Inovação como motor de transformação: um guia para líderes que desejam construir empresas mais competitivas e resilientes.
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A inovação não é uma solução mágica para todos os problemas, embora seja a chave para o crescimento das empresas. É muito importante que isso esteja claro.
Inovar é algo que vai além de ter ideias brilhantes e ou de realizar grandes investimentos. A verdadeira transformação requer uma cultura organizacional que sustente e promova a inovação de maneira contínua.
Tudo começa com enfrentar as resistências internas que surgem naturalmente. As pessoas tendem a resistir às mudanças, preferindo manter processos e ideias familiares.
Para criar um ambiente propício à inovação, é necessário incentivar um modelo que questione o status quo e sugira novasabordagens.
A questão é que desafiar a lógica atual leva as pessoas e as organizações para outra armadilha: o medo de errar, uma barreira comum, mas que pode ser um dos maiores obstáculos ao crescimento.
Nesse contexto, líderes devem ajudar suas equipes com uma visão valiosa para a inovação: encarar as falhas como oportunidades de aprendizado.
E aqui uma questão importante: temos que aprender também com os erros
de outras empresas, não apenas os nossos. É mais rápido e mais barato.
A busca constante por conhecimento é outro ponto fundamental. A inovação tem como base o vasto repertório que construímos por meio de experiências práticas, aprendizados teóricos e interações com diversos atores do ecossistema empresarial.
Minha trajetória foi construída, principalmente, no agronegócio, um setor que, diferentemente das empresas de tecnologia, não nasceu digital, mas que está se digitalizando tão rapidamente quanto qualquer outro segmento.
A cultura desses negócios exige uma capacidade incrível de ambidestria, para manter as operações atuais competitivas e, ao mesmo tempo, inovar com foco no futuro.
Fato é que tecnologias, inteligência artificial (IA) e automação
estão transformando todas as atividades econômicas, da produção
agrícola à indústria de ponta. E, portanto, são recursos que podem (e
devem) ser explorados por todas as empresas, independentemente do
segmento de atuação ou do tamanho do negócio. Sem uma cultura ambidestra voltada à inovação fica difícil explorar essas novas fronteiras!
Além disso, a diversidade é um motor essencial para quem quer inovar continuamente.
Diferentes perspectivas e experiências de vida trazem novas formas de abordar problemas e encontrar soluções fora do comum. Equipes multifuncionais e a colaboração entre elas são fundamentais para gerar insights e soluções inovadoras.
Há também a percepção equivocada de que a inovação requer altos investimentos financeiros. Na realidade, o mais importante é a capacidade de captar e gerenciar recursos de maneira eficiente para transformar ideias em projetos concretos. Esses recursos vão além do financiamento, incluindo tempo, equipe e outros suportes necessários.
Por fim, é indispensável que os esforços de inovação estejam alinhados com a estratégia geral da empresa. Iniciativas inovadoras que não se conectam aos objetivos de negócios correm o risco de perder a relevância.
Construir uma cultura de inovação exige uma mudança de mentalidade, o que, sem dúvida, é desafiador, mas esse é o caminho para o crescimento sustentável. Por isso, antes de adotar qualquer iniciativa de inovação, volte-se para a cultura da empresa e avalie esses pontos.
Esse cuidado pode tornar seus investimentos mais efetivos e potencializar os resultados a serem alcançados.
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do mercado.
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no modo como o serviço é entregue, a nossa startup busca fugir do que o
mercado já oferece para se destacar ainda mais.
Muitos acreditam que desenvolver um projeto de inovação demanda
uma ideia 100% nova no mercado. É preciso desmistificar esse conceito,
pois a inovação pode ser reconhecida em outros aspectos importantes como
a concepção ou melhoria de um produto, a agregação de novas
funcionalidades ou características a um produto já existente, ou até
mesmo, um processo que implique em melhorias incrementais e efetivo
ganho de qualidade ou produtividade ao negócio.
A inovação é
a palavra-chave da nossa startup. Nossa empresa busca oferecer soluções
criativas para demandas que sempre existiram, mas não eram aproveitadas
pelo mercado.
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escala e de atrair os investimentos corretos para o nosso crescimento.
O consumidor brasileiro pode pagar o equivalente a uma conta de luz a
mais por ano para bancar novos subsídios ao setor elétrico, resultado
dos “jabutis” inseridos por deputados federais no projeto que cria o
marco regulatório para usinas eólicas em alto-mar (offshore), que irá a
votação no Senado nas próximas semanas. O cálculo, feito pela Abrace
Energia, mostra que a tarifa média paga por cada consumidor hoje é de R$
168,15, e os jabutis representarão, em média, um extra de R$ 221,96 por
ano em cada conta de luz.
Jabuti é o termo que define os “contrabandos” anexados por
parlamentares a projetos em discussão – grande parte das vezes sem a
menor relação com o texto original – para passar matérias de seu
interesse. Foi popularizado por Ulysses Guimarães quando presidia a
Câmara e costumava repetir, ao identificar esse tipo de emenda, que
“jabuti não sobe em árvore, se está lá foi água de enchente ou mão de
gente”.
O principal objetivo do projeto é garantir a ampliação da oferta de
energia limpa com as eólicas offshore, mas, como não bastasse a carona
indesejada, os jabutis vão inclusive na direção oposta, incentivando o
uso de usinas a carvão e gás, além do financiamento da construção de
gasodutos para levar o combustível a termoelétricas que ainda nem
existem. Tudo isso à custa dos usuários de energia elétrica de todo o
País que arcarão com a despesa em suas tarifas mensais.
Como mostrou reportagem do Estadão, o projeto, que
iniciou seu trâmite no Senado, ao chegar à Câmara foi usado para
acomodar várias outras propostas, aprovadas em plenário praticamente sem
debate. Em dezembro do ano passado, estudo apresentado durante encontro
de entidades setoriais detalhou cálculos que estimam em R$ 25 bilhões
por ano, até 2050, os impactos dessas emendas, o que equivale ao total
de R$ 658 bilhões.
Encargos e impostos que bancam subsídios concedidos pelo governo já
absorvem quase metade do valor atual das contas de luz. Parte
considerável dessa distorção é resultado direto da marra populista da
então presidente Dilma Rousseff, que em 2012 decidiu baixar a tarifa por
medida provisória, estratégia que, por óbvio, fracassou, deixando um
enorme passivo na Conta de Desenvolvimento Econômico (CDE). Para piorar,
o Tesouro, que bancava os subsídios aportando recursos na CDE, deixou
de fazê-lo, e toda a conta ficou com os consumidores.
O crédito tomado pelas distribuidoras para suportar o baque nas
receitas durante a pandemia de covid está embutido na conta de luz; os
prejuízos da seca histórica de 2021 e 2022 que afetou os reservatórios
também. E, de forma espantosa, Lula da Silva resolveu repetir a
inconsequência de Dilma com outra medida provisória que autorizou o
governo a tomar empréstimo para pagar os créditos assumidos em nome dos
consumidores.
Trata-se de operação, já em curso, de securitização de R$ 20 bilhões
que a União teria a receber em três décadas da Eletrobras como parte do
processo de privatização. Ou seja, uma antecipação, com emissão de
títulos e pagamento de juros. Diz o governo que a previsão é de baixar
entre 2,5% e 10% as contas de luz. Ainda que o cálculo esteja correto,
será mais uma ilusão de curto prazo que, como a experiência já
comprovou, não tardará a causar mais um passivo de grande monta.
Já o projeto das eólicas offshore, se receber a aprovação do Senado
com todos os jabutis que carrega, não apenas representará custo
adicional aos consumidores, como vai pressionar a inflação e ampliar o
entrave à competitividade industrial. Espera-se do Senado o debate
técnico que não houve na Câmara para eliminar essas distorções e
malandragens.
Afinal, a transição energética dita a pauta mundial, e não há como
explicar o prolongamento por mais dez anos, até 2050, das poluentes
usinas a carvão. Além disso, está cada vez mais claro que a conta de luz
serve para pagar muito mais do que o consumo de energia elétrica,
funcionando como uma espécie de imposto para financiar a construção de
gasodutos em direção a usinas térmicas ainda inexistentes
O Supremo Tribunal Federal (STF)
define a pauta de julgamentos de maneira discricionária, informal e
individualista, permitindo que os ministros decidam, na maioria das
vezes, quais casos serão julgados e quando. A conclusão é do grupo de
pesquisa Constituição, Política e Instituições (COPI) da USP, que
revelou que a falta de regras objetivas, juntamente com fatores
externos, influencia o trâmite processual na Corte. Como resultado,
alguns processos são levados à sessão de julgamento em poucos dias,
enquanto outros aguardam décadas.
Para juristas e cientistas políticos ouvidos pelo Estadão,
embora o próprio Supremo tenha promovido reformas nos últimos anos, a
falta de critérios rígidos e transparentes na análise dos processos que
chegam à instituição ainda persiste, tornando a seleção das demandas a
serem julgadas imprevisível e seletiva; o que, por sua vez, afeta a
legitimidade e a reputação da Corte, bem como a percepção de acesso à
justiça pela população.
O estudo analisou o tempo total de 1.529 processos desde sua entrada
oficial no sistema do Supremo até a sessão de julgamento no plenário
físico, considerando todos os casos que foram pautados entre 2013 e
2019, incluindo aqueles iniciados antes desse período. Dentre eles, a
ação mais rápida tramitou em apenas 2 dias, enquanto a mais demorada
levou 41 anos. Também foram realizadas entrevistas com atores-chave,
incluindo 5 ministros do STF, 17 assessores de diferentes gabinetes e
advogados com trânsito na Corte.
“O processo de decisão do STF possui várias particularidades que não
se explicam apenas pelos tipos de processos, em que alguns são
naturalmente mais rápidos do que outros. É a ausência de regras e prazos
objetivos no próprio Supremo, somada a um conjunto de fatores
informais, como as preferências individuais dos ministros, a preocupação
com a reputação, advogados de renome, partes envolvidas e cobertura na
mídia, que desempenham um papel muito relevante para que um processo
seja selecionado para julgamento em detrimento de outro. Então, sim,
atualmente o Supremo julga, na maioria dos casos, o que e quando
quiser”, diz Luiz Fernando Esteves, pesquisador da USP e professor do
Insper, responsável pela pesquisa.
Passo a passo da pauta
Conforme explica o pesquisador, quando um processo chega ao STF, ele é
distribuído a um relator, que decide quando o caso está pronto para ser
julgado. Após a liberação, cabe ao presidente do STF determinar o
momento em que a demanda será incluída na pauta de julgamentos do
plenário presencial, entre aquelas liberadas pelos relatores. Ambos
podem tomar essas decisões sem um prazo estabelecido em lei. Durante o
julgamento, qualquer ministro pode ainda interromper o processo com um
pedido de vista, o que lhe concede mais tempo para analisar a matéria,
adiando assim a resolução. Na prática, portanto, o encaminhamento de um
processo para a sessão de julgamento não garante que ele será julgado.
Se for adiado, a ação dependerá novamente do presidente para ser pautada
no plenário.
O grande volume de processos que chega ao STF, decorrente do desenho
constitucional brasileiro, não é, por si só, um fator que explica ou
justifica o elevado grau de liberdade e a ausência de critérios mais
objetivos e transparentes na gestão da pauta de julgamentos, conforme
explica Ana Laura Pereira Barbosa, pesquisadora do Supremo em Pauta, da
FGV-SP. A jurista cita o exemplo da Suprema Corte Americana, que, apesar
de também receber uma grande quantidade de processos, seleciona
anualmente quais casos serão decididos naquele ano judicial.
“São modelos muito diferentes, mas é só um exemplo de que existem
formas de enfrentar o problema. Todos os tribunais vão lidar com uma
sobrecarga de processos”, diz.
Na avaliação do jurista e pesquisador Diego Werneck Arguelhes, embora
os processos cheguem ao Supremo de forma igual, eles percorrem caminhos
e tempos diferentes dentro da instituição. O jurista explica que a
distribuição desigual de poder dentro da Corte, especialmente nas
figuras do relator e do presidente, contribui para uma condução
individualista, seletiva e imprevisível, desmantelando dois mitos: o de
que o Tribunal não escolhe o que vai julgar e o de que, uma vez
provocado, o Supremo é obrigado a se manifestar.
Como exemplo, Werneck cita o caso da ação que pede a
descriminalização do aborto nas primeiras 12 semanas de gestação. O
processo foi distribuído para Rosa Weber em 2017, mas apenas no ano passado, em seu último ano na Corte, quando também assumiu a presidência do Tribunal, a ministra liberou o caso e votou pela descriminalização.
O jurista pontua que o hiato temporal pode ser explicado por um cálculo
político, considerando que a formação de um Congresso conservador após a
eleição do então presidente Jair Bolsonaro (PL)
poderia causar retaliações ao Tribunal. Não por acaso, tanto o
presidente quanto o relator fizeram parte da corrente vencedora na
grande maioria dos casos analisados.
Para o professor de Direito Constitucional da USP, Conrado Hübner, o
processo decisório da Corte é agravado não apenas pela figura do relator
e do presidente, mas também pelo uso dos poderes individuais dos
ministros, o que, em alguns casos, gera insegurança jurídica. “A pauta
do Supremo é conduzida por absoluta discricionariedade, se não
arbitrariedade. A máxima é que quando um não quer, onze não julgam. Isso
gera a imprevisibilidade sobre se ou quando vai se decidir um caso. Na
prática, o Supremo decide o que e quando quiser”, diz.
O jurista cita, como exemplo, a atuação do ministro Luiz Fux no
processo que discutia o pagamento do auxílio-moradia para magistrados.
Em 2014, Fux, que era o relator do caso, deferiu monocraticamente uma
liminar, concedendo o benefício a integrantes do Judiciário, Ministério
Público, defensorias públicas e tribunais de contas. No entanto, o
ministro não submeteu a questão ao plenário e revogou a liminar apenas
em 2018, quatro anos depois. “Um único ministro conseguiu deliberar
sozinho sobre a pauta do Supremo e custou milhões para o Estado
brasileiro”, diz.
De acordo com Werneck, o ritmo dos processos no Tribunal é amplamente
influenciado pela ausência de prazos claros e objetivos, especialmente
no caso dos relatores e presidentes, e pela falta de cumprimento das
regras definidas pelo próprio Regimento Interno do STF, como os prazos
para pedidos de vista, que há até pouco tempo não eram respeitados. O
jurista destaca a necessidade de que o próprio Supremo crie regras de
autorregulação em seu regimento, com mecanismos e procedimentos capazes
de evitar que os ministros deixem de respeitar prazos pré-estabelecidos.
“Essa é uma particularidade do Supremo brasileiro: não há prazo para
julgar. E não há quem faça valer que os ministros cumpram os prazos
vigentes. Assim, o Supremo pode deixar de enfrentar um tema se o assim
desejar. Eles [os prazos] não são vistos no Supremo como algo que
poderia gerar qualquer tipo de consequência para o ministro por ter
descumprido, como uma infração, a exemplo do que ocorre em instâncias
inferiores. Talvez aqui, como em outros temas, o Tribunal se
autorregular para ter menos liberdade pudesse ser positivo. Como, por
exemplo, prazos que possam definir quando o relator irá liberar o caso”,
diz.
Na mesma linha, Hübner ressalta que a atuação dos integrantes da
Corte, seja por meio do relator, do presidente ou dos ministros
individualmente, destoa da concepção de um tribunal colegiado, que, em
tese, deveria funcionar de maneira coletiva e técnico-jurídica. “Os seus
integrantes agem de forma absolutamente individual, descoordenada, sem
critérios e totalmente discricionária”, aponta.
Fatores externos influenciam andamento processual
As entrevistas realizadas em reserva pela pesquisa, com ministros,
assessores de diferentes gabinetes e advogados, revelaram uma série de
fatores externos que impactam o andamento e a prioridade dos processos.
Entre eles estão a cobertura da mídia; a preocupação dos ministros com
sua reputação pública e interna; o diálogo entre magistrados da Corte,
muitas vezes por meio de canais e agendas informais de comunicação; e a
presença de advogados de renome que têm acesso aos ministros,
frequentemente por meio de despachos.
O instituto do despacho, por exemplo, apesar de ser previsto em lei
como um direito dos advogados, não possui regulamentação sobre como deve
operar, conforme explica Juliana Cesario Alvim, doutora e mestre em
Direito Público pela UERJ e pela Yale Law School. Na prática, segundo a
jurista, os despachos ocorrem de maneira informal e privada, a critério
de cada ministro, geralmente sem a participação da outra parte do
processo — algo que não acontece em tribunais de outros países. Em sua
avaliação, a falta de transparência faz com que essas audiências
privadas possam distorcer a equidade no processo.
Já Hübner destaca os jantares promovidos por escritórios de advocacia
e instituições privadas, onde advogados e ministros se reúnem. Em sua
avaliação, esses eventos acabam se tornando uma forma informal de
construção de pautas.
“Esses advogados constroem artificialmente muitas oportunidades de
encontro para a construção de relações quase pessoais com os ministros.
Esses jantares e fóruns não acontecem apenas em Portugal [em referência
ao Fórum de Lisboa promovido pelo ministro Gilmar Mendes]. Portugal é só
a ponta do iceberg; eles ocorrem em Brasília e em outras partes do
Brasil o tempo todo. Obviamente, quando um advogado conhece pessoalmente
o ministro, frequenta ou é frequentado por ele e tem um caso de seu
cliente, é claro que, na pilha de casos que o ministro tem para
distribuir no seu gabinete, esse caso vai para o número um da fila. É
óbvio que esse caso fura a fila quando se tem um advogado influente”.
Falta de procedimentos e reformas
De acordo com o professor da USP Virgílio Afonso da Silva, que
coordena o COPI na mesma instituição, a influência externa na construção
de pauta poderia ser mitigada com regras mais rígidas, objetivas e
transparentes.
“Quando as coisas são discricionárias, a falta de critério é o
terreno mais fértil para que relações de poder e processos informais de
influência cresçam. É impossível viver em um mundo em que as pessoas não
tenham contato, mas as regras de uma instituição devem ter como
objetivo minimizar ao máximo esse tipo de poder informal”, diz.
Não é à toa que, nos últimos anos, o STF tem promovido mudanças no
regimento interno com o objetivo de aprimorar a organização das pautas.
Entre as principais mudanças está a alteração no prazo para pedidos de
vista, que passou de 30 para 90 dias úteis. Nesse período, o ministro
deve devolver o processo para a continuação do julgamento. Caso não
ocorra a devolução dentro desse prazo, o processo é automaticamente
reincluído na pauta. Além disso, foi estabelecido que as liminares, um
tipo de decisão provisória, decididas monocraticamente devem ser
submetidas ao plenário para referendo.
Também foram ampliadas as competências do Plenário Virtual (PV), o
que limitou o poder do presidente. Diferentemente do plenário físico,
nessa modalidade em que os ministros remetem seus votos de forma online
por meio de uma plataforma, o relator pode escolher quais processos
serão julgados e em qual momento, independentemente da vontade e do
crivo do presidente. No entanto, tanto o presidente quanto os demais
ministros têm a prerrogativa de pedir destaque, um mecanismo que
transfere o processo para o plenário físico. Uma vez lá, como já visto, o
caso precisará novamente do poder do presidente para ser chamado para
julgamento.
Recentemente, o atual presidente da Corte, Luís Roberto Barroso,
pediu destaque para o caso referente à descriminalização do aborto, o
mesmo que Rosa Weber havia pautado e votado. Agora, o processo retornou
para a sessão de julgamento do plenário e dependerá de Barroso decidir
se pautará o caso ou não.
Na avaliação dos juristas ouvidos pelo Estadão,
embora as mudanças representem uma autocrítica por parte da Corte, elas
não trouxeram resultados significativos, já que todo a dinâmica continua
caracterizado pelo individualismo e discricionariedade, seja dos
ministros, que permanecem podendo “bloquear” uma pauta por meio do
pedido de vista ou destaque, seja pela atuação individual do relator ou
do presidente.
Legitimidade
Para o jurista Rubens Glezer, um dos coordenadores do Supremo em
Pauta e professor da FGV-SP, a liberdade presente na pauta não é um
problema por si só. Em sua avaliação, é o uso indevido dos poderes pelos
ministros que cria a percepção de que o Tribunal escolhe quais
processos serão julgados e quando, afetando tanto a legitimidade quanto a
reputação da Corte.
“Se a construção da pauta passa a ser constantemente percebida como
um lugar de má-fé, de catimba constitucional, de distorção do interesse
público, isso afeta a autoridade do Supremo e sua reputação. A ideia de
que os ministros não têm que ser levados a sério e que suas ordens não
têm que ser respeitadas deslegitima a instituição. Isso viabiliza um
futuro próximo em que as decisões do Tribunal possam ser descumpridas
com mais facilidade”, diz.
Virgílio completa, alertando que, além de impactar a imagem do
Tribunal, esses problemas institucionais se tornam ainda mais graves em
um cenário de polarização política, onde a ausência de regras mais
transparentes e objetivas passa a servir como munição contra a própria
instituição.
“As pessoas, obviamente, se perguntam por que essa decisão é hoje, e
não aquela que entrou 10 anos antes. Como não tem critério, não se
consegue responder. Ninguém sabe quem vai decidir o quê e quando. Então,
a sensação, e não é só uma sensação, é de que o STF decide os casos que
ele quer na hora que ele quiser. E isso é um problema”.
Na reunião de líderes na semana passada, os senadores aprovaram um
calendário para as próximas semanas, com duas semanas de sessões
presenciais (12 a 16 de agosto e 2 a 6 de setembro) e duas semanas de
sessões semipresenciais (19 a 23 de agosto e 26 a 30 de agosto). A
partir de então, os parlamentares devem se concentrar nas eleições
municipais, que serão realizadas em outubro.
Plenário do Senado Federal, que retoma seus trabalhos na segunda semana de agosto Foto: Saulo Cruz/Agência Senado
Reoneração da folha de pagamento
A reoneração da folha de pagamento de 17 setores da economia deve
atrair os holofotes no começo da semana que vem. O governo quer acabar
com a isenção de impostos que foi criada no governo Dilma Rousseff (PT) e que tem sido prorrogada desde então, mas parlamentares articulam uma alternativa intermediária. Um projeto do senador Efraim Filho (União-PB)
propõe uma reoneração gradual, começando com 5% em 2025, 10% em 2026
até 20% em 2027. Os bolsonaristas são contra tirar a isenção tributária
concedida às empresas.
Líder da oposição, Marcos Rogério (PL-RO)
diz que o governo Lula quer “empurrar para o Congresso” o ônus de
aumentar os impostos depois de ver o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, ganhar o apelido de “Taxad” pelos desafetos,
em referência a uma suposta alta da tributação no País. “A oposição tem
uma posição muito clara de não aceitar qualquer tipo de aumento de
carga tributária. O tema da desoneração da folha não pode ser argumento
do governo para emparedar o Congresso Nacional. Não vamos aceitar isso”,
diz Rogério.
O senador Marcos Rogério (PL-RO), líder da oposição, diz que o
governo Lula quer ‘empurrar para o Congresso’ o ônus de aumentar os
impostos Foto: Marcos Oliveira/Agência Senado
Reforma tributária
A proposição que mais tem potencial para causar desgaste entre Senado
e Câmara, no entanto, é a decisão de retirar ou não a urgência para a
apreciação da regulamentação da reforma tributária. Rogério diz haver um “apelo geral” para a retirada da urgência, o que desagrada o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), que gostaria de ver uma tramitação célere como a ocorrida em sua Casa.
Em entrevista ao jornal Valor Econômico no mês passado, Lira
afirmou que “não seria justo” o governo retirar uma urgência no Senado
depois de tê-la colocado na Câmara, e cobra que a Casa comandada por Rodrigo Pacheco (PSD-MG)
acelere os trabalhos. “Na Câmara, levou em torno de 50 dias o debate
todo. O Senado não consegue fazer em 45 dias? Consegue”, afirmou o
deputado na ocasião.
Os senadores, entretanto, avaliam que o tema é complexo e precisa ser
analisado com mais tempo. “O plano de trabalho nosso prevê a entrega do
relatório em 22 de outubro, porque depois das eleições você precisa dar
um tempo para os parlamentares conhecerem e debater um pouco. Mas a
proposta é votar provavelmente no início de novembro”, afirma Izalci Lucas (PL-DF), que coordena o grupo de trabalho de análise do tema.
Dívidas dos Estados
O projeto de lei complementar que trata das dívidas dos Estados, de
autoria do presidente da Casa, Rodrigo Pacheco, também está na pauta da
semana. Cotado para disputar o governo de Minas Gerais em 2026, Pacheco
apresentou um projeto sob medida para o seu Estado, retomando a premissa
que defende desde 2023 sem atender aos demais entes. Privilegiando uma exceção (a negociação com ativos), a primeira reação ao texto foi de insatisfação, segundo apurou o Estadão/Broadcast.
Os senadores tentam afinar um consenso em torno do texto, no entanto.
Nesta semana, governadores do Nordeste propuseram a Pacheco alterações
no projeto, entre elas o aumento do fundo de equalização a ser criado e
mudanças nos critérios de distribuição desse dinheiro. A governadora do
Rio Grande do Norte, Fátima Bezerra (PT), diz que Pacheco “foi sensível” às sugestões e vai discuti-las com os senadores até a semana que vem.
Apoio ao RS e Estatuto da Segurança Privada
Além disso, a retomada dos trabalhos no Senado deve ter a votação de
uma medida provisória de apoio ao Rio Grande do Sul e o Estatuto da
Segurança Privada, que trata de temas como a atuação das empresas de
segurança e regras para formação de profissionais. Num momento em que o governo Lula prepara uma proposta de emenda à Constituição (PEC) para fortalecer a atuação federal no combate à criminalidade, a aprovação da proposta é uma tentativa dos senadores de dar maior protagonismo ao Congresso no debate da segurança pública.
Uso da inteligência artificial
O projeto que regulamenta o uso da inteligência artificial no
Brasil, também de autoria do próprio Pacheco, ainda não tem previsão de
avançar. O texto, que está em análise na Comissão Temporária sobre
Inteligência Artificial (CTIA), tem sofrido seguidos adiamentos, com
forte oposição da indústria e das gigantes do Vale do Silício. Já a PEC
que trata da dívida dos municípios deve passar pela reapresentação de um
novo texto na próxima terça-feira, a partir do qual os senadores vão
decidir se há consenso, mas tampouco se definiu uma votação para a
matéria.
PEC da Anistia
A reunião de líderes definiu também que, além da regulamentação da
reforma tributária, outras proposições devem ficar para depois das
eleições municipais: é o caso da PEC da Anistia, que livra de punição
partidos políticos que cometeram infrações eleitorais como o
descumprimento de cotas para mulheres e pessoas pretas; e do projeto de
lei que trata da exploração de jogos e apostas no País, como cassino,
bingo e jogo do bicho.
Graças ao título no basquete feminino, torneio que fechou neste
domingo (11) os 15 dias de competições em Paris, os Estados Unidos
terminaram os Jogos Olímpicos na liderança do quadro de medalhas,
empatado em 40 ouros com a China.
O ‘Team USA’, no entanto, conseguiu mais pratas que a delegação
chinesa (44 contra 27) e mais medalhas no total: 126 a 91. O Japão foi o
terceiro, com 45 medalhas (20-12-13).
Estados Unidos e China mantiveram uma disputa pela liderança até o
apagar das luzes em Paris. Os chineses começaram o 16º e último dia de
competições na frente, com um ouro a mais que os americanos (39-38).
Além do basquete feminino, os Estados Unidos esperavam conseguir mais
dois títulos neste domingo, mas a Itália surpreendeu no vôlei feminino e
derrotou a seleção americana, campeã olímpica em Tóquio.
A China, por sua vez, somou um último ouro, com Li Wenwen no
levantamento de peso feminino, mas a vitória da americana Jennifer
Valente no ciclismo deixou a decisão para a final do basquete feminino.
Na Arena Bercy, apesar da resistência francesa, a seleção dos Estados
Unidos venceu por 67-66 para conquistar seu oitavo ouro consecutivo e
garantir a vitória americana no quadro de medalhas.
O Brasil terminou na 20ª posição, com 20 medalhas no total: três de ouro, sete de prata e dez de bronze.
Para definir a classificação no quadro de medalhas, primeiro é levado
em conta o número de ouros e, posteriormente, para desempate, as pratas
e os bronzes.
— Quadro de medalhas final dos Jogos Olímpicos de Paris-2024:
Os promotores e procuradores de Justiça de São Paulo parecem ter um
conceito muito peculiar de trabalho, segundo o qual, quando há excesso
de trabalho, deve-se trabalhar menos, não mais, para colocar o serviço
em dia. Somente essa subversão da lógica explicaria a reivindicação
feita pelos integrantes do Ministério Público (MP) paulista para que se
amplie de três para dez dias as folgas que podem gozar por mês em razão
de um suposto acúmulo de acervo processual.
Um trabalhador comum, se desafiado a executar uma carga maior de
serviço, terá de trabalhar mais para executar essa tarefa, e, como
contrapartida, receberá hora extra, conforme previsto na legislação
trabalhista, ou contabilizará banco de horas. Mas, como os promotores e
procuradores, ao que tudo indica, não são trabalhadores comuns, quando
acumulam serviço sobre os quais são os únicos responsáveis, querem
trabalhar menos. Ou trabalham pouco ou trabalham mal – talvez, os dois.
Não parece justificável tanta exaustão, a ponto de se buscar mais
tempo para o ócio. Não há relato de que promotores e procuradores sejam
submetidos a duras condições de trabalho. Ademais, diferentemente do
resto dos mortais brasileiros, desfrutam de 60 dias de férias ao ano e,
como parte da elite do funcionalismo, são muito bem pagos para dar conta
de seus afazeres em troca de prestação de serviço com agilidade e
qualidade aos cidadãos. Hoje, em São Paulo, o salário inicial no MP é de
R$ 30,6 mil e, quando se alcança o topo, chega a R$ 37,6 mil. Trata-se
de uma contrapartida nada desprezível.
Contudo, como se sabe, esse ganho pode ser maior. São muitas as
estratégias que podem levar ao incremento da renda mensal, que, não
raro, fazem com que boa parte dos integrantes das carreiras jurídicas
ganhe acima do teto constitucional, hoje de R$ 44 mil. São subterfúgios,
popularmente conhecidos como penduricalhos, que garantem pela via
administrativa, e, sobretudo, com dribles ao Legislativo, remunerações
generosas. E, ao fim e ao cabo, o pleito dos promotores e procuradores
de São Paulo é só mais um deles.
Isso ocorre porque, no fundo, o pedido feito pela Associação Paulista
do Ministério Público ao procurador-geral de Justiça, Paulo Sérgio de
Oliveira e Costa, busca engordar ainda mais o contracheque dos
promotores e procuradores, haja vista que essas folgas podem ser
convertidas em dinheiro, e fora do teto. Reclamam os integrantes do MP o
fato de o Judiciário paulista já conceder dez dias de folga – ou seja,
mais dinheiro – aos magistrados que supostamente trabalham demais. Sem
mencionar estimativas de impacto financeiro, querem, ainda, o pagamento
de retroativos desde maio de 2022, quando a chamada licença
compensatória foi instituída pelo Conselho Nacional do Ministério
Público.
Ora, os promotores e procuradores paulistas mal conseguem esconder
que o verdadeiro interesse que está por trás da falácia do trabalho
excessivo e das folgas é meramente financeiro. Esse tipo de estratagema,
sim, é motivo de muito cansaço, mas dos cidadãos, que já estão fartos
de arcar com tantos privilégios.
BRASÍLIA (Reuters) – Um dos economistas mais conhecidos do país,
famoso pela capacidade de se reinventar e manter protagonismo no debate
público e influência junto a diferentes governos, o que fez por mais de
cinco décadas, Delfim Netto morreu nesta segunda-feira, aos 96 anos, “em
decorrências de complicações no seu quadro de saúde”, após uma semana
de internação hospitalar, disse sua assessoria de imprensa.
Homem forte da economia durante o regime militar, quando foi ministro
de três presidentes e deu aval ao Ato Institucional nº 5, marco do
endurecimento da ditadura, Delfim também foi conselheiro informal do
presidente Luiz Inácio Lula da Silva em seus dois primeiros governos.
Ex-embaixador do país em Paris, deputado federal por cinco mandatos,
consultor e articulista, Delfim manteve durante a vida longa relação com
a USP, onde se graduou em Economia, em 1951, na terceira turma da então
Faculdade de Ciências Econômicas e Administrativas e veio a se tornar
professor catedrático (titular), diretor de pesquisa e membro do
conselho universitário.
Em 2012, o economista doou sua biblioteca de mais de 250 mil livros à universidade.
Delfim nasceu em 1928 na cidade de São Paulo e foi criado no então
bairro operário do Cambuci. Sua mãe era costureira e seu pai, que morreu
quando Delfim era adolescente, foi funcionário da companhia municipal
de transportes.
No final dos anos 1950, já atuando como acadêmico, o economista foi
convidado a integrar a equipe de planejamento do governo do Estado de
São Paulo. Em 1966, após o golpe militar, assumiu o comando da
Secretaria da Fazenda do Estado, dando início a sua vida política.
Com menos de 40 anos foi nomeado ministro da Fazenda do presidente
Artur da Costa e Silva e mantido no cargo no governo seguinte, comandado
pelo general Emílio Garrastazu Médici. Sua política econômica, de 1967 a
1974, foi focada principalmente no estímulo ao crescimento por meio dos
gastos públicos e no esforço de combate à inflação. Em meio a um
ambiente externo favorável, o período acabou ficando conhecido como
“milagre econômico”, com o país crescendo a taxas médias superiores a
9%.
Ao deixar o governo, Delfim foi nomeado embaixador em Paris. O
economista voltaria a Brasília no mandato do general João Figueiredo,
último presidente da ditadura, que enfrentou um cenário internacional
bem mais adverso.
Primeiro como ministro da Agricultura, depois à frente de uma
Secretaria de Planejamento com poderes ampliados, Delfim foi um dos
protagonistas da equipe econômica em um período marcado por crises,
queda do PIB e disparada da inflação, na primeira metade da “década
perdida” dos anos 1980.
Após a redemocratização, Delfim se lançou na política parlamentar e
abriu uma consultoria. Foi eleito deputado federal por cinco vezes
consecutivas — primeiro pelo PDS, partido herdeiro da Arena, que dava
sustentação ao regime militar, depois pelos sucessores PPR e PPB.
Posteriormente foi filiado ao PP e ao PMDB.
Delfim afirmava não se arrepender de ter participado do governo
militar e de ter assinado o AI-5, que em dezembro de 1968 suspendeu
direitos políticos e garantias como o habeas corpus, reforçou a censura
e, em última instância, abriu caminho para a institucionalização da
tortura e de outras violações de direitos humanos.
Em entrevista ao programa Roda Viva, em 2019, o economista afirmou
que assinaria o ato novamente. “Não tem arrependimento possível sobre
alguma coisa que você não tem nenhum controle”, afirmou.
O economista também disse considerar tolice as discussões, no então
governo Jair Bolsonaro, que negavam o golpe de 1964. “É claro que houve
um golpe. Houve sim, porque se quebrou as disposições constitucionais, é
por definição.”
Delfim voltou a se associar ao governo, dessa vez indiretamente, nos
dois primeiros governo de Lula, com quem mantinha diálogo constante. Em
2022, anunciou que votaria no petista, que disputou a Presidência com
Bolsonaro.
Delfim foi alvo de busca e apreensão da operação Lava Jato, suspeito
de ter recebido propina durante projeto de construção da hidrelétrica de
Belo Monte, no Pará. Ele negou as acusações, dizendo que recebeu
pagamento de uma construtora por uma consultoria e que teria declarado o
dinheiro.
Mesmo tendo sido colunista dos principais veículos de imprensa
durante anos tratando essencialmente de política econômica, Delfim, que
era pouco afeito a tecnologia e escrevia seus textos em máquina de
escrever, ganhou destaque nas redes sociais com um vídeo em que defendia
o sedentarismo.
“Das piores coisas para a sobrevivência é ginástica”, disse o
economista, em um vídeo mais antigo que gerou muitas visualizações e
polêmica nos anos recentes. Com aparente ironia, ele argumentava que o
coração tem uma vida útil limitada, que seria encurtada com pela
exercício físico.
Governo lança programa de bolsas em busca de doutores e
mestres que estão no exterior. Para SBPC, porém, verbas seriam melhores
aplicadas em incentivos aos que já estão no Brasil.
O governo brasileiro quer atrair de volta para o país pesquisadores que estejam no exterior.
A oferta? Uma bolsa mensal maior do que a oferecida a pesquisadores já
no Brasil, verbas para pesquisa e viagens a trabalho e um pacote de
benefícios.
O programa, inédito no Brasil, foi anunciado no final de julho, após
debates da ministra de Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos,
com pesquisadores e o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e
Tecnológico (CNPq) sobre como aproveitar melhor a experiência desses
brasileiros no exterior.
O anúncio de mais recursos para a pesquisa é bem-vindo para a
comunidade científica, mas alguns avaliaram que, antes de investir na
atração dos que estão no exterior, o governo deveria priorizar políticas
para reter e fixar os doutores que já estão no país.
Chamado Programa de Repatriação de Talentos – Conhecimento Brasil,
ele selecionará até mil projetos de pesquisadores que estejam no
exterior e desejam voltar para fazer pesquisa no Brasil, e custará cerca
de R$ 825 milhões em cinco anos.
O que está sendo oferecido
O CNPq pagará bolsa mensal de R$ 10 mil a mestres e de R$ 13 mil a
doutores para fazer pesquisa em empresas ou, no caso dos doutores,
também em universidades em institutos brasileiros. As bolsas são isentas
de imposto de renda.
Os selecionados receberão auxílios para viajar e se instalar no país,
contratar plano de saúde e contribuir para o INSS, por quatro anos –
prorrogáveis por mais um.
Cada projeto receberá até R$ 400 mil para a compra e manutenção de
equipamentos – que devem deixar um legado para os institutos de pesquisa
– e até R$ 120 mil para participação em eventos ou visitas a centros de
excelência no exterior.
Para efeito de comparação, a bolsa de doutorado do CNPq é hoje de R$
3.100 e a de pós-doutorado, de R$ 5.200 – depois de um reajuste de 40% e
27%, respectivamente, no início do governo Luiz Inácio Lula da Silva.
Na Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), que
hoje paga o maior valor das fundações estaduais, a bolsa de doutorado é
de até R$ 6.810 e a de pós-doutorado, de até R$ 12 mil, após reajuste
de 45% e de 28%, respectivamente, em junho.
Quantos pesquisadores o Brasil forma e quantos estão fora
Cerca de 20 mil novos doutores são formados no Brasil todos os anos.
Em relação à população, o país fica atrás de 21 nações da Organização
para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), segundo
levantamento do Centro de Gestão de Estudos Estratégicos (CGEE) com
dados de 2021.
Naquele ano, o Brasil concedeu 10,2 títulos de doutor por 100 mil
habitantes – à frente do Chile e da Colômbia e em patamar semelhante ao
de Turquia e do México. Lideram o ranking o Reino Unido (37,4 a cada 100
mil habitantes), a Dinamarca (35) e a Alemanha (33,9).
Não existem estimativas confiáveis de quantos pesquisadores
brasileiros estejam no exterior. O CNPq considera que há cerca de 20
mil, considerando os que foram para o exterior com bolsa. A pesquisadora
Ana Maria Carneiro, do Núcleo de Estudos de Políticas Públicas da
Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e especialista na diáspora
científica brasileira, diz à DW que esse universo é muito variado –
compreende tanto pesquisadores que deixaram o país há muito tempo e
estão bem instalados no exterior como aqueles no início da experiência
internacional e ainda tentando se estabelecer.
Quem o programa vai atrair?
Uma pesquisa realizada por Carneiro em 2023 com 1.200 pesquisadores
brasileiros no exterior, residentes em 42 países, mostrou que vontade de
voltar existe, desde que haja boas oportunidades de emprego na terra
natal.
Esse foi o desejo expressado por 44% dos doutorandos, 51% dos
pós-doutorandos e 40% dos professores e pesquisadores com contratos
temporários no exterior. No entanto, mais de 70% dos entrevistados
indicaram não ter previsão de retorno.
Ela avalia que o programa de repatriação poderá ser interessante para
os pesquisadores mais jovens e com vínculos precários no exterior, como
contatos temporários. “O programa oferece auxílios que não existem em
outras bolsas, recursos para custeio e viagens, é um ‘enxoval’ que
permite aos que estavam no exterior terem um bom início no Brasil e se
inserirem em redes de pesquisa”, diz.
Já entre os que estão há mais tempo fora, com contratos estáveis e
famílias estabelecidas, a proposta não deve ser suficiente para motivar
um retorno ao Brasil, afirma.
Ricardo Galvão, presidente do CNPq, diz à DW que a bolsa de R$ 13 mil
para doutores, acrescida dos recursos para infraestrutura de pesquisa,
plano de saúde e INSS, deve ser suficiente para convencer parcela dos
que hoje estão no exterior.
O valor da bolsa, afirma, equivale aproximadamente ao salário de
professor associado das universidades federais em tempo integral, ou à
remuneração média de um pós-doutor na Europa. Durante conversas com
pesquisadores no exterior, ele diz que “ficou clara a intenção de muitos
colaborarem com o Brasil, seja retornando ao país ou estabelecendo
redes de colaboração com pesquisadores aqui residentes”.
Os recursos para o programa virão do Fundo Nacional de
Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT). Em 2021, uma lei
aprovada pelo Congresso Nacional proibiu que os valores desse fundo
sejam contingenciados pelo governo para o cumprimento de metas fiscais.
Do Ciência sem Fronteiras ao Conhecimento Brasil
A pesquisadora Clarissa Rocha, 42 anos e hoje nos Estados Unidos, é
uma das interessadas no programa de repatriação. Bióloga molecular
geneticista, ela deixou o país há dez anos e apresentará um projeto para
voltar ao Brasil.
Sua história relaciona-se ao ciclo de políticas públicas do país.
Nascida em Fortaleza, ela fez mestrado na Universidade Federal de Minas
Gerais (UFMG), doutorado na França e voltou à UFMG para o pós-doutorado,
sempre pesquisando a microbiota intestinal e sua relação com doenças
inflamatórias.
Em 2014, com uma bolsa do programa Ciência sem Fronteira, foi para a
Universidade da Califórnia (UC Davis). Após um ano e meio, recebeu
oferta de emprego para dar continuidade à sua pesquisa lá e decidiu
ficar. “Tinha dois caminhos, voltar ao Brasil e ficar desempregada ou
aceitar a oferta. Não podia me dar ao luxo de voltar e ficar sem
emprego, então aceitei”, diz.
Após sete anos na UC Davis, foi contratada por uma empresa de
biotecnologia que desenvolve diagnósticos e terapias para doenças
ginecológicas relacionadas à microbiota, onde trabalha hoje. Apesar da
carreira estabelecida, ela acalenta há alguns anos a ideia de voltar
para o Brasil, mas não o fez ainda por falta de oportunidade.
“Há muitos pesquisadores como eu que querem voltar, mas não podemos
simplesmente largar nossas vidas profissionais sem ter pelo menos um
programa de início, que vá nos ajudar a nos inserir de volta no mercado
de trabalho”, afirma. “Vejo o programa como o recomeço da minha carreira
científica no Brasil.” Ela apresentará um projeto para seguir fazendo
sua pesquisa na UFMG, focada em novos diagnósticos e terapias para
doenças inflamatórias.
Qual a motivação para voltar? Ela diz que deseja contribuir com a
ciência brasileira e compartilhar suas experiências de pesquisa e
profissional que obteve nos Estados Unidos com os profissionais
brasileiros. E também menciona um aspecto pessoal: “estou há muito tempo
longe da minha família, chega uma hora que você começa a balancear o
que vale mais a pena.”
Rocha considera o valor da bolsa e os benefícios razoáveis. Ela
elogia o recolhimento ao INSS – “no Brasil, muitos não veem o bolsista
como um profissional, mas somos cientistas profissionais” – e considera o
prazo de quatro anos adequado para dar “certa estabilidade” no retorno.
“Arrisquei para vir para cá há dez anos e deu certo, agora estou
arriscando de novo ao voltar.”
Mas ela frisa as incertezas sobre o que ocorrerá após o final da
bolsa, caso seu projeto seja aprovado. “Acho o programa maravilhoso. Mas
será que o mercado brasileiro vai depois conseguir absorver todos os
cientistas que estão pretendendo voltar, ou não? Tem que ter um plano
para absorver depois que a bolsa acabar, senão quem não conseguir vai
voltar para o exterior de novo. Essa é uma das minhas maiores
preocupações.”
Quais são as críticas ao programa
Alguns membros da comunidade científica consideraram que os recursos
públicos destinados para atrair os pesquisadores de fora seriam melhores
utilizados de outra forma. Francilene Garcia, vice-presidente da
Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), afirma à DW que
a entidade considera prioritário criar condições para os doutores que
se formam seguirem fazendo pesquisa no país, como melhores instalações
de pesquisa e bolsas mais elevadas.
“A SBPC defende uma política pública que mantenha o número de
doutores formados atualmente e construa iniciativas para que eles sejam
retidos e fixados”, diz Garcia. Ela cita que uma parcela dos recursos
destinados ao programa de repatriação seria suficiente para cobrir a
defasagem das bolsas de pós-doutorado oferecidas no país.
“Não há nenhum sentimento de que atrair brasileiros do exterior seja
ruim, a pesquisa feita em conjunto com o exterior em geral tem mais
impacto. Mas há uma prioridade anterior, que é a fixação dos doutores
que já estão aqui”, diz. Ela também aponta que o prazo de quatro anos
para os projetos de pesquisa não seria um incentivo longevo.
Alguns pesquisadores também manifestaram incômodo com o fato de as
bolsas oferecidas aos que chegarem do exterior serem superiores às de
quem ficou no Brasil.
“As universidades federais estavam até há pouco em greve por aumento
de salário, e o governo não deu o aumento pedido por restrição fiscal –
mas está agora empenhando um valor razoável para tentar atrair as
pessoas de fora. Percebi uma certa indisposição entre os que ficaram no
país, passaram por maus bocados no governo Bolsonaro, e agora veem
aqueles que estão fora receberem ofertas e condições de trabalho
melhores que as deles”, diz Fábio Sá e Silva, vice-presidente da
Brazilian Studies Association (Brasa), sediada nos Estados Unidos.
A Rede Apoena, que reúne pesquisadores brasileiros na Alemanha,
afirmou em nota à DW que seus membros ainda têm dúvidas que precisam ser
esclarecidas sobre o programa, “especialmente em relação a um plano de
longo prazo para pesquisadores no Brasil”, e que faltou uma comunicação
mais próxima do governo com a comunidade acadêmica. A rede realizará um
webinar com o CNPq na próxima semana sobre o tema.
Parcerias com os brasileiros no exterior
A iniciativa recém-lançada tem outros dois eixos de atuação. Um
pretende incentivar pesquisadores brasileiros estabelecidos no exterior a
colaborarem de forma mais sistemática com institutos de pesquisa e
empresas no Brasil, sem terem que se mudar de volta para o país.
Esse programa concederá até R$ 400 mil para a compra de equipamentos e
manutenção da pesquisa e R$ 120 mil para viagens de trabalho por
projeto, por dois anos. Há verba para contemplar 380 projetos nesse
sentido, com orçamento total de R$ 230 milhões.
Para Garcia, da SBPC, o governo acertou nessa. “Temos vários
pesquisadores de diversas áreas trabalhando em temas que são fronteira
na ciência, como na área de biotecnologia, fundamental para a exploração
da biodiversidade brasileira. Mesmo que eles decidam se fixar no
exterior, contribuir com instituições de pesquisa no Brasil é um
processo agregador”, afirma.
Uma terceira iniciativa, cujo edital ainda não foi lançado, destinará
até R$ 500 milhões a projetos com valor mínimo de R$ 1 milhão a
empresas brasileiras que contratem pesquisadores brasileiros que estejam
no exterior para atuarem em projetos de inovação.
Tracy Brower é colaboradora da Forbes USA. Ela é socióloga,
conselheira, especialista em assuntos relacionados ao universo
profissional e autora de “The Secrets to Happiness at Work” (Os Segredos
da Felicidade no Trabalho, em tradução livre).
A comunicação é uma das habilidades mais importantes para ter sucesso
na carreira – especialmente agora com o boom da inteligência
artificial. É uma das competências que a IA não poderá substituir.
Mas também é um grande desafio, já que as pessoas têm períodos de
atenção cada vez mais curtos. Ou seja, você precisa ser brilhante, mas
também breve.
Por outro lado, não saber se comunicar de forma efetiva pode
atrapalhar seu progresso, especialmente em posições de liderança, além
de enfraquecer relacionamentos e diminuir seu desempenho e
credibilidade.
Alguns profissionais têm facilidade com a comunicação, mas você pode tomar medidas práticas para se comunicar melhor.
Comunicação para evoluir na carreira
Melhorar suas habilidades vale o esforço e trará muitos benefícios.
Um deles é evitar a estagnação na carreira. Para 20% das pessoas em
geral e para 50% dos que têm entre 18 e 35 anos, a má comunicação
impediu que avançassem profissionalmente. E 45% acreditam que a eficácia
da sua comunicação diminui quando ficam nervosos. Esses dados são de
uma pesquisa da Elevate, ferramenta de treinamento cerebral desenvolvida
para aprimorar habilidades analíticas e de comunicação.
Além disso, para 51% das pessoas, uma comunicação ruim resulta no
aumento do estresse e, para 41%, leva à diminuição da produtividade.
Para 35% das pessoas, também reduziu a satisfação no trabalho, de acordo
com um estudo da Grammarly, verificador de gramática online, e a Harris
Poll, empresa americana de pesquisa e análise de mercado.
Do lado positivo, para 72% das pessoas, um bom vocabulário afetou
positivamente a confiança, segundo a Elevate. Na pesquisa da Grammarly,
também relataram aumento da satisfação no trabalho (58%), maior
confiança e produtividade (55% cada) e diminuição do estresse (48%)
decorrentes de uma melhor comunicação.
Essa habilidade também pode ajudar no momento da contratação. Na
verdade, 28% dos empregos incluem uma forte capacidade de comunicação
como um fator crítico para os candidatos serem considerados, de acordo
com dados da plataforma de empregos Adzuna.
:
Como fazer as pessoas confiarem em você
Profissionais usam IA no trabalho, mas não querem que seus chefes saibam
Enfrentando a sobrecarga Mas ao mesmo tempo em que as pessoas
reconhecem o poder de uma ótima comunicação, provavelmente estão
sobrecarregadas. 78% afirmam que a frequência da comunicação aumentou
nos últimos 12 meses e 73% afirmam que a variedade de canais de
comunicação também aumentou no mesmo período. E 88% do tempo dos
profissionais do conhecimento é gasto com a comunicação por meio de
múltiplos canais. Tudo isso de acordo com a pesquisa da Grammarly.
As horas se somam: as pessoas passam mais de 10 horas por semana em
reuniões e mais de 21 horas realizando tarefas de redação, como
desenvolver a comunicação com outras pessoas, responder à comunicação
escrita e criar e revisar materiais.
Você pode lidar com a sobrecarga e aprimorar as habilidades de comunicação de várias maneiras.
8 estratégias para melhorar sua comunicação 1. Esteja presente
Uma das primeiras maneiras de melhorar suas habilidades de
comunicação é estar presente. Quando você se concentra no colega com
quem está interagindo – seja pessoal ou virtualmente, por meio de
comunicação verbal ou escrita – isso te ajudará a ouvir ou ler
atentamente e a ter empatia com a posição do outro.
A concentração vai te ajudar a compreender melhor e responder de
forma mais eficaz também. Por exemplo, quando você pega todos os
detalhes do email e os responde, você economiza tempo. Isso também
construirá relacionamentos e credibilidade, pois você enviará uma
mensagem de que se preocupa com a interação e dedicou tempo para
interagir de forma eficaz.
2. Considere o seu público
As pessoas com quem você está se comunicando vão interagir de forma
mais eficaz com você quando se sentirem vistas, ouvidas e valorizadas.
Ao ler ou ouvir, mostre que está prestando atenção, valide o que está
ouvindo, leve em consideração a perspectiva deles e aprecie o ponto de
vista deles (mesmo que não concorde com ele).
Ao compartilhar informações, tentar convencer alguém ou fazer um
pedido, considere o que essa pessoa precisa saber e como poderá ouvir
melhor a informação. Seja claro e honesto, ao mesmo tempo que melhora
sua mensagem.
Por exemplo, se você estiver conversando com alguém que valoriza
evidências, compartilhe dados ou fatos para demonstrar seu ponto de
vista. Se você sabe que alguém tem um objetivo a cumprir, explique como
responder ao seu pedido o ajudará a alcançar isso.
3. Busque aprendizado e feedback
Outra maneira de ser um ótimo comunicador é ser intencional no
desenvolvimento das suas habilidades. Aprenda novas palavras
regularmente, leia com frequência e participe de eventos e
apresentações. Construir seu vocabulário, ler livros e artigos e ver
como os outros se expressam pode te dar mais confiança, mas também
proporcionar aprendizado com exemplos positivos e negativos.
Busque feedback. Pergunte a um colega como você pode melhorar sua
apresentação ou peça ideias ao seu chefe sobre como você poderia ter
apresentado melhor seu caso ou melhorado seu relatório.
4. Reserve um tempo para revisar e refletir
Dedique tempo. Revise seus trabalhos escritos. Escreva um email e
depois volte e edite para melhorar o conteúdo e a clareza, pensando no
seu leitor. Para a comunicação verbal, considere o que você vai dizer e
depois reserve mais algum tempo para refletir sobre os pontos que serão
apresentados.
Use quantas palavras forem necessárias, mas o mínimo possível. Seja
completo, mas não detalhado. Seja conciso, mas não muito a ponto de ser
considerado sucinto. Use palavras que sejam significativas, mas também
acessíveis – nunca pretensiosas. Ser intencional sobre como você se
comunica pode te ajudar a garantir o tom certo.
5. Escolha a melhor abordagem
Às vezes é melhor encontrar alguém no escritório ou no final de uma
reunião virtual para uma conversa rápida, em vez de marcar uma sessão
formal.
Em situações em que você quer compartilhar algum documento ou precisa
consultar informações, o email pode ser a melhor saída. Para algo
informal, você provavelmente escolherá um bate-papo. Também tenha
cuidado com mensagens de celular. Para algumas pessoas, isso é aceitável
e, para outras, é intrusivo.
Escolher o canal certo não é apenas uma formalidade ou uma questão de
eficiência, mas também pode afetar a facilidade com que você transmite
seu ponto de vista e a precisão com que a pessoa com quem você está
interagindo entende a mensagem.
Por exemplo, ao marcar uma reunião formal, seu colega de trabalho
pode concluir que algo está te preocupando e abordar o assunto de forma
defensiva, ao passo que, se você encontrá-lo casualmente, poderá atingir
seu objetivo com mais facilidade. Da mesma forma, se quiser comunicar
maior importância sobre um tema, marque algo mais formal e prepare uma
apresentação.
6. Seja autêntico
Ao mesmo tempo que você precisa ser intencional ao enviar e receber
informações, você também deve ser você mesmo. Ao demonstrar
autenticidade, você parecerá mais agradável e confiável.
Além disso, demonstre que você é humilde e está aberto ao
aprendizado, ao aprimoramento e a novas ideias de outras pessoas. Essas
abordagens construirão não apenas relacionamentos, mas também
credibilidade.
7. Construa uma rede de relacionamentos
Outra forma de melhorar sua comunicação é construir relacionamentos e
ampliar sua rede de contatos. Quando você conhece melhor as pessoas,
entende de onde elas vêm e como se comunicar com elas de maneira mais
eficaz – e vice-versa.
Além disso, quando você tem um relacionamento mais forte, a confiança
que você gera tende a lhe dar uma vantagem, porque as pessoas vão
entender o que você quer dizer, mesmo que não tenha se comunicado bem o
suficiente.
Ótimos relacionamentos também tornam o trabalho mais agradável. Você
se sentirá energizado trabalhando com pessoas de quem se sente próximo e
com quem está aprendendo e se inspirando.
8. Aproveite a tecnologia
Você também pode considerar usar IA para ajudar na sua comunicação
escrita. Embora seja necessário lidar com questões como segurança,
privacidade, qualidade e direitos autorais, muitos trabalhadores do
conhecimento também estão começando a aproveitar a inteligência
artificial, de acordo com a pesquisa Grammarly.
Na verdade, as pessoas hoje economizam quase oito horas de trabalho
por semana usando IA generativa, seja para melhorar a compreensão,
idealização, criação de conteúdo, pesquisa e edição ou revisão.
Os profissionais também estão usando IA para tarefas relacionadas à
escrita, como emails, relatórios ou apresentações, para classificar ou
gerenciar documentos escritos e traduzir conteúdo, de acordo com outra
pesquisa, da Tech.co.
Se você estiver aproveitando a IA, ótimo, mas tenha cuidado. De
acordo com o Insight, 80% das empresas possuem políticas para orientar
esse uso. E esteja ciente de que a IA é imperfeita porque foi projetada
por humanos. Pode ser um ponto de partida útil, mas depois você mesmo
precisará avaliar, editar e finalizar – sempre com integridade e
responsabilidade pelo seu trabalho.
*Tracy Brower é colaboradora da Forbes USA. Ela é socióloga,
conselheira, especialista em assuntos relacionados ao universo
profissional e autora de “The Secrets to Happiness at Work” (Os Segredos
da Felicidade no Trabalho, em tradução livre).
Mindset correto é o que vai fazer você alcançar (ou não) o sucesso
Junior Borneli, co-fundador do StartSe
Mulher negra e sorridente segurando um IPad e olhando para frente (Fonte: Getty Images)
Mindset é a sua programação mental, é como você encara tudo que está ao teu redor
Mindset. Você já ouviu essa palavinha algumas vezes aqui no StartSe.
Ela é importante, talvez uma das coisas mais importantes para “chegar
lá” (seja lá onde for que você quiser chegar).
É sua habilidade de pensar o que você precisa para ter sucesso. E
como a maioria das coisas que você possui dentro de você, ela é uma
espécie de programação do seu ser. Tanto que é possível que você adquira
outro mindset durante a vida, convivendo com as pessoas corretas,
conhecendo culturas diferentes.
Algumas pessoas dizem que é isso das pessoas que faz o Vale do
Silício ser a região mais inovadora do mundo. Eu, pessoalmente, não
duvido. Fato é: você precisa de ter a cabeça no lugar certo, pois a
diferença entre um mindset vencedor e um perdedor é o principal fator
entre fracasso e sucesso.
Para isso, é importante você começar do ponto inicial: um objetivo.
“Todo empreendedor precisa ter um objetivo. Acordar todos os dias e
manter-se firme no propósito de fazer o máximo possível para chegar lá é
fundamental”, diz Junior Borneli, co-fundador do StartSe e uma das
pessoas mais entendidas de mindset no ecossistema brasileiro.
De lá, é importante você fazer o máximo que puder e não perder o
foco, mantendo-se firme. “Não importa se no final do dia deu tudo certo
ou errado. O importante é ter a certeza de que você fez tudo o que foi
possível para o melhor resultado”, avisa.
Com a atitude certa, é capaz que você sempre consiga canalizar as
coisas como positivas. “Você sempre tem duas formas de olhar um a mesma
situação: aquela em que você se coloca como um derrotado e a outra onde
você vê os desafios como oportunidades. Escolha sempre o melhor lado das
coisas, isso fará com que sua jornada seja mais leve”, alerta o
empreendedor.
Esses tipo de sentimento abre espaço para uma característica
importantíssima dos principais empreendedores: saber lidar com grandes
adversidades. “Um ponto em comum na maioria os empreendedores de sucesso
é a superação”, destaca Junior Borneli.
Saber lidar com essas adversidades vai impedir que você pare no
primeiro problema (ou falência) que aparecer na sua frente. “São muito
comuns as histórias de grandes empresários que faliram várias vezes,
receberam diversos ‘nãos’ e só venceram porque foram persistentes”,
afirma.
É importante ter esse mindset resiliente, pois, nem sempre tudo será
fácil para você – na verdade, quase nunca será. “Empreender é, na maior
parte do tempo, algo muito doloroso. Até conseguir algum resultado
expressivo o empreendedor passa por muitos perrengues. A imensa maioria
fica pelo caminho”, diz.
É como uma luta de boxe, onde muitas vezes, para ganhar, você terá
que apanhar e apanhar e apanhar até conseguir desferir o golpe (ou a
sequência) certo. “Na minha opinião, não há melhor frase que defina a
trajetória de um empreendedor de sucesso do que aquela dita por Rocky
Balboa, no cinema: ‘não importa o quanto você bate, mas sim o quanto
aguenta apanhar e continuar. É assim que se ganha’”, ilustra.
O problema talvez seja que alguns aspectos do empreendedorismo tenham
glamour demais. “Empreender não é simplesmente ter uma mesa com
super-heróis e uma parede cheia de post-its coloridos. Você vive numa
espécie de montanha russa de emoções, onde de manhã você é ‘o cara’ e à
tarde não tem dinheiro pro café”, salienta.
Vale a pena, porém, perseverar neste caminho. “Para aqueles que são
persistentes e têm foco, a jornada será difícil, mas o retorno fará
valer a pena!,” destaca o empreendedor.
DERROTA TAMBÉM ENSINA
Um ponto importante do sucesso é saber lidar com o fracasso e, de lá,
tomar algumas lições para sair mais forte ainda. “Toda derrota nos
ensina algumas lições e assim nos tornamos mais fortes a cada nova
tentativa. A cultura do fracasso, aqui no Brasil, é muito diferente dos
Estados Unidos”, afirma Junior.
No Vale do Silício, falhar é encarado algo bom, na verdade – e
aumenta suas chances de sucesso futuro. “Por lá, empreendedor que já
falhou tem mais chances de receber investimentos porque mostrou
capacidade de reação e aprendeu com os erros”, conta o empreendedor.
Mas ao pensar sobre fracasso, você precisa ter o filtro correto para
não deixar a ideia escapar. “Encarar os erros como ensinamentos e
entender que falhar é parte do jogo torna as coisas mais fáceis e
suportáveis”, salienta.
Foco é a palavra de ordem para você conseguir alcançar os objetivos
traçados no caminho, mesmo que em alguns momentos pareça que está tudo
dando errado. “Por fim, buscar o equilíbrio mental e o foco são
fundamentais. Nas vitórias, tendemos a nos render à vaidade e ao
orgulho. E nas derrotas nos entregamos ao desânimo e a depressão.
Mentalize seus objetivos, foque nos caminhos que vão leva-lo até eles e
siga firme em frente”, afirma.
É importante que você tenha noção de que para ser uma exceção, você
não pode pensar da maneira comodista que a maior parte das pessoas. “Se
você quer chegar onde poucos chegaram, precisará fazer o que poucos têm
coragem e disposição para fazer”, completa.
O “não” do cliente a uma proposta. Por quê?
Moysés Peruhype Carlech
Fiquei pensando e ao mesmo tempo preocupado com o seu “não”,
sem nenhuma explicação, à nossa proposta de divulgação da sua loja e de
resto todas as lojas dessa cidade no Site da nossa Plataforma Comercial
da Startup Valeon.
Esse “não” quer dizer, estou cheio de compromissos para fazer
pagamentos mensais, não estou faturando o suficiente para cobrir as
minhas despesas, a minha loja está vendendo pouco e ainda me vem mais
uma “despesa” de publicidade da Startup Valeon?
Pergunto: como vou comprar na sua loja? Se não sei qual é a
sua localização aí no seu domicílio? Quais os produtos que você
comercializa? Se tem preços competitivos? Qual a sua interação online
com os seus clientes? Qual o seu telefone de contato? Qual é o seu
WhatsApp?
Hoje em dia, os compradores não têm tempo suficiente para
ficarem passeando pelos Bairros e Centros da Cidade, vendo loja por loja
e depois fazendo a decisão de compra, como antigamente.
A pandemia do Covid-19 trouxe consigo muitas mudanças ao
mundo dos negócios. Os empresários precisaram lutar e se adaptar para
sobreviver a um momento tão delicado como esse. Para muitos, vender em
Marketplace como o da Startup Valeon se mostrou uma saída lucrativa para
enfrentar a crise. Com o fechamento do comércio durante as medidas de
isolamento social da pandemia, muitos consumidores adotaram novos
hábitos para poder continuar efetuando suas compras. Em vez de andar
pelos corredores dos shoppings centers, bairros e centros da cidade,
durante a crise maior da pandemia, os consumidores passaram a navegar
por lojas virtuais como a Plataforma Comercial Valeon. Mesmo aqueles que
tinham receio de comprar online, se viram obrigados a enfrentar essa
barreira. Se os consumidores estão na internet, é onde seu negócio
também precisa estar para sobreviver à crise e continuar prosperando.
É importante você divulgar a sua loja na internet com a ajuda
do Site da Startup Valeon, que no caso não é uma despesa a mais e sim
um investimento para alavancar as suas vendas. Desse modo, o seu
processo de vendas fica muito mais profissional, automatizado e
eficiente. Além disso, é possível a captação de potenciais compradores e
aumentar o engajamento dos seus clientes.
Não adianta pensar dessa forma: “Eu faço assim há anos e deu
certo, porque eu deveria fazer diferente? Eu sei o que preciso fazer”. –
Se você ainda pensa assim, essa forma de pensar pode representar um
grande obstáculo para o crescimento do seu negócio, porque o que trouxe
você até aqui é o que você já sabe e não será o que levará você para o
próximo nível de transformação.
O que funcionava antes não necessariamente funcionará no
futuro, porque o contesto está mudando cada vez mais rápido, as formas
como os negócios estão acontecendo são diferentes, os comportamentos dos
consumidores está se alterando, sem contar que estão surgindo novas
tecnologias, como a da Startup Valeon, que vão deixar para trás tudo
aquilo que é ineficiente.
Aqui, na Startup Valeon, nós sempre questionamos as formas de
pensar e nunca estamos totalmente satisfeitos com o que sabemos
justamente por entender que precisamos estar sempre dispostos a conhecer
e aprender com o novo, porque ele será capaz de nos levar para onde
queremos estar.
Mas, para isso acontecer, você precisa estar disposto a
absorver novas formas de pensar também e não ficar amarrado só ao que
você já sabe.
Se este for seu caso, convido você a realizar seu novo começo
por meio da nossa forma de anunciar e propagar a sua empresa na
internet.
Todos eles foram idealizados para você ver o seu negócio e a
sua carreira de uma forma completamente diferente, possibilitando levar
você para o próximo nível.
Aproveite essa oportunidade para promover a sua próxima transformação de vendas através do nosso site.
Então, espero que o seu “não” seja uma provocação dizendo para nós da Startup Valeon – “convença-me”.