores que Musk investe em cada “fracasso“, mas ninguém pode dizer que ele não se esmera na busca pela excelência no processo.
Talvez pelo fato de que na Era da Informação, as empresas mais valiosas do mundo são “Big Techs”, o Vale do Silício tornou-se um local que convida ao erro, um local de experimentação, que dá margem para recalcular a rota.
Só não vale errar por anos e esconder isso de seu público, como
Elizabeth Holmes, ex-Theranos, que hoje cumpre pena de prisão por
fraude.
A expectativa é de que a antiga “nova Steve Jobs“,
como foi apelidada na época, seja libertada em dezembro de 2032. Há quem
aposte que ela irá fazer como Nelson Mandela, ou seja, irá transformar
os anos de cadeia em parte de sua história e marca pessoal.
Não só nas gigantes da Califórnia como na sua própria jornada como empreendedor, é preciso ver que cada erro carrega consigo uma lição.
No contexto de todo e qualquer tipo de personal branding,
independente da metodologia a que se recorra, entender e refletir sobre
as falhas e gaps pessoais é parte inescapável de uma boa construção de
Marca Pessoal. Desconfie de quem tentar vender só positividade. Magic
Kingdom é um parque!
Acertar é possível?
“O que significa errar para você?”, essa foi uma pergunta que me
fizeram recentemente em um podcast. Respondi sem medo que, obviamente,
ninguém gosta de errar, mas é parte do processo de crescimento e aprendizagem. Para mim, como empreendedora, é a chance de poder fazer melhor da próxima vez. Identifico o problema e ajusto a rota.
Isso evita a repetição dos erros e traz insights valiosos para um processo de melhoria progressiva e contínua. A capacidade de aprender com os erros é um indicativo de um profissional que não teme desafios e está sempre buscando evoluir.
Admitir falhas publicamente soa contraintuitivo para alguém de prestígio. Contudo, mostrar-se vulnerável de maneira estratégica e autêntica pode aumentar significativamente a confiança que os outros têm em você. Já pensou nisso?
Se os maiores gênios da humanidade escorregam, não errar seria, em
si, um erro, certo? Ser transparente sobre as próprias falhas demonstra integridade e humanidade, características que atraem e retêm conexões profissionais e pessoais profundas.
Particularmente em culturas como a brasileira, existe forte
resistência à ideia de falhar. O desafio é ainda mais acentuado em
ambientes que não incentivam a tomada de riscos.
No entanto, criar um espaço em que o risco é permitido e o fracasso
como meio de acertar é crucial para o desenvolvimento de uma Marca
Pessoal resiliente e adaptável.
Recentemente, Matt Abrahams, autor e professor de Comunicação Estratégica da Stanford Graduate School of Business, convidou para o seu podcast “Think Fast, Talk Smart: Communications Techniques” a também autora e professora da Harvard Business School, Amy Edmondson, para trocar ideias a respeito da arte de fracassar.
Ela lançou recentemente o livro “Right Kind of Wrong: The Science of Failing Well”, algo como “O Tipo Certo de Erro: A Ciência de Falhar Bem”, ainda sem tradução no Brasil.
Ela oferece tanto em sua fala como na obra, ótimos insights sobre como categorizar e aprender com diferentes tipos de fracassos. O objetivo? Em uma organização, fomentar a inovação e a eficácia da equipe. E, claro, ao fazer isso, a sua essência, a sua Marca Pessoal como líder, ganha força.
Não há só uma forma de fracassar
A autora lista os fracassos em três categorias distintas, cada uma
delas com lições e implicações próprias para o aprendizado, seja a
pessoa liderança ou colaborador de uma empresa.
A primeira, chamada de fracasso básico, inclui erros resultantes de desatenção ou esforço insuficiente. Embora muitas vezes vistos como desnecessários, atuam como lembretes vitais para manter a vigilância e dedicação. Revisar é preciso.
Já o fracasso complexo emerge em sistemas intrincados onde múltiplos componentes podem interagir. Esses fracassos são frequentemente inevitáveis, ocorrendo durante tentativas de inovação ou em resposta a mudanças nas condições existentes.
Eles são particularmente valiosos por exporem vulnerabilidades no sistema que precisam ser corrigidas, incentivando melhorias em processos e mecanismos de segurança.
O fracasso inteligente é o mais importante. São experimentos deliberados, de resultados incertos. Este tipo é fundamental para inovações transformadoras e aprendizado significativo. Motivam a exploração e o teste de ideias: impulsionam o avanço e a descoberta em ambientes altamente competitivos e dinâmicos.
A autora também destaca a importância de transitar da ruminação para a reflexão.
Lembra do que eu respondi ao podcast que mencionei acima? Ao invés de
meramente remoer os fracassos, é necessário analisá-los de forma
construtiva. Ou não há crescimento pessoal.
Além disso, só a capacidade de se comunicar de forma aberta e eficaz irá criar um ambiente onde o fracasso se torna oportunidade para
crescimento. Um espaço seguro onde uma equipe possa expressar ideias
não convencionais, desafiar normas e compartilhar suas falhas sem medo
de julgamento é indispensável para fomentar a inovação.
Dentro dessa atitude produtiva com o erro, é preciso
ter segurança psicológica para experimentar e falhar, e ainda criar
ferramentas onde lições sejam tiradas dos fracassos. Estes passos ajudam
a criar uma equipe resiliente e adaptável, além de garantir que cada
erro contribua para o sucesso coletivo.
Gerenciar o erro
Uma maneira eficaz de lidar com erros, sejam eles do tamanho que forem, é a busca constante por feedback. Isso não só ajuda a identificar áreas de melhoria, mas também demonstra um compromisso com o crescimento pessoal e profissional. Aliás, você dá abertura para receber críticas?
Lembre-se: não leve o lado pessoal, julgue a ação. No método Fly para fortalecer a marca pessoal, que desenvolvi junto com a Susana Arbex, a realizamos o Feedback 360º anônimo
para avaliar sua reputação, pedimos para pessoas que convivem ou
conviveram com o nosso cliente para falar qual imagem que eles percebem
daquele cliente. Isso é fundamental para a gente entender como somos
percebidos pelo outro.
Documentar suas falhas e as lições aprendidas pode transformar experiências negativas em exemplos de determinação e capacidade de superação. E, claro, compartilhar esses “casos de estudo”
não apenas enriquece seu perfil profissional, mas também serve como
inspiração para outros que podem estar enfrentando desafios semelhantes.
Ser um exemplo é uma forma natural de estabelecer uma marca realmente
única.
A chave para uma marca pessoal forte não é ser infalível, mas a habilidade de transformar falhas em pilares de crescimento.
Ao enfrentar seus fracassos de frente e aprender com eles, você não só
demonstra o tamanho da sua garra, mas também constrói uma marca pessoal que verdadeiramente ressoa com autenticidade e confiança.
Leitura recomendada
Experimente vivenciar a inovação e a tecnologia onde elas nascem. Em 5
dias de Imersão no Vale do Silício, você vai se conectar com renomados
acadêmicos, empresas e investidores locais.
Mindset correto é o que vai fazer você alcançar (ou não) o sucesso
Junior Borneli, co-fundador do StartSe
Mulher negra e sorridente segurando um IPad e olhando para frente (Fonte: Getty Images)
Mindset é a sua programação mental, é como você encara tudo que está ao teu redor
Mindset. Você já ouviu essa palavinha algumas vezes aqui no StartSe.
Ela é importante, talvez uma das coisas mais importantes para “chegar
lá” (seja lá onde for que você quiser chegar).
É sua habilidade de pensar o que você precisa para ter sucesso. E
como a maioria das coisas que você possui dentro de você, ela é uma
espécie de programação do seu ser. Tanto que é possível que você adquira
outro mindset durante a vida, convivendo com as pessoas corretas,
conhecendo culturas diferentes.
Algumas pessoas dizem que é isso das pessoas que faz o Vale do
Silício ser a região mais inovadora do mundo. Eu, pessoalmente, não
duvido. Fato é: você precisa de ter a cabeça no lugar certo, pois a
diferença entre um mindset vencedor e um perdedor é o principal fator
entre fracasso e sucesso.
Para isso, é importante você começar do ponto inicial: um objetivo.
“Todo empreendedor precisa ter um objetivo. Acordar todos os dias e
manter-se firme no propósito de fazer o máximo possível para chegar lá é
fundamental”, diz Junior Borneli, co-fundador do StartSe e uma das
pessoas mais entendidas de mindset no ecossistema brasileiro.
De lá, é importante você fazer o máximo que puder e não perder o
foco, mantendo-se firme. “Não importa se no final do dia deu tudo certo
ou errado. O importante é ter a certeza de que você fez tudo o que foi
possível para o melhor resultado”, avisa.
Com a atitude certa, é capaz que você sempre consiga canalizar as
coisas como positivas. “Você sempre tem duas formas de olhar um a mesma
situação: aquela em que você se coloca como um derrotado e a outra onde
você vê os desafios como oportunidades. Escolha sempre o melhor lado das
coisas, isso fará com que sua jornada seja mais leve”, alerta o
empreendedor.
Esses tipo de sentimento abre espaço para uma característica
importantíssima dos principais empreendedores: saber lidar com grandes
adversidades. “Um ponto em comum na maioria os empreendedores de sucesso
é a superação”, destaca Junior Borneli.
Saber lidar com essas adversidades vai impedir que você pare no
primeiro problema (ou falência) que aparecer na sua frente. “São muito
comuns as histórias de grandes empresários que faliram várias vezes,
receberam diversos ‘nãos’ e só venceram porque foram persistentes”,
afirma.
É importante ter esse mindset resiliente, pois, nem sempre tudo será
fácil para você – na verdade, quase nunca será. “Empreender é, na maior
parte do tempo, algo muito doloroso. Até conseguir algum resultado
expressivo o empreendedor passa por muitos perrengues. A imensa maioria
fica pelo caminho”, diz.
É como uma luta de boxe, onde muitas vezes, para ganhar, você terá
que apanhar e apanhar e apanhar até conseguir desferir o golpe (ou a
sequência) certo. “Na minha opinião, não há melhor frase que defina a
trajetória de um empreendedor de sucesso do que aquela dita por Rocky
Balboa, no cinema: ‘não importa o quanto você bate, mas sim o quanto
aguenta apanhar e continuar. É assim que se ganha’”, ilustra.
O problema talvez seja que alguns aspectos do empreendedorismo tenham
glamour demais. “Empreender não é simplesmente ter uma mesa com
super-heróis e uma parede cheia de post-its coloridos. Você vive numa
espécie de montanha russa de emoções, onde de manhã você é ‘o cara’ e à
tarde não tem dinheiro pro café”, salienta.
Vale a pena, porém, perseverar neste caminho. “Para aqueles que são
persistentes e têm foco, a jornada será difícil, mas o retorno fará
valer a pena!,” destaca o empreendedor.
DERROTA TAMBÉM ENSINA
Um ponto importante do sucesso é saber lidar com o fracasso e, de lá,
tomar algumas lições para sair mais forte ainda. “Toda derrota nos
ensina algumas lições e assim nos tornamos mais fortes a cada nova
tentativa. A cultura do fracasso, aqui no Brasil, é muito diferente dos
Estados Unidos”, afirma Junior.
No Vale do Silício, falhar é encarado algo bom, na verdade – e
aumenta suas chances de sucesso futuro. “Por lá, empreendedor que já
falhou tem mais chances de receber investimentos porque mostrou
capacidade de reação e aprendeu com os erros”, conta o empreendedor.
Mas ao pensar sobre fracasso, você precisa ter o filtro correto para
não deixar a ideia escapar. “Encarar os erros como ensinamentos e
entender que falhar é parte do jogo torna as coisas mais fáceis e
suportáveis”, salienta.
Foco é a palavra de ordem para você conseguir alcançar os objetivos
traçados no caminho, mesmo que em alguns momentos pareça que está tudo
dando errado. “Por fim, buscar o equilíbrio mental e o foco são
fundamentais. Nas vitórias, tendemos a nos render à vaidade e ao
orgulho. E nas derrotas nos entregamos ao desânimo e a depressão.
Mentalize seus objetivos, foque nos caminhos que vão leva-lo até eles e
siga firme em frente”, afirma.
É importante que você tenha noção de que para ser uma exceção, você
não pode pensar da maneira comodista que a maior parte das pessoas. “Se
você quer chegar onde poucos chegaram, precisará fazer o que poucos têm
coragem e disposição para fazer”, completa.
O “não” do cliente a uma proposta. Por quê?
Moysés Peruhype Carlech
Fiquei pensando e ao mesmo tempo preocupado com o seu “não”,
sem nenhuma explicação, à nossa proposta de divulgação da sua loja e de
resto todas as lojas dessa cidade no Site da nossa Plataforma Comercial
da Startup Valeon.
Esse “não” quer dizer, estou cheio de compromissos para fazer
pagamentos mensais, não estou faturando o suficiente para cobrir as
minhas despesas, a minha loja está vendendo pouco e ainda me vem mais
uma “despesa” de publicidade da Startup Valeon?
Pergunto: como vou comprar na sua loja? Se não sei qual é a
sua localização aí no seu domicílio? Quais os produtos que você
comercializa? Se tem preços competitivos? Qual a sua interação online
com os seus clientes? Qual o seu telefone de contato? Qual é o seu
WhatsApp?
Hoje em dia, os compradores não têm tempo suficiente para
ficarem passeando pelos Bairros e Centros da Cidade, vendo loja por loja
e depois fazendo a decisão de compra, como antigamente.
A pandemia do Covid-19 trouxe consigo muitas mudanças ao
mundo dos negócios. Os empresários precisaram lutar e se adaptar para
sobreviver a um momento tão delicado como esse. Para muitos, vender em
Marketplace como o da Startup Valeon se mostrou uma saída lucrativa para
enfrentar a crise. Com o fechamento do comércio durante as medidas de
isolamento social da pandemia, muitos consumidores adotaram novos
hábitos para poder continuar efetuando suas compras. Em vez de andar
pelos corredores dos shoppings centers, bairros e centros da cidade,
durante a crise maior da pandemia, os consumidores passaram a navegar
por lojas virtuais como a Plataforma Comercial Valeon. Mesmo aqueles que
tinham receio de comprar online, se viram obrigados a enfrentar essa
barreira. Se os consumidores estão na internet, é onde seu negócio
também precisa estar para sobreviver à crise e continuar prosperando.
É importante você divulgar a sua loja na internet com a ajuda
do Site da Startup Valeon, que no caso não é uma despesa a mais e sim
um investimento para alavancar as suas vendas. Desse modo, o seu
processo de vendas fica muito mais profissional, automatizado e
eficiente. Além disso, é possível a captação de potenciais compradores e
aumentar o engajamento dos seus clientes.
Não adianta pensar dessa forma: “Eu faço assim há anos e deu
certo, porque eu deveria fazer diferente? Eu sei o que preciso fazer”. –
Se você ainda pensa assim, essa forma de pensar pode representar um
grande obstáculo para o crescimento do seu negócio, porque o que trouxe
você até aqui é o que você já sabe e não será o que levará você para o
próximo nível de transformação.
O que funcionava antes não necessariamente funcionará no
futuro, porque o contesto está mudando cada vez mais rápido, as formas
como os negócios estão acontecendo são diferentes, os comportamentos dos
consumidores está se alterando, sem contar que estão surgindo novas
tecnologias, como a da Startup Valeon, que vão deixar para trás tudo
aquilo que é ineficiente.
Aqui, na Startup Valeon, nós sempre questionamos as formas de
pensar e nunca estamos totalmente satisfeitos com o que sabemos
justamente por entender que precisamos estar sempre dispostos a conhecer
e aprender com o novo, porque ele será capaz de nos levar para onde
queremos estar.
Mas, para isso acontecer, você precisa estar disposto a
absorver novas formas de pensar também e não ficar amarrado só ao que
você já sabe.
Se este for seu caso, convido você a realizar seu novo começo
por meio da nossa forma de anunciar e propagar a sua empresa na
internet.
Todos eles foram idealizados para você ver o seu negócio e a
sua carreira de uma forma completamente diferente, possibilitando levar
você para o próximo nível.
Aproveite essa oportunidade para promover a sua próxima transformação de vendas através do nosso site.
Então, espero que o seu “não” seja uma provocação dizendo para nós da Startup Valeon – “convença-me”.
Sem ordem judicial, PF pediu ao X informações sobre deputado federal
Em um ofício de 16 de março de 2023, a que a CNN teve acesso com
exclusividade, a Polícia Federal pediu ao X dados pessoais de dois
perfis do deputado federal André Fernandes (PL-CE). O delegado Raphael
Soares Astini deu um prazo de dois dias para que a rede social
respondesse. O texto do requerimento cita o artigo 2º, do parágrafo 1º
da lei 12.830/2013 (que trata sobre investigação criminal conduzida pelo
delegado de polícia) e o artigo 10º, do parágrafo terceiro da Lei do
Marco Civil da Internet para fundamentar o pedido sem ordem judicial. O
trecho da lei de 2023, citado pela PF, diz que “ao delegado de polícia,
na qualidade de autoridade policial, cabe a condução da investigação
criminal por meio de inquérito policial ou outro procedimento previsto
em lei, que tem como objetivo a apuração das circunstâncias, da
materialidade e da autoria das infrações penais”. O documento enviado ao
X pedia “nome, CPF, e-mail, endereços, terminais telefônicos utilizados
e/ou cadastros, dados bancários e do cartão de crédito cadastrados e
logs de criação, contendo IP, data, hora, fuso horário GMT/UTC e porta
lógica da conta do usuário”, no caso, o deputado André Fernandes
(PL-CE). O escritório Bastian Advogados, contratado pelo X Brasil,
respondeu à Polícia Federal e ao delegado Raphael Soares Astini, por
meio de um ofício em 5 de abril de 2023. https://www.youtube.com/watch?v=r4CuhJcKxPE Após
mencionar os artigos 10, 15, e 22 do Marco Civil da Internet, o ofício
afirma que “as operadoras do X estão impossibilitadas de fornecer os
registros de acesso, até que seja proferida uma ordem judicial
fundamentada e com indicação de período e descrição da utilidade, de
forma a atender à exigência criada pelo legislador para o regular
trâmite do procedimento de quebra de sigilo”. O ofício reproduz os
artigos citados do Marco Civil da Internet. O artigo 10, parágrafo 1º,
diz que o provedor só será obrigado a disponibilizar os registros
mediante ordem judicial. O artigo 15 diz que o provedor deverá manter os
registros de acesso pelo prazo de 6 meses. O parágrafo 3º do mesmo
artigo afirma que a disponibilização ao requerente dos registros deverá
ser precedida de autorização judicial. Já o artigo 22 diz que a parte
interessada poderá requerer ao juiz que ordene ao responsável pela
guarda o fornecimento do registro. Esse mesmo artigo cita que “o
requerimento deverá conter, sob pena de inadmissibilidade, fundados
indícios de ocorrência do ilícito e justificativa motivada da utilidade
dos registros solicitados”. Logo após citar os artigos do Marco Civil da
Internet, o representante do X no Brasil afirma que não pode fornecer
os registros. “Operadoras do X estão impossibilitadas de fornecer os
registros de acesso, até que seja proferida uma ordem judicial
fundamentada e com indicação de período e descrição da utilidade, de
forma a atender à exigência pelo legislador para o regular trâmite do
procedimento de quebra de sigilo. (…) Não se trata de preciosismo
formalista, mas unicamente de observação atinente à obrigação legal
imposta à empresa no tratamento de dados de usuários”, diz o Twitter
Brasil. Nas páginas cinco e seis, o documento cita o artigo 11,
parágrafo 1º do decreto 8.771/2016, que regulamenta o Marco Civil da
Internet para afirmar que a plataforma não armazena dados cadastrais. O
artigo é reproduzido no ofício: “§ 1º O provedor que não coletar dados
cadastrais deverá informar tal fato à autoridade solicitante, ficando
desobrigado de fornecer tais dados”. Em seguida, a plataforma afirma que
“não há, portanto, dados a fornecer”. O ofício do representante do
Twitter no Brasil volta a citar a legislação brasileira em seguida e
fala que dados disponíveis poderão ser apresentados mediante decisão
judicial fundamentada, em obediência aos dispositivos do Marco Civil da
Internet. “(…) destaca-se que inexiste previsão legal no ordenamento
jurídico brasileiro determinando que os provedores de aplicação de
internet preservem e forneçam conteúdo. (…) Nesse contexto, o TWITTER
BRASIL informa que as Operadoras do Twitter procederam à preservação dos
dados atualmente disponíveis em seus servidores relativos aos usuários
em questão, e que poderão ser apresentados mediante decisão judicial
fundamentada, em obediência aos dispositivos do Marco Civil da Internet
supracitados.” Após o Twitter negar fornecer as informações, a Polícia
Federal descartou o pedido à plataforma. O que diz cada lei As
investigações de perfis nas redes sociais no inquérito das milícias
digitais abriram uma discussão no meio jurídico sobre a obrigatoriedade —
ou não — de ordem judicial para acessar dados privados dos usuários. A
CNN ouviu juristas especialistas em Direito Digital que apontam
divergência entre as leis 12.830, de 2013, e o Marco Civil da Internet,
de 2014. A primeira não trata sobre a necessidade de ordem judicial para
um delegado acessar dados cadastrais e endereço de IP para identificar o
dono de um perfil nas redes. Já o Marco Civil exige pedido da Justiça
para investigadores acessarem esses dados. A lei 12.830/2013 — que trata
sobre a investigação criminal conduzida pelo delegado de polícia — diz
que “cabe ao delegado de polícia a requisição de perícia, informações,
documentos e dados que interessem à apuração dos fatos”. “Art. 2º As
funções de polícia judiciária e a apuração de infrações penais exercidas
pelo delegado de polícia são de natureza jurídica, essenciais e
exclusivas de Estado. § 1º Ao delegado de polícia, na qualidade de
autoridade policial, cabe a condução da investigação criminal por meio
de inquérito policial ou outro procedimento previsto em lei, que tem
como objetivo a apuração das circunstâncias, da materialidade e da
autoria das infrações penais. § 2º Durante a investigação criminal, cabe
ao delegado de polícia a requisição de perícia, informações, documentos
e dados que interessem à apuração dos fatos”. O trecho da lei
12.965/2014 (Marco Civil da Internet), que trata da proteção aos
registros, aos dados pessoais e às comunicações privadas, cita que o
provedor será obrigado a disponibilizar registros mediante ordem
judicial. “Art. 10. A guarda e a disponibilização dos registros de
conexão e de acesso a aplicações de internet de que trata esta Lei, bem
como de dados pessoais e do conteúdo de comunicações privadas, devem
atender à preservação da intimidade, da vida privada, da honra e da
imagem das partes direta ou indiretamente envolvidas. § 1º O provedor
responsável pela guarda somente será obrigado a disponibilizar os
registros mencionados no caput, de forma autônoma ou associados a dados
pessoais ou a outras informações que possam contribuir para a
identificação do usuário ou do terminal, mediante ordem judicial, na
forma do disposto na Seção IV deste Capítulo, respeitado o disposto no
art. 7º. § 2º O conteúdo das comunicações privadas somente poderá ser
disponibilizado mediante ordem judicial, nas hipóteses e na forma que a
lei estabelecer, respeitado o disposto nos incisos II e III do art.
7º.” https://www.youtube.com/watch?v=wQd8q70k56c Juristas
ouvidos pela CNN Para o advogado especialista em crimes cibernéticos,
professor de Direito Digital da FGV e presidente da Comissão Nacional de
Cibercrimes da ABRACRIM, Luiz Augusto Filizzola D’ Urso, existe uma
interpretação dúbia na lei. “A meu ver, prevalece a necessidade de ordem
judicial para apresentação desses dados, uma vez que o Marco Civil da
Internet é claro, principalmente no artigo 10, parágrafo primeiro, que a
decisão para que se quebre IP tem que ser judicial e que o delegado que
deseje ter esses elementos no seu inquérito policial, que faça a
representação e encaminhe para o fórum.” Para o advogado em Direito
Constitucional e especialista em Direito Digital André Marsiglia, uma
plataforma não deve ceder dados pessoais de um perfil sem uma
autorização judicial, porque pode ser responsabilizada na Justiça pelo
próprio usuário. “A polícia não pode fazer uma solicitação sem
autorização judicial. Os artigos 18 e 19 do Marco Civil da Internet
permitem a liberação de informações, mas teria que haver uma decisão
justificada, explicando a pertinência do pedido. E a justificativa não
pode ser sigilosa. A necessidade de uma decisão judicial é uma forma de
proteção para a plataforma. Se a plataforma cede os dados pessoais de um
usuário, ela pode ser responsabilizada frente ao usuário”, afirma
Marsiglia. Outros documentos a que a CNN teve acesso também mostram que,
após o Twitter negar o compartilhamento de dados do parlamentar André
Fernandes, a Polícia Federal descartou o envio de dados do Twitter, já
que a titularidade das duas contas na plataforma foi confirmada pelo
próprio deputado em depoimento em 9 de maio de 2023 à Polícia Federal.
“Manifesto-me pela desistência da diligência representada no Ofício (…),
haja vista que perdeu seu objeto, posto que, através dela, buscava-se a
confirmação de titularidade das contas do TWITTER vinculadas ao
investigado, o que foi obtido com a própria confirmação dele no seu
depoimento constante nos autos do Inquérito intitulado.” Deputado
federal citado O deputado André Fernandes (PL-CE) é alvo de um inquérito
no Supremo Tribunal Federal por condutas que se referem a postagens, em
redes sociais, de um suposto incentivo aos atos do dia 8 de janeiro,
recomendação da Procuradoria-Geral da República em janeiro de 2023. No
entanto, em julho de 2023, o subprocurador-Geral da República Carlos
Frederico Santos recomendou o arquivamento do inquérito policial por
considerar que “replicar um conteúdo em rede social conhecido por
milhares torna impossível reconhecer o nível de influência da postura do
investigado”. A CNN procurou o deputado André Fernandes, o X e a
Polícia Federal e aguarda um retorno.
Uma das ferramentas mais importantes da medicina moderna, a radiação
oferece hoje poderosos recursos tanto no diagnóstico como no tratamento
de doenças. Poucos sabem, no entanto, que a descoberta da técnica
repesentou prejuízos para vidas humanas inicialmente, e contou com uma
boa dose de serendipidade, ou acaso, para acontecer. O uso controlado da
radiação na medicina envolve a aplicação dos princípios da
radioatividade, um processo que ocorre naturalmente no núcleo instável
de alguns átomos. E tudo isso começou quando o físico alemão Wilhelm
Conrad Röntgen divulgou, em 1895, a existência dos raios-X que, é
importante lembrar, não têm nada a ver com radioatividade. O que Röntgen
realmente investigava era o efeito da passagem da corrente elétrica
através de tubos de vácuo, quando notou um estranho brilho fluorescente
em uma tela coberta com platinocianeto de bário, embora o tubo estivesse
envolto em uma cartolina preta. Ele percebeu que se tratava de uma
radiação capaz de penetrar objetos opacos, chamando-a de “X”
(desconhecida). Sem saber que os raios-X eram produzidos apenas por um
estímulo externo, o físico francês Henri Becquerel começou a pesquisar
aquela luminescência (emissão de luz após absorver energia) em alguns
materiais na natureza. Para testar sua hipótese, colocou sais de urânio
em uma placa fotográfica envolta em papel preto, e os expôs à luz do Sol
por várias horas. A placa escureceu. A descoberta da radioatividade
Ainda comemorando a suposta comprovação de sua tese de que o urânio
absorvia a energia do Sol e depois “a emitia como raios-X”, o físico
tentou repetir a experiência dias depois. Mas, como o tempo estava
nublado em Paris, guardou as amostras de urânio sobre chapas
fotográficas em um local escuro. Quando retornou mais tarde, Becquerel
observou que, mesmo sem terem sido expostas à luz solar, as chapas
estavam sensibilizadas. Intrigado, o físico repetiu o experimento
diversas vezes, variando as condições e os materiais, e percebeu que
algum tipo de radiação atravessava o papel preto e velava a emulsão
fotográfica. Segundo o pesquisador Fabio Luiz Navarro Marques, gestor do
Centro de Medicina Nuclear da Faculdade de Medicina da USP, o “cosmo”
conspiraria mais uma vez “para que os cientistas Marie Curie e Pierre
Curie se casassem e trabalhassem juntos na Universidade Sorbonne, em
Paris. A partir de um equipamento desenvolvido por Pierre, Marie pôde
identificar o pitchblende [uranita], um mineral que continha urânio e
outros metais mais radioativos que o próprio urânio purificado”. Desse
processo, explica o químico à CNN, Marie Curie descobriu duas
substâncias muito mais ativas do que o urânio. Batizando-as de polônio e
rádio, a também matemática cunhou pela primeira vez o termo
“radioatividade”. Pelas descobertas, Marie Curie não apenas se tornou a
primeira mulher a ganhar o prêmio Nobel, o de Física em 1903 (junto com
seu marido Pierre, e Becquerel), mas foi também a primeira pessoa do
mundo a conquistar o prêmio duas vezes, recebendo também o de Química em
2011. Marie Curie e os perigos da radiação Quando morreu, em 1934, de
aplasia medular, uma condição rara que impede a produção de células
sanguíneas pela medula óssea, Marie Curie não conhecia completamente os
efeitos malignos da radiação ionizante. Acostumada a carregar tubos de
ensaio com isótopos radioativos no bolso, suas preciosas anotações, e
até o seu livro de receitas, estão até hoje guardados em caixas de
chumbo blindadas para evitar que a radiação escape. Um dos casos mais
notáveis sobre os riscos da radiação ionizante ocorreu na década de
1920, nos EUA: foram as chamadas “radium girls”, jovens que pintavam
mostradores de relógios com radio (para brilhar no escuro). Mesmo com
suspeitas dos riscos existentes em materiais radioativos, a gerência da
empresa não tomou nenhum tipo de precaução. Usando a técnica do
“lip-pointing”, as garotas molhavam os pincéis com os lábios para obter
uma ponta mais fina, o que as levou a ingerir rádio. Essa exposição
gerou sérios probLemas de saúde para essas trabalhadoras, pois o
envenamento radioativo levou à necrose óssea, anemia severa e câncer. A
repercussão pública do escândalo fez com que regulamentações de
segurança mais rigorosas fossem inseridas nos locais de trabalho e
estimulou a criação de instrumentos legais para responsabilizar as
empresas pela saúde e segurança de seus trabalhadores. Paradoxalmente, o
Projeto Manhattan, que desenvolveu as bombas atômicas que mataram entre
150 mil a 245 mil pessoas (além de expor 600 mil “hibakusha”, ou
pessoas afetadas pela explosão, à radiação de longo prazo), foi a
primeira grande iniciativa para o desenvolvimento de medidas de proteção
contra a radiação, beneficiando cientistas, engenheiros e as 10 mil
“garotas do calutron” que, sem saber, separavam o urânio-235 do U-238.
Os benefícios da radiação para o mundo moderno Passados 129 anos daquele
“eureka” inicial de Röntgen, podemos afirmar com segurança que o uso da
radiação teve um impacto profundo e transformador da vida na Terra.
Hoje, os radioisótopos são utilizados em uma grande variedade de
processos, afirma Marques, sendo que o principal é a produção de energia
elétrica nas usinas nucleares. No entanto, destaca o químico da FMUSP, a
outra importante área de aplicação “é na medicina nuclear, onde
radioisótopos são ligados a moléculas, formando os radiofármacos, para
diagnóstico de doenças neurodegenerativas, do miocárdio e oncológicas.
Neste último caso, podem ser utilizados para tratamento dos tumores”.
Além disso, o especialista afirma que as fontes radioativas são também
utilizadas em outros setores, como mineralogia, agricultura, além do uso
da chamada radiação ionizante de alimentos, para destruir
microrganismos patogênicos e aumentar a vida útil de frutas e
vegetais. No controle de pragas, à Técnica do Inseto Estéril (TIE)
irradia insetos machos, tornando-os inférteis. Sobre o risco de os
diagnósticos por radiação ficarem ultrapassados, com o uso de novas
tecnologias, como nanopartículas e IA, Marques é categórico: “de forma
alguma, pois todos esses temas são transversais à radiação”. Ele cita o
caso das nanopartículas que, modificadas com radioisótopos, aumentam seu
potencial diagnóstico ou terapêutico. Quanto a IA, ele a vê como uma
ferramenta auxiliar. Finalmente, falando sobre a serendipidade, Marques
salienta “que o acaso acontece em qualquer área da ciência, e só
cérebros com capacidade interpretá-lo e ter a tenacidade de buscar uma
resposta, farão com que esse acaso se transforme em processos que
beneficiem a humanidade”, conclui.
Na noite de 21 de agosto de 1986, uma catástrofe inimaginável se
abateu sobre o noroeste de Camarões: o lago Nyos, situado na cratera de
um vulcão extinto,
explodiu em um evento que chocou o mundo. O que causou essa explosão
devastadora? Como um lago pode se transformar em uma bomba-relógio
mortal?
O perigo invisível dos lagos vulcânicos
Lago Nyos. (Fonte: Wikimedia Commons/Reprodução)
Lagos vulcânicos são formados em crateras de vulcões extintos, onde a
atividade magmática ainda pode influenciar o ambiente subaquático.
Nessas formações, o dióxido de carbono (CO2) é liberado de uma câmara magmática subterrânea e se acumula no fundo do lago.
Normalmente, as variações de temperatura e os movimentos da água ajudam a liberar o CO2 de
maneira segura. No entanto, em regiões equatoriais, como em Camarões,
onde a temperatura da água é constante e a circulação é limitada, o CO2 se
acumula gradualmente em uma camada supersaturada no fundo do lago.
Quando ocorre uma perturbação, como um terremoto ou deslizamento de
terra, essa camada de gás pode ser liberada de uma só vez, num evento
conhecido como erupção límnica.
Foi isso que aconteceu em 15 de agosto de 1985, no lago Monoun,
localizado 100 km a sudeste do Nyos. Uma erupção límnica liberou uma
quantidade fatal de CO2, matando 37 pessoas. Cerca de um ano depois, Nyos experimentou uma tragédia ainda maior, quando uma erupção límnica liberou quase um bilhão de metros cúbicos de CO2,
criando uma nuvem mortal que se espalhou pelos vales vizinhos,
sufocando tudo em seu caminho. Estima-se que 1.746 vidas humanas foram
ceifadas, além de mais de 3 mil cabeças de gado e numerosos animais
selvagens.
Como prevenir novos desastres
Desgasificação controlada no Lago Nyos. (Fonte: Wikimedia Commons/Reprodução)
Após o desastre do Nyos, órgãos internacionais se mobilizaram para
evitar novos eventos catastróficos. A solução encontrada foi a
instalação de tubos de ventilação no fundo dos lagos para permitir a
liberação gradual do CO2. Em 2001, um tubo de ventilação foi
finalmente colocado no Nyos, enquanto o Monoun recebeu três tubos entre
2003 e 2006. Esses tubos ajudaram a reduzir a pressão de gás, mas os
desafios persistem.
O lago Kivu, na fronteira entre Ruanda e a República Democrática do
Congo, é outro lago vulcânico que representa um risco significativo. Com
uma área de 2.700 m2 e uma profundidade de 480 metros, o Kivu contém cerca de 256 km3 de CO2 e 65 km3 de metano – um gás inflamável. Uma erupção poderia causar um desastre em uma escala sem precedentes.
Atualmente, os especialistas monitoram de perto os lagos vulcânicos e desenvolvem estratégias para
gerenciar o gás de forma segura, potencialmente utilizando-o para
abastecer usinas de gás natural. Embora medidas preventivas tenham sido
implementadas, o risco permanece, e os moradores ao redor desses locais
continuam a viver sob a sombra de desastres naturais.
O apresentador Sílvio Santos, de 93 anos, morreu no fim da madrugada deste sábado,
17, às 4h50, no Hospital Israelita Albert Einstein, onde estava
internado há dezessete dias. Comunicado assinado por quatro médicos do
hospital e divulgado pouco antes das 11h informou que Senor Abravanel
morreu em decorrência de uma broncopneumonia após infecção por influenza A (H1N1).
O empresário e apresentador Silvio Santos morreu devido a uma broncopneumonia após infecção por H1N1 Foto: ROBSON FERNANDJES
Em julho, o apresentador já havia sido internado no hospital por
quatro dias, após ser diagnosticado com gripe H1N1. No dia primeiro de
agosto ele retornou ao hospital já apresentando complicações decorrentes
da gripe.
Após uma infecção viral pelo H1N1 o paciente tende a ficar mais
suscetível a uma infecção pulmonar bacteriana, desenvolvendo uma pneumonia.
No caso da broncopneumonia, um subtipo da infecção, se estabelece uma
inflamação nos alvéolos, estruturas pulmonares responsáveis pela troca
de oxigênio com o sangue.
O que é a influenza H1N1
A influenza A (H1N1) é um subtipo do influenzavírus A e a causa mais comum de gripe em
seres humanos. Por diferentes mutações, esse subtipo deu origem às mais
diversas cepas, entre elas algumas mais virulentas, como a que provocou
a epidemia de gripe espanhola em 1918. O H1N1 costuma estar por trás da
maioria das internações por síndrome respiratória aguda grave (SRAG) no
País.
Os principais sintomas da influenza A são febre, dor de garganta,
tosse, dor no corpo, dor de cabeça, diarreia, vômito, fadiga, rouquidão,
entre outros.
A evolução da doença varia muito de acordo com o perfil do paciente.
Pessoas com doenças crônicas, idosos e crianças menores de 2 anos são os
mais vulneráveis e sujeitos a complicações, como a pneumonia.
A vacinação é
uma das principais medidas de prevenção da gripe. Como o vírus
influenza é altamente mutável, a vacina é atualizada anualmente para que
possa proteger contra os três subtipos do micro-organismo que mais
circularam durante o último ano, incluindo a cepa mais recente do H1N1.
Por isso, é importante se imunizar anualmente. O SUS disponibiliza a
vacina gratuitamente para os grupos prioritários. Quando sobram vacinas,
como foi neste ano, a campanha é aberta para toda a população. Para se
vacinar, basta procurar a Unidade Básica de Saúde mais perto da sua casa
Outras medidas de prevenção são: lavar as mãos regularmente com água e
sabão ou álcool em gel; evitar tocar os olhos, o nariz e a boca; cobrir
o nariz e a boca ao espirrar e evitar o compartilhamento de objetos de
uso pessoal, como talheres, pratos, copos e garrafas. Outra medida
importante é manter os ambientes ventilados e evitar o contato próximo
com pessoas que apresentem sinais ou sintomas de gripe.
Se a gripe for diagnosticada cedo, remédios antivirais podem ser
administrados para o tratamento. Outras recomendações incluem ingerir
muito líquido e se manter em isolamento para evitar a transmissão do
vírus. Já a pneumonia bacteriana pode ser tratada com antibióticos.
O curto comunicado médico divulgado pelo Albert Einstein sobre Silvio
Santos na manhã deste sábado foi assinado por quatro médicos: o
geriatra Gabriel Truppel Constantino, o geriatra Victor José Dornelas
Melo, o cirurgião José Curado, e o diretor médico do hospital, Miguel
Cendrorogio Neto.
Não é surpresa que o corpo humano passe por um desgaste natural com o envelhecimento. No entanto, um estudo recente revelou que esse processo pode não ser tão gradual quanto imaginamos.
O estudo revela algumas verdades notáveis sobre o envelhecimento,
especificamente quando e como nossos corpos começam a passar por
mudanças drásticas.
As descobertas foram publicadas na revista Nature Aging.
Quando o corpo humano começa a envelhecer?
Uma equipe da Escola de Medicina de Stanford, nos EUA, analisou dados
de indivíduos entre 25 e 75 anos, focando em moléculas importantes para
o envelhecimento, incluindo aquelas que compõem nossos microbiomas — o
conjunto de bactérias, vírus e fungos presentes no corpo.
Eles descobriram que 81% dessas moléculas não seguem um padrão
cronológico previsível. Em vez disso, o corpo humano passa por períodos
de mudança acelerada em idades específicas: aos 44 e 60 anos.
Essa descoberta pode transformar nossa compreensão sobre o processo de envelhecimento.
Relação entre envelhecimento e doenças
Os pesquisadores observaram que moléculas associadas a doenças cardiovasculares apresentaram mudanças significativas durante os períodos críticos de envelhecimento.
Além disso, alterações substanciais foram observadas em moléculas
ligadas à função imunológica, que é fundamental para a defesa do corpo
contra doenças, especialmente em indivíduos que alcançam os 60 anos.
Essas descobertas destacam como o envelhecimento pode influenciar diretamente a vulnerabilidade a doenças graves.
Os pesquisadores investigaram essas tendências depois de perceber um
aumento acentuado no risco de desenvolver condições relacionadas à
idade, como Alzheimer e doenças cardiovasculares, na meia-idade, em vez
de um aumento constante.
Detalhes do estudo
As descobertas do estudo se basearam em dados de 108 participantes.
Ao longo de vários anos, a cada poucos meses, os pesquisadores
analisaram amostras biológicas desses participantes, permitindo aos
cientistas rastrear 135.000 mudanças relacionadas à idade em diferentes
moléculas.
A equipe descobriu milhares de moléculas e micróbios que passam por mudanças, aumentando ou diminuindo sua abundância.
De acordo com o estudo, 81% das moléculas estudadas experimentaram
mudanças drásticas em idades específicas. Essas transformações foram
mais prevalentes quando os participantes estavam na faixa dos 40 e 60
anos.
De acordo com os pesquisadores, as mudanças afetam tudo. Isso inclui
desde como o corpo processa álcool e cafeína até como ele regula seu
sistema imunológico função renal e a saúde cardíaca.
Embora mais pesquisas sejam necessárias para entender completamente
essas mudanças repentinas, as descobertas do estudo destacam a
importância de prestar atenção especial à nossa saúde na faixa dos 40 e
60 anos.
Medidas simples como aumentar a atividade física para proteger a saúde do coração e manter a massa muscular, ou reduzir o consumo de álcool, podem ajudar muito a retardar o processo de ‘deterioração’ do corpo.
As tecnologias de captura e armazenamento de carbono (CSS,
na sigla em inglês) têm sido muito discutidas nos últimos tempos. Sendo
vistas como uma das possíveis soluções para reduzir os impactos das mudanças climáticas.
No entanto, mesmo desenvolvidas com o intuito de preservar a vida
humana no planeta, essas tecnologias nem sempre estão livres de
malefícios.
O CCS, que significa Carbon Capture and Storage, surgiu como uma ferramenta capaz de amenizar os impactos das emissões de dióxido de carbono (CO2) na atmosfera provenientes de processos industriais. Ele é liberado, por exemplo, na queima de combustíveis fósseis, mas também no desmatamento e na utilização de calcário para a produção de cimento. Nesse processo, o CCS pode capturar grande parte das emissões desse gás até 90%.
Vale ressaltar que todo o gás é armazenado em formações rochosas. Ou
seja, um conjunto de rochas ou minerais que tem características próprias
em relação à sua composição, idade, origem ou outras propriedades
similares.
Em 2005, alguns cientistas e o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) apontam
essa tecnologia como um mecanismo de mitigação não único, mas
imprescindível. Contudo, para outros, ela veio apenas para reforçar o
uso de combustíveis fósseis nos meios de produção das indústrias
tradicionais.
Captura de carbono
A captura de carbono (CO2) é realizada de três formas diferentes, cada uma com processos específicos:
Pré-combustão
Pós-combustão
Combustão de oxi-combustível
Os sistemas de pré-combustão convertem combustível sólido, líquido ou gasoso em uma mistura de hidrogênio e
gás carbônico. Isso a partir de processos como gaseificação ou
reforma. Nessa reação, o hidrogênio pode ser usado como gerador de
calor ou energia livre de dióxido de carbono.
A captura pós-combustão envolve capturar o gás carbônico da exaustão
de um sistema de combustão. Então, absorvê-lo em um solvente, antes de
remover e comprimir os elementos poluentes. O dióxido de carbono também
pode ser separado usando filtração por membrana de alta pressão, bem
como por processos de separação criogênica.
Por fim, a combustão de oxi-combustível consiste na queima de um
combustível com o oxigênio no lugar do ar. Para que o gás resultante
seja constituído de vapor de água e gás carbônico. Apesar desse processo
facilitar a captura de carbono devido à sua maior concentração, ele
requer a separação prévia de oxigênio do restante do ar.
Transporte
A captura de carbono é realizada para que o dióxido de carbono possa
ser comprimido e transportado por meio de dutos. A mesma tecnologia
daqueles que já transportam gás natural. A CCS Association afirma
que milhões de toneladas são transportadas anualmente para fins
comerciais e ressalta que existe um potencial significativo de
desenvolvimento dessa infraestrutura.
Armazenamento de carbono
Depois de transportado, o gás carbônico é armazenado cuidadosamente
em formações geológicas selecionadas (ou formações rochosas), que ficam
localizadas a vários quilômetros abaixo da superfície da Terra. As
opções de armazenamento costumam ser aquíferos profundos, cavernas ou
domos de sal, reservatórios de gás ou óleo e camadas de carvão. Por
serem encontradas em locais profundos, essas formações geológicas
armazenam o dióxido de carbono bem longe da atmosfera. Logo, diminuindo
os impactos de suas emissões.
Quais as vantagens e desvantagens da captura de carbono?
Existem prós e contras quando se fala na tecnologia de captura e armazenamento de carbono.
O primeiro ponto contra é que, até o efetivo desenvolvimento e
disseminação dessa ferramenta, muito combustível fóssil ainda será
queimado. Isso faz com que muitos cientistas duvidem da validade dessa
solução. Afinal, uma vez que a própria existência do CCS pode reforçar
um aumento no uso desses combustíveis.
Contudo, aqueles a favor da disseminação do CCS defendem que o uso de
combustíveis fósseis está longe de acabar. De acordo com John Thompson,
participante da Fossil Fuel Transition Project, o uso dessas
fontes de energia continua aumentando. Por isso, uma tecnologia que
diminua as emissões atmosféricas de CO2 é necessária de ser
implementada, mesmo que ainda não seja a melhor solução.
Outro custo, além do energético, são os elevados investimentos necessários. Para conter o aquecimento global na
meta de 1,5° Celsius, seriam necessários mais de cem projetos de CCS. A
fim de eliminar 270 milhões de toneladas de poluição de dióxido de
carbono por ano, de acordo com a Agência Internacional de Energia (IEA).
No entanto, os custos dessa ampliação não atraem as grandes
indústrias. Assim, soltar esse gás na atmosfera é muito mais barato.
Entenda o que é aquecimento global no vídeo abaixo:
Ainda, para além das dificuldades dessa tecnologia de captura, o
armazenamento também passa a ser pauta de debate. Existem diversos
riscos envolvendo as técnicas de armazenamento geológico desse gás do
efeito estufa, como a ocorrência de terremotos e vazamentos acidentais.
Tecnologia sustentável e captura e armazenamento de carbono
Para cientistas como Peter Eisenberg, fundador da Global Thermostat,
uma tecnologia que não retira dióxido de carbono da atmosfera não é
sustentável. Nas palavras de Eisenberger Por que gastar tanto tempo,
energia e ingenuidade chegando com soluções que não são realmente
soluções?. Segundo ele, apenas a tecnologia que remove o gás já
presente no ar poderia ser a solução chamada de “carbono-negativo”. E,
assim, viabilizar a comercialização do composto comprimido no mercado.
Assim, a tecnologia que retira o CO2 diretamente do ar surge com a
promessa de resolver os problemas em torno do CCS. Ao contrário da
captura tradicional, a ferramenta não precisa ser acoplada diretamente
nas fontes poluidoras para seu funcionamento. Ela utiliza filtros e
produtos químicos para realizar essa captura.
Como a captura é feita através da atmosfera, o carbono capturado
diretamente é proveniente de vários tipos de emissões. Alguns exemplos
são as de carro ou avião, transportes responsáveis por metade da
liberação de gases do efeito estufa (GEE)
no planeta. Dessa forma, diferentemente das técnicas de capturas
tradicionais que exigem uma remodelagem do complexo industrial, ela pode
ser mais facilmente instalada.
Além disso, os defensores da captura pela atmosfera afirmam que essa
tecnologia permite uma redução significativa dos custos e dos gastos
energéticos. Uma vez que ela não precisa de elevadas temperaturas e
concentrações para o seu funcionamento. A ferramenta também tem outras
vantagens, como processos comprovados, maior pureza do gás carbônico e
maior flexibilidade na localização.
As técnicas de captura e armazenamento de carbono aparecem
como uma ajuda extremamente importante, porém apresentam consequências a
serem ponderadas. A captura pelo ar parece diminuir muitos desses
efeitos ou dificuldades de implementação. No entanto, o fato de que as
fontes de energia devem ser substituídas não muda.
Ives Gandra da Silva Martins é professor emérito das universidades
Mackenzie, Unip, Unifieo, UniFMU, do Ciee/O Estado de São Paulo, das
Escolas de Comando e Estado-Maior do Exército (Eceme), Superior de
Guerra (ESG) e da Magistratura do Tribunal Regional Federal – 1ª Região,
professor honorário das Universidades Austral (Argentina), San Martin
de Porres (Peru) e Vasili Goldis (Romênia), doutor honoris causa das
Universidades de Craiova (Romênia) e das PUCs PR e RS, catedrático da
Universidade do Minho (Portugal), presidente do Conselho Superior de
Direito da Fecomercio -SP, ex-presidente da Academia Paulista de Letras
(APL) e do Instituto dos Advogados de São Paulo (Iasp).
Faleceu na segunda-feira, 12/8, um querido amigo, Antonio Delfim Netto, aos 96 anos. Nem sempre, contudo, fomos amigos.
Em 1968, quando era o todo-poderoso Ministro da Fazenda, do governo
Costa e Silva, Delfim Netto pediu o confisco dos meus bens e a abertura
de um Inquérito Policial Militar (IPM) contra mim, por entender que os
honorários advocatícios que eu recebera de um determinado cliente, cuja
defesa estava fazendo com vitórias em primeira instância, eram produto
de um sonegador, e pretendeu – foi manchete dos jornais daquela época -,
que houvesse o confisco de todos os meus bens. Isso em pleno Ato
Institucional nº 5, ou seja, 2 meses depois, em 12 de fevereiro de 1969.
Era um período em que das pessoas que respondiam aos IPMs, muitos não
voltavam. Foi assim com o jornalista Vladimir Herzog, que morreu durante
um IPM.
Felizmente, quem mandava iniciar o inquérito era o ministro da
Justiça, que fora meu professor na Faculdade de Direito da USP, o
Ministro Gama e Silva. Ele entendeu que os honorários advocatícios não
tinham nenhuma vinculação com a vida de quem defendia, até porque eu
estava ganhando a questão na justiça. O Ministro Gama e Silva nunca
mandou intimar-me. Eu mesmo disse aos jornais, quando veio a notícia,
que o Ministro poderia me investigar, pois eu não tinha nada a esconder.
Vale ressaltar que os honorários só foram descobertos porque eu os
declarara, numa época em que poucos faziam a declaração do que ganhavam
na advocacia, pelo menos a declaraça o completa.
Com o passar do tempo, Delfim e eu passamos a manter relações. Ele
mesmo disse que a briga não era pessoal, mas técnica. Ficamos amigos. Em
1986, fundamos a Academia Internacional de Direito e Economia. Entre os
economistas, estavam ele, Roberto Campos, Ernane Galvêas, Mário
Henrique Simonsen, Carlos Langoni, Afonso Celso Pastore e, entre os
juristas, Manoel Gonçalves, Celso Bastos, Moreira Alves, Oscar Correia e
outros. Fui seu primeiro presidente.
A nossa amizade cresceu. Em 1986/1987, depois de uma audiência
pública feita na Assembleia Nacional Constituinte – ele presidia a
subcomissão de reforma da ordem econômica -, chegou a declarar ao Estado
de São Paulo que eu seria um excelente candidato a prefeito da cidade.
Escrevemos quatro livros juntos e demos algumas palestras. Sempre
tive uma grande admiração pelo Delfim, porque ele tinha precisão gráfica
para definir situações com frases que eram cirúrgicas para aquele
momento. Era um esplêndido economista, um cidadão absolutamente preciso e
pragmático no que fazia. Como cidadão, apesar de ter participado do
governo militar, sempre manteve contato com todas as áreas acadêmicas e
políticas. Foi deputado e foi titular da FEA, na Universidade de São
Paulo. Nosso último encontro foi durante uma palestra que demos juntos,
há dois ou três anos, na Fecomercio.
Nunca ninguém entendeu como é que nos tornamos bons amigos depois
daquilo que houve em 1968. José Renato Nalini chegou a dizer que o meu
baú de ressentimentos não tem fundos, por isso é que a amizade fora
possível.
Estou convicto de que o Brasil perdeu um grande economista.
Hoje, o que está faltando no país são bons economistas. Nomes
reconhecidos no exterior, grandes expressões, economistas não da área
privada, mas sim atuantes no poder público. Roberto Campos Neto é
excelente presidente do Banco Central. Mas nós não estamos vendo mais
expressões como aquelas que, num determinado momento, chegaram a
produzir o Plano Real, a enfrentar a grande crise da década de 1980,
como fez Delfim, “sentando” sobre a inflação quando ela chegou a 200% ao
ano, após permitir um crescimento exponencial do Brasil como na década
de 1970, que nos levou, de um país desconhecido no cenário
internacional, a ser uma das potências mundiais na economia.
Mesmo no período inflacionário, o Brasil nunca teve uma
“hiperinflação”, mas apenas uma “super inflação” incapaz de desorganizar
a economia.
Sinto muito a morte do Delfim. Conversei com Galvêas, pouco antes de
ele falecer (aos 99 anos), sobre a importância de Delfim Netto para este
país. Ele também foi companheiro do Delfim e fundador da Academia
Internacional de Direito e Economia, criada para mantermos um diálogo
entre os economistas e os juristas, de tal modo que os juristas
entendessem as questões econômicas e os economistas não se aborrecessem
com as questões jurídicas.
De fato, um economista como Delfim fará falta ao Brasil, porque mesmo
nos últimos tempos, já doente – ele sofria de gota há muitos anos -,
ainda quando consultado, tinha aquele humor cirúrgico, que definia
situações com brilhantismo único.
Tenho a impressão de que o Brasil está ficando sem suas grandes
inteligências, que precisam ser renovadas, mas para isso precisamos que
todos pensem menos ideologicamente, e mais pragmaticamente, procurando
olhar realmente para a ciência, a cultura, a educação, para o
crescimento do país, e não apenas alimentando-se de ódios passados, não
permitindo que o Brasil cresça. Que Deus o receba de braços abertos, é o
que eu desejo como seu velho amigo.