Total: 70.794 políticos (não estamos falando de nenhum partido de forma específica) + 11 do STF (“políticos” também).
12.825 – Assessores parlamentares Câmara Federal (sem concurso)
4.455 – Assessores parlamentares Senado (sem concurso)
27.000 – Assessores parlamentares Câmaras Estaduais (sem concurso – estimado/por falta de transparência)
600.000 – Assessores parlamentares Câmaras Municipais (sem concurso – estimado/por falta de transparência)
Total Geral: 715.074 funcionários não concursados
Gasto
248 mil por minuto;
14,9 milhões por hora;
357,5 milhões por dia;
10,7 bilhões por mês;
Gasto Total: acima de 128 BILHÕES por ano + 6 BILHÕES do
FUNDO PARTIDÁRIO para 2023. Além disso, deve-se computar o rombo na
previdência social com suas aposentadorias alienígenas.
35 Partidos registrados no TSE + 73 partidos em formação.
As perguntas cabíveis diante dessa situação são as seguintes:
Será que a reforma da Previdência é a única prioridade nacional?
– Como é que nós deixamos chegar a esse ponto?
– E até quando?
[30/1 22:06] Sumiko Hanada: Olha a inflação de 1.75 do governo .
Fonte: Banco Mundial
“O Brasil tem a maior carga tributária do mundo, para pagar a
MAIOR CORRUPÇÃO DO MUNDO”
Tributos no Brasil – uma vergonha!!!
Medicamentos 36%
Luz. 45,81%
Telefone 47,87%
Gasolina 57,03%
Cigarro 81,68%
PRODUTOS ALIMENTÍCIOS BÁSICOS
Carne bovina 18,63%
Frango 17,91%
Peixe 18,02%
Sal 29,48%
Trigo 34,47%
Arroz 18,00%
Óleo de soja 37,18%
Farinha 34,47%
Feijão 18,00%
Açúcar 40,40%
Leite 33,63%
Café 36,52%
Macarrão 35,20%
Margarina 37,18%
Molho tomate 36,66%
Biscoito 38,50%
Chocolate 32,00%
Ovos 21,79%
Frutas 22,98%
Álcool 43,28%
Detergente 40,50%
Sabão em pó 42,27%
Desinfetante 37,84%
Água sanitária 37,84%
Esponja de aço 44,35%
PRODUTOS BÁSICOS DE HIGIENE
Sabonete 42%
Xampu 52,35%
Condicionador 47,01%
Desodorante 47,25%
Papel Higiênico 40,50%
Pasta de Dente 42,00%
MATERIAL ESCOLAR
Caneta 48,69%
Lápis 36,19%
Borracha 44,39%
Estojo 41,53%
Pastas plásticas 41,17%
Agenda 44,39%
Papel sulfite 38,97%
Livros 13,18%
Papel 38,97%
BEBIDAS
Refresco em pó 38,32%
Suco 37,84%
Água 45,11%
Cerveja 56,00%
Cachaça 83,07%
Refrigerante 47,00%
Sapatos 37,37%
Roupas 37,84%
Computador 38,00%
Telefone Celular 41,00%
Ventilador 43,16%
Liquidificador 43,64%
Refrigerador 47,06%
Microondas 56,99%
Tijolo 34,23%
Telha 34,47%
Móveis 37,56%
Tinta 45,77%
Casa popular 49,02%
Mensalidade Escolar 37,68% (ISS DE 5%)
ALÉM DESTES IMPOSTOS, VOCÊ PAGA
– DE 15% A 27,5% DO SEU SALÁRIO A TÍTULO DE IMPOSTO DE RENDA;
– PAGA O SEU PLANO DE SAÚDE,
– O COLÉGIO DOS SEUS FILHOS,
– IPVA,
– IPTU,
– INSS,
– FGTS
– ETC.
O Brasil precisa de atitude do povo!
Somos 208 milhões de Brasileiros….sendo sacaneados por 70.764 políticos de Brasília….
– Sem querer cortar seus próprios gastos e exagerados
privilégios, o governo repassa o alto custo da sua corrupção e
incompetência para a população pagar……….. e ainda afirma que não tem
dinheiro!!
“- Vai ficar parado?!”
Esse Whatsapp é mais eficiente que canal de TV.
1 minuto para mudar o e defender a família de hoje e do futuro.
No entanto, ainda existem muitas tarefas e interações que só podem
ser feitas pelos humanos, especialmente em áreas que dependem de conexão
entre pessoas. Esse tipo de trabalho exige o desenvolvimento de
competências interpessoais, as chamadas soft skills, qualidades não
técnicas e traços de personalidade que envolvem comunicação, colaboração
e interações eficazes no ambiente de trabalho.
Então, de quais habilidades interpessoais você precisa para garantir a
segurança do seu emprego no mercado de trabalho atual? Aqui estão 5
para considerar.
O desenvolvimento desse tipo de habilidade permite que os
profissionais naveguem em ambientes complexos e tragam inovações para
soluções em suas atividades diárias. Embora a IA possa ajudar,
profissionais com pensamento crítico têm a flexibilidade para ajustar a
sua abordagem com base em várias circunstâncias e contextos éticos.
À medida que eles tomam decisões com base no julgamento subjetivo, na
intuição e nas suas experiências pessoais, é mais difícil que sejam
substituídos pela IA.
Planejamento estratégico
Cada trabalho envolve algum tipo de planejamento – desde a definição
de objetivos, formulação de estratégias, atribuição de recursos,
implementação de projetos e monitoramento, até a avaliação. Isso é
especialmente importante para analistas de negócios e gerentes de
projeto, mas os trabalhos que envolvem planejamento estratégico podem
variar dependendo do setor ou da estrutura da empresa.
Um bom planejamento requer criatividade e inovação para
novas abordagens, adaptação às circunstâncias e aproveitamento de
oportunidades. Os sistemas de IA podem ter dificuldades em responder a
mudanças imprevistas, o que torna os funcionários com essas competências
mais favoráveis para realizar o trabalho e indispensáveis para as
empresas.
Delegação de tarefas
Algumas tarefas são mais fáceis de realizar sozinho, mas outras
precisam de apoio para obter melhores resultados. E à medida que o uso
da IA se torna mais comum, o gerenciamento de tarefas é visto como
algo que pode ser automatizado. No entanto, o julgamento humano ainda é
crucial para a delegação de tarefas, uma vez que considera as
capacidades dos membros da equipe e a sua carga de trabalho. Delegar
também inclui determinar qual pessoa é mais adequada para qual entrega,
fornecendo instruções claras para uma execução bem-sucedida.
Um estudo sobre gerenciamento de tempo revelou que apenas 28% das
empresas oferecem treinamento em habilidades de delegação. Portanto, se
você conseguir fazer isso e tornar os processos mais fáceis para a sua
equipe, você estará se tornando mais valioso e menos substituível no seu
trabalho.
Comunicação
É fácil confundir habilidades de comunicação com a mera capacidade de
manter conversas, mas vai além disso. A comunicação eficaz envolve
transmitir ideias, construir relacionamentos e persuadir outras pessoas a
apoiarem suas iniciativas no trabalho. Também pode ser útil demonstrar
influência se você estiver em uma posição de liderança.
As habilidades de comunicação também podem aumentar seu impacto,
permitindo que você crie narrativas e ilustre suas ideias de maneira
convincente, colabore com seus colegas de equipe para atingir objetivos
comuns e impulsione mudanças positivas dentro da empresa.
Embora hoje em dia seja comum usar IA para redigir um email
profissional, o toque humano ainda é insubstituível ao lidar com
questões delicadas, como atendimento ao cliente, e temas que ainda
precisam ser tratados pessoalmente. Isso também envolve lidar com crises
e gerenciar as partes interessadas.
Investir em habilidades de comunicação pode te ajudar a ser um membro
ou líder de equipe mais produtivo e eficiente, o que vai pavimentar seu
caminho para o sucesso profissional.
Aprender táticas e técnicas de negociação aumentará a sua importância
como profissional, especialmente se estiver lidando com processos de
compras ou aquisição. Você poderá fazer concessões estrategicamente, o
que cria valor por meio de compensações, como preços preferenciais para
contratos e fornecedores.
Não será fácil substituir os humanos em negociações, pois eles trazem
inteligência emocional, criatividade e julgamento para fechar um acordo
que seja vantajoso para as partes envolvidas. Essas habilidades
continuam sendo importantes para construir parcerias e manter clientes
no setor empresarial. A negociação também é uma competência fundamental
para funções de gerenciamento ao lidar com prazos, cronogramas,
orçamentos e resolução de conflitos.
Embora a IA continue a ajudar na automatização de tarefas rotineiras e
no processamento de grandes quantidades de dados, existem qualidades
únicas que apenas os humanos têm, o que os diferencia da tecnologia e os
posiciona como ativos insubstituíveis para as empresas.
Embora investir na aprendizagem de novas tecnologias seja importante
nos dias de hoje, cultivar essas competências interpessoais é também um
movimento estratégico para se manter relevante e indispensável num local
de trabalho cada vez mais digital.
*Sho Dewan é colaborador da Forbes US. Ele é fundador e CEO da
Workhap, de consultoria de carreira, além de ser criador de conteúdo e
LinkedIn Top Voice.
A STARTUP VALEON OFERECE SEUS SERVIÇOS AOS EMPRESÁRIOS DO VALE DO AÇO
Moysés Peruhype Carlech
A Startup Valeon, um site marketplace de Ipatinga-MG, que faz divulgação de todas
as empresas da região do Vale do Aço, chama a atenção para as seguintes questões:
• O comércio eletrônico vendeu mais de 260 bilhões em 2021 e superou pela
primeira vez os shopping centers, que faturou mais de 175 bilhões.
• Estima-se que mais de 35 bilhões de vendas dos shoppings foram migradas
para o online, um sintoma da inadequação do canal ao crescimento digital.
• Ou seja, não existe mais a possibilidade de se trabalhar apenas no offline.
• É hora de migrar para o digital de maneira inteligente, estratégica e intensiva.
• Investir em sistemas inovadores permitirá que o seu negócio se expanda, seja através
de mobilidade, geolocalização, comunicação, vendas, etc.
• Temas importantes para discussão dos Shoppings Centers e do Comércio em Geral:
a) Digitalização dos Lojistas;
b) Apoio aos lojistas;
c) Captura e gestão de dados;
d) Arquitetura de experiências;
e) Contribuição maior da área Mall e mídia;
f) Evolução do tenant mix;
g) Propósito, sustentabilidade, diversidade e inclusão;
h) O impacto do universo digital e das novas tecnologias no setor varejista;
i) Convergência do varejo físico e online;
j) Criação de ambientes flexíveis para atrair clientes mais jovens;
k) Aceleração de colaboração entre +varejistas e shoppings;
l) Incorporação da ideia de pontos de distribuição;
m) Surgimento de um cenário mais favorável ao investimento.
Vantagens competitivas da Startup Valeon:
• Toda Startup quando entra no mercado possui o sonho de se tornar rapidamente
reconhecida e desenvolvida no seu ramo de atuação e a Startup Valeon não foge disso,
fazem dois anos que estamos batalhando para conquistarmos esse mercado aqui do
Vale do Aço.
• Essa ascensão fica mais fácil de ser alcançada quando podemos contar com apoio de
parceiros já consolidados no mercado e que estejam dispostos a investir na execução de
nossas ideias e a escolha desses parceiros para nós está na preferência dos empresários aqui
do Vale do Aço para os nossos serviços.
• Parcerias nesse sentido têm se tornado cada vez mais comuns, pois são capazes de
proporcionar vantagens recíprocas aos envolvidos.
• A Startup Valeon é inovadora e focada em produzir soluções em tecnologia e estamos
diariamente à procura do inédito.
• O Site desenvolvido pela Startup Valeon, focou nas necessidades do mercado e na falta de
um Marketplace para resolver alguns problemas desse mercado e em especial viemos para ser
mais um complemento na divulgação de suas Empresas e durante esses dois anos de nosso
funcionamento procuramos preencher as lacunas do mercado com tecnologia, inovação com
soluções tecnológicas que facilitam a rotina dessa grande empresa. Temos a missão de
surpreender constantemente, antecipar tendências, inovar. Precisamos estar em constante
evolução para nos manter alinhados com os desejos do consumidor. Por isso, pensamos em
como fazer a diferença buscando estar sempre um passo à frente.
• Temos a plena certeza que estamos solucionando vários problemas de divulgação de suas
empresas e bem como contribuindo com o seu faturamento através da nossa grande
audiência e de muitos acessos ao site (https://valedoacoonline.com.br/) que completou ter
mais de 100.000 acessos.
Provas de Benefícios que o nosso site produz e proporciona:
• Fazemos muito mais que aumentar as suas vendas com a utilização das nossas ferramentas
de marketing;
• Atraímos visualmente mais clientes;
• Somos mais dinâmicos;
• Somos mais assertivos nas recomendações dos produtos e promoções;
• O nosso site é otimizado para aproveitar todos os visitantes;
• Proporcionamos aumento do tráfego orgânico.
• Fazemos vários investimentos em marketing como anúncios em buscadores, redes
sociais e em várias publicidades online para impulsionar o potencial das lojas inscritas no nosso
site e aumentar as suas vendas.
Proposta:
Nós da Startup Valeon, oferecemos para continuar a divulgação de suas Empresas na nossa
máquina de vendas, continuando as atividades de divulgação e propaganda com preços bem
competitivos, bem menores do que os valores propostos pelos nossos concorrentes offlines.
Pretendemos ainda, fazer uma página no site da Valeon para cada empresa contendo: fotos,
endereços, produtos, promoções, endereços, telefone, WhatsApp, etc.
O site da Valeon é uma HOMENAGEM AO VALE DO AÇO e esperamos que seja também uma
SURPRESA para os lojistas dessa nossa região do Vale do Aço.
Esta reportagem é parte da Agenda SP, conjunto de temas cruciais para o desenvolvimento da cidade de São Paulo. A Agenda SP estará presente em toda a cobertura do Estadão das eleições: reportagens, mapas explicativos, nos debates Estadão/ FAAP/ Terra, sabatinas com candidatos e no monitoramento semanal de buscas do cidadão paulistano
São Paulo tem
o mérito de manter a fila da creche zerada desde 2020, mas o desafio de
melhorar a qualidade da educação infantil para 550 mil alunos de 0 a 6
anos. A ciência mostra que estímulos certos na primeira infância estão
ligados a melhor desempenho acadêmico, salários mais altos, mais saúde,
menos desigualdade – e retornos financeiros para a sociedade.
Bebês compartilham um livro em creche da rede municipal, no centro da capital Foto: Tiago Queiroz/Estadão
Alfabetização
É na educação infantil que se formam as bases da alfabetização. As
prefeituras são, prioritariamente, responsáveis por essa etapa, composta
por creche e pré-escola, e os anos iniciais do ensino fundamental (1º
ao 5º ano).
Apesar de fazer um dos maiores investimentos entre as redes
municipais, São Paulo está em 21ª entre as capitais no novo índice de
alfabetização do Ministério da Educação (MEC), divulgado em maio. Só 37,9% das crianças do 2º ano sabem ler e escrever, menos do que a meta prevista pelo MEC (44,3%). Alguns especialistas contestaram a nova fórmula elaborada
pelo ministério. A Prefeitura diz que “a pesquisa deste ano não pode
ser usada como comparativo de avaliações anteriores” porque foi mudada
pelo MEC. A pasta criou em 2023 uma nota de corte nas provas com
parâmetros de alfabetização e tabulou resultados usando também exames
feitos pelos municípios.
Não se trata de ensinar a ler e a escrever na educação infantil. Mas
propor práticas de leitura e escrita, com brincadeiras e histórias,
desenvolvendo o interesse pela linguagem.
“Prefeitos têm de entender que alfabetização não começa no
fundamental. As experiências da criança na educação infantil são
estruturantes”, afirma a diretora de políticas públicas da Fundação
Maria Cecilia Souto Vidigal, Marina Fragata Chicaro. “Todos falam muito de desigualdade, mas a política mais poderosa para reduzi-la é investir na primeira infância”, confirma Priscila Cruz, presidente executiva do Todos Pela Educação.
Tempo integral
Dos bebês de 0 a 3 anos das creches da capital, 100% ficam em período
integral. Mas, segundo dados tabulados pelo Todos pela Educação, isso
se repete em só 11% das pré-escolas (4 e 5 anos), que, com a creche,
compõem a educação infantil.
“Corta o cotidiano da família quando a criança faz 4 anos: quem vai
buscá-la se os pais trabalham o dia todo? Mesmo que alguém busque, ela
não tem onde ficar quando sai da escola”, diz Cisele Ortiz, coordenadora do Instituto Avisa Lá, que há décadas trabalha com creches na capital.
Crianças da pré-escola brincam em escola municipal no Paraíso, zona sul Foto: Tiago Queiroz/Estadão
O que é uma educação infantil de qualidade?
O Conselho Nacional de Educação (CNE) aprovou em julho diretrizes
feitas pelo MEC de qualidade na educação infantil, que devem nortear os
municípios. As diretrizes reforçam a importância de brincadeiras no
currículo, livros, espaços e projetos arquitetônicos específicos para a
faixa etária e políticas antirracistas. Também cita a importância da
avaliação, com informações sobre vagas, infraestrutura e práticas
pedagógicas.
“Olhar só estrutura ou material não é suficiente para dizer que a
educação infantil é boa”, diz Marina. “O professor precisa ter práticas
que ajudem a criança na riqueza de experiências e contextos que ela deve
vivenciar.”
infographics
Além disso, entre educadores, uma parte defende instruções mais
explícitas para a alfabetização no fim da pré-escola; outros não. O
documento do MEC fala de “compromisso com o investimento pedagógico
intencional nos processos de apropriação da leitura e da escrita”.
Quais são os bons exemplos no exterior?
A Austrália é uma das referências em diretrizes curriculares para a
faixa de 0 a 5 anos. São listados cinco resultados esperados na
aprendizagem: forte senso de identidade; conexão com o mundo e perceber
como suas ações contribuem com ele; bem-estar; confiança e saber
comunicar-se. Lá, também foi criado em 2009 um sistema em que
avaliadores externos visitam as unidades de educação infantil.
Outro bom exemplo de currículo para essa faixa etária é o da
província de Ontário, no Canadá. Entre os princípios para uma educação
infantil de qualidade estão a parceria entre escola e família, o
respeito à diversidade, a brincadeira como base para o aprendizado e
educadores bem preparados.
Importância do espaço e mobiliário adequados à faixa etária faz parte
de documento recente aprovado no CNE sobre educação infantil Foto:
Tiago Queiroz/Estadão
Quantas crianças por professora?
Outro gargalo é o número de crianças por professor. O documento do
MEC prevê que, nessa idade, sejam no máximo 20 por profissional. Entre
bebês de até 1 ano, a proporção é de 5 para 1. A Prefeitura diz que
novas salas podem ser criadas “em caráter excepcional” se há demanda e
conforme a capacidade das escolas.
Desde a Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB), de 1996, a
educação infantil sai do assistencialismo e integra a educação básica do
País. Segundo o prêmio Nobel de Economia James Heckman, a cada US$ 1
direcionado a cidadãos de 0 a 6 anos, o retorno para a sociedade é de
US$ 7.
Como acabou a fila da creche
Em 2012, a fila da creche em São Paulo tinha 150 mil crianças e uma
chuva de pedidos de vaga nos tribunais. “Aqueles que acionam a Justiça
muitas vezes não são os mais vulneráveis”, diz Alessandra Gotti, do Instituto Articule. Ela foi uma das responsáveis pela articulação entre poderes que encerrou a judicialização.
A Justiça fixou metas em 2013 para criar vagas e a fila acabou em
2020. “Nesse período foram 7 ou 8 secretários de Educação. Isso se
tornou política de Estado, não de governo.” O investimento subiu, hoje é
de cerca de R$ 20 mil por aluno/ano, e a expansão se deu principalmente
por parcerias com organizações não governamentais, as “creches
conveniadas” (mais de 80% da rede).
O que os candidatos propõem na educação (em ordem alfabética)
Guilherme Boulos
O candidato do PSOL pretende
manter o modelo de creches parceiras que é regulamentada de acordo com
regras estabelecidas pelo Marco Regulatório das Organizações da
Sociedade Civil (MROSC). Segundo ele, isso garante que as organizações
cumpram com os acordos estabelecidos e assegurem atendimento de
excelência às crianças e suas famílias.
Nos temas filas para a creche e alta quantidade de alunos por
professor, Boulos defende estabelecer um padrão de qualidade comum. O
candidato quer aprimorar os mecanismos de transparência, acompanhamento e
supervisão dos serviços prestados pelas entidades parceiras e investir
na formação continuada para educadores, instituindo uma política
permanente de valorização salarial.
Na política de alfabetização, Boulos quer ampliar a educação integral
e garantir a formação continuada dos educadores, as condições materiais
de trabalho e a segurança do professor e dos estudantes no ambiente
escolar.
“Vamos transformar a escola em um espaço de convivência, cooperação e
pertencimento à comunidade, ampliando a jornada escolar e oferecendo
atividades culturais, esportivas e de lazer. O programa será
implementado gradualmente, em diálogo com as unidades escolares, e com a
preocupação permanente em valorizar os profissionais da educação e
atualizar os espaços físicos das escolas com ações de adequação e
melhoria”, diz o candidato quando o assunto é educação integral.
José Luiz Datena
“A obrigação do poder municipal, responsável pelo ensino infantil, é
tratar as crianças com segurança para que as mães, que estão deixando
seus filhos de até 4 anos nas creches, tenham certeza que estão em um
lugar seguro. Além de segurança, as creches estarão preparadas para
acolher com carinho, amor e cuidados de atenção à saúde, proporcionando
as melhores condições para que essas crianças sigam para a próxima etapa
da educação infantil. A nossa proposta é que nossas crianças, com no
máximo oito anos, sigam o ensino fundamental já alfabetizadas”, afirmou o
candidato do PSDB.
Datena defende policiamento nos arredores das escolas. “Na minha gestão haverá segurança no ambiente de educação infantil com a GCM ao
redor das escolas, mas também vamos trabalhar para manter o ambiente
familiar entre professores, funcionários e crianças”, disse.
O tucano pontuou ainda a necessidade de reforço no processo de
letramento. “As crianças sairão da escola alfabetizadas, bem cuidadas e
acolhidas como se tivessem em suas casas. Nenhuma criança, até oito anos
de idade, seguirá o sistema educacional sem saber ler e escrever no
tempo certo.”
Marina Helena
A candidata do Novo afirmou
que o atual modelo de contrato com as creches é um “termo de fomento
com remuneração baseada em planilha de custos”. A Prefeitura, diz
Marina, banca o que a creche gasta. “Isso é um convite ao
superfaturamento dos custos. Vamos mudar o modelo para contratos para
Parceria Público-Privada com remuneração baseada na qualidade do ensino,
como ocorre em diversos países do mundo. Há menos incentivos para
corrupção e é mais fácil para a prefeitura romper o contrato se o
serviço for mal prestado”.
Creches conveniadas representam mais de 80% da rede paulistana de educação infantil Foto: Tiago Queiroz/Estadão
Pablo Marçal
“As creches parceiras continuarão sendo essenciais, mas com um
acompanhamento mais próximo para garantir a qualidade do ensino.
Importante ressaltar que implementaremos rigorosos mecanismos de
controle, governança e fiscalização em toda a gestão educacional,
incluindo as parcerias’, diz o candidato do PRTB.
Em relação aos desafios de qualidade na educação infantil, a campanha
de Marçal pontua que “a gestão focará em investimentos na capacitação
contínua dos educadores, implementação de tecnologias educacionais e
parcerias com instituições especializadas”. Também pretendem implementar
um sistema de avaliação e monitoramento constante da qualidade do
ensino.
Na melhoria do processo de alfabetização, o candidato afirma que sua
política de alfabetização incluirá a implementação de metas claras de
aprendizagem, avaliações diagnósticas regulares a partir do ano final da
educação infantil, e um sistema de remuneração por resultado para os
profissionais da educação.
Na área de educação de tempo integral, Marçal afirma que “para a
pré-escola ampliaremos a faixa etária de atendimento dos Centros para
Crianças e Adolescentes a partir dos 4 anos, oferecendo atividades no
contraturno escolar. Acreditamos que o tempo integral não só melhora o
desempenho acadêmico, mas também proporciona um desenvolvimento mais
completo, incluindo atividades esportivas, culturais e de preparação
para o futuro profissional.”
Ricardo Nunes
Candidato à reeleição pelo MDB,
Nunes promete trabalhar para garantir que a cidade continue sem filas
para atendimento dos bebês e crianças de 0 a 3 anos nos próximos 4 anos,
assim como para os outros ciclos de ensino, mantendo o modelo de
creches parceiras.
Sobre a relação entre a quantidade de alunos por professor, Nunes
defende que a atual gestão está em consonância com parâmetros de
atendimento de qualidade, mas pondera que as Diretorias Regionais de
Educação (DREs) podem autorizar, em caráter excepcional, a criação de
turmas nos CEIs diretos e parceiros, respeitada a capacidade física das
salas.
O prefeito aponta que a classificação de São Paulo no novo índice de
alfabetização está em patamar “adequado e avançado”, segundo a avaliação
estadual. Ele pondera que a Rede Municipal de Ensino (RME) possui
avaliações próprias que mensuram as aprendizagens dos estudantes e que
exames como a Provinha São Paulo, aplicada aos estudantes do 2° ano do
Ensino Fundamental, mostra que desde 2018 entre 80% e 90% dos estudantes
estão alfabetizados.
Sobre a política de escola em tempo integral para pré-escola e
fundamental, Nunes afirma que pretende ampliar o ensino em tempo
integral nas escolas municipais, desde a educação infantil até o ensino
fundamental, priorizando os distritos mais vulneráveis, trazendo
benefícios para o processo de aprendizagem e atendendo ao interesse das
famílias.
Tabata Amaral
A candidata do PSB afirma
que uma das primeiras medidas a ser adotada será a ampliação do horário
de atendimento das creches para até 19h. “Essa é uma demanda de muitas
mães, pais e responsáveis que trabalham e nem sempre conseguem buscar as
crianças antes desse horário.”
Tabata promete continuar com as parceiras, garantindo um padrão no
atendimento, com a adoção de indicadores de qualidade e novos fluxos de
acompanhamento e monitoramento.
Sobre a classificação da cidade no índice de alfabetização, a
candidata diz que seu compromisso é ter 100% das crianças alfabetizadas
na idade certa, com prioridade para o letramento em português e
matemática até os 7 anos. “Vamos aplicar avaliações diagnósticas
bimestrais. Isso vai permitir intervenções rápidas que garantam que
todos os alunos atinjam os níveis adequados de proficiência.
Redesenharemos o sistema de formação dos professores, com prioridade
para a alfabetização, e instituiremos prêmios às escolas, professores,
profissionais da rede e gestores que alcancem as metas estabelecidas.”
Sobre a política de escola em tempo integral para pré-escola e ensino
fundamental, a candidata afirma que o mecanismo ajuda a reduzir
desigualdades: “É só assim que o filho do pobre terá as mesmas
oportunidades que o filho do rico. Vamos implementar um plano de
expansão gradual das matrículas em tempo integral na rede municipal de
educação. Essa universalização vai começar pelas escolas mais
vulneráveis e com piores indicadores.
O pneu ecológico é uma alternativa eco-friendly ao pneu tradicional. Cada vez mais as empresas de pneus procuram minimizar o uso de materiais prejudiciais ao meio ambiente, ao mesmo tempo que aumentam a durabilidade dos produtos, dificultando o desgaste. Como resultado, as emissões de gases do efeito estufa são reduzidas, e o carro torna-se um veículo mais verde.
Com menor desgaste, a vida útil do pneu é estendida, o que significa
menos substituição. Desse modo, os fabricantes de pneus não precisam
produzir a mesma quantidade de produtos, economizando matérias-primas e
a energia necessária para a fabricação. Assim, os pneus ecológicos, ou pneus verdes, podem aliar alta qualidade com menor impacto ambiental.
De que são feitos os pneus?
Pneus tradicionais contém derivados do petróleo, consistem em cerca
de 19% de borracha natural e 24% de borracha sintética, que é um polímero plástico. A produção de pneus tem impactos ambientais enormes, que vão desde o desmatamento contínuo até o uso de combustíveis fósseis,
prejudiciais ao clima, usados ??para fazer borrachas sintéticas.
Os pneus dos carros modernos requerem cerca de 7 galões de óleo para
serem produzidos, enquanto os dos caminhões consomem 22 galões.
Mas o que também está se tornando cada vez mais claro é que, à medida
que a borracha se desgasta, os pneus lançam minúsculos polímeros
plásticos que muitas vezes acabam se tornando poluentes em oceanos e
cursos d’água. Por isso, o pneu tradicional é um dos maiores
contribuintes do problema crescente do microplástico.
Além disso, os padrões da banda de rodagem do pneu ajudam a
determinar a aderência de um veículo na estrada, bem como sua
manipulação, manobra e frenagem. Mas uma melhor aderência também pode
significar mais atrito. E, enquanto dirigimos, a abrasão faz com que
pedaços dos pneus se soltem.
A quantidade exata desses resíduos que vai parar nos cursos de água depende de muitos fatores, que vão desde a localização da estrada ao clima. A chuva, por exemplo, pode fazer com que mais partículas fluam para o meio ambiente. Depois que as partículas dos pneus entram nos rios ou oceanos, elas podem ter efeitos perceptíveis no ecossistema marinho.
Descarte de pneus usados
Entretanto, a trajetória para pneus usados ??é, em muitos aspectos, positiva. Por exemplo, a reciclagem de resíduos de pneus aumentou dramaticamente ao longo dos anos. A U.S. Tire Manufacturers Association (USTMA) afirma que a reutilização de pneus passou de 11% em 1990 para 81% em 2017.
Esse número, no entanto, vem com uma advertência importante: os chamados combustíveis derivados de pneus, ou seja, a queima de pneus para obter energia.
De acordo com Reto Gieré, cientista ambiental da Universidade da
Pensilvânia, se o pneu for queimado em instalações projetadas
especificamente para a tarefa, o processo pode ser feito de maneira
limpa e é uma maneira razoável de recuperar energia.
Os pneus que não são reciclados ou queimados acabam em aterros sanitários. Esse número chega a 16% nos Estados Unidos, de acordo com um relatório da USTMA de 2018. A quantidade de pneus descartados em aterros sanitários por ano quase dobrou entre 2013 e 2017.
Pneu ecológico é alternativa sustentável
Com os motores se tornando elétricos e as fontes de combustível
alternativas crescendo em popularidade, a onda verde tomou conta da
indústria automotiva. Mas o motor é apenas uma parte do carro. Um dos
principais componentes que requer novas estratégias de uso e produção é
o pneu.
Por isso, os fabricantes de pneus estão utilizando alguns métodos para contribuir com a preservação do meio ambiente a partir da produção de pneus ecológicos.
Consumo de combustível reduzido
Pneus ecológicos incluem sílica, um derivado da areia, para melhorar o desempenho e fornecer melhor tração do que os pneus convencionais.
A sílica reduz o atrito entre os pneus e a superfície da estrada,
causando menos ruídos, melhorando o desempenho, acrescentando vida útil
aos pneus e reduzindo as emissões de carbono causadas pela reação ao atrito na estrada.
Eficiência de combustível
O atrito reduzido e a maior aderência ao piso seco também reduzem o
consumo de combustível. Seu carro não precisa lutar na estrada, porque
seus pneus estão tornando a direção muito mais fácil.
Reduzir o consumo de combustível e a fumaça do escapamento em 3 a 5% ao longo da vida média de um carro representa uma grande economia inicial e diminui as emissões atmosféricas.
Reciclagem
A reciclagem de pneus é tendência na indústria entre as marcas de
primeira linha. Não fique surpreso ao ver sua marca favorita anunciando
que seus pneus são recicláveis ??e seu revendedor local fazendo sua
parte pelo meio ambiente ao coletar pneus para reciclagem.
Resistência ao rolamento
Conforme mencionado, a sílica ajuda o pneu a apresentar menor
resistência ao rolamento ou a perda de energia à medida que o pneu se
deforma na estrada. Economizar energia também aumenta a eficiência do
combustível.
A resistência ao rolamento é responsável por 10 a 15% do consumo de
combustível em carros de passeio, mas pode chegar a 30% do uso de
combustível em caminhões grandes.
Embora pneus com baixa resistência ao rolamento possam reduzir esse
uso em apenas 3%, já representam uma possibilidade de economizar
combustível o que é sempre sinônimo de economia de dinheiro e menos
emissões de CO2.
Materiais
Os materiais usados no pneu ecológico ??também
contribuem para a vida útil do produto, e o que entra na banda de
rodagem também pode ajudar a deixar menos borracha na estrada.
Conforme os padrões de banda de rodagem continuam a se desenvolver e
as bandas de rodagem são aprimoradas, os pneus apresentarão melhor
resistência ao rolamento e menor desgaste, com melhor durabilidade e
longevidade.
Menos substituições equivalem diretamente a menos pneus necessários, reduzindo o uso de materiais para a fabricação.
O primeiro componente chave para um pneu ecológico é
a matéria-prima usada. As empresas estão tentando substituir a borracha
por uma mistura sintética, geralmente incorporando sílica, que pode não
apenas ajudar a substituir a borracha nos degraus como também traz
outras vantagens, como redução do atrito na estrada.
Além da borracha, as empresas também estão investigando maneiras de reduzir a quantidade de petróleo usada
na criação de um pneu. Entre 5 e 10 galões de petróleo são usados
??para fazer um único pneu, que a indústria vem tentando cortar ou
eliminar há mais de 20 anos. A fabricação de borracha sintética também é
prejudicial ao meio ambiente, levando os fabricantes a tentativa de
reduzir o uso de borracha sintética pela metade.
Derivados de plantas
Materiais derivados de plantas, mais sustentáveis, ??estão avançando como substitutos para uma variedade de componentes de pneus, como óleo de girassol em vez de petróleo e látex derivado da flora em substituição à borracha. Até mesmo óleo derivado de cascas de laranja tem sido usado no lugar de produtos químicos mais tóxicos.
Pneus ecológicos estão se tornando cada vez mais
populares, afinal, são econômicos e mais sustentáveis que as versões
tradicionais, uma opção que vale a pena.
Se você precisa comprar pneus, a dica é falar com seu revendedor local e verificar se ele possui ou pode encomendar um pneu ecológico para você. Esse tipo de produto proporciona melhor pilotagem, menos danos ao nervo do quadril e menor impacto ambiental.
Podemos fazer um pneu ecológico melhor?
O pneu não passou por uma grande reformulação em décadas, mas
recentemente houve um impulso maior para desenvolver opções mais
sustentáveis.
Em 2017, por exemplo, pesquisadores liderados pela Universidade de
Minnesota encontraram uma maneira de produzir isopreno, um
ingrediente-chave da borracha sintética, a partir de fontes naturais
como grama, árvores e milho em vez de combustíveis fósseis.
No ano passado, a empresa Goodyear apresentou o conceito de um pneu ecológico feito de borracha reciclada com musgo, projetado para absorver dióxido de carbono durante o trajeto.
Nos últimos anos, os fabricantes fizeram grandes avanços no sentido
de projetar e lançar pneus ecológicos para atender à demanda dos
consumidores por produtos que usam materiais amigáveis ao meio ambiente.
As empresas estão reduzindo o uso de materiais prejudiciais ao meio
ambiente, ao mesmo tempo em que reduzem o atrito, aumentando a
eficiência do combustível.
Como resultado do menor consumo de combustível, as emissões de CO2 também são reduzidas e o carro se torna mais verde.
Porém, ainda são necessárias pesquisas adicionais e maior
conscientização pública, que estimulem empresas e consumidores a buscar
o pneu ecológico como uma alternativa viável para ajudar na saúde do
planeta.
Boas notícias sobre produção industrial e emprego são más notícias sobre inflação,
segundo a sabedoria do mercado financeiro. Por esse critério, os
brasileiros têm motivos para se preocupar com seu poder de compra. Em
junho, a indústria produziu 4,1% mais que no mês anterior e mais que compensou o recuo, de 1,8%, acumulado em abril e maio.
O último resultado mensal divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) foi 3,2% superior ao de um ano antes. Em 12 meses a indústria produziu 1,5% mais que no período anterior. Nos Estados Unidos, sinais de vigor na indústria são frequentemente seguidos de quedas nas Bolsas de Valores.
Melhoras no emprego também são vistas como prenúncios de preços em
alta. “Bom momento do mercado de trabalho é alerta para a inflação”,
avisa material da Conjuntura Econômica postado no site da Fundação Getúlio Vargas.
No Brasil, o desemprego no trimestre encerrado em junho ficou em
6,9%. Desde 2014, essa foi a menor taxa estimada para esse período. Não
se trata apenas de uma percepção registrada, tipicamente, no mercado
financeiro. Dirigentes de Bancos Centrais, como ocorre também no Brasil,
costumam relacionar desemprego baixo, ou em queda, com maiores pressões
inflacionárias.
Em 12 meses, indústria brasileira produziu 1,5% mais que no período anterior, segundo o IBGE Foto: Taba Benedicto/Estadão
Esse risco é destacado na ata da última reunião do Copom,
o Comitê de Política Monetária do Banco Central (BC): “Concluiu-se que o
processo desinflacionário arrefeceu e que os níveis de inflação
corrente acima da meta, em contexto de dinamismo da atividade econômica,
tornam a convergência da inflação à meta mais desafiadora”.
Projeções de inflação têm crescido, no mercado brasileiro, juntamente
com as expectativas de crescimento econômico. Em quatro semanas, a
inflação projetada para este ano subiu de 4,02% para 4,12%, segundo o
boletim Focus. No mesmo intervalo, a expansão do Produto Interno Bruto
(PIB) estimada para 2024 aumentou de 2,10% para 2,20%.
Se essas estimativas estiverem corretas, a alta dos preços ao
consumidor ficará no limite de tolerância, 4,50%, mas bem distante do
centro da meta, fixado em 3%. No mesmo intervalo, a inflação esperada
para 2025 aumentou de 3,96% para 3,98%, mas o aumento calculado para o
PIB recuou de 1,97% para 1,92%.
A evolução dos preços calculada para os dois anos parece divergir das
expectativas de avanços do PIB e do câmbio. Segundo o boletim, o dólar
projetado para os meses finais deste ano e do próximo deve ficar em R$
5,30. A taxa básica de juros deve continuar em 10,5% em dezembro de 2024
e situar-se em 9,75% um ano depois. Se os fatos confirmarem as
projeções dos juros, o Banco Central (BC) terá sido menos severo do que
têm sugerido alguns analistas do setor financeiro.
Projeções sobre câmbio, preços e juros são especialmente difíceis,
neste momento, por causa das incertezas quanto à evolução das contas
públicas. O resultado primário das contas fiscais mencionado no boletim
Focus (déficit de 0,70% do PIB nos dois anos) já é pior que o apontado
pela equipe econômica do governo. Mas o presidente Luiz Inácio Lula da
Silva, notoriamente inclinado à gastança, pode arruinar qualquer
estimativa, seja de sua equipe ou do pessoal do mercado.
A insegurança em relação às finanças federais é uma das causas mais
evidentes da instabilidade cambial observada no Brasil. As oscilações do
dólar são em parte explicáveis pela instabilidade internacional, mas a
relevância das incertezas domésticas é inegável. Essa insegurança é
alimentada em grande parte ? talvez pincipalmente ? por ações impulsivas
e declarações desastradas do presidente a República.
Sem mencionar o presidente, a ata do Copom cita a percepção, no
mercado, do “crescimento dos gastos públicos” e as dúvidas sobre “a
sustentabilidade do arcabouço fiscal vigente”. São evidentes a
preocupação com a gastança federal e a cobrança de maior cautela na
gestão orçamentária. Por enquanto, mantem-se a taxa básica de juros de
10,5%. Mas a advertência é clara mo final do texto: o compromisso de
levar a inflação à meta poderá envolver “ajustes futuros” no custo do
dinheiro. Em outras palavras, caberá ao presidente Lula, por meio de uma
política prudente, evitar uma nova alta dos juros.
Talvez o presidente espere da nova direção do BC, a partir do fim do
ano, maior tolerância à irresponsabilidade fiscal. Se essa expectativa
se confirmar, a conta da inflação maior será paga pelas famílias, com
maior sacrifício para as mais pobres. Isso ocorrerá, no entanto, se o
novo Copom estiver disposto a repetir os erros de política monetária
cometidos durante o período da presidente Dilma Rousseff. Isso parece
improvável. Muito mais fácil é esperar do presidente Lula escorrregões
desse tipo. Mas isso dependerá, em boa parte, da concordância do
ministro da Fazenda. Até agora, ele se tem mostrado avesso a participar
dessa eventura.
Marie Jerusalem, 62 anos, nunca se sentiu tão capaz de se adaptar às
demandas em constante mudança do mundo corporativo. “Meu corpo não é tão
ágil quanto costumava ser, mas, mentalmente, sou mais forte hoje do que
provavelmente já fui em toda a minha carreira”, ela conta à Fortune.
Aos 57 anos, Marie foi dispensada de seu papel como diretora de RH em
uma empresa de capital privado. Mas ela não estava financeira ou
emocionalmente pronta para se aposentar. Após trabalhar por alguns anos
como consultora de negócios em RH, ela fez uma mudança e lançou a
Rocket50, uma comunidade de membros e plataforma de busca por emprego
que auxilia trabalhadores mais velhos. Para colocar seu negócio em
funcionamento, ela teve que adquirir rapidamente uma série de novas
habilidades – desde atuar com inteligência artificial até criar
estratégias de marketing e mídias sociais.
Marie rejeita a noção de que pessoas mais velhas não querem aprender
novas maneiras de fazer as coisas e responsabiliza as exigências de
lançar um negócio – como adquirir novas habilidades e se envolver com
outros – por aumentar sua confiança e resiliência mental.
Frequentemente, as pessoas assumem que a mente não funciona
otimamente com a idade. Embora ocorram alguns declínios normais
relacionados à idade na velocidade de pensamento e atenção, as
habilidades de tomada de decisão e raciocínio abstrato das pessoas
podem, na verdade, melhorar com a idade, de acordo com pesquisas do
Instituto Nacional sobre Envelhecimento e do Columbia University Irving
Medical Center (CUIMC).
É uma boa notícia, já que se espera que os funcionários com 55 anos
ou mais constituam mais de um quarto da força de trabalho na próxima
década, e as pessoas estão trabalhando além da idade de aposentadoria cada vez mais, seja porque desejam permanecer engajadas ou porque finanças e deveres de cuidar de alguém tornam impossível não fazê-lo.
Independentemente do motivo pelo qual estão trabalhando, todos têm algo em comum: eles querem manter a mente afiada. Felizmente, o cérebro é
adaptável, e especialistas dizem que alguns hábitos diários podem
ajudar as pessoas a manterem a resiliência cognitiva bem na velhice.
O sono é crítico para a saúde de todos, mas é especialmente importante para o cérebro envelhecido.
“Distúrbios do sono foram associados a comprometimento cognitivo e
diminuição da função física”, diz Marie-Pierre St-Onge, PhD, diretora do
Centro de Excelência para Pesquisa do Sono e Circadiana do CUIMC.
Embora sete a nove horas de sono por noite seja o padrão-ouro, cerca
de um terço dos adultos mais velhos não atendem ao mínimo, de acordo com
um estudo publicado na BMC Public Health. Especialistas recomendam
manter um horário regular para dormir e despertar, e desenvolver uma
rotina noturna que inclua limitar o tempo de tela e envolver-se em uma
atividade calmante, além de quaisquer outras intervenções recomendadas
pelo médico.
Pesquisas também têm destacado há muito tempo o papel do exercício na
proteção da função cerebral vital. O movimento ajuda a combater a
contração relacionada à idade do hipocampo cerebral, responsável pela
memória.
Não é preciso muita atividade para ver resultados positivos: um
estudo publicado no Journal of Epidemiology and Community Health
descobriu que até mesmo 10 minutos diários de movimento moderado a
vigoroso, como caminhar rapidamente, andar de bicicleta ou fazer
trilhas, podem melhorar o processamento mental, como planejar e
completar tarefas de forma eficiente. O exercício também ajuda a reduzir
problemas de sono, como insônia.
Um amigo do bairro
Manter amizades e relacionamentos sólidos pode parecer contraditório
com o trabalho e os deveres de cuidado. No entanto, tomar um café com um
colega, fazer trabalho voluntário em sua comunidade ou organizar um
jantar em família ajudará a manter o cérebro estimulado.
“Atividade social protege contra uma variedade de
resultados negativos de saúde na velhice, incluindo declínio cognitivo,
demência e até mortalidade precoce”, diz Patricia Boyle, PhD, membro do
conselho da McKnight Brain Research Foundation e neuropsicóloga no Rush
Alzheimer’s Disease Center em Chicago. Isso pode até mesmo manter a
resiliência do cérebro diante de doenças, acrescenta ela.
Além disso, socializar, especialmente entre gerações diferentes,
expande as perspectivas das pessoas, o que revigora a mente à medida que
se consideram novas formas de pensar, explica Tara Swart, principal
neurocientista e autora de The Source: Open Your Mind. Change Your Life.
Aprendizado ao longo da vida
O cérebro continua se desenvolvendo bem na velhice. Mas o cérebro
estagna quando as pessoas não se envolvem em atividades que exigem muita
atenção, diz Swart. Lançar um negócio, como Jerusalem fez, é uma dessas
atividades, mas você não precisa fazer algo tão intenso para colher os
benefícios.
“Aprender uma nova língua ou um instrumento musical é
tão difícil que força seu cérebro a mudar”, Swart observa, fortalecendo
o funcionamento executivo e a capacidade de regular emoções e resolver
problemas complexos.
Até mesmo desfrutar passivamente das artes pode
servir como um impulso cerebral. O novo campo da neuroestética sugere
que qualquer coisa, desde ouvir uma ópera até assistir a um balé ou
observar uma pintura, pode melhorar a atenção e, em última análise,
prolongar o tempo de vida de alguém. “Essas formas de beleza têm um
impacto realmente benéfico sobre nós”, diz Swart.
Um novo olhar sobre o envelhecimento
Pesquisas da Harvard T.H. Chan School of Public Health descobriram que pessoas que têm uma visão positiva do envelhecimento tendem a viver mais e a ter melhor saúde física e cognitiva.
Maddy Dychtwald, autora de Ageless Aging, diz que há uma
série de aspectos positivos que acompanham a escalada da escada
cronológica, como sabedoria e autoaceitação. “Temos um poder que nunca
pensamos ter antes”, diz ela.
Lesley Steinman, cientista de pesquisa no centro de pesquisa de
promoção da saúde na Universidade de Washington, adverte contra o uso de
termos ultrapassados, como “tsunami prateado”, que perpetuam
estereótipos negativos sobre o envelhecimento.
Pesquisadora do Programa para Encorajar Vidas Ativas e
Recompensadoras (PEARLS), Steinman ajuda adultos mais velhos a
permanecerem engajados e a desempenharem um papel ativo na maneira como
envelhecem. “As pessoas muitas vezes se surpreendem ao descobrir que há
bastante coisa que podem fazer, mesmo que ainda existam questões
sistêmicas e estruturais dificultando suas vidas”, diz ela.
Pensar positivamente também pode ajudar a aliviar problemas de saúde mental,
como depressão – uma preocupação latente para adultos mais velhos que
podem estar enfrentando desafios de saúde ou lidando com perda e luto.
Hábitos como dormir bem, fazer exercícios e pensar positivamente
podem ajudar a reduzir o estresse e a depressão, o que, por sua vez,
pode aprimorar o desempenho cognitivo.
Marie Jerusalem não tem planos de se aposentar tão cedo. Ela acorda
todos os dias ansiosa para aprender e interagir com trabalhadores mais
velhos. Ela diz que no momento em que perder a motivação, tentará algo
novo. “Encontre sua paixão e permaneça engajado pelo tempo que puder,
porque é isso que realmente faz você se sentir vivo”, diz ela.
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BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – O governo de Luiz Inácio Lula da Silva
(PT) alterou as regras de financiamento do Minha Casa, Minha Vida para
desestimular a compra de imóveis usados pelo programa.
Agora, o financiamento para famílias da faixa 3 -renda bruta entre R$
4.400 e R$ 8 mil- deve ser de até 70% do valor do imóvel nas regiões
Norte, Nordeste e Centro-Oeste do país. A taxa para as regiões Sul e
Sudeste passa a ser de 50%.
Até o início do ano, a parcela financiável era 80% do valor do
imóvel. Depois, o governo já tinha publicado uma instrução normativa
para que esse percentual ficasse entre 70% e 80% no Sul e no Sudeste,
dependendo da renda familiar.
O valor de venda máximo do imóvel usado da faixa 3 também foi
reduzido, ficando limitado a R$ 270 mil. Até o momento, esse valor era
de R$ 350 mil.
Com a medida desta terça, a cota máxima de financiamento de usados no
programa Pró-Cotista (voltado a quem tem recursos no FGTS) também
diminui -de 60% para 50%. As mudanças foram publicadas no Diário Oficial
da União pelo Ministério das Cidades nesta terça-feira (6).
O governo federal já havia sinalizado a intenção de limitar a compra
de imóveis usados pela faixa 3 do Minha Casa, Minha Vida, com o objetivo
de permitir que o orçamento do FGTS (fundo de garantia) seja
direcionado principalmente para a aquisição de imóveis na planta, em
construção ou recém-construídos, que têm maior geração de empregos.
Em reunião do conselho curador do FGTS em julho, o
secretário-executivo do Ministério das Cidades, Helder Melillo, afirmou
que é preciso “tomar medidas para que a execução dos imóveis usados caia
de maneira significativa” para privilegiar a contratação de
financiamentos dos imóveis novos.
Com o objetivo de alcançar uma contratação recorde no FGTS neste ano
(550 mil unidades habitacionais), o Ministério das Cidades estabeleceu
novas regras para realocar recursos do fundo no final de abril deste
ano, direcionando mais verbas para os financiamentos de famílias com
renda de até R$ 4.400, que se enquadram na faixa 2 do programa
habitacional.
Elson Póvoa, representante da CNI no conselho do FGTS, afirmou em
julho que a média de 2014 até 2022 do percentual de aplicação do fundo
nos imóveis usados ficou na faixa de 12%. Mas, em 2023, subiu para 29%
e, em 2024, para 32%.
“Nós não podemos deixar o usado desenfreado e prejudicar o
financiamento dos novos. Senão nós vamos ter um problema muito sério
agora no final do ano, que é exatamente o financiamento dos novos”,
disse, na época.
Ives Gandra da Silva Martins é professor emérito das universidades
Mackenzie, Unip, Unifieo, UniFMU, do Ciee/O Estado de São Paulo, das
Escolas de Comando e Estado-Maior do Exército (Eceme), Superior de
Guerra (ESG) e da Magistratura do Tribunal Regional Federal – 1ª Região,
professor honorário das Universidades Austral (Argentina), San Martin
de Porres (Peru) e Vasili Goldis (Romênia), doutor honoris causa das
Universidades de Craiova (Romênia) e das PUCs PR e RS, catedrático da
Universidade do Minho (Portugal), presidente do Conselho Superior de
Direito da Fecomercio -SP, ex-presidente da Academia Paulista de Letras
(APL) e do Instituto dos Advogados de São Paulo (Iasp).
O recente episódio da farsa eleitoral venezuelana trás, novamente, à
baila a discussão concernente a dois aspectos essenciais destes regimes
que ainda florescem no mundo e tentam se reerguer em outros países, que
lutam por permanecer como democracias.
A tragicomédia da Venezuela principiou com a negativa da candidatura
da opositora com mais condições de governar o país e o impedimento por
“problemas operacionais” da máquina chavista que não estava apta a
receber a segunda candidata no prazo da inscrição. Quando o prazo já
tinha terminado, disseram que não poderiam receber o registro da
candidatura.
Tal manobra não impediu que se unissem forças opositoras em torno de
um diplomata, sendo que a apuração dos poucos votos auditados com
respectivas atas demonstravam sua vitória esplendorosa, obrigando o
títere governante a interromper o acesso da oposição à apuração. Mais
uma das inúmeras formas que as ditaduras de esquerda encontram para
manterem-se no poder.
Na ditadura cubana, para conseguir o poder, Fidel matou milhares de
cubanos em paredons, instalando a mais antiga ditadura da América. O
Brasil de Lula e Dilma financiou obras de elevado valor naquele país,
dívida contraída que jamais foi adimplida pelos ditadores da ilha
caribenha.
Na União Soviética, em número de mortes Stalin suplantou Fidel,
elevando os assassinatos de seus opositores de milhares para dezenas de
milhares. Putin reduziu o número de assassinatos, mas como ditador
expansionista,travou uma guerra de conquista contra a Ucrânia, prendendo
e eliminando aqueles que se opõem a seu governo.
Ortega não fica atrás como ditador, eliminando ou prendendo adversários e mantendo uma cruel tirania sobre seu povo.
Por fim, a China, desde o massacre da Praça da Paz, tem sido mais
discreta na eliminação de adversários, sendo que aqueles que desaparecem
não se sabe onde se encontram: se em algum lugar ou embaixo da terra.
Uma das características desses governos, é o fracasso econômico, como
é possível verificar na Venezuela, Cuba e Nicarágua, por força da
corrupção reinante, do narcotráfico presente e de não entenderem as
regras da economia de mercado, que fizeram todos os países desenvolvidos
não serem de esquerda.
A Rússia mantém-se graças ao apoio da China, por onde escoam suas
mercadorias, em face de sanções econômicas que sofre pela guerra contra a
Ucrânia. A China, uma ditadura de esquerda na política, por sua vez, é
um dos países que ainda adota o capitalismo selvagem, suas regras,
gerando impactos e protestos pelo mundo.
No Brasil, o presidente Lula que, em seus dois primeiros mandatos foi
um homem pragmático, neste terceiro tornou-se um ideológico de
esquerda, mantendo com as cinco ditaduras relações de cordialidade e
discreto apoio. Alega interesses comerciais que, todavia, independeriam
da exteriorização de simpatia. Em verdade, sua preferência, embora
negue, é por tais regimes, o que fica mais claro em suas diversas
manifestações ora de admiração, ora de silêncios comprometedores ou
tímidas manifestações de preocupação.
O certo é que a fraude eleitoral venezuelana desventrou para o mundo
esta característica maior dos governos ditadores de esquerda, ou seja, a
mentira como forma de se manter o poder, levando até mesmo a OEA,
países europeus e inúmeros países da América a considerarem fraudulento e
inadmissível o “golpe” eleitoral de Maduro.
Termino este artigo com uma frase de Roberto Campos sobre as eleições
nas ditaduras de esquerda: “nestes governos não têm que se ganhar as
eleições, mas sim ganhar as apurações”.
História de Célia Froufe e Fernanda Trisotto – Jornal Estadão
BRASÍLIA – A ata do último encontro do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central,
divulgada nesta terça-feira, 6, reforçou que a autoridade monetária não
“hesitará em elevar a taxa de juros para assegurar a convergência da
inflação à meta se julgar apropriado”.
“O cenário marcado por projeções mais elevadas e mais riscos para a
alta da inflação é desafiador, e o comitê avalia que o desenrolar do
cenário será particularmente importante para definir os próximos passos
de política monetária”, diz trecho do documento.
O comitê defendeu que a manutenção da Selic em
10,50% ao ano, de maneira unânime, na semana passada, é compatível com a
estratégia de convergência da inflação para o redor da meta, de 3% em
2024. Segundo o Copom, a melhor estratégia é manter a taxa de juros por
um tempo suficientemente longo, para levar a inflação à meta.
O BC indicou que a projeção para o Índice Nacional de Preços ao
Consumidor Amplo (IPCA), no cenário de referência para 2024, está em
4,2% e, para 2025, em 3,6%. No comunicado e na ata, a autoridade
monetária não indica qual será o ritmo de corte de juros na próxima
reunião, marcada para 17 e 18 de setembro.
A avaliação é que a política monetária se manterá contracionista por
tempo suficiente em patamar que não só consolide o processo
desinflacionário como também a ancoragem das expectativas.
“O comitê, unanimemente, optou por manter a taxa de juros inalterada,
destacando que o cenário global incerto e o cenário doméstico marcado
por resiliência na atividade, elevação das projeções de inflação e
expectativas desancoradas demandam acompanhamento diligente e ainda
maior cautela”, diz o documento.
O Copom destacou que os riscos para o cenário inflacionário são a
desancoragem das expectativas de inflação por período mais prolongado; a
maior resiliência na inflação de serviços do que a projetada em função
de um hiato do produto mais apertado; e a conjunção de políticas
econômicas externa e interna que tenham impacto inflacionário. Nesse
caso, foi citado como exemplo uma taxa de câmbio persistentemente mais
depreciada — o que tem ocorrido no Brasil.
A ata pontua que, sem prejudicar o objetivo de assegurar a
estabilidade de preços, a decisão também implica suavização das
flutuações do nível de atividade econômica e fomento do pleno emprego.
A ata reitera que o comitê se manterá vigilante e eventuais ajustes
futuros na taxa de juros “serão ditados pelo firme compromisso de
convergência da inflação à meta”.
O colegiado ainda destaca que a conjuntura atual tem um processo
desinflacionário que tende a ser mais lento, com a ampliação da
desancoragem das expectativas de inflação e um cenário global
desafiador. Essa conjuntura demanda serenidade e moderação na condução
da política monetária.
Política fiscal
A ata ressalta que o Copom monitora com atenção a política fiscal. O
documento destaca que a percepção recente do mercado traz impactos
relevantes em ativos e nas expectativas.
“Notou-se que a percepção mais recente dos agentes de mercado sobre o
crescimento dos gastos públicos e a sustentabilidade do arcabouço
fiscal vigente, junto com outros fatores, vem tendo impactos relevantes
sobre os preços de ativos e as expectativas. O comitê reafirma que uma
política fiscal crível e comprometida com a sustentabilidade da dívida
contribui para a ancoragem das expectativas de inflação e para a redução
dos prêmios de risco dos ativos financeiros, consequentemente
impactando a política monetária”, diz a ata.
O colegiado reitera que políticas monetária e fiscal síncronas e
contracíclicas “contribuem para assegurar a estabilidade de preços e,
sem prejuízo de seu objetivo fundamental, suavizar as flutuações do
nível de atividade econômica e fomentar o pleno emprego”.
A ata também reforça a visão de que o esmorecimento no esforço de
reformas estruturais e disciplina fiscal, o aumento do crédito
direcionado e as incertezas sobre a estabilização da dívida pública têm o
potencial de elevar a taxa de juros neutra da economia.
Mudança de tom
A menção à possibilidade de alta de juros deixou o documento com um
tom mais hawkish (agressivo) do que o comunicado de semana passada, na
avaliação do economista do ASA Leonardo Costa. “O Copom vê no modelo
dele que as duas principais condicionantes de inflação, o câmbio e as
expectativas, estão piores”, cita Costa, pontuando que, caso não haja
melhora desses vetores, o Copom deverá elevar a Selic.
“O comitê, unanimemente, reforçou que não hesitará em elevar a taxa
de juros para assegurar a convergência da inflação à meta se julgar
apropriado”, escreveu o colegiado na ata. O uso do termo “unanimemente”,
acrescenta Costa, ainda serviu para “sanar” um ruído gerado na reunião
de maio do comitê, quando a decisão dividida nos votos desagradou o
mercado financeiro.
Na avaliação de Costa, o texto da ata, de maneira geral, mostrou o
Copom tentando “ganhar tempo”, antes de tomar qualquer decisão. O ASA
prevê Selic estável em 10,5% até o final de 2025, mas o viés é de alta.
Entre os pontos da ata divulgada nesta terça, o economista do ASA
ainda destaca que o colegiado “tentou endereçar” algumas questões, como a
grande volatilidade dos mercados globais. “Não acho que a ata esteja
velha (por conta dos últimos dados mais fracos de atividade nos Estados Unidos). O mercado já melhorou um pouco hoje (terça, 6) e segue bastante dinâmico. A volatilidade está muito grande, e o Copom tenta endereçar isso”, disse Costa.
Para a equipe de macroeconomia da XP Investimentos, a ata reforçou a
visão de que a chance de algum aperto adicional na política monetária,
ou seja, elevação da taxa Selic, “está subindo”. A avaliação é que o
documento do BC repetiu o tom mais conservador apresentado na semana
passada.
A corretora, contudo, também continua prevendo em seu cenário-base
que o juro não deve subir, mantendo-se em 10,5% até o final de 2025,
“especialmente se a economia global se enfraquecer mais do que o
antecipado”.
Na avaliação da XP, a ata esclareceu alguns pontos que haviam ficado
“incertos” no comunicado da semana passada, como a discussão sobre o
balanço de riscos para a inflação estar assimétrico ou não. “Em todos os
casos, a ata esclareceu os pontos no sentido mais conservador (hawkish)”, diz a XP.
Já para a economista do BNP Paribas Laiz Carvalho, a ata veio bem
mais dura do que o comunicado da semana anterior. Para ela, o documento
traz elementos que já eram esperados pelo mercado e, por isso, será bem
recebida.
Segundo ela, o parágrafo mais importante do comunicado é o que aponta
para dois possíveis cenários dos próximos passos que serão tomados na
política monetária. “Por um lado, essa estratégia pode ser de manter a
taxa de juros parada por mais tempo, para fazer com que a inflação no
horizonte de tempo relevante convirja para os 3% (da meta)”,
indica Laiz. “Ou, por outro lado, o comitê unanimemente reforçou que não
hesitará em elevar a taxa de juros para segurar a convergência da
inflação à meta”, destaca.
Outro fator da ata ressaltado pela economista do BNP Paribas é a
observação de que existem discussões dentro do BC sobre o balanço de
riscos assimétrico. O mercado já tinha expectativas da alteração do
balanço de riscos para assimétrico, no entanto, a mudança não foi feita
ainda. Segundo a economista, o documento indica que, caso os movimentos
vistos agora continuem de forma persistente, isso exigirá alguma ação do
Banco Central./Com Daniel Tozzi Mendes e Anna Scabello